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Transtorno Opositivo Desafiador: Sintomas e Correlatos

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SÍNDROME
www.portalespacodosaber.com.br
Emanoele Freitas é neurocientista, especializada em autismo, transtornos psicopatológicos e do 
neurodesenvolvimento e autora do livro Mediador Escolar – Recriando a Arte de Ensinar e Transtornos do 
Neurodesenvolvimento, Conhecimento, Planejamento e Inclusão Real (Wak Editora).
A prevalência do TOD em diagnóstico 
isolado atualmente é de aproximadamente 
6% a 16%; a incidência como comorbidade 
secundária no TDAH é de 50%, e no autismo 
esse percentual é de 29%
Por Emanoele Freitas
O crescimento do 
TRANSTORNO 
OPOSITIVO 
DESAFIADOR
Por Emanoele Freitas
O crescimento do 
TRANSTORNO 
OPOSITIVO 
DESAFIADOR
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www.portalespacodosaber.com.br
Pesquisas recentes 
demonstraram 
que os níveis 
de andrógenos 
adrenais dos 
pacientes com 
TOD são mais 
altos que os dos 
escritos como 
controle ou até 
mesmo de crianças 
com outros 
diagnósticos, 
incluindo o TDAH
que possam correlacionar fatores espe-
cíficos para a etiologia do TOD. 
Pesquisas recentes demonstraram 
que os níveis de andrógenos adrenais 
dos pacientes com TOD são mais al-
tos que os dos escritos como controle 
ou até mesmo de crianças com outros 
diagnósticos, incluindo o TDAH. Ou-
tra alteração encontrada é na frequência 
cardíaca, que pode chegar a ser muito 
alta após provocação e frustração, mes-
mo comparada à de outras crianças na 
mesma situação. 
Genéticos – Recentemente, estu-
dos levaram a associarem genes espe-
cíficos para o TOD aos sintomas desa-
fiadores de oposição. Trata-se dos genes 
receptores para andrógeno DAT, DRD2 
e D-beta-H. 
Uma série de marcadores neurobio-
lógicos, da condutância da pele, reativi-
dade do cortisol basal reduzida, anor-
malidades no córtex pré-frontal e na 
amígdala são fatores que continuamen-
te estão sendo estudados e reavaliados 
para se chegar a um aspecto específico 
que explique melhor o TOD.
Cognitivos, emocionais e ambien-
tais – Fatores temperamentais relaciona-
Transtorno opositivo de-safiador (TOD) é um transtorno do neurode-senvolvimento de diag-nóstico independente, 
mas é frequentemente estudado em 
conjunto com o transtorno do déficit de 
atenção com hiperatividade (TDAH) 
ou com o transtorno de conduta (TC).
Novos estudos indicam que o TOD 
consiste em múltiplas dimensões, e es-
sas diferentes dimensões podem estar 
associadas a transtornos externalizantes 
e internalizantes, posteriormente. 
A característica principal do TOD 
é estar incluído nos transtornos dis-
ruptivos, cujos sintomas principais 
são a criança apresentar um padrão de 
comportamento negativo, desafiador, 
desobediente e hostil, todos com inten-
sidade, frequência e duração acima do 
esperado para sua idade, e, em alguns 
casos, o descontrole emocional pode le-
var à agressividade e a alguns episódios 
de violência verbal e física. 
A prevalência do TOD em diag-
nóstico isolado hoje é de aproxi-
madamente 6% a 16%; a incidência 
como comorbidade secundária no 
TDAH é de 50%, e no autismo esse 
percentual é de 29%. 
O quadro é de maior incidência 
nos meninos, para a primeira e segunda 
infância, e de incidência igualitária em 
meninas e meninos na adolescência. 
Hoje, os números de casos vêm 
subindo, mas sugere-se que tais dados 
sejam mais relevantes porque os testes 
específicos, bem como o conhecimento 
dos profissionais, estão favorecendo o 
reconhecimento dos sintomas princi-
pais, que em sua grande maioria podem 
ser detectados de forma eficaz por meio 
de protocolos específicos. 
Correlatos
Hormônios e neurotransmisso-
res – Uma das linhas atuais de maior 
investigação são os estudos com base 
nos hormônios e neurotransmissores, 
A criança com TOD 
apresenta um padrão 
de comportamento 
desafiador, 
desobediente e hostil, 
com intensidade 
e frequência acima 
do esperado
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DETECTANDO SINTOMAS
 para saber mais 
A primeira etapa é a observação e anotação dos sinto-mas em três etapas: frequência, duração e intensidade 
dos comportamentos disruptivos. A criança não apresenta 
tais sintomas somente em casa, vai apresentar em todos 
os locais que frequenta e, dependendo do fator causador, 
poderá apresentar maior intensidade ou não. 
Outro meio de detecção é através do quadro de diagnós-
tico clínico do DSM-V, que nos orienta com os critérios 
para diagnóstico. Código 313.81 (F91.3)
A – Um padrão de humor raivoso/irritável, de comporta-
mento questionador/desafiante ou índole vingativa com 
duração de pelo menos seis meses, como evidenciado por 
pelo menos quatro sintomas de qualquer das categorias 
seguintes exibido na interação com pelo menos um indiví-
duo que não seja irmão.
 HUMOR RAIVOSO/IRRITÁVEL 
– Com frequência perde a calma.
– Com frequência é sensível ou facilmente incomodado.
– Com frequência é raivoso e ressentido. 
COMPORTAMENTO QUESTIONADOR/ DESAFIANTE
4 – Frequentemente questiona figuras de autoridade ou, 
no caso de crianças e adolescentes, adultos.
5 – Frequentemente desafia acintosamente ou se recusa a 
obedecer as regras ou pedidos de figuras de autoridade.
6 – Frequentemente incomoda deliberadamente outras 
pessoas.
7 – Frequentemente culpa outros por seus erros ou mau 
comportamento.
ÍNDOLE VINGATIVA
8 – Foi malvado ou vingativo pelo menos duas vezes nos 
últimos seis meses. 
NOTA: A persistência e a frequência desses comporta-
mentos devem ser utilizadas para fazer a distinção entre 
um comportamento dentro dos limites normais e um com-
portamento sintomático. No caso de crianças com 5 anos 
ou mais, o comportamento deve ocorrer pelo menos uma 
vez por semana durante no mínimo seis meses, exceto se 
explicitado de outro modo (critério A8). Embora tais cri-
térios de frequência sirvam de orientação quanto a um ní-
vel mínimo de frequência para definir os sintomas, outros 
fatores também devem ser considerados, tais como se a 
frequência e intensidade dos comportamentos estão fora 
de uma faixa normativa para o nível de desenvolvimento, 
o gênero e a cultura do indivíduo.
B – A perturbação no comportamento está associada a 
sofrimento para o indivíduo ou para os outros em seu 
contexto social imediato (p. ex., família, grupo de pares, 
colegas de trabalho) ou causa impactos negativos no fun-
cionamento social, educacional, profissional ou outras áre-
as importantes da vida do indivíduo
C – Os comportamentos não ocorrem exclusivamente 
durante o curso de um transtorno psicótico, por uso de 
substância, depressivo ou bipolar. Além disso, os critérios 
para transtorno disruptivo da desregulação do humor não 
são preenchidos.
ESPECIFICAR A GRAVIDADE ATUAL: 
Leve: Os sintomas limitam-se a apenas um ambiente (p. ex., em 
casa, na escola, no trabalho com os colegas). 
Moderada: Alguns sintomas estão presentes em pelo menos dois 
ambientes. 
Grave: Alguns sintomas estão presentes em três ou mais am-
bientes.
Fonte: Manual 
Diagnóstico e 
Estatístico de 
Transtornos 
Mentais – DSM-5. 
5ª. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2014.
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60 psique ciência&vida www.portalespacodosaber.com.br
Atualmente, vem se buscando distinguir os 
dois subtipos do TOD e suas dimensões, 
que foram abordados por pesquisadores da 
Universidade de Calgary, no Canadá
não haja um treinamento parental. Em 
sua grande maioria, para evitar que a 
criança tenha uma “crise”, os pais res-
pondem ao comportamento do filho 
cedendo às suas exigências para obter 
breves adiamentos da hostilidade, das 
discussões e desobediência. No en-
tanto, esse comportamento somente 
reforça e aumenta a intensidade e fre-
quência dos atos.
O TOD não afeta somente a crian-
ça, mas todos ao seu redor. Infelizmente, 
os sintomas só começam a ser levados 
a sério e não classificados como birra, 
falta de educação ou falta de corretivo 
quando a criança já está moldada num 
círculo vicioso e destrutivo. 
A desobediência, normal ou pa-tológica, é um comportamento ca-
racterizado por incapacidade de se-
guir regras ou acatar ordens, sendo 
ela ocasional, reativa (endereçada ou 
não), impulsiva/constante, oposito-
ra/desafiadora, transgressora. 
Também navega por aspectos so-
cioeducativos, desde novos padrões de 
interação pais/autoridades x crianças/
adolescentes às manifestações sinto-
máticas de momento evolutivo, déficits 
cognitivos, transtornos neuropsicoló-
gico/psiquiátricos, reações conflitivas 
diversas (aspectos psicológicos).
A criança de 3 a 5 anos atinge o es-
tágio do personalismo (Wallon) e ocor-
re incremento da emoção, objetivando 
a aquisição da identidade. 
A criança se expressa em oposição 
ao outro, dizendo não a tudo e aprende 
a delimitar o que é ela e o que é o ou-
tro, iniciando o uso dos pronomes (eu, 
meu, teu), ao mesmo tempo em que 
deseja diferenciar-se dos demais, per-
cebe a profunda dependência que tem 
em relação à sua família. Momentos de 
oposição se alternam com atitudes de 
sedução, quando a criança busca aceita-
ção e amor dos pais.
Quando a criança já conhece a au-
toridade do adulto ela não oculta sua 
falta, compreende intelectualmente a 
proibição, sabe da necessidade de aca-
o desenvolvimento do TC, mas em 
números mínimos também pode pre-
ceder o transtorno de ansiedade e de-
pressivo maior, e os que possuem sua 
classificação dentro dos sintomas de 
humor raivoso/irritável respondem 
pela maior parte dos riscos para os 
transtornos emocionais. 
Atualmente vem se buscando 
distinguir os dois subtipos e suas di-
mensões, que foram abordados por 
pesquisadores da Universidade de 
Calgary, no Canadá, que relatam que 
há dois subtipos: 1- Sintoma de afe-
to negativo (ODDNA) – Sensível, 
raivoso, rancoroso e ou vingativo; 2- 
Sintoma comportamento oposição 
(ODDB) – Argumentador, desafia-
dor, intolerante. 
A criança TOD é difícil de ser tra-
tada. Tende a exibir o comportamento 
desafiador com maior frequência com 
pessoas do seu convívio diário do que 
com terceiros. E esse comportamen-
to, infelizmente, tende a piorar caso 
dos a problemas de regulação emocional, 
como baixa tolerância a frustração, eleva-
da reatividade emocional. 
Ambientais: Práticas agressivas, 
inconsistentes ou negligentes de cria-
ção dos filhos são comuns em famílias 
de crianças e adolescentes com TOD.
Prognóstico
A causa do TOD é desconhecida ainda, mas pesquisadores identi-
ficaram diversas linhas de abordagem. 
Um dos estudos mais atuais sugere que 
a exposição pré-natal a álcool, nicotina, 
entre outros teratógenos aumenta as 
chances de a criança vir a ter o TOD. 
Muitos pais de crianças com TOD so-
frem de transtornos emocionais, como 
transtornos de ansiedade e depressão. 
Geralmente, os primeiros sinto-
mas surgem durante os anos de pré-
-escola e, raramente, mais tarde, após 
o começo da adolescência. É uma 
comorbidade de início e curso contí-
nuo. Com frequência, o TOD precede 
O quadro é de maior incidência nos meninos, para a primeira e segunda infância, e de incidência 
igualitária em meninas e meninos na adolescência
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A criança com TOD tende a exibir o 
comportamento desafiador com maior 
frequência com pessoas do seu convívio 
diário do que com terceiros. E esse 
comportamento tende a piorar caso não 
haja um treinamento parental
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tar as ordens, já experimentou conse-
quências: irritabilidade dos pais, casti-
gos, privações etc. 
E mesmo assim mantém compor-
tamento opositor. Este comportamento 
pode ser classificado como “desobe-
diência patológica” com as seguintes 
características: 1- A criança comete a 
falta repetidas vezes: tão logo é admoes-
tada, volta a fazer o que lhe foi proibido: 
“Não registra o que se lhe diz”; 2- Pare-
ce não compreender por que é castigada 
e demonstra sentir que é injustamente 
tratada; 3- Não há eficácia nos castigos, 
sejam físicos, sejam de privação; 4- Rea-
ge “catastroficamente”, com reações exa-
geradas frente aos limites, repreensões e 
castigos impostos. 
É importante considerar as condi-
ções da desobediência antes de conside-
rá-la patológica, sendo: 1- Como meio 
de se autoafirmar; 2- Para manipular o 
adulto; 3- Porque não entende as or-
dens; 4- Por que não sabe executar o 
que lhe foi pedido; 5- Porque as ordens 
tão pouco razoáveis e, portanto, incom-
preensíveis para a criança. 
A evolução do TOD
O bebê, por instinto, usa o choro 
para conseguir o que quer. Confor-
me ele vai crescendo e aprendendo as 
questões sociais, vai modulando esse 
comportamento e utilizando a comu-
nicação para ter suas demandas atendi-
das. Mas até os 3 anos esse comporta-
mento vai se intensificando. À medida 
que vão sendo alcançados seus feitos, a 
criança tende a querer chamar a aten-
ção de qualquer forma, e para tal grita, 
chora, em alguns momentos se joga no 
chão. Mas, ao ser direcionada, ela con-
segue se moldar ao querer dos pais. Es-
ses comportamentos tendem a sumir 
até os 4 anos e meio de idade numa 
criança neurotípica, o que não aconte-
ce numa criança com TOD, muito pelo 
contrário. Esse comportamento só au-
menta, principalmente a intensidade 
dos atos, não ficando só restrito ao am-
biente familiar, pois começa a se esten-
der ao convívio social. Quando a crian-
ça chega aos 5 anos de idade é quando 
geralmente esse comportamento se 
torna preocupante para os pais, pois 
nesse período 60% dos pais de crianças 
com TOD não “conseguem” controlar 
as crises. Uma das primeiras coisas a 
ser eliminada não são os sintomas da 
criança, e sim o convívio social. Os 
pais deixam de frequentar locais pú-
blicos, festas, reuniões e atividades em 
que lhes possa causar algum tipo de 
transtorno emocional. 
Tratamento 
A agressão é um importante pre-
ditor de incapacidade e resultados psi-
cossociais negativos em crianças com 
TDAH, TOD e TC. Estes estão entre os 
diagnósticos psiquiátricos mais comuns 
na infância, com 4,1% das crianças 
Padrão patológico
Não podemos classificar tudo como 
um padrão patológico. A criança pas-
sa por fases e, com isso, apresenta 
certos níveis de desobediência. Até 
os 5 anos não podemos classificar 
como TOD. Mesmo que os sintomas 
já estejam presentes, devemos tra-
çar um perfil sempre com base na 
frequência e intensidade das ocorrên-
cias, mas o quanto antes começarem 
as abordagens de eliminação mais rá-
pido pode-se enquadrar se é um pa-
drão normal do desenvolvimento ou 
se é uma situação patológica. 
Um dos estudos mais atuais 
sugeriu que a exposição 
pré-natal a álcool, 
nicotina, entre outros 
teratógenos, aumenta 
as chances de a 
criança ter TOD
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FAMÍLIA E ESCOLA 
 para saber mais 
Em um primeiro momento pode parecer completamente difícil lidar com os comportamentos e sintomas do TOD, principalmente quando se iniciam as 
atividades escolares. Mas se todos realmente se prepararem verão que existem 
várias possibilidades de se alcan-
çar êxito. 
A – COMPREENDA O COMPOR-
TAMENTO
1 – Identifique os sintomas do 
TOD.
2 – Converse sempre com a crian-
ça sobre suas reações.
3 – Reconheça a necessidade de 
manter o controle.
4 – Comece a ensinar formas po-
sitivas de lidar com a frustração. 
B – AJUSTAR E INICIAR AS TÉCNICAS PARENTAIS 
1 – Aprenda a se comunicar de forma clara e eficiente.
2 – Não reaja de maneira raivosa.
3 – Não culpe a criança/jovem ou o veja como um problema na sua vida. 
4 – Assuma a responsabilidade pelos seus próprios sentimentos e atitudes, torne-
-se um exemplo.
5 – Seja consistente, não é não, regras e limites devem ser claros e obedecer ao 
único comportamento aceitável. 
6 – Ajuste seus pensamentos, pois são eles que comandarão suas reações, subs-
titua os negativos pelos positivos, veja que a criança/jovem precisa de ajuda e 
você é a referência. 
7 – Identifique os estressores tanto familiares como ambientais. 
8 – Ajude a identificar as emoções,tanto as suas como as da criança, não tente 
ser forte o tempo todo.
9 – Deixe sempre claro a importância do respeito e dos limites.
C – PROCURE AJUDA 
1 – Comece o tratamento o mais breve possível, pois estudos mostram que 67% 
das crianças com TOD se tornam assintomáticas no prazo de três anos caso ini-
ciem o tratamento correto. 
2 – Trate outros problemas de saúde mental, investigue se há outras comorbidades 
além do TOD. 
3 – Participe sempre de palestras, programas e atividades de treinamento, esteja 
preparado para realmente compreender e ajudar. 
4 – Entre em grupos de apoio. 
5 – Caso seja necessário, não relute em iniciar tratamento farmacológico. 
O TOD não afeta 
somente a criança, 
mas todos ao seu 
redor. Os sintomas 
só começam a ser 
levados a sério e 
não classificados 
como birra ou 
falta de educação 
quando a 
criança já está 
moldada num 
círculo vicioso e 
destrutivo 
em idade escolar diagnosticadas com 
TDAH, 1% a 6% das crianças, com 
TOD e 0,2% a 2%, com TC. Na ado-
lescência e na idade adulta influenciam 
negativamente a qualidade de vida das 
crianças e famílias. O tratamento far-
macológico entra em associação com 
o tratamento terapêutico como forma 
de reduzir, tornar o tratamento eficaz 
e seguro. Nesse ponto de vista, reduzir 
e/ou eliminar os sintomas de agressão 
e outros comportamentos disruptivos é 
de extrema importância.
As abordagens são específicas 
para cada caso. O tratamento com 
fármacos inclui estudos de eficácia na 
redução dos sintomas e aponta alguns 
como mais eficientes. Em casos de 
crianças com quadro grave de TOD e 
TC, os estudos mostraram que o uso 
de Metilfenidato diminuiu os sinto-
mas de oposição; que Haloperidol 
e Lítio demonstraram eficácia nos 
casos de agressão, não aderência ao 
tratamento e explosões de raiva; que 
a Risperidona foi verificada em eficá-
cia na melhoria da “calma ou adesão”. 
Outro em linha de uso e verificação 
da eficácia é a Quetiapina, com a qual 
psique ciência&vida 63www.portalespacodosaber.com.br
A primeira etapa 
para detectar 
o problema é 
observação dos 
sintomas em três 
etapas: frequência, 
duração e 
intensidade dos 
comportamentos 
disruptivos. 
A criança não 
apresenta tais 
sintomas somente 
em casa
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Sintomas
Aspectos sintomatológicos psiquiá-
tricos. Como diferenciar os sintomas 
nas comorbidades: Sintomas – hos-
tilidade com os pais (TDAH - e TOD 
+); destrutividade (TDAH - e TOD 
+); distração/desatenção (TDAH + e 
TOD -); dificuldade escolar (TDAH ++ 
e TOD - ou +); sentimento de culpa 
(TDAH + e TOD -); comportamento 
antissocial na família (TDAH - e TOD 
- ou +).
gue realmente compreender que tais 
esforços são para sua mudança e re-
dução dos sintomas. O TOD não tem 
uma cura específica, mas uma redução 
significativa dos sintomas, chegando 
à possibilidade de autorregulação por 
parte da criança/jovem. 
Quando a criança apresenta o TOD 
como uma comorbidade concomitante 
ao TDAH se faz necessária a introdução 
de medicação para controlar os sinto-
mas pertinentes ao TDA-H e minimizar 
os efeitos coligados dos transtornos. 
O que mais ouvimos, quando se 
inicia um atendimento terapêutico, e 
isso é em quase 90% dos casos, é que 
somente a criança necessita de aten-
dimento, pois os pais visam apenas 
corrigir o que está visível. Entretanto, 
se esquecem que todos são afetados 
pelo transtorno. Muitos casais não 
compreendem que suas ações e atos 
interferem de forma crucial no desen-
volvimento e eficácia do tratamento. 
A criança/jovem, em todos os mo-
mentos, sente o que de fato aconte-
ce na família e se ele(a) é realmente 
compreendido(a) ou não. 
O treinamento parental é a base 
para compreender o que realmen-
te acontece com a pessoa com TOD, 
como eles se sentem, reagem e inter-
pretam o seu entorno. O treinamento 
consiste em preparar os pais e respon-
sáveis para intervir de forma eficaz, 
com controle da situação. O primeiro 
passo é reconhecer os sintomas do 
TOD, saber quando é uma birra (por-
que toda criança faz birra) e quando é 
uma crise, saber essa diferença facilita 
muito o segundo passo, que é saber 
qual a atitude a ser tomada. 
se verificaram a redução da irritabili-
dade e o controle da frustração. 
Ainda não há estudos que com-
provem efetivamente a eficácia real de 
nenhum dos fármacos, mas, sim, uma 
redução dos sintomas, levando em 
consideração cada caso. Analisando-
-se os efeitos adversos, alterando-se as 
dosagens e monitorando-se o processo 
pode-se chegar ao fármaco mais propí-
cio à criança. 
Infelizmente, os sintomas do TOD, 
em sua grande maioria, não são reduzi-
dos somente com a terapia e o treina-
mento parental. Em 2,7% a 40% de ocor-
rência do caso é necessário o tratamento 
farmacológico conjunto para que se al-
cancem os resultados esperados. 
Em conjunto 
O transtorno opositivo desafiador, 
quando isolado, é tratado com terapia 
psicológica específica para modelação 
de comportamento. É a cognitiva-
-comportamental. Outro aspecto é o 
treinamento parental em conjunto, 
para que todos os procedimentos que 
são utilizados nas terapias sejam refor-
çados em casa. Assim, a criança conse-
O bebê usa o choro para conseguir o que quer, mas 
conforme vai crescendo, e aprendendo as questões 
sociais, vai modulando esse comportamento

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