Buscar

Fraturas e Consolidação Óssea

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
1 
FRATURA 
• Solução de continuidade óssea. 
• Pode ser completa ou incompleta. 
• Resultado de sobrecarga única (ex. trauma – 
acidente automobilístico) ou repetitiva (ex. 
fratura por estresse – maratonista). 
• Exposta X fechada: a fratura exposta não tem 
que ter necessariamente um osso pra fora. Pode 
ser apenas a comunicação entre o hematoma 
fraturário e o meio externo. 
• Simples (apresenta apenas 2 fragmentos ósseos) 
X cominutiva (mais de 2 fragmentos). 
CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA 
FASES - SOBREPOSTAS 
1. Inflamatória: dura em torno de 2 semanas. 
Processo que leva ao recrutamento de 
fibroblastos, condrócitos e condroblastos. 
2. Reparo: calo mole (basicamente feito de 
cartilagem) → calo duro (início da formação óssea 
– visualizado no RX). Dura em torno de 6 semanas. 
3. Remodelação: tem início na semana 4 e vai até o 
2º ano (24 meses). 
 
Para que haja a consolidação óssea, é necessária: 
• Estabilidade: gesso, placa, haste. 
• Biologia: questões do próprio organismo. 
 
 
PRINCÍPIOS DE FIXAÇÃO 
REDUÇÃO DA FRATURA PARA RESTAURAR 
AS RELAÇÕES ANATÔMICAS 
• Existem várias técnicas de redução, sendo a mais 
simples denominada de tração-contra tração. 
• Redução mais anatômica possível. 
Imagem: mãos da direita 
(situadas próximas ao punho 
do paciente) puxando o 
membro para direita, 
enquanto as outras mãos 
(situadas no antebraço) fazem o movimento de contra 
tração. Ou seja, uma puxa e a outra segura. Acima 
do braço, é feito um movimento axial com o ponta bola 
para reduzir, na tentativa de melhorar as 
deformidades. 
Normalmente, esse processo é feito no centro 
cirúrgico com o paciente anestesiado. Evita-se fazer 
reduções em pronto-socorro. 
FIXAÇÃO DA FRATURA PROMOVENDO 
ESTABILIDADE ABSOLUTA OU RELATIVA 
• Após a tração, é necessário agregar 
algum método de fixação (gesso, 
haste, placa). 
• A escolha do método de fixação vai 
depender do grau de deformidade e da 
instabilidade da fratura. Exemplos: 
❖ Fraturas incompletas → gesso. 
❖ Fraturas cominutivas → tratamento cirúrgico. 
PRESERVAÇÃO DO SUPRIMENTO SANGUÍNEO 
• Deve-se tentar 
preservar ao máximo a 
biologia, evitando danos às 
partes moles. 
• Evitar incisões muito grandes. 
 
OSTEOSSÍNTESE 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
2 
MOBILIZAÇÃO SEGURA E PRECOCE 
• Reabilitação precoce. 
• Em relação a pisar no chão, às vezes demora um 
pouco mais, mas em relação à mobilização, na 
grande maioria das vezes, pode ser feita logo. 
• Importante: o torniquete NUNCA deve ser feito 
no pré-hospitalar. 
ESTABILIDADE 
ESTABILIDADE RELATIVA 
• Consolidação secundária com 
formação de calo ósseo → método 
natural em que o corpo faz 
inicialmente um hematoma ao redor 
do envelope do osso, e depois, há a 
substituição por cartilagem, e em seguida, por 
osso, completando a remodelação e a consolidação. 
Fratura de fêmur: desvio dos 
fragmentos, com pouco contato entre 
eles. Formação do calo ósseo ao redor. 
Neste caso, é possível que o membro 
fique com deformidades, mas a fratura 
se consolidou naturalmente. 
Se colocar gesso sem reduzir, vai consolidar de forma 
desviada, o que é chamado de consolidação viciosa. O 
paciente fica com limitações e, para corrigir a lesão 
depois desse estágio, tem que abrir, quebrar o calo 
ósseo, refazer e fixar. 
ESTABILIDADE ABSOLUTA 
• Consolidação primária sem formação de calo 
ósseo. Método não natural: Redução de forma 
anatômica → compressão entre os fragmentos. 
• Métodos para compressão: placa, parafusos, fios. 
Fratura de tíbia: abertura, redução 
de forma anatômica, colocação dos 
fragmentos justapostos e passagem 
de parafusos para compressão. 
❖ Normalmente é utilizada nas fraturas articulares 
(ex. joelho, punho) para não haver formação de 
calo ósseo (mais frágil que o parênquima do osso; 
predispõe à refratura). 
IMPLANTE 
GESSO 
• Redução dos fragmentos 
→ estabilização (relativa). 
• Geralmente, utilizado em 
fraturas pouco desviada e 
em crianças. 
PLACAS 
• Estrutura metálica (normalmente feita de aço 
inoxidável) com espaços pra colocação dos 
parafusos. 
❖ Não bloqueada. 
❖ Bloqueada. 
Fratura de tíbia: estabilidade 
relativa com placa. A vantagem 
para diáfise é que, em geral, se 
consegue preservar o 
suprimento sanguíneo. 
Lembrete: pra fazer compressão, é necessário expor 
a fratura, reduzir anatomicamente e fixar. Para 
fraturas diafisárias (tíbia, antebraço, úmero) faz 
preferencialmente estabilidade relativa. 
PARAFUSO 
Fratura de escafoide: inserção de 
parafuso para estabilização 
absoluta (abertura, colocação dos 
fragmentos justapostos e compressão). 
HASTE INTRAMEDULAR 
Incisão da tíbia: incisão na parte 
superior → passagem da haste por 
dentro da medula → fixação com 
parafusos na parte inferior. Bloqueio na 
rotação da haste. Estabilidade relativa. 
Lembrete: sempre que é uma articulação exige 
redução anatômica. 
FIXADOR EXTERNO 
• Posicionado para fora da pele. 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
3 
• Muito usado, 
principalmente, em situações em 
que há sinais infecciosos ou 
grandes danos em partes 
moles. Após controle da infecção e melhora das 
partes moles, é colocado um implante (ex. placa). 
• Os pinos do fixador externo têm que obedecer a 
uma distância de pelo menos 4cm do foco da 
fratura, ou seja, ficam proximal e distal. 
• Estabilidade relativa. 
FIOS DE HIRSCHNER 
• Fio de aço inox. 
• Diâmetros variados: 0,5 – 4mm. 
• Redução → fixação dos 
fios cruzados. 
• Estabilidade relativa. 
• Após o período de 
remodelação (4-6 semanas), faz a retirada dos 
fios (em geral, ficam pra fora, basta puxar; feita 
em centro cirúrgico). 
GRANDE REVISÃO 
• Estabilidade relativa: basta fazer o alinhamento, 
não precisa ter a redução anatômica. 
• Estabilidade absoluta: a estabilidade anatômica é 
necessária, sendo feita com placa, parafuso ou fios. 
Consolidação óssea sem a formação do calo ósseo. 
Early total care. 
• Implantes: 
❖ Gesso: estabilidade relativa. 
❖ Placa: relativa ou absoluta – depende da forma. 
❖ Parafusos: em geral, absoluta. 
❖ Haste intramedular: na maioria, relativa. 
❖ Fixador externo: relativa – damage control. 
❖ Fio de Kirschner: relativa. 
COMPLICAÇÕES 
CONSOLIDAÇÃO VICIOSA 
• A fratura consolida de forma inadequada, sem 
redução anatômica, ou com rotação dos 
fragmentos/perda do alinhamento. 
 
RETARDO DE CONSOLIDAÇÃO 
• Quando a consolidação da fratura não ocorre no 
período esperado (6-8 semanas). 
Fratura de fêmur tratada com 
fixador externo: o pino foi passado 
muito próximo da fratura, o que 
predispõe à infecção óssea. 
Atualmente, para tratamento de 
fratura de fêmur, usa-se haste ou placa. 
Apesar do atraso na consolidação, ainda pode 
acontecer sem necessidade de intervenção cirúrgica. 
PSEUDOARTROSE 
• A fratura ainda existe e o processo de 
consolidação cessou. 
• A fratura não vai consolidar sem intervenção 
cirúrgica. 
A OMS define um prazo de 9 meses. Após esse 
período, se a fratura não consolidou, não vai mais 
consolidar, independente do tratamento tentado. No 
retardo da consolidação, pode-se tentar mudar o 
método, porém na pseudoartrose, se não houver 
intervenção cirúrgica, não vai consolidar.

Continue navegando