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CONCEPÇÕES TEÓRICAS NA PROPAGANDA Marcilene Forechi Conceitos básicos de propaganda e publicidade Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os significados de publicidade e de propaganda. Diferenciar publicidade e propaganda. Interpretar as funções da publicidade e da propaganda. Introdução Publicidade e propaganda são dois termos de uso bastante corriqueiro nas sociedades capitalistas contemporâneas e é muito comum que sejam empregados indistintamente, como se fossem sinônimos. Isso ocorre porque muitos profissionais e pesquisadores, especialmente no Brasil, não estabelecem distinções e usam tanto “publicidade” quanto “propaganda” como se fossem equivalentes e se referissem à mesma prática ou processo. No mercado e no meio acadêmico, você vai encontrar profissionais e pesquisadores que defendem ser a publicidade e a propaganda si- milares e equivalentes. Vai se deparar também com problematizações que posicionam as duas ferramentas em situações distintas, atribuindo a elas sentidos e significados diferentes. De modo geral, podemos dizer que tanto uma como a outra se referem a práticas de persuasão e de convencimento, com o objetivo de levar pessoas a comprarem produtos e serviços ou a aderirem a ideias, princípios e valores. Neste capítulo, você entenderá os significados da publicidade e da propaganda a partir das palavras que deram origem aos conceitos e saberá como se posicionar ao definir o que seja uma ou outra prática. Também vai encontrar condicionantes que permitem distinguir publici- dade e propaganda e verá quais funções essas práticas comunicacionais exercem nas sociedades. Os significados da publicidade e da propaganda Publicidade e propaganda são práticas sociais e culturais. Vistas dessa forma, podemos considerar que se transformam ao longo do tempo e incorporam novos elementos ao se utilizarem de novas técnicas e instrumentos de produção e difusão. Podemos dizer que a publicidade e a propaganda só fazem sentido se estiverem associadas ao momento em que vivemos. Suas práticas sempre estarão ancoradas na realidade atual. Os argumentos para o convencimento serão criados a partir da nossa realidade, do momento vivido e das relações vigentes no nosso tempo, assim como as estratégias para que esses argumentos sejam considerados verdadeiros, tanto pelos consumidores de produtos e serviços quanto por apoiadores de uma causa ou ideia. Essa percepção, de que publicidade e propaganda são vivas e se transformam no tempo, é muito útil para que você compreenda que elas sempre estarão alinhadas a discursos vinculados à realidade, que funcionam em determinado momento da nossa história. Mas, afinal, existe diferença entre publicidade e propaganda? Quais seriam essas diferenças? Os dois termos, publicidade e propaganda, parecem ser gêmeos idênticos, estão sempre juntos e são usados, quase sempre, de forma indistinta. É bom que você saiba que não há consenso quanto a esses conceitos, tanto academi- camente quanto entre profissionais do mercado. Se essa falta de consenso não chega a criar problemas práticos, costuma deixar estudantes e profissionais de publicidade e propaganda em “maus lençóis”, sem saber o que dizer quando indagados sobre a diferença. Além disso, a falta de conceitos sólidos para os termos cria dificuldades adicionais quando é preciso fundamentar teoricamente essas práticas de comunicação em trabalhos de pesquisa ou mesmo em projetos para atender a editais ou atividades profissionais. Ciente dessa dificuldade, tomamos como referência um estudo conduzido pela pesquisadora Neusa Damartini Gomes, cujos resultados parciais estão sintetizados no artigo “Dialética da Publicidade e da Propaganda” (GOMES; CORRADI; CURY, 1998). No texto, de forma bastante consistente, a pesqui- sadora problematiza os conceitos de publicidade e propaganda e estabelece diferenças entre eles a partir de seus condicionantes históricos e técnicos. Além disso, situa os dois conceitos numa perspectiva mais abrangente, que inclui o marketing, outro termo de difícil definição e que também é frequentemente empregado como sinônimo de publicidade e propaganda. No mesmo artigo, Gomes questiona o paradoxo que há em nomear os cursos de “Publicidade e Propaganda” no Brasil. Ora, se as duas práticas são Conceitos básicos de propaganda e publicidade2 O cigarro, um produto bastante consumido na nossa sociedade, nos permite pensar nessa relação da publicidade com o momento que vive a sociedade. O ato de fumar já foi associado a pessoas modernas, à virilidade e à elegância. Atualmente, o segmento se encontra fortemente regulado no mundo todo e as ações para promover o cigarro e do hábito de fumar não são mais permitidas. Isso ocorre tanto do ponto de vista legal, por meio de leis que proíbem a propaganda, a publicidade e o consumo em espaços públicos, quanto do ponto de vista cultural, com a proliferação de movimentos contrários ao tabagismo. No contexto atual, fazer propaganda de cigarro não faz mais o menor sentido, não é mesmo? Nas décadas de 1970 e 1980, porém, o mercado de cigarros brasileiro era visto como um “grande negócio”, já que empresas como a Souza Cruz investiam milhões em campanhas publicitárias. Foi nessa época que o mercado percebeu que o interesse do público feminino não se concentrava mais em eletrodomésticos e produtos para o lar. Uma campanha famosa no Brasil foi a da marca de cigarros “Charm”, vendendo a ideia de que seu produto era especialmente desenvolvido para pessoas elegantes, sofisticadas, bem-sucedidas e sedutoras. Naquele momento, em que ainda se permitia fazer publicidade, mas, já havia uma série de restrições e imposições legais relativas ao cigarro, o mercado publicitário buscou na realidade — de forte visibilidade para os movimentos feministas e de empoderamento das mulheres — elementos para vender não tanto o produto mas a ideia do ato de fumar como afirmação de independência e sucesso. Fonte: Adaptada de Milagres (2011). 3Conceitos básicos de propaganda e publicidade tomadas como uma só, que sentido há em denominar cursos de graduação a partir dos dois termos? Você já deve ter observado também que, apesar do nome dos cursos ser “Publicidade e Propaganda”, o profissional formado pelas instituições de ensino é o publicitário e não o propagandista. Outro ponto destacado pela pesquisadora se refere à designação das empresas que atuam na área: existem agências de publicidade, agências de publicidade e propaganda, e agências de propaganda. No final das contas, porém, todas realizam trabalhos bem semelhantes, senão idênticos. A distinção entre os termos “publicidade” e “propaganda” não é consenso entre pesquisadores e profissionais do mercado. O pesquisador Daniel dos Santos Galindo (2008), por exemplo, entende que existe equivalência entre os dois termos. Em suas análises e estudos, adota o conceito definido pelas “Normas-Padrão da Atividade Publicitária”, elaboradas a partir da lei nº 4680/65 e os decretos nº 57690/66 e 2262/97, que apresentam a seguinte definição: “Publicidade ou Propaganda é, nos termos do art. 2º de dec. n º 57.690/66, qualquer forma remunerada de difusão de ideias, mercadorias, produtos ou serviços por parte de um anunciante identificado”. Assim, ao utilizar uma definição conceitual para os termos, você deve estar ciente de que irá encontrar outras possibilidades, algumas totalmente contrárias às apresentadas nesse material. Por isso, é importante que você busque fontes diversificadas e confiáveis de informação. Origens diferentes; significados distintos Vejamos, então, do ponto de vista da origem dos termos, que signifi cados têm publicidade e propaganda. Etimologicamente, o termo “publicidade” se relaciona ao que é público e sua origem pode ser localizada no vocábulo publicus, do latim. Já propaganda se relaciona àquilo que se propaga, sendo que sua origem se encontra na palavrapangere, também do latim, que signifi ca enterrar, mergulhar, plantar. Como você pode perceber, a julgar pela origem dos termos, publicidade e propaganda não poderiam ser tomados como sinônimos. Na prática, atribui-se à propaganda o sentido daquilo que se torna público por meio de canais e meios não pagos, enquanto a publicidade é uma peça publicitária, um anúncio que, Conceitos básicos de propaganda e publicidade4 por meio de pagamento, será veiculado em alguma mídia. Santos e Cândido (2017) conceituam os termos da seguinte maneira: Propaganda — é um modo de persuadir e difundir uma crença, uma doutrina, uma ideia, uma ideologia, um princípio e/ou uma religião, não visando fins lucrativos e não anunciando em nome de alguma empresa ou sobre algum produto. Sendo assim, a propaganda procura atingir um determinado público e fazê-lo, por exemplo, pensar sobre algum problema social, observando a sociedade como um todo. Publicidade — é, basicamente, a difusão de uma ideia que, através de algum meio de comunicação, busca influenciar alguém a comprar algum produto ou serviço, criando nessa pessoa o sentimento de desejo pelo que é anunciado. Ela pode ser definida como a promoção de ideias, produtos e/ou serviços, anunciada por um ser identificado, com um público-alvo definido e visando o lucro. Ainda, por meio dela, busca-se construir o valor de uma marca ou empresa. Diferenças entre publicidade e propaganda Agora que você já compreendeu os signifi cados da publicidade e da propaganda, vamos nos concentrar em investigar as diferenças um pouco mais a fundo. Ainda que os termos sejam usados como equivalentes e tenham sentidos idênticos nas práticas profi ssionais, você precisa saber quando faz propaganda e quando faz publicidade. Assim, vamos sempre pensar que há diferenças e que existem, do ponto de vista teórico, condicionantes capazes de distinguir uma prática da outra. Nós já estamos de acordo que tanto a propaganda quanto a publicidade podem ser tomadas como meios de comunicar, que têm por objetivo informar, persuadir e convencer, levando pessoas e instituições a tomarem determina- das atitudes (comprar produtos, por exemplo) ou assumirem determinados posicionamentos (aderirem a uma causa ou adotarem determinado tipo de comportamento). Ainda que a publicidade e a propaganda estejam muito vin- culadas à ideia de venda, de consumo e de persuasão, elas são também modos de informar a sociedade sobre um produto, serviço, pessoa ou instituição. A publicidade e a propaganda se manifestam de diversos modos e por diferentes meios. Uma instituição pública, por exemplo, pode lançar mão tanto da publicidade quanto da propaganda para promover mudanças de hábitos na população. Uma prefeitura municipal, a partir do entendimento das vantagens 5Conceitos básicos de propaganda e publicidade da bicicleta como meio de transporte, pode fazer propaganda dessa ideia sugerindo pautas para os veículos de comunicação jornalísticos, apoiando e patrocinando eventos esportivos, realizando ações educativas em escolas, entre outras ações. Pode também fazer publicidade dessa ideia, comprando espaço em meios de comunicação para veicular peças publicitárias em diversos formatos – impresso, audiovisual ou digital. Podemos considerar que publicidade e propaganda possuem dois elementos em comum que as identificam: a capacidade informativa e a força persuasiva. Uma terceira característica poderia ser o que as diferencia de fato. No caso da publicidade, o terceiro elemento característico seria o caráter comercial, enquanto que, na propaganda, esse elemento seria o caráter ideológico. No exemplo da bicicleta, percebemos claramente a diferença. Enquanto a propaganda promove a ideia de que a bicicleta é um meio de transporte eficaz e traz benefícios para a vida das pessoas e para o meio ambiente, a publicidade irá convencer as pessoas a usarem algum serviço ou comprarem um produto. Nesse caso, o produto pode ser um tipo de isenção para a compra de produtos, a possibilidade de adesão ao uso coletivo de bicicletas, entre outros. “Mídia” é uma expressão que se origina no latim medium e significa meio. Quando falamos em mídia, estamos nos referindo tanto ao suporte que irá conduzir a men- sagens (digital, impresso) quanto ao conjunto dos meios de comunicação de massa, que incluem jornais, revistas, televisão, rádio e o cinema, além dos suportes digitais. Mídia também é o termo que identifica o departamento, nas agências de publicidade, responsável por selecionar os canais de divulgação e avaliar quais são mais eficazes na veiculação da mensagem. Outro modo de distinguir entre propaganda e publicidade consiste em você se orientar por condicionantes que se associam a cada uma das práticas. Gomes, Corradi e Cury (1998), no texto “Dialética da Publicidade e da Propa- ganda” diferencia as duas práticas a partir de seus condicionantes históricos e técnicos. O que a autora demonstra é que, além de se distinguirem pelas origens etimológicas diferentes, as duas práticas têm histórias e possibilidades técnicas distintas. Conceitos básicos de propaganda e publicidade6 Condicionantes históricos da publicidade A história da civilização registra vários momentos em que se usou esta técnica de comunicação para reforçar (antigos) ou criar (novos) hábitos de consumo. Em seu sentido atual, a publicidade nasce com a Revolução Industrial, a produção em série, a urbanização, os meios de comunicação de massa, os meios coletivos de transporte, entre outros. A produção em massa (processo de industrialização) exige que se venda em massa. A partir do momento em que a produção deixa de ser artesanal, é necessário que se criem novos mercados e consumidores para os produtos. O agenciamento de espaços publicitários como temos hoje, com a publici- dade usando os espaços de jornais e revistas, surgiu no século XX. Ao mesmo tempo em que a publicidade financiava os meios, principalmente os jornais no início daquele século, passou a garantir a existência deles. A publicidade, assim, é um fenômeno social do século XX e pode ser datada e relacionada a eventos e fenômenos desse período. Condicionantes técnicos da publicidade Os condicionantes técnicos da publicidade são três. Em primeiro lugar, é necessário ter um produto ou um serviço para oferecer ao mercado, em tal quantidade que sua promoção justifi que o uso dos meios massivos. Em segundo lugar, é necessário planejar, criar e produzir um anúncio ou um conjunto de anúncios, denominado de campanha publicitária. Em terceiro lugar, o anúncio ou campanha devem ser veiculados, isto é, inseridos em meios de comunicação, por meio da compra de espaço publicitário. A publicidade sempre será identificada pelo seu patrocinador (o anunciante que paga pelo espaço) e sempre ocupará um espaço delimitado dentro dos veículos de comunicação, como espaço comercial. Essa identificação sempre ocorre, mesmo que a publicidade seja inserida num espaço alternativo, como numa telenovela, num programa de auditório ou num filme. Condicionantes históricos da propaganda A propaganda surge num contexto em que o predomínio da Igreja Católica se encontrava ameaçado com o nascimento e a difusão das ideias luteranas. Naquele contexto, foi criada uma ordem específi ca para propagar a fé cató- lica. Assim, o termo propaganda se liga a doutrina e já conta mais de quatro séculos de uso no sentido como o conhecemos hoje. Gomes, Corradi e Cury 7Conceitos básicos de propaganda e publicidade (1998) nos diz que a propaganda, no terreno da comunicação social, consiste num processo de disseminação de ideias por meio de múltiplos canais não necessariamente favoráveis ao receptor. Propaganda é o controle do fl uxo de informação, direção da opinião pública e manipulação de condutas, mas também é a disseminação de condutas desejáveis. Condicionantes técnicos da propaganda Os condicionantes técnicos da propaganda também são três. É necessário quehaja uma ideia ou uma doutrina a oferecer ao público ou a um indivíduo e que se justifi que o uso dos meios massivos. Em seguida, é necessário planejar, criar e produzir a informação, com a intenção de reforçar ou modifi car com- portamentos ideológicos. Como terceiro condicionante, a informação deve ser veiculada em meios de comunicação, não necessariamente na forma de anún- cios. Por se tratar de mensagem de caráter ideológico, nem sempre o promotor das informações será identifi cado. A propaganda poderá ser disseminada em espaços editoriais dos veículos, no formato de reportagens, notas, editoriais e artigos, em peças de teatro, no cinema e em materiais didáticos, entre outros. Funções da publicidade e da propaganda A publicidade exerce efeitos sobre a sociedade. Esse é um fato que pode ser observado mesmo por pessoas que não são da área. Esses efeitos são observados principalmente nas ações de consumidores em direção à compra de determinados bens ou serviços. Mais do que isso, porém, a publicidade e a propaganda são práticas que provocam mudanças no modo como a própria sociedade se comporta, além de impactarem a economia e os diversos seg- mentos, culturais, sociais e políticos. Podemos dizer que a propaganda e a publicidade têm por funções principais: conectar empresas, instituições e pessoas a seus públicos; estimular a inovação e a concorrência; oferecer sustentação comercial e editorial aos meios de comunicação. Com a entrada massiva da internet na vida das pessoas e das empresas, principalmente a partir da consolidação das redes sociais digitais, como o Facebook e o Instagram, sofreu mudanças significativas a relação entre o modo como a publicidade e a propaganda interferem nos negócios e geram Conceitos básicos de propaganda e publicidade8 dinheiro e valores. Ao oferecerem seus serviços, as plataformas de redes sociais “vendem” a ideia de que são gratuitas. Sabemos, no entanto, que empresas como o Facebook têm por objetivo o lucro e o modo como as informações postadas por usuários são usadas não é apresentado de forma clara. Fato é que a redes sociais se tornaram nichos promissores para a propaganda e a publicidade. Ao colocar um produto no mercado, uma empresa quer que aquele produto seja desejado e comprado por um número grande de consumidores. A publici- dade e a propaganda são instrumentos que permitem que um produto se torne visível para um público anônimo e impessoal, garantindo a consolidação da ideia e mostrando o quanto aquele produto específico pode ser bom para satisfazer o desejo e a necessidade de consumo. A publicidade e a propaganda se encaixam no esquema da economia de livre mercado e, nessa perspectiva, podemos pensar em funções que as duas exercem na sociedade. Usamos o livro “Propaganda” (ARENS; SCHAEFER; WEIGOLD, 2013) como referência para elencar suas funções. É importante você perceber que esses autores não fazem distinção entre propaganda e publicidade e as consideram como sinônimos. Apesar de não haver referência explícita à publicidade, quando afirmam que a propaganda surge com a Revolução Industrial, os autores se aproximam das definições propostas nesse capítulo. Considerando os condicionantes históricos propostos por Gomes, pode-se deduzir que eles se referem à publicidade. Quando fazem análise da trajetória da Coca-Cola, por exemplo, podemos observar, com base nas definições apontadas no primeiro e segundo item desse capítulo, que as estratégias apontadas por eles se aproximam tanto do conceito de publicidade quanto do conceito de propaganda. Conheça as sete funções e influências da publicidade e da propaganda como ferramentas de comunicação. Função 1 — identificar os produtos e suas fontes, além de diferenciá- -los de outros. Essa é considerada uma das funções mais básicas da publicidade e da propaganda e se relaciona à atribuição e consolidação de marca. Função 2 — transmitir informações sobre o produto, características e pontos de venda. Esta função é aquela que vai permitir ao consumidor saber o que é o produto e, tão importante quanto, saber onde ele poderá ser comprado. Função 3 — induzir os consumidores a experimentar novos produtos e propor sua recompra. Essa função permite apresentar novas possibi- 9Conceitos básicos de propaganda e publicidade lidades ao consumidor e a empresas, além de abrir espaço para novas demandas. Função 4 — estimular a distribuição de um produto. Os produtos passam a circular em ambientes diversos por meio da ação dos meios de comuni- cação, facilitando o intercâmbio com regiões distantes geograficamente. Função 5 — intensificar o uso do produto. Na medida em que os pro- dutos circulam por mais ambientes e se consolidam como necessários, o consumo se intensifica atingindo novos públicos. Função 6 — criar valor, preferência pela marca e lealdade. Marcas são lembradas porque seus produtos são consumidos em larga escala e também porque os consumidores as associam a valores que eles compartilham. Função 7 — diminuir os custos gerais das vendas. As funções anteriores nos trazem a esta última, que é a melhoria da relação custo-benefício para marcas e consumidores. Um exemplo de como funcionam a propaganda e a publicidade pode ser observado nas campanhas que o Ministério da Saúde faz contra a paralisia infantil. A fim de tornar público um assunto considerado de utilidade pública, o ministério lança mão de instrumentos da assessoria de imprensa para divulgar informações sobre a doença, sobre os modos de evitá-la, sobre a economia que o Estado faz com a gestão da saúde e sobre qualidade de vida. Ao mesmo tempo, por meio de agências de publicidade, o poder público produz e veicula campanhas que incluem anúncios em espaços pagos nos veículos de comunicação, outdoors em pontos estratégicos das cidades, cartilhas educativas, folders e eventos. Fonte: Adaptada de Prefeitura de Barra do Chapéu (2018, documento on-line). Conceitos básicos de propaganda e publicidade10 ARENS, W. F.; SCHAEFER, D. H.; WEIGOLD, M. F. Propaganda. 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