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Nicolau Maquiavel Nicolau Maquiavel foi um dos principais autores de sua época, o Renascentismo, que consiste em um intermédio entre a Idade Média e a Modernidade. Defensor do absolutismo e de ações duras e austeras por parte de um governante quando necessário, Maquiavel foi injustiçado ao entrar para a história como o patrono da expressão “maquiavélico”, utilizada para designar alguém capaz de tudo pelo poder. Para Maquiavel, a conservação do poder nas mãos de um bom governante, mesmo que em situações de maior controle, é condição necessária para a conservação da ordem política. Teoria de Maquiavel Apesar de ser uma república, Florença não era exatamente democrática. Os cargos políticos, sobretudo o Executivo, eram dados a uma classe de pessoas ligada à burguesia e à nobreza. Os Médici, por exemplo, eram uma família de duques, nobres donos de terras originários da Toscana. A teoria política de Maquiavel reflete o que ele vivenciou: uma política não democrática em uma cidade cheia de conflitos internos e externos pelo poder, além de sofrer a forte influência da Igreja Católica. Em sua teoria política, Maquiavel destacou a importância de se manter o poder, ou seja, do governante manter-se no governo, para que o Estado e a ordem social sejam preservados. Ele se destacou como um teórico do absolutismo, mas é necessário observar o porquê: mais por conservação da ordem do que por concordar com qualquer formação de privilégios políticos. Assim como outros renascentistas, ele inovou ao separar o domínio religioso dos demais domínios. No caso, Maquiavel foi importante por separar o domínio religioso do domínio político. Isso foi inaugurado pelos humanistas cívicos que surgiram com o Renascimento. Conforme o professor João Aparecido Gonçalves Pereira: “Como o humanismo cívico foi um movimento que aconteceu nas diversas áreas do conhecimento, quando se trata do âmbito político, ele não significou somente uma recuperação do discurso filosófico greco-romano e dos assuntos que haviam sido desconsiderados da pauta da filosofia cristã, mas também uma mudança de paradigma do pensamento em torno da condição humana inserida no mundo empírico. Isto é, passou-se a considerar como importante a vida terrena dos homens com os seus respectivos desdobramentos, como as atividades políticas e sociais”. |1| Ora, a obra de Maquiavel demarcou essa mudança de paradigma do Renascimento no âmbito político, na vida política, na vida pública, no âmbito jurídico, no funcionalismo público etc. O Príncipe O Príncipe é um manual para os governantes sobreviverem no poder. Nesse livro, Maquiavel apontou aquilo que é necessário para que haja a conservação do poder e a consequente conservação do Estado em uma cidade. Dentro da obra de Maquiavel, podemos destacar alguns pontos centrais encontrados no livro em questão: Virtu e fortuna: é melhor ter a virtu do que contar apenas com a fortuna, isto é, é melhor ter uma capacidade de provisão, uma força e, em alguma tradução, até a virtude, do que contar apenas com a sorte. Virtu é toda a característica de bom preparo do governante. Ter a boa sorte é bom, mas aquele que tem a boa sorte, e está preparado para a sorte ruim, permanece no poder. Os fins justificam os meios: Maquiavel não disse essa frase, mas ela foi atribuída à sua obra por estar alinhada com o seu pensamento. Um bom governante, para manter o governo e a ordem social, precisa tomar medias impopulares e até cruéis às vezes. Em nome da ordem, essas medidas são justificáveis. Ser amado é bom, mas é preferível ser temido: o temor impede a revolta. O amor é inconstante, e a confiança do amor permite a revolta. Não é de todo ruim ter algum amor do povo, mas é melhor ser temido, pois o que teme não se levanta contra. Ações populares e ações impopulares: as ações populares, aquelas que agradam ao povo, que são boas para o povo, devem ser feitas lentamente. As ações impopulares devem ser feitas de uma vez. Essa tática visa a manter a popularidade do governante. Ele sempre será lembrado como bom, caso venha de tempos em tempos soltando parte do resultado de sua ação popular, e será rechaçado por um tempo (mas logo cairá no ostracismo), se tomar uma medida impopular de uma vez. Filosofia Medieval A filosofia medieval foi desenvolvida na Europa durante o período da Idade Média (séculos V-XV). Trata-se de um período de expansão e consolidação do Cristianismo na Europa Ocidental. A filosofia medieval tentou conciliar a religião com a filosofia, ou seja, a consciência cristã com a razão filosófica e científica. Isto pode parecer paradoxal em nossa época, mas naquele tempo era perfeitamente compreensível. Características: Resumo As principais características da filosofia medieval são: Inspiração na filosofia clássica (Greco-romana); União da fé cristã e da razão; Utilização dos conceitos da filosofia grega ao cristianismo; Busca da verdade divina. Muitos filósofos dessa época também faziam parte do clero ou eram religiosos. Nesse momento, os grandes pontos de reflexão para os estudiosos eram: a existência de Deus, a fé e a razão, a imortalidade da alma humana, a salvação, o pecado, a encarnação divina, o livre-arbítrio, dentre outras questões. Sendo assim, as reflexões desenvolvidas no medievo, ainda que pudessem contemplar os estudos científicos, não podiam se contrapor à verdade divina relatada pela Bíblia. Filosofia Patrística Agostinho de Hipona Vitral com a imagem de santo Agostinho, bispo de Hipona A filosofia patrística foi desenvolvida a partir do século IV e permaneceu até o século VIII. Recebe esse nome porque os textos desenvolvidos no período foram escritos pelos chamados "Padres da Igreja" (Pater, "pai", em latim). A patrística se preocupava em adaptar os ensinamentos da filosofia grega aos princípios cristãos. Baseava-se nas obras de Platão e identificava a Palavra de Deus com o mundo das ideias platônicas. Partiam do princípio de que o homem seria capaz de entender a Deus através da sua revelação. Esta é uma fase inicial de desenvolvimento da filosofia medieval, quando o Cristianismo está concentrado no Oriente e vai se expandindo pela Europa. Por isso, a maioria dos filósofos era também teólogos e o tema principal era a relação da razão e da fé. Os Padres da Igreja precisavam explicar conceitos como imortalidade da alma, existência de um só Deus, e dogmas como a Santíssima Trindade, a partir da filosofia grega. Dentre os Padres da Igreja destacam-se santo Irineu de Lyon, santo Inácio de Antioquia, são João Crisóstomo, santo Ambrósio de Milão, entre muitos outros. O filósofo mais destacado do período, porém, foi Santo Agostinho de Hipona. Filosofia Escolástica Baseada na filosofia de Aristóteles, a Escolástica foi um movimento filosófico medieval que se desenvolveu durante os séculos IX e XVI. Ela surge com o intuito de refletir sobre a existência de Deus, da alma humana, da imortalidade. Em suma, desejam justificar a fé a partir da razão. Por isso, os escolásticos defendiam ser possível conhecer a Deus através do empirismo, da lógica e da razão. Igualmente, a Escolástica pretende defender a doutrina cristã das heresias que apareciam e que ameaçavam romper com a unidade da cristandade. Grandes filósofos da escolástica foram são Bernardo de Claraval, Pedro Abelardo, Guilherme de Ockham, o beato João Duns Escoto, entre outros. Nesse período, o filósofo mais importante foi São Tomás de Aquino e sua obra "Summa Teológica", onde estabelece os cinco princípios para provar a existência de Deus. A Escolástica permaneceu em vigor até a época do Renascimento, quando começa a Idade Moderna. Galileu Galilei Galileu Galilei foi um importante astrônomo, físico e matemático italiano. Ele é considerado um marco da revolução científica nas áreas da física e da astronomia. Os estudos de Galileu foram fundamentais para o desenvolvimento da mecânica (movimento dos corpos) e a descoberta sobre os planetas e os satélites. Fundador da Ciência Moderna e Pai da Física Matemática, uma de suas relevantes contribuições reside, propriamente, na criação dométodo científico. Invenções de Galileu Além de filósofo, professor, físico e astrônomo, Galileu foi um inventor. Suas criações o auxiliaram no aprofundamento de teorias sobre o movimento dos corpos, a inércia e os astros. Como exemplo, podemos citar: o relógio de pêndulo, o binóculo, o telescópio astronômico, a balança hidrostática, o compasso geométrico, uma régua calculadora. Principais Ideias e Descobertas Defensor do Heliocentrismo de Nicolau Copérnico (1473-1543), Galileu refutou as ideias de Aristóteles (384 a.C. - 322 a. C), uma vez que acreditava que a terra não estava no centro do universo (Geocentrismo). Além disso, em 1589, publica um texto que discorda do teoria proposta pelo filósofo grego sobre o peso dos corpos em queda livre. Dessa maneira, demostrou que a velocidade da queda independe do peso dos corpos. Tentou medir a velocidade da luz, mas os equipamentos usados não foram capazes de fazer tal medição. Ao tomar conhecimento de um instrumento que permitia ver objetos à longas distâncias, construiu seu próprio telescópio. Conseguiu aperfeiçoar o equipamento, chegando a um aumento de 30 vezes, o que lhe permitiu fazer inúmeras observações dos corpos celestes. Entre suas descobertas astronômicas destacam-se o relevo da Lua, a composição estelar da Via Láctea, os Satélites de Júpiter e as fases de Vênus. Frases de Galileu "A condição natural dos corpos não é o repouso, mas o movimento." "Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas; o problema é descobri-las." "A Matemática é o alfabeto com o qual Deus escreveu o Universo." O que é o senso comum? O senso comum é a maneira de pensar da maioria das pessoas, correspondendo a algumas noções que são, via de regra, admitidas por boa parte dos indivíduos. É aquele conhecimento que adquirimos ao observar, vivenciar e experimentar o mundo. O senso comum é obtido por meio de conhecimentos empíricos que acumulamos ao longo da vida, sendo passados de geração em geração. Não se baseiam no método científico. Senso comum e senso crítico: diferença O senso comum associa-se aquele conhecimento que não passa por reflexão, sendo aceito pela maioria das pessoas sem questionamentos. Por sua vez, o senso crítico é fortemente baseado em procedimentos de crítica e reflexão, além de passar pelo crivo do método científico e na pesquisa. Dessa forma, o senso crítico analisa as informações utilizando da inteligência para buscar uma conclusão satisfatória sobre os mais variados acontecimentos e significados da vida e do mundo. O que é senso comum na filosofia? Na Filosofia, o termo “senso comum” é muito utilizado para buscar explicar tipos de interpretação realizado por indivíduos sobre a realidade que os cerca, sem que esses passem por nenhum tipo de estudo prévio ou mesmo que apresentem qualquer tipo de prova. Senso comum: exemplos Existem diversas “verdades” que são passadas de geração a geração pelo senso comum, sem que apresentem qualquer tipo de prova ou façam sentido cientificamente. Confira alguns exemplos: o número 13 é sinal de má sorte; vestir meninas recém-nascidas com a cor vermelha traz sorte; chá de boldo cura problemas no fígado. Alienação na Filosofia Hegel (1770-1830), um dos mais importantes filósofos alemães, foi o primeiro a utilizar o termo “alienação”. Segundo ele, a alienação do espírito humano está relacionada com as potencialidades dos indivíduos e dos objetos que ele cria. Assim, é transferida a potencialidade dos indivíduos nos objetos produzidos, criando uma relação de identidade entre os indivíduos, como por exemplo, na cultura. Na filosofia, desde então, o conceito de alienação está associado a uma espécie de vazio existencial. Relaciona-se, assim, com a falta de consciência própria, de modo que o sujeito perde sua identidade, seu valor, seus interesses e sua vitalidade. Como consequência, o sujeito tende a objetificar-se, tornar-se coisa. Em outras palavras, ele torna-se uma pessoa alheia a si mesma. Além do trabalho alienado, conceito bem fundamentado por Marx, na filosofia podemos ainda considerar o consumo alienado e o lazer alienado. A ideia-chave no conceito de alienação é o fato do indivíduo perder o contato com a totalidade das estruturas. Sua visão parcial faz com que ele não compreenda as forças que atuam no contexto. Isto acarreta uma mistificação da realidade. As coisas são entendidas como necessárias, a forma na qual a sociedade se encontra passa a ser entendida como o único modo possível de organização. No consumo alienado, conceito muito explorado, sobretudo nas sociedades capitalistas atuais, os indivíduos são bombardeados por propagandas disseminadas pelos meios de comunicação. Sua liberdade passa a estar constrangida a determinados padrões de consumo. Assim, o indivíduo alienado relaciona sua essência com um padrão de consumo. Os produtos passam a possuir uma aura capaz de atribuir características ao sujeito e suprir suas necessidades. Da mesma forma, a alienação pelo lazer gera indivíduos frágeis, com dificuldade de compreender sua própria personalidade. Isto afeta diretamente sua autoestima, espontaneidade e processos criativos. No lazer, a alienação pode ser gerada pelos produtos e objetos de consumo incentivados pela indústria cultural. Filosofia Política Filosofia política é uma vertente da filosofia cujo objetivo é estudar as questões a respeito da convivência entre o ser humano e as relações de poder. Também analisa temas a respeito da natureza do Estado, do governo, da justiça, da liberdade e do pluralismo. A política, na filosofia, deve ser entendida num sentido amplo, que envolve as relações entre os habitantes de uma comunidade e seus governantes e não apenas como sinônimo de partidos políticos. Definição de Filosofia Política A filosofia política ocidental surgiu na Grécia antiga e dizia a respeito sobre a convivência dos habitantes dentro das cidades-estado gregas. Estas eram independentes e muitas vezes rivais entre si. Tais cidades contemplavam as mais variadas formas de organização política como a aristocracia, democracia, monarquia, oligarquia e, até, a tirania. À medida que as cidades foram crescendo, o termo política passou a ser aplicado a todas as esferas onde o poder estava envolvido. Assim, num sentido amplo, existe política desde aqueles que habitam aldeias, como aqueles que moram em estados-nacionais. Curiosidade A palavra política é de origem grega (pólis) e significa cidade. Principais Filósofos Políticos Inúmeros autores se dedicaram à filosofia política, porém destacaremos os mais importantes como Aristóteles, Nicolau Maquiavel e Jean-Jacques Rousseau. Entre as obras mais influentes da filosofia política está a "Política", de Aristóteles. O pensamento de Aristóteles aponta que a natureza humana é a justificativa para o homem viver em grupo e esta é uma das características principais que torna homens e mulheres seres humanos. A finalidade da vida humana é ser feliz e fazer os outros felizes. Desta maneira, Aristóteles aponta que o "homem é um animal político", no sentido que ele vive em comunidade. É importante lembrar que, para Aristóteles, a política era um desdobramento da ética e sem esta não era possível fazer política. A teologia cristã apropriou-se do pensamento de Aristóteles e o utilizou largamente, conciliando o pensamento cristão com o a filosofia aristotélica. Essa corrente é percebida nas obras de Santo Agostinho, que enfatiza o Estado como instrumento de aplicação da moral; e São Tomás de Aquino, cuja filosofia escolástica dominou o pensamento europeu por muitos séculos. Nicolau Maquiavel Nicolau Maquiavel foi um dos principais autores de sua época, o Renascentismo, que consiste em um intermédio entre a Idade Média e a Modernidade. Defensor do absolutismo e de ações duras e austeras por parte de um governante quando necessário, Maquiavel foi injustiçado ao entrar para a história como o pat rono da expressão “maquiavélico”, utilizada para designar alguém capaz de tudo pelo poder. Para Maquiavel, a conservação do poder nas mãosde um bom governante, mesmo que em situações de maior controle, é condição necessária para a conservação da ordem pol ítica. Teoria de Maquiavel Apesar de ser uma república, Florença não era exatamente democrática. Os cargos políticos, sobretudo o Executivo, eram dados a uma classe de pessoas ligada à burguesia e à nobreza. Os Médici, por exemplo, eram uma família de duques, nobres donos de terras originários da Toscana. A teoria política de Maquiavel reflete o que ele vivenciou: uma política não democrática em uma cidade cheia de conflitos internos e externos pelo poder, além de sofrer a forte influência da Igreja Católica. Em sua teoria política, Maquiavel destacou a importância de se manter o poder, ou seja, do governante manter - se no governo, para que o Estado e a ordem social sejam preservados. Ele se destacou como um teór ico do absolutismo, mas é necessário observar o porquê: mais por conservação da ordem do que por concordar com qualquer formação de privilégios políticos. Assim como outros renascentistas, ele inovou ao separar o domínio religioso dos demais domínios. No caso, Maquiavel foi importante por separar o domínio religioso do domínio político. Isso foi inaugurado pelos humanistas cívicos que surgiram com o Renascimento. Conforme o professor João Aparecido Gonçalves Pereira: “ Como o humanismo cívico foi um movime nto que aconteceu nas diversas áreas do conhecimento, quando se trata do âmbito político, ele não significou somente uma recuperação do discurso filosófico greco - romano e dos assuntos que haviam sido desconsiderados da pauta da filosofia cristã, mas também uma mudança de paradigma do pensamento em torno da condição humana inserida no mundo empírico. Isto é, passou - se a considerar como importante a vida terrena dos homens com os seus respectivos desdobramentos, como as atividades políticas e sociais ” . |1| Or a, a obra de Maquiavel demarcou essa mudança de paradigma do Renascimento no âmbito político, na vida política, na vida pública, no âmbito jurídico, no funcionalismo público etc. O Príncipe O Príncipe é um manual para os governantes sobreviverem no poder. N esse livro, Maquiavel apontou aquilo que é necessário para que haja a conservação do poder e a consequente conse rvação do Estado em uma cidade. Dentro da obra de Maquiavel, podemos destacar alguns pontos centrais e ncontrados no livro em questão: Virtu e fortuna: é melhor ter a virtu do que contar apenas com a fortuna, isto é, é melhor ter uma capacidade de provisão, uma força e, em alguma tradução, até a virtude, do que contar apenas com a sorte. Virtu é toda a característica de bom preparo do governante. Ter a boa sorte é bom, mas aquele que tem a boa sorte, e está preparado para a sorte ruim, permanece no poder. Os fins justificam os meios: Maquiavel não disse essa frase, mas ela foi atribuída à sua obra por estar alinhada com o seu pensamento. Um bom g overnante, para manter o governo e a ordem social, precisa tomar medias impopulares e até cruéis às vezes. Em nome da ordem, e ssas medidas são justificáveis. Ser amado é bom, mas é preferível ser temido: o temor impede a revolta. O amor é inconstante, e a confiança do amor permite a revolta. Não é de todo ruim ter algum amor do povo, mas é melhor ser temido, pois o que teme não se levanta contra. Ações populares e ações impopulares: as ações populares, aquelas que agradam ao povo, que são boas para o povo , devem ser feitas lentamente. As ações impopulares devem ser feitas de uma vez. Essa tática visa a manter a popularidade do governante. Ele sempre será lembrado como bom, caso venha de tempos em tempos soltando parte do resultado de sua ação popular, e se rá rechaçado por um tempo (mas logo cairá no ostracismo), se tomar uma medida impopular de uma vez. Filosofia Medieval A filosofia medieval foi desenvolvida na Europa durante o período da Idade Média (séculos V - XV). Trata - se de um período de expansão e consolidação do Cr istianismo na Europa Ocidental. A filosofia medieval tentou conciliar a religião com a filosofia, ou seja, a consciência cristã com a razão filosófica e científica. Nicolau Maquiavel Nicolau Maquiavel foi um dos principais autores de sua época, o Renascentismo, que consiste em um intermédio entre a Idade Média e a Modernidade. Defensor do absolutismo e de ações duras e austeras por parte de um governante quando necessário, Maquiavel foi injustiçado ao entrar para a história como o patrono da expressão “maquiavélico”, utilizada para designar alguém capaz de tudo pelo poder. Para Maquiavel, a conservação do poder nas mãos de um bom governante, mesmo que em situações de maior controle, é condição necessária para a conservação da ordem política. Teoria de Maquiavel Apesar de ser uma república, Florença não era exatamente democrática. Os cargos políticos, sobretudo o Executivo, eram dados a uma classe de pessoas ligada à burguesia e à nobreza. Os Médici, por exemplo, eram uma família de duques, nobres donos de terras originários da Toscana. A teoria política de Maquiavel reflete o que ele vivenciou: uma política não democrática em uma cidade cheia de conflitos internos e externos pelo poder, além de sofrer a forte influência da Igreja Católica. Em sua teoria política, Maquiavel destacou a importância de se manter o poder, ou seja, do governante manter- se no governo, para que o Estado e a ordem social sejam preservados. Ele se destacou como um teórico do absolutismo, mas é necessário observar o porquê: mais por conservação da ordem do que por concordar com qualquer formação de privilégios políticos. Assim como outros renascentistas, ele inovou ao separar o domínio religioso dos demais domínios. No caso, Maquiavel foi importante por separar o domínio religioso do domínio político. Isso foi inaugurado pelos humanistas cívicos que surgiram com o Renascimento. Conforme o professor João Aparecido Gonçalves Pereira: “Como o humanismo cívico foi um movimento que aconteceu nas diversas áreas do conhecimento, quando se trata do âmbito político, ele não significou somente uma recuperação do discurso filosófico greco-romano e dos assuntos que haviam sido desconsiderados da pauta da filosofia cristã, mas também uma mudança de paradigma do pensamento em torno da condição humana inserida no mundo empírico. Isto é, passou-se a considerar como importante a vida terrena dos homens com os seus respectivos desdobramentos, como as atividades políticas e sociais”. |1| Ora, a obra de Maquiavel demarcou essa mudança de paradigma do Renascimento no âmbito político, na vida política, na vida pública, no âmbito jurídico, no funcionalismo público etc. O Príncipe O Príncipe é um manual para os governantes sobreviverem no poder. Nesse livro, Maquiavel apontou aquilo que é necessário para que haja a conservação do poder e a consequente conservação do Estado em uma cidade. Dentro da obra de Maquiavel, podemos destacar alguns pontos centrais encontrados no livro em questão: Virtu e fortuna: é melhor ter a virtu do que contar apenas com a fortuna, isto é, é melhor ter uma capacidade de provisão, uma força e, em alguma tradução, até a virtude, do que contar apenas com a sorte. Virtu é toda a característica de bom preparo do governante. Ter a boa sorte é bom, mas aquele que tem a boa sorte, e está preparado para a sorte ruim, permanece no poder. Os fins justificam os meios: Maquiavel não disse essa frase, mas ela foi atribuída à sua obra por estar alinhada com o seu pensamento. Um bom governante, para manter o governo e a ordem social, precisa tomar medias impopulares e até cruéis às vezes. Em nome da ordem, essas medidas são justificáveis. Ser amado é bom, mas é preferível ser temido: o temor impede a revolta. O amor é inconstante, e a confiança do amor permite a revolta. Não é de todo ruim ter algum amor do povo, masé melhor ser temido, pois o que teme não se levanta contra. Ações populares e ações impopulares: as ações populares, aquelas que agradam ao povo, que são boas para o povo, devem ser feitas lentamente. As ações impopulares devem ser feitas de uma vez. Essa tática visa a manter a popularidade do governante. Ele sempre será lembrado como bom, caso venha de tempos em tempos soltando parte do resultado de sua ação popular, e será rechaçado por um tempo (mas logo cairá no ostracismo), se tomar uma medida impopular de uma vez. Filosofia Medieval A filosofia medieval foi desenvolvida na Europa durante o período da Idade Média (séculos V-XV). Trata-se de um período de expansão e consolidação do Cristianismo na Europa Ocidental. A filosofia medieval tentou conciliar a religião com a filosofia, ou seja, a consciência cristã com a razão filosófica e científica.