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O QUE DEUS TEM FEITO POR VOCE

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34567
1.° DE MARÇO DE 2014
O QUE DEUS TEM FEITO
POR VOC
ˆ
E?
34567
1.° DE MARÇO DE 2014
O QUE DEUS TEM FEITO
POR VOC
ˆ
E?
Gostaria de receber
mais informações ou
ter um curso bı́blico
gratuito em sua casa?
Acesse www.jw.org
ou escreva para um
dos endereços abaixo.
BRASIL:
Testemunhas de Jeová
Rodovia SP-141, km 43,
Cesário Lange, SP, 18285-901
PORTUGAL:
Testemunhas de Jeová
Apartado 91
P-2766-955 Estoril
Para uma lista completa de endereços em
outros paı́ses, acesse www.jw.org/pt/contato.
˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙
ESTA REVISTA, A Sentinela, honra
a Jeová Deus, o Governante do
Universo. Consola as pessoas
com as boas novas de que o
Reino celestial de Deus em breve
acabará com toda a maldade e
transformará a Terra num paraı́so.
Incentiva a fé em Jesus Cristo,
que morreu para que pudéssemos
ter vida eterna e que já está
governando como Rei do Reino
de Deus. Esta revista, publicada
sem interrupção desde 1879,
não é polı́tica. Adere à Bı́blia
como autoridade.
A Sentinela é publicada quinzenalmente
pela Associação Torre de Vigia de Bı́blias e
Tratados. Sede e gráfica: Rodovia SP-141,
km 43, Cesário Lange, SP, 18285-901.
Diretor responsável: A. S. Machado Filho.
Revista registrada sob o número de ordem 514.
� 2014 Watch Tower Bible and Tract Society of
Pennsylvania. Todos os direitos reservados.
Impressa no Brasil.
Esta publicação não é vendida. Ela faz parte
de uma obra educativa bı́blica, mundial,
mantida por donativos. A menos que haja
outra indicação, os textos bı́blicos citados
são da Tradução do Novo Mundo das
Escrituras Sagradas com Referências.
Encontro forças na minha fraqueza 7
Deus aprova o ecumenismo? 10
A história da Palavra de Deus na Espanha medieval 12
Perguntas Bı́blicas Respondidas 16
34567� Tiragem de cada número:45.944.000 EM 213 IDIOMAS MARCH 1, 2014
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MAT
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ERIA DE CAPA
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TAMB
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EM NESTE N
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UMERO
s LEIA MAIS ON-LINE � www.jw.org
Vol. 135, No. 5 SemimonthlyPORTUGUESE
(Brazilian Edition)
O que Deus tem feito por você? 3
Uma ocasião que você não deve perder 6
OUTRAS PERGUNTAS B
´
IBLICAS
RESPONDIDAS — O que a Bı́blia diz
sobre a Páscoa?
(Acesse ENSINOS B
´
IBLICOS ˛ PERGUNTAS B
´
IBLICAS
RESPONDIDAS.)
r
BAIXE ESTA REVISTA EM
V
´
ARIOS FORMATOS ON-LINE
(
(
http://www.jw.org/finder?wtlocale=T&srcid=pdf
http://www.jw.org/finder?wtlocale=T&docid=502013125&srcid=pdf
http://www.jw.org/finder?wtlocale=T&docid=1011202&srcid=pdf
http://www.jw.org/finder?wtlocale=T&docid=502013125&srcid=pdf
http://www.jw.org/finder?wtlocale=T&docid=1011209&srcid=pdf
1.° DE MARÇO DE 2014 � 3
Esse é um dos textos mais conhecidos e mencionados de
toda a Bı́blia. Muitos dizem que nenhum outro versı́culo
“explica tão bem a relação de Deus com a humanidade e o
caminho da salvação”. Por isso, em alguns paı́ses, é co-
mum que esse texto, ou simplesmente “João 3:16”, apare-
ça em eventos públicos, em adesivos de carro, em artes ur-
banas e outros lugares.
Muitos dos que divulgam esse texto acreditam que o
amor de Deus garante a salvação eterna. Em sua opinião,
o que o amor de Deus significa? Como você acha que Deus
demonstra seu amor por você?
“DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA”
Muitas pessoas aceitam bem a ideia de que Deus tenha
criado o Universo, a natureza e os próprios humanos. Afi-
nal, os organismos vivos são tão complexos e bem feitos
que certamente deve haver alguém muito inteligente por
trás de sua existência. Muitas pessoas agradecem a Deus
todos os dias pelo dom da vida. Elas também reconhecem
que dependem totalmente de Deus quanto às necessida-
des básicas — o ar, a água, os alimentos e os ciclos natu-
rais da Terra — para que possam viver e tenham prazer
nisso.
Devemos ser gratos a Deus por todas essas coisas, pois
ele é nosso Criador e nosmantém vivos. (Salmo 104:10-28;
145:15, 16; Atos 4:24) Podemos entender o que o amor
de Deus realmente significa para nós quando pensamos
em tudo o que ele faz só para tornar a vida possı́vel.
MAT
´
ERIA DE CAPA
O que Deus tem feito
por você?
“Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna.”
— João 3:16, Almeida, revista e corrigida.
4 � A SENTINELA
O apóstolo Paulo explicou isso da seguinte ma-
neira: “[Deus] dá a todos a vida, o fôlego e todas
as coisas. Pois, por meio dele temos vida, e nos
movemos, e existimos.” — Atos 17:25, 28.
No entanto, Deus expressa esse amor de várias
maneiras, não apenas por cuidar de nós fisica-
mente. Ele também nos dignificou por nos criar
com uma necessidade espiritual e nos ajudar a
satisfazê-la. (Mateus 5:3) Assim, todos os huma-
nos obedientes têm a chance de fazer parte da fa-
mı́lia de Deus, como seus “filhos”. — Romanos
8:19-21.
Como João 3:16 continua dizendo, Deus mos-
trou seu amor por nós ao enviar seu Filho, Jesus,
à Terra para nos ensinar sobre seu Pai e mor-
rer por nós. Mas muitos admitem não entender
por que foi necessário Jesus morrer pela humani-
dade e como a morte de Jesus é uma expressão do
amor de Deus por nós. Vejamos como a Bı́blia ex-
plica o motivo e a importância da morte de Jesus.
“DEU O SEU FILHO UNIG
ˆ
ENITO”
Todo ser humano é mortal, sujeito a doenças,
velhice e morte. Mas isso nunca fez parte do pro-
pósito original de Jeová Deus. Ele deu aos primei-
ros humanos a perspectiva de viver para sempre
num paraı́so na Terra. Mas havia uma condição:
eles teriam de ser obedientes; do contrário, mor-
reriam. (Gênesis 2:17) O primeiro homem se re-
belou contra a autoridade de Deus, o que resul-
tou emmorte para si mesmo e sua descendência.
O apóstolo Paulo explicou: “Por intermédio de
um só homem entrou o pecado no mundo, e a
morte por intermédio do pecado, e assim a mor-
te se espalhou a todos os homens, porque todos
tinham pecado.” — Romanos 5:12.
No entanto, Deus “ama a justiça”. (Salmo
37:28) Embora não pudesse ignorar a transgres-
são deliberada de Adão, Deus não condenou
toda a humanidade ao sofrimento e morte eterna
por causa da desobediência de um só homem.
Pelo contrário, por aplicar o princı́pio jurı́dico de
“vida por vida”, ele equilibrou a balança da justi-
ça e mais uma vez tornou possı́vel que humanos
obedientes tivessem vida eterna. (
ˆ
Exodo 21:23,
Al) Então, como a vida perfeita que Adão perdeu
poderia ser recuperada? Alguém teria de ofere-
cer, ou sacrificar, uma vida de valor igual à de
Adão — uma vida humana perfeita.´
E óbvio que nenhum descendente imperfeito
de Adão podia fazer esse tipo de oferta, mas Je-
sus sim. (Salmo 49:6-9) Ele nasceu sem o pecado
herdado e era perfeito, assim como Adão tinha
sido. Deste modo, por entregar sua vida, Jesus
resgatou a humanidade da escravidão ao pecado.
Ao fazer isso, ele deu aos descendentes do pri-
meiro casal humano a oportunidade de ter ames-
ma vida perfeita que Adão e Eva tiveram. (Roma-
nos 3:23, 24; 6:23) O que precisamos fazer para
nos beneficiar desse bondoso ato de amor?
Jesus de boa vontade veio à Terra e deu sua vida
para salvar a humanidade do pecado e da morte
1.° DE MARÇO DE 2014 � 5
“TODO AQUELE QUE NELE CR
ˆ
E”
Voltando a João 3:16, encontramos as palavras
“para que todo aquele que crê [em Jesus] não pe-
reça, mas tenha a vida eterna”. Isso significa que
há uma condição para obter a vida eterna: acredi-
tar em Jesus e obedecê-lo.
Você talvez se pergunte: ‘O que obedecer tem
a ver com isso? Afinal, Jesus não disse que “todo
aquele que nele cresse não pereceria, mas teria a
vida eterna”?’ De fato, acreditar é essencial. No
entanto, segundo a Bı́blia, simplesmente acredi-tar que Jesus existe não é suficiente. De acordo
com o Dicionário Expositivo de Palavras do Velho e
do Novo Testamento, de Vine (em inglês), a pala-
vra usada por João no idioma original significa
“confiança, não mera credulidade”. Para ter o fa-
vor de Deus, a pessoa precisa fazer mais do que
reconhecer que Jesus é o Salvador. Ela precisa
se esforçar sinceramente em aplicar o que Jesus
ensinou. Sem ações, qualquer afirmação de fé
é vazia. “A fé sem obras está morta”, diz a Bı́-
blia. (Tiago 2:26) Em outras palavras, o que se re-
quer da pessoa que crê é que ela exerça fé em Je-
sus, isto é, que viva de acordo com sua crença
e fé.
Paulo explica isso da seguinte maneira:
“O amor de Cristo nos compele, porque foi isso o
que julgamos, que um só homem [Jesus] morreu
por todos . . . para que os que vivem não vi-
vessem mais para si mesmos, mas para aquele
que morreu por eles e foi levantado.” (2 Corı́ntios
5:14, 15) A gratidão sincera pelo sacrifı́cio de Je-
sus deve nos motivar a fazer mudanças em nos-
sa vida — deixar de egoistamente viver para nós
mesmos a fim de viver para Jesus, que morreu
por nós. Isso quer dizer que a prioridade de nos-
sa vida deve ser praticar o que Jesus ensinou.
Consequentemente, essa mudança afetará nos-
sos valores, nossas escolhas e tudo o que faze-
mos. Qual será a recompensa para aqueles que
acreditam e exercem fé em Jesus?
“N
˜
AO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA”
A última parte de João 3:16 mostra a promes-
sa de Deus para aqueles que exercem fé no res-
gate e vivem de acordo com os padrões divinos.
Deus não quer que essas pessoas fiéis ‘pereçam,
mas que tenham vida eterna’. Mas há perspecti-
vas diferentes para os que se beneficiam do amor
de Deus.
Para um grupo de pessoas, Jesus prometeu
vida eterna no céu. Ele disse claramente a seus
discı́pulos que lhes prepararia um lugar para que
governassem com ele no céu. ( João 14:2, 3; Fili-
penses 3:20, 21) Os ressuscitados para a vida no
céu “serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e rei-
narão com ele durante os mil anos”. — Revelação
(Apocalipse) 20:6.
Apenas um número limitado de seguidores de
Cristo receberá esse privilégio. De fato, Jesus dis-
se: “Não temas, pequeno rebanho, porque vosso
Pai aprovou dar-vos o reino.” (Lucas 12:32) Quan-
tas pessoas fazem parte desse “pequeno reba-
nho”? Revelação 14:1, 4 diz: “Eu vi, e eis o Cordei-
ro [o ressuscitado Jesus Cristo] em pé no monte
Sião [celestial], e com ele cento e quarenta e qua-
tro mil, que têm o nome dele e o nome de seu Pai
escrito nas suas testas. . . . Estes foram compra-
dos dentre a humanidade como primı́cias para
Deus e para o Cordeiro.” Em comparação com os
bilhões de pessoas que já viveram, os 144 mil
constituem apenas um “pequeno rebanho”. Es-
ses são descritos como reis. Mas sobre quem rei-
narão?
Jesus falou sobre um segundo grupo de pes-
soas fiéis que receberiam os benefı́cios do Reino
celestial. Como mostra João 10:16, ele disse: “Te-
nho outras ovelhas, que não são deste aprisco; a
estas também tenho de trazer, e elas escutarão a
minha voz e se tornarão um só rebanho, um só
pastor.” Essas “ovelhas” esperam ter vida eter-
na na Terra — a mesma perspectiva que Adão e
Eva tinham. Como sabemos que elas viverão na
Terra?
6 � A SENTINELA
A Bı́blia se refere muitas vezes às condições
paradı́sicas que haverá na Terra. Para comprovar
isso, você pode ler em sua Bı́blia os seguintes
textos: Salmo 37:9-11; 46:8, 9; 72:7, 8, 16; Isaı́as
35:5, 6; 65:21-23; Mateus 5:5; João 5:28, 29; Reve-
lação 21:4. Esses versı́culos predizem o fim da
guerra, da fome, da doença e da morte. Falam de
um tempo em que pessoas boas terão a alegria de
construir suas próprias casas, cultivar suas pró-
prias terras e criar seus filhos num lugar pacı́fi-
co.� Você não acha essa ideia atraente? Temos
boas razões para acreditar que essas promessas
se cumprirão em breve.
� Para mais informações sobre essas profecias, veja o capı́tu-
lo 3 do livroOQue a Bı́blia Realmente Ensina?, publicado pelas Tes-
temunhas de Jeová.
DEUS TEM FEITO MUITO
Quando pensa em tudo o que Deus tem feito
por você e por toda a humanidade, você percebe
que ele já fez muito. Temos vida, inteligência,
certa medida de saúde e tudo o que é necessário
para viver. Mais do que isso, o presente de Deus,
o resgate por meio da morte de Jesus, resulta em
bênçãos ainda maiores, como aprendemos em
João 3:16.
A vida eterna num mundo pacı́fico, onde não
haverá mais doenças, guerras, fome ou morte,
com certeza será feliz e cheia de bênçãos. Se você
receberá ou não essas bênçãos é algo que depen-
de apenas de você. Então, pergunte-se: ‘O que es-
tou fazendo para Deus?’
Na noite antes de entregar sua vida, Jesus instruiu seus
fiéis seguidores a se lembrar de seu sacrifı́cio. Usando pão
sem fermento e vinho tinto, ele instituiu uma celebração,
chamada de Santa Ceia ou Refeição Noturna do Senhor,
e ordenou: “Persisti em fazer isso em memória de mim.”
— Lucas 22:19.
Todos os anos, as Testemunhas de Jeová no mundo inteiro
se reúnem para a celebração da morte de Jesus. Em 2014,
essa celebração cai na segunda-feira, 14 de abril, após o pôr
do sol.
Temos o prazer de convidá-lo para essa reunião, que
explicará a importância da morte sacrificial de Jesus. Esse
é um evento grátis; não fazemos coletas. A pessoa que lhe
deu esta revista pode lhe informar a hora e o local dessa
celebração em sua região. Ou você pode acessar nosso site,
jw.org. Guarde bem essa data; esperamos que você não
perca essa importante ocasião. ˇ
Uma ocasião que você não deve perder
http://www.jw.org/finder?wtlocale=T&docid=1102005133&srcid=pdf
1.° DE MARÇO DE 2014 � 7
Quando penso na minha infância,
lembro de dias felizes numa peque-
na casa do interior no sul da Fran-
ça, ondemeus pais moravam. Eu gos-
tava de brincar no balanço que meu
pai havia feito e amava correr pelo
jardim. Em 1966, as Testemunhas de
Jeová começaram a nos visitar e tive-
ram longas conversas com meu pai.
Apenas sete meses depois, ele deci-
diu se tornar Testemunha de Jeová.
Minha mãe logo seguiu seu exemplo,
e eles me criaram num lar cheio de
amor e carinho.
Meus problemas começaram pou-
co depois de voltarmos para a Espa-
nha, a terra natal dos meus pais. Co-
mecei a sentir fortes dores nas mãos e tornozelos.
Depois de passar dois anos consultando vários
médicos, encontramos um famoso reumatologis-
ta, que disse num tom sério: “
´
E tarde demais.”
Minha mãe começou a chorar. Expressões desco-
nhecidas como “poliartrite juvenil”� e “doença au-
� Poliartrite juvenil é uma doença reumática crônica que afeta
crianças. O próprio sistema imunológico ataca e destrói tecidos
saudáveis, provocando dor e inchaço nas articulações.
toimune crônica” ecoaram naquela
sala fria e deprimente. Embora eu ti-
vesse apenas 10 anos e não entendes-
se muita coisa, percebi que as notı́-
cias não eram boas.
O médico sugeriu que eu me tra-
tasse num sanatório infantil. Quan-
do cheguei lá, a aparência austera da-
quele prédio me deixou apavorada.
A disciplina era rı́gida: as freiras cor-
tarammeu cabelo e me vestiram com
um uniforme horrı́vel. ‘Como vou
aguentar viver aqui?’, pensei, cho-
rando.
JEOV
´
A SE TORNA REAL PARA MIM
Visto quemeus pais me ensinaram
a servir a Jeová, eu me recusava a participar dos
rituais católicos no sanatório. As freiras achavam
difı́cil entender por que eu fazia isso. Eu suplica-
va a Jeová que não me abandonasse e logo sentia
seus braços protetores em volta de mim, como se
meu próprio pai estivesse me abraçando.
Meus pais tinham permissão de me visitar bre-
vemente aos sábados. Eles levavam publicações
baseadas na Bı́blia para fortalecer minha fé.
BIOGRAFIA
Encontro forças
na minha fraqueza
NARRADA POR MAITE MORLANS
Vendo meu frágil corpo de 29 quilos numa cadeira de
rodas, ninguém diria que sou forte. Mas minha força
interior me sustenta à medida que meucorpo enfra-
quece. Deixe-me explicar como a força e a fraqueza
fizeram de mim a pessoa que sou hoje.
Quando eu tinha 4 anos
8 � A SENTINELA
Normalmente, as crianças não podiam ter seus
próprios livros, mas as freiras permitiam que eu
ficasse com os meus e com a Bı́blia, que eu lia to-
dos os dias. Eu também falava com as outras me-
ninas sobre minha esperança de viver para sem-
pre no Paraı́so na Terra, onde ninguém ficaria
doente. (Revelação [Apocalipse] 21:3, 4) Apesar
de às vezes me sentir triste e sozinha, eu ficava
contente por ver minha fé e confiança em Jeová
aumentarem.
Depois de seis longos meses, os médicos me
mandaram para casa. Minha saúde não havia me-
lhorado, mas fiquei feliz por estar com meus pais
de novo. Minhas articulações ficaram mais defor-
madas, e eu sentia mais dores. Quando cheguei
à adolescência, eu estava muito fraca. Ainda as-
sim, fui batizada aos 14 anos, e estava determina-
da a servir meu Pai celestial o melhor que pudes-
se. Mas, às vezes eu ficava decepcionada com ele.
Nasminhas orações, eu dizia: “Por que eu? Por fa-
vor, me cure. Não vê o quanto estou sofrendo?”
A adolescência foi uma fase difı́cil para mim.
Tive de aceitar o fato de que não ficariamelhor. Eu
não podia deixar de me comparar a meus amigos
— tão saudáveis e cheios de vida. Eu me sentia
inferior e me tornei uma pessoa introvertida. No
entanto, minha famı́lia e amigos me animavam.
Eu me lembro com carinho de Alicia, que era
20 anos mais velha que eu e se tornou uma verda-
deira amiga. Elame ajudou a enxergar além dami-
nha doença e a me interessar em outras pessoas
em vez de ficar remoendo meus próprios proble-
mas.
COMO MINHA VIDA SE TORNOU
MAIS SIGNIFICATIVA
Quando tinha 18 anos, tive uma séria recaı́da.
Até mesmo assistir às reuniões me deixava exaus-
ta. Ainda assim, eu aproveitava todo esse “tempo
livre” para estudar a Bı́blia e meditar nela. O livro
de Jó e os Salmos me ajudaram a entender que
nos dias de hoje Jeová cuida de nós principalmen-
te em sentido espiritual. Eu oravamuito, e issome
dava “o poder além do normal” e “a paz de Deus,
que excede todo pensamento”. — 2 Corı́ntios 4:7;
Filipenses 4:6, 7.
Aos 22 anos, tive de me conformar em viver
numa cadeira de rodas. Eu tinha medo de que
as pessoas me vissem apenas como uma mulher
doente numa cadeira de rodas. Mas essa cadei-
ra me devolveu um pouco da minha independên-
cia, e o que parecia uma “maldição” se tornou
uma bênção. Uma amiga chamada Isabel sugeriu
que por ummês eu dedicasse 60 horas à pregação
com ela.
No começo, achei a ideia absurda. Mas pedi a
ajuda de Jeová e, com o apoio da minha famı́lia e
dos meus amigos, eu consegui fazer isso. Aquele
mês cheio de atividades passoumuito rápido, e eu
percebi que havia superado o medo e a vergonha.
Achei tão bom que em 1996 decidi me tornar pio-
neira regular, dedicando todo mês uma quantida-
de especı́fica de horas à pregação. Essa foi uma das
melhores decisões que tomei, pois me senti mais
próxima de Deus e até mesmo mais forte fisica-
mente. Participar no ministério me deu a oportu-
nidade de compartilhar minha fé com muitas pes-
soas e ajudar algumas a se tornar amigas de Deus.
JEOV
´
A CONTINUA A ME DAR FORÇAS
Em 2001, sofri um grave acidente de carro e
quebrei as duas pernas. Num leito de hospital,
com dores terrı́veis, orei fervorosamente em si-
lêncio: “Por favor, Jeová, não me abandone!” Em
seguida, uma mulher na cama ao lado me per-
guntou: “Você é Testemunha de Jeová?” Não tive
forças para responder, então apenas acenei com a
cabeça. “Eu conheço vocês! Sempre leio suas re-
vistas”, disse ela. Essas palavras me consolaram
muito. Mesmo numa situação deplorável, eu po-
dia dar testemunho sobre Jeová. Que privilégio!
Quando melhorei o suficiente, decidi pregar
um pouco mais, mesmo com as pernas engessa-
das. Minha mãe me conduzia pelo hospital numa
cadeira de rodas. Cada dia, visitávamos alguns
pacientes, perguntando como eles estavam e dei-
xando publicações bı́blicas. Essas visitas me dei-
xavam muito cansada, mas Jeová me dava forças.
1.° DE MARÇO DE 2014 � 9
Nos últimos anos, minhas dores se tornaram
mais intensas, e a morte do meu pai aumen-
tou meu sofrimento. Mesmo assim, tento manter
uma atitude positiva. Como? Sempre que possı́-
vel, procuro estar com meus amigos e parentes,
o que me ajuda a não pensar nos problemas. E,
quando estou sozinha, leio, estudo a Bı́blia ou dou
testemunho por telefone.
Também procuro ficar feliz com as coisas sim-
ples da vida, como a brisa em meu rosto ou a fra-
grância das flores. Essas coisas me fazem sentir
grata. Ter senso de humor também faz maravi-
lhas. Certo dia, na pregação, minha amiga que es-
tava empurrando minha cadeira de rodas parou
para fazer uma anotação. De repente, comecei a
descer ladeira abaixo sem controle e acabei baten-
do num carro estacionado. Nós duas levamos um
susto, mas quando vimos que nada de grave ha-
via acontecido, demos boas risadas.
Há muitas coisas que eu não consigo fazer. Eu
chamo essas coisas de desejos pendentes. Cos-
tumo fechar meus olhos e me imaginar no novo
mundo que Deus promete. (2 Pedro 3:13) Eu
me vejo com saúde, caminhando e aproveitan-
do a vida ao máximo. Prezo muito as palavras do
Rei Davi: “Espera em Jeová; sê corajoso e fortifi-
que-se teu coração.” (Salmo 27:14) Embora meu
corpo esteja ficando cada vez mais fraco, com a
ajuda de Jeová continuo a encontrar forças na mi-
nha fraqueza. ˇ
Costumo fechar meus olhos e
me imaginar no novo mundo
que Deus promete
Em 2003, com meus pais
Pregar as boas novas por telefone me dá alegria
10 � A SENTINELA
OS DEFENSORES do ecumenismo, no entan-to, têm um ponto de vista bem diferente.
“Não existe uma religião que não se preocupe
com a compaixão . . . , com a preservação do meio
ambiente . . . e com a hospitalidade”, disse Eboo
Patel, fundador do Centro Ecumênico da Juven-
tude.
De fato, budistas, católicos, protestantes, hin-
dus, muçulmanos e muitos outros às vezes se
unem para lutar contra a pobreza, fazer campa-
nhas pelos direitos humanos, combater minas
terrestres e chamar atenção às questões que en-
volvem o meio ambiente. Já foram realizadas reu-
niões multirreligiosas para discutir maneiras de
promover o entendimento e o encorajamento mú-
tuos. Elas celebram sua diversidade com cerimô-
nias à luz de velas, festivais, músicas, orações, e
assim por diante.
Será que essa cooperação entre religiões é a so-
lução para os conflitos entre elas? O ecumenismo
é o meio de Deus tornar o mundo melhor?
UNI
˜
AO — A QUE PREÇO?
Uma das maiores organizações ecumênicas
afirma ter representantes demais de 200 religiões
em 76 paı́ses. Seu objetivo declarado é “promover
de forma permanente e diária a cooperação entre
as religiões”. Mas tem sido mais fácil dizer do que
fazer. Por exemplo, segundo os fundadores, seu
estatuto teve de ser elaborado commuito cuidado
a fim de não ofender as muitas religiões que o as-
sinaram. Por quê? Um dos motivos foi o desacor-
do sobre se Deus deveria ou não ser incluı́do no
estatuto. Por fim, qualquer referência ou menção
a Deus foi evitada.
Se Deus foi deixado de fora, então qual é a di-
ferença entre omovimento ecumênico e qualquer
organização filantrópica ou de caridade?
´
E por
isso que o grupo já mencionado não se considera
uma entidade religiosa e sim “uma organização
que promove a união”.
PROMOVER O BEM —
´
E SUFICIENTE?
“Todas as principais tradições religiosas pre-
gam basicamente a mesma coisa: o amor, a
compaixão e o perdão”, disse o Dalai Lama,
um destacado incentivador do ecumenismo. Ele
acrescenta: “O importante é que essas qualidades
façam parte de nossa vida.”
Com certeza é importante enfatizar o valor de
qualidades como o amor, a compaixão e o per-
dão. Jesus disse, no que ficou conhecida como a
Deus aprova o ECUMENISMO?
“A religião une ou divide as pessoas?” Essa pergunta foi dirigida aos
leitoresdo jornal The Sydney Morning Herald. A maioria dos que
responderam — 89% — acha que a religião divide as pessoas.
A verdade é relativa?
Os defensores do ecumenismo geralmente
acreditam que a verdade não pode estar em
uma só religião. Eles talvez digam que a ten-
dência das religiões de excluir outras é o
que causa os problemas que vemos hoje.
Ao contrário do que essas pessoas dizem,
Jeová é descrito como o “Deus da verdade”,
e ele diz sobre si mesmo: “Não mudei.”
(Salmo 31:5; Malaquias 3:6) A respeito de
Deus, Jesus disse: “A tua palavra é a verda-
de.” (João 17:17) Essa verdade é revelada
na divinamente inspirada Palavra de Deus,
a Bı́blia. Ela nos instrui e nos equipa “para
toda boa obra”. — 2 Timóteo 3:16, 17.
1.° DE MARÇO DE 2014 � 11
Regra
´
Aurea: “Todas as coisas, portanto, que que-
reis que os homens vos façam, vós também ten-
des de fazer do mesmo modo a eles.” (Mateus
7:12) Mas a fé é simplesmente uma questão de
promover o que é bom?
A respeito de muitos que afirmavam servir a
Deus em seus dias, o apóstolo Paulo disse: “Eu
lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus,
mas não segundo o conhecimento exato.” Qual
era o problema? “Por não conhecerem a justiça de
Deus”, disse Paulo, eles ‘buscavam estabelecer a
sua própria justiça’. (Romanos 10:2, 3) Por não te-
rem conhecimento exato sobre o que Deus queria
deles, seu zelo e fé eram emvão. —Mateus 7:21-23.
COMO A B
´
IBLIA ENCARA O ECUMENISMO
“Felizes os pacı́ficos”, disse Jesus. (Mateus 5:9)
Ele praticava o que ensinava por promover a não
violência e levar umamensagem de paz a pessoas
de várias formações religiosas. (Mateus 26:52) As
pessoas que aceitaram essa mensagem ficaram
unidas por um forte vı́nculo de amor. (Colossen-
ses 3:14) Mas o objetivo de Jesus era apenas unir
pessoas de diferentes religiões para que pudes-
sem viver em paz? Será que ele participou nas
práticas religiosas de outros?
Os lı́deres religiosos das seitas dos fariseus e
dos saduceus se opuseram fortemente a Jesus
— até mesmo buscandomatá-lo. Como ele reagiu?
Jesus instruiu seus discı́pulos: “Deixai-os. Guias
cegos é o que eles são.” (Mateus 15:14) Jesus se re-
cusou a participar de qualquer tipo de ecumenis-
mo com aquelas pessoas.
Algum tempo depois, uma congregação foi for-
mada em Corinto, na Grécia — uma cidade famo-
sa por sua diversidade religiosa e cultural. Como
os cristãos deveriam se comportar naquele am-
biente?O apóstolo Paulomostrou claramente que
eles não deveriam participar com outros em sua
forma de adoração quando lhes escreveu: “Não
vos ponhais em jugo desigual com incrédulos.”
Por que não? Paulo explicou: “Que harmonia há
entre Cristo e Belial [Satanás]? Ou que quinhão
tem o fiel com o incrédulo?” Daı́, lhes deu esse
conselho: “Portanto, saı́ do meio deles e separai-
vos.” — 2 Corı́ntios 6:14, 15, 17.
Fica claro que a Bı́blia não apoia a prática do
ecumenismo. ‘Então’, você talvez se pergunte,
‘como é possı́vel conseguir a verdadeira união?’
COMO CONSEGUIR A VERDADEIRA UNI
˜
AO
A Estação Espacial Internacional — uma mara-
vilha tecnológica que orbita a Terra — é o resulta-
do da união de esforços de uns 15 paı́ses. Conse-
gue imaginar como seria possı́vel construı́-la se os
paı́ses participantes não chegassem a um acordo
sobre qual projeto usar?
Em comparação, considere a situação do movi-
mento ecumênico na atualidade. Embora se fale
em cooperação e respeito, não existe um projeto
em comum que possa ser seguido para edificar a
fé. Em resultado, questões morais e doutrinais
são mais contraditórias que nunca.
A Bı́blia é como um projeto sobre o qual po-
demos construir nossa vida, pois ela contém as
normas de Deus. Aqueles que aceitam essas nor-
mas têm superado preconceitos religiosos e ra-
ciais, e aprendem a trabalhar juntos em paz e
união. Deus predisse isso ao dizer: “Darei aos po-
vos a transformação para uma lı́ngua pura, para
que todos eles invoquem o nome de Jeová, a fim
de servi-lo ombro a ombro.” A união é resultado
da “lı́ngua pura”, os padrões de Deus para adora-
ção. — Sofonias 3:9; Isaı́as 2:2-4.
As Testemunhas de Jeová têm o prazer de con-
vidá-lo a conhecer um Salão do Reino perto de
sua casa para que você veja por si mesmo a notá-
vel paz e união que existe entre elas. — Salmo
133:1. ˇ
Uma reunião ecumênica em 2011. Será que a interação
entre religiões é a solução para os conflitos entre elas?
Foto de Franco Origlia/Getty Images
12 � A SENTINELA
O AP
´
OSTOLO Paulo escreveu essas palavras
aos cristãos em Roma por volta de 56 EC. Se
ele realmente viajou ou não para a Espanha, a Bı́-
blia não diz. De qualquer maneira, os esforços de
Paulo ou de outros missionários fizeram com que
as boas novas da Palavra de Deus, a Bı́blia, che-
gassem à Espanha no segundo século EC.
Em pouco tempo, comunidades cristãs come-
çaram a se formar em toda a Espanha. Com isso,
surgiu a necessidade de uma tradução da Bı́blia
em latim. Isso porque, no segundo século, a Espa-
nha já estava por muito tempo sob o domı́nio de
Roma, e o latim havia se tornado o idioma comum
em todo o Império Romano.
B
´
IBLIAS EM LATIM SUPREM A NECESSIDADE
Alguns dos primeiros cristãos espanhóis fize-
ram várias traduções em latim, conhecidas como
a coleção Vetus Latina Hispana. Essas Bı́blias cir-
cularampela Espanha durante muitos anos, antes
de Jerônimo terminar sua famosa Vulgata latina
no inı́cio do quinto século EC.
A tradução de Jerônimo — que ele concluiu em
Belém, na Palestina — chegou à Espanha em tem-
po recorde. Quando Lucinius, um próspero espa-
nhol que estudava a Bı́blia, soube que Jerônimo
estava fazendo uma tradução em latim, ele quis
obter uma cópia o quanto antes. Ele enviou seis
escribas a Belém para copiar o texto e trazê-lo
para a Espanha. Nos séculos seguintes, a Vulgata
aos poucos tomou o lugar da Vetus Latina Hispa-
na. Essas traduções em latim tornaram possı́vel
que os espanhóis lessem a Bı́blia e entendessem
suamensagem.Mas, com o fim do Império Roma-
no, surgiu a necessidade de traduzir a Bı́blia em
outros idiomas.
A B
´
IBLIA EM ARD
´
OSIA
No quinto século, os visigodos e outras tribos
germânicas invadiram a Espanha, e um novo idio-
ma — o gótico — chegou à penı́nsula. Os invasores
praticavam uma forma de cristianismo conhecida
como arianismo, que rejeitava a doutrina da Trin-
dade. Eles também trouxeram sua própria Bı́blia
— a Bı́blia Gótica de
´
Ulfilas. Essa Bı́blia foi usada
na Espanha até o fim do sexto século, quando Re-
caredo, o rei visigodo, se tornou católico e aban-
donou o arianismo. Ele mandou recolher e des-
truir todos os livros arianos, incluindo a Bı́blia de´
Ulfilas. Em resultado disso, todos os textos góti-
cos desapareceram da Espanha.
Ainda assim, a Palavra de Deus continuou a se
espalhar pela Espanha nesse perı́odo. Além do
gótico, havia também um dialeto latino muito fa-
lado na Espanha, que mais tarde deu origem às
lı́nguas românicas faladas na penı́nsula Ibérica.�
Os documentos mais antigos nesse dialeto latino
são conhecidos como ardósias visigóticas, uma
� Essas incluem o castelhano, o catalão, o galego e o portu-
guês.
A história da
Palavra de Deus
na Espanha medieval
“Gostaria de vê-los quando fizer a minha viagem para a Espanha.
Gostaria também que vocês me ajudassem a ir até lá, depois
de eu ter o prazer de estar com vocês por algum tempo.”
— Romanos 15:24, Bı́blia na Linguagem de Hoje.
vez que foram escritos em tábuas de ardósia. Eles
datam do sexto e sétimo séculos, e alguns contêm
trechos dos Salmos e dos Evangelhos. Numa das
tábuas aparece o Salmo 16 completo.
A existência de textos bı́blicos em simples lou-
sas de ardósia mostra que pessoas comuns tanto
liam como copiavam a Palavra de Deus naque-
la época. Pelo visto, os professores usavam esses
textos para ensinar seus alunos a ler e escrever.
As ardósias eram um material de escrita barato
em comparação com os caros pergaminhosusa-
dos pelos mosteiros para produzir suas Bı́blias
ilustradas.
Uma inestimável Bı́blia ilustrada está guardada
na igreja de Santo Isidoro, em León, Espanha.
Datada de 960 EC, ela possui 516 folhas, mede
47 centı́metros por 34 centı́metros e pesa 18 qui-
los. Outra Bı́blia, atualmente na biblioteca do Va-
ticano, é a Bı́blia de Ripoll, datada de cerca de
1020 EC. Ela é uma das Bı́blias mais ricamente
ilustradas da IdadeMédia. Para produzir obras de
arte assim, ummonge talvez levasse um dia intei-
ro para fazer uma letra inicial ou uma semana
inteira fazendo a página de rosto. No entanto,
por mais valiosas que sejam, essas Bı́blias tiveram
pouca utilidade na divulgação da Palavra de Deus
entre o povo.
A B
´
IBLIA EM
´
ARABE
No oitavo século, outro idioma começou a se
estabelecer na Espanha em resultado da invasão
islâmica na penı́nsula. Nas regiões colonizadas
pelos muçulmanos, o árabe se tornou mais popu-
lar do que o latim, e surgiu a necessidade de uma
Bı́blia nesse novo idioma.
Muitas traduções da Bı́blia em árabe — prin-
cipalmente dos Evangelhos — sem dúvida circu-
laram pela Espanha medieval.
´
E provável que,
no oitavo século, João, um bispo de Sevilha, te-
nha traduzido a Bı́blia inteira para o árabe. Infe-
lizmente, a maioria dessas traduções se perdeu.
Do quinto ao
oitavo século EC,
o povo espanhol
podia ler a Bı́blia
em latim e árabe
Um detalhe da ricamente ilustrada
Bı́blia de León. Por mais valiosas
que sejam, Bı́blias assim tiveram
pouca utilidade na divulgação da
mensagem da Palavra de Deus
entre o povo
Uma tábua de ardó-
sia com o texto da
Bı́blia num dialeto
latino, do sexto
século EC
Uma tradução em
árabe dos Evangelhos,
do décimo século EC
Ardósia:IsabelVelázquez
Soriano;Bı́blia
em
árabe:
Fotografı́a
M
AS
-León
(España)
1.° DE MARÇO DE 2014 � 13
Uma das traduções em árabe dos Evangelhos, da
metade do décimo século, está preservada na ca-
tedral de León, Espanha.
APARECEM AS TRADUÇ
˜
OES EM ESPANHOL
No final da IdadeMédia, o castelhano, ou espa-
nhol, começou a se desenvolver na penı́nsula Ibé-
rica. Esse novo idioma se tornaria um importante
meio de divulgação da Palavra de Deus.� A pri-
meira tradução de textos bı́blicos em espanhol
apareceu no livro La Fazienda de Ultra Mar (Faça-
nhas de Além-Mar), do inı́cio do século 13. Esse
livro fala sobre uma viagem a Israel e inclui infor-
mações extraı́das do Pentateuco e de outros livros
das Escrituras Hebraicas, bem como dos Evange-
lhos e das Epı́stolas.
As autoridades religiosas não ficaram conten-
tes com essa tradução. Em 1234, oConcı́lio de Tar-
ragona decretou que todos os livros contendo tre-
chos da Bı́blia na lı́ngua do povo fossem levados à
igreja local para serem queimados. Felizmente,
esse decreto não impediu que mais Bı́blias fossem
traduzidas. O Rei Alfonso X (1252-1284), conside-
rado o fundador da escrita espanhola, quis uma
tradução nesse novo idioma e até mesmo chegou
a patrociná-la. As traduções espanholas desse pe-
rı́odo incluem a chamada Bı́blia Pré-Alfonsina e
sua sucessora, a Bı́blia Alfonsina, a mais comple-
ta tradução para o espanhol de sua época.
Essas duas obras ajudaram a firmar e enri-
quecer o recém-desenvolvido idioma espanhol.
O erudito Thomas Montgomery disse a respeito
da Bı́blia Pré-Alfonsina: “O tradutor dessa Bı́blia
produziu um trabalho admirável no que diz res-
peito à exatidão e elegância de linguagem. . . .
O estilo é simples e claro, como seria de esperar
de uma Bı́blia preparada para pessoas que não en-
tendiam latim.”
No entanto, essas primeiras Bı́blias em espa-
nhol, foram traduzidas usando a Vulgata latina,
em vez de os idiomas originais. A partir do sécu-
lo 14, eruditos judeus fizeram várias traduções
� Atualmente, o espanhol é a lı́ngua materna de cerca de
540 milhões de pessoas.
das Escrituras Hebraicas diretamente do idioma
hebraico. Nessa época, a Espanha tinha a maior
comunidade judaica da Europa, e os tradutores
judeus tinham acesso a manuscritos hebraicos de
qualidade para fazer suas traduções.�
Umnotável exemplo foi a Bı́blia de Alba, termi-
nada no século 15. Luis de Guzmán, um destaca-
do nobre espanhol, comissionou o rabino Moisés
Arragel para traduzir a Bı́blia no espanhol castizo
(legı́timo). Ele deu dois motivos para pedir essa
nova tradução: “As Bı́blias que temos hoje nas lı́n-
guas românicas não são exatas” e “pessoas como
nós precisam de notas marginais para entender
os textosmais difı́ceis”. Seu pedidomostra que as
pessoas daquela época tinham profundo interes-
se em ler e entender a Bı́blia. Também indica que
a Bı́blia no idioma comum das pessoas já tinha
sido amplamente distribuı́da na Espanha.
Graças aos tradutores e copistas medievais, as
� Veja o artigo “O nome divino e a busca de Alfonso de Zamo-
ra pela exatidão textual”, em A Sentinela de 1.° de dezembro de
2011.
Biblioteca Nacional, Madri
O Rei Alfonso X
patrocinou a tradução
da Bı́blia em espanhol
Páginas das Bı́blias Pré-Alfonsina (à esquerda)
e Alfonsina (à direita), do século 13
14 � A SENTINELA
pessoas instruı́das da Espanha podiam ler a Bı́-
blia em seu próprio idioma sem muita dificulda-
de. Em resultado, o historiador Juan Orts Gonzá-
lez observou que “os espanhóis conheciam muito
melhor a Bı́blia do que os alemães ou os ingleses
antes de Lutero”.
No entanto, no final do século 15, a Inquisição
Espanhola proibiu a tradução e a posse das Escri-
turas em qualquer idioma falado pelo povo. A Bı́-
blia ficou proscrita na Espanha por um longo tem-
po. Três séculos se passaram até que a proscrição
finalmente acabou. Durante esse perı́odo difı́cil,
alguns tradutores corajosos que moravam fora do
paı́s fizeram novas versões em espanhol e as in-
troduziram às escondidas na Espanha.�
A história da Bı́blia na Espanha medieval mos-
tra que opositores tentaram suprimir a Palavra de
Deus de muitas maneiras. No entanto, foram in-
capazes de silenciar as declarações doTodo-Pode-
roso. — Salmo 83:1; 94:20.
� Veja o artigo “A luta de Casiodoro de Reina pela Bı́blia em
espanhol”, em A Sentinela de 1.° de junho de 1996.
O incansável trabalho de muitos eruditos tor-
nou possı́vel que a Bı́blia fosse estabelecida em
toda a Espanha medieval. Tradutores da atualida-
de seguem os passos desses pioneiros que tradu-
ziram as Escrituras para o latim, o gótico, o árabe
e o espanhol. Por causa disso, milhões de pessoas
que hoje falam o espanhol podem ler a Palavra de
Deus no idioma que toca seu coração. ˇ
“Os espanhóis conheciam muito
melhor a Bı́blia do que os alemães
ou os ingleses antes de Lutero.”
— Historiador Juan Orts González
A Bı́blia de Alba, a primeira tradução em espanhol
castizo (legı́timo), do século 15 EC
1.° DE MARÇO DE 2014 � 15
Catalão A Bı́blia foi traduzida para
o catalão no século 13. Uma versão,
conhecida como a Bı́blia Rimada, era
uma tradução parcial das Escrituras em
rimas para ajudar o leitor a memorizar
o texto. No mesmo século, entre 1287 e
1290, Jaume de Montjuich fez a primeira
tradução completa da Bı́blia para o
catalão por ordem do Rei Alfonso II,
da Catalunha e Aragão.
Valenciano No inı́cio do século 15,
Bonifacio Ferrer traduziu a Bı́blia para o
valenciano, e ela foi impressa em 1478.
Essa versão em valenciano foi a primeira
Bı́blia impressa na Espanha. Infelizmente,
as chamas da Inquisição destruı́ram
todos os exemplares, e apenas sua
página final sobreviveu. Essa folha está
na coleção da Sociedade Hispânica da
América, em Nova York.
Basco Em 1571, Jean de Liçarrague
traduziu as Escrituras Gregas para o
basco graças ao patrocı́nio da rainha
de Navarra. A obra de Liçarrague ajudou
a formar a base de uma gramática
unificada do basco. Tem-se dito que
Liçarrague foi para o basco o que
Jerônimo foi para o latim e Lutero para
o alemão.
A Bı́blia em outros idiomas
da Espanha
O QUE
A B
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IBLIA
Realmente ENSINA?
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Como a morte de Jesusnos
beneficia?
Quando criou os humanos, Deus queria que eles
vivessem para sempre na Terra, livres de doenças
e da morte. No entanto, o primeiro homem, Adão,
desobedeceu ao Criador e perdeu a perspecti-
va de viver para sempre. Como descendentes de
Adão, nós herdamos dele a morte. (Romanos 5:8,
12; 6:23) O verdadeiro Deus, Jeová, enviou seu
Filho, Jesus, à Terra para morrer e resgatar o que
Adão perdeu. — Leia João 3:16.
A morte de Jesus tornou possı́vel o perdão de
pecados e a vida eterna. A Bı́blia descreve como
será a vida na Terra quando a velhice, as doenças
e a morte deixarem de existir. — Leia Isaı́as 25:8;
33:24; Revelação (Apocalipse) 21:4, 5.
Como devemos nos lembrar
da morte de Jesus?
Na noite antes de morrer, Jesus disse a seus dis-
cı́pulos para se lembrarem de sua morte por meio
de uma cerimônia simples. Fazer isso todos os
anos nos ajuda a refletir no quanto Jesus e Jeová
amam a humanidade. — Leia Lucas 22:19, 20;
1 João 4:9, 10.
Este ano, a Celebração da morte de Jesus será
na segunda-feira, 14 de abril, após o pôr do sol.
As Testemunhas de Jeová o convidam a assistir
a essa reunião num local perto de você. — Leia
Romanos 1:11, 12.
PERGUNTAS B
´
IBLICAS RESPONDIDAS
VEJA MAIS RESPOSTAS A
PERGUNTAS B
´
IBLICAS ON-LINE
Jesus morreu para que a hu-
manidade pudesse viver para
sempre. Como você acha que
será a vida eterna na Terra?
Para mais informações,
veja os capı́tulos 4 e 5
deste livro, publicado
pelas Testemunhas de
Jeová
Disponı́vel para
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www.jw.org
s
Arquivos gratuitos
para download
desta revista e de
revistas anteriores
Bı́blia disponı́vel
on-line em cerca
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p
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