Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FÁRMACOS QUE AFETAM A FUNÇÃO GASTRINTESTINAL Profª. Laila Michalski Introdução ● DOENÇAS ACIDOPÉPTICAS – são aquelas em que o ácido gástrico e a pepsina constituem fatores patogênicos necessários, embora nem sempre suficientes. ● - Falência das barreiras protetoras (defesa) – ocorre refluxo, podendo surgir dispepsia e/ou esofagite erosiva. ● TRATAMENTOS: ● - Reduzir a acidez gástrica; ● - fortalecer a pressão do esfíncter esofágico inferior; ● - ou estimular a motilidade do esôfago. 2 Introdução ● NO ESTÔMAGO: ● - Proteção da mucosa gástrica – produção local de prostaglandinas, que estimulam a formação de muco e bicarbonato. ● - Falência dessas defesas: úlcera gástrica ou duodenal. ● TRATAMENTO: ● - Prevenção – com a redução do nível de acidez gástrica ou fortalecimento da proteção da mucosa. 3 Fisiologia da secreção gástrica ● Aumento da acidez [H+] no estômago – requer proteção do esôfago e estômago. ● Defesa esofágica primária – esfíncter esofágico inferior. ● Defesa do estômago – é própria: secreção de muco (proteção das células epiteliais gástricas, que é solúvel quando secretado e rapidamente se torna gel insolúvel, cobrindo a mucosa do estômago – impede a lesão da mucosa por macromoléculas (pepsina). ● Produção do muco – estimulada pelas prostaglandinas E2 e I2. Também inibem diretamente a secreção do ácido gástrico pelas células parietais. 4 Fisiologia da secreção gástrica ● Obs.: ● Álcool, ácido acetilsalicílico e outros fármacos – inibem a formação de prostaglandinas , reduzindo a secreção de muco – desenvolvimento de doença acidopéptica. ● Secreção de íons de bicarbonato – (células epiteliais gástricas superficiais) bicarbonato neutraliza o ácido ao redor das células da mucosa, aumentando o pH e impedindo a lesão mediada pelo ácido. 5 Fisiologia da secreção gástrica ● Células G – distribuídas em todo tubo digestivo e produzem gastrina (na presença de alimento) que estimula as células enterocromafim. ● Células enterocromafim-smile (ECS) – controla a secreção de ácido pela liberação de histamina em resposta a estímulos parassimpáticos do nervo vago. ● Histamina se liga a receptores H2 de células parietais – secreção gástrica. 6 7 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● Supressores mais potentes da secreção de ácido gástrico – inibidores da bomba de H+, K+ - ATPase gástrica. ● Doses usuais – reduzem 80 a 95% da produção diária de ácido gástrico. ● Fármacos disponíveis para uso clínico: ● - omeprazol e seu S-isômero (esomeprazol); ● - lansoprazol; ● - rabeprazol; ● - pantoprazol. 8 9 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● Possuem diferentes substituições em seus grupos piridina e/ou benzimidazol – mas são similares em suas propriedades farmacológicas. ● Omeprazol – racemato (R-omeprazol) eliminado mais rápido que seu isômero S (esomeprazol), que possui uma meia vida maior – vantagem terapêutica. PIRIDINA BENZIMIDAZOL 10 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● Pró-fármacos: ativação em meio ácido. ● Após absorção sistêmica – difunde-se para o interior das células parietais do estômago, acumulando-se nos canalículos secretórios ácidos, que são ativados pelos prótons de uma sulfenamida tetracíclica. ● A forma ativa se liga grupos sulfidrilas das cisteínas da bomba de próton (H+, K+ - ATPase), inativando irreversivelmente a bomba. ● A secreção se reinicia após a síntese de novas bombas de próton. Por bloquearem o estágio final – são mais eficazes na supressão do ácido gástrico, mesmo na presença de outros fatores estimulantes. 11 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● Prevenção da degradação dos inibidores da bomba de prótons pelo ácido gástrico: ● - revestimento entérico contido no interior de cápsulas de gelatina – omeprazol, esomeprazol e lanzoprazol. ● - grânulos com revestimentos entéricos. ● - suspensão tamponada em pH 9,0 para uso pediátrico. ● Administrações por via parenteral com pantoprazol ou lansoprazol – pacientes incapazes de deglutir. ● - Ex.: 80mg de pantoprazol inibe em 1 h 80 a 90% da produção do ácido. E persiste por até 21 h. 12 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● Pantoprazol intravenoso – doença de refluxo: ● - 40 mg/dia – até 10 dias. ● FARMACOCINÉTICA: ● - Administração dos inibidores da bomba de próton – 30 minutos antes das refeições (alimentos estimulam a produção de ácido dentro dos canalículos das células parietais). ● - São rapidamente absorvidos no intestino delgado; alta afinidade pelas proteínas plasmáticas e extensamente metabolizados pelas CYP hepáticas (CTP2C19 e a CYP3A4). 13 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● FARMACOCINÉTICA: ● - Podem ser necessários 2 a 5 dias de tratamento com dose única diária para obter os 70% de inibição da bomba, que é suprimida por 24 a 48 h, até que novas bombas sejam sintetizadas. ● - Insuficiência renal crônica – não leva ao acúmulo de inibidores da bomba de prótons (dose única diária). ● - Doença hepática grave – reduz a depuração do esomeprazol e lansoprazol, recomenda-se redução da dose. 14 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● EFEITOS ADVERSOS: ● - No geral causam poucos efeitos adversos – náuseas, dor abdominal, prisão de ventre, flatulência e diarreia. ● - Já foram relatados – miopatia subaguda, artralgias, dor de cabeça e exantemas. ● INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ● - Podem interagir com a varfarina (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol e rabeprazol); ● - Diazepam – esomeprazol e omeprazol; 15 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ● - Ciclosporina – omeprazol e rabeprazol. ● - Omeprazol – inibe a CYP2C19, reduzindo a depuração do dissulfiram, fenitoína e outros fármacos); induz à expressão de CYP1A2, aumentando a depuração de imipramina, várias fármacos antipsicóticos, tacrina e teofilina. ● - Redução da acidez gástrica – afeta a biodisponibilidade de fármacos como cetoconazol, ampicilina, e sais de ferro. ● - uso crônico – já foi relacionado a maior frequência de fraturas de quadril, secundárias a uma absorção reduzida de cácio. 16 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ● - Ciclosporina – omeprazol e rabeprazol. ● - Omeprazol – inibe a CYP2C19, reduzindo a depuração do dissulfiram, fenitoína e outros fármacos); induz à expressão de CYP1A2, aumentando a depuração de imipramina, várias fármacos antipsicóticos, tacrina e teofilina. ● - Redução da acidez gástrica – afeta a biodisponibilidade de fármacos como cetoconazol, ampicilina, e sais de ferro. ● - uso crônico – já foi relacionado a maior frequência de fraturas de quadril, secundárias a uma absorção reduzida de cácio. 17 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ● - Hipergastrinemia – é mais frequente e mais grave do que com os antagonistas do receptor de H2 e aumento dos níveis de GASTRINA ocorrem em cerca de 5 a 10% dos indivíduos que fazem uso crônico de omeprazol. ● - Hipergastrinemia – pode estar relacionada a um efeito rebote com hipersecreção gástrica com a interrupção do fármaco. 18 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● USOS TERAPÊUTICOS: ● - Úlceras gástricas e duodenais; ● - Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) – incluindo esofagite erosiva complicada ou que não responde ao tratamento com antagonistas dos receptores H2. ● - Tratamento de condições hipersecretoras patológicas – Síndrome de Zollinger-Ellison. ● - Lansoprazol – aprovado pelo FDA no tratamento e prevenção da recorrência das úlceras gástricas associadas a anti-iflamatórios não esteroidais (AINES) em pacientes que fazem uso desses fármacos – redução do risco de recorrência da úlcera duodenal associadas ao H. pillori. 19 Fármacos inibidores da bomba de prótons ● USOS TERAPÊUTICOS: ● - Crianças – omeprazol é considerado seguro e eficaz no tratamento da esofagite erosiva e no refluxo gastroesofágico. ● - Pacientes mais jovens – maior capacidade metabólica, necessidade de dosesmais elevadas de omeprazol por kg de peso em comparação com os adultos. 20
Compartilhar