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TRABALHO E SOCIABILIDADE 1- A precarização social e do trabalho, no contexto de transformações societárias instauradas a partir dos anos 1970, “se apresenta como um processo multidimensional de institucionalização da instabilidade caracterizado pelo crescimento de diferentes formas de precariedade e de exclusão” (MACHADO, GIONGO, MENDES, 2016, p. 227), se apoiando na diminuição dos custos de produção a partir da flexibilização do trabalho. MACHADO, F.; GIONGO, C.; MENDES, J. Terceirização e precarização do trabalho:uma questão de sofrimento social. Rev. psicol. polít., São Paulo, v. 16, n. 36, p. 227-240, mai./ago. 2016. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpp/v16n36/v16n36a07.pdf. Acesso em: 2 fev. 2020. Diante do exposto, analise as afirmativas que refletem os impactos da precarização do trabalho para a classe trabalhadora. I. Desregulamentação dos direitos sociais. II. Precarização e terceirização da força humana empregada. III Aumento da fragmentação e heterogeneização no interior da classe trabalhadora, diante das várias formas de contratação e condições de trabalho. IV. Enfraquecimento do sindicalismo de classe e incentivo para a conversão em um sindicalismo mais negocial e de parceria. V. Ampliação sobremaneira dos direitos da classe trabalhadora, sem impactos negativos. Está correto o que se afirma em: R. I, II, III, IV. Perfeito. A precarização do trabalho e a flexibilização das relações de trabalho como tendência estrutural do capitalismo na contemporaneidade apresenta inúmeros impactos para a classe trabalhadora, especialmente relacionados aos direitos, lutas, contratos e organização do trabalho, sendo a ampliação da terceirização e dos contratos temporários uma estratégia extremamente utilizada. 2- Antunes (2018), em debate sobre temas que perpassam as consequências dos desmontes dos direitos da classe trabalhadora, afirma que a defesa da reforma trabalhista de 2017 parte do pressuposto de que o mercado de trabalho é autorregulável, que as empresas precisam de total liberdade para que haja contratação e que não podem ser engessadas pela lei. Serve de estratégia para superação do desemprego, defende-se também a ideia de que se trata de uma “modernização” da legislação trabalhista. Mas, na verdade, o que tivemos como resultado foi uma legislação que incentiva o trabalho informal, o trabalho intermitente, o trabalho precarizado, que coloca a classe trabalhadora sujeita aos ditames do empregador e submetida a qualquer condição para se manter no mercado de trabalho. ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018. A reforma trabalhista realizou inúmeras mudanças na CLT. Com referência a esse contexto, avalie as afirmativas. I. O banco de horas pode ser pactuado por acordo. II. A contribuição sindical é opcional e não pode ser descontada em folha. III. O contrato de trabalho pode ser extinto de comum acordo. IV. O trabalho de mulheres grávidas em ambientes insalubres é permitido. V. A reforma trabalhista ampliou direitos para os trabalhadores reduzindo a sua exploração que ocorreu até 2017. Está correto o que se afirma em: R. I, II, III e IV. Perfeito. O desmonte dos direitos da classe trabalhadora, por meio da reforma trabalhista, surge como defesa do mercado, defendida a partir da necessidade de superação do desemprego, da ideia de uma “modernização” da legislação trabalhista. O que houve como resultado foi uma legislação que incentiva o trabalho informal, intermitente e precarizado. 3- Todas as características da natureza da crise estrutural do capital levam Mészáros (2006) a argumentar que a crise não está relacionada aos limites imediatos, mas aos limites últimos de uma estrutura global. Nesse sentido, o autor diz que os limites do capital “não podem ser conceituados como meros obstáculos materiais a um maior aumento da produtividade e da riqueza sociais, enfim como uma trava ao desenvolvimento, mas como um desafio direto à sobrevivência da humanidade” (MÉSZAROS, 2006, p. 699). MÉSZAROS, I. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2006. p. 699. Agora, responda: quais as consequências da crise estrutural do capital na subjetividade do ser social? R. A consequência na subjetividade está nos novos elementos ao fenômeno social da alienação e do estranhamento, por meio da identificação das personificações do trabalho como personificações do capital. Perfeito. As transformações ocorridas no mundo do trabalho, provocadas pela reestruturação produtiva do capital, provocaram alterações importantes para a classe trabalhadora, sobretudo, na sua subjetividade enquanto ser social que tem no trabalho sua categoria fundante. 4- No modo de produção capitalista, ao contrário dos ciclos de expansão que o conformaram ao longo de sua história, alternando períodos de expansão e crise, Mészaros (2009) argumenta que, desde a década de 1970, o capitalismo encontra-se mergulhado em uma crise estrutural, sendo no interior dos países capitalistas centrais, os mecanismos de administração das crises cada vez mais recorrentes e insuficientes, visto que “a disjunção radical entre a produção para as necessidades sociais e autorreprodução do capital se tornava a tônica do capitalismo contemporâneo gerando consequências devastadoras para a humanidade” (MÉSZAROS, 2009, p. 12). MÉSZAROS, I. A crise do capital. São Paulo: Boitempo, 2009. p. 12. Sendo as crises próprias do capitalismo, marque a alternativa correta sobre os rebatimentos dessa crise. R. A crise do capitalismo tem conduzido o mundo do trabalho para flexibilização, informalidade e precarização da classe trabalhadora. Perfeito. O capitalismo por meio de suas crises tem criado severas alterações no mundo do trabalho, o que causa grandes impactos nas relações de trabalho, na demanda pelo trabalho, como a precarização que a classe trabalhadora acaba se submetendo para manutenção das suas condições materiais. 5- De acordo com o CFESS (2018, p. 2), o trabalho de assistentes sociais “tende a assumir, em seu conteúdo teórico e político-ideológico, o tensionamento próprio dos projetos societários em disputa na sociedade brasileira: de um lado, o reforço ao norte social estratégico desta profissão, o qual reivindica, no fazer profissional, o fortalecimento do viés emancipatório das lutas sociais”. CFESS. O trabalho de assistentes sociais junto aos movimentos sociais. CFESS Manifesta. Brasília, 2018. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/2018-CfessManifesta-16Enpess-GTPAbepss-site.pdf. Acesso em: 4 fev. 2020. Diante de tais exigências, avalie as afirmativas que podem ser consideradas estratégias que os assistentes sociais devem assumir para fortalecimento da luta da classe trabalhadora, pela qual também é integrante. I. Defesa do sindicalismo classista e movimentos sociais em prol dos direitos sociais e trabalhistas. II. Defesa de todas as formas de exploração, preconceito, opressão e discriminação. III. Defesa dos direitos sociais e trabalhistas, incluindo os direitos da própria categoria. IV. Defesa do projeto ético-político do Serviço Social, fortalecendo a articulação entre o trabalho com a defesa dos direitos e interesses da classe trabalhadora. R. I, III e IV. Perfeito. O neoconservadorismo no Serviço Social retoma princípios e práticas conservadoras voltadas para ajustamento dos trabalhadores e moralização das expressões da questão social, fortalecendo processos de exploração e alienação protagonizados em benefício do capital. 6- Na perspectiva de Marx e Engels ao tratar da precarização do trabalho já demonstraram que se alternam incessantemente as formas de exploração do trabalho, fenômenos que se acentuam com a expansão da “superpopulação relativa”, que faz com que os capitais se utilizem da força excedente de trabalho para intensificar ainda mais a ampliação dos níveis de exploração e a consequente precarização da classe trabalhadora” (ANTUNES, 2018, p. 60). ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo,2018. p. 60. Como consequência o que se vê é uma crescente precarização do trabalho. Sobre esse tema avalie as afirmativas. I. A precarização do trabalho consiste na ausência de vínculo trabalhista e, consequentemente, de direitos e benefícios já conquistados, como férias, descanso remunerado, horas extras, dentre outros. II. A precarização do trabalho se reflete na definição de metas inalcançáveis, ritmo de trabalho intenso, pressão de tempo no processo produtivo, gestão do medo, intensificação das formas de controle, de produção e de outras esferas de sua vida do trabalhador. III. Como consequência da precarização do trabalho, observa-se A fragilização física, mental e subjetiva dos trabalhadores é uma consequência da precarização do trabalho, o que leva ao sofrimento e adoecimento. IV. A precarização do trabalho não se reflete na realidade brasileira atual, visto que os direitos trabalhistas estão garantidos e as políticas sociais são implementadas de forma a atender às demandas da classe trabalhadora. Está correto o que se afirma em: R. I, II e III. Perfeito. A crescente precarização do trabalho vigente no capitalismo contemporâneo se manifesta pela fragilização das relações trabalhistas, flexibilização dos direitos trabalhistas outrora conquistados, intensificação do ritmo, das metas e da atividade produtiva associadas a novas estratégias de controle sobre os trabalhadores, gerando adoecimento dos trabalhadores, fragilização das lutas e isolamento. 7- Para entender como o Serviço Social discute a questão social, podemos utilizar a sistematização de Iamamoto (2005, p. 27), em que “a questão social é apreendida como o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade.” Ou seja, tem-se o que é denominado contradição fundamental entre capital e trabalho, desenvolvendo-se o processo de construção de desigualdades. IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 8 ed. São Paulo: Cortez Editora, 2005. p. 27. Sobre a questão social, analise as afirmativas. I. A questão social expressa-se na relação entre capital e trabalho na sociedade capitalista. II. O assistente social desenvolve sua prática com objetivo principal de superar a questão social. III. A superação do modo de produção capitalista é necessária para resolver a questão social. IV. O assistente social trabalha nas expressões da questão social, sendo o objeto de seu trabalho. Está correto o que se afirma em: R. I, III e IV. Perfeito. O Serviço Social não é a única profissão que discute e estuda a questão social, havendo diversos posicionamentos e compreensões acerca dessa categoria de análise da realidade. Mas, de forma geral, dado o caráter interventivo da profissão, os assistentes sociais estão sempre sendo chamados a pensar e refletir sobre essa questão. Entre as discussões da atualidade acerca da questão social, uma das principais é se essa questão mudou, ou se o que mudaram foram as suas configurações e ela, de maneira geral permanece a mesma. 8- Marx (2013, p. 257), afirmou que “[...] a atividade de um número maior de trabalhadores, ao mesmo tempo, no mesmo lugar (ou, se se quiser, no mesmo campo de trabalho), para produzir a mesma espécie de mercadoria, sob o comando do mesmo capitalista, constitui histórica e conceitualmente o ponto de partida da produção capitalista”. MARX, K. O Capital. São Paulo: Boitempo, 2013. l. I, v. 1. p. 257. Com base na citação acima, o capitalismo tem como objetivo a acumulação de capital, apresentando como características, dentre outras, a propriedade privada dos meios de produção e o uso de mão de obra assalariada. Outra característica peculiar do modo de produção capitalista se exprime: R. Na transformação da força de trabalho em mercadoria, em que o trabalhador vende sua força de trabalho em troca de um salário. Perfeito. Ao possuir o objetivo principal de acumular capital, o capitalismo tem como características principais a propriedade privada dos meios de produção, o assalariamento dos trabalhadores e, consequentemente, o estabelecimento de uma relação de compra e venda da força de trabalho. 9- Para Antunes (2018), o capitalismo atual apresenta um processo multiforme, no qual informalidade, precarização, materialidade e imaterialidade se tornaram mecanismos vitais, tanto para a preservação quanto para a ampliação da lei do valor. A enorme expansão do setor de serviços e dos denominados trabalhos imateriais que se subordinam à forma-mercadoria confirma essa hipótese, dado seu papel de destaque no capitalismo contemporâneo. ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018. Diante do debate de Antunes, os assistentes sociais também têm vivenciado as problemáticas da crise do mundo do trabalho. Avalie as afirmativas que refletem as relações de trabalho desse profissional na contemporaneidade. I. A atuação de assistentes sociais em diferentes espaços de atuação não é impactada pelas consequências da reforma trabalhista, já que a maioria atua nas políticas sociais. II. Os assistentes sociais se deparam com usuários subempregados com baixos salários; trabalho informal sem garantia de quaisquer direitos; desempregados sem condições de realocação; trabalhadores superexplorados com condições de trabalho desumanas. III. Os assistentes sociais, felizmente, não integram a classe trabalhadora, por serem definidos como profissionais liberais. IV. Os assistentes sociais estão vivenciando situação de subcontratos, por tempo determinado ou tarefa, tendo, inclusive, que se submeterem a salários inferiores à de outras profissões com curso superior. Está correto o que se afirma em: R. II e IV. Perfeito. A situação, no mundo e no Brasil, avança rapidamente para um processo de miserabilização acentuada da sua força de trabalho. Compreender, no caso brasileiro, o que se alterou com a reforma trabalhista, e ter uma posição crítica e propositiva é fundamental para os assistentes sociais, já que atuam no campo das políticas sociais e públicas, com o objetivo de viabilizar os direitos da população. 10- “Sabemos que o capitalismo não é democrático. Muito menos no Brasil, marcado por golpes e soluções ‘pelo alto’. O que há de democracia no capitalismo é obra da luta da classe trabalhadora que, em todos os lugares, levanta-se contra a exploração e, assim, acaba arrancando do Estado conquistas, algumas delas transformadas em direitos. Sabemos também que as conquistas e os direitos como produtos das lutas de classes sofrem seus efeitos. Quando tendem favoravelmente aos trabalhadores, eles podem obter vitórias. Mas quando os trabalhadores estão mais enfraquecidos nas lutas de classes, eles podem ser atacados de várias maneiras: ou são mais explorados; ou perdem direitos; ou sofrem maior repressão. No momento, a classe trabalhadora brasileira está sendo atacada por todos esses lados. As classes dominantes declararam guerra e posicionaram uma artilharia pesadíssima” (CFESS, 2016, p. 2). CFESS. Lutar não é crime. CFESS Manifesta. Edição especial: não à criminalização das lutas sociais. Brasília: 2016. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/2016-CfessManifesta-LutarNaoeCrime.pdf. Acesso em: 4 jan. 2020. Diante do exposto, marque a alternativa que afirma a tendência que está presente e de forma cada vez mais forte por parte do capital e do Estado. R. Criminalização e repressão das lutas e movimentos sociais. Perfeito. Diante da ampliação das estratégias de precarização do trabalho e agravamento das expressões da questão social, as lutas sociais e classistas se ampliam também, sofrendo um processo de agravamento da criminalização e repressão por parte do capital e do Estado. PRÓXIMA QUESTÃO PRÓXIMA QUESTÃO
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