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1 Questão Acerto: 0,0 / 0,1 Veja o trecho abaixo: Há um quarto genocídio/epistemicídio no século XVI que não é relatado com frequência na história dos três genocídios/epistemicídios já mencionados. Trata-se da conquista e do genocídio das mulheres que transmitiam, de geração para geração, o conhecimento indo-europeu nos territórios europeus. Essas mulheres dominavam conhecimentos xamânicos de tempos ancestrais. O conhecimento que acumulavam abrangia diferentes áreas, tais como astronomia, biologia, ética etc. Elas eram empoderadas por resguardarem um conhecimento ancestral e o seu principal papel dentro das comunidades era o de estabelecer formas comunais de organização da política e da economia. A perseguição dessas mulheres começou na Baixa Idade Média. Entretanto, intensificou-se nos séculos XVI e XVII, com o advento das estruturas "modernas, coloniais, capitalistas e patriarcais" de poder. Milhões de mulheres foram queimadas vivas, acusadas de bruxaria, ainda nos primórdios da Modernidade. Dadas as suas qualidades de autoridade e liderança, os ataques constituíram uma estratégia de consolidação do patriarcado centrado na cristandade, que também destruía formas autônomas e comunais de relação com a terra. A Inquisição foi a vanguarda dos ataques. A acusação era um ataque a milhares de mulheres, cuja autonomia, liderança e conhecimento ameaçavam o poder da aristocracia, que se tornava a classe capitalista transnacional tanto nas colônias quanto na agricultura europeia9. Silvia Federici (2004) defende que esta caça às bruxas se intensificou entre 1550 e 1660. A tese da autora é de que a caça às mulheres, em território europeu, relacionava-se à acumulação primitiva durante o início da expansão capitalista na formação de reserva de trabalho para o capitalismo global. Ela relacionou a escravização de africanos nas Américas e a caça de mulheres na Europa como dois lados da mesma moeda: a acumulação de capital, em escala global, com a necessidade de incorporar trabalho no processo de acumulação capitalista. Para atingir este objetivo, as instituições usaram métodos extremamente violentos. Ao contrário do que ocorreu com o epistemicídio contra as populações indígenas e muçulmanas, quando milhares de livros foram queimados, no caso do genocídio contra as mulheres indo-europeias não houve livros queimados, pois, a transmissão de conhecimento acontecia, de geração para geração, por meio da tradição oral. (p.41-42) (Fonte: GROSFOGUEL, Ramón. A estrutura do conhecimento nas universidades ocidentalizadas: racismo/sexismo epistêmico e os quatro genocídios/epistemicídios do longo século XVI. Sociedade e Estado, v. 31, p. 25-49, 2016.) Levando-se em consideração o texto acima, conclui-se que as mulheres indo- europeias foram queimadas como estratégia epistemicida porque: Eram consideradas existências frágeis que não colocavam nenhum risco à hegemonia do capital masculino. Já havia muita mão-de-obra disponível para acumulação do capital europeu e elas se tornaram dispensáveis. A lógica de acumulação do capital dos homens adotou uma postura de impedimento às mulheres a partir de critérios racionais muito pouco relacionados a questões religiosas. Os "livros" eram os corpos das mulheres e, de modo análogo ao que aconteceu com livros de alguns povos, elas foram queimadas vivas. Os homens com poder da época queriam expandir a autonomia dessas mulheres consideradas inteligentes. Respondido em 14/10/2022 12:54:31 Compare com a sua resposta: 2 Questão Acerto: 0,0 / 0,1 Leia, a seguir, um trecho da tese de doutorado intitulada Entre o Branco, o encardido e o branquíssimo, de 2012, de autoria da professora e pesquisadora Lia Vainer Schucman. O diálogo se refere a uma conversa entre ela e um morador de rua branco em São Paulo: Tadeu, 22 anos, nascido em uma família pobre na baixada santista, desde os 12 anos morador de rua no centro de São Paulo, mostra que, apesar de não ter se apropriado dos valores da branquitude e tampouco acreditar na supremacia branca, também está sujeito a ser visto como um corpo estranho no lugar social que ocupa. Tadeu nos conta duas situações que podem ser esclarecedoras: Você acha que morando na rua teve menos discriminação por ser branco? (Lia) "Tive mais. Porque você morar numa maloca que só tinha negros, mais de trinta pessoas, aí você leva um 'enquadro' lá com todo mundo, o policial mesmo te esculacha: O que você tá fazendo no meio deles? Você não é da mesma cor! Saia daí. O policial chega até a oferecer dinheiro pra você sair de perto deles". Me conta isso melhor (Lia). "Era uma maloca ali perto do São Pedro, eram mais de 50 pessoas que moravam dentro. Do nada, todo mundo acordou com uma arma na cara, só eu que não. Eu olhei assim pra todo mundo, aí o policial já perguntou: que você tá fazendo aqui, no meio de negros, esses porcos imundos? E me ofereceu dinheiro pra sair de perto deles. Eu falei que não. Conheço muito policial que veste farda e é corrupto, são brancos e só vão cobrar dinheiro de negros. Pra quem vai na 'boca' sempre vê essa cena. Eu não piso mais na 'boca' por causa disso. Minha namorada usa droga, e eu falei pra ela: um dia eu vou descer na 'boca' pra te buscar. Mas eu não vou porque sempre encontro um policial que fala pra mim: você não tá mais indo na 'boca', hein? Você vai na 'boca', só tem gente mulata e negro que usa droga. Alguns brancos só. Aí você não usa mais droga, qual a relação que ele faz? Que você vende droga, que você se aliou aos negros. Aqui o centro tá assim hoje em dia, os negros tão fazendo as bases do tráfico deles. Os policiais, pra tentar corrigir isso, ou mata, ou faz corrupção." (Tadeu) (p. 98). Acerca da complexidade das relações raciais no Brasil, a análise apresentada afirma que: Os policiais militares do estado de São Paulo adotaram uma postura democraticamente racial e não atuaram a partir de nenhuma lógica discriminatória. No acontecimento relatado, o sujeito negro aparece em seu lugar de privilégio simbólico e material, tendo seus direitos preservados em relação ao sujeito branco. O fato de Tadeu ser visto como um corpo estranho no lugar social que ocupa implica que parte da sociedade brasileira não associa brancos a lugares marginalizados. Segundo os policiais, é inadequado que qualquer ser humano esteja no lugar de um morador de rua. A questão de classe social é preponderante na cena e, portanto, negros e brancos pobres e moradores de rua não possuem distinção em relação à raça. Respondido em 14/10/2022 12:37:49 Compare com a sua resposta: 3 Questão Acerto: 0,1 / 0,1 Podemos definir o termo eurocentrismo da seguinte forma: A degradação dos saberes e das vivências construídas no Ocidente. A degradação dos saberes e das vivências construídas na Europa. A valorização dos saberes de povos tradicionais, como as mulheres indo- europeias, os indígenas e os africanos. A valorização dos saberes de outras culturas e, também, de outras existências humanas. A centralização da Europa como referência de existência humana e, também, como local de produção de conhecimento. Respondido em 14/10/2022 12:24:06 Compare com a sua resposta: 4 Questão Acerto: 0,0 / 0,1 Observe o caso descrito a seguir: Há uma cidade, no interior de Minas, que é fundamentalmente conhecida pelo histórico secular de escravização da população negra, o que terminou por torná-la uma cidade, majoritariamente, de pretos e pardos. Desse modo, 72% dos habitantes se autodeclaram negros. Ao retomar a história de constituição dessa cidade, no pós-abolição, percebe-se que esses descendentes livres dos negros escravizados não foram incluídos como mão de obra em outrossetores econômicos da cidade, tampouco foram bem-vindos no sistema educacional público em função de um processo discriminatório e preconceituoso. Em função disso, vários desses sujeitos negros se tornaram semianalfabetos e analfabetos com baixa qualidade de formação técnico-intelectual. Com o histórico de uma mineração escravocrata, a população branca se acostumou a enxergar os negros da cidade em lugares subalternizados e braçais, de modo que os comerciantes brancos não se sentissem à vontade contratando parte da população negra. Nesse momento, a maioria da população negra, então, encontra-se desempregada e em condições econômicas muito precárias. Com a chegada de uma multinacional para extração de minério, abre-se uma brecha para que grande parte dessa população negra consiga emprego e saia da sua situação de miserabilidade. A empresa constrói um setor de Diversidade e Inclusão junto ao Recursos Humanos, encabeçado por psicólogos, para tentar garantir que a companhia cumpra com princípios democráticos, cidadãos e equitativos dos seus funcionários. Em relação às possíveis estratégias do setor de Diversidade e Inclusão, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I - O setor em questão poderia se aproveitar da baixa escolaridade e do histórico escravocrata para promover recrutamento e seleção de jovens negros da cidade para os cargos que exigem força física e que são menos remunerados. PORQUE II - Tendo em vista que a empresa é uma multinacional, é importante que a área de Recursos Humanos seja gerenciada por psicólogos que garantam o lucro em detrimento da qualidade de vida e dignidade dos seus empregados. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. As asserções I e II são proposições falsas. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. Respondido em 14/10/2022 12:46:53 Compare com a sua resposta: 5 Questão Acerto: 0,1 / 0,1 Podemos definir o termo eurocentrismo da seguinte forma: A valorização dos saberes de outras culturas e, também, de outras existências humanas. A valorização dos saberes de povos tradicionais, como as mulheres indo- europeias, os indígenas e os africanos. A degradação dos saberes e das vivências construídas na Europa. A centralização da Europa como referência de existência humana e, também, como local de produção de conhecimento. A degradação dos saberes e das vivências construídas no Ocidente. Respondido em 14/10/2022 12:24:53 Compare com a sua resposta:
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