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CARGAS PERMANENTES PROF. MA. ENG. ARQ. CAROL CHAVES MESQUITA E FERREIRA TERESINA Requisitos de Projeto As pontes devem ser concebidas, calculadas e detalhadas de modo a satisfazer os requisitos de qualidade definidos na NBR 6118:2014, principalmente garantindo que, para todas as combinações de ações suscetíveis de intervir durante sua construção e utilização, sejam respeitados os estados limites últimos e os estados limites de serviço, bem como as condições de durabilidade requeridas. NBR 7183 (2003) Os estados limites últimos (ELU) representam o colapso ou qualquer outra forma de ruína que determine a paralisação do uso da estrutura; Os estados limites de serviço (ELS) estão relacionados com a durabilidade e a boa utilização funcional das estruturas, sua aparência e o conforto dos usuários. Ações são as causas que provocam o aparecimento de esforços ou deformações nas estruturas. Classificam-se, em: • Permanentes – G; • Variáveis – Q; • Excepcionais – E Ações a considerar Ações Permanentes São aquelas cuja variação no tempo é desprezível em relação ao tempo médio de vida da estrutura, ou seja; são ações cujas intensidades podem ser consideradas como constantes ao longo da vida útil da construção. Compreendem entre outras: • Cargas provenientes do peso próprio dos elementos estruturais; • Cargas provenientes do peso da pavimentação, dos trilhos, dos dormentes, dos lastros, dos revestimentos, das barreiras, dos guarda- corpos; • Os empuxos de terra e de líquidos; • As forças de protensão; • As deformações impostas, isto é, as provocadas por fluência e retração do concreto, variações de temperatura e deslocamentos de apoios. Peso Próprio dos Elementos Pontes Metálicas ou de Madeira: O maior número de peças torna conveniente a avaliação prévia da carga proveniente do peso próprio dos elementos estruturais por meio de fórmulas empíricas que variam de acordo com as características da obra; Peso Próprio dos Elementos Pontes em Concreto: • Esboça-se um ante projeto da ponte fixando as dimensões com base na observação de estruturas anteriormente projetadas; • Peso próprio dos Elementos Estruturais; • A seguir, calcula-se a carga permanente a partir do volume de cada peça; • A carga permanente assim obtida não deve apresentar discrepância maior que 5% em relação ao peso próprio resultante do dimensionamento definitivo; • Peso específico deve ser tomado no mínimo igual a 24 kN/m³ para o concreto simples e 25 kN/m³ para o concreto armado ou protendido. NBR 7183 (2003) Pavimentação, Lastro e Trilhos Pavimentação: • Deve ser adotado para o peso específico do material empregado o valor mínimo de 24 kN/m³; para fins de cálculo da carga relativa à pavimentação, normalmente considera-se uma camada de asfalto com espessura média igual a 7cm ou uma carga adicional de 2KN/m². NBR 7183 (2003) Pavimentação, Lastro e Trilhos Lastro Ferroviário: • Deve ser adotado para o peso específico do material empregado o valor de 18 kN/m³. Deve ser suposto que o lastro atinja o nível superior dos dormentes e preencha completamente o espaço limitado pelos guarda-lastros, até o seu bordo superior, mesmo se na seção transversal do projeto assim não for indicado. Pavimentação, Lastro e Trilhos Trilhos: Na ausência de indicações precisas, a carga referente aos dormentes, trilhos e acessórios deve ser considerada, no mínimo, igual a 8 kN/m por via. Empuxo de Terra • O peso específico do solo úmido deve ser considerado, no mínimo, igual a 18 kN/m³ e o ângulo de atrito interno, no máximo igual a 30°; • A atuação do empuxo passivo só pode ser levada em conta quando sua ocorrência puder ser garantida ao longo de toda a vida útil da obra. Empuxo de Água • O empuxo d´água e a subpressão devem ser considerados nas situações mais desfavoráveis para a verificação dos estados limites, sendo dada especial atenção ao estudo dos níveis máximo e mínimo dos cursos d’água e do lençol freático; • Nos muros de arrimo deve ser prevista, em toda a altura da estrutura, uma camada filtrante contínua, na face em contato com o solo contido, associada a um sistema de drenos, de modo a evitar a situação de pressões hidrostáticas. Caso contrário, deve ser considerado nos cálculos o empuxo d´água resultante; Forças de Protensão • Evidentemente, é um esforço que só deve ser considerado nas pontes de concreto protendido; • Trata-se de uma força normal de compressão que provoca uma variação na dimensão da peça e, portanto, se essa variação é impedida total ou parcialmente, aparecerão tensões adicionais, que deverão ser consideradas; • A força de protensão, sendo um esforço permanentemente aplicado, tem muita importância sobre o fenômeno da deformação lenta do concreto, além da deformação imediata que produz no instante em que é aplicado. Deformações Impostas Fluência ou Retração: • Deve ser considerada, conforme NBR 6118:2014; • Se as deformações produzidas pelas variações térmicas forem impedidas, aparecerão esforços adicionais nas estruturas das pontes; • É o caso das pontes com estrutura principal hiperestática, nas quais as diversas partes constituintes devem ser projetadas para resistirem aos acréscimos de tensões; • Nas pontes com estrutura principal isostática essas deformações de origem térmicas devem ser levadas em conta no projeto dos aparelhos de apoio; • Segundo a NBR 7187, deve ser considerada uma variação uniforme de temperatura de ± 15 ºC. Deformações Impostas Deslocamentos de Apoios: • As fundações das pontes são em geral dimensionadas para apresentarem recalques diferenciais pequenos, que produzem nas estruturas efeitos de pequena importância; • Porém, se a natureza do terreno e o tipo de fundação permitirem a ocorrência de deslocamentos que induzam a efeitos apreciáveis na estrutura, as deformações impostas decorrentes deverão ser levadas em consideração no projeto. Diagrama de Esforços Para estruturas carregadas apenas por cargas permanentes a análise dos esforços para o dimensionamento das mesmas, utiliza‐se os Diagramas de Estado (momento fletor e torçor, força cortante e força normal). Os deslocamentos limites podem ser verificados de maneira mais simples, pois os deslocamentos ocorridos por ação das cargas permanentes não variam com o tempo, portanto são únicos para toda a vida útil da estrutura. Diagrama de Esforços A partir dos Diagramas de Estado obtêm‐se os esforços mais desfavoráveis atuantes na estrutura;
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