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Indaial – 2021 Resíduos em seRviço de saúde Prof.ª Lucile Cecília Peruzzo 1a Edição Plano de GeRenciamento de Elaboração: Prof.ª Lucile Cecília Peruzzo Copyright © UNIASSELVI 2021 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: P471p Peruzzo, Lucile Cecília Plano de gerenciamento de resíduos em serviço de saúde. / Lucile Cecília Peruzzo – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 237 p.; il. ISBN 978-65-5663-472-2 ISBN Digital 978-65-5663-473-9 1. Lixo hospitalar. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 610 As atividades de saúde são um meio de proteger a saúde, curar pacientes e salvar vidas. No entanto, essas atividades geram resíduos, 20 por cento dos quais acarretam riscos de infecção, trauma ou de exposição a produtos químicos ou radiação. Embora os riscos associados aos resíduos de serviços de saúde perigosos e as formas e meios de gerenciar esses resíduos sejam relativamente bem conhecidos e descritos em manuais e outras literaturas, os métodos de tratamento e eliminação requerem consideráveis recursos técnicos e financeiros e uma estrutura legal, que muitas vezes não está disponível. A má gestão de resíduos pode colocar em risco a equipe de atendimento, funcionários que lidam com resíduos de serviços de saúde, pacientes e suas famílias e a população vizinha. Além disso, o tratamento ou descarte inadequado desses resíduos pode levar à contaminação ou poluição ambiental. Em contextos desfavoráveis, os riscos associados a perigos do lixo hospitalar po- dem ser reduzidos significativamente por meio de medidas simples e apropriadas. Este livro didático tem como objetivo apresentar de uma forma prática e pragmática o gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde. Este livro didático está dividido em 3 unidades. Na Unidade 1, são apresentadas as várias categorias de resíduos sólidos, sua classificação, a taxa de geração e a composição dos resíduos sólidos. A maior parte do texto, no entanto, é dedicada aos elementos funcionais dos programas de gerenciamento de resíduos sólidos, particularmente ao armazenamento, coleta e descarte de resíduos sólidos. As diversas tecnologias para disposição final de resíduos sólidos são também discutidas. Na unidade 2, abordamos os resíduos de serviços de saúde (RSS) que correspondem a cerca de 1 a 2% do total dos RSU (Resíduos Sólidos Urbanos); porém, apesar desse pequeno percentual de geração, os RSS são considerados um desafio para os gestores, uma vez que necessitam de um gerenciamento adequado devido à possibilidade de contaminação ambiental por agentes biológicos, químicos e radioativos e aos riscos que representam à saúde pública. Na Unidade 2, são definidos e classificados os resíduos de serviços de saúde – RSS. Há uma premissa separada com relação as técnicas mais simples e menos onerosas que podem ser empregadas para o gerenciamento seguro de resíduos sólidos de saúde. Na Unidade 3, tratamos de algumas estratégias para minimizar a geração de resíduos de serviços de saúde. Serão apresentadas várias medidas que podem ser instituídas para alcançar a minimização de resíduos, incluindo: redução na fonte, reutilização e reciclagem. Também apresentamos, nesta unidade, um exemplo prático de um plano de gerenciamento de resíduos perigosos de um laboratório. Desejo uma ótima leitura a todos! Um abraço Prof.ª Dra. Lucile Cecília Peruzzo APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. 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A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL ................................................. 1 TÓPICO 1 - GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .......................................................................3 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................3 2 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL .............................4 3 RESÍDUOS SÓLIDOS ..........................................................................................................8 3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................... 9 3.1.1 Quanto a origem ........................................................................................................................... 9 3.1.2 Quanto a composição química .............................................................................................. 11 3.1.3 Quanto aos riscos de contaminação..................................................................................... 11 3.2 CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS – RSU ........................................... 14 3.2.1 Peso específico ou Densidade Aparante (ρ) .......................................................................20 3.3 GERAÇÃO PER CAPITA .....................................................................................................................22 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................................ 23 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 24 TÓPICO 2 - GESTÃO E GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS .................................................................................... 29 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 29 2 GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ............................................ 30 3 GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ............................ 31 3.1 REDUÇÃO NA FONTE ..........................................................................................................................33 3.2 RECICLAGEM E COMPOSTAGEM ...................................................................................................33 3.3 COMBUSTÃO (RESÍDUOS EM ENERGIA) .......................................................................................36 3.4 ATERROS SANITÁRIOS .....................................................................................................................36 3.5 EXEMPLO DE IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO INTEGRADA PARA RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS ................................................................................................38 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................................ 44 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................. 46 TÓPICO 3 - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS .................................................................................. 51 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 51 2 ASPECTOS LEGAIS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS: A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) ...................................................................... 52 2.1 ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS ...............................................................................................55 2.2 NORMAS GERAIS ...............................................................................................................................58 3 IMPLANTAÇÃO DE PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS – PASSO A PASSO .............59 3.1 PLANEJAMENTO ..................................................................................................................................61 3.1.1 Identifique ....................................................................................................................................61 3.1.2 Caracterização e quantificação .............................................................................................61 3.1.3 Requerimentos legais ou outros ...........................................................................................63 3.1.4 Definição de metas e objetivos .............................................................................................63 3.2 IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO ....................................................................................................64 3.2.1 Estrutura e responsabilidade .................................................................................................64 3.2.2 Treinamento, consciência e competência .........................................................................64 3.2.3 Manuseio e acondicionamento .............................................................................................64 3.2.4 Pré-tratamento .........................................................................................................................65 3.2.5 Destinação final .......................................................................................................................66 3.2.6 Documentação do PGR ..........................................................................................................66 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................................ 68 RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................... 71 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................................72 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................75 UNIDADE 2 — RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) ............................................... 83 TÓPICO 1 — DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO GERAL DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) ...................................................................... 85 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 85 2 DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE .................................................... 86 2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RSS ................................................................................................................87 3 GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE RSS ................................................96 3.1. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DOS RSS .....................................................................100 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 101 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................102 TÓPICO 2 - RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ..................105 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................105 2 TIPOS DE RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) .............106 2.1 PESSOAS EM RISCO.......................................................................................................................... 107 2.2 RISCO ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS INFECCIOSOS E PERFUROCORTANTES ................. 107 2.3 RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS QUÍMICOS-FARMACÊUTICOS .................................108 2.4 RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS RADIOATIVOS ............................................................109 2.5 RISCOS ASSOCIADOS AOS PROCESSOS DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS DE SAÚDE ...............110 2.6 RISCOS ASSOCIADOS AOS RESÍDUOS GENOTÓXICOS .............................................................111 2.7 RISCOS OCUPACIONAIS E DE SAÚDE PÚBLICA .........................................................................112 3 ORIENTAÇÕES DA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) .................................. 113 RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................... 114 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................ 116 TÓPICO 3 - GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ........................ 121 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 121 2 O QUE É O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS? ...............................................................122 2.1. OS PRINCIPAISAPARATOS LEGAIS E AS NORMAS TÉCNICAS RELACIONADOS AO TEMA ........... 122 2.2 IMPORTÂNCIA DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ........ 123 2.3 RESPONSABILIDADE QUANTO À GERAÇÃO E AO MANEJO DOS RSS? ............................. 124 2.3.1 Determinação de responsabilidades .................................................................................. 124 2.4 ETAPAS DE UM PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE (RSS) ......................................................................... 125 2.4.1 Avaliação da geração de resíduos de serviços de SAÚDE – RSS ............................... 126 2.4.2 Caracterização como ferramenta para o diagnóstico dos RSS ..................................128 2.5. DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ..................................................................................130 2.5.1 Detalhes a incluir no plano de gestão de resíduos .........................................................130 2.6 PROCEDIMENTOS E PRÁTICAS ..................................................................................................... 132 LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................133 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................... 137 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................139 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................143 UNIDADE 3 — GESTÃO E GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE .......... 151 TÓPICO 1 — MINIMIZAÇÃO, REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM DE RESÍDUOS DE SAÚDE ........153 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................153 2 MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ...............................................154 2.1 PRINCÍPIOS DE MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS ............................................................................. 157 2.1.1 Redução na fonte ..................................................................................................................... 157 2.1.2 Reutilizar .................................................................................................................................... 157 2.1.3 Reciclagem ............................................................................................................................... 159 2.2 IMPLEMENTANDO ESTRATÉGIAS DE MINIMIZAÇÃO DE RESÍDUOS ..................................... 159 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................... 161 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................162 TÓPICO 2 - SEGREGAÇÃO, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ..........................................................................165 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................165 2 PRINCÍPIOS GERAIS .......................................................................................................166 3 SEGREGAÇÃO E ACONDICIONAMENTO ........................................................................ 167 3.1 RECIPIENTES DE RESÍDUOS, CÓDIGOS DE CORES E RÓTULOS ............................................167 3.2 ACONDICIONAMENTO ...................................................................................................................... 170 3.2.1 Para os resíduos do grupo A .................................................................................................. 171 3.2.2 Para os resíduos do grupo B ................................................................................................ 171 3.2.3 Para os resíduos do grupo C ............................................................................................... 173 3.2.4 Para os resíduos do grupo d não recicláveis ................................................................... 174 3.2.5 Para os resíduos do grupo E ................................................................................................ 174 3.2.6 Para os resíduos do grupo d recicláveis ........................................................................... 174 3.3 DEFINIR E MANTER PADRÕES DE SEGREGAÇÃO .................................................................... 175 4 COLETA E TRANSPORTE INTERNO DOS RSS ................................................................ 176 4.1 TRANSPORTE INTERNO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSS) ...........................177 4.1.1 Armazenamento central dentro de instalações de saúde ............................................. 178 4.1.2 Layout das áreas de armazenamento de resíduos ........................................................180 5 COLETA E TRANSPORTE EXTERNO DE RESÍDUOS .......................................................182 5.1 EQUIPE DE LOGÍSTICA......................................................................................................................182 5.2 REQUISITOS DO VEÍCULO ...............................................................................................................183 5.3 ROTULAGEM DO VEÍCULO DE TRANSPORTE ............................................................................183 RESUMO DO TÓPICO 2 .......................................................................................................186 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................187 TÓPICO 3 - TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE ........................................................................ 191 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 191 2 SELEÇÃO DO MÉTODO DE TRATAMENTO ......................................................................192 2.1 CARACTERÍSTICA DOS RESÍDUOS ................................................................................................ 193 2.2 VISÃO GERAL DAS TECNOLOGIAS DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS ................................... 194 2.2.1 Processos térmicos................................................................................................................. 195 2.2.2 Processos químicos ............................................................................................................... 197 2.2.3 Tecnologias de irradiação .....................................................................................................198 2.2.4 Processos biológicos .............................................................................................................198 2.2.5 Encapsulamento .....................................................................................................................198 2.2.6 Inertização ................................................................................................................................198 2.2.7 Processos mecânicos ............................................................................................................ 199 3 DISPOSIÇÃO FINAL ........................................................................................................199 3.1 SISTEMAS DE ELIMINAÇÃO DE RESÍDUOS ................................................................................200 3.1.1 Aterro sanitário ..........................................................................................................................201 3.1.2 Enterro seguro nas instalações do hospital .................................................................... 202 3.1.3 Valassépticas/concreto ....................................................................................................... 203 RESUMO DO TÓPICO 3 ...................................................................................................... 207 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 209 TÓPICO 4 - EXEMPLO DE UM PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS PERIGOS DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES QUÍMICAS – PASSO A PASSO .............. 211 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 211 2 IDENTIFICAÇÃO ..............................................................................................................212 2.1 DADOS DA CONTRATADA ................................................................................................................ 212 2.2 DADOS DO TÉCNICO RESPONSÁVEL LEGAL PELA PGRSS .................................................... 213 2.3 DA ÁREA DE APLICAÇÃO DO PGRS ............................................................................................. 213 2.4 OBJETIVOS DO PGRSS ...................................................................................................................214 2.4.1 Objetivo geral ............................................................................................................................214 2.4.2 Objetivos específicos ............................................................................................................214 3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES .......................................................................................215 4 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS ..................................................................................215 4.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS GERADOS .............................................................................. 215 4.2 SEGREGAÇÃO E ACONDICIONAMENTO....................................................................................... 216 4.3 TRANSPORTE INTERNO ..................................................................................................................218 4.4 TRATAMENTO NO LABORATÓRIO..................................................................................................218 5 ARMAZENAMENTO EXTERNO E INTERNO.....................................................................218 5.1 COLETA E TRANSPORTE EXTERNOS ............................................................................................ 219 6 TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL ............................................................................ 220 7 CAPACITAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS ............................................................................ 220 8 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS) E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA (EPCS) .....................................................221 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................. 223 RESUMO DO TÓPICO 4 ...................................................................................................... 227 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................... 228 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................231 1 UNIDADE 1 - GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • apresentar a definição e a classificação dos resíduos de serviços da saúde (RSS); • caracterizar os principais tipos de perigos associados aos resíduos de saúde e seus efeitos na saúde; • orientar a importância do gerenciamento dos resíduos de serviços da saúde para a proteção do meio ambiente e dos profissionais envolvidos no manuseio e utilização destes resíduos; • disponibilizar, de maneira sistemática e em linguagem simples, orientações técnicas básicas para o gerenciamento dos resíduos gerados em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde e similares; • quantificar e classificar, segundo a RDC ANVISA n° 222/2018 os Resíduos de Serviços da Saúde (RSS). Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS TÓPICO 2 – GESTÃO E GERENCIAMENTO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS TÓPICO 3 – IMPLEMENTAÇÃO DE UM PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Neste tópico, estudaremos a Gestão de Resíduos Sólidos. Como sabemos, não existe uma única alternativa de disposição final de resíduos, como o aterro sanitário, por exemplo, já que os resíduos sólidos urbanos variam muito na sua composição, obrigando aos gestores encontrar soluções específicas para cada situação. Neste tópico, abordaremos o diagnóstico dos resíduos sólidos no Brasil, a classificação e a composição dos resíduos para, baseado na sua composição e classificação, escolher a melhor forma de tratamento e disposição final destes resíduos. 1 INTRODUÇÃO A gestão de resíduos sólidos é um dos maiores desafios enfrentados pelos países em desenvolvimento. Isso se deve principalmente à crescente geração de tais resíduos e aos custos relacionados ao tratamento e disposição final. Além dos custos elevados, a gestão de resíduos sólidos está associada à falta de compreensão dos diferentes fatores que afetam todo o sistema de gestão destes resíduos (HUSSEIN, MONA, 2018). De acordo com Lopes (2007), além das decisões políticas, elaboração de legislações e estratégias, aspectos técnicos e econômicos relacionados à gestão dos resíduos sólidos, existem aspectos operacionais relacionados ao gerenciamento destes. A geração, o armazenamento, a coleta, o transbordo, o transporte, o tratamento e a disposição final devem ser analisados, bem como os aspectos sociais envolvidos. A gestão de resíduos sólidos compreende atividades referentes à tomada de decisões estratégicas e à organização do setor para este fim, envolvendo instituições, políticas, instrumentos e meios. O modelo de gestão de resíduos sólidos deve ser entendido como um conjunto de referências político-estratégicas, institucionais, legais e financeiras capaz de orientar a organização do setor. Fatores relacionados ao aumento da população, rápida urbanização, economia em expansão e o aumento do padrão de vida nos países em desenvolvimento acelerou muito a taxa, a quantidade e a qualidade da geração de resíduos sólidos. Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são um dos desafios mais importantes para o ambiente. A composição dos RSU varia significativamente de um município para outro e de país para país. Tal variação depende, principalmente, do estilo de vida, da situação econômica, da legislação referente à gestão de resíduos e a estrutura industrial. TÓPICO 1 - UNIDADE 1 4 A quantidade e a composição dos resíduos sólidos urbanos são fatores determinantes para a gestão e o gerenciamento adequado desses resíduos. Essas informações são essenciais e úteis para, por exemplo, utilizar os resíduos sólidos como fonte de energia. Com base no valor do poder calorífico e na composição elementar do RSU, pode-se decidir sobre a utilidade deste como combustível. Além disso, essas informações ajudarão a prever a composição das emissões gasosas. O conhecimento da composição dos resíduos fornece informações importantes sobre a utilidade do material para compostagem ou para produção de biogás comocombustível via conversão biológica. Geralmente, os resíduos sólidos urbanos são altamente heterogêneos por natureza. A heterogeneidade destes resíduos é o principal obstáculo na triagem e na utilização desses resíduos. Portanto, há uma necessidade de fracionamento e classificação desses resíduos antes de qualquer processo de tratamento final. A triagem e a separação de tais resíduos é uma das etapas mais importantes na gestão de resíduos sólidos, pois fornece dados sobre a qualidade das frações separadas para qualquer utilização potencial. Para aumentar a efetividade dos sistemas de gestão de RSU, é necessário conscientização pública e participação ativa dos geradores de resíduos, na triagem e segregação adequada desses resíduos. Por isso, é fundamental a conscientização pública ao adquirir produtos que sejam considerados “ecologicamente corretos”, produtos que, além de apresentarem boa qualidade, assumem e respeitam o compromisso com o meio ambiente em seus processos de produção. Esses aspectos vêm incentivando, a cada dia, a indústria a procurar sistemas eficazes que provoquem a redução de seus impactos ambientais, com custo de mercado compatível. Um sistema eficaz de gestão de resíduos sólidos garante uma melhor qualidade de vida à população. O sistema precisa ser seguro para os trabalhadores e salvaguardar a saúde pública, evitando a propagação de doenças. Além desses pré- requisitos, uma gestão eficaz de resíduos sólidos deve ser ambientalmente sustentável e economicamente viável. 2 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL A presença de resíduos acompanha o homem desde o início da sua existência. No início, o resíduo não era exatamente um problema. Os hábitos do homem eram mais simples e naturais. O desenvolvimento econômico, o crescimento populacional, a urbanização e a revolução tecnológica modificaram o estilo de vida, os modos de 5 produção e o consumo da população. Como decorrência direta desses processos, vem ocorrendo um aumento na produção de resíduos sólidos, tanto em quantidade como em diversidade, principalmente nos grandes centros urbanos (GOUVEIA, 2012). Os resíduos sólidos urbanos constituem uma preocupação ambiental. Os problemas relacionados aos resíduos sólidos, na atualidade, estão ligados ao aumento na geração, à variedade de materiais descartados, e a dificuldade em encontrar áreas para seu depósito, visto que a geração e a deposição são atividades diárias da população (LEME, 2006 apud QUERINO; PEREIRA, 2016, p. 405). De acordo com Neto (2019), o Brasil está entre as dez nações que mais geram RSU no mundo. Entre 2017 e 2018, a geração de RSU no Brasil aumentou quase 1% e chegou a 216.629 toneladas diárias. Como a população também cresceu no período (0,40%), a geração per capita teve elevação um pouco menor (0,39%). Isso significa que, em média, cada brasileiro gerou pouco mais de 1 quilo de resíduo por dia (ABRELPE, 2019). O Gráfico 1 apresenta a geração de resíduos sólidos no Brasil em toneladas/dia e em kg/habitante/dia. O volume de resíduos sólidos coletados no Brasil em 2018 foi de 199.311 toneladas por dia. A quantidade de RSU coletada em 2018 cresceu em todas as regiões em comparação com 2017, e manteve uma cobertura um pouco acima de 90%. A região Sudeste continua respondendo por cerca de 53% do total de resíduos coletados, e apresenta o maior percentual de cobertura dos serviços de coleta do país em torno de 98% (ABRELPE, 2019). Segundo Monteiro et al. (2001), a coleta do lixo é o segmento que mais se desenvolveu dentro do sistema de limpeza urbana e o que apresenta maior abrangência de atendimento junto à população. Esse fato deve-se à pressão exercida pela população e pelo comércio para que se execute a coleta com regularidade. Contudo, essa pressão tem, geralmente, um efeito seletivo, ou seja, a administração municipal, quando não tem meios de oferecer o serviço a toda a população, prioriza os setores comerciais, as unidades de saúde e o atendimento à população de renda mais alta. GRÁFICO 1 – GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL FONTE: ABRELPE (2019, p. 12) 6 A expansão da cobertura dos serviços raramente alcança as áreas realmente carentes, até porque a ausência de infraestrutura viária exige a adoção de sistemas alternativos, que apresentam baixa eficiência e, portanto, custo mais elevado. A Tabela 1 apresenta a quantidade de resíduos sólidos urbanos coletados por região e no Brasil. Regiões População 2018 2018 RSU Total (toneladas/dia) Norte 18.182.253 13.069 Nordeste 56.760.780 43.763 Centro-Oeste 16.085.885 14.941 Sudeste 87.711.946 105.977 Sul 29.754.036 21.561 Brasil 208.494.900 199.311 TABELA 1 – QUANTIDADE DE RSU COLETADA NAS REGIÕES E NO BRASIL. FONTE: Adaptado de ABRELPE (2019) Você Sabia? • No MUNDO: a média mundial de geração de lixo por habitante é de 1 kg por dia. Quanto mais rico é o país, mais lixo é gerado. • No BRASIL: a geração de resíduos sólidos domiciliares é de cerca de 0,6 kg/ hab.dia e mais 0,3 kg/hab.dia de resíduos de varrição, limpeza de logradouros e entulhos. • SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E CURITIBA: a média de geração de lixo por habitante é de 1,3 kg/hab.dia, considerando todos os resíduos manipulados pelos serviços de limpeza urbana (domiciliares, comerciais, de limpeza de logradouros, de serviços de saúde e entulhos). NOTA A composição física média dos resíduos sólidos urbanos no Brasil é muito variável. Como já foi exposto, é influenciada por vários fatores, como desenvolvimento econômico, padrões culturais, localização geográfica, fontes de energia e clima. Segundo Menezes (2014) os resíduos produzidos pela população brasileira muito se assemelham, em quantidade e proporção, aos de outros países em desenvolvimento. A composição dos resíduos produzidos pelos brasileiros é de 51,4% de materiais orgânicos, 31,9% de recicláveis e 16,7% de outros materiais. Desses, apenas 58% são dispostos de maneira adequada. O Gráfico 2 apresenta o perfil de geração de resíduos urbanos no Brasil (%). 7 GRÁFICO 2 – PERFIL DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS URBANOS NO BRASIL FONTE: IPEA (2012 apud GRISA; CAPANEMA, 2018, p. 420) Em 2018, a destinação adequada em aterros sanitários recebeu 59,5% dos resíduos sólidos urbanos coletados, o equivalente a 43,3 milhões de toneladas. O restante (40,5%) foi despejado em locais inadequados. Ou seja, 29,5 milhões de toneladas de RSU foram para lixões ou aterros controlados, que não contam com um conjunto de sistemas e medidas necessárias para proteger a saúde das pessoas e o meio ambiente contra danos e degradações (ABRELPE, 2019). O Gráfico 3 apresenta a disposição final de RSU por tipo de destinação (toneladas/dia). GRÁFICO 3 – DISPOSIÇÃO FINAL DE RSU, POR TIPO DE DESTINAÇÃO FONTE: ABRELPE (2019, p. 16) Com relação ao tratamento do lixo, tem-se instaladas no Brasil algumas unidades de compostagem/reciclagem. Essas unidades utilizam tecnologia simplificada, com segregação manual de recicláveis em correias transportadoras e compostagem em leiras a céu aberto, com posterior peneiramento. Muitas unidades que foram instaladas estão, hoje, paralisadas e sucateadas, por dificuldade dos municípios em operá-las e mantê-las convenientemente. 8 As poucas usinas de incineração existentes, utilizadas exclusivamente para incineração de resíduos de serviços de saúde e de aeroportos, em geral não atendem aos requisitos mínimos ambientais da legislação brasileira. Outras unidades de tratamento térmico desses resíduos, tais como autoclavagem, micro-ondas e outros, vêm sendo instaladas mais frequentemente em algumas cidades brasileiras, mas os custos de investimento e operacionais ainda são muito altos (ZANTA; FERREIRA, 2003). Acadêmico, apresentamos, aqui,um pouco do panorama dos resíduos sólidos no Brasil. O objetivo é conscientizar da importância de uma adequada gestão de resíduos de modo a minimizar impactos negativos, e tendo como meta de longo prazo que todo resíduo gerado seja tratado ou disposto corretamente, de forma a não agredir o meio ambiente. 3 RESÍDUOS SÓLIDOS Segundo a NBR 10004:1987, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os resíduos sólidos são definidos como: aqueles resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004a, p. 1). De acordo com a NBR 10004, fica evidente a diversidade e complexidade dos resíduos sólidos. Os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) compreendem aqueles produzidos pelas inúmeras atividades desenvolvidas em áreas com aglomerações humanas do Um dos grandes desafios do país é agregar valor ao lixo, tornando-o economicamente viável. Para isso, um conjunto de práticas não excludentes pode ser utilizado, como: tratamento dos orgânicos, reciclagem, produção de biogás ou de Combustível Derivado do Resíduo (CDR) e produção de energia elétrica. FONTE: <https://bit.ly/3lChkeD>. Acesso em: 31 maio 2021. IMPORTANTE 9 Diferenciação entre os termos resíduos sólidos e lixo: O Dicionário de Aurélio Buarque de Holanda descreve que “lixo é tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas e sem valor”. Já o termo “resíduos sólidos” refere-se a componentes agregados que podem ser separados, reciclados ou reaproveitados, com um potencial econômico agregado respeitável (TAVARES, 2008, p. 6). IMPORTANTE município, abrangendo resíduos de origens diversas, como: residencial, comercial, de estabelecimentos de saúde, industriais, da limpeza pública (varrição, capina, poda e outros), da construção civil e, finalmente, os agrícolas. Acadêmico, agora que definimos resíduos sólidos, veremos como se classificam estes resíduos quanto a origem, composição química e os riscos de contaminação. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS A classificação de resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem e de seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido (ABNT, 2004a). De acordo com a NBR 10004, a segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem são partes integrantes dos laudos de classificação, em que a descrição de matérias-primas, de insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado devem ser explicitados (ABNT, 2004a). 3.1.1 Quanto a origem Segundo Monteiro et al. (2001), a origem é o principal elemento para a caracterização dos resíduos sólidos. Segundo este critério, os diferentes tipos de lixo podem ser agrupados em cinco classes, a saber: • Lixo doméstico ou residencial. • Lixo comercial. • Lixo público. • Lixo domiciliar especial (exemplo: entulho de obras pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, pneus. • Lixo de fontes especiais (lixo industrial, lixo radioativo, lixo de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários, lixo agrícola e resíduos de serviços de saúde). O Quadro 1 apresenta exemplos das fontes de geração de resíduos sólidos urbanos. 10 QUADRO 1 – FONTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS EM UMA COMUNIDADE. Fonte Instalações, atividades ou locais típicos onde os resíduos são gerados Tipos de resíduos sólidos Residencial moradias unifamiliares e multifamiliares, apartamentos de baixa, média e alta densidade etc. resíduos de alimentos, papel cartão, plásticos, têxteis, couro, resíduos de jardim, madeira, vidro, latas, alumínio, outros metais, cinzas, folhas de rua, resíduos especiais (incluindo itens volumosos, eletrônicos de consumo, produtos da linha branca, resíduos de jardim coletados separadamente, baterias, óleo e pneus) e resíduos domésticos perigosos Comercial Lojas, restaurantes, mercados, edifícios de escritórios, hotéis, motéis, tipografias, estações de serviço, oficinas mecânicas etc. Papel, papelão, plásticos, madeira, resíduos alimentares, vidro, resíduos de metal, cinzas, resíduos especiais (ver anterior), resíduos perigosos etc. Institucional Escolas, hospitais, prisões, centros governamentais etc. Igual ao comercial Industrial (resíduos não processados) Construção, fabricação, manufatura leve e pesada, refinarias, usinas químicas, usinas de energia, demolição etc. Papel, papelão, plásticos, madeira, resíduos alimentares, vidro, resíduos de metal, cinzas, resíduos especiais (ver anterior), resíduos perigosos etc. Resíduos sólidos municipais* Todos os anteriores Todos os anteriores Construção e demolição Novos locais de construção, reparo de estradas, demolição de edifícios, pavimentação quebrada etc. Madeira, aço, concreto, sujeira etc. Serviços municipais (excluindo instalações de tratamento) Limpeza de ruas, paisagismo, parques e praias, outras áreas recreativas etc. Resíduos especiais, lixo, varredura de ruas, paisagem e aparas de árvores, resíduos de entulhos; Resíduos gerais de parques, praias e áreas de lazer Instalações de tratamento Água, águas residuais, processos de tratamento industrial etc. Resíduos da estação de tratamento, principalmente compostos por lodos residuais e outros materiais residuais Industrial Construção, fabricação, manufatura leve e pesada, refinarias, fábricas de produtos químicos, usinas de energia, demolição etc. Resíduos de processos industriais, sucata etc.; resíduos não industriais, incluindo resíduos alimentares, lixo, cinzas, demolição e resíduos de construção, resíduos especiais e resíduos perigosos Agrícola Culturas de campo, pomares, vinícolas, laticínios, fazendas etc. Resíduos de alimentos estragados, resíduos agrícolas, lixo e resíduos perigosos * O termo Resíduo Sólido Municipal é normalmente considerado como incluindo todos os resíduos gerados em uma comunidade, com exceção dos resíduos gerados por serviços municipais, estações de tratamento e processos industriais e agrícolas. FONTE: Tchobanoglous e Kreith (2002, p. 21) 11 3.1.2 Quanto a composição química Quanto a composição química, podemos diferenciar os resíduos como orgânicos e inorgânicos. O Quadro 2 apresenta a classificação dos resíduos sólidos quanto a sua composição química. QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS QUANTO A COMPOSIÇÃO QUÍMICA. Orgânicos: composto por elementos biodegradáveis (que podem ser atacados por microrganismos decompositores). Ex.: restos de comida, sobras de madeira etc. Inclui também o papel, que é fabricado a partir de fibra vegetal, mas, na maioria das vezes, é tratado separadamente para facilitar o processo de reciclagem. Inorgânicos Plástico Predominantemente produzido a partir do petróleo. Metal Produzido a partir da extração de minérios. Vidro Produzido a partir de areia e sílica. Borracha Produzida a partir do látex vegetal e do petróleo. Outros Incluem resíduos compostos por mais de um tipo de material, como embalagens do tipo longa-vida, compostas de papel, metal e plástico; embalagens laminadas compostas de plástico e metal. FONTE: Sistema FIRJAN (2006, p. 7) 3.1.3 Quanto aos riscos de contaminação O Quadro 3 apresenta a classificação dos resíduos sólidos, de acordo com a NBR 10004, quanto aos potenciais riscosde contaminação do meio ambiente. QUADRO 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS QUANTO AO RISCO DE CONTAMINAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS CLASSE I CLASSE II PERIGOSOS NÃO PERIGOSOS, subdivididos em: A – Não Inertes B – Inertes FONTE: Menezes (2014, p. 15) As propriedades e exemplos relativos à classe de resíduos perigosos e não perigosos são apresentadas no Quadro 4 e no Quadro 5, respectivamente. 12 FONTE: Sistema FIRJAN (2006, p. 7) FONTE: Sistema FIRJAN (2006, p. 8) QUADRO 4 – RESÍDUOS CLASSE I – PERIGOSOS QUADRO 5 – RESÍDUOS CLASSE II – NÃO PERIGOSOS RESÍDUOS CLASSE I - PERIGOSOS Os resíduos classe I – Perigosos são aqueles cujas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas podem acarretar riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Para que um resíduo seja apontado como classe I, ele deve estar contido nos anexos A ou B da NBR 10004 ou apresentar uma ou mais das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Os métodos de avaliação dos resíduos, quanto às características anteriormente listadas, estão descritos em detalhes na NBR 10004 ou em normas técnicas complementares e são amplamente aceitos e conhecidos no Brasil. EXEMPLOS DE RESÍDUOS CLASSE I – PERIGOSOS ÓLEO LUBRIFICANTE USADO OU CONTAMINADO; ÓLEO DE CORTE E USINAGEM USADO; EQUIPAMENTOS DESCARTADOS CONTAMINADOS COM ÓLEO; LODOS DE GALVANOPLASTIA; LODOS GERADOS NO TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS DE PINTURA INDUSTRIAL; EFLUENTES LÍQUIDOS OU RESÍDUOS ORIGINADOS DO PROCESSO DE PRESERVAÇÃO DA MADEIRA; ACUMULADORES ELÉTRICOS A BASE DE CHUMBO (BATERIAS); LÂMPADA COM VAPOR DE MERCÚRIO APÓS O USO (FLUORESCENTES). RESÍDUOS CLASSE II - NÃO PERIGOSOS De acordo com a NBR 10004, os resíduos classe II – Não perigosos dividem-se em: Resíduos Classe II - A Não inertes; e resíduos classe II B - Inertes. Os resíduos classe II A – Não inertes podem apresentar propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Os Resíduos Classe II - B Inertes são, segundo as NBRs 10006 e 10007, quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G, da NBR 10004. EXEMPLOS DE RESÍDUOS CLASSE II A – NÃO INERTES EXEMPLOS DE RESÍDUOS CLASSE II B – INERTES O LIXO COMUM GERADO EM QUALQUER UNIDADE INDUSTRIAL (PROVENIENTE DE RESTAURANTES, ESCRITÓRIOS, BANHEIROS ETC.) É NORMALMENTE CLASSIFICADO COMO CLASSE II A – NÃO INERTE. PARA DETERMINAR COM PRECISÃO O ENQUADRAMENTO NESTA CATEGORIA, O RESÍDUO NÃO DEVE CONSTAR NOS ANEXOS DA NBR 10004, NÃO PODE ESTAR CONTAMINADO COM NENHUMA SUBSTÂNCIA DOS ANEXOS C, D OU E DA NORMA E SER TESTADO DE ACORDO COM TODOS OS MÉTODOS ANALÍTICOS INDICADOS. 13 Para ver os anexos C, D e E da NBR 10004, referente à classificação dos resíduos sólidos, acesse: https://bit.ly/3MLHveR. IMPORTANTE A Figura 1 apresenta um fluxograma orientativo para a caracterização e a classificação de resíduos, segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004a). FIGURA 1 – CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS. FONTE: ABNT (2004a, p. 6) Resíduo Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim O resíduo tem origem conhecida? Consta nos anexos A ou B? Resíduo perigoso classe I Resíduo inerte classe II B Resíduo não-inerte classe II B Resíduo não perigoso classe II Tem características de: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade? Possui constituintes que são solubilizados em concentrações superiores ao anexo G? 14 De acordo com o fluxograma da Figura 1, para se realizar a caracterização e a classificação do resíduo, é necessário, primeiro, identificar o processo gerador do resíduo. Em seguida, deve-se realizar a verificação das características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade do resíduo. Caso o resíduo seja enquadrado desfavoravelmente em um dos cinco requisitos anteriormente citados (inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade), ele será classificado como Classe I - Perigoso. Caso nenhuma das condições desfavoráveis citadas se verifique, deve-se realizar o ensaio de solubilização do resíduo, de acordo com a NBR 10006: 2004 (ABNT, 2004b). Caso o resíduo não possua nenhum constituinte solubilizado em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme o Anexo G da NBR 10004, (2004a), o resíduo será classificado como Classe II B - Inerte. Os resíduos que não se enquadram nas classificações Classe I e Classe II B da NBR 10004 (ABNT, 2004a), são considerados Classe II A - Não-Inertes, os quais podem ter características como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água (KAMINSKI, 2007). 3.2 CARACTERÍSTICAS DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS – RSU Para identificar as características exatas dos resíduos sólidos, é necessário analisá-los de acordo com parâmetros físicos, químicos e biológicos. Essas características podem variar conforme os aspectos sociais, econômicos, geográficos e climáticos ou seja, os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre si (MONTEIRO et al., 2001). A seguir, serão apresentadas as características biológicas, químicas e físicas dos resíduos sólidos urbanos. • Características biológicas dos RSU De acordo com Melo (2015) as espécies microbiológicas presentes na massa residual determinam as características biológicas presente nos resíduos. A degradação microbiológica da matéria orgânica se dá em ambiente de aerobiose (presença de oxigênio) e em anaerobiose (ausência de oxigênio) existindo ainda microorganismos que se adaptam a condição intermediária. “Os grupos de bactérias presentes na Quando um resíduo tem origem desconhecida, ou seja, quando se tem pouca informação das atividades que lhe deram origem, o trabalho para classificá-lo é muito mais complexo. A experiência e o bom senso do técnico são fundamentais, pois é a partir deste conhecimento que serão definidas quais características e substâncias devem ser pesquisadas (KAMINSKI, 2007). IMPORTANTE 15 decomposição anaeróbia da matéria orgânica são as bactérias fermentativas, acetogênicas produtoras de H2, acetogênicas consumidoras de H2 e as metanogênicas” (SILVA, A., 2013, p. 26). Segundo Zanta e Ferreira (2003), além desses microrganismos, os resíduos sólidos contaminados com dejetos humanos e de animais domésticos; os resíduos de serviços de saúde; e os lodos de estação de tratamento de esgoto podem ser fontes de microrganismos patogênicos. No entanto, ainda são escassos os estudos que avaliam a ocorrência desses microrganismos. • Características químicas dos RSU O conhecimento das características químicas dos RSU possibilita a seleção de processos de tratamento e técnicas de disposição final. Algumas das características básicas de interesse são: poder calorífico, pH, composição química (nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre e carbono) e relação teor de carbono/nitrogênio, sólidos totais fixos, sólidos voláteis e teor de umidade (ZANTA; FERREIRA, 2003). O poder calorífico indica a capacidade de um material desprender determinada quantidade de calor quando submetido à combustão. Para os RSU, esse poder calorífico médio situa na faixa de 5.000 kcal/kg. O Potencial Hidrogeniônico (pH), um parâmetro que indica o teor de acidez ou alcalinidade dos resíduos para os RSU, geralmente, encontra-se na faixa de 5 a 7. A composição química consistena determinação dos teores de cinzas, matéria orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral total, resíduo mineral solúvel e gorduras. Já a relação Carbono/Nitrogênio (C:N) indica o grau de decomposição da matéria orgânica do lixo nos processos de tratamento/disposição final. Em geral, essa relação encontra-se na ordem de 35/1 a 20/1 (MELO, 2015). • Caraterísticas físicas As características físicas são fundamentais para a gestão dos resíduos sólidos, sendo desde o dimensionamento de unidades de tratamento, utilização da melhor tecnologia de tratamento até a configuração e operação dos locais de disposição final (BARROS, 2012). Conforme a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados seguindo suas características. Dentre os mais importantes incluem geração per capita, composição gravimétrica, peso específico aparente, teor de umidade, capacidade de campo, granulometria, temperatura e compressibilidade (MELO, 2015, p. 12). • Teor de umidade O teor de umidade é um parâmetro que representa a variação do percentual de líquido dos RSU, que pode ser expresso com uma relação de volume (unidade volumétrica) ou de massa (unidade gravimétrica) (MOTTA, 2011). 16 Segundo Firmo (2013 apud MELO, 2015) esse parâmetro é fundamental na avaliação dos resíduos, pois influencia diretamente nas propriedades mecânicas, químicas e na velocidade de degradação dos resíduos. O teor de umidade também varia de acordo com a composição gravimétrica, a profundidade onde está disposto, pluviometria e condições de drenagem interna e superficial do maciço. O teor de umidade inicial é altamente variável e pode mudar dependendo do clima e das condições de armazenamento. Embora possa variar entre 15 a 40%, o teor de umidade inicial dos RSU é normalmente cerca de 20 % (ECK, 2000). O teor de umidade é obtido através da diferença de pesagem da amostra do resíduo intacto e da mesma amostra desidratada numa mufla a 105 °C. O teor de umidade pode ser calculado, de acordo com Russo (2003), através da Equação (1): 𝐻 = 𝑊−𝑑 𝑊 × 100 Equação (1) 𝐸𝑚 𝑞𝑢𝑒: H = Teor de umidade em % W = Peso da amostra intacta em gramas g d = peso da amostra após desidratação a 105℃, g Na Tabela 2, são apresentados os valores do peso específico e o teor de umidade de diversos constituintes dos resíduos sólidos domésticos, urbanos, da indústria, do comércio e da agricultura. TABELA 2 – PESO ESPECÍFICO E TEOR DE UMIDADE DE DIVERSOS CONSTITUINTES DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Tipo de resíduo Peso específico (kg/m3) Conteúdo em umidade (% do peso) Intervalo Valor típico Intervalo Valor típico Residencial s/compactação Restos de comida 130 - 480 290 50 - 80 70 Papel 42-130 89 4-10 6 Plásticos 42-130 65 1-4 2 Têxteis 42-100 65 6-15 10 Borracha 100-200 130 1 - 4 2 Couro 100-261 160 8-12 10 Resíduos de jardins 59 - 225 100 30 - 80 60 Madeira 130 - 285 237 15 - 40 20 Vidro 159 - 480 146 1 - 4 2 Latas 50 - 159 89 2 - 4 3 Alumínio 65 - 240 160 2-4 2 Outros metais 130 - 751 320 2-4 3 Lixos, cinzas etc. 320 - 1000 480 6-12 8 Cinzas 650 - 831 744 6-12 6 17 RSU: No caminhão compactado 178 - 451 297 15-40 20 Em Aterro Sanitário: Compactação normal 362 - 498 451 15-40 25 Bem compactado 590 - 742 599 15-40 25 Comerciais Restos de comidas úmido 475 - 949 540 50-80 70 • Compressividade A compressividade é a redução do volume do resíduo quando compactado. É fundamental a realização desse processo no aterro, pois prolonga a vida útil da área de destinação final. Quando submetido a uma pressão de 4 kg/cm², o volume do lixo pode ser reduzido de um terço (1/3) a um quarto (1/4) do seu volume original (HABITZREUTER, 2008). • Temperatura A temperatura dentro de uma massa de resíduos é de fundamental importância, principalmente no que se refere à atividade microbiana. Trata-se do parâmetro físico que indica o balanço de energia térmica na massa de lixo e, em geral, menores temperaturas significam menor atividade microbiológica e menores taxas de conversão do material orgânico presente nos RSU através da ação bioquímica de microrganismos. A temperatura é de grande importância para promover a degradação biológica, já que afeta tanto o crescimento de bactérias, como altera a velocidade das reações químicas. Essas variações de temperatura determinam os tipos de micro-organismos existentes e o nível de produção de gás (SILVA, A., 2013). • Composição Gravimétrica Segundo Motta (2011), a composição gravimétrica dos RSU consiste na caracterização da disposição percentual em peso dos seus principais componentes, tais como matéria orgânica, papel, papelão, plásticos, metais, vidros, entre outros. A composição gravimétrica traduz o porcentual de cada componente em relação ao peso total da amostra de lixo analisada, definindo, portanto, a composição do lixo. A composição gravimétrica de um aterro de Resíduos Sólidos (RS) é uma informação básica para o monitoramento e avaliação de projetos ambientais. A obtenção dessa informação é dificultada pela inexistência de procedimentos padrões de amostragem, pela heterogeneidade dos RSU e pela forma de disposição desses resíduos ou tipo de aterro, entre outros fatores (MATTEI; ESCOSTEGUY, 2007). FONTE: Russo (2003, p. 46) 18 De acordo com Silveira (2004, p. 15): A caracterização da massa de lixo é feita por meio de processo de amostragem para seleção e mensuração dos componentes da massa, determinando a relação entre o peso de cada componente presente na amostra e o peso da massa considerada. Neste processo, as amostras devem ser representativas para que, durante a análise, apresentem as mesmas características e propriedades da sua massa total. A composição gravimétrica ou composição física dos resíduos pode ser obtida por meio da triagem, separando-se os materiais nas classes indicadas no Quadro 6. QUADRO 6 – PLANILHA PARA A DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DO LIXO MUNICIPAL Componente Peso (Kg) Porcentagem (%) Borracha Couro Madeira Matéria orgânica Metais ferrosos Metais não-ferrosos Papel Papelão Plástico duro Plástico filme Trapos Vidro Outros materiais FONTE: Adaptado de Silveira (2004) Após a separação, pesa-se cada classe obtida e calcula-se as porcentagens individuais. Por exemplo, conforme a Equação 2: 𝑃𝑎𝑝𝑒𝑙 % = 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑝𝑒𝑙 (𝐾𝑔) 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 (𝐾𝑔) 𝑋100 Equação (2) A título de ilustração, O Gráfico 4 apresenta um panorama geral da composição gravimétrica dos resíduos sólidos no Brasil e no mundo. Com base na composição gravimétrica, determina-se o teor de matéria orgânica, parâmetro importante para projetos de drenagem de gases e percolados (HABITZREUTER, 2008). 19 TABELA 3 – COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RSU NO BRASIL GRÁFICO 4 – COMPOSIÇÃO PERCENTUAL MÉDIA DO RESÍDUO DOMICILIAR DE ALGUNS PAÍSES FONTE: Habitzreuter (2008, p. 19) FONTE: Adaptado de ABRELPE (2019) Para Alcântara (2007), o conhecimento da composição dos RSU permite uma avaliação preliminar da sua degradabilidade, do poder de contaminação ambiental e das possibilidades de reutilização, reciclagem e valorização energética e orgânica dos resíduos sólidos urbanos. Sendo, portanto, de grande importância na definição das tecnologias mais adequadas ao tratamento e disposição final dos resíduos. A Tabela 3 apresenta a composição gravimétrica dos RSU no Brasil de acordo com o tipo de material, o percentual de participação de cada material e a quantidade de RSU gerada em toneladas por ano. Material Participação (%) Quantidade (t/ano) Metais 2,9 1.610.499 Papel, papelão, embalagens cartonadas 13,1 7.275.012 Plásticos 13,5 7.497.149 Vidro 2,4 1.332.82 Matéria orgânica 51,4 28.544.702Rejeitos 16,7 9.274.251 TOTAL 100 55.534.440 Analisando a Tabela 3, é possível perceber que no Brasil predomina o teor de matéria orgânica normalmente acima de 50%. O alto percentual de matéria orgânica é típico de países menos desenvolvidos devido, principalmente, à falta de preparo prévio da maioria das frutas e vegetais que vem com talos e folhas. 20 3.2.1 Peso específico ou Densidade Aparante (ρ) Peso específico aparente é o peso do lixo solto em função do volume ocupado livremente, sem qualquer compactação, expresso em kg/m3. Sua determinação é fundamental para o dimensionamento de equipamentos e instalações (MONTEIRO, 2001). O peso específico ou a densidade aparente (ρ) dos resíduos será obtida pela análise da amostra, ainda não submetida à secagem. Para determinar o peso específico, é necessário encher um recipiente de volume conhecido com a amostra anteriormente preparada e pesar o material. A densidade aparente pode então ser calculada através da Equação 3: ρ kg m3 = peso da amostra kg volume do recipiente m3 Equação 3 Para Tabalipa e Fiori (2005) das características encontradas nos resíduos sólidos, a mais importante é a física, uma vez que sem o seu conhecimento é praticamente impossível efetuar-se a gestão adequada dos serviços de limpeza urbana. A determinação da composição física serve para mostrar, entre outras, as potencialidades econômicas dos resíduos sólidos urbanos e avaliar todos os tipos de material reciclável, obtendo, dessa forma, um perfil dos resíduos (MARTINS, 2009, p. 39). “Na ausência de dados mais precisos, podem-se utilizar os valores de 230 kg/m3 para o peso específico do lixo domiciliar, de 280 kg/m3 para o peso específico dos resíduos de serviços de saúde e de 1.300 kg/m3 para o peso específico de entulho de obras” (MONTEIRO, 2001, p. 35) IMPORTANTE A seguir, será apresentado um exemplo de como se calcular o peso específico. Exemplo 1: Foi realizada uma amostragem dos resíduos que seriam dispostos no aterro sanitário do município XX. Para isso, foram utilizados os resíduos coletados pelos doze caminhões responsáveis pela coleta em todos os bairros, nos períodos diurno e noturno. Após o processo de quarteamento, cerca de 1 m3 de resíduos foram separados para a caracterização física, dispostos em cinco latões de 200 litros cada, conforme a Tabela 4. Determine a densidade aparente dos resíduos. 21 2° PASSO: calcular a densidade aparente através da Equação 3. FONTE: O autor FONTE: O autor Latão (nº) Tara (kg) Volume (m3) Latão + lixo (kg) 1 9,4 0,2 56,78 2 9,6 0,2 56,86 3 10 0,2 57,67 4 9,2 0,2 56,22 5 9,8 0,2 58,12 Densidade aparente kg m3 = peso da amostra (kg) volume do recipiente (m3) 1° PASSO: subtrairemos o valor da tara no peso somado do latão + lixo e, assim, obteremos o peso da amostra (kg). Latão (nº) Tara (kg) Latão + lixo (kg) Massa final 1 9,4 56,78 47,38 2 9,6 56,86 47,26 3 10 57,67 47,67 4 9,2 56,22 47,02 5 9,8 58,12 48,32 Latão 1: 𝜌 = 47,38 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,9 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 2: 𝜌 = 47,26 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,3 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 3: 𝜌= 47,67 𝑘𝑔 0, 2 𝑚3 = 238,35 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 4: 𝜌 = 47,02 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 235 ,1 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 5: 𝜌 = 48,32 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 241 ,6 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 1: 𝜌 = 47,38 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,9 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 2: 𝜌 = 47,26 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,3 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 3: 𝜌= 47,67 𝑘𝑔 0, 2 𝑚3 = 238,35 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 4: 𝜌 = 47,02 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 235 ,1 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 5: 𝜌 = 48,32 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 241 ,6 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 1: 𝜌 = 47,38 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,9 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 2: 𝜌 = 47,26 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,3 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 3: 𝜌= 47,67 𝑘𝑔 0, 2 𝑚3 = 238,35 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 4: 𝜌 = 47,02 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 235 ,1 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 5: 𝜌 = 48,32 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 241 ,6 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 1: 𝜌 = 47,38 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,9 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 2: 𝜌 = 47,26 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,3 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 3: 𝜌= 47,67 𝑘𝑔 0, 2 𝑚3 = 238,35 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 4: 𝜌 = 47,02 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 235 ,1 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 5: 𝜌 = 48,32 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 241 ,6 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 1: 𝜌 = 47,38 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,9 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 2: 𝜌 = 47,26 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 236 ,3 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 3: 𝜌= 47,67 𝑘𝑔 0, 2 𝑚3 = 238,35 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 4: 𝜌 = 47,02 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 235 ,1 𝑘𝑔/𝑚3 Latão 5: 𝜌 = 48,32 𝑘𝑔 0 ,2 𝑚3 = 241 ,6 𝑘𝑔/𝑚3 FONTE: O autor Latão (nº) Massa final (kg) 1 47,38 236,9 2 47,26 236,3 3 47,67 238,35 4 47,02 235,1 5 48,32 241,6 𝝆 𝒌𝒈/𝒎𝟑 22 FONTE: Monteiro et al. (2001, p. 34) 3.3 GERAÇÃO PER CAPITA De acordo com Monteiro et al. (2001, p. 33): “a ‘geração per capita’ relaciona a quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente e o número de habitantes de determinada região. Muitos técnicos consideram de 0,5 a 0,8 kg/hab.dia como a faixa de variação média para o Brasil”. Na ausência de dados mais precisos, a geração per capita pode ser estimada através da Tabela 7. TABELA 7 – FAIXAS MAIS UTILIZADAS DA GERAÇÃO PER CAPITA Faixas mais utilizadas da geração per capita Tamanho da cidade População urbana (habitantes) Geração per capita (kg/hab/dia) Pequena Até 30 mil 0,50 Média De 30 mil a 500 mil De 0,5 a 0,8 Grande De 500 mil a 5 milhões De 0,80 a 1 Megalópole Acima de 5 milhões Acima de 1 “Um erro muito comum cometido por alguns técnicos é correlacionar a geração per capita somente ao lixo domiciliar (doméstico + comercial), ao invés de correlacioná-la aos resíduos urbanos (domiciliar + público + entulho), podendo até incluir os resíduos de serviços de saúde” (MONTEIRO et al., 2001, p. 34). IMPORTANTE A seguir, apresentaremos um exemplo de geração per capita para que você, acadêmico, possa entender como é determinada a quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente de acordo com o número de habitantes. Exemplo 2: A população de uma cidade é de 20.000 habitantes. Nela, a geração per capita de lixo obtida por um processo de amostragem é de 0,76 kg/hab.dia. O aterro da cidade recebe todo o lixo coletado, e o nível de atendimento atual dos serviços de coleta de lixo é de 85%, com a compressividade de ¼. Com base nesses dados, a quantidade de lixo que atualmente vai para o aterro da cidade, em kg/dia, é a) ( ) 1.520. b) ( ) 1.558. c) ( ) 15.200. d) ( ) 12.920. e) ( ) 3.230. Alternativa correta: letra “c”. 76 𝑘𝑔 ℎ𝑎𝑏.𝑑𝑖𝑎 × 20.000ℎ𝑎𝑏 = 15.200 𝑘𝑔 𝑑𝑖𝑎 23 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • A presença de resíduos acompanha o homem desde o início da sua existência. Com o desenvolvimento econômico, o crescimento populacional, a urbanização e a revolução tecnológica, houve um aumento na produção de resíduos sólidos, tanto em quantidade quanto em diversidade. • Os resíduos sólidos urbanos constituem uma preocupação ambiental ligada ao aumento na geração, à variedade de materiais descartados, e a dificuldade em encontrar áreas para seu depósito, visto que a geração e a deposição são atividades diárias da população. • A composição física média dos resíduos sólidos urbanos no Brasil é muito variável e é influenciada por vários fatores, como desenvolvimento econômico, padrões culturais, localização geográfica, fontes de energia e clima. • Um dos grandes desafios do país é agregar valor ao lixo. Para isto, um conjunto de práticas não excludentes pode ser utilizado: tratamento dos orgânicos, reciclagem, produção de biogás ou de CDR e produção de energia elétrica. • Resíduos sólidos são definidos como aqueles resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. • Quanto à composição química, podemos diferenciar os resíduos como orgânicos e inorgânicos. • A NBR 10004 classifica os resíduos sólidosquanto aos potenciais riscos de contaminação do meio ambiente em: Classe I (perigosos), Classe II (não perigosos, subdivididos em A: não inertes e B: inertes). • Para identificar as características exatas dos resíduos sólidos, é necessário analisá- los de acordo com parâmetros físicos, químicos e biológicos. • O conhecimento das características químicas dos resíduos sólidos urbanos possibilita a seleção de processos de tratamento e técnicas de disposição final. RESUMO DO TÓPICO 1 24 1 Um tecnólogo em gestão ambiental é contratado por uma pequena indústria que gera, em seu processo produtivo, alguns tipos de resíduos sólidos. Ao elaborar o plano de gerenciamento de resíduos sólidos, ele recorre à NBR 10004:2004. Analise as afirmativas a seguir, considerando o estabelecido na NBR 10004:2004. I- Os resíduos sólidos são classificados em inertes e não inertes, sendo que os inertes podem ser perigosos e não perigosos. II- A classificação de um resíduo é realizada com base na identificação dos seus constituintes e no processo que o originou. III- A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem são partes integrantes dos laudos de classificação, em que a descrição de matérias- primas, de insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado devem ser explicitados. IV- Para que um resíduo seja como perigoso, ele deve estar contido nos anexos A ou B da NBR 10004, ou apresentar uma ou mais das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. b) ( ) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas. c) ( ) Somente as afirmativas II e IV estão corretas. d) ( ) Somente as afirmativas I e II estão corretas. 2 Resíduos sólidos são os resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. Uma das classificações dos resíduos é quanto à periculosidade na qual está baseada em função de suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas. Diante desse contexto, assinale a alternativa CORRETA que apresenta a classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade, de acordo com a ABNT NBR 10.004: FONTE: <https://bit.ly/3MMrtBB>. Acesso em: 31 mar. 2020. a) ( ) Perigosos, não perigosos, não inertes e inertes. b) ( ) Muito perigosos, perigosos e não perigosos. c) ( ) Muito perigosos, perigosos, neutros e não perigosos. d) ( ) Extremamente perigosos, muito perigosos, perigosos e não perigosos. AUTOATIVIDADE 25 3 (IFRS, 2013) Para efeitos da norma NBR 10004:2004, da ABNT, os resíduos sólidos são classificados em: Resíduos classe I – Perigosos; Resíduos classe II – Não perigosos, sendo Resíduos classe II A – Não inertes e Resíduos classe II B – Inertes. Qual das afirmações a seguir NÃO está correta? FONTE: <https://bit.ly/3Nxfgke>. Acesso em: 27 maio 2021. a) ( ) Para um resíduo ser classificado como classe I - Perigoso deverá apresentar todas as seguintes características, quais sejam: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. b) ( ) Para um resíduo ser classificado como classe II B - Inerte quando submetido a contato com água à temperatura ambiente, não tiver nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. c) ( ) Os resíduos classe II A - Não inertes podem apresentar propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. d) ( ) Com base nas definições propostas na NBR 10004:2004, da ABNT, os resíduos como retalhos e aparas de couro com cromo, lâmpadas fluorescentes, pilhas, restos de tintas e cartuchos de impressora são classificados como resíduos classe I. 4 (CESGRANRIO, 2011) A população de uma cidade é de 10.000 habitantes. Nela, a geração per capita de lixo obtida por um processo de amostragem é de 0,76 kg/hab. dia. O único aterro da cidade recebe todo o lixo coletado, e o nível de atendimento atual dos serviços de coleta de lixo é de 82%, com a compressividade de ¼. Com base nesses dados, a quantidade de lixo que atualmente vai para o aterro da cidade, em kg/dia, é: FONTE: <https://bit.ly/3GgXxuT> Acesso em: 27 maio 2021. a) ( ) 1.368. b) ( ) 1.558. c) ( ) 6.232. d) ( ) 7.600. e) ( ) 24.928. 5 Os resíduos sólidos, quando não recebem disposição e tratamento adequados, podem poluir o solo e as águas superficiais e subterrâneas. Sobre o diagnóstico dos resíduos sólidos no Brasil, considere as seguintes afirmativas: I- O Brasil está entre as 10 nações que menos geram resíduos sólidos urbanos (RSU) no mundo. II- A média mundial de geração de lixo por habitante é de 1 kg por dia. Quanto mais rico é o país, mais lixo é gerado. 26 III- Com o desenvolvimento econômico, o crescimento populacional, a urbanização e a revolução tecnológica, vem ocorrendo um aumento na produção de resíduos sólidos, tanto em quantidade como em diversidade, principalmente nos grandes centros urbanos. IV- No Brasil, a geração de resíduos sólidos domiciliares é de cerca de 0,6 kg/hab.dia e mais 0,3 kg/hab.dia de resíduos de varrição, limpeza de logradouros e entulhos. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. b) ( ) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. c) ( ) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras. d) ( ) Somente a afirmativa II, III e IV são verdadeiras. e) ( ) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. 6 A NBR 10004 é responsável pela classificação dos resíduos sólidos. A qual classe pertencem os resíduos considerados perigosos, ou seja, aqueles que podem apresentar riscos à saúde pública e/ou ao meio ambiente? a) ( ) Classe I. b) ( ) Classe II. c) ( ) Classe III. d) ( ) Classe IV. 7 (Adaptada de ENADE, 2016) Observe a charge a seguir: FONTE: <https://bit.ly/3adPTFv> Acesso em: 27 maio 2021. A partir das ideias sugeridas pela charge, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I- A adoção de posturas de consumo sustentável, com descarte correto dos resíduos gerados, favorece a preservação da diversidade biológica. PORQUE II- Refletir sobre os problemas socioambientais resulta em melhoria da qualidade de vida. 27 Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) ( ) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) ( ) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) ( ) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) ( ) As asserções I e II são proposições falsas. 8 O gráfico a seguir representa o perfil de geração de resíduos sólidos no Brasil. FONTE: IPEA (2012 apud GRISA; CAPANEMA, 2018, p. 420 Quais características da geração de resíduos sólidos podem ser evidenciadas no gráfico apresentado? I- A composição dos resíduos produzidos pelos brasileiros é de 51,4% de materiais orgânicos o que evidencia que o Brasil polui menos os recursos naturais pois, todo material orgânico é utilizado como adubo e/ou energia. II- A composição física média dos resíduos sólidos urbanos no Brasil é muito variável. III- No Brasil, ainda se enterram, queimam ou lançam
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