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Universidade Paulista – UNIP Curso de Graduação em Ciências Biológicas Evolução Prof. Dr. Ricardo Palamar Menghini menghinirp@hotmail.com Universidade Paulista - UNIP Instituto BiomaBrasil - Gestão e Conservação de Zonas Úmidas Costeiras Tropicais Aula 6 Conceitos de espécie e especiação Conceitos de espécie Grupo de organismos (diversos critérios caracterizam). 1. Conceito fenético: comparação de caracteres observáveis e mensuráveis no organismo (fenéticos). Morfologia, comportamento, fisiologia. Conhecido como conceito morfológico ou tipológico. A palavra “fenotípico” poderia ser usada em lugar de “fenético”. Os caracteres definidores não são perfeitamente discriminatórios, mas indicam como a maioria dos membros de uma espécie difere da maioria dos membros de outras espécies relacionadas. Nos casos mais difíceis, duas espécies podem interpenetrar-se. Duas espécies que só recentemente evoluíram de uma ancestral comum, ou duas populac ̧ões que ainda não se separaram completamente em duas espécies, terão maior tendência a interpenetrar- se. Defeitos teóricos do conceito fenético • Espécies crípticas: apresentam grande similaridade morfológica, porém com reprodução, ecologia e genética diferentes. Cethia brachydactyla e C. familiares são morfologicamente idênticos. Fonte: http://labs.icb.ufmg.br/lbem/aulas/gra d/evol/especies/7-004.jpg Fonte: http://chc.org.br/wp-content/uploads/2012/11/Figura-2-Leptodactylus_resize.jpg • Espécies politípicas: apresentam grande variabilidade morfológica (diferenças biogeográficas, dimorfismo sexual). Borboletas Heliconius erato - um exemplo de “espécie politípica” Fonte: https://porantim.files.wordpress.com/2014/05/figura1.p ng Exemplo de espécie politípica em roedores Fonte: http://scielo.iec.pa.gov.br/img/revi stas/rpas/v2n1/1p07f1.gif 2. Conceito biológico: define as espécies em termos de intercruzamento. “espécies são grupos de populac ̧ões naturais que intercruzam e estão reprodutivamente isoladas de outros grupos desse tipo” (Mayr, 1963). Importante porque insere a taxonomia das espécies naturais no esquema conceitual da genética de populac ̧ões. Em termos de genética de populac ̧ões, uma comunidade de indivíduos que intercruzam configura um conjunto gênico. Teoricamente, o conjunto gênico é a unidade em que as freqüências gênicas podem mudar. No conceito biológico de espécie, os conjuntos gênicos tornam-se mais ou menos identificáveis com as espécies. Nesse conceito, a espécie é a unidade de evoluc ̧ão. Não são os indivíduos que evoluem, mas as espécies, e os grupos taxonômicos mais elevados, como os filos, só evoluem à medida que as espécies que os constituem estão evoluindo. Conceitos de espécie e especiação • Barreiras de isolamento Uma barreira de isolamento é qualquer caráter que evoluiu nas duas espécies que as impede de intercruzarem. A definic ̧ão especifica “o caráter que evoluiu” para excluir o não-intercruzamento devido à simples separac ̧ão geográfica. O intercruzamento entre duas populac ̧ões separadas geograficamente é impossível, mas a separac ̧ão geográfica não é uma barreira de isolamento no sentido estrito. Conceitos de espécie e especiação Vários tipos de barreiras de isolamento podem ser distinguidas, e a distinc ̧ão mais importante é entre isolamento pré-zigótico e pós-zigótico. Isolamento pré-zigótico significa que os zigotos nunca são formados, por exemplo, porque os membros das duas espécies estão adaptados a habitats diferentes e nunca se encontram, ou porque têm hábitos de corte diferentes e não se reconhecem como potenciais parceiros. Alternativamente, os membros das duas espécies podem encontrar-se, cruzar e formar zigotos, mas a prole híbrida é inviável ou estéril; então as duas espécies têm isolamento pós-zigótico. Conceitos de espécie e especiação • Mecanismos pré-cruzamentos ou pré-zigóticos, impedindo a formac ̧ão de zigotos híbridos: (a) Isolamento ecológico ou de habitat. As populac ̧ões envolvidas ocorrem em habitats diferentes, na mesma região geral. (b) Isolamento sazonal ou temporal. As épocas de acasalamento ou de florescimento ocorrem em estac ̧ões diferentes. (c) Isolamento sexual ou etológico. A atrac ̧ão sexual mútua entre espécies diferentes é fraca ou ausente. Conceitos de espécie e especiação (d) Isolamento mecânico. A falta de correspondência física entre genitálias ou entre partes das flores impede a cópula ou a transferência de pólen. (e) Isolamento por polinizadores diferentes. Em plantas floríferas, espécies relacionadas podem ser especializadas em atrair diferentes insetos como polinizadores. (f) Isolamento gamético. Em organismos com fertilizac ̧ão externa, os gametas masculino e feminino podem não se atrair. Em organismos com fertilizac ̧ão interna, os gametas ou gametófitos de uma espécie podem ser inviáveis nos dutos sexuais ou estilos da outra espécie. Conceitos de espécie e especiação • Mecanismos de isolamento pós-cruzamentos ou pós-zigóticos reduzem a viabilidade ou a fertilidade dos zigotos híbridos: (g) Inviabilidade do híbrido. Os zigotos híbridos têm viabilidade reduzida ou são inviáveis. (h) Esterilidade do híbrido. A F1 híbrida não consegue produzir gametas funcionais de um ou de ambos os sexos. (i) Desmoronamento do híbrido. A F2 ou os híbridos retrocruzados têm viabilidade ou fertilidade reduzida. Conceitos de espécie e especiação Exemplo de experimento P. nyererei e P. pundamilia estão isoladas pré- zigoticamente, pelos padrões de cores, mas não pós-zigoticamente. Peixes ciclídeos que originam híbridos viáveis Fonte: https://www.leidenuniv.nl/en/researcharchive/content_images/research/060510_victoriameer-en- vissen_2.jpg Conceitos de espécie e especiação 3. Conceito ecológico: utiliza como critério o nicho ecológico. • Indivíduos que apresentam sobreposição em todos os aspectos de seus nichos ecológicos em diferentes fases da vida são considerados da mesma espécie. • Adaptações a ambientes distintos podem levar à especiação. Tentilhões e diferentes formatos e adaptações de bicos Fonte: http://3.bp.blogspot.com/- N_YiS52bf7A/UBFA1vR- ajI/AAAAAAAAAEU/dM4WesgZIlQ/s1600/uceli darw.jpg Nicho ecológico Inclui: • Espaço físico ocupado por um organismo • Seu papel funcional na comunidade • Posição em gradientes ambientais e outras condições de existência • Gradientes de temperatura, umidade, pH, solo Teorias do Nicho Ecológico Grinell (1918): subdivisão do habitat, necessidades de uma espécie Nicho: “conjunto de propriedades físicas e climáticas do ambiente ocupado que possibilitava a ocorrência de uma espécie” Conjunto de propriedades físicas e climáticas do ambiente ocupado que possibilitava a ocorrência de uma espécie Nicho espacial não leva em consideração a interação com outras espécies Elton (1927 e trabalhos posteriores): Nicho é o modo de vida Nicho: “posição funcional de um organismo na sua comunidade” Nicho não é sinônimo de habitat; Enfatizou a importância das relações energéticas Posição dentro de seu ambiente, incluindo suas relações com os fatores abióticos e bióticos que a cercam Nicho trófico Hutchinson (1957): Nicho é o modo de vida: Nicho: “espaço multidimensional, ou hipervolume, dentro do qual o ambiente permite que um indivíduo ou uma espécie sobreviva indefinidamente” Conjunto total de condições e recursos ambientais que influencia o crescimento e a reprodução dos organismos Nicho multidimensional ou hipervolumétrico Condições em que um organismo (espécie, população) pode persistir (sobreviver e reproduzir-se) são em geral maiores do que as condições em que o organismo realmente vive Redução causada por interações bióticas Amplitude do nicho: Variedade de recursos ou habitats utilizado por uma dada espécie; Partição do nicho: Grau de diferenciação do uso derecursos por diferentes espécies; Sobreposição do nicho: Sobreposição do uso de recursos por diferentes espécies Conceitos de espécie e especiação Princípio da exclusão competitiva (princípio de Gause): somente espécies com diferenças significativas podem coexistir. • Sobreposição causa competição. • Uma das espécies poderia levar a outra à extinção. • Conceitos ecológico e biológico são compatíveis entre si. O princípio da “exclusão competitiva” estabelece que duas espécies não podem coexistir indefinidamente sobre um mesmo recurso limitante. • Princípio de Gause (1932) • Princípio da Exclusão Competitiva Hardim (1960) Conceitos de espécie e especiação 4. Conceito filogenético: baseia-se no critério da monofilia. • Grupo monofilético: grupo de indivíduos cujos descendentes são do mesmo ancestral. • Populações (ou parcelas) que contêm todos os indivíduos de um único ancestral comum. • Qualquer população que forma um ramo independente em uma filogenia é considerada uma espécie. Interatividade Em uma determinada área é constatada a presença de indivíduos apresentando nichos ecológicos semelhantes e sobrepostos em todos os aspectos. Com base nisso, um pesquisador os classificou como sendo todos da mesma espécie. Qual conceito de espécie o pesquisador utilizou como critério? a)Conceito biológico. b)Conceito fenético. c)Conceito filogenético. d)Conceito fenético, sendo espécies crípticas. e)Conceito ecológico. Resposta Em uma determinada área é constatada a presença de indivíduos apresentando nichos ecológicos semelhantes e sobrepostos em todos os aspectos. Com base nisso, um pesquisador os classificou como sendo todos da mesma espécie. Qual conceito de espécie o pesquisador utilizou como critério? a)Conceito biológico. b)Conceito fenético. c)Conceito filogenético. d)Conceito fenético, sendo espécies crípticas. e)Conceito ecológico. Questão ENADE Duas espécies de besouros, Tribolium castaneum e Tribolium freemani, foram utilizadas em um experimento para o estudo de barreiras reprodutivas. As duas espécies não foram isoladas na fase de pré- cruzamento: machos das duas espécies copulavam com fêmeas das duas espécies. O experimento consistia em colocar fêmeas de T. freemani em três situações: a. com dois machos sucessivos de T. freemani; b. com dois machos sucessivos de T. castaneum; c. com um macho de T. freemani e com um macho de T. castaneum. Nas três situações, as fêmeas puseram um número semelhante de ovos, a taxa de eclosão foi semelhante e houve desenvolvimento da prole, embora os híbridos interespecíficos fossem estéreis. Quando as fêmeas foram colocadas com machos das duas espécies (situação c), constatou-se que 97% dos ovos haviam sido fertilizados pelo macho da mesma espécie. RIDLEY, M. Evolução. Porto Alegre: Artmed, 2006 (com adaptações). Considerando os resultados apresentados no experimento descrito, conclui-se que a barreira reprodutiva entre essas espécies é: A. pós-zigótica do tipo sazonal. B. pré-zigótica do tipo gamética. C. pré-zigótica do tipo esterilidade do híbrido. D. pré-zigótica do tipo ecológico ou de hábitat. E. pós-zigótica do tipo inviabilidade do híbrido. Análise das alternativas A – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Uma barreira pós-zigótica sazonal não corresponde a um tipo possível descrito pelos pesquisadores. A característica pós-zigótica indica que houve formação do zigoto, portanto houve cópula e fecundação. No entanto, os dados apontam para uma barreira pré-zigótica. Adicionalmente, fatores sazonais (ou temporais) representados por épocas de acasalamento (ou de florescimento) em estações diferentes teriam capacidade de impedir a formação do zigoto, e não de atuar sobre seu desenvolvimento. B – Alternativa correta. JUSTIFICATIVA. A combinação das informações qualitativas e quantitativas fornecidas pelo enunciado permitem concluir que se trata de uma barreira pré- zigótica do tipo gamética. C – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. As informações da alternativa são contraditórias. Se é uma barreira pré-zigótica, ela impedirá a formação do zigoto e, portanto, não haverá um descendente (ou uma prole) híbrido, uma vez que não houve fecundação. D – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. A alternativa sugere uma barreira pré- zigótica ocasionada pelo fato das populações terem características ecológicas ou de habitats diferentes e, portanto, ocuparem partes diferentes da mesma região. Essa é uma alternativa possível, mas não é confirmada pelas informações do experimento. Nas situações experimentais, as espécies diferentes foram colocadas em contato, eliminando o fator ecológico. E – Alternativa incorreta. JUSTIFICATIVA. Mais uma vez o tipo de barreira combina com seu mecanismo, ou seja, uma barreira pós-zigótica pode ser causada por inviabilidade do híbrido. Contudo, pelos motivos já apresentados, não se trata de uma barreira pós-zigótica. Além disso, os resultados fazem referência a uma pequena porcentagem de híbridos na prole, o que indica que eles foram sim viáveis. Explicação teórica A competic ̧ão de espermatozóides ou de polens pode estabelecer um isolamento pré-zigótico sutil Com o passar do tempo evolutivo, acumulam-se as diferenças entre espécies, e o resultado é que elas se tornam completamente isoladas por barreiras de isolamento tanto pré quanto pós- zigóticas. Elas desenvolverão aparências diferentes, diferentes hábitos de corte, diferentes adaptações ecológicas e sistemas genéticos diferentes e incompatíveis. Entretanto, espécies estreitamente relacionadas e separadas há pouco podem estar isoladas apenas de modo parcial, e então a pesquisa pode revelar que barreiras de isolamento estão atuando. Um fator que foi recentemente investigado em várias espécies é o “isolamento gamético”. O tipo mais simples de isolamento gamético ocorre quando o espermatozóide e o óvulo das duas espécies não se fertilizam. Mas um processo chamado “competic ̧ão de esperma” pode causar um tipo mais sutil de isolamento gamético. Duas espécies podem não intercruzar porque o esperma, ou o pólen, da espécie 1 derrota o da espécie 2 quando ocorre a fertilizac ̧ão de óvulos da espécie 1. E o esperma, ou o pólen, da espécie 2 derrota o da espécie 1 quando ocorre a fertilizac ̧ão de óvulos da espécie 2. Especiação Processo de evolução de novas espécies (desenvolvimento da diversidade). Quando o fluxo gênico dentro do estoque comum é interrompido. Modos de especiação • Especiação: conjunto de processos que levam à origem de novas espécies a partir de ancestrais. • Conceito-chave nas pesquisas sobre especiação: conceito biológico. • Isolamento reprodutivo é o principal critério. • Evolução do isolamento reprodutivo entre duas populações. Se uma nova espécie evolui geograficamente isolada de sua ancestral, o processo é chamado de especiac ̧ão alopátrica. Se a nova espécie evolui em uma populac ̧ão geograficamente contígua, isso se chama especiac ̧ão parapátrica. Se a nova espécie evolui no mesmo âmbito geográfico de sua ancestral, isso se chama especiac ̧ão simpátrica. Especiação alopátrica A evolução de novas espécies pelo processo de isolamento geográfico (ex.: tentilhões de Galápagos). Determinado grupo populacional é subdividido em dois ou mais subgrupos por uma barreira natural (rios, montanhas, ambiente físico, etc.). Modo de especiação que ocorre com maior frequência. O fluxo gênico é interrompido entre as duas populações. Processos microevolutivos nos dois subgrupos levam à diferenciação genética. Novas mutações e adaptações a fatores ambientais específicos de cada região geográfica. Deriva genética contribui para o distanciamento genético dos dois subgrupos. Especiação alopátrica Isolamento reprodutivo induzido • Experimentação com moscas-da-banana. • Divisão das amostras em oito grupos. • Quatro grupos criados em meio com amido. • Quatro grupos criadosem meio com maltose. • Após um ano houve a presença de diferenças nas enzimas entre os grupos. • Ocorrência de processo adaptativo. Fonte: https://netnature.files.wordpress.com/2013/02/drosophila.jpg Isolamento reprodutivo – espécies em anel: • Populações que se reencontram naturalmente após período de tempo isoladas. • Salamandras: migrações de indivíduos originaram dois grupos. • Ao longo das gerações foram formando populações distintas. • Alguns grupos voltaram a se encontrar, porém estavam reprodutivamente isolados. Fonte: MADER, S. Biology. 10 ed. New York: McGraw Hill, 2010, p. 1026. Aspectos genéticos do isolamento reprodutivo: Evolução dos mecanismos de isolamento reprodutivo está associada a eventos genéticos. 1. Pleiotropia: expressão de um gene afeta mais de uma característica do organismo. Exemplo: um gene que influi na forma do bico de uma ave. O tamanho do bico está relacionado com o alimento que a ave come: bicos menores estão adaptados para comer sementes menores, bicos maiores, para comer sementes maiores. Se duas populac ̧ões ocupassem duas ilhas com sementes de tamanhos diferentes, as populac ̧ões se distanciariam à medida que as aves se adaptassem ao suprimento de alimento local. Nesse sentido, a forma do bico é uma adaptac ̧ão ecológica. A forma do bico também pode influir no comportamento reprodutivo. Algumas aves podem escolher seus parceiros diretamente por meio da inspec ̧ão física do bico, mas, frequentemente, a influência é menos direta. A forma do bico está associada com o tipo de canto que a ave entoa. Isso pode ser uma consequência física direta do tamanho do bico porque produzir um trinado rápido pode ser fisicamente mais difícil para uma ave de bico grande do que para uma de bico pequeno. Desse modo, quando duas populac ̧ões se adaptam a diferentes tipos de alimento, seus cantos também mudarão. Os tentilhões de Darwin escolhem seus parceiros, em parte, por meio do canto que entoam. Assim, uma mudanc ̧a na dieta pode, eventualmente, causar uma mudanc ̧a no isolamento reprodutivo. O mecanismo genético é a pleiotropia: um gene que é favorecido por melhorar a adaptac ̧ão ecológica também causará algum isolamento reprodutivo. A pleiotropia surge porque o mesmo caráter morfológico (o bico) influi na alimentac ̧ão e na reproduc ̧ão. 2. Efeito carona: variação da frequência de alelos de um loco como consequência da mudança de alelos de outro loco (seleção natural). No experimento das moscas de furtas, a seleção natural aumentou a frequência dos genes que codificavam as enzimas digestivas apropriadas. Talvez um gene estreitamente ligado influencie a danc ̧a de acasalamento da drosófila. Desse modo, quando um gene de uma adaptação ecológica (a enzima digestiva) aumenta em frequência, ele pode trazer consigo um gene ligado, relacionado com um novo passo da danc ̧a de acasalamento. Novamente, o isolamento pré-zigótico poderia evoluir como um subproduto, só que o mecanismo genético é o efeito carona em vez da pleiotropia. • Duas populações vizinhas sem separação por barreiras geográficas. • Há possibilidade de haver fluxo gênico em determinada área (zona de hibridação). • Zona de hibridação primária: localizada dentro dos limites da área ocupada pela espécie ancestral. • Zona de hibridação secundária: encontro de indivíduos de populações em alopatria. Especiação parapátrica Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-DdDFWyZAuzU/U- tlULvD7PI/AAAAAAAAM8A/DJqt7Wl8SkE/s1600/FIG_013.PNG Especiação simpátrica Não há necessidade de nenhum isolamento geográfico entre populações. Diferenciação genética ocorre dentro da própria área geográfica. Exemplo: infestação de insetos-praga de uma determinada espécie de planta passam a infestar outra espécie. Peixes africanos: espécie ancestral e parentes próximos localizados no mesmo lago. Especiação simpátrica Especiação simpátrica por poliploidia Poliploidia é um mecanismo comum pelo qual a especiação simpátrica pode ocorrer em alguns tipos de organismos. Espécies poliploides, com três ou mais conjuntos de cromossomos, surgem quando cromossomos homólogos falham ao se separar corretamente durante a meiose, resultando em gametas diploides em vez de haploides. Se um óvulo diploide for fertilizado por um espermatozoide haploide, o zigoto resultante apresentará três conjuntos de cromossomos (organismo poliploide). Por apresentar agora mais de dois conjuntos de cromossomos, ele é incapaz de se reproduzir com quaisquer indivíduos diploides. Dessa maneira, quando um poliploide é formado, imediatamente torna- se uma espécie geneticamente diferente de seus pais. Diversas espécies de insetos, caramujos e salamandras são poliploides, assim como 15% de todas as plantas com flores. Inovações-chave Às vezes, a evolução produz atributos incomuns que se mostram altamente úteis, pois possibilitam que as espécies explorem novos nichos e sofram especiação em uma alta taxa. Por exemplo, quando o ancestral de morcegos primariamente desenvolveu asas, abriu-se uma nova gama de oportunidades ecológicas para esses mamíferos, incluindo a capacidade de captura de insetos voadores e de coleta de néctar e pólen das flores. Interatividade Os eventos evolutivos de especiação podem ser definidos por isolamentos reprodutivos entre duas populações. Qual das alternativas se refere a um evento de especiação simpátrica? a)Há um isolamento geográfico, restringindo o fluxo gênico entre duas populações. b)Uma nova espécie evolui de populações geograficamente separadas que voltaram a se encontrar. c)Uma nova espécie surge no âmbito geográfico de seu ancestral. d)Novas espécies são formadas a partir de isolamentos periféricos em determinadas regiões. e)Mecanismos genéticos afetam diversas características, originando novas espécies. Resposta Os eventos evolutivos de especiação podem ser definidos por isolamentos reprodutivos entre duas populações. Qual das alternativas se refere a um evento de especiação simpátrica? a)Há um isolamento geográfico, restringindo o fluxo gênico entre duas populações. b)Uma nova espécie evolui de populações geograficamente separadas que voltaram a se encontrar. c)Uma nova espécie surge no âmbito geográfico de seu ancestral. d)Novas espécies são formadas a partir de isolamentos periféricos em determinadas regiões. e)Mecanismos genéticos afetam diversas características, originando novas espécies.
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