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RESUMO DOS LEGITIMADOS E PRAZOS PARA ANULAÇÃO DE CASAMENTO CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO (Art. 1.523) o O casamento realizado em contrariedade ao art. 1.523 (NÃO DEVEM CASAR), NÃO TORNA, por si, o casamento NULO ou ANULÁVEL, mas possui como consequência a imposição de sanção de natureza patrimonial, estritamente no plano da eficácia, não tendo reflexo no plano da validade. o A expressão “causa suspensiva” traduz a ideia de que, contraído o casamento em uma das hipóteses do art. 1.523, resulta na imposição do regime de separação obrigatória de bens, razão por que se diz restar suspensa a prerrogativa de escolha do estatuto patrimonial. o HIPÓTESES (Art. 1.523) I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. o ANTES DE CELEBRADO O CASAMENTO A oposição, na fase de habilitação, suspende a celebração do casamento, enquanto não superada a causa ou adotado o regime de separação de bens. LEGITIMADOS: Segundo o Art. 1.524: Parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins; Pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins. PRAZO Publicado o edital de proclamas, a impugnação deverá ser documentada em petição escrita e assinada, com a indicação das provas sobre os fatos alegados, na forma dos arts. 1.527 e 1.529, CC/2002. o APÓS CELEBRADO O CASAMENTO. Caso a verificação de uma causa suspensiva for verificada posteriormente a celebração do casamento, a doutrina aponta como solução que passe a vigorar o regime de separação obrigatória de bens (CC, art. 1.641, inciso I), retroativamente, para ambos os cônjuges, já que não afeta o plano da validade do casamento. CASAMENTO NULO (art. 1.548 CC) o É aquele que contrariou algum dos mandamentos do NÃO PODEM CASAR, ou seja por infringência a impedimento. o HIPÓTESES de casamento nulo estão no art. 1.521 e são elas: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. o ANTES DE CELEBRADO O CASAMENTO. (ART. 1.522) Visa impedir a realização de um ato oficial de registro de uma casamento eivado de nulidade. LEGITIMADOS: Por qualquer pessoa capaz e se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo. MOMENTO/PRAZO: Até a celebração do casamento. o APÓS CELEBRADO O CASAMENTO. Diferentemente do casamento inexistente, o casamento nulo foi perfectibilizado por um ato oficial, o que requer um processo de anulação de casamento. LEGITIMADOS: pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público. OBS! A teoria da invalidade aplicada à Parte Geral do Código Civil sofre, no Direito de Família, especiais adaptações, de maneira que nem todas as regras gerais incidentes nos atos nulos podem ser aplicadas ao casamento. o Assim, por exemplo, sabemos que a nulidade do ato jurídico em geral pode ser arguida por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, podendo ser, inclusive, declarada de ofício pelo juiz (art. 168, CC). o No entanto, na hipótese do casamento ser concretizado, não poderá o juiz declarar “ex officio” a nulidade, exigindo-se, para tanto, a propositura de ação direta de nulidade, pelos legitimados acima descritos. MOMENTO/PRAZO: Não há prazo para propor a ação declaratória de nulidade, posto que por ser uma causa de nulidade, a ação é imprescritível. CASAMENTO ANULÁVEL o É aquele que contrariou algum dos mandamentos do art. 1550 do CC, o que pode gerar a anulabilidade do casamento, porém, diferentemente do casamento nulo, aqui existem hipóteses em que poderá haver a convalidação do ato. o Vale observar, ainda, guardando coerência com a menor gravidade jurídica atribuída ao casamento anulável, que, diferentemente do nulo — em que a ação poderá ser promovida por qualquer interessado ou pelo Ministério Público (art. 1.549) — apenas alguns legitimados previamente definidos em lei, além do próprio cônjuge, poderão manejar a ação anulatória correspondente. o HIPÓTESES de casamento anulável estão no art. 1.550 e são elas: I - DE QUEM NÃO COMPLETOU A IDADE MÍNIMA PARA CASAR; LEGITIMADOS (Art. 1.552) o Pelo próprio cônjuge menor; Prazo: 180 dias a contar do dia em que perfez essa idade, ou seja a contar do momento que completou 16 anos. (Art. 1.560, §1º) o Por seus representantes legais; Prazo: 180 dias a contar do casamento. (Art. 1.560, §1º) o Por seus ascendentes. Prazo: 180 dias a contar do casamento. (Art. 1.560, §1º) OBS 01 - Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, confirmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento judicial. OBS 02 - Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez. II - DO MENOR EM IDADE NÚBIL, QUANDO NÃO AUTORIZADO POR SEU REPRESENTANTE LEGAL. LEGITIMADOS (Art. 1.555) o Pelo próprio cônjuge menor; Prazo: 180 dias a contar do dia em que perfez essa idade, ou seja a contar do momento que completou 18 anos. (Art. 1.555, § 1º) o Por seus representantes legais; Prazo: 180 dias a contar do casamento. (Art. 1.555, § 1º) o Por seus herdeiros necessários. Prazo: 180 dias a contar da morte do incapaz. (Art. 1.555, § 1º) OBS – Art. 1.55 § 2º - Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação. III - POR VÍCIO DA VONTADE, NOS TERMOS DOS ARTS. 1.556 A 1.558; O vício da vontade está ligado ao: o ERRO ESSENCIAL o COAÇÃO. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge (art. 1.557): I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal; III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; o LEGITIMADO - O próprio cônjuge que incorreu em erro essencial (art. 1.559). o PRAZO – 03 anos a contar da data da celebração (art. 1.560, III) o OBS – Com exceção do inciso III, a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato (art. 1.559) Coação. o Quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares. (art. 1.558). o LEGITIMADO - O próprio cônjuge que incorreu em coação (art. 1.559). o PRAZO – 04 anos a contar da data da celebração (art. 1.560, IV).IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; o LEGITIMADO - O próprio cônjuge. o PRAZO – 180 dias a contar da data da celebração (art. 1.560, I). V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; o LEGITIMADO - O próprio cônjuge mandante. o PRAZO – 180 dias a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração. (art. 1.560, § 2º). VI - por incompetência da autoridade celebrante. Lembrar que a interpretação mais razoável desse dispositivo aponta no sentido de que apenas a incompetência territorial ou relativa resulta na anulabilidade do casamento celebrado, porquanto, em se tratando de incompetência absoluta da autoridade celebrante, o matrimônio deverá ser considerado inexistente, e não simplesmente inválido. o LEGITIMADOS - Os próprios cônjuges. o PRAZO – 02 anos a contar da data da celebração do casamento. (art. 1.560, II). o OBS - Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil.
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