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AULA 03 a 06 - CASAMENTO

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Direito de Família
Aula 03 a 06– Casamento:
· Conceito, natureza jurídica e princípios:
a) Conceito: Paulo lobo conceitua como um ato jurídico negocial, solene, público e complexo, mediante o qual um homem e uma mulher constituem família por livre manifestação de vontade e pelo reconhecimento do Estado. 
Apenas do conceito clássico ser o de Paulo Lobo, modernamente se admite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
b) Natureza Jurídica: Há ao menos 03 corres que buscam definir a natureza jurídica do casamento:
1. Teoria institucionalista: Com forte carga moral / religiosa, defende que o casamento é uma instituição. Entre os institucionalistas está Mª Helena Diniz;
2. Teoria constratualista: O casamento é um contrato de natureza especial, com regras próprias de formação. Silvio Rodrigues defende tal corrente;
3. Teoria mista / eclética: O casamento é uma instituição quanto ao conteúdo e um contrato quanto à formação. Segundo Flávio Tartuce, o casamento é um negócio jurídico especial, com regras próprias e princípios específicos que não existem no direito contratual:Art. 1.521. Não podem casar: VI - as pessoas casadas;
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
· Princípio da monogamia: retirado do art. 1.521, VI do CC;
· Princípio da liberdade de escolha: Decorrente da autonomia privada, salvo nos casos de impedimento, há livre escolha da pessoa com quem se irá contrair matrimônio
· Princípio da comunhão plena de vida, regida pela igualdade entre os cônjuges: Extraído do art. 1.511 do CC. 
· Conceito, natureza jurídica e princípios:
a) Idade Núbil: Conforme preceitua o caput do art. 1.517: O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.O art. 1.517 do Código Civil, que exige autorização dos pais ou responsáveis para casamento, enquanto não atingida a maioridade civil, não se aplica ao emancipado.
A idade núbil para se casar é 16 anos. 
Nos termos do parágrafo único, havendo discordância entre os pais, aplica-se o disposto no art. 1.631 do CC. 
A redação original do art. 1.518 permitia que o curador revogasse a autorização. Atualmente, com a vinda da lei 13.146/15, isso não é mais possível. 
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
Ressalta-se que até a celebração do casamento, nos termos dos arts. 1.518 e 1.519 do CC, os pais ou tutores podem revogar a autorização, a qual, se for injusta, poderá ser suprida pelo Juiz. 
· Impedimentos e causas suspensivas do casamento:
Os impedimentos atingem pessoas em situações específicas, envolvendo a legitimação, isto é, a capacidade especial para celebração de certo ato jurídico. Nosso código trada do assunto da seguinte forma: 
1. Impedimentos matrimoniais: Casamento será nulo;
2. Causas de anulabilidade: Casamento anulável;
3. Causas suspensivas: impõe sanções aos cônjuges
a) Impedimentos matrimoniais: Impossibilitam a celebração do casamento mediante procedimento administrativo que ocorre no RCPN em procedimento previsto nos arts. 1.529 e 1.530 do CC. Sua oposição poderá ocorrer até a celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Devendo (art. 1.522, parágrafo único), inclusive, ser reconhecido de ofício pelo oficial / juiz, conforme art. 1.522 do CC. 
Se o casamento for celebrado, será nulo nos termos do art. 1.548, II do CC, o qual dispõe que “É nulo o casamento contraído: por infringência de impedimento.
Assim, Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil: Sem limite de grau;
II - os afins em linha reta: Colaterais podem. Vale ressaltar que o parentesco por afinidade é perpétuo; 
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive: É permitido o casamento entre tio e sobrinho, denominado de casamento avuncular, desde que apresentem laudo de uma junta médica que aponte não haver risco biológico à prole, nos termos do Decreto-lei 3.200/41. Neste sentido é o Enunciado nº 98 da Jornada de Direito Civil: “O inc. IV do art. 1.521 do novo Código Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-lei n. 3.200/41, no que se refere à possibilidade de casamento entre colaterais de 3º grau”.
A doutrina entende que o rol do art. 1.521 do CC é numerus clausus (pois restringe a autotomia privada) contendo normas de ordem pública.
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte: Apenas no caso de homicídio doloso. Somente passa a valer após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Tartuce defende que, se o casamento foi celebrado no curso da ação penal será reputado válido, uma vez que quando da celebração inexistia causa impeditiva, imperando a autonomia privada.
a) Causas suspensivas do casamento: São Previstas no art. 1.523 do CC, são situações de menor gravidade, que não geram nulidade ao casamento, impondo apenas sanções patrimoniais aos cônjuges. 
Isto posto, Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros: Busca evitar a confusão patrimonial, impondo dupla sanção: 
· Regime de bens: O casamento deverá ocorrer sob a separação obrigatória de bens;
· Hipoteca legal em favor dos filhos sobre os bens imóveis dos pais (art. 1.489, II do CC).
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal: Visa evitar confusão sobre a paternidade do filho que nascer nesse lapso de tempo;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;Não podem ser conhecidas de ofício. O direito de alegar a causa suspensiva é estendido aos parentes em linha reta e aos colaterais até o 2º grau, conforme art. 1.524 do CC e Enunciado 330 da Jornada de Direito Civil. 
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Desaparecendo o motivo da causa suspensiva, os cônjuges poderão propor AÇÃO DE ALTERAÇÃO DE REGIME DE BENS, com fulcro no art. 1.639, §2º do CC. 
· Processo de Habilitação e da celebração do casamento
a) Do requerimento: Conforme art. 1.525 do CC, o requerimento de habilitação será feito pelos nubentes ou por procuradores, instruído por documentos. 
b) Da habilitação: Será feita pessoalmente perante o oficial, com audiência do MP. Havendo impugnação do oficial, do MP ou de terceiros, a habilitação será submetida ao Juiz, conforme determina o art. 1.526 do CC.
1. Proclamas: Estando a documentação em ordem, o oficial fixará edital durante 15 dias na circunscrição civil de ambos os nubentes e, obrigatoriamente, se publicará na impressa local, caso haja, nos termos do art. 1.527 do CC. 
2. Deveresdos oficiais: Devem esclarecer aos nubentes sobre os fatos que podem invalidar o casamento e sobre os regimes de bens, sob pena de responsabilidade, art. 1.528 do CC. 
3. Alegação de impedimento / causa suspensiva: Conforme determina o art. 1.529 do CC, tal alegação deve ser instruída por documentos que comprovem o alegado ou com a indicação do local onde se encontrem essas provas. 
· O oficial dará ciência aos nubentes, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem as ofereceu, art. 1.539 do CC. 
· Os nubentes terão 03 dias para indicar provas, quando os autos serão remetidos ao juízo, conforme art. 67, §5º da lei 6.015/73. 
4. Certificado: Cumpridas as formalidades e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial extrairá o certificado de habilitação, que terá validade de 90 dias, contados da extração, nos moldes do art. 1.531 c/c art. 1.532, ambos do CC. 
c) Celebração: Ocorrerá em dia, local e hora previamente designadas, mediante petição dos contraentes, pelo juiz de paz, art. 1.533 do CC c/c art. 98, II da CRFB/88. 
1. Local de celebração: Será em qualquer caso a portas abertas. O local influirá na quantidade de testemunhas exigidas para o ato:
· Na sede do cartório: No mínimo 02 testemunhas, podendo ser parentes ou não;Também são exigidas 04 testemunhas se um dos nubentes não souber ou não puder ler. 
· Outro edifício público ou privado: No mínimo 04 testemunhas. 
2. Realização do casamento: Considera-se realizado o casamento quando os contraentes manifestam, perante o juiz de paz, a sua vontade de estabelecer o vínculo conjugal e o juiz de paz os declara casados.
3. Suspensão da celebração: O art. 1.538 do CC preconiza que a celebração será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:Tartuce assevera que, ainda que tenha sido feito com animus jocandi, O NUBENTE NÃO PODERÁ SE RETRATAR NO MESMO DIA, devendo a celebração, obrigatoriamente, ser adiada.
· Recusar afirmar sua vontade;
· Declarar que sua vontade não é livre e espontânea;
· Manifestar-se arrependido. 
· Modalidades especiais de casamento:
a) Em caso de grave moléstia: É previsto no art. 1.529 do CC. A jurisprudência entende que a urgência dispensa a prévia habilitação. 
Eventual falta ou impedimento da autoridade competente para celebrar o ato é suprida por seus substitutos legais e a do oficial por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato. 
O termo lavrado deve ser registrado em 05 dias, perante 02 testemunhas, ficando arquivado. 
b) Casamento nuncupativo (em viva voz) ou in extremis vitae momentis / in articulo mortis: Tipificado no art. 1.540 do CC, ocorre quando um dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto legal. Neste caso, o casamento poderá ser celebrado na presença de 06 testemunhas, que não sejam parentes dos nubentes em linha reta ou colateral até o 2º grau (irmão). Seu procedimento vem previsto no art. 1.541 do CC 
As testemunhas devem comparecer em até 10 dias à autoridade judicial mais próxima, pedindo que lhe tome termo a declaração que: 
1. O doente as convocou;
2. Que ele parecia estar sob risco de vida;
3. Que os contraentes declararam em sua presença de forma livre e espontânea que desejam receber-se por marido e mulher. 
Será instaurado procedimento de jurisdição voluntária, com participação do MP. O juiz verificará se as partes poderiam ter se habilitado, na forma ordinária, ouvindo os interessados dentro do prazo de 15 dias. Neste caso o assento é feito retroativo à data da celebração.
Verificada a idoneidade dos cônjuges para o ato, o casamento é tido como válido, cabendo recurso da sentença. Ocorrendo o trânsito em julgado, o juiz mandará registrar no livro dos casamentos. 
c) Casamento por procuração: Regulado pelo art. 1.542 do CC, é exigido que o instrumento do mandato tenha poderes específicos. A eficácia do mandato não ultrapassará 90 dias e somente será revogado por meio de instrumento público. 
d) Casamento religioso com efeitos civis: Arts. 1.515 e 1.516 do CC. Há, ainda, previsão constitucional no art. 226, §2 da CRFB/88. Desde que atenta às necessidades do casamento civil, será a este equiparado, desde que seja registrado no registro próprio, produzindo efeitos desde a celebração, conforme art. 1.515 do CC. Tem-se duas situações:
1. Casamento religioso precedido de processo de habilitação: O ato deve ser registrado no prazo decadencial de 90 dias, contados da realização, mediante comunicação ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado. Após o prazo, o registro dependerá de nova habilitação. 
2. Não precedido de processo de habilitação: Terá efeitos civis se, a requerimento das partes, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação. 
Sendo homologada a habilitação e certificada a inexistência de impedimento, o oficial fará o registro do casamento religioso, o que tem efeitos ex tunc, até a celebração. 
Será nulo o casamento religioso se antes dele qualquer dos contraentes houver contraído casamento civil com outrem, conforme art. 1.516, § 3º do CC.
· Invalidade do casamento:
a) Casamento Inexistente: Não possui previsão legal, mas é aceito pela doutrina. Para aqueles que defendem a teoria da inexistência aplicada ao casamento citam três hipóteses:
1. Casamento homoafetivo: Perdeu o sentido devido ao julgamento da ADPF 123/RJ e ADI 4.277/DF;
2. Ausência de vontade: A vontade é elemento mínimo e essencial ao casamento. Exemplo dado pela doutrina é quando a pessoa casa mediante coação física;
3. Casamento celebrado por autoridade totalmente incompetente: A doutrina defende a aplicação das regras ação de nulidade absoluta. 
b) Casamento Nulo: O art. 1.548 do CC traz as regras de nulidade absoluta do casamento:
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:Como se nota, o inciso I foi revogado pelo estatuto da pessoa com deficiência.
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; 
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
II - por infringência de impedimento.
1. Casamento celebrado com infringência a impedimento matrimonial: São os impedimentos dos arts. 1.521 do CC (NÃO PODEM CASAR). 
· Efeitos e procedimentos da ação declaratória de nulidade do casamento:
	Imprescritível, pois nulidade não se convalida no tempo
	A decretação da nulidade pode ser promovida por ação direta, por qualquer interessado ou pelo MP
	Não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz	
	Efeitos retroativos, ex tunc. Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado. A boa-fé do terceiro é um “escudo do negócio jurídico celebrado”.
c) Casamento anulável: São as hipóteses previstas no art. 1.550 do CC:
1. Casamento contraído por quem não completou a idade mínima (16 anos) para casar: Possui prazo decadencial de 180 dias, podendo ser proposta pelo Menor, por seus representantes legais ou ascendentes, conforme art. 1.552 do CC. A contagem do prazo é:
· Ação proposta pelo menor: Termo inicial do momento em que completar a idade núbil, ou seja, 16 anos;Poderá ser convalidado o casamento se, após a completude da idade núbil o casamento for ratificado pelo menor (com a autorização dos pais ou suprimento judicial).
· Ação proposta pelos representantes ou ascendentes: A partir da celebração do casamento. 
2. Casamento contraído por menor em idade núbil, não havendo autorização do seu representante legal: Prazo decadencial de 180 dias, com as regras de contagem previstas no art. 1.555, caput e §1º do CC:
· Ação proposta pelo menor: Prazo contato do dia em que completar 18 anos;Convalidação prevista no art. 1.555, § 2º do CC: Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquermodo, manifestado sua aprovação.
· Ação proposta pelo representante legal: Prazo contado da celebração do casamento;
· Ação proposta pelos herdeiros necessários: Prazo contado do falecimento do menor.
3. Casamento celebrado sob coação moral (vis compulsiva): A ação é personalíssima, com prazo decadencial de 04 anos, contados da celebração do casamento.Convalida-se o casamento se ocorre posterior coabitação, e ciência do vício, pelo tempo que o juiz entender que é razoável, art. 1.559 do CC.
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares. 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
4. Casamento celebrado havendo erro essencial quanto à pessoa: A ação é personalíssima, tendo prazo decadencial de 03 anos, contados da celebração do casamento. A coabitação posterior, havendo ciência do vício, convalida o casamento, salvo nas hipóteses dos incisos III e IV.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;                    (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)       (Vigência)
IV - (Revogado).                       (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)       (Vigência)
5. Do incapaz de consentir e de manifestar de forma inequívoca a sua vontade: Atualmente o comando engloba apenas os ébrios habituais e os viciados em tóxicos. Possui prazo decadencial de 180 dias, contados do casamento, nos termos do art. 1.560, caput e §1º do CC. 
6. Casamento celebrado por procuração, havendo revogação do mandato: Somente cabe anulação no caso de o mandato ter sido revogado antes da celebração do casamento, sem que o mandatário e o outro tivessem conhecimento. A ação é personalíssima, com prazo decadencial de 180 dias, contados do momento em que o mandante tome conhecimento da celebração do casamento. Conforme art. 1.550, V, parte final do CC.O ato será convalidado se houver coabitação entre os cônjuges, conforme art. 1.550, V, parte final do CC.
d) Casamento celebrado perante autoridade relativamente incompetente: É a incompetência em razão do local.
e) Casamento putativo: A palavra “putativo” vem do latim putare que significa crer ou imaginar. Assim, o casamento putativo é aquele da imaginação. Trata-se do casamento que embora nulo ou anulável (nunca inexistente), gera efeitos em relação ao cônjuge de boa-fé subjetiva (ignora o motivo de nulidade ou anulação). É tratado no art. 1.561 do CC, com 03 regras fundamentais: 
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
1. Boa-fé de ambos os cônjuges – caput: O casamento gera efeitos a estes e aos filhos até o trânsito em julgado da sentença anulatória. Eventuais bens adquiridos devem ser partilhados de acordo com o regime de bens. 1. Há corrente doutrinária que entende que neste caso os efeitos pessoais do casamento iram persistir mesmo após a sentença
2. Boa-fé de apenas um cônjuge - §1º: O casamento somente gera efeito para este e para os filhos. 
3. Má-fé de ambos - §2º: O casamento somente gera efeitos para os filhos. Eventualmente, se bens forem adquiridos durante a união deverão ser partilhados pelas regras do direito obrigacional que vedam o enriquecimento sem causa (art. 884 a 886 do CC).
· Provas do casamento: 
O casamento celebrado no exterior perante autoridade brasileira deve ser registrado em 180 dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no RCPN do seu domicílio ou, em sua falta, no 1º Ofício do Estado em que passarem a residir, conforme art. 1.544 do CC. 
Os arts. 1.543 a 1.547 do CC tratam das provas do casamento, havendo 03 tipos comprobatórios principais:
a) Prova direta: Em regra, o casamento celebrado no Brasil é provado pela certidão do sue registro (certidão de casamento), art. 1.543 do CC. 
b) Prova direta completar ou suplementar: Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova, v. g., documentos, certidão de proclamas etc. Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.
c) Prova indireta: Fundada na posse do estado de casados. Eduardo Leito elenca três requisitos:
1. Um cônjuge utiliza o nome do outro;
2. Os cônjuges se tratam como se fossem casados;
3. A sociedade os reconhece como casados.

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