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Guilherme Okoti de Melo Síndromes Coronarianas Agudas (SCA) ➢ É a expressão clínica da instabilização de uma placa aterosclerótica coronariana. Todo caso suspeito deve ser priorizado e levado à sala de emergência para realização de avaliação clínica, coleta de troponina e ECG em até 10 minutos da admissão (classe I). ? Infarto Agudo do Miocárdio c/ Supradesnivelamento de ST (IAMCSST) ? Infarto Agudo do Miocárdio s/ Supradesnivelamente de ST (IAMSSST) ? Dor torácica de origem não isquêmica Fisiopatologia: Após a instabilização da placa, por rotura ou erosão, são ativados ao mecanismos de trombose e de fibrinólise locais. A resultante do equilíbrio entre essas forças determina a progressão, a estabilização ou a regressão da obstrução coronariana, a partir da formação ou lise do trombo local. Esse trombo pode causar a obstrução arterial transitória ou permanente de uma artéria coronária, determinando alterações no músculo cardíaco que variam, em intensidade e duração, de isquemia e lesão miocárdica a necrose do músculo. AI < IAMSSST < IAMCSST Classificação: o IAM tipo I: desbalanço entre oferta e demanda de O2 pelo miocárdio relacionado a aterotrombose de coronária e ocorre por rotura ou erosão da placa; é definido pela elevação acima do limite superior da normalidade e/ou queda de ao menos um valor de troponina associada a sintomas de isquemia miocárdica aguda, novas alterações isquêmicas ao ECG, surgimento de ondas Q patológicas, novas alterações de mobilidade da parede miocárdica, nova perda de miocárdio viável ou identificação de trombo coronariano por angiografia ou necrópsia. o IAM tipo II: não relacionado a fenômeno aterotrombótico; é definido pela elevação acima do limite superior e/ou queda de ao menos um valor de troponina e evidência de desbalanço entre consumo e demanda de oxigênio Comentado [GOdM1]: Instabilização da placa associado a sintomas de isquemia miocárdica aguda, por menos de 20 min., mas sem determinar lesão muscular miocárdica. → Não há elevação de troponina ou CK-MB. Guilherme Okoti de Melo pelo miocárdio, associada a sintomas de isquemia miocárdica aguda, novas alterações isquêmicas ao ECG, surgimento de ondas Q patológicas, novas alterações de mobilidade da parede miocárdica ou de nova perda de miocárdio viável; tem como exemplos de causas taquiarritmia sustentada, hipertensão severa, anemia, hipotensão ou choque e espasmo coronariano. o IAM tipo III: morte súbita precedida de sintomas sugestivos de isquemia, acompanhada de novas alterações isquêmicas ao ECG ou fibrilação ventricular, mas com óbito antes da coleta de marcadores de lesão miocárdica ou antes do seu aumento poder ter sido identificado. o IAM tipo IV: relacionado a procedimento de revascularização miocárdica percutânea; é classificado como IVa quando ocorre em até 48 horas da angioplastia e caracterizado por elevação em mais de cinco vezes o valor do limite superior da normalidade da troponina utilizada; o tipo IVb é associado a trombose do stent desde 24 horas após o procedimento até mais de um ano após; o tipo IVc é caracterizado pelo infarto determinado por reestenose do stent. o IAM tipo V: relacionado à oclusão de enxerto vascular miocárdico ou de artéria nativa após revascularização cirúrgica do miocárdio, acompanhada da elevação acima de 10 vezes o valor do limite superior da troponina utilizada. Diagnóstico: Comentado [GOdM2]: ... características típicas da dor associada à isquemia miocárdica: ▶ Dor em aperto, precordial ou retroesternal, com irradiação; ▶ Dor acompanhada de sudorese, palpitações e vômitos ▶ Dor desencadeada por esforço físico ou emoção ▶ Duração prolongada, superior a 20 minutos no IAM; ▶ Alívio com repouso ou nitrato → O paciente com dor torácica de possível origem cardíaca deve ser observado no pronto-socorro e avaliado seriadamente, por algumas horas. Guilherme Okoti de Melo Escore HEART ... probabilidade de SCA após avaliação clínica e ECG ➢ Nos casos em que é definido o diagnóstico de IAMSSST ou IAMCSST, a conduta terapêutica está bem estabelecida. No entanto, em casos duvidosos, são necessários exames subsidiários que evidenciem a existência de isquemia miocárdica, pois há o risco de perda do diagnóstico Comentado [GOdM3]: History? ECG? Age? Risk factors? Troponin? Guilherme Okoti de Melo |IAMSSST – obstrução parcial c/ circulação colateral A AI pode ser classificada como de baixo, moderado ou alto risco de evolução para IAMSSST, choque cardiogênico, morte súbita e revascularização de emergência: Comentado [GOdM4]: Caracterização da angina instável de baixo risco. Guilherme Okoti de Melo Diagnóstico: ... à história clínica ➢ A dor torácica típica ocorre na região precordial, com característica de aperto ou compressão, irradiando-se para o membro superior esquerdo, o dorso ou a mandíbula, com início ao repouso ou estresse, com duração, em geral, maior que 20 min.; ➢ Pode ainda ser acompanhada de sudorese fria, náuseas e vômitos. Escore TIMI Escore de Braunwald ... exames complementares ECG Comentado [GOdM5]: Caracterização da angina instável de médio risco. Comentado [GOdM6]: Caracterização da angina instável de alto risco. Comentado [GOdM7]: As derivações V3R, V4R, V7 e V9 devem ser realizadas em pacientes com ECG não diagnóstico, mas que permanecem sintomáticos. Guilherme Okoti de Melo Troponinas (I e TnUs, IA) ou CK-MB (IIIA) ➢ Não são detectadas no sangue em circunstâncias normais, elevam-se nele dentro de 6 a 8 horas após o infarto, têm o pico com 24 horas e podem persistir elevada por 10 a 14 dias. A coleta deve ser realizada no tempo 0 e 2 h após a chegada – seriar, posteriormente. Se há elevação e queda, o diagnóstico é preditivo de IAMSSST – exclui AI, mas não injúria miocárdica. Se o paciente chegar com início da dor muito precocemente, uma segunda amostra com intervalo de 3 horas consegue uma sensibilidade próxima a 100% para IAM. ? Cateterismo (CAT) o em pacientes de muito alto risco: realizar de imediato, em até 2h o em pacientes de alto risco: realizar em até 24h o em pacientes de médio risco: realizar em até 72h Na vigência de resultados normais dos marcadores cardíacos, os pacientes com risco intermediário ou baixo podem ser submetidos a exames não invasivos para refinar a estratificação de risco. Teste ergométrico Cintilografia miocárdica c/ esforço ECO c/ esforço ou estresse farmacológico Tratamento: Na sala de emergência, o paciente com dor torácica deve ser avaliado visando à rápida identificação da SCA e, definida a presença de AI/IAMSSST, mantido em repouso com monitorização cardíaca e, se necessário, oxigenoterapia (sat. O2 <90%). ... analgésicos Nitratos, para alívio da dor, melhora da congestão e da hipertensão ? Morfina, se dor persistente ou refratária ... antiagregante plaquetário Aspirina + Clopidrogel, para maior bloqueio da agregação plaquetária ? Ticagrelor Comentado [GOdM8]: Não é mais indicada para diagnóstico de IAM, exceto para situações em que a troponina ultrasensível não estiver disponível. Comentado [GOdM9]: x instabilidade hemodinâmica - choque cardiogênico x angina refratária ou recorrente x IC aguda x arritmias malignas/PCR x alterações dinâmicas recorrentes do ST-T x complicações mecânicas do infarto Comentado [GOdM10]: Reduz a mortalidade e apresenta efeito rápido antiagregante por bloqueio da síntese de tromboxano A2, inibindo irreversivelmente a formação da cicloxigenase 1 (COX-1). Comentado [GOdM11]: Indica-se a todos com AI ou IAMSSST em que o tratamento clínico ou a abordagem precoce da lesão coronariana com angioplastia é planejada - seu uso deve ser suspenso de 5 a 7 dias antes da abordagem cirúrgica para revascularização do miocárdio.→ Em pessoas com mais de 75 anos, a dose de ataque deve ser omitida. → Caso haja a possibilidade de intervenção cirúrgica precoce de revascularização miocárdica, o seu uso deve ser adiado até a conclusão da indicação cirúrgica. Guilherme Okoti de Melo ? Prasugrel, se anatomia coronariana conhecida Se risco muito alto ou alto, não pré-tratar com 2º antiagregante plaquetário na emergência. ... betabloqueador Metoprolol VO, nas primeiras 24h, se não houver contraindicação, em baixo risco de choque cardiogênico, sem sinais de IC e baixo débito ... anticoagulantes Heparina de baixo peso molecular (HBPM), p. ex. Enoxaparina ? Heparina não fracionada (HNF), se abordagem cirúrgica precoce ... em pacientes de alto risco + Inibidores de glicoproteína, p. exs. tirofibana e abciximabe ... outras drogas |IAMCSST – obstrução completa I. A meta de tempo de definição do diagnóstico a partir do primeiro contato médico e a realização do ECG é de 10 minutos. Comentado [GOdM12]: Há maior redução do risco de morte, infarto e necessidade de revascularização de emergência. <75 anos: 1 mg/kg a cada 12 horas >75 anos: 0,75 mg/kg a cada 12 horas Clcr <30 mL/min: 1 mg/kg 1x/dia Comentado [GOdM13]: A história é semelhante à da AI, exceto pela duração da dor, que é mais prolongada. → Em cerca de 20% dos casos (mulheres, idosos e diabéticos), os quadros são atípicos. Comentado [GOdM14]: (A) fase hiperaguda (B) fase aguda inicial: elevação do segmento ST maior ou igual a 1 mV em duas derivações contíguas ao ECG, com exceções (C) fase aguda tardia (D) fase de evolução completa (E) fase cicatricial. Guilherme Okoti de Melo II. A angioplastia primária deve ocorrer em até 90 min. nos serviços com hemodinâmica e em até 120 min. se houver necessidade de transferência (tempo porta-balão). ➢ Caso haja uma expectativa maior de tempo para angioplastia, a trombólise é preferível, em até 30 min. (tempo porta-agulha); caso contrário, a angioplastia primária deve ser a escolha. III. A abertura mecânica da artéria deve ocorrer em até 120 min., incluindo o tempo de transferência para outro serviço, se necessário. Diagnóstico diferencial: Bloqueio de ramo esquerdo (BRE) ➢ Pode ser prévio ou desencadeado pela isquemia aguda. Em qualquer bloqueio de ramo (direito ou esquerdo) novo ou presumivelmente novo é indicado terapia de reperfusão, preferencialmente mecânica. Tratamento: recebe um tópico extra ao tratamento da AI e do IAMSSST. Angioplastia primária via CAT Dilatação da obstrução trombótica associada à aplicação de stent, revestidos ou não por componentes farmacológicos, para evitar a reoclusão da lesão. ➢ Apresentam menor isquemia recorrente e menores taxas de reintervenção e reinternação hospitalar em relação ao uso de trombolíticos. Revascularização miocárdica de urgência/emergência Comentado [GOdM15]: Reservada para situações como complicações na angioplastia, complicações mecânicas, dor persistente e/ou pacientes instáveis hemodinamicamente e com coronárias suscetíveis de sofrerem revascularização. Guilherme Okoti de Melo Trombólise Podem ser observados alguns sinais indiretos de reperfusão coronariana: arritmias de reperfusão (ritmo idioventricular e extrassístoles ventriculares), melhora da dor, redução do supradesnivelamento em mais de 50% da sua intensidade após 90 minutos do início da trombólise e pico precoce de enzimas cardíacas. + Solicitar CAT, em até 24h após trombólise. Se não reperfundiu, solicitar angioplastia de resgate. Comentado [GOdM16]: O tempo hábil de trombólise é de até 12 horas, com maior benefício quando no início desse período, principalmente até a 3ª hora. → A associação do clopidogrel ao AAS é mandatória quando a terapêutica de trombólise é a escolha. → A existência de qualquer contraindicação absoluta para trombólise exclui essa terapia ao paciente. Comentado [GOdM17]: Os efeitos colaterais mais frequentes na trombólise são hipotensão arterial, reação alérgica cutânea e choque anafilático. → A alteplase e a tenecteplase não induzem à formação de anticorpos, portanto não estão associadas a fenômenos alérgicos, mais característicos da estreptoquinase. → A heparinização posterior não é necessária após o uso de estreptoquinase, mas é recomendada após a trombólise com os demais agentes fibrinoespecíficos. Guilherme Okoti de Melo
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