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Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume Farmacologia Farmacologia do Sistema Cardiovascular • Hipertensão: Elevação persistente da pressão arterial (PA), ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausên- cia de medicação anti-hipertensiva. É aconselhável, quando possível, a validação de tais medidas por meio de avaliação da PA fora do consultório por meio da Monitorização Am- bulatorial da Pressão Arterial (MAPA), da Monito- rização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) ou da Automedida da Pressão Arterial (AMPA)". • Fatores de Risco: o Etilismo o Genética o Idade o Sexo o Etnia o Ingestão de Na+ e K+ o Sedentarismo o Sobrepeso/obesidade o Fatores socioeconômicos o Outros Fatores: ❖ Medicamentos: inibidores da MAO, simpatomiméticos, AINEs, AIEs, descongestionantes nasais, ADT, hormônios tireoidianos, anti- concepcionais orais. ❖ Drogas ilícitas: cocaína, cannabis sativa, anfetaminas, MDMA. ❖ Apnéia do sono; Estresse; Taba- gismo Fisiovascular: • Controle rápido: barorreceptores • Controle lento: SRAA (renina) Diminuição da pressão arterial → Barroceptores aórticos/ corotídeos → Controle cardiovascular → SNA simpático. Ações do Sistema Renina-Angiotensina-Aldoste- rona: Quando ocorre diminuição do fluxo renal, isso também estimula as células a produzirem angio- tensina. A angiotensina age no receptor AT1 → eleva a pressão arterial. Quando ela age no AT2 → pro- move vasodilatação. Tratamento não medicamentoso: • Redução do peso corporal. • Redução da ingesta de sal/sódio. • Aumento da ingesta de potássio. • Redução do consumo de bebidas alcoólicas. • Exercício físico regular. • Abandono do tabagismo. • Controle das dislipidemias e do dia- betes mellitus. • Medidas antiestresse. • Evitar drogas que aumentam a PA Farmacoterapia da HAS: • Objetivos: o Reduzir a PA o Reduzir morbidade e mortalidade as- sociadas à HAS o Evitar complicações cardiovascula- res Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume • Características dos Fármacos: o Eficaz por via oral de preferência em dose única o Bem tolerado com poucos efeitos cola- terais o Poder ser usado em associação o Não usar manipulados pela falta de controle de farmacocinética ➔ Utilizar no mínimo 4 semanas antes de modifi- car (salvo exceções) ➔ Orientar sobre importância do uso contínuo e dos efeitos adversos ➔ Orientar sobre necessidade de ajuste de dose, de troca ou associação O que determina a primeira escolha são os efei- tos colaterais e as condições prévias. Não deve-se combinar IECA com o BRA → au- menta o risco de hipotensão e de hipocalemia. Espironolactona → antagonista de aldosterona A - Fármacos que bloqueiam o Sistema Renina- Angiotensina: Inibidores da ECA (IECA): An- tagonistas/bloqueadores AT1 (BRA); Inibidor da renina; B - Atuam do sistema nervoso simpático → B-blo- queadores: a1-bloqueadores; agonistas a2 (ação central) C - Bloqueadores de canais para Ca? D - Diuréticos Fármacos bloqueadores do SRA: 1. Inibidores da ECA (IECA): captopril, enalapril, lisinopril, benazepril, ramipril, fosinopril, cilazapril, perindopril, imidapril, moexi- pril, quinapril Causa tosse visto que ocorre um acúmulo de bradicinina que deveria ter sido metabolizado pela ECA. • Ações: • Vasodilatação indireta, vasos de resis- tência e Capacitância → diminuição da carga cardíaca • Aumenta eficácia dos diuréticos → dimi- nuição do volume e do débito cardíaco • Aumenta o potássio plasmático (hiper- calemia) • Menor hipertrofia e hiperplasia miocár- dica • Usos: • Anti-hipertensivo jovens/ meia-idade • Após IAM (reduz pós-carga e hipertrofia ventricular) • Na insuficiência cardíaca: diminui o tra- balho cardíaco (reduz morbidade e mortalidade) • Reduz o risco de AVE • Reduz a progressão da nefropatia dia- bética • Reduz a progressão da doença renal crônica: o Redução dos efeitos constritores da Angio II na arteríola eferente = reduz pressão hidrostática (PH) intraglome- rular = reduz proteinúria, esclerose glomerular e crescimento celular Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume Efeitos Adversos: • Tosse seca (5-30%): acúmulo de bradici- nina • (edema e broncoespasmo); • Eritema: vasodilatação • Alterações no paladar (disgeusia); • Hipotensão (primeiras doses) • Hipercalemia (excesso de potássio) • Edema angioneurótico: nariz, garganta, boca, glote, laringe, lábios, língua - raro • Neutropenia, glicosúria, hepatotoxici- dade (raros) Contra-indicações: • Gravidez (2o - 3o trimestres: efeitos no feto como hipotensão, insuficiência re- nal e malformações- Risco D) • AINEs: interfere na ação do fármaco • Não associar com diuréticos poupado- res de potássio ou BRA - risco de hiper- calemia • Estenose crítica da artéria renal (IECA di- minui pressão de perfusão) 2. Antagonistas dos receptores AT1 de angio- tensina II (BRA): • ECA não seria a única enzima capaz de formar ANGIO II. Portanto, o bloqueio de receptor AT1 é uma vantagem dos BRAs. • BRAs permitem ativação de receptor AT2 losartana, candesartana, valsartana, irbesartana, olmesartana, telmisartana , eprosartana Ações: bloqueio do receptor AT1 de angioten- sina II • vasodilatação: diminui a contração do m. liso vascular • diminui a liberação de vasopressina e di- minui a sede • diminui a liberação de aldosterona: re- duz volume • diminuição da liberação de catecolami- nas e seus efeitos • menor hipertrofia e hiperplasia miocár- dica • Usos: • ICC:2a escolha visto que os IECAS têm maior efetividade em diminuir mortali- dade • Anti-hipertensivo - jovens/ meia idade (renina mais alta) • Após IAM: reduz a pós-caga e hipertro- fia ventricular • Reduz a progressão da IR • Reduz progressão da nefropatia diabé- tica • Efeitos Adversos: • Cefaléia, tontura • Artralgia ou mialgia • Fadiga • Hipercalemia (excesso de potássio) • Incidência de tosse ou angioedema é muito menor • Teratogênico • Anafilaxia, hepatite, neutropenia, leuco- penia, prurido,urticária, hiponatremia e alopecia - raros • Contraindicações: • Gravidez (2o - 3o trimestres: efeitos no feto como • hipotensão, insuficiência renal e malfor- mações - Risco D) • AINEs • Não associar com diuréticos poupado- res de potássio ou IECA - risco de hiper- calemia • Estenose crítica da artéria renal (IECA di- minui pressão de perfusão) 3. Inibidor de renina: Alisquireno: • Único da classe atualmente disponível para uso clínico. Dose única diária • nibição direta da ação da renina com consequente diminuição da formação de angiotensina II. • Boa tolerabilidade • Capacidade, em monoterapia, de re- dução da PA: semelhante aos demais anti-hipertensivos. • Associação tolerável com IECAs ou BRAs ou hidroclorotiazida (exceto em diabéti- cos ou renais) • Não existem, contudo, evidências de seus benefícios sobre a morbimortali- dade. Bloqueadores do SNA Simpático: Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume Antagonistas dos Receptores alfa-1: terminam em OSINA Antagonistas dos Receptores Beta: terminam em LOL • Propranolol, atenolol, metoprolol, carve- dilol (age em beta e alfa 1), nebivolol (aumenta a síntese de NO. 1. Antagonistas dos receptores beta-1 = beta bloqueadores (BB): Usos: • hipertensão • após IAM reduz a demanda de oxigênio e aumenta a oferta • ICC • angina • emergências hipertensivas • arritmias • enxaqueca, ansiedade, glaucoma Labetalol usado nagravidez. Apenas Carvedilol, metoprolol, bisoprolol na hi- pertensão e ICC Propranolol, Sotalol - não seletivos (β1 e β2) Efeitos adversos: • Broncoconstrição • Bradicardia • Hipoglicemia • Fadiga • Alterações no SNC confusão, pesadelo e letargias • Outros usos: tremor essencial, sintomas agudos do pânico, enxaqueca, hiper- tensão portal Beta-bloqueadores não seletivos na hiperten- são portal: Aumento da pressão portal - sangue se acumula em leitos vasculares criando um sistema colate- ral (varizes esofágicas) que pode se romper pela dilatação. Os β-betabloqueadores, principal- mente o propranolol e o sotalol, ao bloquearem β2 geram vasoconstrição desses leitos e o blo- queio em β1 diminui o DC e o fluxo portal, redu- zindo as incidências de hemorragias Interrupção Abrupta dos Beta-Bloqueadores: ● Efeito rebote que pode causar: ➔ Arritmias cardíacas ➔ Agravar a Insuficiência Coronariana ➔ Infarto do Miocárdio (ocasional- mente) ➔ Morte súbita (ocasionalmente) ● Possíveis causas: ➔ Cessação dos efeitos protetores dos β-bloqueadores ➔ Aumento da sensibilidade dos recep- tores β-adrenérgicos ➔ Aumento do número de receptores β- adrenérgicos (up-regulation) ➔ Aumento das catecolaminas circu- lantes Retirada dos β-bloqueadores deve ser gradual Efeitos Adversos: ● Fadiga e fraqueza ● Tonturas e hipotensão ● Insônia (compostos lipossolúveis) ● Bradicardia ou bloqueio AV ● Broncoespasmo (não seletivos) ● Mascarar efeitos da hipoglicemia ● Elevação de triglicerídeos e redução de HDL Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume ● Intolerância a glicose em fármacos sem ação vasodilatadora (reduz aporte de glicose no músculo esquelético ● Disfunção sexual (reduzida com BB vasodilata- dores) 2. Antagonistas dos receptores alfa-1 = alfa blo- queadores prazosina, doxazosina, terazosina, tansulosina Efeitos e Usos: • Inibe vasoconstrição em receptores alfa- 1 • Dilatação arteriolar e venosa: diminui RVP • Hipertensão grave • Hiperplasia prostática benigna: compres- são do ureter → dificuldade miccional → faz o relaxamento do ureter → facilita o fluxo urinário Efeitos Adversos: • Letargia, cefaléia e tontura • Hipotensão postural (início) • Taquicardia reflexa (início) • Incontinência urinária • Náusea e congestão nasal • Tolerância: tem que aumentar a dose 3. Agonistas dos receptores alfa-2 = inibidores centrais Efeitos e Usos: • Diminui o tônus simpático nos centros de controle vascular • Diminui os efeitos da NE no débito e na resistência periférica vascular → diminui a PA • Clonidina: hipertensão grave • Metildopa: hipertensão em grávidas Efeitos Adversos: • Sonolência e sedação • Boca seca • Fadiga • Hipotensão postural • Disfunção erétil, distúrbio na ejaculação • Depressão Bloqueadores de Canais de Ca+ Atuam sobre os canais de cálcio tipo L, impe- dindo sua abertura e a entrada de cálcio 1. Músculo Liso vascular: vasodilatação ar- teriolar 2. Coração: reduz a FC Reduz a pressão arterial. 3 classes: 1. Diidropiripinas - atuam mais em músculo liso Nifedipino, anlodipino, nimodipino, felodipino, lacidipino, levanlodipino, lercanidipino, isradi- pino 2. Fenilalquilaminas - mais cardiosseletivos (anti- arrítmico) Verapamil: age apenas no coração 3. Benzotiazepinas - agem no coração e mús- culo liso • Diltiazem: age no coração e m. liso 2 e 3 são os não-diidropiridinas Como é feita a contração ao bloquear o canal de cálcio? Entrada de Ca2+ através dos canais tipo L regu- lados por voltagem - ativa a calmodulina (CaM). O complexo Ca2+-CaM ativa a quinase da ca- deia leve de miosina - fosforila a cadeia leve de miosina - interage com a actina - pontes cruza- das de actina/miosina - contração da célula muscular lisa vascular. • Diidropiridinas: o Dilatam as artérias coronárias, aumen- tando o suprimento de O2 do miocárdio o Dilatam as arteríolas periféricas, dimi- nuem pós-carga, reduzem a demanda de O2 do miocárdio • Não-diidropiridinas o Diminuem a contratilidade cardíaca, a automaticidade no nó SA, reduzem de- manda de O2 do miocárdio o Diminuem a condução no nó AV - antiar- rítmico Usos: 1. Diidropiridinas: HAS, doença arterial coro- nariana, angina 2. Não-diidropiridinas: arritmias, angina, ta- quicardia supraventricular paroxística, fi- brilação atrial. Efeitos Adversos: Anlodipino, nifedipino e outros • Hipotensão • Rubor facial: vasodilatação • Edema periférico (tornozelo) Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume • Tontura, vertigem • Cefaleia • Taquicardia reflexa Verapamil e diltiazem • Depressão miocárdica • Bloqueio atrio-ventricular (agravar IC) • Hipotensão • Bradicardia sinusal • Constipação intestinal (verapamil) Diuréticos Diuréticos → diminuem volume e faz vasodilata- ção: • de alça: furosemida (não é usado para HAS) • tiazídicos: hidroclorotiazida (maior meia- vida) • poupadores/ antagonistas de potássio Inibem os transportadores renais de íons, e dimi- nuem a reabsorção de Na+ em diferentes par- tes do néfron. → Acarreta: aumento na natriu- rese e diurese A. Diuréticos de Alça: furosemida, bumetanida, torsemida, piretanida Na membrana apical, ocorre a inibição do co- transportador Na/K/Cl → impede a reabsorção desses sais e aumentam a excreção de Na+, Cl- e K+, Ca 2+ e Mg2+ → Aumenta o volume uriná- rio e reduz o débito cardíaco. → Usos: • Edema (ICC, hepatopatias - ascite, do- ença renal • Edema pulmonar e cerebral • Hipercalcemia AINES reduzem sua eficácia → Efeitos Colaterais: • A furosemida promove uma perda grande de íons → hiponatremia, hipoca- lemia, hipocalcemia e hipomagnesemia. • Depleção de volume • Alcalose metabólica (perda de H+) • Arritmia cardiaca (diminuição de K+, Ca2+ e Mg2+) • Hiperuricemia • Ototoxicidade: redução da endolinfa B. Diuréticos Tiazídicos e Tiazídicos Like: hidroclorotiazida, clortalidona, indapamida Na membrana apical, atuam na inibição do co-transportador Na+/ Cl- (NCC): • Aumentam a excreção de Na+, Cl- e K+ → Aumentam o volume urinário e di- minui o débito cardíaco. Na urina, é eli- minado mais sódio e cloreto. • Reduzem a excreção de Ca2+ → Au- menta a calcemia e a densidade óssea → Usos: • Hipertensão • Edema (ICC), hepatopatias, doença re- nal, uso de clicocorticoides • Reduzir a perda de Ca2+ na osteopo- rose • Reduzir o risco de nefrolitíase • Hipocalcemia → Efeitos Colaterais: • Hiponatremia, hipocalemia • Hipercalcemia • Hiperuricemia • Fadiga, cansaço • Hipotensão • Intolerância à glicose - hiperglicemia • Aumenta LDL, colesterol, triglicérides • Disfunção sexual (mais significativa que outros) Maior potência diurética da clortalidona com relação à hidroclorotiazida, quando compara- das dose a dose, e sua meia vida é mais Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume prolongada - indicada como DIU preferencial em pacientes com HA resistente ou refratária Aumento da glicemia: • Possível redução da secreção de insu- lina e alteração no metabolismo de gli- cose; • Hiperglicemia é reduzida quando se ad- ministra potássio C. Diuréticos Poupadores de K+: 1. Amilorida, triantereno: • Agem no bloqueio do canal de Na+, aumentando sua excreção e dimi- nuindo sua reabsorção • Poupam potássio porque ao reduzir a [ ] de Na na célula, ocorre a diminuição da perda de potássio para manter o po- tencial positivo • Possui afinidade pelo receptor de testos- terona → bloqueia ação da testoste- rona → Usos: • Hipertensão associado a outros diuréti- cos • Diminuiedema e ascite na ICC → Efeitos Colaterais: • Hipercalemia • Tontura, fadiga, cefaleia • Distúrbios gástricos - diarreia, náusea 2. Espironolactona, eplerenona: antagonista de receptor de aldosterona • Bloqueiam o receptor de potássio → diminui a síntese de novos canais de Na+ e bombas Na/K+ ATPase → Aumenta a excreção de Na+ e diminui a excreção de K+ → Au- mento do débito urinário e diminuição do débito cardíaco. → Usos: • Hipertensão associado a outros diuréti- cos • Hipertensos obesos • Aumenta a sobrevida no ICC (retarda remodelamento cardíaco) • Hiperaldosteronismo • Efeitos antiandrogênicos: tratar hirsu- tismo, SOP e acne → Efeitos Colaterais: • Hipercalemia • Distúrbios gástricos • Azotemia (diminui uréia, creatinina e ácido úrico) • Diminuição da libido (efeitos antiandro- gênicos) • Ginecomastia em homem e irregularida- des menstruais em mulheres • Letargia e confusão mental o Deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos (clortalidona, hidroclorotiazida e indapa- mida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior tempo de ação o Reservar os DIU de alça (furosemida e bume- tanida) aos casos de insuficiência renal e si- tuações de edema. o Os poupadores de potássio (espironolac- tona e amilorida) são habitualmente utiliza- dos em associação com os tiazídicos ou DIU de alça. o O volume circulante praticamente se norma- liza após quatro a seis semanas de uso do fár- maco. o A administração intravenosa de furosemida a pacientes com edema pulmonar causado por ICC aguda provoca um efeito vasodila- tador (reduz RVP) terapeuticamente útil an- tes do início do efeito diurético. Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume Vasodilatadores Diretos A. Nitrovasodilatadores: Regulação endotelial do relaxamento do mús- culo liso vascular mediado por óxido nítrico. Acetilcolina ou bradicinina - 2o mensageiros - entrada direta do Ca2+ no citosol - ativa o com- plexo Ca2++ calmodulina - estimula a óxido ní- trico sintase endotelial (eNOS) - formação de NO NO difunde-se para células musculares lisas vas- culares - ativa a guanilil ciclase e a abertura de canais de K+ = relaxamento a. Nitratos Orgânicos (ambulatorial): São reduzi- dos e liberam NO Propatilnitrato, Nitroglicerina, mononitrato de isossorbida, dinitrato de isossorbida Fazem dilatação (mais venosa do que arteriolar) → vasodilatação → aumento da oferta de O2 e diminuição da demanda → Usos: • Angina (prevenção e tratamento): oferta de O2 diminuida (fluxo coronariano redu- zido → FC alta) e demanda aumentada • Tratamento: o Bloqueadores de canais de cál- cio o Betabloqueadores o Nitratos Orgânicos o Abridores de canais de K+ (nico- randilo) • IC aguda e crônica • IAM “O uso de nitratos na fase aguda do IAM está indicado para controle da dor anginosa persistente, e/ou hipertensão arterial sistêmica e/ou insuficiência cardí- aca” o Tratamento do IAM: mnemonica MO- NABCH ▪ Morfina ▪ O2 ▪ Nitrato ▪ AAS ▪ Beta-bloqueadores ▪ Clopidogrel • Crise hipertensiva → Efeitos Colaterais: • Hipotensão postural • Cefaléia • Taquicardia reflexa • Rubor facial • Tolerância a uso prolongado Não associar com inibidores de PDE5 → Silena- fila, tadalafila, vardenafila. b. Doadores de NO (uso hospitalar): Liberam es- pontaneamente NO. Nitroprussiato/ Nitroprusseto de sódio Doa NO → Vasodilatação venosa e arterial → Reduz a pré e pós carga → Usos: • Hospitalar em emergências • Hipertensivas • Angina • ICC grave Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume → Efeitos Colaterais: • Hipotensão • Taquicardia reflexa • Rash cutâneo • Tontura e cefaléia • Intoxicações com tiocianato - uso pro- longado ou em insuficiência renal/hepá- tica (náusea, arritmias, desorientação, convulsões, morte) • Metemoglobinemia C) Ativam canais de K+ Minoxidil, nicorandilo Permite que o potássio saia da célula → Hiperpo- larização → Inibe a ação do canal cálcio de- pendente → Vasodilatação arteriolar e arterial → Usos: • Nicorandilo - angina • Minoxidil e diazóxido - hipertensão grave refratária; • Minoxidil - para crescimento de pêlos e cabelo → Efeitos Colaterais: • Cefaleia • Edema (associar com diuréticos) • Taquicardia reflexa (associar com beta- bloqueadores) • Hirsutismo, hipertricose D) Hidralazina: Mecanismo desconhecido: inibição do IP3 → reduz a saída de cálcio → vasodilatação arteri- olar e arterial → Usos: • Hipertensão grave • Crise hipertensiva • ICC com dinitrato isossorbida • Hipertensão em grávida - curto prazo → Efeitos colaterais: • Hipotensão • Taquicardia reflexa • Cefaléia • Reação Lupus-like Tratamento do ICC: → Objetivo: reduzir edema; reduzir trabalho car- díaco; causar vasodilatação para reduzir pré e pós carga Diminuição do débito cardíaco → diminuição da perfusão tecidual → SRAA: • aumenta a resistência vascular perifé- rica e aumenta a pré-carga • aumenta a aldosterona → aumenta o volume (edema) → aumenta a pré- carga Cardiotônicos - Digoxina Digoxina - glicosídeos cardíacos (VO e IV) • Derivada das folhas da dedaleira (Digita- lis sp), é o glicosídeo cardíaco de uso clí- nico mais disseminado • Efeito inotrópico positivo = ↑ DC • Efeito cronotrópico negativo = (+vago) ↓demanda de O2 • Efeito dromotrópico negativo = ↓ veloci- dade do nó AV → Quando será usado? • ICC com fração de ejeção reduzida sin- tomática = ajuda o enchimento ventricu- lar, fortalece o coração e ajuda na inibi- ção da fibrilação atrial. • Embora não melhore a sobrevida, dimi- nui os sintomas, melhora o estado funcio- nal e reduz a frequência de hospitaliza- ção → Efeitos humorais: Aumenta o tônus vagal, di- minui a NE plasmática/ diminui a atividade sim- pática → Normaliza barorreceptores Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume → Efeitos colaterais: • Gastrintestinais: anorexia, diarreia, vômi- tos, náuseas, dor • Cardíacos: arritmias ectópicas, distúrbios de condução, bradicardia sinusal, pro- longamento da condução ou bloqueio AV • Psiquiátricos: delírio, fadiga, confusão, sonhos anormais • Visuais: visão turva, amarelada (xantop- sia), halos • Respiratórios: aumento da ventilação à hipóxia Risco de intoxicação → pequena janela terapêutica → Intoxicação Digitálica: • Manifestações cardíacas: o Taquicardias supraventriculares paroxísticas e não paroxísticas o Bradicardia com bloqueio atrio- ventricular o Bloqueio sinoatrial o Taquicardia e fibrilação ventricu- lares o Extra-sístoles • TGI: náusea, vômitos, diarreia. • SNC: cefaleia, astenia muscular, nevral- gias (simulando nevralgia do trigêmio), • desorientação, confusão mental e até mesmo delírios e alucinações • Visuais: alteração nas percepções de cores (visão amarela), visão dupla, visão branca (presença de halos brancos em objetos escuros e os objetos em geral são vistos como congelados) B. Dobutamina: • Agonista β1 • Efeitos + inotrópico que cronotrópico = ↑contratilidade, DC e volume sistólico → Usos Clínicos: • ICC aguda ou agudizada → Efeitos Colaterais: • Taquiarritmias, hipertensão, angina, dis- pneia Tratamento dos Distúrbios da Hemostasia Dano endotelial → exposição do colágeno → Ativação da cascata de coagulação, agrega- ção plaquetária e liberação de fatores vaso- constritores • Grânulos que induzem a agregação pla- quetária: Tromboxano, ADP → São alvos farmacológicos. • Agregação plaquetária promove a for- mação de um tampão hemostático es- tável • Fator tecidual: dá início à cascata de co- agulação→ Ativa a trombina e a fibrina → Deixa o tampão mais estável Fármacos usados para tratar distúrbios da hemostasia: 1. Antiagregantes plaquetários (age na plaqueta) - AAS, clopidogrel, ticagrelor. 2. Anticoagulantes (age na cascata) - var- farina, heparina, rivaroxabana, dabiga- trana. 3. Trombolíticos - Estreptoquinase, alte- plase, tenecteplase. Antiagregantes Plaquetários 1. Inibidores da COX: AAS → Usos Clínicos: AAS • Tromboprofilaxia (50-300 mg) • AVC trombótico em evolução • IAM: “No Brasil, recomenda-se o uso de 200 mg de AAS - reduz risco de morte em 23% (quando utilizado isolado) e em 42% (quando associado ao fibrinolítico)”. → Contraindicações: • Hipersensibilidade • Crianças com viroses (Síndrome de Reye) • Distúrbios hemorrágicos → Efeitos adversos: • Sangramento do TGI • IRA • trombocitopenia • hepatite • angioedema • asma • Síndrome de Reye • zumbido • exantema. Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume 2. Inibidores do ADP: Clopidogrel, prasugrel, ticagrelor Clopidogrel e prasugrel são inibidores irreversí- veis do receptor P2Y12 de ADP. • O ticagrelor é reversível → Clopidogrel - pró-fármaco; início de ação lento (± 5 dias para efeito total) • T½ → 7 h • variabilidade interindividual no grau de inibição plaquetária → Prasugrel - pró-fármaco; início de ação 15 min; tempo de meia vida 8 dias; > inibição pla- quetária → Ticagrelor - ativo; início de ação 30 min, tempo de meia vida: 8 h. • Ticlopidina foi a 1a a ser introduzida, po- rém causa neutropenia e trombocitope- nia 3. Inibidores da Gp IIb/ IIIa: abciximabe: tirofi- ban, eptifibatide Clopidogrel (SUS), prasugrel, ticagrelor → Usos Clínicos: • Prevenção secundária de eventos ate- roscleróticos em IAM • Acidente vascular encefálico ou do- ença vascular periférica recente • Prevenção da trombose do stent (asso- ciado a AAS) → Contraindicações: • Distúrbio hemorrágico ativo. → Efeitos adversos: • Infecção do trato respiratório superior, dor no peito, cefaleia, artralgia, diarreia, rash cutâneo, depressão e outros. Me- nos efeitos colaterais e mielotoxicidade que a ticlopidina Pacientes usando clopidogrel após IAM, a tera- pia concomitante com inibidores da bomba de prótons, está associada com redução dos efei- tos antiagregantes do clopidogrel e aumento do risco de reinfarto. O omeprazol é um inibidor enzimatico, e o clopi- dogrel é um pró-farmaco → Não será ativado. Anticoagulantes: → Usos clínicos: A heparina (geralmente baixo peso molecular) é usada no atendimento imediato (injetável). Para tratamento prolongado usa-se varfarina ou inibidores direto da trombina ou do Xa (via oral) → Utilizado em: • Prevenção de trombose venosa pro- funda • Extensão de trombose venosa profunda estabelecida • Embolia pulmonar • Trombose e embolização em pacientes com fibrilação atrial • Trombose em próteses valvares • Coagulação em circulação extracorpó- rea (p. ex., durante hemodiálise) • Progressão do dano do miocárdio em pacientes com angina instável e durante o tratamento do infarto do miocárdio com elevação de ST. 1. Antagonista vit K - varfarina: A vitamina K é um co-fator para ativar as enzi- mas que promovem a sequência da cascata de coagulação A vitamina K (alemão Koagulation) é um cofa- tor lipossolúvel necessário para a produção he- pática normal de 4 fatores de coagulação = II, VII, IX e X. É um antagonista da vit K (inibe as enzimas re- dutases) = prejuízo na produção dos fatores II, VII, IX e X. • Metabolização hepática (CYP2C9); • Efeito máximo entre 24-48 h • T1/2 40 h; • ± 99% ligada às proteínas plasmáticas; • Excreção renal → Usos Clínicos: • Trombose venosa • Profilaxia e tratamento da embolia pul- monar • Embolia sistêmica pós-infarto ou associ- ada à fibrilação atrial. → Efeitos adversos: • Hemorragia, Síndrome da embolização de colesterol, necrose de pele e outros tecidos, • Reação de hipersensibilidade, Alopécia, Hepatite, Dor abdominal, Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume → Contraindicações: • Hemorragias • Gravidez – teratogênico • Tendência hemorrágica ou discrasias sanguíneas • Aneurismas • Pericardite, endocardite • Cirurgia ocular, cerebral ou espinal re- cente • Hipertensão grave não controlada • Eclampsia, pré-eclâmpsia • Anestesia por bloqueio regional ou lom- bar. → Considerações: • Necessário monitorar tempo de protrom- bina (INR); • Várias interações medicamentosas (liga- ção com albumina e ação CYPs) • Efeito anticoagulante pode ser reduzido por ganho de peso, diarreia, vômito, idade < que 40 anos e consumo exces- sivo de vitamina K na dieta alimentar • A dose da varfarina a ser utilizada é influ- enciada por fatores Reverter varfarina: vitamina K + complexo pro- trombina ou plasma fresco congelado → Principais fontes de vit K: • Vegetais e óleos • Alimentos folhosos verde escuros • Preparados à base de óleo, oleaginosas e frutas como o kiwi, abacate, uva, ameixa contêm teores significantes de vi- tamina K, enquanto os cereais, grãos, pães e laticínios possuem teores discre- tos. 2. Inibidores do fator Xa Rivaroxabana, apixa- bana: • inibem apenas o fator Xa NOACS: • Non-vitamin K antagonista • Oral • Anti Coagulants → Contraindicações: • Hipersensibilidade à substância ativa ou excipientes. • Hemorragia ativa ou risco de hemorra- gia • O tratamento concomitante com quais- quer outros anticoagulantes, • Doença hepática associada a coagulo- patia e risco de hemorragia clinica- mente relevante, • Gravidez e amamentação. → Efeitos colaterais: • Hematológicos e do sistema linfático (anemia, trombocitopenia); • Imunológicos (reação alérgica, derma- tite alérgica) • SNC - tonturas, cefaleias, síncope. He- morragia cerebral e intracraniana • Afecções oculares • Cardiopatias, taquicardia, vasculopa- tias, hipotensão, hematoma • Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino • Hemorragia do trato gastrointestinal • Afecções hepatobiliares Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume → Antídotos: • Varfarina: dar vitamina K e trombina • Rivaroxabana: Andexanet o Rivaroxabana, apixabana e edoxa- bana inibem fator Xa- Andexanet se- questra estes NOACs, que deixam de inibir Xa • Dabigatrana: o O idarucizumab é um fragmento de anticorpo monoclonal desenvolvido para reverter a ação da dabiga- trana 3. Inibidores da trombina - dabigatrana: inibe a trombina e impede a produção de fibrina 4. Heparinas - fracionada e não fracionada: • Heparina é um mucopolissacarídeo en- contrado em mastócitos, basófilos e en- dotélio vascular. • É considerada o ácido orgânico mais forte do organismo: o Heparina não fracionada (HNF) o Heparina de baixo peso molecular (HBPM ou LMW): Enoxaparina, dalte- parina o Fondaparinux: heparina mais avan- çada, com T½ mais longa, pouco usada na clínica. • Heparina - ativa antitrombina III → pro- tease plasmática responsável por inati- var a trombina e outros fatores como IXa, Xa, XIa e XIIa (acelerando em até 1000x ação inibitória da antitrombina III) • HBPM ativa antitrombina III de uma ma- neira diferente - inibindo mais seletiva- mente o fator Xa → Usos Clínicos: • Profilaxia e tratamento das tromboembolias: o TVP o Embolia pulmonar • Síndromes coronarianas agudas → Contra-indicações: • Sangramentos ativos • Trombocitopenia induzida por heparina • Tendências hemorrágicas • Hipersensibilidades, hipertensão grave Diferentemente dos anticoagulantes orais, a he- parina,as HBPM e o fondaparinux não atraves- sam a placenta e não foram associados a mal- formações fetais = escolha para anticoagula- ção durante a gravidez. → Efeitos colaterais: • Hemorragia • Trombocitopenia (> com não fracio- nada) • Reações anafilactoides e de hipersensi- bilidade Não Fracionadas: prolongamento de tempo de coagulação, ulceração de mucosa e hema- toma Fracionadas: edema, diarreia, náusea, hema- toma, anemia hipocrômica normocítica, confu- são, dor dispneia, febre, irritação local Trombolíticos (Fibrinolíticos) Estreptoquinase, Alteplase, tenecteplase, Rete- plase DIssolve a malha de fibrina em um trombo já for- mado por fibrinólise → Ativação do plasminogê- nio - gera plasmina - divide o fibrinogênio e a fi- brina em produtos de degradação Fibrinolíticos: ativam plasminogênio - gera plas- mina - quebra da fibrina. → Estreptoquinase: • Mecanismo de ação: Forma complexo com plasminogênio endógeno - quando ativado induz a formação de plasminas. • Usos clínicos: o IAM com elevação ST (o quanto an- tes melhor). o Trombose arterial e venosa o Embolia pulmonar o Oclusão de cateter Extraída de culturas de Estreptococos ꞵ-hemolí- ticos → Pode desencadear resposta antigênica após doses repetidas; risco de anafilaxia. Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume • Contraindicações: o Hipertensão grave não-controlada o Sangramentos internos ativos o Cirurgias, traumatismos ou AVC há menos de 2 meses. • Efeitos Colaterais: o Arritmias o Sangramentos o Hipotensão o Febre o Calafrios o Síndrome de embolia por colesterol (muito raro) o Reações anafilactoides Como as ações trombolíticas são inespecíficas, pode haver fibrinólise sistêmica → Alteplase: • Mecanismo de ação: o Ativador direto do plasminogênio te- cidual o Mais ativo sobre o plasminogênio li- gado à fibrina do que sobre o plas- mático, é considerado “seletivo para o coágulo”. • Vantagens: o Pouco antigênico; o Produz fibrinólise local (liga-se a trom- bos recém-formados) • Usos Clínicos: o Após IAM com elevação ST: diminui taxa de mortalidade o Embolia pulmonar potencialmente fatal o AVC isquêmico agudo o Recanalização de artéria coronárias ocluídas; • Contraindicações: o AVC hemorrágico recente o Hipertensão grave não-controlada o Sangramentos internos ativos o Cirurgias, traumatismos há menos de 2 meses • Efeitos Colaterais: o Hemorragias o Sepse o Arritmias o Síndrome de embolia por colesterol Tratamento farmacológico do IAM: • Tratamento imediato: oxigênio, aspirina. • Laboratoriais: o Mioglobina - baixa especificidade, mas pode descartar IAM. o CK total - baixa especificidade para m. cardíaco o CK-MB (músculo cardíaco) - predo- mina no m. cardíaco, ↑ 4-6 h, pico 18h, normal 48h o Troponina - ↑ 4-6 h após lesão e po- dem permanecer elevadas por 10 dias. Medir na suspeita de IAM na ad- missão e 3 h depois • Morfina: deve ser dada apenas se o pa- ciente possuir dor após a adm de nitrato ou se o beta-bloq ou o nitrato sejam con- traindicados • Oxigênio: em pacientes com risco inter- mediário e alto, com SaO2 <90%. Pode causar vasoconstrição • Nitrato: alívio da angina. Não se usa in- farto se for de ventrículo direito -> pode provocar choque cardiogênico pois ocorre redução de pré carga. • ASS: inibidor P2Y12. Doses elevadas po- dem inibir ambas as COXs • Betabloqueadores: nas primeiras 24h em pacientes sem contraindicações (bradi- cardia) • Clopidogrel (dose de ataque): em paci- entes com alto risco para sangramento ou necessidade de anticoagulação oral a longo prazo. • Heparina: anticoagulação (preferência para de baixo peso para pacientes com clearance bom) Na alta hospitalar: • Aspirina • Betabloq • Clopidogrel, ticagrelor ou prasugrel • Dinitrato ou mononitrato de isossorbida • Estatina → diminui remodelamento cardí- aco • IECA → reduz risco vascular e remodela- mento = aumenta a sobrevida Tratamento farmacológico das dislipidemias Associação direta entre [ ] plasmática de lipí- dios e risco de doença cardiovascular • Classificação genotípica - monogênicas ou poligênicas (multifatorial) • Classificação fenotípica ou bioquímica: 1. Hipercolesterolemia isolada: elevação iso- lada do LDL-c (≥ 160 mg/dl) 2. Hipertrigliceridemia isolada: elevação iso- lada dos TGs (≥ 150 mg/dl) que reflete o au- mento do número e/ou do volume de partí- culas ricas em TG, como VLDL, IDL (interme- diary density lipoprotein) e quilomícrons. Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume 3. Hiperlipidemia mista: valores aumenta- dos de LDL-c (≥ 160 mg/dl) e TG (≥ 150 mg/dl). 4. Distúrbio do metabolismo de HDL-c: redu- ção do HDL-c (homens < 40 mg/ dl e mu- lheres < 50 mg/dl) isolada ou em associa- ção a aumento de LDL ou de TG. Colesterol alto: estatina + ezetimiba TAG alto: fibrato → Formação e metabolismo das lipoproteínas: (1) colesterol (C) e ácidos graxos livres (AGL) da dieta são emulsificados no intestino pelos ácidos biliares e transportados aos enterócitos pelo NPC1L1. (2) C e TG são incorporados aos quilomícrons (QUI) - sistema linfático - circulação - fígado. (3) no capilar ativa lipase lipoproteica (LPL)- hi- drolisa AGL - usados pelos músculos e tecido adi- poso (4) Remoção dos TGs dos QUI - HDL - transporte reverso do colesterol para fígado (5) C e TG excedentes transportados como VLDL para os tecidos - LPL - libera os AG - gera LDL (6) LDL retorna aos hepatócitos via receptores ou é capturada por receptores extra-hepáticos, onde são oxidadas e contribuem para a atero- gênese. • Estatinas: diminuem a síntese do coleste- rol endógeno • Fibratos: estimulam a lipase → captura de ácidos graxos e redução dele livre cir- culante, Aterosclerose: As placas ateromatosas são le- sões elevadas compostas por um centro lipídico grumoso (formado principalmente por ésteres de colesterol e colesterol, com debris celulares) e recobertas por uma capa fibrosa. À medida que aumentam, as placas ateroscleróticas po- dem obstruir mecanicamente o lúmen vascular, levando à estenose. Tratamento farmacológico das Dislipidemias: → Hipercolesterolemia • Estatinas (inibidores da HMG-CoA redu- tase) • Ezetimiba (inibe a NPC1L1 - ↓ absorção do colesterol) • Inibidores da PCSK9 • Resinas de ligação de ácidos biliares → Hipertrigliceridemia • Fibratos (ativam PPAR-α - estimula lipase nos músculos) • Niacina (ácido nicotínico) • Ácidos graxos ômega-3 1. Estatinas: sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina, lovas- tatina, pravastatina, fluvastatina Inibem a enzima HMG- CoA redutase: Diminui- ção no conteúdo intracelular de colesterol = au- mento do número de receptores de LDL nos he- patócitos, que passam a remover com maior in- tensidade o VLDL, IDL e LDL da circulação para repor o colesterol intracelular. O que diferencia entre as estatinas é a potência e a eficácia Efeitos: • Considerada terapia mais validada por estudos clínicos para reduzir a incidência de eventos cardiovasculares; • Promove redução significativa nos níveis circulantes de LDL-C e TG, além de ele- vação no HDL-C, sendo útil particular- mente nos casos onde houver hiperco- lesterolemia • Melhora da função endotelial - ↑ NO, VEGF ↓ endotelina • Redução da inflamação vascular - ↓ in- filtrado celular, moléculas de adesão e citocinas • Redução da agregação plaquetária, fi- brinólise e redução de fibrinogênio • Aumento da neovascularização do te- cido isquêmico Usos Clínicos: • Prevenção secundária de IM e AVE em pacientes com doença aterosclerótica sintomática • Concentrações séricas elevadas de co- lesterol • Atorvastatina,sinvastatina: indicadas para crianças > 11 anos • Pravastatina aprovada para crianças > 8 anos Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume As estatinas reduzem os TGs também mediante o aumento da expressão de LDL-R e, conse- quentemente, pela remoção de lipoproteínas ri- cas em triglicerídeos do plasma (ex: VLDL, LDL IDL). Com relação ao HDL-C, as estatinas elevam os níveis plasmáticos por um conjunto de efeitos que inclui estímulo à síntese de apo AI, ABCA1 → Contra-indicações: • Hepatopatia grave • Gravidez → Efeitos adversos: • Miopatia (a mais comum): de mialgia, com ou sem elevação da creatinoqui- nase (CK) até a rabdomiólise • Hepatotoxicidade: a dosagem de tran- saminases só é aconselhada de 6 a 12 se- manas após introdução ou aumento de dose das estatinas. Caso haja alterações significativas superiores a três vezes o va- lor de referência, a suspensão temporá- ria das estatinas é aconselhada. A sus- pensão definitiva é recomendada ape- nas em casos com infecção hepática ativa ou disfunção hepática grave. • Outros: constipação, dor abdominal, dor de cabeça. Inibidores das enzimas CYP3A4 e CYP2C9 Macro- lídeos, ciclosporina, cetoconazol, alguns inibido- res da protease do HIV, fibratos - AUMENTAM os níveis plasmáticos das estatinas. Indutores das enzimas CYP3A4 e CYP2C9 Barbi- túricos, rifampicina, glitazonas DIMINUEM os ní- veis plasmáticos das estatinas. Horário para tomar Estatinas: • Sinvastatina: deve ser tomada a noite quando há uma maior produção de co- lesterol. • Atorvastatina, Rosuvastatina: qualquer horário porque o T ½ é grande. 2. Ezetimiba: Normalmente é associado a estatina. Atua na inibição da absorção intestinal de colesterol. • ↓ do colesterol hepático estímulo à sín- tese de LDL-R = redução do nível plasmá- tico de LDL-C de 10% a 25%. → Usos Clínicos: • Associado com as estatinas no controle de quadros hipercolesterolêmicos. • Hoje a ezetimiba tem papel complemen- tar, apenas para redução do LDL quando a dose máxima tolerada de es- tatina já foi alcançada. → Efeitos adversos (raros): • Diarreia • Tosse, sinusite • Dor nas extremidades, artralgia, fadiga. • Pode haver reações alérgicas (raras). • Ainda não foi estabelecida segurança quanto ao seu uso na gravidez. 3. Inibidores da PCSK9 A PCSK9 é uma protease expressa predominan- temente pelo fígado, intestino e rins, capaz de inibir a reciclagem do LDLR de volta à superfície celular, resultando em menor número de recep- tores e aumento dos níveis plasmáticos de LDL . A inibição da PCSK9 bloqueia a degradação do LDLR, com maior capacidade de clearance da LDL circulante. → Usos Clínicos: Diretrizes de 2017 - utilização somente em paci- entes com risco cardiovascular elevado, em tratamento otimizado com estatinas na maior dose tolerada, associado ou não à ezetimiba, e que não tenham alcançado as metas de LDL-c ou não HDL-c recomendadas. → Efeitos adversos: • Nasofaringite • Náuseas, fadiga • Reações no local da injeção • (vermelhidão, prurido, edema ou sensibi- lidade/dor). ALTO CUSTO !!! 4. Resinas de Ligação de Ácidos Biliares Colestiramina: • Se ligam aos ácidos biliares no intestino delgado, reduzindo a absorção intestinal de colesterol - aumentam a captação de LDL pelos receptores hepáticos → Usos Clínicos: • Podem ser usadas em associação às es- tatinas quando a meta de LDL-C não ti- ver sido atingida, apesar do uso de esta- tinas potentes em doses efetivas. Ana Fernanda Leal - @medicina.resume @medicina.resume Efeitos adversos: • Constipação (até 25% dos indivíduos tra- tados) • Pode haver aumento compensatório de colesterol endógeno e de triglicérides plasmáticos, principalmente em indiví- duos com hipertrigliceridemia acentu- ada (> 400 mg/dl). • Diminui a absorção de vitaminas liposso- lúveis (A, D, K e E), de ácido fólico e de alguns fármacos – hidroclorotiazida, di- goxina, ezetimiba, varfarina - adm 1 h antes ou 4 h após resinas. Tratamento da Hipertrigliceridemia: 1. Fibratos: Fenofibrato, genfibrozila, ciprofibrato, bezafibrato Ativam o receptor PPAR-α que se localiza princi- palmente no fígado e tecido adiposo marrom: • Diminuição na síntese de triglicerídeos nos hepatócitos com redução nos níveis plasmáticos • Aumento da oxidação e captação e de ácidos graxos pelas células musculares; • Aumento nos níveis circulantes de HDL • Redução de LDL-c Fármacos de primeira escolha no tratamento da hipertrigliceridemia isolada. → Efeitos adversos: • Distúrbio TGI • Mialgias • Litíase biliar • Diminuição de libido • Erupção cutânea, prurido • Cefaleia • Perturbação do sono. • Miosite grave (“rabdomiólise”) mais co- mum com genfibrozila + estatinas = evi- tar → Contraindicações: • Pacientes com doenças renais • Alcoolismo - rabdomiólise • Crianças e gestantes 2. Niacina (vit B3 ou ácido nicotínico): → Usos Clínicos: ]Estudos demonstram associação entre o uso de niacina e redução de eventoscoronários e mor- talidade total. Mais recentemente, foi demonstrado que nia- cina combinada com outros fármacos hipolipe- miantes pode atenuar a progressão da ateros- clerose coronária. Precaução com pacientes em uso de anticoa- gulantes ou estatinas ou se sintomas de miopa- tia acontecerem (monitorar CPK). → Efeitos adversos: • Menor tolerabilidade com a forma de li- beração imediata (rubor e prurido; náu- sea, dispepsia, dor abdominal e diarreia. Também pode haver hiperglicemia • Hepatotoxicidade (liberação lenta) • Preferir uso na forma de liberação inter- mediária, com melhor perfil de tolerabili- dade. 3. Ácidos Graxos - Omega-3 • Ácidos graxos poli-insaturados derivados do óleo de peixes e de certas plantas e nozes. • Possuem ação anti-inflamatória, além de capacidade de remodelar a estru- tura de lipoproteínas e alterar metabo- lismo lipídico. • Em altas doses (4 a 10 g/dia) reduz os TGs e o VLDL, aumenta discretamente o HDL-C, podendo, entretanto, aumentar o LDL-C. → Usos Clínicos: • Ômega 3 em altas doses (4 a 10 g ao dia) associados a outros hipolipemiantes em portadores de hipertrigliceridemia grave que não atingiram níveis desejá- veis com o tratamento
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