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Farmacologia (Princípios básicos; Anestésicos; Analgésicos; Dopaminérgicos; Colinérgicos; Adrenérgicos; Cardiologia; Hemostasia; Gabaérgicos; Seratoninérgicos; Lipídios; Eicosanoides; Toxicologia

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Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
➢ Anestésicos Gerais 
➢ Anestésicos Locais 
➢ Distúrbios elétricos do SNC; 
➢ Farmacocinética; 
➢ Farmacodinâmica; 
➢ Farmacologia Adrenérgica; 
➢ Farmacologia Colinérgica; 
➢ Farmacologia da Analgesia; 
➢ Farmacologia da Contratilidade Cardíaca; 
➢ Farmacologia da Hemostasia e Trombose; 
➢ Farmacologia da Hipertensão; 
➢ Farmacologia das Histaminas; 
➢ Farmacologia do Tônus Vascular; 
➢ Farmacologia Dopaminérgica; 
➢ Farmacologia dos Eicosanoide; 
➢ Farmacologia dos Lipídios; 
➢ Farmacologia Gabaérgica; 
➢ Farmacologia Serotoninérgica; 
➢ Toxicologi a; 
➢ Tratamento Clínico da Cardiopatia Isquêmica; 
➢ Tratamento Clínico da Hipertensão; 
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Farmacocinética:
 É o estudo do que o corpo faz com o fármaco.
 Essa atuação pode ser dividida em 4 grandes fases:
1. Absorção;
2. Distribuição;
3. Metabolização;
4. Excreção.
==> Via oral (VO): quando o fármaco é administrado pela boca e deglutido
(absorção no estômago e intestino);
==> Sublingual (SL): quando o fármaco é administrado pela boca sem ser deglutido
(absorção na boca);
==> Retal: administrada na forma de um supositório (absorção no reto);
==> Injeção: quando se perfura ativamente as barreiras impostas pela pele ou
mucosas para administrar o fármaco e dentro dessa categoria tem várias categorias:
Intravenosa (IV);
Intramuscular (IM);
Subcutânea (SC): abaixo da derme, na hipoderme;
Intraóssea;
Intra-arterial;
Epidural (extradural, peridural);
Subaracnoidea (intratecal);
Intra-articular (intra-sinovial);
Intradérmica: dentro da derme.
==> Inalatória;
==> Superfícies epiteliais: (também podem possuir algum grau de absorção
sistêmica)
Pele (cutânea – cremes ou pomadas -, transdérmica – adesivos);
Mucosa nasal;
Córnea;
Vagina.
Vias enterais
Vias parenterais
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
ABSORÇÃO:
Alguns fatores influenciam no processo de absorção dos fármacos.
Para que o fármaco possa atingir o compartimento que se espera, ex: corrente sanguínea, ele
deve transpassar uma camada celular, que possuí seu grau de polaridade de membrana.
Dessa necessidade surge a primeira característica do medicamento, ele deve ser lipofílico o
bastante, ou seja, nem muito hidrofóbico, pois não conseguiria se diluir e nem pouco
lipofílico, pois não conseguiria interagir com a membrana celular.
A segunda barreira encontrada é a polaridade das membranas celulares. Nesse caso, a
maioria dos fármacos são ou ácidos ou bases fracas, o que permite que possam ser
apresentados na forma ionizada ou neutra. Essa capacidade permite que, ao chegar na
membrana esteja neutro, e assim possa ultrapassá-la e acessar o meio intracelular, mas
permite também que{para acessar a corrente sanguínea, com pH mais básico, libera um
próton e se dissocia, tendendo do neutro para o ácido. Então no meio mais ácido ele vai ficar
como HA(não carregado) e no meio mais básico ele vai se dissociar e virar um anion ( A- +
H+).Após ficar dissociado, e estando na corrente sanguínea agora ionizado, não poderá
retornar para a célula.}
Biodisponibilidade 
É a fração ativa do fármaco que chega na circulação sistêmica, sendo 100% para
medicamentos aplicados via IV.
Em medicamentos usados por via oral, por exemplo, que passam primeiramente pelo
fígado, essa taxa não é de 100%, já que o fármaco sofre o processo de primeira
passagem hepática, onde uma parcela do total ingerido é inativada.
Ex: 
100mg VO
Aprisionamento iônico Sequestro iônico
70% absorvido
20% inativado na
 1ª passagem hepática
70mg caem no sistema porta hepático
50mg circulantes
Biodisponibilidade
de 50% VO
A via SL é uma alternativa, 
já que é absorvido 
diretamente para a 
circulação tributária da 
VCS Biodisponibilidade VO de:
Paracetamol: 85 a 98%
Dipirona: 90%
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
1
DISTRIBUIÇÃO
 Parte do fármaco se associa às proteínas para circular na corrente sanguínea, o restante das
moléculas é conhecida como fração livre do medicamento, essa fração é que possuí a
capacidade de atingir os tecidos do organismo.
 A fração livre especificamente vai tentar entrar em equilíbrio, passando do meio
intravascular para o intersticial (se for uma micromolécula) e então do intersticial para o
intercelular, entrando mesmo nas células desse tecido se ela for lipofílica o bastante. Só que
esse equilíbrio não acontece na primeira vez que o fármaco passar por ali, porque há um
fluxo na circulação sanguínea, então ele tem um tempo limitado para fazer essa passagem, e
depois que ele tiver seguido adiante na circulação, uma parte do que entrou, também volta
para a circulação por um efeito inverso do gradiente de concentração (redistribuição), no
entanto, depois o fármaco passa por aquele tecido novamente levando mais moléculas para o
meio intersticial.
 A fração livre intravenosa vai diminuindo com a passar do tempo pela passagem do
fármaco aos tecidos e por sua excreção. De maneira concomitante ocorre a redução na
fração associada às proteínas, permitindo assim que em um dado momento todo o
medicamento seja excretado.
 Dois fármacos que competem entre sí pelo mesmo sítio de ligação proteica, podem elevar a
fração livre acima do considerado terapêutico, ocasionando efeitos adversos.
 A distribuição pode ser dividida em duas fases distintas:
1ª fase: o momento em que o fármaco é exposto aos órgãos mais bem irrigados,
como o fígado, os rins e o cérebro.
2ª fase: é a exposição do fármaco com mais calma ao restante do corpo, que são os
lugares menos vascularizados.
O acúmulo tecidual , pode prolongar os efeitos dos fármacos ou até levar a um grau de
toxicidade, e são visíveis em medicamentos que possuem alta afinidade por Ca++ e acabam
1 Fonte: https://www.ictq.com.br/varejo-farmaceutico/645-20-interacoes-medicamentosas-mais-frequentes
Interações medicamentosas na absorção:
Leite e tetraciclina - Os íons divalentes e trivalentes(Ca2+, Mg2+, Fe2+ e Fe3+) -
presentes no leite e em outros alimentos -são capazes de formar quelatos não absorvíveis
com as tetraciclinas,ocasionando a excreção fecal dos minerais, bem como a do fármaco.
Antibióticos e vitamina C - Os antibióticos não devem ser misturados com vitamina C
ou qualquer substância que a contenha (sucos cítricos), pois ela inibe a ação dos antibióticos.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
acumulando nos ossos, ou medicamentos muito lipofílicos que se depositam no tecido
adiposo.
Volume de distribuição é o espaço total disponível nos meios extravasculares para acomodar
o fármaco no corpo. Vd= dose/[fármaco]plasma Elevados volumes de distribuição aparente
indicam que o fármaco possuí grande concentração tecidual.
Ex: distribuição aparente do paracetamol é de 0,7 a 1l/kg.
A redução das proteínas séricas pode interferir no processo de distribuição dos fármacos.
Além disso, o processo inflamatório por aumentar a permeabilidade capilar facilita a
chegada do fármaco no tecido.
METABOLIZAÇÃO
Essa etapa ocorre principalmente no fígado, por meio do citocromo P450 enzima CYP, que é
responsável pela metabolização de substâncias xenobióticas (estranhas ao organismo).
As enzimas do citocromo podem ser induzidas, aumentando a taxa de inativação dos
fármacos, ou inibida, realizando efeito inverso.
Fatores de indução: carbamazepina, fenitoína, predinisona, rifampicina, nevirapina ...
Fatores de inibição: cimetidina, ciprofloxacino, diltiazem, fluoxetina, claritromicina,
cetoconazol, itraconazol, amiodarona, haloperidol, paroxetina, omeprazol...
 Outro fator importante é o metabolismo de primeira passagem, ou seja, quando
administrado por VO o fármaco antes de acessar o compartimento sistêmico, caino sistema
Porta e é direcionado até o fígado, onde sofre depuração de uma parte do total.
 Para tentar evitar a atuação do metabolismo de primeira passagem podem ser usados
medicamentos que inibem o P450, diminuindo essa depuração. 
A metabolização de um fármaco tem duas grandes funções para o organismo:
→ A primeira, é transformar compostos apolares (que são muito mais difíceis de
eliminar), em compostos polares que não fiquem sendo reabsorvidos na hora de
serem eliminados;
Interação medicamentosa na metabolização
A carbamazepina, indutor do P450, atua especificamente sobre a enzima 3A4
que a metaboliza, ou seja, ela aumenta a velocidade de depuração dela mesma,
entretanto essa enzima é responsávelpela depuração de 50% dos medicamentos
prescritos, ou seja,caso administre-se carbamazepina associada a um desses
fármacos, ocorrerá o mesmo efeito, aumento da depuração desse medicamento.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
→ A segunda é transformar compostos ativos em metabolitos inativos, para cessar a
ação da substância no organismo.
Biotransformação de fase I ou de oxidação/redução:
É utilizado, por exemplo, para ativação de medicamentos ingeridos como pró-
fármacos (forma inativa), que passa pelas reações e passa para a forma ativa, essa
estratégia facilita a biodisponibilidade oral, diminui a toxicidade gastrintestinal e/ou
prolonga a meia-vida de eliminação.
Biotransformação de fase II ou de conjugação/hidrólise:
Nesse caso o objetivo é aumentar a solubilidade do fármaco facilitando a excreção,
ou conjugam com uma molécula polar a fim de inativá-lo.
EXCREÇÃO
Excreção Renal:
Para fármacos mais hidrofílicos.
É a via de regra, onde a fração livre do fármaco é filtrada no túbulo renal. O aumento
do fluxo sanguíneo, da taxa de filtração glomerular ou a redução da ligação do
fármaco à proteínas aumenta significativamente a filtração.
A reabsorção pode ocorrer nos túbulos proximais ou distais.
No caso do túbulo proximal que possuí pH ácido e proteínas carreadoras diferentes
das encontradas em outras partes dos túbulos, a reabsorção das formas iônicas por
difusão facilitada é reduzida, aumentando a excreção. Um aumento do débito
urinário, ou uma alteração no pH urinário podem diminuir a reabsorção do fármaco.
Excreção biliar:
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
O problema dessa via de excreção é a possibilidade de atingirem a circulação entero-
hepática, que levaria o fármaco a ser reabsorvido.
Depuração:
É a eficácia do organismo em eliminar substâncias em geral. O principal órgão de
depuração é o rim, seguido do fígado, por meio da excreção niliar. Além desses, vale
ressaltar a importância do pulmão na depuração de gases, fármacos voláteis ou
apolares, do intestino que elimina os resíduos não absorvidos. Outras secreções
corporais também podem realizar a depuração como suor, leite e lágrimas, mas em
pequenas quantidades.
Meia-Vida (t1/2):
Tempo necessário para que o organismo elimine 50% do fármaco no plasma.
Alguns fármacos podem se diluir em líquidos patológicos como ascite, ou derrame
pleural causando toxicidade a longo prazo se a dose não for ajustada.
Falências em órgãos que podem afetar a depuração, e por conseguinte o tempo de
meia-vida:
Insuficiência hepática (alteração na função enzimática e diminuir a excreção
biliar);
Insuficiência Cardíaca, Redução do débito cardíaco (reduz o fluxo
sanguíneo)
Insuficiência Renal (reduz a filtração e secreção).
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Dosagem terapêutica e intervalo entre as doses:
O objetivo da dose terapêutica é permanecer dentro da janela terapêutica, ou
seja, entre o valor mínimo para a funcionalidade e o máximo para a
toxicidade.
Atentar-se para mudanças na posologia, já que será necessário pelo menos
quatro meias-vidas para voltar ao estado de equilíbrio (fármaco ingerido =
fármaco excretado).
Dose de ataque: dose utilizada acima do necessário para atingir os níveis
terapêuticos mais rapidamente.
Dose de manutenção: doses subsequentes a de ataque.
Farmacodinâmica
São os efeitos de um fármaco no corpo.
Potência: refere-se à concentração em que o fármaco produz 50% de sua resposta máxima.
Eficácia: refere-se à resposta máxima produzida pelo fármaco. Esse estado, em geral, é
alcançado quando todos os receptores estão ocupados pelo fármaco.
Taquifilaxia: redução dos efeitos do fármaco com o passar do tempo
Agonista: é o fármaco que após estar ligado favorece a conformação ativa do receptor.
Agonistas parciais:
É uma molécula que se liga ao sítio ativo de um receptor, mas, que mesmo ocupando
todos os receptores, produz apenas uma resposta parcial.
Os agonistas parciais se ligam nos mesmos receptores dos agonista, e desempenham
função inferior, dessa forma, podem apresentar caráter de antagonistas competitivos.
Agonistas inversos:
Nesse caso, o agonista atua de modo a abolir a atividade intrínseca do receptor livre.
Esse tipo de agonista desativa receptores, ou estabiliza-os na forma inativa
Antagonista: é uma molécula que inibe a atuação do agonista, mas que na ausência desse,
não realiza função alguma.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Antagonistas competitivos dos receptores:
Liga-se reversivelmente ao sítio de um receptor. Diferente do agonista, esse
não estabiliza a conformação necessária para a ativação do receptor.
Ou seja, ele bloqueia a ligação do agonista e mantém o receptor inativo
enquanto estiver presente.
A ocorrência desse antagonista diminui a potência de um agonista, mas não
interfere na sua eficácia.
Antagonista não competitivo dos receptores:
Podem se ligar ao sítio ativo ou ao sítio alostérico, em ambos os casos a
ligação é irreversível.
Esse tipo de antagonista não limita a ligação do agonista, mas sim atua
impedindo que mesmo o agonista estando ligado, o receptor continue inativo.
Nesse caso a eficácia do agonista é reduzida, mas não a potência.
Esses fármacos, por manterem ligações irreversíveis, mesmo sendo depurados
mantém os receptores inativos, até que novas células com esses receptores
sejam produzidas.
Antagonista sem receptores:
Podem ser classificados em químicos e em fisiológicos.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Químicos: inativam o agonista específico, ao modificá-lo ou sequestrá-lo de
modo que ele não possa mais se ligar ao receptor.
Fisiológicos: ativam ou bloqueiam outro receptor que possuí resposta oposta
ao receptor do agonista.
Receptores de reserva:
Nesse caso a eficácia (resposta máxima) ocorre com menos de 100% dos
ligantes ocupados.
Esses receptores alteram o efeito de um antagonista não competitivo sobre o
sistema, os antagonistas ligam-se aos receptores que não são necessários para
a resposta máxima; por conseguinte, não há diminuição da eficácia do
agonista, entretanto sua potência é afetada, por existirem receptores ocupados
pelo antagonista.
No caso do antagonista não competitivo, que reduz a disponibilidade de
receptores, ocorre a redução da eficácia e da potência do fármaco.
Interação fármaco-receptor:
A ligação é constituída por uma combinação de forças de ligação, como ponte de
hidrogênio e van der Waals.
O fármaco que se liga ao receptor por ligação covalente e forma um complexo
inativo, pode ser chamado de substratos suicidas.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Muitas vezes o fármaco ao ligar-se no receptor muda a conformação do mesmo
aumentando a sua afinidade pelo fármaco, esse processo é chamado de adaptação
induzida.
Essa adaptação induzida, pode inativar ou ampliar a atuação do receptor.
Principais tipos de receptores de fármacos:
Canais iônicos transmembrana:
São três grupos com atuações diferentes, os regulados por ligante onde a
condutância é controlada pela ligação do ligante ao canal, reguladopor
voltagem onde a condutância é regulada pela mudança de voltagem da
membrana, e os regulados por segundo mensageiro onde a ligação do ligante
ocorre em receptores de membrana com domínio citosólico acoplado à
proteína G, resultando em geração do segundo mensageiro.
Os canais podem assumir três estados, ativos, inativos ou refratários.
Receptores transmembrana acoplados à proteína G:
Esses receptores possuem uma parte extracelular exposta na superfície da
membrana, e outra intracelular que ativa um grupo de moléculas de
sinalização chamadas proteínas G. Passam 7 vezes pela membrana.
Receptores mais comuns:
β1 adrenérgico: atuam no controle da frequência cardíaca, aumentam a
contratilidade do músculo cardíaco e no tecido adiposos, aumentam a
lipólise.
β2 adrenérgico: atuam no relaxamento do músculo liso (bexiga, útero,
parede intestinal), dilata bronquíolos, provoca a constrição de
esfíncteres, no fígado aumentam a gliconeogênese e a glicólise e no
pâncreas, aumentam a produção de insulina.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
β3 adrenérgico: atuam na mobilização de energia para os adipócitos.
Receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos:
Diferente dos receptores mencionados acima, esses passam apenas 1 vez pela
membrana e podem ser diferenciados em:
Receptores com tirosina quinases: Transmitem os sinais de hormônios
e fatores de crescimento por meio da fosforilação de resíduos de
tirosina. Um exemplo é o receptor da insulina. Em casos de uma
atividade independente de ligante, por meio de mutações nesses
receptores, podemos ter o crescimento desordenado das células e
câncer como a leucemia mieloide crônica.
Receptores com tirosina fosfatases: removem grupos fosfatos de
resíduos de tirosina específicos.Em alguns casos por meio de
convergência de receptores, os de tirosina fosfatase e tirosina quinases
podem se anular.
Receptores associados à tirosina quinas: recruta proteínas de
sinalização citosólicas ativas por meio de um processo dependente de
ligante que realizarão a fosforilação de resíduos de tirosina.
Receptores com serina/treonina quinases: Catalisam ou fosforilam os
resíduos de treonina ou serina. Possuem importante papel no
crescimento e diferenciação celular, o que pode estar relacionado a
quadros de câncer e suas metástases.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Receptores de guanililciclases: a ligação do ligante estimula a
atividade intrínseca de guanililciclase do receptor que converte GTP
em GMPc.
Receptores intracelulares:
Os alvos mais comuns para ação intracelular, são enzimas, fatores de
transcrição, ribossomos, RNA e proteínas estruturais. Os fármacos
direcionados aos fatores de transcrição, apresentam como característica um
tempo mais longo para começarem agir e efeitos que ocorrem por um período
mais prolongado.
Enzimas extracelulares:
Um exemplo dessa classe é a enzima conversora de angiotensina (ECA), que
converte angiotensina I no vasoconstritor angiotensina II. Os inibidores dessa
enzima reduzem a pressão arterial. Outro exemplo são os inibidores da
acetilcolinesterase, enzima que degrada neurotransmissores nas fendas
sinápticas.
Receptores de adesão da superfície celular:
Nesse caso, o objetivo está em modificar a adesão entre as células, por meio
de modificação em seus receptores de adesão. Como exemplo existem
fármacos que realizam a inibição da integrina, atuando no processo anti-
inflamatório.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
FARMACOLOGIA ADRENÉRGICA
As catecolaminas são os principais transmissores da sinalização simpática (SNP autônomo
simpático). “Luta ou fuga”, origem toracolombar, fibras pré-ganglionares curtas e pós, longas.
A síntese das catecolaminas ocorre nas células cromafínicas e nas terminações nervosas
simpáticas, principalmente. 
Três mecanismos que interrompem a resposta:
• Recaptação da catecolamina para o neurônio pré-sináptico;
• Metabolismo da catecolamina em metabólito inativo (MAO-A degrada serotonina,
norepinefrina e dopamina; MAO-B degrada, dopamina serotonina e norepinefrina);
• Difusão a partir da fenda sináptica.
Receptores:
• α-1 ==> 
Coração => Aumento da força de contração (Inotropismo) e excitabilidade
(aumento da FC, Cronotropismo);
MM. lisos vasculares, geniturinário => Contração;
M. liso intestinal => Relaxamento;
Fígado => glicogenólise e gliconeogênese;
Olhos => midríase.
• α-2 ==> 
M. liso vascular => Contração;
Plaquetas => Agregamento;
Nervo => Redução da liberação de norepinefrina;
Células β-pancreáticas => Redução da secreção de insulina.
• β-1 ==>
Células justaglomerulares renais => Aumento da secreção de Renina;
Coração ==> Aumento do cronotropismo e inotropismo;
Coração ==>Aumento da velocidade de condução do nó AV.
• β-2 ==> 
Vasos sanguíneos da musculatura esquelética => Vasodilatação;
Bronquíolos => Broncodilatação; 
Útero e outros músculos lisos => Relaxamento;
Fígado => Glicogenólise e Gliconeogênese, 
M. esquelético => Glicogenólise e captação de K+;
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
• β-3 ==>
Tecido adiposo => Lipólise.
Catecolaminas endógenas e seus efeitos:
➢ Epinefrina: agonista dos receptores α e β-adrenérgicos;
➢ Norepinefrina: agonista dos receptores α-1 e β-1;
➢ Dopamina: pode provocar efeito inotrópico positivo, e vasoconstrição.
Todas as catecolaminas partem do precursor comum Tirosina
Inibidores da síntese de catecolaminas
α -metiltirosina: 
Anti-hipertensivo usado em casos de feocromocitoma;
Inibe a tirosina hidroxilase, primeira enzima na síntese de catecolaminas;
Efeitos adversos: hipotensão ortostática severa e sedação;
Pouco utilizado.
Inibidores do armazenamento das catecolaminas
Efeitos a curto prazo: agonista (simpaticomimético).
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Efeito a longo prazo: antagonista (simpaticolítico).
Reserpina:
Anti-hipertensivo;
Inibidor irreversível do antiportador TVMA, impede que a norepinefrina seja
armazenada nas vesículas;
Efeitos adversos: arritmias, hemorragias de TGI, trombocitopneia, trasntorno de
ansiedade, tontura, congestão nasal, depressão psicótica.
Guanetidina e Guanadrel ; 
Efeitos: redução do DC, bloqueia a vasoconstrição, redução da pré-carga cardíaca);
Falso neurotransmissor, deslocam o endógeno para fora das vesículas
(transbordamento agudo) e assumem seu lugar (redução da liberação a longo prazo);
Efeitos adversos: hipotensão postural e após exercícios, doença renal, apneia,
tontura, visão embaçada.
Uso: Anti-hipertensivo.
Anfetamina;
Aumento no estado de alerta, diminuição da insônia, fadiga e depressão do apetite
Inibe a MAO e a recaptação, desloca as catecolaminas endógenas das vesículas de
armazenamento.
Efeitos adversos: depressão, fadiga, dependência, paranoia e alucinações.
Uso: Narcolepsia, supressão do apetite.
Efedrina, Pseudoefedrina e Fenilpropanolamina;
Uso: hipotensão persistente, descongestionante (pseudoefedrina).
Efeitos adversos: fibrilação atrial, extrassístoles ventriculares, isquemia miocárdica,
hipertensão, taquiarritmia, insônia.
Metilfenidato;
Análogo da anfetamina;
Uso no TDAH;
Aumento da atenção.
Inibidores da recaptação de catecolaminas
Exercem papel simpaticomimético poderoso, agudo e prolongado.
A cocaína é uma substância que atua por esse meio.
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Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, Imipramina,)
Atuam causando acúmulo de norepinefrina na fenda sináptica, por inibirem a
recaptação via TNE.
Efeitos adversos: arritmia, IAM, constipação intestinal, icterícia, convulsão….
Inibidores do metabolismo das catecolaminas
Inibidores da enzima MAO
Aumentam a concentração das catecolaminas nos neurônios pré-sinápticos.
Advertências:não podem ser usados concomitantes com os inibidores seletivos da
recaptação da serotonina (ISRS), pois pode ocasionar a síndrome serotoninérgica, além de
apresentarem efeitos adversos se ocorrer consumo de alimentos fermentados.
Efeitos adversos: Toxicidade + fermentados (taquiarritmia, crise hipertensiva, febre,
náuseas, insuficiência hepática, lúpus induzido por fármacos...)
Fenelzina, iproniazida e tranilcipromina
Inibidores não seletivos;
Usados como antidepressivos
Clorgilina
Inibidor seletivo MAO-A
Usados como antidepressivos
Selegilina
Inibidor seletivo MAO-B
Usados como antidepressivos e na Doença de Parkinson.
Brofaromina, Befloxatona e moclobemida
Inibidor seletivo reversíveis da MAO-A
Usados como antidepressivos
Agonistas adrenérgicos (Simpatomiméticos)
Agonistas de ação direta: fármacos que estimulam diretamente no receptor, simulam a
noradrenalina. Podem ser seletivos (em um específico receptor) ou não.
Agonistas de ação indireta: interferem no destino da noradrenalina, inibindo o sistema de
recaptação de noradrenalina, liberadores de noradrenalina (estímulo da liberação de vesículas),
inibidores das enzimas degradadoras de neurotransmissores.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Agonistas α -1 adrenérgicos 
Aumentam a resistência vascular periférica elevando a pressão arterial.
Metoxamina
Hipotensão e choque;
Efeitos adversos: Bradicardia, batimento ectópico ventricular, hipertensão,
vasoconstrição, náuseas e cefaleia. 
Fenilefrina, Oximetazolina e Tetra-hidrozolina
Hiperemia oftálmica, congestão nasal e hipotensão (fenilefrina)
Efeitos adversos: Arritmias, hipertensão, cefaleia, insônia, nervosismo,
congestão nasal de rebote.
Agonista α -2 adrenérgicos 
Metildopa, Clonidina, Dexmedetomidina, Guanabenzo e Guanfacina
Dor do câncer e abstinência de opioides (clonidina), hipertensão, sedação de
pacientes cirúrgicos e de UTI (dexmetomidina)
Agonista β-1 adrenérgicos
Aumento da FC e da força de contração do músculo cardíaco resultando em aumento
do débito cardíaco.
Agonista β-2 adrenérgicos
Relaxamento do músculo liso vascular, brônquico e do TGI
Isoproterenol
Diminui a resistência vascular periférica e a PA diastólica (efeito β-2);
Eleva/não altera a PA sistólica, efeito cronotrópico e inotrópico positivo
(efeito β-2);
Usado em bradicardias, asma, PCR, choque, bloqueio cardíaco.
Dobutamina
Efeito inotrópico positivo, aumento do débito cardíaco.
Usado no tratamento de urgência da insuficiência cardíaca grave.
Metaproterenol, terbutalina, salbutamol, pirbuterol e bitolterol
Asma e DPOC
Taquiarritmia, palpitações, tontura, cefaleia, tremor, inquietação.
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Antagonistas adrenérgicos (simpatolíticos)
Antagonistas dos α-adrenérgicos
Fenoxibenzamina e fentolamina (não seletivo irreversível e reversível)
HAS e sudorese associada ao feocromocitoma
Efeitos adversos: Convulsões, hipotensão postural, taquicardia, palpitações,
xerostomia, sedação, miose, ausência de ejaculação.
Prazosina, Terazosina e Doxazosina (seletivos α -1) 
HAS e Hiperplasia Prostática Benigna
Ocasionam redução da resistência vascular periférica e vasodilatação.
Efeitos adversos: Pancreatite, hepatotoxicidade, lúpus eritematoso sistêmico,
hipotensão postural, palpitação, dispepsia, tontura, sedação, aumento da
micção, congestão nasal.
Tansolusina (seletivos α -1A) 
Hiperplasia prostática benigna
Efeitos adversos: mesmos que os alfa-1 porém com menor grau de hipotensão
postural;
Ioimbina (seletivos α-2)
Impotência orgânica e psicogênica
Efeitos adversos: broncoespasmo, nervosismo, tremor, ansiedade, agitação,
elevação da PA, antidiurese.
Antagonistas dos β-adrenérgico (betabloqueadores)
Propanolol, nadolol, tomolol, pembutolol, levobunolol, carteolol (não seletivo)
Hipertensão, angina, Insuficiência cardíaca, feocromocitoma, hemorragia de
varizes esofágica (nadolol), glaucoma (formulações oculares do timolol,
levobunolol e carteolol).
Efeitos adversos: Broncoespasmo, bloqueio atrioventricular, bradiarritmias,
sedação, diminuição da libido, mascaramento hipoglicemia, depressão,
dispneia e sibilos.
Propanolol=> meia-vida curta
Carvedilol e labetalol (seletivos α -1, β -1 e β -2) 
HAS, Angina
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Efeitos adversos: o labedolol pode causar hepatotoxicidade além dos
mencionados acima.
Pindolol e acebutolol (agonistas parciais β -1) 
HAS, Angina. Pindolol (usado em gestantes)
Efeitos adversos: mesmos supracitados
Metoprolol, Atenolol, Betaxolol Nebivolol e Esmolol (seletivos β -1) 
HAS, Angina, IC, Crise tireotóxica (esmolol)
Metoprolol e o Atenolol=> meia-vida intermediária
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FARMACOLOGIA COLINÉRGICA
Refere-se aos Sistemas Nervosos Periféricos Autônomo Parassimpático (“restauração e
manutenção”, origem craniossacral, fibras pré-ganglionares longas e pós, curtas) e Somático
(motricidade involuntária).
SN somático: fibra única, neurotransmissor acetilcolina e receptor nicotínico.
SN autônomo Parassimpático: neurotransmissor acetilcolina e receptor nicotínico no gânglio
e muscarínico na região terminal.
Acetilcolina é sintetizada a partir da Colina e da acetil coenzima A (acetil-CoA), a etapa
limitadora de velocidade é a disponibilidade de colina.
Receptores Muscarínicos:
Receptores acoplados à proteína G.
Os receptores:
M1, M3 e M5 => responsáveis pela estimulação da fosfolipase C (excitação celular);
M2 e M4 => responsáveis pela inibição da adenilciclase e ativação dos canais de K+
(inibição celular).
Receptor Localização Resposta
M1 Gânglio autônomo
SNC
Potencial pós-sináptico tardio
Atenção, analgesia
M2 Coração
Nó SA
Nó AV
Átrio
Ventrículo
Hiperpolarização, alentecimento da despolarização
Redução da velocidade de condução
Redução do período refratário e da força contrátil
Redução da contratilidade
M3 Músculo Liso Contração
M4 SNC
M5 SNC
Receptores Nicotínicos:
Canais iônicos regulados por ligantes. Existe a necessidade de ligação de duas moléculas de
Ach para mudar a conformação do receptor e ocorrer a abertura do poro seletivo. O íon
predominante a passar é o Na+ .
Receptor Localização Resposta
Nm Músculo esquelético (junção neuromuscular) Despolarização da placa (contração)
Nn SNC e gânglio autônomo
Medula Suprarrenal
Atenção/analgesia e Disparo do pós-neurônio
Secreção de catecolaminas
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Degradação da acetilcolina:
Mecanismo que limita a atuação do neurotransmissor. As enzimas colinesterases e
pseudocolinesterase, presentes na fenda sináptica são as responsáveis por essa limitação. A AchE
concentra-se na membrana pós-sináptica, ao degradar a ACh e liberar colina, esse substrato é
reabsorvido pelo neurônio pré-sináptico.
Efeitos fisiológicos da transmissão colinérgica
Junção neuromuscular:
Resulta na despolarização da placa motora terminal (Potencial da Placa Motora-
PPM), além disso a ACh é responsável pela modulação da própria ação.
Efeitos autônomos:
Efeitos do bloqueio ganglionar nos tecidos:
Local Efeito
Arteríolas Vasodilatação, hipotensão, aumento do fluxo periférico
Veias Vasodilatação, acúmulo de sangue, redução do DC e do retorno venoso
Coração Taquicardia
Íris Midríase
M. Ciliar Cicloplegia (foco para visão ao longe)
TGI Redução do tônus e motilidade (constipação), redução de secreções
Bexiga Retenção urinária
Glândulas Salivares Xerostomia (boca seca)
Glândulas Sudoríparas Anidrose (ausência de sudorese)
Efeitos da acetilcolina nos tecidos periféricos:
Local Efeito
Células endoteliais Vasodilatação (liberação de ácido nítrico)
Brônquios Contração e aumento da secreção
Coração Bradicardia, redução da velocidade de condução e da contratilidade,bloqueio AV
Olho Miose e contração do músculo esfíncter da pupila 
M. Ciliar Contração e acomodação para lente de perto
TGI Aumento do tônus, motilidade e secreções. Relaxamento de esfíncter
Bexiga Relaxamento do esfíncter e contração do m. detrusor
Glândulas Salivares Secreções ralas e aquosas
Glândulas Sudoríparas Diaforese
Trato reprodutor M Ereção
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Efeitos sobre o SNC:
As funções incluem modulação do sono, estado de vigília, aprendizagem e memória; 
supressão da dor em nível de medula espinal; e funções essenciais em plasticidade e 
desenvolvimento neural, além de epilepsia.
Os níveis de ACh são elevados durante o estado de vigília e de sono REM, mas 
baixos durante o sono não REM. Esse mecanismo possibilita a consolidação das memórias 
de aprendizado, essa redução permite que o hipocampo consiga armazenar essas novas 
memórias, já a elevação da ACh atua inibindo o hipocampo e dessa forma, impedindo que 
memórias já consolidadas interfiram na nova codificação.
Esse mecanismo de memória está relacionada a fisiopatologia de algumas demências 
como o Alzheimer, Demência Difusa do Corpúsculo de Lewy e Doença de Parkinson com 
demência.
Inibidores da síntese, do armazenamento e da liberação da acetilcolina
Na pesquisa temos exemplos como o hemicolínio-3 que impede a captação da colina 
necessária na síntese de ACh, o vesamicol que bloqueia o antiportador da ACh, que transporta essa 
substância nas vesículas, ou seja, impede o armazenamento.
Toxina botulínica A
Mecanismo: degrada a SNAP-25, impedindo a fusão da vesícula, contendo o 
neurotransmissor, com a membrana pré-sináptica.
Uso: Doenças que causam aumento do tônus muscular: torcicolo, acalasia, 
estrabismo, blefarospasmo e outras distonias focais. Uso intratecal para cefaleias e 
síndromes dolorosas, além do emprego estético.
Efeitos adversos: arritmias cardíacas, síncope, hepatotoxicidade, anafilaxia, 
dispepsia, disfagia, fraqueza muscular, ptose palpebral, febre, algia em pescoço.
Inibidores da acetilcolinesterase (anticolinesterásicos)
Também chamados de agonistas dos receptores de ACh de ação indireta (parassimpaticomiméticos 
indiretos, fármaco colinérgico de ação indireta).
 São agrupados por sua origem em derivados do edrofônio (ligação simples, reversível meia-
vida de 2 a 10min), ésteres do ácido carbâmico (ligação covalente, lábil, meia-vida 15-30 min) e os 
organofosforados (estável, irreversível).
Inibem a acetilcolinesterase por ligarem-se ao sítio ativo da enzima.
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Seu uso exacerba a reação de paralisia das drogas despolarizantes como succinilcolina.
Seu uso atenua os efeitos paralisantes das drogas não despolarizantes como a tubocorarina.
Edrofônio
Uso: diagnóstico de miastenia gravis e síndrome de Eaton-Lambert, por possuir 
meia-vida curta, se administrado e a fraqueza muscular reduzir, o diagnóstico é 
positivo, caso a fraqueza aumente será possível suspeitar de bloqueio depolarizante
Efeitos Adversos: Convulsões, broncoespasmos, arritmias, bradicardia, PCR, 
hipotensão, hipertensão, lacrimejamento, diaforese, vômitos, diarreia, miose.
Neostigmina, piridostigmina, ambenônio
Uso: agentes de motilidade urinária e gastrintestinal, glaucoma, doenças de junção 
neuromuscular (EX: miastenias gravis).
Efeitos Adversos: Convulsões, broncoespasmos, arritmias, bradicardia, PCR, 
hipotensão, hipertensão, lacrimejamento, diaforese, vômitos, diarreia, miose.
Fisostigmina
Uso: Reversão da toxicidade anticolinérgica ou paralisia induzida na cirurgia.
Efeitos Adversos: Convulsões, broncoespasmos, arritmias, bradicardia, PCR, 
hipotensão, hipertensão, lacrimejamento, diaforese, vômitos, diarreia, miose.
Tacrina, donepezila, rivastigmina, galantamina
Uso: Doença de Alzheimer leve a moderada e demência.
Efeitos adversos: Diarreia, náuseas, vômitos, cólicas, anorexia, sonhos vívidos.
Agonistas dos receptores muscarínicos (Parassimpaticomimético direto)
Carbacol e pilocarpina
Uso: Glaucoma
Mecanismo de ação: provoca miose através da contração do esfíncter da íris. A 
contração do músculo ciliar aparentemente abre os espaços intertrabeculares e 
facilita a drenagem do humor aquoso 
Efeitos Adversos: sudorese, tremores, náuseas, tontura, polaciúria, rinite.
Betanecol
Uso: Agente de motilidade do trato urinário
Efeitos Adversos: sudorese, tremores, náuseas, tontura, polaciúria, rinite.
Cevimelina e Pilocarpina
Uso: Xerostomia na síndrome de Sjögren.
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Efeitos Adversos: sudorese, tremores, náuseas, tontura, polaciúria, rinite.
Metacolina
Uso: Diagnóstico de asma (ocasiona uma exacerbação do broncoespasmo)
Efeitos adversos: Tontura, cefaleia, prurido, irritação na garganta.
Agonista dos receptores nicotínicos (despolarizantes) (Parassimpaticomimético direto):
Estimulam a abertura do canal do receptor nicotínico de ACh e produzem despolarização da 
membrana celular, além da inativação dos canais de sódio regulados por voltagem impedindo 
sustentamento de potenciais de ação adicionais.
Succinilcolina (brometo de suxametônio)
Uso: indução de bloqueio neuromuscular em cirurgia. Intubação.
Efeitos adversos: Bradicardia, PCR, arritmias, hipertermia maligna, rabdomiólise, 
depressão respiratória, rigidez muscular, mialgia, elevação da pressão intraocular.
Antagonista dos receptores muscarínicos
Antagonizam seletivamente os receptores muscarínicos
Atropina
Uso: Superdosagem de anticolinesterásicos, bradicardia sintomática aguda, pré-
anestésico, salivação e secreção de muco em excesso durante a cirurgia, antídoto para
envenenamento por cogumelos.
Efeitos Adversos: Arritmias, coma, depressão respiratória, elevação da pressão 
intraocular, taquicardia, constipação intestinal, xerostomia, visão embaçada
Escopolamina
Uso: cinetose, náuseas e vômitos.
Efeitos adversos: alteração na FC, psicose induzida por fármaco, sonolência, 
xerostomia, visão embaçada.
Pirenzepina e Metilescopalamina
Uso: doença ulcerosa péptica
Baixa penetração no SNC
Efeitos Adversos: Arritmia, hipertermia maligna, anafilaxia, convulsão, constipação 
intestinal, xerostomia, diminuição da sudorese e retenção urinária.
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Glicopirrolato
Uso: Bradicardia induzida cirurgicamente ou por estimulação vagal.
Efeitos Adversos: Arritmia, hipertermia maligna, anafilaxia, convulsão, constipação 
intestinal, xerostomia, diminuição da sudorese e retenção urinária.
Ipratrópio e tiotrópio
Uso: DPOC, asma
Efeitos Adversos: íleo paralítico, anafilaxia, edema orofaríngeo, gosto anormal na 
boca, xerostomia.
Oxibutinina, propantelina, terodilina, tolterodina, fesoterodina, tróspio, darifenacina e 
solifenacina
Uso: Bexiga com hiper-reflexia e hiperativa, incontinência urinária de urgência.
Efeitos adversos: Constipação intestinal, diarreia, náuseas, ressecamento de boca, 
eritema no local de aplicação, prurido, retenção urinária
Benztropina e Triexifenedil
Uso: usado no tratamento de sintoma piramidais e da actasia associada aos 
neurolépticos.
Biperideno, amantadina, Prociclidina
Uso: controlar sintomas da Síndrome Parkinsoniana de tremores e contração
muscular.
Advertência: O uso em pacientes geriátricos pode aumentar o grau de morbidade.
Antagonistas dos receptores nicotínicos (bloqueio não despolarizante):
Impedem a ligação da ACh endógena e a despolarização subsequente das células 
musculares.
Pancurônio, tubocurarina, vecurônio, rocurônio
Uso: Indução do bloqueio neuromuscular em cirurgias
Efeitos adversos: Hipertensão, taquiarritmia, apneia, broncoespasmo, insuficiência
respiratória, salivação, rubor.
Mivacúrio
Uso: Intubação 
Efeitos adversos: Hipertensão, taquiarritmia, apneia, broncoespasmo, insuficiência 
respiratória, salivação, rubor.
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Trimetafana e Mecamilamina
Uso: Hipertensão em pacientes com dissecçãoaórtica aguda.
Efeitos adversos: íleo paralítico, retenção urinária, parada respiratória, síncope,
hipotensão ortostática, dispepsia, diplopia e sedação.
FARMACOLOGIA DA HIPERTENSÃO
Reguladores de volume
Sistema Renina-angiotensina-aldosterona (SRAA):
O resultado final da secreção da renina é a vasoconstrição e retenção de Na+, duas
ações que resultam em manutenção da perfusão tecidual e o volume e líquido extracelular.
A regulação desse sistema pode ocorrer por um mecanismo direto (redução da
tensão da parede arteriolar), mediada por estímulos simpáticos dos receptores β-
1adrenérgicos, ou ainda, uma retroalimentação tubuloglomerular, percebendo a chegada de
sódio ou cloreto no néfron.
Respostas fisiológicas:
1. Estimulação da secreção de aldosterona (aumento da reabsorção
tubular distal de Na+;
2. Reabsorção aumentada de NaCl;
3. Estimulação central de sede e secreção de ADH;
4. Vasoconstrição arteriolar.
Peptídios natriuréticos:
São liberados por átrios (PNA), ventrículos (PNB) e endotélio vascular (PNC) em
resposta ao aumento de volume intravascular.
Esse compostos ligam-se a receptores com domínio citoplasmático de guanilil
ciclase, a ativação desses receptores proporciona a elevação nos níveis intracelulares de
GMPc, esse componente leva ao relaxamento vascular.
Além do efeito sobre o GMPc, os peptídeos pode:
1. Aumentar a permeabilidade do endotélio capilar (reduzindo a PA por
favorecer a filtração de líquido do plasma para o interstício);
2. Aumento da TFG e da natriurese;
3. Antagonismo ao ADH e a reabsorção de Na+;
4. Redução da percepção de sede e da secreção de ADH.
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Hormônio antidiurético (ADH ou Vasopressina):
1. Constrição vasculatura periférica;
2. Reabsorção de H2O no ducto coletor.
Essa reabsorção ocorre mediada pela elevação nas concentrações de AMPc, que
ativa a proteinoquinase A, que por sua vez aumenta a expressão de Aquaporinas 2 na
membrana apical.
Nervos simpáticos renais:
Atuam em casos de redução do volume intravascular.
1. Redução da TFG;
2. Redução da natriurese;
3. Aumento da produção de renina por estimulação β-1adrenérgica;
4. Aumento da reabsorção tubular proximal de NaCl.
Agentes que modificam os reguladores de volume
Inibidores do sistema renina-angiotensina
Alisquireno
Inibidor da renina
Mecanismo: a inibição da renina diminui a conversão de angiotensinogênio
em angiotensina I, reduzindo assim, o subtrato da ECA e diminuindo a
vasoconstrição arteriolar subsequente, a síntese de aldosterona, a reabsorção
tubular proximal de NaCl e a liberação de ADH.
Uso: Hipertensão.
Efeitos adversos: Hipotensão, IRA, angioedema, exantema, diarreia e tosse
Contraindicado: gravidez, hiperpotassemia, terapia com ciclosporina.
Captopril, Enalapril, ramipril, benazepril, fosinopril, moexipril, perindopril,
quinapril, trandolapril e lisinopril.
Inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) 
2Mecanismo: Bloqueia a transformação de angiotensina I em angiotensina II,
3por conseguinte, reduz a vasoconstrição, a síntese de aldosterona, a
reabsorção tubular proximal renal de NaCl e a liberação de ADH (reverte
retenção de volume). Aumentam a vasodilatação (capacitância venosa) por
inibirem a degradação da bradicinina.
Uso: Hipertensão, IC, Nefropatia diabética, IAM.
2 Uso não indicado durante gestação
3 Uso não indicado para portadores de Insuficiência Renal e/ou Doença renal
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Efeitos adversos: Angioedema, agranulocitose, neutropenia, tosse, edema,
hipotensão, exantema, ginecomastia, hiperpotassemia, proteinúria.
Losartana, Valsartana, Candesartana, Irbersatana, Telmisartana.
Antagonistas dos receptores de angiotensina II
Mecanismo: antagonizam a ação da angiotensina II no receptor AT1; além
disso, podem aumentar indiretamente a atividade de relaxamento vascular do
receptor AT2.
Uso: Hipertensão, nefropatia diabética, IC, IAM, prevenção de AVE.
Efeitos adversos: hipotensão, diarreia, astenia, tontura
Contraindicado: gravidez, estenose bilateral de artéria renal.
Peptídio natriurético tipo B
Neseritida
Mecanismo: Atua nas concentrações celulares de GMPc por mieo de sua
ligação ao receptor guanilil particulado, NPR-A, de células musculares lisas
vasculares e células endoteliais, resultando em relaxamento do m. liso. Atua
também sobre cardiócitos.
Uso: IC aguda descompensada.
Efeitos adversos: Hipotensão, arritmias cardíacas, disfunção renal, cefaleia,
confusão, sonolência, tremor, prurido, náuseas.
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Antagonistas do receptor de vasopressina 2
Conivaptana e Tolvaptana
Mecanismo: Ao antagonizarem o receptor, impedem a reabsorção de água
estimulada por vasopressina pelos canais de aquaporina acoplados ao V2 na
membrana apical das células do ducto coletor.
Uso: Hiponatremia euvolêmica, SIHAD, IC, Ascite cirrótica, doença renal
policística autossômica dominante
Efeitos adversos: fibrilação atrial, hipotensão ortostática, hipertensão, edema
periférico, reação no local da injeção, hipopotassemia, sede, dispepsia,
cefaleia, poliúria.
Agentes que diminuem a reabsorção renal de Na + 
Inibidores da anidrase carbônica
Acetazolamida
Mecanismo: Inibem a reabsorção de sódio e bicarbonato por meio da inibição
não competitiva e reversível da anidrase carbônica II citoplasmática do túbulo
proximal e da anidrase carbônica IV, resultando em aumento do aporte de
3bicarbonato de sódio aos segmentos mais distais do néfron.
Uso: mal das montanhas, IC, Epilepsia, Glaucoma.
Efeitos adversos: acidose metabólica, diarreia, perda de peso, perda de
apetite, zumbido, náuseas, vômitos, parestesias, sonolência, poliúria.
Diuréticos osmóticos
Manitol
Mecanismo: exercem força osmótica intraluminal e limitam a reabsorção de
água pelos segmentos do néfron permeáveis à água.
Uso: edema cerebral, pressão intraocular elevada, profilaxia da oligúria na
insuficiência renal aguda.
Efeitos adversos: tromboflebite, acidose, convulsões, retenção urinária,
edema pulmonar, hipotensão, palpitações, desequilíbrio hidro e/ou
eletrolítico, diarreia, náuseas, rinite.
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Diuréticos de alça
Furosemida, Bumetanida; Torsenida; Ácido etacrínico
Mecanismo: inibem a reabsorção de sódio por meio da inibição reversível e
competitiva do cotransportador de sódio-potássio-cloreto, na membrana
apical das células do ramo ascendente espesso da alça de Henle, também
reduzem ou anulam a diferença de potencial transepitelial positivo do lúmen.
Uso: Hipertensão, edema pulmonar agudo, edema associado a IC, cirrose
hepatica ou disfunção renal; hipercalcemia e hiperpotassemia.
Efeitos adversos: Hipotensão, eritema multiforme, síndrome de Stevens-
Johnson, pancreatite, anemia aplásica ou hemolítica, leucopenia,
trombocitopenia. Alcalose com contração de volume, ototoxicidade,
hipopotassemia, hiperuricemia, hipomagnesemia, hiperglicemia, exantema,
cãibras, espasticidade, cefaleia, visão turva, dispepsia e glicosúria.
Tiazídicos
Mecanismo: Vasodilatação discreta e redução significativa de volume
intravascular. Inibem a reabsorção de cloreto de sódio ao atuar como antagonista
competitivo, no cotransportador de cloreto-sódio na membrana apical das células do
túbulo contorcido distal; promovem a reabsorção transcelular aumentada de cálcio no
túbulo contorcido distal.
Hidroclorotiazida; Bendroflumetiazida; Hidroflumetiazida; Politiazida; 
Clortalidona; Metolazona; Indapamida
Uso: hipertensão; adjuvante em casos de edema associado a IC, cirrose 
hepática, disfunção renal, terapia com corticoesteroides e estrógenos.
Efeitos adversos: arritmias cardíacas, síndrome de Stvens-Jhonson, necrólise 
epidérmica tóxica, pancreatite, hepatotoxicidade, lúpus eritematoso sistêmico.Hipotensão, vasculite, fotossensibilidade, alcalose metabólica 
hipopotassêmica, hiperglicemia, hiperuricemia, dispepsia, cefaleia, visão 
turva, impotência, inquietação.
Diuréticos poupadores de potássio (do ducto coletor)
Espironolactona
Mecanismo: inibe a ação da aldosterona por meio de sua ligação ao receptor
de mineralocorticoides, impedindo sua translocação nuclear.
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Uso: Hipertensão, edema associado a IC, cirrose hepática ou síndrome
nefrótica; hipopotassemia, aldosteronismo primário, acne vulgar e hirsutismo
feminino.
Efeitos adversos: acidose metabólica, hiperpotassemia, hemorragia
gastrintestinal, agranulocitose, lúpus eritematoso sistêmico, câncer de mama,
ginecomastia, dispepsia, letargia, menstruação anormal, impotência,
exantema.
Esplerenona
Mecanismo: inibe a ação da aldosterona por meio de sua ligação ao receptor
de mineralocorticoides, impedindo sua translocação nuclear.
Uso: Hipertensão, edema associado a IC, cirrose hepática ou síndrome
nefrótica; hipopotassemia, aldosteronismo primário..
Efeitos adversos: acidose metabólica, hiperpotassemia, hemorragia
gastrintestinal, agranulocitose, lúpus eritematoso sistêmico, câncer de mama,
ginecomastia, dispepsia, letargia, menstruação anormal, impotência,
exantema.
Amilorida e Triantereno
Mecanismo: Inibidores competitivos do canal de sódio da membrana apical
das células principais.
Uso: Hipertensão e síndrome de Lidle
Efeitos adversos: Doenças no sistema hematopoético, acidose metabólica
hiperpotassêmica, hipotensão ortostática, hiperpotassemia, dispepsia, cefaleia.
Nefrotoxicidade (triantereno)
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FARMACOLOGIA DO TÔNUS VASCULAR
O tônus arteriolar controla diretamente a resistência vascular sistêmica, portanto a pressão
arterial. A capacitância venosa, que regula o volume que retorna ao coração, também apresenta
papel fundamental na regulação da pressão arterial.
Nesse contexto, de atuação sobre o tônus vascular podemos mencionar os antagonistas
α -1adrenérgicos (prazosina, doxazina, terazosina) ; os antagonistas β -adrenérgicos (Propanolol, 
atenolol e metoprolol); os inibidores da ECA (captopril, enalapril e lisinorpil) e por fim, os
antagonistas dos receptores AT1 (losartana e valsartana).
Além desses, temos:
Nitratos orgânicos, óxido nítrico inalado e nitroprussiato de sódio
Mecanismo de ação: O nitroprussiato e os nitratos sedem NO que ativa a guanilil ciclase e aumenta
a perda de fosforilação da miosina de cadeia leve no m. liso vascular, causando vasodilatação. O
óxido nítrico inalado dilata seletivamente a vasculatura pulmonar. 
Dinidrato de Isossorbida
Uso: Ação curta (sublingual): Profilaxia e tratamento de crises agudas de angina; 
Ação longa (oral, de liberação prolongada): Profilaxia de angina. Empregada no
tratamento de cardiopatia isquêmica crônica e espasmos esofágicos difusos.
Efeitos adversos: hipotensão refratária, angina da taquicardia reflexa, palpitações,
síncope, rubor e cefaleia.
5-mononitrato de isossorbida
Uso: Profilaxia de angina e tratamento de cardiopatia isquêmica crônica.
Efeitos adversos: hipotensão refratária, angina da taquicardia reflexa, palpitações,
síncope, rubor e cefaleia.
Nitroglicerina
Uso: Ação curta (sublingual, spray): tratamento a curto prazo de crises de angina.
Ação longa (oral, bucal, transdérmica): profilaxia da angina, tratamento de
cardiopatia isquêmica crônica. Intravenosa: angina instável e IC aguda.
Efeitos adversos: hipotensão refratária, angina da taquicardia reflexa, palpitações,
síncope, rubor e cefaleia.
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Nitroprussiato de sódio
Uso: Emergências hipertensivas, IC grave, toxicidade de alcaloides do esporão do
centeio.
Efeitos adversos: toxicidade do cianeto, arritmia cardíaca, sangramento excessivo,
acidose metabólica, obstrução, intestinal, metemoglobinemia, elevação da pressão,
intracraniana rubor, cefaleia, azotemia renal.
Óxido nítrico inalatório
Uso: Falha respiratória neonatal, hipoxia perinatal, hipertensão pulmonar.
Efeitos adversos: hipotensão, síndrome de abstinência.
Inibidores da fosfodiesterase tipo V
Sildenafila, vardenafila e tadalafina
Mecanismo: inibem a PDE5, enzima que converte GMPc em GMP, resultando em
acúmulo de GMPc nos tecidos-alvo.
Uso: Disfunção erétil e a sildenafila em altas doses para hipertensão pulmonar
Efeitos adversos: IAM, neuropatia óptica isquêmica não arterítica, priapismo,
cefaleia, rubor, exantema, diarreia, dispepsia.
Contraindicado: uso concomitante de nitratos orgânicos.
Bloqueadores dos canais de cálcio
Mecanismo: bloqueiam os canais de cálcio do tipo L regulados por voltagem e impedem o influxo
de cálcio que promove a formação de pontes cruzadas de actina-miosina. As diferentes classes de
bloqueadores de canais de cálcio dispõem de sítios de ligação exclusivos no canal e têm diferentes
afinidades pelos vários estados de conformação do canal.
Os efeitos causados são: vasodilatação de coronárias e arteríolas, depressão da contratilidade
cardíaca, depressão da automaticidade cardíaca (nó SA) e depressão da condução (nó AV). Todas
essas medidas resultam ao final, em redução da pós-carga cardíaca e da demanda de O2 do
miocárdio e aumentando a oferta de O2 aos miócitos pela vasodilatação coronária.
Nifedipino, Anlodipino, Felodipino, Clevidipino (Di-hidropiridinas)
Uso: Angina de esforços, angina instável, espasmo coronariano, hipertensão,
miocardia hipertrófica, fenômeno de Raynaud, Pré-eclâmpsia.
Efeitos adversos: angina intensificada, raramente IAM, palpitações, edema
periférico, rubor, constipação, pirose, tontura.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Nifidipino oral: meia-vida curta (4h), ação rápida (20 min)
Anlodipino oral: meia-vida longa (40h) 
Diltiazem (benzotiazepina)
Angina estável crônica ou variante, hipertensão, fibrilação ou flutter atrial,
taquicardia supraventricular paroxística.
Efeitos adversos: raramente arritmia cardíaca, bloqueio atrioventricular,
bradiarritmia, exacerbação de IC. Edema periférico, síncope, hiperplasia gengival,
tontura.
Verapamil (fenilalquilamina)
Angina estável crônica ou variante, hipertensão, fibrilação ou flutter atrial,
taquicardia supraventricular paroxística.
Efeitos adversos: raramente arritmia cardíaca, bloqueio atrioventricular,
bradiarritmia, exacerbação de IC. Edema periférico, síncope, hiperplasia gengival,
tontura.
Ativadores dos canais de potássio
Mecanismo: abrem os canais de potássio modulados por ATP e hiperpolarizam a membrana
plasmática, inibindo assim o influxo de cálcio através dos canais de cálcio regulados por voltagem.
Minoxidil, pinacidil, nicorandil, cromacalim
Uso: Hipertensão grave ou refratária. Alopecia de padrão masculino (minoxidil tópico)
Efeitos adversos: angina, derrame pericárdico, taquicardia relfexa, síndrome Stevens-
Johnson, leucopenia trombocitopenia, hirsutismo, hipertricose, retenção de líquido, retenção
de líquido, hipernatremia.
Antagonistas dos receptores de endotelina
Mecanismo: Bloqueio dos receptores ETA e Eta pela endotelina endógena. 
Bosentana, Ambrisentana
Uso: Hipertensão pulmonar grave.
Efeitos adversos: hepatotoxicidade (monitorara indicadores de função hepática),
anemia, hipotensão, retenção hídrica cefaleia, rubor.
Hidralazina
Mecanismo: Vasodilatador arteriolar, mecanismo incerto 
Hidralazina
Uso: hipertensão moderada/grave, IC grave
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Efeitos adversos: Agranulocitose, leucopenia, hepatotoxicidade, lúpus eritematosos
sistêmico, cefaleia, palpitações, taquicardia, anorexia, diarreia.
TRATAMENTO CLÍNICO DA HIPERTENSÃO
Fisiopatologia da hipertensão:
A hipertensão pode ser dividida em primária (essencial)e secundária. A essencial refere-
se a 90 95% dos casos, tem origem multifatorial, mas sem uma causa específica definida; já o caso
da secundária, temos causa sabida, como hiperaldosteronismo primário, uso de contraceptivo oral,
doença renal e renovascular.
Os valores da pressão arterial (PA) são definidos por: PA= DC X RVS; já os valores do
DC (débito cardíaco): DC= FC X VS.
PAS PAD
Normal <120 e <80
Pré-HAS 120 a
139
ou 80 a 89
HAS 1 140 a
159
ou 90 a 99
HAS 2 ≥ 160 ou ≥100
Redução do volume intravascular
Os diuréticos tiazídicos possuem alta disponibilidade oral e ação de longa
duração, logo, apresenta atuação relevante em casos de hipertensão por volume como e
pacientes afro-americanos e portadores de doença renal primária. Esses fármacos atuam
reduzindo o débito cardíaco e vasodilatação. Indicação: primeira escolha a todos os
pacientes que não possuem indicação específica de outro fármaco (diabéticos; primeira
escolha são inibidores da ECA). Iniciar com doses baixas (12,5 a 25 mg/dia).
Os diuréticos de alça são raramente usados em casos de hipertensão leve ou
moderada, atuam em reguladores neuro-humorais. Esses fármacos possuem uma ação curta
de 4 a 6h. Indicação: preferíveis em casos de hipertensão maligna ou hipertensão por
volume em pacientes portadores de doença renal crônica avançada.
Os diuréticos poupadores de K + são menos eficientes que os demais diuréticos,
são usados com outros fármacos no intuito de reduzir a caliurese (perda de potássio)
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
induzida por fármaco, e consequente hipopotassemia, a exceção da classe é a
espironolactona que é empregada em pacientes com hipertensão secundária ou
hiperaldosteronismo. Atenção, o uso em pacientes com doença renal, concomitante uso de
inibidores de ECA ou suplementação de K+ NÃO É RECOMENDADA, por oferecer risco
de hiperpotassemia potencialmente fatal.
Fármaco Duração da ação em horas
Diuréticos Tiazídicos
Clorotiazida 6 a 12
Clortalidona 48 a 72
Hidroclorotiazida 16 a 24
Indapamida 24
Metolazona 24
Diuréticos de Alça
 Furosemida e Bumetanida 4 a 5
Ácio Etacrínico 4 a 5
Torsemida 6 a 8
Diuréticos poupadores de potássio
Amilorida 6 a 24
Eplerenona 24
Espironolactona 72 a 96
Triantereno 8 a 12
Infrarregulação do tônus simpático
Esses fármacos atuam reduzindo o débito cardíaco e/ou a resistência vascular
sistêmica. Os antagonistas dos receptores β-adrenérgicos possuem efeitos inotrópicos e
cronotrópicos negativos, além de reduzir a produção de angiotensina II, causando
vasodilatação. No caso dos antagonistas α-adrenérgicos, os não seletivos são indicados no
tratamento do feocromocitoma e os α-1 atuam na hipertensão reduzindo a vasoconstrição e
diminuindo a resistência vascular sistêmica. Os simpaticolíticos centrais como os agonistas
α-2adrenérgicos reduzem a FC, contratilidade e tônus vasomotor, mas estão caindo em
desuso.
Modulação do tônus liso vascular
Os principais mecanismos de ação desses agentes consistem no bloqueio de canais
de Ca2+ e abertura dos canais de K+ metabotrópicos. Compõe esse grupode atuação os
bloqueadores dos canais de Ca2+ e os ativadores dos canais de K+ são anti-hipertensivos orais
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
amplamente utilizados, entretanto alguns cuidados devem ser tomados, como exemplo, com
os bloqueadores dos canais de Ca2+ não di-hidropiridínicos que devem ser evitados em
pacientes com distúrbios de condução e pacientes com comprometimento da função sistólica
ventricular.
Modulação do sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona
Fazem parte desse mecanismo os antagonistas do AT1, inibidores da renina e os
inibidores da ECA, que são primeira escolha em pacientes HiperDia, pois, retardam a
progressão da doença glomerular diabética, por meio dos seus efeitos favoráveis na pressão
intraglomerular.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
O BB poderá ser considerado como fármaco inicial em situações específicas, como a
associação de arritmias supraventriculares, enxaqueca, IC e coronariopatia, sendo que, nas duas
últimas condições, deverá estar associado a outros fármacos 
Monoterapia:
Pode ser a estratégia anti-hipertensiva inicial para pacientes com HA estágio 1, com risco
CV baixo e moderado. 
Se o objetivo terapêutico não for conseguido com a monoterapia inicial, três condutas são
possíveis:
• se o resultado for parcial, mas sem efeitos adversos, recomenda-se aumentar a dose do
medicamento em uso, podendo também ser considerada a associação com anti-hipertensivo de outro
grupo terapêutico; 
• quando não houver efeito terapêutico esperado na dose máxima preconizada ou se surgirem
eventos adversos, recomenda-se substituir o anti-hipertensivo inicialmente utilizado, reduzir a
dosagem e associar outro anti-hipertensivo de classe diferente ou instituir uma outra associação de
fármacos;
• se, ainda assim, a resposta for inadequada, devem-se associar três ou mais medicamentos. 
Terapia combinada:
Caso não sejam alcançadas as metas de controle da PA com dois fármacos, podem ser
tomadas algumas decisões: 
• em caso de resultado parcial e sem efeitos colaterais, pode-se optar por aumentar a dose da
combinação inicial ou acrescentar um anti-hipertensivo de outra classe;
• quando a meta não tiver sido atingida na dose máxima preconizada, ou se surgirem eventos
adversos, recomenda-se a substituição da combinação;
• se, nas doses máximas possíveis, não se obtiver controle da PA, devem-se associar outros anti-
hipertensivo.
Caso o DIU não tenha sido a primeira escolha e não esteja sendo utilizado na associação
de dois fármacos, deve ser o terceiro a ser acrescentado.
Nos casos em que se configure a HA resistente está indicada a associação de
espironolactona. Os simpaticolíticos de ação central (clonidina) ou BB podem ser uma alternativa
ao quarto fármaco, ficando o uso de vasodilatadores diretos reservado para casos especiais e em
associação com DIU e BB. 
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Em paciente portadores de DM + HAS
PA ideal < 130/80 mmHg
O tratamento inicial inclui a associação de dois ou mais fármacos.
Sem presença de nefropatia => Todo medicamento pode ser utilizado.
Na presença de nefropatia => Ressalvas
• Evitar o uso de IECA e BRA4;
• Usar SRAA;
• Opção de associação, principalmente em portadores de DAC ou IC, uso de
um BB.
Em pacientes afrodescendentes 
Os afrodescendentes em geral respondem menos à monoterapia com betabloqueadores,
inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECAs) e bloqueadores dos receptores da angio-
tensina (BRA) do que aos diuréticos e antagonistas dos canais de cálcio (ACC) di-hidropiridínicos.
A escolha do anti-hipertensivo para tratar esse grupo étnico é norteada pela presença de
comorbidades e pela eficácia em atingir as metas pretendidas. 
O uso de terapia não medicamentosa tem apresentado melhores resultados em
afrodescendentes do que em brancos.
4 Bloqueador do receptor de angiotensina
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Em indivíduos com proteinúria, o uso de IECA está indicado, da mesma forma como
ocorre em indivíduos de cor branca.
Em pacientes portadores de DRC + HAS
PA ideal <130/80 mmHg
Controle de albuminúria 
DRC de grau 1 a 3 uso:
• DIU tiazídico +IECA ou BRA;
DRC de grau 4 e 5 em tratamento conservador, uso:
• DIU de alça +IECA ou BRA;
DRC de grau 5 em tratamento substitutivo, uso:
• Individualizado, considerando comorbidades.
DRC Transplantados, uso:
• Se albuminúria: SRAA;
• Se não albuminúria: BCC. 
Outros usos:
• BCC +IECA ou BRA;
• BB + Inibidor Adrenérgico Central ou Vasodilatador de ação direta
como minoxidil e hidralazina.
Contraindicações; Uso de duplo bloqueiodo SRAA:
• IECA + BRA;
• Inibidor da Renina + IECA;
• Inibidor da Renina + BRA.
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Em gestantes:
Das Hipertensões na gestação
Crônica Pré-eclâmpsia Hipertensão
Gestacional
PA ≥ 140/90
mmHg antes da
gestação ou da
20º semana.
PA ≥ 140/90 mmHg acompanhada de:
• Proteinúria (≥ 300 mg em urina de 24 h);
Na ausência desse critério o diagnóstico pode ser baseado
na presença de:
• Cefaleia;
• Turvação visual; 
• Dor abdominal;
• Plaquetopenia (menos que 100.000/mm³), 
• Elevação de enzimas hepáticas (o dobro do basal);
• Comprometimento renal (acima de 1,1 mg/dl ou o
dobro do basal);
• Edema pulmonar;
• Distúrbios visuais;
• Distúrbios cerebrais; 
• Escotomas ou convulsão. 
PA ≥ 140/90 mmHg
após a 20ª semana
sem a presença de
proteinúria. 
Eclâmpsia é definida como a presença de convulsões o tipo grande mal, em gestante com pré-
eclâmpsia.
Tratamentos urgentes de HA (PAS > 155-160 mmHg) e na presença de sinais premonitórios:
• Hidralazina intravenosa (5 mg, repetir 5-10 mg IV a cada 30 minutos até o máximo de 20
mg;
• Presença de edema agudo de pulmão (EAP) e HAS grave e refratária, o uso de nitroprussiato
de sódio (NPS) deve ser considerado como opção preferencial. 
Contraindicações:
• IECA;
• BRA;
• Inibidores da Renina;
• Atenolol;
• Prazosin.
Emergência de eclâmpsia:
Sulfato de magnésio, dose de ataque de 4 a 6 g IV em 10 – 20 min seguida por infusão de
1 a 3 g/h em 24h. Se, convulsão recorrente 2 a 4 g IV. Manter por 24h após último episódio.
Nos casos das lactentes temos:
Uso de medicações:
♦ Metildopa;
♦ BB (exceto atenolol);
♦ BCC;
♦ Hidralazina;
♦ DIU somente os tiazídios se já usados 
antes da gestação.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Em pacientes idosos portadores de HAS
Nesses pacientes estudos apontam a eficácia dos IECA, BCC, DIU e BRA.
Em pacientes com DAC + HAS
Meta de PA <130/80 mmHg
Nesse escopo populacional estão incluídos pacientes pós IAM, com angina e revascularização.
Indicações de: BB, IECA ou BRA
Adjuvantes: BCC e DIU tiazídicos.
Crise Hipertensiva
Definida como a elevação da PAD >120 mmHg sintomática com lesão de órgão alvo.
Os objetivos na HE:
• ↓ PA ≤ 25% em 1 h;
• ↓ PA 160/ 100 – 110 mmHg em 2-6 h;
• PA 135/85 mmHg em 24-48h.
AVE isquêmico:
Paciente sem indicação de terapia trombolítica e PA >220/120 mmHg, não se deve
reduzir a PA mais que 15 a 20 % mantendo PAD em 100-110 mmHg em 24h.
Somente reduzir se PAS >220 mmHg ou PAD >120 mm HG.
Paciente com indicação terapia trombolítica manter PA< 185/105 mmHg nas 24 h após o
tratamento trombolítico.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
AVE hemorrágico:
Paciente com PAS entre 150 e 220 mmHg, recomendável redução aguda para 140 mmHg.Paciente
com PAS > 220 mmHg, recomendável redução agressiva com infusão IV contínua.
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FARMACOLOGIA DOS DISTÚRBIOS LIPÍDICOS
Fisiopatologia
Sinais como xantelasma, xantoma podem estar presentes em pacientes.
Hipercolesterolemia:
Isolada, caracteriza-se por níveis elevados de colesterol total (normal <190 mg/dl) e
de LDL (recomendado < 130 mg/dl até < 50 mg/dl, conforme risco cardiovascular),
com concentrações normais de triglicerídeos. As causas consistem em
hipercolesterolemia familiar, deficiência familiar de apoB100, mutações com ganho
de função de PCSK9, hiperlipidemia combinada familiar e, mais comumente,
hipercolesterolemia poligênica.
Hipertrigliceridemia:
Níveis elevados de triglicerídeos > 200 mg/dl (normal < 150 mg/dl), com mais
frequência desenvolvida com a idade, obesidade, diabetes. Entre as causas estão a
hipertrigliceridemia familiar, deficiência da ApoCII ou da LPL.
Hiperlipidemia mista:
Níveis elevados de LDL, do colesterol total e triglicerídeos, além de uma possível
redução nos valores do HDL. As etiologias incluem aa hiperlipidemia combinada
familiar e a disbetalipoproteinemia5. Normalmente esses pacientes apresentam outros
fatores da síndrome metabólica, como aumento da gordura abdominal (normal
homens < 102 cm, mulheres < 88 cm), intolerância a glicose e hipertensão. Niacina,
fibratos e estatinas são as escolhas comuns.
Distúrbios no metabolismo do HDL:
Baixos níveis de HDL geralmente estão associados a altos níveis de gordura visceral
e resistência à insulina. Níveis elevados são observados em situações como consumo
de álcool, uso de estrógenos e terapia com corticoesteroides.
Hiperlipidemia secundária:
Além das causas genéticas da primária, doenças como DM, IRC, hipotireoidismo,
LES, hepatite aguda, colestase, doença hepática obstrutiva podem elevar os níveis de
triglicerídeos e/ou colesterol. Constam também fatores como etilismo, estresse,
gravidez, tratamentos com alguns medicamentos, sepse e anorexia
5 Disbetalipoproteinemia: aumento de quilomicrons ricos em colesterol e partículas semelhantes às IDL.
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Agentes farmacológicos
 Estatinas (Inibidores da síntese do colesterol)
Mecanismo de ação: inibição competitiva da enzima HMG-Coa redutase que limita a
velocidade da síntese de colesterol. A queda nos níveis de colesterol celular ativa a proteína
SREBP2 que aumenta a expressão de receptores de LDL aumentando por conseguinte a captação
do colesterol presente na circulação. A redução nos níveis de triglicerídeos se dá pelo aumento da
depuração e redução na produção de VLDL. 
Outros efeitos benéficos: chamados de efeitos pleiotrópicos constituem em diminuição da
inflamação, reversão da disfunção endotelial, diminuição da trombose e melhor estabilidade das
placas ateroscleróticas.
A combinação das ações resulta em redução nos níveis de morbimortalidade até mesmo
em pacientes com baixos níveis de LDL, sendo tratamento de primeira escolha. Pode ser associada
a outras classes.
Aumento do HDL em 10%, redução do LDL em 60% e do triglicerídeo em 40%
Sinvastatina; Pravastatina; Lovastatina; Fluvastatina; Atorvastatina; Rosuvastatina;
Pitavastatina:
Uso: Hipercolerostemia, hipercolerostemia familiar, aterosclerose coronariana,
profilaxia para aterosclerose coronariana.
Efeitos adversos: Miopatia, rabdomiólise, hepatotoxicidade, dermatomiosite. Dor
abdominal, constipação intestinal, diarreia, náuseas, cefaleia.
Atenção com:
1. Coadministração com niacina, pois aumenta o risco de miopatia;
2. Coadministração com Genfirozila, pois reduz a depuração da estatina
aumentando sua concentração e poder de rabdomiólise;
3. Coadministração de Fluvastatina ou Pitavastatina com outros fármacos
depurados pela via do citocromo P450.
Inibidores da absorção dos ácidos biliares
Ligam-se aos ácidos biliares, impedindo a circulação entero-hepática por aumentar a
depuração nas fezes. Não sofre absorção sistêmica, reduzindo sua toxicidade. O uso deve ser feito
com regulação de horário, já que, deve estar no ID após as refeições.
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Considerado de primeira escolha para tratamento em pacientes < 25 anos de idade, por
serem mais seguros no tratamento a longo prazo. Uso de segunda escolha em demais pacientes. 
Atentar para redução na absorção de vitaminas lipossolúveis (K,E,D,A), assim, pode
ocasionar sangramentos se os níveis de vitamina K forem muito baixos.
Redução 28% no LDL e aumento de até 5% no HDL.
Colestiramina; Colesevelam e Colestipol:
Uso: Hipercolesterolemia e prurido (colestiramina).
Efeitos adversos: aumento nos níveis de triglicerídeos, distensão abdominal,
dispepsia, flatulência, diátese hemorrágica secundária à deficiência de vitamina K.
Atenção com:
1. Coadministração com digoxina e varfarian, pois esses medicamentos são
sequestrados pelos inibidores e acabam tendo biodisponibilidade reduzida.
Inibidores da absorção de colesterol
A atuação ocorre inibindo a absorção no ID diminuindo o transportedas micelas para o
enterócito, inibem a produção de VLDL a nível hepático.
Diminuem o colesterol LDL em até 20%, elevação do HDL em cerca de 3%, diminuição
dos triglicerídeos em cerca de 8%.
Ezetimiba:
Uso: hipercolesterolemia primária ou familiar, sitosterolemia.
Efeitos adversos: elevação das provas de função hepática, miopatia, dispepsia,
artralgia, mialgia, cefaleia.
Fibratos
Os fibratos atuam ligando-se e ativando o PPAARα o que resulta em uma séria de
alterações metabólicas (aumento da oxidação, do consumo e da síntese de apoAI e apoAII são
exemplos) que atuam em conjunto reduzindo os níveis de LDL e aumentando a concentração de
HDL.
Redução do triglicerídeo em até 50%, aumento do HDL em 20% e redução do LDL em
15%.
Fenofibrato; Genfibrozila; Ciprofibrato:
Uso: Hipertrigliceridemia isolada ou com baixos níveis de HDL,
disbetalipoproteinemia.
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Efeitos adversos: elevação das provas de função hepática, miopatia quando
administrado com uma estatina, arritmias, dispepsia, mialgia, cálculos biliares,
xerostomia.
Contraindicação: usos concomitante com genfibrozila e cerivastatina
Niacina
Ácido nicotpinico ou ainda vitamina B3. O uso terapêutico demanda grandes doses (1500
a 3000 mg/dia), atuam reduzindo as concentrações séricas de LDL e triglicerídeos, além de aumenta
o HDL. Seu mecanismo permite a diminuição da liberação de ácidos graxos livres do tecido
adiposo; aumenta o tempo de permanência da apoA1 no plasma.
Induz a redução de até 45% dos triglicerídeos, até 20% do LDL e elevação do HDL em
até 50%.
Niacina:
Uso: Baixos níveis de HDL isolados ou com um pequeno aumento dos níveis de
LDL e/ou triglicerídeos. Hiperlipidemia familiar combinada.
Efeitos adversos: Hepatotoxicidade, sangramento no TGI, rubor, prurido,
hiperuricemia e gota, comprometimento da sensibilidade à insulina, miopatia.
Ácidos graxos ômega 3 
O possível mecanismo de ação é reduzir os triglicerídeos envolve os fatores de
transcrição, resultando na redução da biossíntese de triglicerídeos e um aumento da oxidação de
ácidos graxos no fígado.
Redução dos níveis de triglicerídeo em até 50%.
Ácido Ecosapentaenoico; Ácido docosaexaenoico; Lovaza ® 
Uso: hipertrigliceridemia
Efeitos adversos: anafilaxia, desconforto TGI, perversão do paladar.
Lovaza®: é a combinação dos dois ácidos mencionados, seu uso é mediante
prescrição e não deve ultrapassar 4 gramas, 1X ao dia. O índice de enriquecimento é
de 84%. Associação de ômega-3 quando a concentração plasmática de triglicerídeos
supera 500 mg/dl.
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FARMACOLOGIA DA CONTRATILIDADE CARDÍACA
Fisiopatologia
A etiologia mais comum da disfunção contrátil é a doença arterial coronariana, além de
hipertensão de cardiopatia valvar. Essas causas resultam em um comprometimento dos miócitos que
leva a IC. 
Em nível celular os mecanismos fisiopatológicos relacionados com a redução da
contratilidade cardíaca incluem desregulação da homeostasia do cálcio, alterações na regulaçãoe no
padrão de expressão das proteínas contráteis e alterações nas vias de transdução de sinais dos
receptores β-adrenérgicos.
A homeostasia alterada do cálcio resulta no prolongamento do potencial de ação, além de
comprometer a contração sistólica e o relaxamento diastólico por incapacidade de controle do cálcio
pelo retículo sarcoplasmático.
Outra disfunção é a redução na fosforilação da troponina I e diminuição da hidrólise do
ATP pela miosina, além da ativação da colagenase que ode romper o estroma que mantém a
integridade funcional do miócito.
Soma-se as alterações supracitadas, a redução da resposta a estimulação β-adrenérgica,
por redução dos receptores expressos, aumento das quinases do receptor βrenérgico (que fosforilam
os receptores expressos). Essa resposta diminuída leva a redução dos níveis intracelulares de AMPc,
reduzindo por conseguinte a produção de ATP.
Agentes farmacológicos
Glicosídios cardíacos
Mecanismo de ação: No miocárdio, inibem a Na+/K—ATPaseda membrana plasmática,
resultado em aumento da concentração citoplasmática de Ca+2 , com consequente efeito inotrópico
positivo (aumento da força de contração). No SN autônomo, inibem o efluxo simpático e aumentam
o tônus parassimpático (vagal). No nó AV, prolongam o período refratário e diminuem a velocidade
de condução.
Mecanismo de ação do Fab imune antidigoxina é de anticorpo, ligando-se a digoxina e
inibindo-a.
Digoxina e Digitoxina:
Biodisponibilidade VO de 75%, início de ação em 30 min, pico de 1 a 5 h e meia-
vida de 36 h (digoxina) e de 7 dias (digitoxina). JANELA TERAPÊUTICA
ESTREITA.
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Uso: IC sistólica, Arritmias supraventriculares, incluindo fibrilação atrial, flutter
atrial e taquicardia atrial paroxística.
Efeitos adversos: Arritmias (distúrbios da condução, com ou sem bloqueio AV,
contração ventricular prematura e taquicardias supraventriculares). Agitação, fadiga,
fraqueza muscular, visão turva, anorexia, náuseas, vômitos e halos verde-amarelado
ao redor das imagens visuais.
ATENÇÃO:
1. Coadministração com BB, aumento do risco de bloqueio AV de alto grau;
2. Coadministração com BB ou BCC, perda da função inotrópica positiva;
3. Coadministração com Eritromicina, verapamil, quinidina ou amiodarona
aumentam as concentrações da digoxina;
4. Atentar para níveis tóxicos e para os níveis de potássio durante o tratamento;
5. DRC, imputa necessidade de redução da dose da digoxina ou troca mesma
pela digitoxina, visto que essa é depurada pelo fígado.
Fab imune antidigoxina:
Uso: Intoxicação por digitálicos potencialmente fatal.
Efeitos adversos: IC, anafilaxia.
Atenção: Manter equipamento de reanimação próximo do local de administração.
Agonista dos receptores β-adrenérgicos
O uso clínico dessa classe é indicada para suporte a curto prazo da circulação em falência
e geralmente usado por via EV. 
Mecanismo de ação: Elevação do AMPc, além de efeitos inotrópicos, cronotrópicos e
lusitrópicos positivos pelos que atuam nos receptores β-1.
Dopamina:
Uso: Choque distribuitívo ou cardiogênico, utilização como adjuvante para aumentar
o DC, PA e o fluxo urinário. Tratamento da IC refratária grave a curto prazo.
Efeitos adversos: Alargamento do QRS, arritmias cardíacas, hipotensão, hipertensão,
palpitações e taquicardia.
Contraindicações: Taquiarritmias não corrigidas e Fibrilação ventricular.
Feocromocitose. 
Dobutamina:
Uso: Tratamento a curto prazo do choque cardiogênico.
Farmacologia I Jackson Pagno Lunelli ATM 2024/02
Efeitos adversos: Alargamento do QRS, arritmias cardíacas, hipotensão, hipertensão,
palpitações e taquicardia.
Epinefrina:
Uso: Broncoespasmo, choque anafilático, reanimação cardíaca, hemostasia (tópica),
prolonga efeitos de anestésico com uso local, glaucoma de ângulo aberto, congestão
nasal.
Efeitos adversos: Arritmias incluindo fibrilação ventricular, hemorragia cerebral,
hipertensão grave, cefaleia, nervosismo, tremores, palpitações e taquicardia.
Contraindicações: Trabalho de parto em curso, glaucoma de ângulo fechado, choque
distinto do anafilático, lesão cerebral orgânica, arritmias, insuficiência coronariana,
hipertensão grave, aterosclerose cerebral.
Norepinefrina:
Uso: Suporte para hipotensão grave em casos de choque.
Efeitos adversos: Arritmias incluindo fibrilação ventricular, hemorragia cerebral,
hipertensão grave, cefaleia, nervosismo, tremores, palpitações e taquicardia.
Contraindicações: trombose vascular periférica, hipoxia profunda, hipercapnia,
hipotensão por perda de volume.
Isoproteronol:
Uso: Tratamento em emergência (IV) de arritmias, bloqueio cardíaco e choque,
bradicardia significativa resistente à atropina. Broncoespasmo (inalação).
Efeitos adversos: Arritmias

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