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Livro Gestão de Estoques, Armazenagem e Movimentação

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Aula 01
Livro Didático 
Digital
Rodrigo Souza da Costa
Gestão de Estoque
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
RODRIGO SOUZA DA COSTA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor 
RODRIGO SOUZA DA COSTA
Sou o professor Rodrigo Souza da Costa e me sinto honrado por 
poder, de alguma forma, contribuir com sua formação. A área de gestão 
é um dos principais problemas (se não o principal) para o crescimento 
socioeconômico do país. 
Dessa forma, a importância de especializar-se fica cada vez mais 
evidente para quem busca uma posição de destaque no mercado. Nossa 
profissão é muito dinâmica. Mudanças nas formas de gestão nos coloca 
em uma busca constante por aprendizado e adaptação ao ambiente de 
competição das empresas.
Quando me foi passada a tarefa de lhe acompanhar, em parte, 
desse aprendizado, procurei buscar subsídios em minha formação 
e atuação profissional que pudessem ser relevantes para o seu 
aprendizado. Entre os meus passos nessa formação destaco: 
 • Sou graduado em Administração pela Universidade Estadual 
de Maringá (UEM), realizei meu Mestrado em Administração pela 
Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Doutorado em Administração 
pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
 • Atuo desde 2007 no ensino na graduação e pós-graduação 
em diversas instituições do Sul do Brasil.
 • Realizo pesquisas na área de administração, sobretudo no 
que tange a Estratégia Empresarial e Internacionalização de Empresas, 
tendo publicado mais de 40 artigos em periódicos e eventos nacionais 
e internacionais.
Ministro as seguintes disciplinas: Teoria das Organizações, 
Estratégias Empresariais, Diagnóstico Organizacional, Gestão de 
Recursos Empresariais, Gestão da Produção, Gestão da Cadeia de 
Suprimentos, dentre outras. 
Espero que possa contribuir significativamente nessa etapa de 
sua formação. 
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Introdução à gestão de estoques ...............................................................12
Introdução à Gestão de Estoques...............................................................12
O Gerente de Estoques ...................................................................................16
A Moderna Gestão de Estoques ..................................................................18
A Organização da Gestão de Estoques .....................................................20
Objetivos da Gestão de Estoques. ..............................................................22
Políticas de Estoque.........................................................................................26
Controle de Estoques ......................................................................................27
Métodos de Previsão de Consumo ............................................................29
Custos de Estoque ............................................................................................34
Níveis de Estoque .............................................................................................36
Métodos de Determinação do Estoque Mínimo ...................................40
Giro do Estoque ................................................................................................43
Bibliografia ..........................................................................................................44
Gestão de Estoque 9
UNIDADE
01
Gestão de Estoque10
Olá, meu caro aluno! Tudo bem com você? A nossa disciplina 
tratará da Gestão de Estoques, onde você verá sobre a importância 
desta área essencial para o aumento da competitividade de qualquer 
empresa, pois trata diretamente de um dos principais setores quando o 
tema é a eficiência de custos.
Nesta unidade final, o essencial é que você compreenda os 
elementos primordiais e as questões relacionadas à moderna gestão de 
estoques, bem como as questões relacionadas às políticas de estoques, 
seus controles e métodos de previsão.
Além disso, vale ressaltar aqui a importância de você saber 
como são estipuladas as políticas de controle de estoques, bem como 
saber definir os custos relativos em estoque e estabelecer qual é o lote 
econômico de compras.
Por fim, você verá a importância de saber como a função compras 
é organizada dentro das empresas, bem como entender formas 
alternativas de organização e seleção de fornecedores.
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo!
INTRODUÇÃO
Gestão de Estoque 11
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
 • Entender os elementos básicos da gestão de estoques;
 • Analisar as políticas de controle dos estoques;
 • Elaborar métodos de previsão de consumo e níveis de estoque;
 • Entender os custos relacionados aos estoques.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Gestão de Estoque12
Introdução à Gestão de Estoques
Nesta unidade, vamos abordar uma atividade primária e de maior 
importância para a Gestão de Estoques em qualquer organização: o 
gerenciamento dos estoques.
Os estoques são importantes para qualquer segmento industrial, 
para os produtores agrícolas e pecuários, comerciantes atacadistas e 
varejistas, e quaisquer segmentos da indústria e mesmo da economia 
global.
Se para alguns produtores é vantajoso esperar a época de melhor 
preço para comercializar sua safra, mantendo-a por alguns meses em 
estoque, em outros casos, como no setor pecuário, manter os animais 
por mais tempo antes do abate, significa aumento de despesas em 
alimentação sem o ganho em peso no nível desejado.
O equilíbrio necessário entre essas duas situações pode ser 
obtido através da gestão e controle de estoques de forma eficaz e 
eficiente. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Introdução à Gestão de Estoques
Como abordagem prática, a Gestão de Estoques deve determinar 
quais os materiais, peças e componentes devem ser adquiridos pela 
empresa; como devem ser adquiridos – se comprados de fornecedores 
ou se fabricados em sua própria planta; quando devem ser adquiridos e, 
se comprados, de que fontes; por quais preços, em que quantidade 
e de que qualidade, para a manutenção do estoque desejável, 
estabelecido em função da demanda prevista para certo período de 
tempo.
Gestão de Estoque 13
Fonte: Freepik
Em resumo, o foco da administração de materiais deve ser 
concentrado, em adquirir os materiais certos, nas quantidades certas, da 
qualidade certa,no momento certo, das fontes certas aos preços certos, 
assim teremos bons resultados.
EXPLICANDO MELHOR:
Essas decisões buscam atingir o equilíbrio ideal entre 
o custo dos investimentos em estoques e o consumo, 
mantendo-se as quantidades disponíveis, de forma a evitar 
a falta de materiais e componentes para a produção ou 
de produtos acabados para atendimento aos clientes nos 
prazos estipulados pela política de vendas, mas que não 
onere significativamente a lucratividade com a redução dos 
recursos financeiros disponíveis para alavancar as vendas.
Gestão de Estoque14
Fonte: Freepik
A Gestão de Estoques foi a expressão cunhada para definir o 
processo de gestão dos recursos materiais envolvidos no sistema de 
produção de uma empresa.
Segundo Ballou (2006), no desenvolvimento do estudo da 
Logística Empresarial, essa área era concentrada na distribuição física e 
tratada de forma antagônica à Gestão de Estoques, que era concentrada 
no fluxo de suprimento e cujas operações envolviam montantes 
financeiros inferiores ao fluxo da distribuição física, devido ao valor 
agregado pelo processo produtivo aos materiais.
Em tal contexto, uma boa gestão de estoques significava 
coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de 
operação, mediante a aplicação do conceito de custo logístico total, 
em que o desempenho logístico é avaliado sem considerações sobre 
minimização de custos de atividades.
Gestão de Estoque 15
Fonte: Freepik
Então, para Chitale e Gupta (2011), Gestão de Estoques é um 
conceito total envolvendo uma estrutura organizacional unificando numa 
só responsabilidade o fluxo sistemático e o controle de material desde a 
identificação de sua necessidade até a entrega ao cliente.
Estes conceitos abrangem todas as atividades diretamente 
relacionadas com o fluxo de materiais dentro da organização, como 
aquisição, planeja- mento e programação da produção, tráfego de 
entrada, controle de estoque, recebimento e estocagem de materiais, 
VOCÊ SABIA?
O processo de Gestão de Estoques representa a 
logística para dentro da empresa (inbound), e envolve a 
movimentação e gestão de materiais e produtos a partir da 
aquisição, portanto, a partir dos fornecedores e através do 
processo de produção.
Gestão de Estoque16
movimentação e distribuição de materiais, abordadas pelas disciplinas 
de compras, produção, controle de estoques e distribuição física.
O Gerente de Estoques
Fonte: Freepik
A função do gerente de materiais, segundo Gurgel (2000), é 
basicamente econômica, mesmo em organizações não governamentais, 
entidades filantrópicas e cooperativas sem objetivo de lucro, sendo a 
sobrevivência o objetivo mais fundamental.
Porém, mesmo nesses setores que não ao visam lucro, os 
custos não podem ser excedidos por um período prolongado. Entre as 
companhias privadas, os lucros são essenciais para a sobrevivência, o 
gerente deverá contribuir para o aumento da lucratividade mediante a 
obtenção do menor custo de materiais, realizado através da otimização 
do investimento de capital, capacidade e pessoal, consistente com o 
nível de serviço ao cliente adequado.
Gestão de Estoque 17
Por outro lado, toda empresa também tem objetivos 
aparentemente não econômicos que, no longo prazo, passam a ser 
econômicos, visto que se não forem alcançados, a empresa deixará de 
prosperar e pode até mesmo não sobreviver.
Entre esses objetivos não econômicos estão as relações 
favoráveis com a comunidade, nível de serviço máximo possível aos 
clientes, condições de trabalho agradáveis, oportunidades de progresso 
para os empregados, liderança tecnológica.
A tarefa básica do gerente de materiais é concentrar os esforços 
dos subordinados nos objetivos da empresa, para obter o suprimento de 
materiais ao custo total mais baixo possível.
RESUMINDO:
Neste sentido, o executivo deve levar em consideração os 
efeitos de curto e longo prazo de suas ações e seu impacto 
sobre os custos de outras atividades dentro da organização.
Cada função da empresa deve funcionar no sentido de 
conseguir aqueles objetivos, e a função materiais não é 
uma exceção, visto que contribui para a sobrevivência 
e lucros, fornecendo materiais ao custo total mais baixo. 
Há muitas maneiras pelas quais poderá conseguir este 
objetivo global, sendo a mais óbvia o pagamento de preços 
mínimos pelos materiais.
Porém, essa função também mantém em foco este objetivo 
quando aumenta a rotatividade dos estoques ou adquire 
materiais de qualidade superior. Em ambos os casos o 
verdadeiro custo de material é reduzido, no primeiro caso 
devido à redução de investimentos em estoques, e no 
segundo, devido às menores rejeições por conta da falta 
de atendimento das especificações.
Gestão de Estoque18
A Moderna Gestão de Estoques
O objetivo principal de uma empresa é maximizar o retorno do 
capital investido. Assim, os estoques são parte do capital investido 
que funciona como um lubrificante, de modo a permitir um bom 
funcionamento da relação produção/vendas.
Fonte: Freepik
A otimização dos estoques permite que o capital investido seja 
minimizado e o grande desafio é reduzir estoques sem comprometer a 
produção ou as vendas.
E qual a importância da gestão de estoques? Temos a área 
comercial e área de produção estritamente relacionadas às atividades 
finais da empresa e costumam ter maior importância no gerenciamento 
geral.
Gestão de Estoque 19
Sob o ponto de vista operacional, devemos entender as 
consequências e benefícios de um sistema logístico integrado. Assim, 
devemos mudar o foco da reposição dos estoques: do “quanto” para o 
“quando”. Ou seja, saber estabelecer o momento da reposição se torna 
mais importante que a quantidade a ser comprada.
Para isso, se faz necessária a ampliação da capacidade de 
comunicação da empresa, tanto no nível tático quanto no operacional, 
bem como da capacidade de ajustamento às modificações do ambiente 
de negócios e estabelecer a coordenação das atividades, conforme a 
figura a seguir:
Previsão de 
vendas
Planejamento Distribuição da 
produção
Produção
DIAS (2011)
EXPLICANDO MELHOR:
No entanto, o grande problema é: quem informa aos 
executivos e investidores o custo de uma parada na 
produção ou da perda de vendas por falta de produtos? A 
gestão de estoques trata do gerenciamento da cadeia de 
atendimento integrada, também chamada de Logística.
Gestão de Estoque20
A Organização da Gestão de Estoques
A organização do processo de gestão de estoques, tendo como foco 
a integração do sistema logístico, passa por (BOWERSOX; CLOSS, 2001):
 • Controle de estoques
 • Compras
 • Almoxarifado
 • Planejamento e controle da produção
 • Importação
 • Transportes e distribuição
Sobre o controle dos estoques, estes permitem o bom 
funcionamento da relação produção/vendas. Os tipos de materiais 
em estoque são: matéria-prima, produtos em fabricação e produtos 
acabados. Aqui prezamos pelo controle dos níveis de estoque e do 
investimento financeiro envolvido.
Já sobre as compras, esta é uma preocupação especial com o 
estoque de matérias-primas e demais insumos necessários à produção. 
Deve-se fazer as cotações de preços e especificações de todos os itens 
Fonte: Freepik
Gestão de Estoque 21
Fonte: Freepik
que vêm de fora da empresa, sendo de fundamental importância na 
minimização dos custos da produção.
Temos o Almoxarifado, que é responsável pelo armazenamento 
e guarda física dos materiais e o Planejamento e Controle da Produção, 
que estabelece a programação e controle do processo produtivo, 
podendo estar subordinado à área de produção ou de materiais.
NOTA:
Em relação à importação, temos as compras realizadas de 
fornecedores internacionais, onde a legislação extensa e 
complexa. O setor de estoques acompanha todo o processo 
de importação, incluindo o desembaraço aduaneiro. Nas 
empresas exportadores, normalmente é responsável pelo 
processo legal-administrativo das exportações.Gestão de Estoque22
Por fim, temos a atividade de Transportes e Distribuição, onde 
são feitas as entregas das matérias-primas, bem como a colocação 
do produto acabado para os clientes. A principal atividade aqui é a 
administração frota de veículos ou a contratação de transportadoras.
Objetivos da Gestão de Estoques 
Os objetivos típicos da Administração de Materiais devem ser 
enfatizados, por contribuírem, de alguma forma, para a conquista de 
alguns objetivos e metas estratégicas da companhia.
Se a contribuição for diretamente obtida pela função materiais, é 
denominado objetivo primário; se for indireta, caso em que a capacidade 
de serviço ou a equipe de assessoria do departamento de materiais 
geram resultados para outro departamento realizar seus objetivos, é 
considerado objetivo secundário, conforme a figura a seguir:
Gestão de Estoque 23
Objetivos primários e secundários da Administração de Materiais BOWERSOX; CLOSS (2001)
No entanto, o principal objetivo do setor é realizar o chamado 
efeito lubrificante na relação produção/vendas. Aumentos repentinos no 
consumo são absorvidos pelos estoques, até que o ritmo de produção 
seja ajustado para suprir o consumo maior.
Sem estoques, ou com níveis de estoques baixos, um aumento 
rápido do consumo pode não ser atendido plenamente.
Gestão de Estoque24
No entanto, mesmo com os objetivos claros, temos que estar 
atentos aos conflitos departamentais sobre estoque. Isso ocorre devido 
ao fato de que a área financeira prefere estoques baixos, para reduzir 
gastos com capital e armazenagem, e para melhorar índices de retorno.
Em relação, as áreas de compras, comercial e de produção 
preferem estoques altos, pois permitem menores preços, uma maior 
margem de manobra e folga na produção, e diminuem o risco de faltas.
Fonte: Freepik
IMPORTANTE:
Outro objetivo a ser considerado é a minimização do capital 
investido. Isso porque o capital investido exige retorno, e 
os estoques, por si só, não geram retorno. Uma gestão 
eficiente de estoques aumenta o retorno da empresa como 
um todo, pela diminuição do capital investido nos mesmos.
Gestão de Estoque 25
Com isso, um departamento independente assume a 
administração dos estoques, conciliando os conflitos descritos 
anteriormente. Além disso, vai promover a integração das atividades aos 
estoques, controlando-as através de sistemas adequados.
Por fim, vai se preocupar não apenas com o fluxo das compras e 
vendas, mas também com as relações de cada integrante da cadeia de 
produção e distribuição.
Fonte: Freepik
Temos que saber também, quais são os sintomas de deficiência 
no controle de estoques. Dentre eles, temos os seguintes:
 • Frequentes dilatações dos prazos de entrega para os produtos 
acabados e dos tempos de reposição para matéria-prima;
 • Quantidades maiores de estoque, com produção constante;
 • Elevação dos cancelamentos de pedidos e devoluções de 
produtos acabados;
 • Variação excessiva da quantidade a ser produzida;
 • Produção parada frequentemente por falta de material;
 • Falta de espaço para armazenamento;
 • Baixa rotatividade dos estoques;
 • Altos níveis de obsolescência.
Gestão de Estoque26
Políticas de Estoque
As políticas são fundamentais na gestão dos estoques em 
situações econômicas adversas. Elas exigem uma correta implantação, 
para que não “engesse” a capacidade de resposta da empresa às 
circunstâncias de mercado.
Além disso, possuem importância vital em períodos inflacionários, 
pois demanda tende a cair e custos aumentam constantemente. As 
principais diretrizes das políticas de estoques são:
 • metas quanto ao tempo de entrega dos produtos aos clientes;
 • definição do número de depósitos e/ou de almoxarifados e da 
lista de materiais a serem estocados neles;
 • até que nível deverão flutuar os estoques para atender a uma 
alta ou baixa das vendas ou a uma alteração de consumo;
 • limites na especulação com estoques, em compras 
antecipadas com preços mais baixos ou ao se comprar quantidades 
maiores para obtenção de desconto;
 • definição da rotatividade dos estoques.
Devemos saber também, como estabelecer o grau de 
atendimento. É ele que indica a quantidade, em percentagem sobre 
a previsão de vendas, que deverá ser fornecida de matéria-prima 
ou produto acabado pelo almoxarifado. Por exemplo: se o grau de 
atendimento foi determinado em 95% e a previsão de vendas mensais é 
de 600 unidades, a quantidade para fornecimento vai ser igual à 0,95 x 
600, que resultará em um atendimento de 570 unidades.
Gestão de Estoque 27
Fonte: Freepik
Controle de Estoques 
As funções principais dos controles de estoques recaem sobre: 
a) determinar “o que” deve permanecer em estoque: número de itens;
b) determinar “quando” se devem reabastecer os estoques: 
periodicidade;
c) determinar “quanto” de estoque será necessário para um 
período predeterminado: quantidade de compra;
d) acionar o departamento de compras para executar aquisição 
de estoque: solicitação de compras;
e) receber, armazenar e guardar os materiais estocados de acordo 
com as necessidades;
f ) controlar os estoques em termos de quantidade e valor, bem 
como fornecer informações sobre a posição do estoque;
g) manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e 
estados dos materiais estocados;
h) identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.
Gestão de Estoque28
Também devemos saber quais são os tipos de materiais em 
estoque, que são: matérias-primas, produtos em processo, produtos 
acabados e materiais auxiliares e de manutenção.
Matérias-primas são todos os materiais agregados aos produtos 
acabados e o seu consumo proporcional ao volume de produção. O nível 
dos estoques dependente de: tempo de reposição, consumo, custo e 
características físicas.
Os produtos em processo são aqueles em estágio intermediário 
de produção, onde o nível dos estoques será dependente da extensão 
do processo produtivo e da complexidade do processo produtivo.
Fonte: Freepik
Já os produtos acabados se tratam do resultado final do processo 
produtivo que “aguardam” a venda. Temos aqui duas formas de lidar com 
este tipo de estoque.
Primeiro: se a produção for por encomenda. Nesse casso, 
teremos baixos níveis de estoques de produtos acabados, visto que as 
vendas são negociadas antes da produção.
Segundo: se a produção for para estoque. Nesse casso, teremos 
altos níveis de estoques, pois a venda ocorre após a produção. Aqui, o 
Gestão de Estoque 29
DIAS (2011)
volume de produção determinado pela previsão de vendas e custos de 
fabricação.
Por fim, temos os materiais auxiliares e de manutenção que 
não são usados diretamente nos produtos, como ferramentas de 
manutenção, equipamentos de proteção, entre outros. Eles são tão 
importantes quanto os anteriores, visto que podem causar interrupção 
da produção.
Matérias-primas Produtos
acabados
Produtos
em proces
Processo de produção
mat. aux e de manut
Métodos de Previsão de Consumo
Na maior parte das organizações, a previsão da demanda é 
responsabilidade dos departamentos de vendas e/ ou marketing. É, 
entretanto, um insumo (input) principal para a decisão do planejamento 
e controle de capacidade, que é normalmente uma responsabilidade de 
gerência de produção.
Sem uma estimativa da demanda futura não é possível planejar 
efetivamente para futuros eventos, somente reagir a eles. Por isso 
é importante que os gerentes de produção entendam a base e os 
fundamentos lógicos para essas previsões de demanda. No que diz 
respeito a planejamento e controle de capacidade, há três requisitos 
para uma previsão de consumo:
1) Ser expressa em termos úteis para o planejamento e controle 
de capacidade.
2) Ser tão exata quanto possível.
3) Dar uma indicação da incerteza relativa.
Gestão de Estoque30
Fonte: Freepik
Essas flutuações na demanda, ou no suprimento, podem ser 
razoavelmente previsíveis, mas algumas, normalmentetambém são 
afetadas por variações inesperadas no clima e por evolução das 
condições econômicas.
Assim, para minimizar os prejuízos decorrentes da incerteza, temos 
os chamados Métodos de Previsão de Consumo. O mais elementar deles 
é o método do último período, que se trata de um método grosseiro e 
NOTA:
Em muitas organizações, o planejamento e controle da 
capacidade está preocupado em lidar com flutuações 
sazonais da demanda. Quase todos os produtos e serviços 
têm alguma sazonalidade da demanda, e alguns também 
têm sazonalidade de suprimentos.
Gestão de Estoque 31
sem base matemática, que consiste em considerar como previsão de 
consumo para um período, o consumo realizado no período precedente.
Temos também o método da média móvel, que se trata de um 
aprimoramento do método anterior e consiste em considerar como 
previsão de consumo para um período a média dos consumos realizados 
em um determinado número de períodos precedentes.
Nesse caso, para padrões de consumo crescentes, a previsão 
será sempre menor que o consumo efetivo, e vice-versa. O cálculo pode 
ser realizado conforme a fórmula a seguir:
Onde:
CM = Consumo Médio
C = Consumo nos períodos anteriores
n = Número de períodos
As desvantagens desse método são que as médias móveis 
podem gerar movimentos cíclicos, ou de outra natureza não existente 
nos dados originais. Além disso, são afetadas pelos valores extremos, 
mas isso pode ser superado utilizando-se a média móvel ponderada 
com pesos apropriados.
Outra desvantagem é que as observações mais antigas têm o 
mesmo peso que as atuais e exige a manutenção de um número muito 
grande de dados.
Em contrapartida as vantagens do método é a simplicidade e 
facilidade de implantação e a possibilidade de processamento manual.
Gestão de Estoque32
Como variação da média móvel, temos o método da média móvel 
Ponderada, onde os consumos nos períodos mais recentes recebem 
peso maior. Ela pode ser obtida da seguinte forma:
Onde:
PC = Previsão de Consumo
C = Consumo nos períodos anteriores
X = Fatores de importância
Temos também o método da média com ponderação exponencial, 
que se trata de um método relativamente simples, que precisa de três 
dados:
1) Previsão do último período
2) Consumo efetivo no último período
3) Determinação do coeficiente de ajustamento
Este método, busca prever o consumo seguindo sua tendência 
geral e eliminando variações aleatórias. No entanto, ele não deve ser 
utilizado com padrões de consumo de flutuações somente aleatórias, 
com tendência crescente/decrescente ou cíclicos. O seu cálculo pode 
ser obtido da seguinte forma:
PC = C x α + P x (1-α )
Gestão de Estoque 33
Onde:
PC = Previsão de Consumo
C = Previsão de Consumo no Período Anterior
P = Consumo Efetivo no Período Anterior
α = Coeficiente de Ajustamento
Gestão de Estoque34
Custos de Estoque
Dentre os principais custos relacionados aos estoques, temos:
 • Custos de capital: juros e depreciação
 • Custos com pessoal: salários e encargos sociais
 • Custos com edificação: aluguéis, impostos, luz e conservação
 • Custos de manutenção: deterioração, obsolescência e 
equipamento
Além disso, temos outros tipos de custos que são essenciais 
para a definição dos valores de estoque. O primeiro deles são os custos 
de armazenagem que são calculados com base no estoque médio e 
indicados como percentagem do valor em estoque.
Esses custos são proporcionais à quantidade em estoque e 
ao tempo de permanência em estoque e determinados por meio de 
fórmulas e modelos matemáticos.
A fórmula geral para cálculo dos custos de armazenagem é:
CA = (Q/2) x T x P x I
onde:
Q = Quantidade de material em estoque no tempo considerado
P = Preço unitário do material
I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de 
percentagem do custo unitário
T = Tempo considerado de armazenagem
Gestão de Estoque 35
Fonte: Freepik
Temos também os chamados custos de pedido, onde as 
principais despesas associadas são: mão-de-obra; materiais utilizados na 
confecção dos pedidos e; custos indiretos (telefone, energia, custos do 
departamento). O custo total do pedido é calculado da seguinte forma:
CTP = n x B
onde:
n = número de pedidos no período
B = custo unitário do pedido
Dessa forma, podemos dizer que o custo total de estoque, seria 
a soma dos custos de armazenagem com o custo total do pedido, 
podendo ser calculado da seguinte forma:
CT = (C/Q) x B + (Q/2) x P x I
Gestão de Estoque36
Assim, o grande objetivo da gestão de estoque é determinar o 
Q (quantidade do lote de compra) que vai minimizar o custo total. Este 
cálculo e todos os elementos relativos ao lote econômico de compras, 
será tratado em detalhes na Unidade 3.
Níveis de Estoque
Os estoques se tratam de recursos ociosos que possuem valor 
econômico, que representam um investimento destinado a incrementar 
as atividades de produção e servir aos clientes.
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O gerenciamento moderno avalia e dimensiona convenientemente 
os estoques em bases científicas, substituindo o empirismo por soluções. 
Toda empresa deve definir a forma como administra seus estoques 
buscando saber quando e quanto comprar, obtendo dessa maneira 
vantagem competitiva.
Gestão de Estoque 37
DIAS (2011)
Para isso devemos saber como entender e estipular os níveis de 
estoque das empresas, sobretudo, entender os gráficos de estoques são 
uma representação gráfica da variação dos estoques em função do tempo.
O modelo mais utilizado se trata da chamada curva dente de 
serra (figura a seguir), cujas premissas recaem sobre:
 • não existir alteração de consumo durante o tempo T;
 • não ocorrerem falhas administrativas que provoquem um 
atraso ao solicitar compra;
 • o fornecedor da peça nunca atrasar sua entrega;
 • nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de 
qualidade.
IMPORTANTE:
As premissas citadas anteriormente, na prática, são muitas 
vezes quebradas, o que gera um risco considerável de 
falta de estoque. A gestão de estoque deve minimizar esse 
risco utilizando métodos eficazes e que não incorram em 
aumentos substanciais nos níveis de estoque.
Gestão de Estoque38
Também temos que saber qual é o nível de estoque mínimo, que 
se trata de uma das alternativas de redução do risco de falta de estoque 
é a adoção de um estoque mínimo.
Aqui, o estoque de determinado item deve ser reabastecido 
ao atingir o nível mínimo. Essa quantidade será útil na ocorrência de 
imprevistos que atrasem a reposição, suprindo o consumo até a efetiva 
reposição, conforme nos mostra a figura a seguir:
DIAS (2011)
Com o estoque mínimo definido, devemos saber qual é o ponto 
de pedido, que se trata do nível de estoque que funciona como gatilho 
do pedido. Aqui se leva em consideração o tempo de reposição, que é 
o tempo gasto desde o início do processo de pedido até que o material 
esteja disponível para consumo.
Algumas etapas devem ser observadas em relação ao tempo de 
reposição:
 1) Emissão do pedido: emissão do pedido e recebimento pelo 
fornecedor; 
2) Preparação do pedido: tempo para fabricação, separação, 
faturamento e despacho; 
3) Transporte: saída do material do fornecedor até o recebimento 
do mesmo para consumo. 
Gestão de Estoque 39
DIAS (2011)
O processo de reposição do estoque deve ser iniciado quando 
o estoque virtual atingir um nível predeterminado, que é o ponto de 
pedido (PP) que pode ser calculado da seguinte forma:
CA = (Q/2) x T x P x I
onde:
Q = Quantidade de material em estoque no tempo considerado
P = Preço unitário do material
I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de 
percentagem do custo unitário
T = Tempo considerado de armazenagem
Outros conceitos que devemos entender são:
1) Consumo médio mensal (CM): média aritmética dos consumos 
realizados em determinado número de meses precedentes.
2) Estoque mínimo (E.Mn): quantidade de estoque que só será 
utilizada em caso de exceção;determinado estrategicamente
3) Estoque máximo (E.Mx): é atingido assim que um ressuprimento 
entra no estoque; soma do estoque mínimo com o lote de compra (Q), 
onde a fórmula é E.Mx = E.Mn + Q
Gestão de Estoque40
4) Estoque médio (EM): nível médio do estoque ao longo das 
operações, cujo cálculo pode ser realizado pela fórmula EM = E.Mn + Q/2
5) Intervalo de ressuprimento: período de tempo entre dois 
ressuprimentos consecutivos; pode ser fixado dentro de qualquer limite, 
dependendo das quantidades compradas
6) Ruptura do estoque: esvaziamento completo do estoque, de 
modo a não se poder atender a pedidos internos da produção ou de 
clientes externos
Métodos de Determinação do Estoque 
Mínimo
A fim de se evitar a ruptura no estoque e objetivando o 
funcionamento ininterrupto e eficiente do processo produtivo, faz-se 
necessário a implementação de um estoque mínimo ou de segurança.
VOCÊ SABIA?
O estoque mínimo também é conhecido como estoque 
de segurança. Se trata da quantidade mínima possível 
capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior ao 
programado.
Gestão de Estoque 41
Fonte: Freepik
Fonte: Freepik
Definir o estoque mínimo é um fator de suma importância para 
o gerenciamento do estoque, pois está diretamente ligada ao grau de 
imobilização financeira da empresa. Estabelecer um alto percentual para 
estoque mínimo a fim de não acarretar falta de material em estoque, 
apresentará um alto custo de armazenagem. 
Gestão de Estoque42
Em contrapartida, definir uma margem de segurança muito baixa 
proporcionaria um alto custo de esgotamento, que é aquele custo por não 
dispor o material quando necessário. As causas mais comuns das faltas de 
estoque são:
a. Oscilações no consumo;
b. Tempo de Reposição;
c. Rejeição por parte do Controle de Qualidade;
d. Remessa diferente do solicitado;
e. Diferenças no inventário.
Temos diferentes formas de estabelecer o estoque mínimo, vamos 
a elas:
1) Fórmula Simples: EMn = C x K , onde
C = consumo médio mensal
K = fator de segurança contra risco de ruptura
O fator K é proporcional ao grau de atendimento desejado para o 
item em questão.
2) Método da raiz quadrada: Este método considera que o tempo de 
reposição (TR) não varia mais do que a raiz quadrada de seu valor. Só deve ser 
usado se: o consumo durante o tempo de reposição for pequeno, menor que 
20 unidades; o consumo do material for irregular e; a quantidade requisitada ao 
almoxarifado seja igual a 1. A fórmula para cálculo é EMn= √C xTR
3) Método da Percentagem do Consumo: Este método considera os 
consumos passados, medidos em um gráfico de distribuição acumulativa. 
Pode ser calculado pela fórmula EMn = (C.máx – C.médio) x TR
4) Estoque Mínimo com Alteração de Consumo e Tempo de 
Reposição: Com relação aos métodos anteriores, tem a vantagem de poder 
ser aplicado em situações de mudanças no consumo e tempo de reposição, 
o que é mais compatível com os casos concretos. Pode ser calculado por 
Gestão de Estoque 43
EMn = T1 x (C2 – C1) + C2 x T4. Se não houver atraso no tempo de reposição, 
a fórmula se reduz para EMn = T1 x (C2 – C1)
Onde:
T1 = duração do estoque com o consumo inicial
C1 = consumo inicial
C2 = consumo alterado
T4 = atraso no tempo de reposição
Giro do Estoque
O giro do estoque permite comparar eficiência na administração 
dos estoques entre empresas de um mesmo setor. As empresas 
normalmente determinam a meta do giro de estoques e então avaliam 
o desempenho real.
A apreciação do índice de rotatividade fornece elementos para 
a aferição do comportamento do estoque, por meio da comparação 
com índices de anos anteriores ou mesmo com índices de empresas 
congêneres, fornecendo subsídios valiosos para ações e decisões que se 
fizerem necessárias.
Giro de estoque = Valor Consumido no Período 
 Valor do Estoque Médio no Período
Ou
Giro de estoque = Consumo Médio
 Estoque Médio
Gestão de Estoque44
BIBLIOGRAFIA
BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. 4. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2001.
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo 
de integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
CHITALE, A.K.; GUPTA, R.C. Materials Management: Text and 
Cases (2. edition). Nova Delhi: PHI, 2011.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem 
logística. São Paulo: Atlas, 2010.
POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: 
uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2001.
VIANA, J. J. Administração de Materiais: um enfoque prático. São 
Paulo: Atlas, 2011.
Aula 02
Livro Didático 
Digital
Rodrigo Souza da Costa
Gestão de Estoque
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial 
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico 
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor 
RODRIGO SOUZA DA COSTA
Desenvolvedor 
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor 
RODRIGO SOUZA DA COSTA
Sou o professor Rodrigo Souza da Costa e me sinto honrado por 
poder, de alguma forma, contribuir com sua formação. A área de gestão 
é um dos principais problemas (se não o principal) para o crescimento 
socioeconômico do país. 
Dessa forma, a importância de especializar-se fica cada vez mais 
evidente para quem busca uma posição de destaque no mercado. 
Nossa profissão é muito dinâmica. Mudanças nas formas de gestão nos 
coloca em constante busca por aprendizado e adaptação ao ambiente 
de competição das empresas.
Quando me foi passada a tarefa de lhe acompanhar em parte desse 
aprendizado, procurei buscar subsídios em minha formação e atuação 
profissional que pudessem ser relevantes para o seu aprendizado. Entre 
os meus passos nessa formação destaco: 
 • Sou graduado em Administração pela Universidade Estadual 
de Maringá (UEM), realizei meu Mestrado em Administração pela 
Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Doutorado em Administração 
pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
 • Atuo desde 2007 no ensino na graduação e Pós-graduação 
em diversas instituições do Sul do Brasil.
 • Realizo pesquisas na área de Administração, sobretudo no 
que tange a Estratégia Empresarial e Internacionalização de Empresas, 
tendo publicado mais de 40 artigos em periódicos e eventos nacionais 
e internacionais.
Ministro as seguintes disciplinas: Teoria das Organizações, 
Estratégias Empresariais, Diagnóstico Organizacional, Gestão de 
Recursos Empresariais, Gestão da Produção, Gestão da Cadeia de 
Suprimentos, dentre outras. 
Espero que possa contribuir significativamente nessa etapa de 
sua formação. 
INTRODUÇÃO: 
para o início do 
desenvolvimen-
to de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO: 
houver necessidade 
de se apresentar 
um novo conceito;
NOTA: 
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE: 
as observações 
escritas tiveram 
que ser prioriza-
das para você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado 
ou detalhado;
VOCÊ SABIA? 
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e 
links para aprofun-
damento do seu 
conhecimento;
REFLITA: 
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou 
discutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO: 
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma ativi-
dade de autoapren-
dizagem for aplicada;
TESTANDO: 
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo 
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha 
de aprendizagem toda vez que:
SUMÁRIO
Classificação, codificação e padronização de materiais .....................12
Classificação de Materiais ..............................................................................12Codificação de Materiais ................................................................................15
Principais Sistemas de Codificação ..................................................19
Outros Sistemas de Codificação ........................................................23
Padronização e Redução de Variedade ....................................................25
Materiais, mercadorias, bens e cargas ......................................................34
Embalagem e Materiais de Embalagem ..................................................38
Unitização de cargas .......................................................................................49
Bibliografia ..........................................................................................................57
Gestão de Estoque 9
UNIDADE
02
Gestão de Estoque10
Olá, meu caro aluno! Tudo bem com você? A nossa disciplina 
está tratando da Gestão de Suprimentos, Logística e Transporte, onde 
estamos vendo sobre a importância desta área essencial para o aumento 
da competitividade de qualquer empresa, pois trata diretamente de um 
dos principais setores quando o tema é a eficiência de custos.
Nesta terceira unidade, o essencial é que você entenda como 
ocorrem os processos de classificação e codificação de materiais. Serão 
apresentados aqui alguns dos principais conceitos e métodos para 
sistematização da codificação dos materiais em nossos estoques.
Também será apresentado para você como ocorrem os processos 
de padronização e redução da variedade de itens do estoque, com o 
objetivo de facilitar o controle dos itens que o compõe. Além disso, você 
verá os critérios utilizados para embalagem e unitização de cargas.
Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar 
neste universo!
INTRODUÇÃO
Gestão de Estoque 11
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso objetivo é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o 
término desta etapa de estudos:
 • Entender as formas de classificação e codificação de materiais;
 • Analisar o processo de codificação e padronização de itens;
 • Avaliar os materiais, mercadorias, bens e cargas;
 • Entender o processo de embalagem e unitização de cargas.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho!
OBJETIVOS
Gestão de Estoque12
Classificação, Codificação e Padronização 
de Materiais
Toda organização armazena um grande número de itens, 
geralmente mantidos em seus depósitos, armazéns e centros de 
distribuição, requerendo um sistema adequado para a sua identificação 
para evitar falhas e mal-entendidos na hora de localizá-los. Qualquer erro 
no momento da identificação e localização dos itens atrasará a entrega 
dos materiais, desperdiçará tempo na operação do almoxarifado, e 
consequentemente, a produtividade do departamento de materiais será 
afetada adversamente.
O gerente de materiais, que é responsável pela classificação 
dos materiais ao serem: recepcionados, inspecionados, registrados 
e enviados para estocagem nos depósitos, deverá adotar um sistema 
amplo de classificação de materiais de acordo com a sua natureza, 
usabilidade e serviço para que isto não se torne um problema crucial 
para a gestão logística.
E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
Classificação de Materiais
REFLITA:
Mas, em que consiste a classificação dos materiais? 
Classificar os materiais significa agrupá-los por 
características semelhantes (VIANA, 2002). Para uma 
excelente classificação de materiais, precisamos inserir 
um sistema que tenha uma capacidade enorme de 
resolução e que tenha uma gama de características e não 
somente materiais a classificar; flexibilidade, permitindo 
correspondências entre os vários tipos de classificação; e 
praticidade, permitindo uma classificação direta e simples.
Gestão de Estoque 13
E como podemos classificar os materiais em uma indústria? 
Em uma planta, almoxarifado ou armazém industrial, os materiais são 
classificados nas seguintes categorias (DIAS, 2010):
a) Matérias-primas: itens comprados dos produtores ou 
fabricantes originais e usados diretamente ou sujeitos a um processo de 
transformação na fabricação dos produtos da empresa, como os plásticos 
granulados, que são convertidos em peças moldadas de plástico que, por 
sua vez, serão matérias-primas para a montagem de algum produto ao 
longo da cadeia de suprimento.
b) Componentes de compra: itens acabados que a maioria das 
indústrias compra de fornecedores e efetua sua montagem para obter 
um produto acabado. Em geral, 95% dos componentes comprados 
não representam a competência essencial da compradora, mas os 
5% dos componentes fabricados internamente e que representam a 
competência essencial da empresa e participam do produto final, sendo 
usualmente peças críticas de elevado valor.
c) Materiais em processo: categoria representada por materiais 
em estado semiacabado como resultado de operação que está sendo 
realizada com as matérias-primas adquiridas externamente, e que 
constitui uma grande proporção do inventário mantido;
d) Bens ou produtos acabados: aqueles finalmente produzidos 
e prontos para serem comercializados, e que servem de “estoque 
regulador” entre o departamento de produção e de marketing.
Considerando a diversidade dos itens mantidos em estoque nos 
depósitos e armazéns para apoio ou uso na produção, podemos chamar 
a atenção das seguintes categorias (CHITALE; GUPTA, 2011):
a) Peças de reposição: itens relevantes que, em geral, representam 
a reserva de componentes do equipamento de produção que convertem 
as matérias-primas em produtos acabados, sendo classificados em três 
categorias: as vitais, pertencentes às máquinas cruciais cuja interrupção 
no funcionamento leva a uma paralização de toda a produção; as 
essenciais, pertencentes aos equipamentos da categoria seguinte, que 
estão disponíveis em maior número e desempenham operações de 
Gestão de Estoque14
semi-acabamento; e as desejáveis, pertencentes ao equipamento de 
acabamento, em maior número.
b) Consumíveis: materiais usados no processo de fabricação e que 
não podem ser reusados com o mesmo propósito, incluindo carvão, óleo 
mineral, lubrificantes, estopa de algodão, tintas, materiais de escritório, etc...
c) Combustíveis: itens do estoque de consumíveis usados diretamente 
na produção como óleo para fornalhas, fornos etc...; em certos casos, esses itens 
são considerados matérias-primas; por exemplo, o carvão é um combustível, 
mas também matéria-prima para a produção de ferro e aço.
d) Inflamáveis: itens que, devido à sua natureza perigosa, são 
estoca- dos geralmente o mais distante possível do prédio principal, 
com a presença de equipamento de combate a incêndio instalado bem 
próximo, e que incluem tintas, vernizes, solventes e filmes plásticos.
e) Produtos químicos: que devem ser armazenados, preservados 
e despachados com segurança, visto que o seu uso poderá pôr em risco 
até mesmo vidas humanas; e que incluem gases tóxicos e ácidos.
Outro item importante a ser analisado é de como é utilizado o 
material. Sobre a sua condição e usabilidade, esses materiais podem ser 
classificados em (DIAS, 2010):
a) itens servíveis, que ficam temporariamente fora de 
funcionamento e, após reparo, tornam-se novamente funcionais;
b) itens inservíveis, que incluem as sucatas – que já ultrapassaram 
a vida útil e são destinados ao descarte; e os obsoletos – itens antiquados 
e fora de uso devido às novas invenções no design;.
c) itens acabados e semiacabados, sendo acabados aqueles 
prontos para venda e semiacabados os que requerem processamento 
posterior na produção antes de serem postos à venda;
d) Itens de estoque morto, formado por máquinas e equipamentos 
de vida útil definida, que não podem ser baixados da conta patrimonial 
antes de sua data de validade;
e) Itens inutilizáveis, que não podemser usados na produção por 
estarem defeituosos e danificados devido ao uso.
Gestão de Estoque 15
Codificação de Materiais
Mas, por que é necessário codificar os materiais? Mesmo 
mantendo estoques de grande número de itens, frequentemente 
ocorrem faltas de itens nas organizações.
Isto se deve, segundo Chitale e Gupta (2011), em grande parte, à forma 
de identifica-los pela prática comum de descrevê-los por nomes individuais; 
e visto que vários departamentos usam o mesmo item, este poderá receber 
vários nomes diferentes e ficar armazenados em locais distintos.
Um exemplo muito rico desta prática aconteceu no Reino Unido, 
onde uma empresa de eletricidade descobriu que um único item (um 
pino de aço de certas dimensões), havia recebido 118 denominações, 
dependendo do tipo de utilização.
Fonte: Freepik
Gestão de Estoque16
Um sistema de codificação adequado removeu os 118 locais de 
estoque e com eles os inventários, entradas, itens obsoletos associados etc.
Existem alguns sistemas oficialmente padronizados para codificar 
algumas mercadorias, porém, no campo empresarial, esse sistema é 
desenvolvido de acordo com a solicitação da empresa, conforme as 
necessidades do ramo e tamanho da empresa.
Como exemplo, a representação de cada item pode ser realizada 
por um número, cujos dígitos indicam o grupo, subgrupo, o tipo e 
a dimensão do item; ou por uma letra associada ao conteúdo de um 
mesmo metal, digamos, ferrosos, não ferrosos etc...
Nas bibliotecas do mundo inteiro é adotada a classificação universal 
de codificação, com o uso de decimais para identificação dos itens.
DEFINIÇÃO:
A codificação é uma variação da classificação de materiais, 
que consiste na representação dos itens por meio de um 
conjunto de símbolos alfanuméricos, ou simplesmente 
numéricos, que traduzem as características dos materiais, 
de maneira racional, metódica e clara, para se transformar 
em linguagem universal de materiais na empresa (VIANA, 
2011).
Gestão de Estoque 17
Fonte: Freepik
Os determinados sistemas de codificação, como por exemplo, 
o sistema de geração de códigos (SGC) e o sistema para alimentar 
computadores (SAC) são combinados para a utilização com gráficos de 
barras e outras formas de identificação por dispositivos de leitura ótica 
(scanners), permitindo assim, o conhecimento do número de lote, série, 
data de fabricação e de validade, e outros dados (DIAS, 2010).
Mas, quais seriam os objetivos e as características desejáveis de 
um bom sistema de codificação? Então, um bom sistema de codificação 
se apoia em bases técnicas a partir da análise dos materiais utilizados 
pela empresa, visando facilitar a sua identificação e especificação 
na comunicação interna e em documentos comerciais, inclusive 
internacionais, da empresa para:
a) Evitar a duplicidade de itens; 
b) Facilitar a gestão de estoques e aquisições, o controle contábil e 
a padronização dos materiais; 
c) Permitir a fácil localização e o funcionamento adequado do 
depósito ou armazém.
Para que este sistema seja eficiente, deve ser simples e de fácil 
entendimento, deve ser também de aplicação rápida e que abranja todos 
os materiais e ter como base que cada código represente exclusivamente 
um item.
Gestão de Estoque18
Essa codificação deve ser compacta, concisa, consistente e flexível 
o bastante para que todos os novos itens e inteligível e orientada no 
sentido da organização individual.
Esses agrupamentos devem ser lógicos, mantendo partes similares 
próximas uma da outra. Tanto quanto possível, devem ser adotadas 
dimensões uniformes, por exemplo, segundo o sistema métrico decimal 
e cada dígito deve significante o suficiente para representar algumas 
características ou aspectos dos itens.
Um sistema de codificação adequado à empresa deve ser 
desenvolvido de forma a obter os benefícios de descrições abreviadas e 
curtas dos itens; identificação lógica e precisa, com cada código indicando 
o tamanho, qualidade, preço, usabilidade, características especiais, 
especificação do item; prevenção de duplicidade, estabelecendo-se a 
formação de um vocabulário do estoque constituído por um:
a) código principal, um subcódigo e um código descritivo; 
b) compatibilidade com o sistema de gestão informatizado da 
empresa; padronização e redução da variedade; 
c) facilidade na localização física dos itens; 
d) simplificação no trabalho de preenchimento e atendimento de 
pedidos de compra; 
e) melhoria na eficiência de desempenho do almoxarifado 
permitindo o controle do estoque, registro e inspeção mais rápidos, 
custeio e precificação mais precisos e confiáveis, minimização de 
fraudes e contribuindo para uma melhor implantação do planejamento e 
programação na produção.
 
São solicitações que devem ser cumpridas, por outro lado, a 
codificação apresenta certos problemas e a maioria resulta da capacidade 
humana. Incluímos também alguns erros devido à falha humana na 
solicitação de compra podendo acontecer prejuízos ao plano de produção 
e difícil localização de erros de codificação, consumindo tempo e mão de 
obra nessa tarefa.
Gestão de Estoque 19
O sistema é difícil de memorizar, podendo acontecer duplicidades 
e possibilidade de alguns erros e mal-entendidos de codificação. Devido 
ao pequeno número de letras, é difícil selecionar as letras adequadas 
para cada um dos itens do estoque, sendo comum a repetição das letras 
em um único e no mesmo código e é impossível expandi-lo para o nível 
desejado.
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Principais Sistemas de Codificação
Os principais sistemas de codificação de uso comum atualmente 
são: sistema alfabético, sistema numérico, sistema decimal e sistema 
alfanumérico.
No sistema alfabético, composto por letras do alfabeto que 
formam os códigos para os materiais, sem relações com números. No 
geral, a primeira letra do nome do material ela não varia o ponto de partida 
da codificação e, com isso as outras letras são usadas dependendo de 
algumas características dos itens.
Gestão de Estoque20
Porém, este sistema é simples, ele não requer treinamento para a 
alocação do código ou implementação, e é indicado somente àqueles 
almoxarifados de pequeno porte ou com pequeno número de itens.
Matérias‑primas Códigos
Materiais de escritório ME
Lápis ME‑L
Caneta ME‑C
Papel ME‑P
Grampos ME‑G
Fita gomada ME‑F
Envelopes ME‑E
Tabela 3.1 – Exemplo de Sistema de Codificação Alfabético
Fonte: Elaborado pelo Autor (2019)
Já no sistema numérico, os números são adotados como códigos 
dos materiais, necessitando provisões para futura expansão, de acordo 
com as seguintes versões:
a) Único número: cada item recebe um único número;
b) Bloco: itens de naturezas semelhantes são agrupados e cada 
grupo recebe um bloco de números, que poderá posteriormente 
ser subdividido de acordo com a necessidade; por exemplo, bloco 
de 1 a 500 para matérias‑primas; bloco de 501 a 1.000 para materiais 
de prateleiras e de 1001 a 1.500 para consumíveis etc...; e os grupos 
admitindo subgrupos, como por exemplo, em matérias‑primas, de 1 a 
100, 101 a 200, 201 a 300 etc.
c) Números com traços ou barras: este é um melhoramento no 
sistema de bloco de números, onde é colocado um traço ou uma barra 
entre certos dígitos para descrever as características de variação do item 
que está sendo codificado. Um exemplo das versões da codificação 
alfabética é apresentado abaixo.
Gestão de Estoque 21
Materiais
Único 
número
Bloco de 
números
Número e 
traço
Número e 
barra
Matérias-primas 01 1-100 17 17
Minério de Ferro 05 1-10 17-1 17/1
Lingote de Ferro 06 11-20 17-2 17/2
Tubo de Ferro 07 21-30 17-3 17/3
Vergalhão de Ferro 08 31-40 17-4 17/4
Chapa de Ferro 09 41-50 17-5 17/5
Barra de Ferro 10 51-60 17-6 17/6
Minério de Ferro 11 61-70 17-7 17/7
Tabela 3.2 – Sistemas de Codificação Numérica
Fonte: CHITALE; GUPTA (2011)
Este tipo de sistema numérico é um sistema simples, flexível até 
certa extensão e pode ser ajustadode acordo coma necessidade da 
empresa, mas não tão flexível quanto necessário. Ele não está livre de 
repetições nem é simples para trabalhar nem tão pouco memorizar, 
sendo recomendado apenas para pequenos depósitos ou almoxarifados, 
pois pode complicar no lugar de ajudar o crescimento da empresa.
Com relação ao sistema decimal, é amplamente baseado no 
sistema de codificação numérico de traço e barra, envolvendo a divisão 
dos códigos e item ou departamento do estoque em três categorias:
a) classificação principal, como matérias-primas, materiais de 
embalagem, materiais acabados etc.;
b) subclassificações da classificação principal de acordo com a 
sua natureza, uso, qualidade, características etc...;
c) divisões dessas subclassificações materiais em diferentes 
classificações, tais como qualidade do material, componentes, aparência, 
preço, disponibilidade, fonte de fornecimento, comercialização, 
pesquisa de uso etc... Neste sistema, cada categoria de material indicada 
é separada de outra por um ponto decimal e os dígitos entre pontos 
decimais podem ser tantos quantos necessários (em geral, não mais que 
quatro).
Gestão de Estoque22
Esse método é simples e claro, permitindo a expansão até o limite 
mais amplo, sem risco de duplicidade; porém, ele se torna complicado, 
podendo resultar em erros; é necessário ter conhecimento técnico, ele 
é recomendado neste caso para grandes armazéns e considerado a 
alternativa mais científica de todas as abordagens conhecidas.
O sistema decimal mais conhecido e utilizado globalmente é o 
Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, ou 
simplesmente Sistema Harmonizado (SH), que engloba a nomenclatura 
aduaneira, codificação e classificação de mercadorias para importação 
e exportação.
Mantido pela Organização Mundial de Alfândegas (WCO) e 
utilizado pelas alfândegas de mais de duzentos países, classifica as 
mercadorias em ordem crescente de valor agregado na produção, 
contando com 21 seções, que contêm 99 capítulos, três dos quais em 
branco, sendo o 77 para utilização futura quando necessário; e 98 e 99: 
destinados ao uso pelo próprio país.
Fique atento, pois alguns países estendem sua estrutura 
para nomenclaturas de oito dígitos, como no caso dos membros do 
MERCOSUL, para classificação das tarifas e restrições de importação, 
estatísticas de comércio exterior, etc...
Por fim, temos o sistema alfanumérico, onde combinamos o 
sistema alfabético com o numérico. Esse sistema foi desenvolvido para 
aproveitar as vantagens de ambos, mantendo a simplicidade e facilidade 
de identificação e a facilidade de expansão em estágio posterior.
SAIBA MAIS:
A nomenclatura é composta de seis dígitos que 
representam o capítulo (os dois primeiros); a posição dentro 
do capítulo (terceiro e quarto); subposição simples (quinto); 
e subposição composta (sexto).
Gestão de Estoque 23
Outros Sistemas de Codificação
A marcação representa outro método de identificação dos itens 
do almoxarifado, havendo dois tipos usualmente adotados com esta 
finalidade: por cores e a secreta (CHITALE; GUPTA, 2011).
As marcas de cores em materiais como metais, cabos, tambores e 
itens similares são feitas para suplementar o código numérico e facilitar 
sua identificação, ou para alguns materiais que não podem fazer uso do 
código numérico, sendo um método simples e fácil de compreender, 
porém de baixo uso devido ao limitado número de cores disponíveis e 
de aplicação restrita a alguns materiais, visto que não cabem em peças, 
como rolamentos de esferas, molas, etc...
IMPORTANTE:
Para aplicar os códigos sob este sistema, os materiais são 
primeiramente agrupados juntos como usualmente é, 
e um título é concedido para cada um dos grupos então 
formados. Então, os números são adotados ou baseados 
no sistema de blocos ou no sistema de traço e barra.
NOTA:
Às vezes, combina o sistema alfabético e o decimal, 
portanto, com os números adotados para os diferentes 
materiais como códigos baseados no sistema decimal. 
Gestão de Estoque24
São gravadas em um local dentro do item, permanecendo 
invisíveis e reconhecidas somente por funcionários mais graduados do 
almoxarifado.
IMPORTANTE:
Estas marcas secretas são utilizadas com sucesso em itens 
mecânicos de elevado custo ou valor, sujeitos a furtos e 
pilhagens, de forma a detectá-los facilmente nas lojas 
onde são vendidos ou em locais onde são usadas, essas 
marcas secretas não são visíveis.
Gestão de Estoque 25
Padronização e Redução de Variedade
Uma norma é fruto de consenso de acordo firmado entre partes 
(VIANA, 2011). Por outro lado, o significado geral de padrão é de um 
modelo ou um acordo geral estabelecido por consenso no setor 
industrial, acadêmico, especialistas no assunto ou por autoridade 
(CHITALE; GUPTA, 2011).
Hoje existem vários tipos de normas, inclusive sobre procedimento, 
especificação, padronização, terminologia, simbologia, método de 
ensaio, classificação, etc... Por outro lado, os padrões e normas, são 
desenvolvidos nos mais diversos contextos, incluindo os seguintes 
(DIAS, 2010):
a) industriais, exclusivos de um setor industrial, por exemplo, 
tipos de paletes usados na movimentação de mercadorias em plantas, 
armazéns e supermercados;
b) nacionais, quando há exigência de conformidade de materiais 
e processos com as normas brasileiras publicadas pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);
c) internacionais, quando os itens deverão estar de acordo com 
normas da Organização para a Padronização Internacional – ISO; ou 
outras entidades internacionais.
DEFINIÇÃO:
Mas o que significa padronização? Bem, se trata de uma 
forma de normalização que consiste na redução do 
número do tipo de produtos ou componentes, dentro de 
uma faixa definida, ao número adequado para atendimento 
das necessidades vigentes em dada ocasião (VIANA, 2011).
Gestão de Estoque26
Em uma análise de materiais, para obter um bom intercâmbio e 
redução de variedade que resulte em economia, sendo considerado um 
eficiente instrumento na produção de rentabilidade e competitividade em 
mercados internacionais, eliminando os desperdícios devido à garantia 
de qualidade e estímulo à produtividade e facilidade de absorção de 
tecnologias avançadas.
A padronização de materiais oferece numerosos benefícios à 
indústria, tais como (VIANA, 2011):
a) eliminação de descrições detalhadas e desnecessárias nas 
especificações;
b) obtenção de uma base uniforme e clara para a comparação 
precisa das cotações de preços para a mesma mercadoria requerida 
pelo comprador e oferecida por mais de um vendedor, com melhor 
disponibilidade, preço ou prazo de entrega, ou contratar fornecimento 
contínuo com o mesmo vendedor;
c) redução da variedade e padronização para tamanhos, graus, 
formas, cores, tipos de peças, obtendo peças intercambiáveis e mais 
econômicas;
d) redução dos custos de inspeção e de qualidade, com eliminação 
desse processo para fornecedores pré-qualificados e certificados, e uso 
de amostragem para itens de empresas de tradição;
e) melhoria da qualidade, do tamanho do lote, carregamento e 
programação, aumento da utilização das máquinas e redução do custo 
de produção;
f ) concentração dos esforços na fabricação, portanto, simplificação 
e especialização, e dos esforços de compra, redução do trabalho 
burocrático e do custo de aquisição através de compras no atacado;
g) redução nos custos de reparos e manutenção; de embalagem 
e movimentação de materiais, mediante unitização de cargas; e na 
quantidade e custo de estoques de materiais, semiacabados e produtos 
acabados;
h) redução do tempo de espera, do processo contábil, de registros 
e documentos, dos desperdícios e das chances de obsolescência 
Gestão de Estoque 27
dos materiais. Esses resultados permitem a redução do preço, maior 
competitividade dos produtos e potencial expansão do mercado.
Uma redução da variação dos produtos,com certeza, é uma 
consequência da boa padronização. Enquanto o pessoal de design 
e da pesquisa e desenvolvimento apreciam a criação de variedade 
de produtos para impressionar a alta administração e exibir talento, o 
pessoal da produção e, em especial, do Departamento de Materiais 
prefere menos variedade devido ao objetivo de produzir inúmeros lotes 
de grandes quantidades para um só ajuste do equipamento, reduzindo 
o custo unitário do produto.
O contexto da padronização e da redução da variedade concentra-
se nos produtos acabados, nos quais predomina a variedade devido 
ao breve ciclo de vida da maioria dos produtos, especialmente de alta 
tecnologia.
Como alguns vendedores insistem na variedade de produtos 
para satisfazer o gosto dos clientes, o pessoal da criação deve 
arranjar combinações inteligentes com a submontagem sem alterar a 
padronização no plano dos componentes.
O impacto da redução de variedade pode ser significante sobre 
a lucratividade da empresa, gerando prosperidade as empresas em 
particular e à economia como um todo, devido aos seguintes fatores 
(VIANA, 2011):
EXPLICANDO MELHOR:
No entanto, é desejável em todos os níveis do processo, 
incluindo de matérias-primas e componentes, mediante 
certificação de qualidade dos fornecedores e do 
equipamento de produção, gerando custos mais baixos de 
aquisição, também devido a descontos de quantidade.
Gestão de Estoque28
a) aumento de produtividade em espiral, em consequência da 
redução nos custos e aumento na demanda pelos produtos (Figura 3.2);
b) redução no custo de fabricação, aproveitando economias de 
escala com quantidades produzidas por jornada cada vez maiores;
c) redução no nível de estoques e do número de tipos e categorias 
de itens; e do capital investido em estoque;
d) redução no custo de aquisição, devido à compra de um número 
menor de itens padronizados no atacado com descontos de quantidade;
e) redução no custo de mão de obra devido à maior experiência e 
especialização de trabalhadores, pois de acordo com a teoria da curva 
de aprendizagem, a cada período que o número de peças produzidas é 
dobrado, o tempo médio acumulado por peça é reduzido e o custo de 
produção é reduzido a certa taxa de aprendizagem.
f ) potencialização da competitividade em novos mercados através 
da melhoria na utilização do equipamento de produção e na qualidade, 
com um menor número de ajustes e de jornadas de produção, maior 
especialização dos trabalhadores e maior eficácia na promoção de 
vendas concentrada com o mesmo custo.
Gestão de Estoque 29
Figura 3.1 – Espiral da Produtividade
Fonte: CHITALE; GUPTA (2011)
Mas, quais são as relações entre padronização, simplificação e 
especialização? Bem, qualquer análise econômica realizada do design 
de produtos deve considerar os efeitos da padronização, simplificação e 
especialização, processos geralmente relacionados em um conjunto e 
desenvolvidos em uma sequência lógica e referidos como “Os três S’s” 
(CHITALE; GUPTA, 2011).
De acordo com uma ampla quantidade de exigências, primeiro 
precisamos desenvolver a padronização mediante classificação, definição 
e elaboração das características essenciais, de modo a permitir a variedade 
mínima requerida para satisfazer tais atributos essenciais, processo típico 
de engenharia. Dentro de certa faixa, um processo de simplificação 
pode ser realizado com uma visão de reduzir a variedade dos produtos e 
materiais, sendo um processo econômico, como de engenharia, e tem a 
especialização, como um de seus resultados naturais.
Gestão de Estoque30
Já em outra situação, a Simplificação é o processo de reduzir o 
número de tipos de produtos dentro de uma faixa definida, uma tentativa 
de reduzir a variedade. E, finalmente, Especialização é o processo em 
que as empresas privadas se concentram para a fabricação de um 
número limitado de produtos ou tipos de produtos, visando ao aumento 
na participação ou a liderança de mercado.
É necessário verificar qual será o escopo da padronização, pois 
ela abrange um grande campo de atividades, dentre elas:
a) dimensão física e tolerâncias dos componentes dentro de uma 
faixa definida;
b) avaliação das máquinas ou equipamentos (em unidades de 
energia, temperatura corrente, velocidade);
c) especificação das propriedades físicas e químicas dos materiais;
d) métodos de testar as características de desempenho;
e) métodos de instalação para obter a conformidade com as 
medidas de precaução mínimas e conveniência de uso. As categorias 
relacionadas à redução de variedade e certos aspectos de qualidade, 
visam a intercambialidade de componentes e conjuntos para montagem; 
e neste contexto, a adoção de padrões de matérias-primas torna-se um 
dos fundamentos do design do produto.
DEFINIÇÃO:
Padronização é o processo de definir e aplicar as condições 
necessárias para assegurar que certa faixa de exigências possa 
normalmente ser satisfeita com um mínimo de variedade e de 
maneira reproduzível e econômica com base nas melhores 
técnicas correntes; portanto, a redução de variedade é a 
essência da padronização com efeito na produção e nos 
tempos de ajustes das máquinas; e neste contexto, deve 
ser destacada a grande importância do sistema ISO 9000 
de padrões internacionais, que se tornou um sinônimo de 
qualidade e prestígio, e uma condição almejada pela maioria 
das indústrias para competir globalmente.
Gestão de Estoque 31
A precisão requerida pelo processo de fabricação é outro pré-
requisito da intercambialidade, a fim de obter produção dentro das 
tolerâncias especificadas. Isto implica que o controle da produção tem 
que ser mais rigoroso de forma que qualquer desvio de padrões dados 
seja imediatamente notificado para que a ação adequada seja adotada 
para evitar que o processo fuja do controle.
Outra questão que temos que ter atenção é sobre o contexto da 
simplificação que se trata de uma fonte constante de desacordos entre o 
Departamento de Marketing, cujos vendedores lutam para oferecer várias 
ofertas de produtos próximas do que os clientes desejam e satisfazê-
los com uma escolha; e o pessoal do departamento de produção, que 
prefere uma pequena variedade, o mínimo tempo de preparação de 
máquina e jornadas mais longas para a produção de um mesmo item.
Pela simplificação, o Departamento de Produção melhora o 
planejamento e consegue taxas mais elevadas de produção e de 
utilização da máquina e simplificação dos procedimentos de controle. 
Na área de materiais, pode-se entender padronização como sinônimo 
de simplificação (VIANA, 2011).
Outra pergunta que devemos nos fazer é quais os efeitos da 
simplificação e da redução de variedade? Bom, de um lado a simplificação 
reduz os estoques de materiais e de produtos acabados, o investimento 
na planta e no equipamento, o pessoal técnico necessário e o preço de 
venda; economiza espaço de armazenagem, simplifica o planejamento 
NOTA:
No entanto, padronização e intercambialidade impõem 
certas limitações ao projetista, requer muita experiência e 
esforços no planejamento, devendo ser ressaltado que um 
dos objetivos dos padrões é oferecer soluções para aliviar 
os projetistas da tarefa de ter que resolver novamente 
alguns problemas básicos, concedendo-lhes mais tempo 
para se concentrarem nos aspectos mais amplos do projeto.
Gestão de Estoque32
e controle; e encurta ou elimina as filas de pedidos (CHITALE; GUPTA, 
2011).
Por sua vez, a variedade cria demanda e satisfaz uma ampla faixa 
da demanda existente; habilita melhor contato com os clientes para 
estudar gostos e exigências; e evita a perda de pedidos para produtos 
concorrentes.
Neste contexto a variedade encoraja o consumo e, com relação 
aos bens de consumo, o efeito psicológico da abundância cria demanda; 
por outro lado, a pesquisa de mercado de algumas empresas tem 
sugerido que, em certos casos, produtos similares tendem a capturar 
aproximadamente a mesma parcelado mercado.
O aumento da variedade até a extensão encontrada atualmente 
na indústria gera perspectivas de aumento da demanda total e na 
participação da empresa no mercado.
Fonte: Freepik
Esta situação conquista o cliente, que, em muitos casos, deixa 
de avaliar a fina distinção entre produtos similares e tem que fazer uma 
Gestão de Estoque 33
escolha casual ou de investir mais esforços, tempo, estudo e, muitas 
vezes, dinheiro, para se habilitar a uma escolha inteligente.
Portanto, a redução da variedade, além de indesejável para o 
cliente, é também indesejável para a firma, pois, quando a simplificação 
é aplicada, uma análise do mercado, muitas vezes, mostra que a 
variedade excedeu de longe o ponto de saturação e que um aumento 
na variedade não será sequer notado pelo mercado.
Além do mais, a divisão do mercado entre um número muito 
grande de produtos torna cada participação tão pequena que os preços 
têm que ser mantidos em altos níveis para evitar perdas.
Quando temos uma enorme variedade, a análise das vendas 
pode ser realizada para estabelecer a competitividade dos produtos. 
Quando a receita de vendas acumulada é plotada contra o número 
de produtos oferecidos ao mercado, é geralmente evidenciado que 
um número relativamente pequeno de itens contribui para o total das 
vendas, conforme a figura a seguir:
Figura 3.3 – Natureza do Custo Total antes e depois da Redução de Variedade
Fonte: CHITALE; GUPTA (2011, p. 75)
Gestão de Estoque34
Isto é muitas vezes referido na indústria como relação “25% - 
75%”, porque em muitos casos, foi observado que 25% dos produtos 
respondem por 75% da receita, embora vários estudos tenham revelado 
uma relação tão pequena quanto 10% - 90%. Isto leva ao esgotamento 
desnecessário dos esforços da empresa, que devem ser direcionados 
para promover produtos mais lucrativos.
Uma situação mais desejável se evidencia quando a 
responsabilidade pela receita é distribuída mais equitativamente entre 
os produtos, isto é, quando a curva é plana como a linha inferior do 
gráfico acima, obtida através da redução da variedade.
Materiais, mercadorias, bens e cargas
Primeiro, temos que saber quais os conceitos de “materiais”, 
“mercadorias”, “bens” e “cargas”.
DEFINIÇÃO:
Materiais são “todas as coisas contabilizáveis que entram 
como elementos constituídos ou constituintes na linha de 
atividade de uma empresa” (VIANA, 2011, p. 41). Segundo o 
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2009), material é 
tudo aquilo “formado de matéria”, portanto, tangível. 
Por sua vez, mercadoria é qualquer produto – matérias-primas, 
gêneros, artigos manufaturados, etc..., suscetível de ser comprado ou 
vendido; bem é algo suscetível de uma apropriação legal; tudo aquilo 
que é propriedade de alguém. Já carga é aquilo que é ou pode ser 
transportado ou suportado por pessoa, animal, veículo, aparelho, 
estrutura, etc... (DIAS, 2011).
Gestão de Estoque 35
Em um primeiro momento, os materiais são objetos tangíveis 
e mercadorias, associadas ao comércio, podem incluir serviços; bens 
representam propriedades e cargas abrangem materiais, mercadorias e 
bens preparados ou destinados ao transporte.
De acordo com a origem, as mercadorias podem ser classificadas 
em originárias do reino animal, vegetal ou mineral. Apesar da enorme 
distinção dessas naturezas, o controle dos produtos tende a ser exercido 
com a mesma intensidade.
Os produtos de origem animal e vegetal requerem inspeção 
sanitária e fitossanitária, respectivamente. E alguns minerais são 
controlados em virtude de certas propriedades danosas à saúde 
pública ou ao meio ambiente, incluindo radioatividade, toxicidade, 
combustibilidade, etc...
Fonte: Freepik
Gestão de Estoque36
Quanto ao estado físico em que se encontram na natureza, 
ou em que são comercializados, transportados, armazenados ou 
utilizados, os materiais podem ser sólidos, líquidos e gasosos, atributo 
que afeta diretamente as formas de embalagem, acondicionamento, 
armazenagem e transporte usado na sua distribuição.
Em relação ao processo de agregação de valor pela da empresa, 
materiais e mercadorias são tratados como bens adquiridos na forma de 
matérias-primas, secundários e consumíveis, e expedidas como bens 
intermediários, semimanufaturados, manufaturados que, se destinados a 
consumo, ou são bens de consumo duráveis ou bens de consumo final.
Por outro lado, as mercadorias, mas não materiais, como 
máquinas, equipamentos, veículos, embarcações, aeronaves, aparelhos, 
instrumentos são bens de capital ou de produção.
Os materiais, que incluem matérias-primas, consumíveis, 
embalagens, materiais em processo, produtos acabados, resíduos e 
sucatas, podem ser considerados mercadorias, bens e cargas, quando 
estes termos são aplicados a itens do ciclo produtivo e comercial da 
empresa.
Também se confundem com mercadorias, quando são 
considerados sob certos aspectos, como origem, estado físico, 
propriedades físicas e químicas, dentre outras.
Devemos também verificar como os materiais e mercadorias são 
apresentados para o transporte. Materiais, mercadorias ou bens, quando 
disponibilizados para transporte, são tratados como cargas que podem 
ser classificados de acordo com suas características básicas, inclusive: 
estado físico, estado natural, potencial de danos à saúde e ao ambiente, 
necessidade de condições especiais para conservação (POZO, 2011).
No entanto, tendo consideração às necessidades de embalagem e 
acondicionamento, as cargas são padronizadas, para fins de transporte, em:
Granéis, que não utilizam embalagem, podendo ser:
a) líquidos, como água, álcool, mentalmente petróleo e derivados;
b) granéis secos que, por sua importância, são denominados de 
primeira ordem (minério de ferro, cereais, carvão, bauxita, alumina e 
fosfatos); 
Gestão de Estoque 37
c) neogranéis (granéis secos com certo grau de valor agregado).
Cargas geral ou convencional, compostas de manufaturados, que 
podem se apresentar:
a) soltas, fracionárias ou não unitizadas;
b) unitizadas (conjunto de cargas soltas acondicionadas em 
um dispositivo especial para transporte e movimentação (palete ou 
contêiner), ou amarradas em lotes com cintas metálicas prontas para 
serem içadas (pré-ligadas); 
c) cargas especiais, aquela com exigências de controles de 
temperatura e pressão (carnes e outros alimentos); segurança (perigosas); 
higiene e alimentação (animais vivos), etc.
Também devemos verificar a forma de como os materiais e 
mercadorias são tratados legalmente. Para conferir maior clareza na 
análise dos tratamentos administrativos e contábeis a que são sujeitos 
os materiais, mercadorias, bens e cargas, ao longo da cadeia de 
suprimento, foram selecionadas as seguintes categorias (DIAS, 2011):
1. Bens manufaturados: mercadorias que foram processadas de 
alguma maneira (beneficiadas, transformadas etc...), abrangendo os 
bens intermediários e os produtos finais ou acabados.
2. Bens semimanufaturados: aqueles que ainda requerem 
beneficiamento ou transformação, antes de destinados ao consumo ou 
uso.
3. Bens industriais: utilizados na produção de bens ou serviços de 
grande consumo não duradouros, duradouros, outros bens ou serviços 
industriais.
4. Bens complementares: bens econômicos que devem ser 
combinados para satisfazer uma necessidade, tais como café e açúcar; 
automóvel e gasolina; escova e creme dental, etc...
5. Bens de consumo: aqueles usados por consumidores finais; 
abrangem os bens de consumo duráveis, que têm utilidade durante um 
longo período de tempo, normalmente sobrevivendo a várias utilizações, 
Gestão de Estoque38
Fonte: Freepik
como os eletrodomésticos e outros equipamentos para o lar; e os bens 
de consumo não duráveis, aqueles destinados ao consumidor final para 
consumo imediato ou no curto prazo, como os produtos alimentares, de 
higiene pessoal e de limpeza para o lar.
6. Bens intermediários: bens manufaturados

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