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Curso_ 222RGR2497A - PRINCÍPIOS DA ANIMAÇÃO3

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29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 1/27
PRINCÍPIOS DA ANIMAÇÃOPRINCÍPIOS DA ANIMAÇÃO
TEMPO E EXPRESSÃOTEMPO E EXPRESSÃO
Autor: Me. Luís Gustavo Luz
Revisor : Edni l ton Costa
IN IC IAR
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 2/27
introdução
Introdução
Olá, aluno(a)!
Os princípios que traremos a seguir fazem parte dos doze princípios da
animação, reunidos por Frank Thomas e Ollie Johnston. Temporização ( timing
), encenação ( staging ), exagero ( exaggeration ), desenho volumétrico ( solid
drawing ) e apelo ( apeal ) serão apresentados de maneira sucinta, para que
você possa ter um ponto de partida claro, que sirva de base para os seus
estudos na área.
O trabalho do animador requer que uma série de decisões sejam tomadas,
para que uma pilha de desenhos se torne sequências coesas e com vida, que
emulam movimento e são capazes de provocar emoções. Cada um dos
princípios que estudaremos contribui, à sua forma, para que conquistemos o
objetivo de produzir uma animação com qualidades que atraiam o
espectador.
Bons estudos!
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 3/27
Um piscar de olhos leva uma fração de segundo e é quase imperceptível para
o observador; já um único passo de um jabuti pode durar intermináveis
segundos. Ações acontecem no tempo e, quando estamos produzindo
animações, precisamos planejar e ajustar o tempo de duração de cada uma
das ações, de modo que elas produzam o efeito que desejamos. Para tal,
devemos estudar a temporização ( timing ), que é o princípio que trata do
tempo de duração das ações em uma animação.
TemporizaçãoTemporização
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 4/27
E como funciona o tempo na animação? Ora, o tempo na animação é
expresso pela quantidade de frames que dura essa ação, em relação a sua
taxa de exibição. Por exemplo, em uma animação exibida a uma taxa de 24
FPS (frames por segundo), uma ação de dois segundos e meio ocupa 60
frames; se a ação é bem rápida, e dura um sexto de segundo, ela se
desenvolverá em apenas 4 frames.
É papel do animador, ou do intervalista, caso estejamos tratando de grandes
produções, ajustar o tempo de duração de uma ação, para que ela seja
verossímil e/ou provoque o efeito desejado sobre o espectador.
Se você estiver animando uma cena em que uma xícara cai no chão, de cima
de uma mesa de 80 centímetros, o que você pode fazer para saber em
quantos frames se dará esta queda? Há algumas maneiras. Uma delas, é
desenhar as poses extremas da ação e ir fazendo testes acrescentando
frames intermediários. Você também poderia tentar cronometrar o tempo de
queda, derrubando um objeto qualquer de cima de uma mesa, mas como o
intervalo é muito curto, é possível que sua medida não seja precisa o
su�ciente. Outra alternativa é �lmar um objeto caindo da mesma altura ou
achar um vídeo em que isso ocorra e, simplesmente, contar os frames, com o
auxílio de um software de edição de vídeo.
Figura 3.1 - Cronometragem da duração da ação 
Fonte: Orcea David / 123RF.
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 5/27
O princípio da temporização requer experimentações e ajustes. Com o tempo,
o animador vai fortalecendo a sua noção de duração de cada ação, mas, até
lá, é preciso fazer muitos testes e correções até achar o tempo ideal de cada
ação.
Os ajustes de movimento são feitos por meio do controle do espaçamento
(spacing), que é a distância entre a posição de um objeto ou personagem em
um frame e o frame subsequente. A partir desse conceito, podemos fazer
ajustes considerando outros princípios, como o da aceleração e o da
desaceleração, por exemplo. Temporização e espaçamento são os dois
elementos básicos da animação (WILLIAMS, 2001).
Mas a temporização não se restringe à reprodução realista da ação, tratando-
se de um conceito puramente técnico. Um bom emprego do princípio requer
o tempo certo para a preparação da audiência para a ação, o tempo certo da
ação em si, e o tempo certo para a reação da ação (WHITAKER; HALAS, 2009).
O tempo certo é psicológico, é aquele segundo a mais que provoca ansiedade,
saibamais
Saiba mais
O vídeo que se encontra disponível no link a
seguir apresenta alguns exemplos práticos
do princípio estudado, expondo variações e
ajustes relacionados à temporização ( timing )
e espaçamento ( spacing ). Lembre-se de
habilitar as legendas em português!
Vídeo : Fundamentos da Animação: A arte da
sincronia e do espaçamento.
ASS IST IR
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 6/27
é aquele instante que tem que durar tempo o bastante para que a cena não
passe e o espectador não perceba.
CONTANDO
FRAMES NO
YOUTUBE
Para planejar a velocidade de uma cena, você
precisa saber qual é a taxa de frames por segundo
(FPS) que você irá usar, e, para compará-la com
outra cena, você precisa saber a taxa FPS da cena
de referência.Para descobrir a frame rate no
YouTube:
Se a taxa for a mesma que você irá usar, não é
preciso fazer qualquer cálculo, basta contar o
número de frames que dura a ação.
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 7/27
Se a taxa não for a mesma, você pode calcular o
tempo equivalente na taxa que você utilizará.Ex: 6
frames em 24 FPS tem a duração de 1/4 de
segundo. Se você for usar uma taxa mais elevada,
como 60 FPS, a mesma ação durará 1/4 de 60, isto
é, 15 frames. Se a conta não der um valor redondo,
arredonde para cima e para baixo, e teste para ver
qual �ca melhor.Nota: o recurso de passar os
vídeos frame a frame também é útil para estudar
outros princípios da animação, observando em
detalhes o trabalho realizado.
praticar
Vamos Praticar
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 8/27
O tempo é um dos conceitos básicos a serem considerados pelo animador. Ao
contrário do desenho estático, que está disponível para ser admirado durante o
tempo que o observador quiser contemplá-lo, o desenho de animação se baseia na
programação da exibição de desenhos em série, provocando a ilusão de
movimento; assim, é o animador que determina a disponibilidade de tempo de cada
cena.
Sobre o princípio da temporização, assinale a alternativa correta.
a) A taxa de frames exibidos por segundo é um dado técnico, que não
interfere no trabalho artístico do animador.
b) O princípio da temporização versa que todos os movimentos que serão
reproduzidos na animação devem ser cronometrados.
c) Cronometrar algumas ações pode ser bem difícil; se a cena for muito
breve, o animador pode tentar ajustar o tempo por tentativa e erro.
d) Espaçamento refere-se ao deslocamento total de um objeto ou
personagem ao �nal da ação.
e) O princípio da temporização só contempla a reprodução precisa do tempo
de acontecimento de fatos do mundo real.
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 9/27
Frank Thomas e Ollie Johnston (1984) referem-se à encenação como um
princípio generalista, uma vez que abarca inúmeras áreas - da atuação e
constituição do personagem a tudo aquilo que ocorre em cena.
O princípio da encenação ( staging ) é como uma espécie de direção da cena,
onde o animador deve dar ênfase à expressão clara das ideias que serão
exibidas. O objetivo deste princípio é o de buscar conduzir o olhar do
espectador, de modo que ele se mantenha atento à narrativa da animação.
Encenação trata de tudo aquilo que é apresentado e de como é apresentado,
passando pelo enquadramento de câmera, pelas cores, posição e movimento
dos personagens e constituição dos cenários. O que está em jogo é a
expressão conjunta de uma série de elementos que atuam como meio para
que uma história se desenrole. 
EncenaçãoEncenação
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=1813810/27
Quando você pensar em encenação, deve pensar no conjunto, na relação
entre os elementos e em como tudo isso funciona. Pretendendo ser realista, o
animador pode acabar criando uma série de chamarizes para a atenção do
espectador, mas que o afastam de observar o que é essencial à história.
É preciso que haja coesão; que a cena, como um todo, fale uma só linguagem.
Frank Thomas e Ollie Johnston (1984) dão o exemplo de uma cena em que
todos os elementos atuam em conjunto para que ela pareça assustadora,
com uma casa assombrada, um céu com nuvens cortando a lua, o vento
soprando, carregando folhas pelo quintal, galhos arrastando na janela,
sombras se movendo etc.
saibamais
Saiba mais
Apesar da �exibilidade que o desenho
propicia, os planos na animação costumam
reproduzir aqueles que são utilizados no
cinema. Veja o vídeo disponível no link a
seguir e conheça alguns dos planos que você
pode empregar em suas animações.
Vídeo : Os principais enquadramentos do
cinema e da TV.
ASS IST IR
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 11/27
Figura 3.2 - Plano geral, plano americano e primeiro plano 
Fonte: Guruxox / 123RF.
O personagem também faz parte da cena e, na maioria das vezes, é seu
elemento principal. Enquadrar adequadamente o personagem e aplicar o
plano de acordo com sua ação é parte do escopo da encenação. Cenas de
uma conversa, que envolvam expressões faciais, podem requerer um plano
mais fechado, enquanto cenas com gestual exigem um pouco mais de
abertura. Tudo vai depender do que a história que está sendo contada pede.
praticar
Vamos Praticar
Frank Thomas e Ollie Johnston (1984) usam o exemplo de uma casa assombrada
para descrever o princípio da encenação. A descrição completa da cena, com
informações sobre o que se vê nela, serve para que o estudante possa imaginar
como o princípio é empregado na prática.
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 12/27
Sobre o princípio da encenação, assinale a alternativa correta.
a) O princípio da encenação é um princípio amplo, que trata desde questões
de cena quanto dos métodos de produção em animação.
b) O princípio da encenação é um princípio restrito às decisões relativas à
atuação do personagem, como se fosse um ator representando um papel.
c) O princípio da encenação, como o próprio nome diz, refere-se ao cenário -
ou seja, tudo aquilo que está no fundo da cena, excluindo o personagem.
d) O princípio da encenação é um princípio abrangente, que envolve decisões
diversas, como o enquadramento da cena e o movimento dos personagens.
e) O princípio da encenação é aquele que se refere ao desenho dos objetos
de cena estáticos, como fundos, excluindo tudo que se move.
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Pode parecer contraditório à primeira vista, mas o princípio do exagero (
exaggeration ) tem por objetivo dar realismo às cenas. Isso, porque, para que
as coisas sejam compreendidas na animação, é importante que elas sejam
vistas. Ações pouco exageradas podem deixar dúvidas do que está
acontecendo, por isso é importante dar ênfase àquilo que está sendo
mostrado.
Expressar a essência da ação, eliminando ruídos, é o que dá clareza ao que
está sendo mostrado em cena. O exagero atrai a atenção do olhar para o que
está acontecendo, ampli�cando os movimentos, com o mesmo intuito que
eles são ampli�cados no teatro.
Claro que o princípio também se aplica à expressividade da ação. Para que
isso ocorra, é preciso tornar o exagero mais caricato, excedendo os limites da
aplicação do princípio ao realismo. O objetivo passa a ser o da expansão da
linguagem visual, agregando elementos que um ator não poderia realizar. 
ExageroExagero
29/08/2022 21:31 Ead.br
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saibamais
Saiba mais
O trecho da animação indicado no link a
seguir apresenta a aplicação do princípio do
exagero como forma de enfatizar a
expressão das emoções.
Vídeo : Droopy e o Lobo assanhado de Tex
Avery.
ASS IST IR
Na animação contemporânea, o uso do exagero com a �nalidade de tornar a
linguagem do desenho mais expressiva é recorrente. Várias metáforas visuais
são empregadas para que o espectador sinta a intensidade das emoções que
emanam da manifestação do personagem.
Figura 3.3 - Expressões extremamente claras caracterizam o princípio do
exagero 
Fonte: Alexander Pokusay / 123RF.
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 15/27
Na Figura 3.3, você pode ver um exemplo da aplicação do princípio do
exagero visando, mais do que ao reconhecimento indistinto da ação, à
expressividade do personagem.
praticar
Vamos Praticar
Exagerar é ir além, é se exceder. Esse conceito foi assimilado pelos animadores para
que eles conseguissem resolver problemas que enfrentavam enquanto produziam
seus trabalhos de animação, na primeira metade do século XX.
Sobre o princípio do exagero, assinale a alternativa correta.
a) O princípio do exagero é um princípio essencialmente caricato, sendo
vedado a qualquer outra aplicação.
b) O princípio do exagero também pode ser aplicado no intuito de que a cena
pareça mais realista aos olhos do espectador.
c) O princípio do exagero aplica-se apenas a cenas extremas, em que o
intuito é distorcer a ação de modo excessivo, provocando desconforto no
espectador.
d) O princípio do exagero é um princípio que visa ao realismo, de modo que é
inadmissível aplicá-lo com outro intuito.
e) O princípio do exagero visa promover uma percepção distorcida no
espectador, servindo para deixar a cena mais confusa.
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 16/27
Para �nalizar, tratemos de mais dois dos doze princípios da animação, que
são distintos, mas têm funções complementares. São eles: o princípio do
desenho volumétrico ( solid drawing ) e o princípio do apelo ( apeal ).
Desenho Volumétrico
Uma das preocupações dos animadores era o risco de os desenhos animados
parecerem planos e pouco convincentes. O que se pretendia com as
animações era provocar a ilusão de tridimensionalidade, para que o
expectador se mantivesse imerso na história apresentada. O princípio do
desenho volumétrico ( solid drawing ) é o princípio que visa produzir a
sensação de tridimensionalidade, por meio de algumas estratégias de
desenho.
Uma dessas estratégias é a distorção perspectiva, isto é, a correção das
dimensões da representação a partir do ponto de vista do observador. O
DesenhoDesenho
Volumétrico eVolumétrico e
ApeloApelo
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https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 17/27
emprego de técnicas de desenho em perspectiva induz à percepção de
profundidade, tornando os objetos e personagens representados mais reais.
Se um personagem se move do fundo de um cenário, em direção ao
observador, a correção perspectiva prevê que ele aumente de tamanho
gradualmente durante este deslocamento.
A construção dos personagens a partir de �guras geométricas básicas
também facilita a percepção dos volumes nos desenhos. Cones, cubos,
cilindros e esferas servem de base para que o animador pense a estrutura do
personagem e a forma como ela é projetada em três dimensões.
Figura 3.4 - Construção da pose do personagem a partir de caixas 
Fonte: Elaborada pelo autor.
Observe como a construção do personagem a partir de “caixas”, que
estruturam sua forma, favorece o raciocínio da projeção tridimensional das
partes de seu corpo.
A ilusão de volume também pode ser provocada pela expressão da incidência
de luzes e de sombras sobre o corpo dos personagens, de modo que as
interações evidenciem suas curvas.
Outro apontamento feito por Frank Thomas e Ollie Johnston (1984) refere-se
ao cuidado para que se evite o uso de “gêmeos” ( twins ), isto é, de posições
simétricas, nas quais um lado é o espelho do outro. Esse espelhamentofaz
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 18/27
com que o personagem pareça achatado; portanto, eles recomendam que as
construções das poses sejam assimétricas, fazendo o uso de eixos que deem
dinâmica à pose.
Apelo
O princípio do apelo ( apeal ) refere-se às características distintivas de um
personagem, ou seja, àquelas que os tornam únicos. O apelo visual é uma
propriedade difícil de ser descrita, uma vez que envolve subjetividades. O que
pode ser atraente para uma pessoa pode não provocar o mesmo efeito em
outra. Contudo, pertencemos à mesma espécie e participamos de uma
cultura relativamente coesa, de modo que não é desprezível que tenhamos
convergências em nossas formas de perceber e de julgar as formas.
Se vídeos de gatinhos viralizam nas redes sociais, é porque há neles algo que
pode ser generalizado como atraente. Filhotes costumam evocar uma mesma
categoria de emoções em um grupo expressivo de pessoas, o que ajuda a
compreender o fenômeno, e que serve para decifrá-lo e aplicá-lo ao princípio
do apelo.
Olhos e testa desproporcionalmente grandes em conjunto com nariz,
mandíbula e boca pequenos (CÁMARA, 2005); pele lisa e traços arredondados
são características comuns aos �lhotes, e que remetem a signos de inocência,
pureza, juventude, fragilidade etc.
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 19/27
Contudo, o apelo não se limita à categoria de sentimentos referida acima. Há
várias formas pelas quais um personagem pode cativar o espectador. O apelo
de um vilão, como o personagem Darth Vader, da série Star Wars, não é o
mesmo do apelo da personagem Jessica Rabbit, de Uma cilada para Roger
Rabbit. Cada personagem se distingue de acordo com a personalidade que
será atribuída a ele.
Figura 3.5 - Olhos e cabeça grandes em relação ao resto do corpo são traços
comuns a �lhotes, que evocam sentimentos de acolhimento no espectador 
Fonte: Lulia Brovchenko / 123RF.
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 20/27
Protagonistas habitualmente carregarão traços bem destacados de virtude,
seja física, moral ou intelectual, por meio de signos percebidos na sua
aparência. Vilões, por outro lado, serão construídos para contrastar com os
protagonistas, produzindo o con�ito que constitui a narrativa da animação.
reflita
Re�ita
As tipologias clássicas dos
personagens de animação ajudam que
o espectador compreenda o papel de
cada um na narrativa, mas, ao mesmo
tempo, a torna previsível, já que
personagens da mesma tipologia
costumam apresentar padrões
comportamentais similares.
Além da previsibilidade, é possível
notar que há o reforçamento de
preconceitos das mais variadas
naturezas, que contribuem para a
consolidação de certos estereótipos.
Será que existem �lmes de animação
que têm se proposto a romper com os
tipos tradicionais? O que se perde e o
que se ganha quando deixamos de
identi�car esses tipos a qualidades
inerentes?
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 21/27
São várias tipologias possíveis, cada qual com seu apelo, que, no �m das
contas, parece ser um conjunto de qualidades coesas que torna o
personagem interessante para o espectador. O importante é que essas
qualidades sejam destacadas, eliminando informações supér�uas e
exagerando naquilo que é relevante para a leitura do personagem.
praticar
Vamos Praticar
saibamais
Saiba mais
Você sabe desenhar o Mickey Mouse? No
vídeo disponível no link a seguir, o animador
da Disney, Eric Goldberg (criador do gênio do
�lme Aladdin), ensina como desenhar a
versão de 1928, do �lme Steamboat Willie, e
a versão contemporânea, elaborada dez anos
depois. Observe a nítida evolução do
personagem, sobretudo, quanto ao apelo e
ao desenho volumétrico.
Vídeo : How to draw Mickey Mouse with
Disney animator Eric Goldberg.
ASS IST IR
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 22/27
Os princípios do desenho volumétrico ( solid drawing ) e do apelo ( apeal ) se
sobrepõem, ainda que tratem de propriedades distintas na animação. Um diz
respeito a uma impressão física, e o outro, a uma impressão psicológica.
Sobre os princípios mencionados, assinale a alternativa correta.
a) O princípio do desenho volumétrico refere-se aos meios para provocar a
ilusão de tridimensionalidade, em um �lme de animação.
b) O princípio do desenho volumétrico só se aplica a animações produzidas
em softwares 3D, já que todo desenho em duas dimensões não tem volume.
c) O princípio do apelo trata de personagens que cativam o espectador, por
isso, ele deve ser aplicado apenas aos protagonistas, jamais aos vilões.
d) O princípio do desenho volumétrico é destinado à expressão do som na
animação, que faz com que objetos vibrem por ressonância.
e) O princípio do apelo refere-se à súplica, isto é, ao emprego do carisma do
personagem para dissuadir outro personagem.
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 23/27
indicações
Material
Complementar
FILME
Pip (Curta de Animação)
Ano : 2018
Comentário : Você pode observar os princípios
estudados assistindo ao curta indicado. Use as dicas do
infográ�co interativo para examinar cenas especí�cas e
para saber em qual taxa de frames ele foi postado.
Assista ao �lme no link a seguir.
TRA ILER
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 24/27
LIVRO
Manual da Animação
Editora : Senac
Autor : Richard Williams
ISBN : 978-8539610501
Comentário : Tradução para a língua portuguesa de
um dos melhores manuais de animação. Richard
Williams utiliza uma série de exemplos ilustrados para
instruir o aprendiz de um jeito fácil de assimilar.
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 25/27
conclusão
Conclusão
Ainda que não esgotem os problemas que os animadores enfrentarão
quando estiverem desenvolvendo seus projetos, os doze princípios consistem
em uma coleção valiosa de regras obtidas a partir da experiência e da
re�exão dos pioneiros da animação.
Temporização ( timing ), encenação ( staging ), exagero ( exaggeration ),
desenho volumétrico ( solid drawing ) e apelo ( apeal ) são princípios que
contribuem para a composição de uma cena, visando, sobretudo, à realidade
daquilo que é mostrado. Quando falamos em realidade, não estamos
tratando da apresentação de um desenho realista, mas da capacidade de
convencer a audiência de que aquilo está acontecendo.
Exercite a observação dos princípios e tente empregá-los em suas animações.
O amadurecimento pro�ssional do animador não se resume ao domínio de
técnicas, mas ao desenvolvimento de formas de se expressar visualmente, o
que passa pela compreensão e pela re�exão sobre os processos necessários à
animação.
referências
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 26/27
Referências
Bibliográ�cas
CÁMARA, S. O desenho animado . Lisboa: Estampa Editorial, 2005.
THOMAS, F.; JOHNSTON, O. The Illusion of Life : Disney animation. New York:
Disney Editions, 1984.
WHITAKER, H; HALAS, J; SITO, T. Timing for animation . 2. ed., Oxford, UK &
Burlington, USA: Focal Press, 2009.
WILLIAMS, R. The animator’s survival kit . London: Faber, 2001.
29/08/2022 21:31 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=18138 27/27

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