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Erro de Tipo: - É o erro que incide sobre elementos objetivos do tipo penal, abrangendo qualificadoras, causas de aumento e agravantes. - O engano a respeito de um dos elementos que compõem o modelo legal de conduta proibida sempre exclui o dolo, podendo levar à punição por crime culposo. - Exemplo tradicional da doutrina: o caçador imagina que atrás de uma moita existe um animal feroz contra o qual atira, atingindo, no entanto, outro caçador que ali estava à espreita da caça, matando-o. Pretendia o atirador matar um animal, e não um ser humano. Ocorreu erro sobre o elemento ?alguém? do tipo penal do homicídio (?matar alguém? ? art. 121, CP) Essencial (art. 20, caput, CP) Escusável (invencível): - exclui o dolo e a culpa - A escusabilidade concentra-se na absoluta impossibilidade de ser detectada a situação verdadeira envolvendo o agente. - Levando-se em conta a prudência do homem médio, calcada no bom senso, deve-se verificar se houve, nesse erro, algum fator componente da culpa (imprudência, negligência ou imperícia). Inexistindo, afasta-se também a culpa. Inescusável (vencível): - exclui o dolo, podendo haver punição na modalidade culposa - o dolo sempre é afastado, mas pode remanescer a figura culposa, desde que o referido erro tenha sido provocado pela imprudência, negligência ou imperícia do agente. Assim ocorrendo, permite-se a punição pelo delito culposo remanescente, mas se houver o tipo incriminador culposo. - Ilustrando, havendo erro de tipo no homicídio, considerando-se ter remanescido a imprudência do agente, afasta-se o dolo, mas ele responde por homicídio culposo (art. 121, § 3.º, CP). No entanto, se houver erro de tipo no furto, na modalidade culposa, o agente não responde, pois inexiste, no Código Penal, furto culposo. Acidental Objeto Ex: quer furtar sal, mas furta açúcar - É crime (pois há dolo) Pessoa (error in persona) art. 20, § 3º, do CP - No do erro quanto à pessoa, as condições ou qualidades individuais, do alvo pretendido, são levadas em conta para a configuração do delito e sua punição; interessa a vítima virtual, e não as da vítima real. - Exemplo: pretendendo matar seu desafeto, o agente atira, em ledo engano, atingindo seu próprio pai, mas não responderá por parricídio, com a agravante do art. 61, II, e, do Código Penal. Embora tenha morrido seu genitor, a intenção era atingir pessoa estranha. Aberratio ictus (erro de pontaria) - art. 73 do CP - Ex: erro de pontaria - acerto terceira pessoa não pretendida - respondo como se tivesse atingido a vítima almejada Aberratio criminis (resultado diverso do pretendido) - art. 74 do CP - Ex: quero quebrar uma vitrine de uma loja e, para tanto, jogo uma pedra contra essa vitrine. Sucede, que a pedra, além de atingir a vitrine, atinge uma pessoa que não havia visto. Respondo pela forma culposa, no que tange à pessoa que atingi. Sobre o nexo causal - Ex: efetuo um disparo de arma de fogo contra a vítima - penso que ela está morta - enterro ela. O laudo cadavérico constata que a morte se deu por asfixia - respondo pelo homicídio consumado Probição: - Cuida-se do erro incidente sobre a ilicitude do fato. O agente atua sem consciência de ilicitude, servindo, pois, de excludente de culpabilidade Direto - art. 21 do CP - Ex: efetuo um disparo de arma de fogo contra a vítima - penso que ela está morta - enterro ela. O laudo cadavérico constata que a morte se deu por asfixia - respondo pelo homicídio consumado Escusável: - A ausência de consciência atual da ilicitude, que acarreta apenas um erro inescusável, com possibilidade de redução da pena de um sexto e um terço, significa que o agente, no exato momento do desenvolvimento da conduta típica, não tinha condições de compreender o caráter ilícito do fato, embora tivesse potencialidade para tanto, bastando um maior esforço de sua parte. Ex: Exemplo: um jornal de grande circulação, na esteira de grande debate anterior acerca do assunto, por engano, divulga que o novo Código Penal foi aprovado e entrou em vigor, trazendo, como causa excludente da ilicitude, a eutanásia. Um leitor, possuindo parente desenganado em leito hospitalar, apressa sua morte, crendo agir sob o manto protetor de uma causa de justificação inexistente. Trata-se de um erro escusável, pois não lhe foi possível, a tempo, constatar a inverdade da informação recebida. Inescusável: - A falta de consciência potencial de ilicitude, que provoca a excludente de culpabilidade, significa que o agente não teve, no momento da prática da conduta típica, noção da ilicitude, nem teria condições de saber, em razão das circunstâncias do caso concreto. Em síntese, para se configurar o erro de proibição escusável, torna-se indispensável que o agente não saiba, nem tenha condições de saber, que o ato praticado é ilícito, ainda que típico. Indireto - art. 20, § 1º, do CP - Ex: efetuo um disparo de arma de fogo contra a vítima - penso que ela está morta - enterro ela. O laudo cadavérico constata que a morte se deu por asfixia - respondo pelo homicídio consumado Escusável: - isenta de pena -Ex: pessoa carregando uma furadeira na mão, a noite,em local mal iluminado e perigoso. Ao ser abordada pela polícia, levanta a furadeira, vindo o policial a alvejá-la com um disparo (está acobertado pela excludente da legítima defesa) Inescusável: - diminui a pena, de 1/6 a 1/3. -Ex: soldado que mata o inimigo pensando ainda estar em tempo de guerra, quando esta já havia se encerrado, estando os pelotões militares se recolhendo a dias. Escusável: - isenta de pena -Ex: pessoa carregando uma furadeira na mão, a noite,em local mal iluminado e perigoso. Ao ser abordada pela polícia, levanta a furadeira, vindo o policial a alvejá-la com um disparo (está acobertado pela excludente da legítima defesa) Mandamental: - Ocorre nos crimes omissivos, sejam próprios ou impróprios. Ex: guarda-vidas deixa de verificar pessoa que estava se afogando na piscina, por pensar que, na verdade, era apenas uma bóia (tem dever de garante - deveria verificar a situação) Ex: você presencia um acidente automobilístico, olha pela janela, e pensa que a vítima já está morta e, por isso, não chama socorro. Sucede, que a vítima estava inconsciente e viva, vindo a falecer em razão da perda excessiva de sangue. Responderá por omissão de socorro. Aula Penal I - Erros Página 1