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0 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 2 2 ERGONOMIA .......................................................................................... 3 2.1 O que é ergonomia ............................................................................... 3 2.1 Ergonomia cognitiva ............................................................................. 5 2.2 Ergonomia organizacional .................................................................... 5 2.3 Ergonomia física ................................................................................... 6 3 NORMA REGULAMENTADORA (NR) – N°17 ......................................... 7 4 DOENÇAS DEVIDO A FALTA DE ERGONOMIA .................................. 22 4.1 LER/DORT ......................................................................................... 23 5 ERGONOMIA NA EMPRESA ................................................................ 25 5.1 Como implantar a ergonomia nas empresas ...................................... 28 5.2 Custo/benefício da ergonomia nas empresas .................................... 29 5.3 A falta da ergonomia e suas consequências ...................................... 30 6 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) ................................. 32 7 O RECONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO DOS AGENTES ERGONÔMICOS .................................................................................................. 35 7.1 O reconhecimento dos agentes ergonômicos .................................... 36 7.2 A avaliação ......................................................................................... 36 7.3 O controle ........................................................................................... 37 8 GINÁSTICA LABORAL ......................................................................... 39 8.1 Tipos de Ginástica Laboral ................................................................. 40 8.2 Benefícios da ginástica laboral ........................................................... 41 8.3 Quem deve fazer ginástica laboral ..................................................... 42 8.4 Exemplos de exercícios ...................................................................... 43 9 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 47 2 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 ERGONOMIA Fonte: qualitaocupacional.com.br 2.1 O que é ergonomia O termo Ergonomia vem do grego ergon, que significa “trabalho”, e nomos, que quer dizer “leis ou normas”. Nesse passo, pode-se dizer que a Ergonomia é o estudo científico das relações entre “homem e máquina” e se preocupa com a segurança e eficiência do modo com que aqueles dois interagem entre si e com o meio. (GOULART, 2017) É uma importante ferramenta que atua diretamente na saúde do trabalhador e na sua capacidade produtiva. Divide-se em três campos: o campo físico, o campo cognitivo e o campo ambiental. Dentre alguns de seus objetivos básicos estão: oferecer conforto ao trabalhador e prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho, bem como de patologias específicas para determinado tipo de tarefa laboral. Os procedimentos ergonômicos contribuem também para a diminuição do cansaço, bem como tornam eficientes os procedimentos que se propõem a evitar lesões ao trabalhador. (GOULART, 2017) Não é o trabalhador que deve se adaptar às condições de trabalho, e sim as condições de trabalho que devem ser adaptadas ao trabalhador, não apenas às 4 questões físicas, mas às suas características psicofisiológicas como: atenção, estresse, pressão por resultado, dentre outras. Com o propósito de regular as condições de trabalho que devem ser adaptadas ao trabalhador foi criada a norma regulamentadora nº 17 (Ergonomia) do Ministério do Trabalho e Emprego, regulamentada pela Portaria Nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que aprova as normas regulamentadoras do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Assim o trabalhador irá ter um ambiente de trabalho melhor adaptado a sua condição e dificilmente irá se afastar do trabalho por motivos de doenças relacionadas à sua função, e irá também apresentar um rendimento melhor. Existem algumas práticas para solucionar e/ou amenizar esses fatores adversos causados pelo não uso da ergonomia, para isso é necessário que as organizações contratem colaboradores ou uma consultoria externa com alto nível de instrução para analisar os riscos ergonômicos. É possível estabelecer a aplicação da ergonomia no ambiente de trabalho através dos seguintes passos: 1) – Elaboração do Programa de Ergonomia, que consiste no levantamento dos riscos ergonômicos e na concepção do programa de ergonomia; 2) – Conscientização dos Funcionários, que se dá através de treinamentos e palestras a conscientização dos funcionários acerca dos riscos ergonômicos e sua prevenção; 3) – Aperfeiçoamento do Programa de Ergonomia, que se dá através da correção e aperfeiçoamento do programa de ergonomia aplicado no ambiente de trabalho. (GOULART, 2017) É importante citar que infelizmente existem alguns obstáculos para a aplicação da ergonomia como: anarquia gerencial, falta de conhecimento das vantagens da ergonomia aplicada, assessoria inadequada, valores da empresa, custos iniciais e durante a realização do projeto. Atualmente, a Associação Internacional de Ergonomia divide o tema em três domínios específicos: ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional. 5 2.1 Ergonomia cognitiva A cognição humana é uma atividade cerebral de tratamento das informações que combina os estímulos sensoriais com os processos de foco, percepção, memória e interpretação, levando à tomada de decisão e resposta. Existem duas categorias de processamento mental de informações: ou o processo é uma resposta a estímulos sensoriais de forma inconsciente e automatizada (de baixo para cima), ou é uma cadeia consciente baseada em desejos, experiências, conhecimentos anteriores, expectativas e generalizações (de cima para baixo) (BELIM; ADAMS, 2017, apud Silva et. al. 2021). Em geral, a ergonomia cognitiva refere-se ao fato de que as pessoas formam conceitos e processam informações absorvidas em situações decorrentes de seu trabalho, entre as habilidades cognitivas estão a abstração de competências e a lógica. Pessoas com problemas cognitivos podem ter dificuldade em perceber, absorver e reter informações se estiverem sujeitas a fatores como carga mental, estresse, pressão psicológica, entre outros fatores do cotidiano empresarial. Além de ocasionar dados no cotidiano do trabalhador, os problemas cognitivos também e principalmenteafetam sua vida profissional, como na realização de tarefas e diminuição dos resultados, essas informações são relatadas na literatura e em fundamentações com base nas NR’s, Normas Regulamentadoras e na Constituição Federal, que mostra preocupação e consideração com a vida de trabalhadores, as condições em que trabalham e o desempenho no ambiente organizacional. 2.2 Ergonomia organizacional Também conhecida como macroergonomia, a ergonomia organizacional parte do pressuposto que todo o trabalho ocorre no âmbito de organizações. A ergonomia organizacional pretende potencializar os sistemas existentes na organização, incluindo a estrutura, as políticas e processos da organização. Algumas das áreas específicas são: trabalho em turnos, programação de trabalho, satisfação no trabalho, teoria motivacional, supervisão, trabalho em equipe, trabalho à distância e ética. 6 Concerne à otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos, os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele trabalho e gestão da qualidade. Segundo VIDAL (2000), aplicações que a ergonomia pode trazer para o plano organizacional se fundamentam na sabida determinação da tecnologia física sobre a organização do trabalho e as condições de trabalho, elementos que irão compor a equação dos resultados da empresa. As maiores aplicações da ergonomia no campo organizacional têm sido: - Modelagem de processos para a elaboração de cenários e roteiros para as mudanças organizacionais; - Análise dos requisitos das novas propostas organizacionais em termos de capacidades, limitações e demais características, especificando necessidades de treinamento e de novas competências; - Construção de roteiros de implementação para evitar a descapitalização ou desaproveitamento do capital de competência (know-how) existente sobretudo no nível operacional; - Perícia e prevenção de acidentes. 2.3 Ergonomia física Por ergonomia física se entende o foco da ergonomia sobre os aspectos físicos de uma situação de trabalho, e eles são inegavelmente reais: trabalhar engaja o corpo do trabalhador exigindo-os de várias formas ao longo da jornada de trabalho. A ergonomia física busca adequar estas exigências aos limites e capacidades do corpo, através do projeto de interfaces adequadas para o relacionamento físico homem-máquina. Para tanto são necessários diversos conhecimentos sobre o corpo e o ambiente físico onde a atividade se desenvolve. (VIDAL,2000) 7 Do ponto de vista de sua aplicabilidade, o campo da ergonomia física irá se concretizar na realização de especificações relativas ao posto e ao método de trabalho, bem como sobre o ambiente. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. 3 NORMA REGULAMENTADORA (NR) – N°17 A norma regulamentadora (NR) nº 17 tem como objetivo estabelecer os parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A norma regulamentadora (NR) 17 expõe a seguinte estrutura: I) Levantamento, transporte e descarga individual de materiais Fonte: www.aprovaconcursos.com.br Para a norma entende-se como transporte de carga todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. Não deve ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso possa comprometer sua saúde ou sua segurança. http://www.aprovaconcursos.com.br/ 8 Todo trabalhador tem que receber treinamento ou instruções quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar quando este for designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, a fim de proteger sua saúde e prevenir acidentes. Ainda segundo a NR 17, quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para que sua saúde ou segurança não sejam comprometidas. II) Mobiliário dos postos de trabalho O trabalho sendo manual sentado ou que deva ser feito em pé às bancadas, mesas, escrivaninhas ou em painéis, devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e deve atender alguns requisitos mínimos como: Ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; Ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; Ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. A NR 17 também diz que os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: Altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; Características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; Borda frontal arredondada; Encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. As atividades em que os trabalhadores devem realizar em pé, deverão ser colocados assentos para descanso em locais que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. Já em atividades onde o trabalho deve ser 9 realizado sentado, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador (a partir da análise ergonômica do trabalho). III) Equipamentos dos postos de trabalho Para a norma regulamentadora 17, todos os equipamentos que compõem o local de trabalho devem estar adequados de acordo com as características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. Para atividades onde é feito leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual, e deve ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível (não sendo permitido a utilização do papel brilhante ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento). Sobre os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo terá que ser observado: As condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; Se o teclado é independente e tem mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; Se a tela, o teclado e o suporte para documentos estão colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; Se os equipamentos estão posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. IV) Condições ambientais de trabalho Segundo a NR 17, subitem 17.5.2, nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou 10 análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições deconforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; b) índice de temperatura efetiva entre 20oC e 23oC; c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d) umidade relativa do ar não inferior a 40%. Observação: Para as atividades que tem as características apresentadas acima, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 Db Fonte: www.segurancadotrabalhoacz.com.br A NR 17 diz também que em todos os locais de trabalho deve ter iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. No caso da iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. E a iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. V) Organização do trabalho. https://www.segurancadotrabalhoacz.com.br/wp-content/uploads/2016/03/solicita%C3%A7%C3%A3o-intelectual.jpg 11 De acordo com a norma regulamentadora 17 a organização do trabalho, deve levar em consideração: a) as normas de produção; b) o modo operatório; c) a exigência de tempo; d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho; f) o conteúdo das tarefas. A respeito das atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, a NR 17 diz que deve ser observado o seguinte: a) Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; b) Devem ser incluídas pausas para descanso; c) Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, exceto o determinado em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: a) O empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; b) O número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; c) O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto 12 no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; d) Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; e) Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciada em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente. Além dessa estrutura, há na norma regulamentadora nº 17 dois anexos sobre as condições ergonômicas nas seguintes áreas de trabalho: • Anexo I – Trabalho dos Operadores de Checkouts; Essa parte da Norma regulamentadora – nº 17 aplica-se aos empregadores que desenvolvam atividade comercial utilizando sistema de autosserviço e checkout, como: supermercados, hipermercados e comércio atacadista. Este anexo é dividido da seguinte maneira: - O posto de trabalho Quanto ao mobiliário do checkout e às suas dimensões, deve-se: a) atender às características antropométricas de 90% dos trabalhadores, respeitando os alcances dos membros e da visão, ou seja, compatibilizando as áreas de visão com a manipulação; b) assegurar a postura para o trabalho na posição sentada e em pé, e as posições confortáveis dos membros superiores e inferiores, nessas duas situações; c) respeitar os ângulos limites e trajetórias naturais dos movimentos, durante a execução das tarefas, evitando a flexão e a torção do tronco; d) garantir um espaço adequado para livre movimentação do operador e colocação da cadeira, a fim de permitir a alternância do trabalho na posição em pé com o trabalho na posição sentada; 13 e) manter uma cadeira de trabalho com assento e encosto para apoio lombar, com estofamento de densidade adequada, ajustáveis à estatura do trabalhador e à natureza da tarefa; f) colocar apoio para os pés, independente da cadeira; g) adotar, em cada posto de trabalho, sistema com esteira eletromecânica para facilitar a movimentação de mercadorias nos checkouts com comprimento de 2,70 metros ou mais; h) disponibilizar sistema de comunicação com pessoal de apoio e supervisão; i) manter mobiliário sem quinas vivas ou rebarbas, devendo os elementos de fixação (pregos, rebites, parafusos) ser mantidos de forma a não causar acidentes. Com referência aos equipamentos e às ferramentas utilizadas pelos operadores de checkout para a realização de seu trabalho, deve-se: a) escolhê-los de modo a favorecer os movimentos e ações próprias da função, sem exigência acentuada de força, pressão, preensão, flexão, extensão ou torção dos segmentos corporais; b) posicioná-los no posto de trabalho dentro dos limites de alcance manual e visual do operador, permitindo a movimentação dos membros superiores e inferiores e respeitando a natureza da tarefa; c) garantir proteção contra acidentes de natureza mecânica ou elétrica nos checkouts, com base no que está previsto nas normas regulamentadoras do MTE ou em outras normas nacionais, tecnicamente reconhecidas; d) mantê-los em condições adequadas de funcionamento. Sobre o ambiente físico de trabalho e o conjunto do posto de trabalho, deve- se: a) manter as condições de iluminamento, ruído, conforto térmico, bem como a proteção contra outros fatores de risco químico e físico, de acordo com o previsto na NR-17 e outras normas regulamentadoras; b) proteger os operadores de checkout contracorrentes de ar, vento ou grandes variações climáticas, quando necessário; c) utilizar superfícies opacas, que evitem reflexos incômodos no campo visual do trabalhador. 14 -A manipulação de mercadorias O empregador deve envidar esforços a fim de que a manipulação de mercadorias não acarrete o uso de força muscular excessiva por parte dos operadores de checkout, por meio da adoção de um ou mais dos seguintes itens, cuja escolha fica a critério da empresa: a) negociação do tamanho e volume das embalagens de mercadorias com fornecedores; b) uso de equipamentos e instrumentos de tecnologia adequada; c) formas alternativas de apresentação do código de barras da mercadoria ao leitor ótico, quando existente; d) disponibilidade de pessoal auxiliar, quando necessário; e) outras medidas que ajudem a reduzir a sobrecarga do operador na manipulação de mercadorias. O empregador deve adotar mecanismos auxiliares sempre que, em função do grande volume ou excesso de peso das mercadorias, houver limitação para a execução manual das tarefas por parte dos operadores de checkout. O empregador deve adotar medidas para evitar que a atividade de ensacamento de mercadorias se incorpore ao ciclo de trabalho ordinário e habitual dos operadores de checkout, tais como: a) manter,no mínimo, um ensacador a cada três checkouts em funcionamento; b) proporcionar condições que facilitem o ensacamento pelo cliente; c) outras medidas que se destinem ao mesmo fim. A pesagem de mercadorias pelo operador de checkout só poderá ocorrer quando os seguintes requisitos forem atendidos simultaneamente: a) balança localizada frontalmente e próxima ao operador; b) balança nivelada com a superfície do checkout; c) continuidade entre as superfícies do checkout e da balança, admitindo-se até dois centímetros de descontinuidade em cada lado da balança; d) teclado para digitação localizado a uma distância máxima de 45 centímetros da borda interna do checkout; 15 e) número máximo de oito dígitos para os códigos de mercadorias que sejam pesadas. Para o atendimento no checkout, de pessoas idosas, gestantes, portadoras de deficiências ou que apresentem algum tipo de incapacidade momentânea, a empresa deve disponibilizar pessoal auxiliar, sempre que o operador de caixa solicitar. -A organização do trabalho A disposição física e o número de checkouts em atividade (abertos) e de operadores devem ser compatíveis com o fluxo de clientes, de modo a adequar o ritmo de trabalho às características psicofisiológicas de cada operador, mediante adoção de pelo menos um dos seguintes itens, cuja escolha fica a critério da empresa: a) pessoas para apoio ou substituição, quando necessário; b) filas únicas por grupos de checkouts; c) caixas especiais (idosos, gestantes, deficientes, clientes com pequenas quantidades de mercadorias); d) pausas durante a jornada de trabalho; e) rodízio entre os operadores de checkouts com características diferentes; f) outras medidas que ajudem a manter o movimento adequado de atendimento sem a sobrecarga do operador de checkout. São garantidas saídas do posto de trabalho, mediante comunicação, a qualquer momento da jornada, para que os operadores atendam às suas necessidades fisiológicas, ressalvado o intervalo para refeição previsto na Consolidação das Leis do Trabalho. É vedado promover, para efeitos de remuneração ou premiação de qualquer espécie, sistema de avaliação do desempenho com base no número de mercadorias ou compras por operador. É atribuição do operador de checkout a verificação das mercadorias apresentadas, sendo-lhe vedada qualquer tarefa de segurança patrimonial. 16 -Os aspectos psicossociais do trabalho Todo trabalhador envolvido com o trabalho em checkout deve portar um dispositivo de identificação visível, com nome e/ou sobrenome, escolhido (s) pelo próprio trabalhador. É proibido obrigar o trabalhador ao uso, permanente ou temporário, de vestimentas ou propagandas ou maquiagem temática, que causem constrangimento ou firam sua dignidade pessoal. -Informação e formação dos trabalhadores Todos os trabalhadores envolvidos com o trabalho de operador de checkout devem receber treinamento, cujo objetivo é aumentar o conhecimento da relação entre o seu trabalho e a promoção à saúde. O treinamento deve ter noções sobre prevenção e os fatores de risco para a saúde, decorrentes da modalidade de trabalho de operador de checkout, levando em consideração os aspectos relacionados a: posto de trabalho, manipulação de mercadorias, organização do trabalho, aspectos psicossociais do trabalho e agravos à saúde mais encontrados entre operadores de checkout. Este treinamento deve ser ministrado durante a jornada de trabalho e ter duração mínima de duas horas, até o trigésimo dia da data da sua admissão, com reciclagem anual A elaboração do conteúdo técnico e avaliação dos resultados do treinamento devem contar com a participação de integrantes do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), quando houver, e do coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e dos responsáveis pela elaboração e implementação do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). • Anexo II – Trabalho em Tele atendimento/Telemarketing. De acordo com a NR-17 as disposições deste Anexo aplicam-se a todas as empresas que mantêm serviço de teleatendimento/telemarketing nas modalidades ativo ou receptivo em centrais de atendimento telefônico e/ou centrais de 17 relacionamento com clientes (call centers), para prestação de serviços, informações e comercialização de produtos. São aspectos importantes dispostos neste anexo: -Mobiliário do posto de trabalho Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé deve ser proporcionado ao trabalhador mobiliário que atenda aos itens 17.3.2, 17.3.3 e 17.3.4 e alíneas, da Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17) e que permita variações posturais, com ajustes de fácil acionamento, de modo a prover espaço suficiente para seu conforto. Os assentos devem ser dotados de: 1. Apoio em 05 (cinco) pés, com rodízios cuja resistência evite deslocamentos involuntários e que não comprometam a estabilidade do assento; 2. Superfícies onde ocorre contato corporal, estofadas e revestidas de material que permita a perspiração; 3. Base estofada com material de densidade entre 40 a 50 kg/m3; 4. Altura da superfície superior ajustável, em relação ao piso, entre 37 e 50 centímetros, podendo ser adotados até 03 tipos de cadeiras com alturas diferentes, de forma a atender as necessidades de todos os operadores; 5. Profundidade útil de 38 a 46 centímetros; 6. Borda frontal arredondada; 7. Características de pouca ou nenhuma conformação na base; 8. Encosto ajustável em altura e em sentido anteroposterior, com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar; largura de, no mínimo, 40 centímetros e, com relação aos encostos, de no mínimo, 30,5 centímetros; 9. Apoio de braços regulável em altura de 20 a 25 centímetros a partir do assento, sendo que seu comprimento não deve interferir no movimento de aproximação da cadeira em relação à mesa, nem com os movimentos inerentes à execução da tarefa. -Equipamentos dos postos de trabalho 18 Devem ser fornecidos gratuitamente conjuntos de microfone e fone de ouvidos (head-sets) individuais, que permitam ao operador a alternância do uso das orelhas ao longo da jornada de trabalho e que sejam substituídos sempre que apresentarem defeitos ou desgaste devido ao uso. Quanto aos head-sets o empregador deve garantir a correta higienização e as condições operacionais recomendadas pelos fabricantes; ser substituídos prontamente quando situações irregulares de funcionamento forem detectadas pelo operador; ter seus dispositivos de operação e controles de fácil uso e alcance; permitir ajuste individual da intensidade do nível sonoro e ser providos de sistema de proteção contra choques acústicos e ruídos indesejáveis de alta intensidade, garantindo o entendimento das mensagens. Os monitores de vídeo devem proporcionar corretos ângulos de visão e ser posicionados frontalmente ao operador, devendo ser dotados de regulagem que permita o correto ajuste da tela à iluminação do ambiente, protegendo o trabalhador contra reflexos indesejáveis. Toda introdução de novos métodos ou dispositivos tecnológicos que traga alterações sobre os modos operatórios dos trabalhadores deve ser alvo de análise ergonômica prévia, prevendo-se períodos e procedimentos adequados de capacitação e adaptação. -Condições ambientais de trabalho Os locais de trabalho devem ser dotados de condições acústicas adequadas à comunicação telefônica, adotando-se medidas tais como o arranjo físico geral e dos postos de trabalho, pisos e paredes, isolamento acústico do ruído externo, tamanho, forma, revestimento e distribuição das divisórias entre os postos. Os ambientes de trabalho devem atender ao disposto no subitem 17.5.2 da NR-17. Devem ser implementadosprojetos adequados de climatização dos ambientes de trabalho que permitam distribuição homogênea das temperaturas e fluxos de ar utilizando, se necessário, controles locais e/ou setorizados da temperatura, velocidade e direção dos fluxos. Para a prevenção da chamada "síndrome do edifício doente", devem ser atendidos: 19 a) o Regulamento Técnico do Ministério da Saúde sobre "Qualidade do Ar de Interiores em Ambientes Climatizados", com redação da Portaria MS nº 3.523, de 28 de agosto de 1998 ou outra que a venha substituir; b) os Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo, com redação dada pela Resolução RE nº 9, de 16 de janeiro de 2003, da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ou outra que a venha substituir, à exceção dos parâmetros físicos de temperatura e umidade definidos no item 4.2 deste Anexo; c) o disposto no item 9.3.1 da Norma Regulamentadora nº 9 (NR 9). -Organização do trabalho. A organização do trabalho deve ser feita de forma a não haver atividades aos domingos e feriados, seja total ou parcial, com exceção das empresas autorizadas previamente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, conforme o previsto no Artigo 68, "caput", da CLT e das atividades previstas em lei. O tempo de trabalho em efetiva atividade de teleatendimento/ telemarketing é de, no máximo, 06 horas diárias, nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração. As pausas deverão ser concedidas: a) fora do posto de trabalho; b) em dois períodos de 10 minutos contínuos; c) após os primeiros e antes dos últimos 60 minutos de trabalho em atividade de teleatendimento/telemarketing. -Capacitação dos trabalhadores Todos os trabalhadores de operação e de gestão devem receber capacitação que proporcione conhecer as formas de adoecimento relacionadas à sua atividade, suas causas, efeitos sobre a saúde e medidas de prevenção. (Incluindo trabalhadores temporários) A capacitação deve incluir, no mínimo, aos seguintes itens: a) noções sobre os fatores de risco para a saúde em teleatendimento/ telemarketing; 20 b) medidas de prevenção indicadas para a redução dos riscos relacionados ao trabalho; c) informações sobre os sintomas de adoecimento que possam estar relacionados a atividade de teleatendimento/telemarketing, principalmente os que envolvem o sistema osteomuscular, a saúde mental, as funções vocais, auditivas e acuidade visual dos trabalhadores; d) informações sobre a utilização correta dos mecanismos de ajuste do mobiliário e dos equipamentos dos postos de trabalho, incluindo orientação para alternância de orelhas no uso dos fones mono ou bi-auriculares e limpeza e substituição de tubos de voz; e) duração de 04 (quatro) horas na admissão e reciclagem a cada 06 (seis) meses, independentemente de campanhas educativas que sejam promovidas pelos empregadores; f) distribuição obrigatória de material didático impresso com o conteúdo apresentado; g) realização durante a jornada de trabalho. -Condições sanitárias de conforto Devem ser garantidas boas condições sanitárias e de conforto, incluindo sanitários permanentemente adequados ao uso e separados por sexo, local para lanche e armários individuais dotados de chave para guarda de pertences na jornada de trabalho. As empresas também devem manter ambientes confortáveis para descanso e recuperação durante as pausas, fora dos ambientes de trabalho, dimensionados em proporção adequada ao número de operadores usuários, onde estejam disponíveis assentos, facilidades de água potável, instalações sanitárias e lixeiras com tampa. -Programas de saúde ocupacional e de prevenção de riscos ambientais O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, além de atender à Norma Regulamentadora nº 7 (NR 7), deve necessariamente reconhecer e registrar os riscos identificados na análise ergonômica. -Pessoas com deficiência 21 Para as pessoas com deficiência e aquelas cujas medidas antropométricas não sejam atendidas pelas especificações deste Anexo, o mobiliário dos postos de trabalho deve ser adaptado para atender às suas necessidades, e devem estar disponíveis ajudas técnicas necessárias em seu respectivo posto de trabalho para facilitar sua integração ao trabalho, levando em consideração as repercussões sobre a saúde destes trabalhadores. As condições de trabalho, incluindo o acesso às instalações, mobiliário, equipamentos, condições ambientais, organização do trabalho, capacitação, condições sanitárias, programas de prevenção e cuidados para segurança pessoal devem levar em conta as necessidades dos trabalhadores com deficiência. A NR 17 pode ser encontrada no site do Ministério do Trabalho e Emprego onde sempre está atualizada evitando assim qualquer contratempo ou dúvida sobre que medida deve ser tomada em termos de segurança do trabalho. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu art. 157, inc. II, atribui às empresas a obrigação de instruir os empregados, mediante ordens de serviço, sobre precauções para evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. No Brasil, o governo tem demonstrado cada vez mais interesse e preocupação com os aspectos relacionados à segurança e à saúde do trabalhador, sobretudo face aos prejuízos econômicos decorrentes de fatos danosos à integridade física e mental dos empregados. (SILVA et al., 2009) 22 4 DOENÇAS DEVIDO A FALTA DE ERGONOMIA Fonte: exame.abril.com.br Os riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. São considerados riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina intensa. (KASSADA, LOPES, KASSADA, 2011) Ainda assim esses riscos podem causar distúrbios psicológicos e fisiológicos e originar sérios danos à saúde do trabalhador, pois produzem alterações no organismo e estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança, por exemplo: - LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios osteomusculares Relacionados ao Trabalho) - Cansaço físico - Dores musculares - Hipertensão arterial - Alteração do sono - Diabetes - Doenças nervosas 23 - Taquicardia - Doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera) - Tensão - Ansiedade - Problemas de coluna, entre outras. 4.1 LER/DORT LER quer dizer lesões por esforços repetitivos e DOR são distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, as expressões são termos usados de uma maneira generalizada e que abrangem os distúrbios ou doenças do sistema músculo-esquelético-ligamentar, sendo um dos agravantes mais preocupantes relacionados à ergonomia, podendo estar ou não relacionadas ao trabalho. Vários fatores associados ao trabalho concorrem para a ocorrência de LER/DORT como a repetitividade de movimentos, a manutenção de posturas inadequadas, o esforço físico, a invariabilidade de tarefas, a pressão mecânica sobre determinados segmentos do corpo, o trabalho muscular estático, impactos e vibrações. A intensificação do ritmo, da jornada e da pressão por produção e a perda acentuada do controle sobre o processo de trabalho por parte dos trabalhadores (fatores relacionados à organização do trabalho), têm sido apontados como os principais determinantes para a disseminação da doença. (MERLO; JACQUES; HOEFEL, 2011). A classificação dos estágios de evolução LER segundo o Ministério da Previdência Social: (FREITAS, 2012). GRAU I – A sensação presente de desconforto, a dor sem irradiação nítida de caráter leve que piora com a jornadade trabalho, mas que não interfere na produtividade e melhora com o repouso. GRAU II – A dor é tolerável, mas aparece mais intermitentemente durante o trabalho. A dor é localizada com presença de formigamento, calor e leves distúrbios de sensibilidade. GRAU III – A dor é mais persistente e forte com irradiação definitiva, pouco atenuada com o repouso com quadros dolorosos fora do trabalho. A redução de força muscular, com presença de edema frequente e recorrente, hipertrofia 24 constante e presença quase sempre de alterações na sensibilidade. Redução da produtividade ou incapacidade de executar atividades. GRAU IV – É caracterizado por dor forte, continua e insuportável sendo acentuada aos movimentos. Há perda de força e do controle dos movimentos, o edema é preexistente podendo aparecer deformidades e atrofias. Apresenta incapacidade de realizar tarefas tanto no ambiente de trabalho como fora dele alterando também o estado psicológico. O Ministério da Saúde publicou através da Portaria MS nº 1339/GM, de 18 de novembro de 1999, uma lista de doenças relacionadas ao trabalho e há várias que podem ser enquadradas como LER/DORT. Entre elas, tendinite de flexores e extensores dos dedos, bursite de ombro, tenossinovite de DeQuervain, tenossinovite do braquio-radial, síndrome do túnel do carpo, tendinite de supraespinhoso, tendinite de biciptal, epicondilite. Para Przysiezny (2002) outro aspecto importante sobre as DORT, diz respeito às várias regiões afetadas por estes distúrbios. Pois são enfermidades que afetam a coluna cervical, dorsal e lombar, a cintura escapular, e os membros superiores, enfim englobam todos os segmentos do corpo. Quando as enfermidades dos membros inferiores são comparadas com as dos membros superiores, observa-se uma menor incidência de lesões relacionadas ao trabalho. Desta forma, as ações judiciais trabalhistas associadas aos distúrbios nos membros inferiores correspondem a menos de 10% do total de ações relacionadas aos distúrbios músculo esqueléticos na maioria dos países industrializados. (Przysiezny, 2002) Portanto, considera-se DORT, qualquer distúrbio que seguramente esteja relacionado ao trabalho, independente do segmento afetado. Dentre eles estão relacionados também: - Lombalgia - Cervicalgias - Dorsalgias - Bursite isquiática - Bursite infra patelar - Tendinite de Aquiles - Fascite plantar, e outras. 25 5 ERGONOMIA NA EMPRESA Fonte: physioterapia.com.br A ergonomia tem como objetivo principal a qualidade de vida, a saúde e o bem estar dos funcionários na empresa, para se ter êxito neste objetivo, é de suma importância que tanto a empresa quanto os funcionários tenham atenção aos riscos e ao que se deve ou não fazer que possa vir prejudicar sua saúde, a postura incorreta, a utilização de equipamentos inadequados ou ajustados de maneira incorreta ao colaborador, podem ocasionar males para saúde, levando a redução na produtividade no trabalho. Quando a ergonomia é aplicada na empresa, proporciona um ambiente favorável na jornada de trabalho de seus funcionários, diminuindo cansaço, estresse, evitando lesões e contribuindo na redução de gastos com afastamento. E também é importante salientar que os funcionários devem fazer o uso correto dos equipamentos, conforme orientações. A procura pelo aumento da produtividade, pela melhoria da qualidade do trabalho e a implementação de programas que promovam a saúde do trabalhador, estão fazendo com que as empresas invistam em projetos e estudos utilizando as 26 bases da Ergonomia para a melhoria da qualidade e da produtividade. (QUEIROZ; MEJIA, 2015) Buscar qualidade dos produtos e serviços com menores custos de produção, na atual conjuntura, precisa ser um objetivo contínuo e incorporado à filosofia de toda e qualquer empresa, até por uma questão de continuidade e sobrevivência dos negócios. É na relação integral e amistosa entre o trabalho humano e os meios de produção que a empresa se torna competitiva (aumento da qualidade dos produtos e redução de custos). Se o perfil do trabalhador está mudando, o das empresas também está. (QUEIROZ; MEJIA, 2015) Existem algumas ações em específico para serem aplicadas dentro das empresas, para proporcionar uma melhor qualidade de trabalho aos funcionários, como a ginástica laboral, implementar intervalos e adaptar ou até mesmo fazer troca de equipamentos caso necessário para que sejam de acordo com a NR 17, como nos casos de cadeira desconfortável, suporte do monitor que não esteja na altura correta de acordo com a altura do funcionário, ou suporte de notebook, apoio para os pés, entre outros equipamentos. De acordo com ABRANTES (2004) normalmente a ergonomia se distingue em três tipos nas empresas (Apud, QUEIROZ; MEJIA, 2015): - Ergonomia de correção: procura melhorar as condições de trabalho existentes, porém de forma parcial e muitas vezes de eficácia limitada. Por exemplo: Dimensões Iluminação Ruído Temperatura, etc. - Ergonomia de concepção: procura já na fase inicial do projeto introduzir os conhecimentos sobre o homem em todas as partes que compõem o posto de trabalho, máquinas, ferramentas, dispositivos, sistemas de produção, etc. Exemplo: Boa postura Uso adequado de equipamento Implantação - Ergonomia de conscientização: está relacionada à conscientização, através de treinamentos e reciclagens dos trabalhadores e sobre os riscos e/ou a maneira correta de realizar um determinado trabalho. 27 Pode-se caracterizar o desenvolvimento da ergonomia nas empresas em quatro níveis de exigências: tecnológicas, organizacionais, econômicas, e exigências sociais. O nível de exigência tecnológica se refere ao aparecimento de novas técnicas de produção, as organizacionais são relativas ao sistema de gestão participativa, as econômicas estão relacionadas à qualidade e aos custos de produção e as sociais se referem às melhorias das condições de trabalho. A ergonomia oferece alguns benefícios para os funcionários, como: • A maneira correta de se assentar na cadeira, a forma como as pernas devem estar alinhadas, a posição correta dos braços e o alinhamento da altura correta do monitor, melhoram a postura do trabalhador e previnem doenças ocupacionais, como lesões, fadiga e dores de curto e longo prazo. • A prática da ginástica laboral por estimular os movimentos, evitam que a pessoa permaneça na mesma posição por horas, os alongamentos praticados durante a ginástica, atuam sobre a musculatura prevenindo as lesões e ocasionando um aumento de força muscular e flexibilidade do corpo, aumentando a resistência do funcionário, reduzindo o sedentarismo. • A utilização dos produtos ergonômicos, as pausas realizadas e a prática da ginástica laboral, auxiliam na redução do estresse e da fadiga. Assim como para os trabalhadores, a ergonomia tem vantagens para as empresas. • O bem-estar e a melhora do ambiente de trabalho durante o período de expediente que as técnicas ergonômicas proporcionam, causa a redução no número de ausências e afastamentos dos trabalhadores. • Mediante todo esse suporte oferecido pela empresa durante o expediente, os funcionários se sentem valorizados e reconhecidos. • A motivação que se mantem nos trabalhadores tendo equipamentos adequados para o trabalho, praticando a ginástica laboral entre as outras vantagens da ergonomia, faz com o trabalhador tenha maior disposição e consequentemente um aumento na sua produção. 28 5.1 Como implantar a ergonomia nas empresas Fonte: www.ocupacional.com.br O Ministério do Trabalho e Emprego com a Norma Regulamentadora 17 orienta toda empresa a ter a Análise Ergonômica do Trabalho – AET, documento no qual o profissional apresenta melhorias para que o posto de trabalho atenda às necessidadesmínimas de ergonomia. AET conta com um caderno de ações baseado no uso do FMEA, uma metodologia de Análise de Tipo e Efeito de Falha que analisa os tipos de problemas que podem ocorrer no trabalho de ergonomia. Em seguida são avaliados os riscos da causa de cada falha e, com base nesta avaliação, são tomadas as ações necessárias para diminuir estes riscos e aumentar a confiabilidade do trabalho de ergonomia. A aplicação da ergonomia é feita através do diagnóstico ergonômico, que se resume em avaliar o risco de cada posto de trabalho e gera uma estratégia para definir a sequência de ações ergonômicas para a melhoria cada empresa. E depois, um plano de ação é desenvolvido para avaliação e documentação dos resultados. Também é realizada a formação e gerenciamento do COERGO – Comitê de Ergonomia, grupo de trabalhadores que definem a estratégia de melhoria ergonômica da empresa, implantam e monitoram as ações. Por fim, realiza-se o acompanhamento dos processos trabalhistas relacionados à ergonomia. É possível, na maioria dos casos, adaptar conceitos da ergonomia ao próprio local de trabalho, com isso, atendendo todas as demandas. 29 De maneira geral, a ergonomia nas empresas pode ser aplicada através da ginástica laboral, intervalos regulares e rotatividade de tarefas, além da adaptação do ambiente de trabalho de acordo com a função e carga horária do funcionário. As empresas que se propuserem a manter atuantes devem investir em uma estrutura ergonômica que garanta a qualidade e harmonia do ambiente de trabalho. Com funcionários saudáveis e motivados, a instituição preserva a sua imagem e garante produtividade e atuação no mercado. 5.2 Custo/benefício da ergonomia nas empresas A ergonomia, da mesma maneira que alguma outra atividade relacionada com o setor produtivo, só será aceita se for capaz de comprovar que é economicamente viável, isto é, se mostrar uma relação custo/benefício favorável. A análise do custo/benefício indica de um lado, o investimento necessário para implementar um projeto ou uma recomendação ergonômica, representado pelos custos de elaboração de projeto, aquisição de máquinas, materiais e equipamentos, treinamento de pessoal e queda de produtividade durante o período de implantação. Do outro lado, são computados os benefícios, ou seja, quanto vai se ganhar com os resultados do projeto. Aí podem ser computados itens como economias de material, mão de obra e energia, redução de acidentes, absenteísmos e aumento da qualidade e produtividade. (QUEIROZ; MEJIA, 2015) Em princípio, o projeto só será considerado economicamente viável se a razão custo/benefício, expresso em termos monetários, for menor que 1,0, ou seja, os benefícios forem superiores aos respectivos custos (IIDA, 2005, apud, QUEIROZ; MEJIA, 2015). Geralmente, os custos costumam acontecer a curto-prazo, enquanto os benefícios, ou melhor, o retorno do investimento, pode demorar um certo tempo. Algumas empresas estabelecem um prazo máximo para esse retorno, digamos cinco anos. Os projetos que há um retorno maior ou em menor prazo, são tidos como aqueles mais interessantes. Existe duas questões relacionadas à análise do custo/benefício e que nem sempre são quantificáveis, são elas: o risco do investimento e os fatores intangíveis. 30 5.3 A falta da ergonomia e suas consequências Fonte: vipmedicinadotrabalho.com.br Situações agressivas ou de risco no ambiente de trabalho, poderão levar um trabalhador a se afastar de seu local de trabalho devido a acidentes, doenças ocupacionais ou simplesmente licença planejada, trazendo grandes prejuízos para as empresas, para o governo e para os trabalhadores. O absenteísmo é geralmente encarado como uma manifestação de descontentamento dos trabalhadores, mas, por trás dessa ausência, pode estar a válvula de escape que os mesmos usam para se prevenir contra os malefícios ou agressões do trabalho à qual estão submetidos. (QUEIROZ; MEJIA, 2015) Um trabalhador que é sujeito a constrangimentos operacionais cotidianamente não poderá render o suficiente para realizar uma produção ou avaliação segura do produto, pois essas condições de trabalho poderão leva-lo a erros. E ainda se sabe que a confiabilidade humana é muito baixa e a probabilidade de falha humana aumenta à medida que nos deparamos com processos complexos, operações que exigem grande concentração mental, postos e ambiente de trabalho agressivos, entre outros. Segundo COUTO (2006), a falha humana é decorrente de um ou mais dos seis fatores seguintes: falta de informação, falta de capacitação, falta de aptidão física ou mental, motivação incorreta, deslizes e condições ergonômicas inadequadas. (Apud, QUEIROZ; MEJIA, 2015). 31 Muitos trabalhadores quando na ativa, são afastados de suas atividades profissionais, depois de um certo tempo, devido a acidentes, doenças ocupacionais, esforços e estresses a que são submetidos. Outros, após deixarem de fazer parte do quadro de funcionários movem ações na Justiça do Trabalho e na Cível contra a empresa, em função das condições de trabalho a que foram submetidos, procurando compensar financeiramente os constrangimentos a que ficaram expostos. (QUEIROZ; MEJIA, 2015) Muitas vezes negligenciada ou desconhecida, a insatisfação resultante de uma inadaptação do conteúdo ergonômico do trabalho ao homem está na origem não só de numerosos sofrimentos somáticos de determinismo físico direto, mas também de outras doenças do corpo mediatizadas por algo que atinge o aparelho mental. Para situar o problema, o mais simples é talvez recorrer ao estudo da eficácia da ergonomia (DEJOURS, 2015). Atualmente várias empresas já buscam a melhoria da qualidade do trabalho dos empregados e já estabelecem uma série de programas como forma de incentivar a saúde do trabalhador. Nas grandes capitais e áreas mais industrializadas, o empresariado, já consciente dos futuros problemas, está investindo nestes programas, como também, em estudos sobre as vantagens da ergonomia para a melhoria da produção nas empresas. Se por um lado, o uso da ergonomia pode sugerir maior gasto, por outro representa uma economia para a empresa e como consequência, a melhoria da saúde do trabalhador e da sociedade. O aumento de doenças ocupacionais a cada dia vem gerando ações nas esferas trabalhista e previdenciária, que trazem inúmeras repercussões e prejuízos nos relacionamentos entre capital e trabalho, empresário e trabalhador, e sociedade de uma maneira geral. Assim sendo, observa-se que o Direito do Trabalho vive, na sua rotina diária, mediando e intervindo na resolução de conflitos entre o capital e o trabalho, e que as questões referentes à saúde no trabalho por exposição a riscos conhecidos e doenças ocupacionais, demonstram que o trabalho exigido, frequentemente está sendo realizado acima dos limites de segurança ou inadequadas. Tais situações resultam, na maioria dos casos, em ações jurídicas e processos movidos de maneira reativa e compulsória, visando o reconhecimento e a indenização monetária. Essas 32 situações poderiam ser prevenidas por meio das práticas seguras e efetivas de prevenção, através da Ergonomia. (QUEIROZ; MEJIA, 2015) Para Rocha (2012) ergonomia pode ser uma das principais possibilidades para a prevenção, tratamento, restrições de danos pessoais e econômicos, em toda a sua amplitude, pois, por meios da ergonomia, pode-se constatar diversos aspectos primordiais para a prevenção de passivos ocupacionais, dentre eles: a biomecânica do posto de trabalho, a organização do trabalho, o levantamento e priorização de riscos, e ainda fatores físicos e psicossociais dos trabalhadores, dentre outros (Apud, QUEIROZ; MEJIA, 2015). 6 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) Fonte: www.paromed.com.br De acordo com a Norma Regulamentadora no - 17no item 17.1.2. diz: “para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a Análise Ergonômica do Trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.” A análise ergonômica parte da identificação de um problema que justifique um estudo, buscando ações ergonômicas para a solução destes. A sua análise permite http://www.paromed.com.br/nr17-laudo-ergonomico/ 33 compreender a natureza e a dimensão dos problemas apresentados, bem como elaborar um plano de intervenção para abordá-los. (DEIMLING; PESAMOSCA, 2014) Cabe aos ergonomistas analisarem e fazerem a proposta de ação se confirmado um problema. Deverá analisar o funcionamento da empresa, através de observações abertas. Verificará as relações entre os constrangimentos da situação do trabalho, a atividade desenvolvida pelos operadores e as consequências dessa atividade para a saúde e para a produção. A análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo para a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se atingirem o desempenho e a produtividade exigidos. (DEIMLING; PESAMOSCA, 2014) Santos e Fialho (1997) colocam que a análise ergonômica do trabalho compreende três fases: análise da demanda, análise da tarefa e análise das atividades. Na análise da demanda define-se o problema a ser investigado com os atores envolvidos. A análise da tarefa coloca o que o trabalhador deve realizar e as condições ambientais técnicas e organizacionais. E a análise das atividades traz efetivamente o que é realizado pelo trabalhador, o comportamento do homem no trabalho. (apud, DEIMLING; PESAMOSCA, 2014) As avaliações incluem aspectos, conforme a Norma Regulamentadora 17: Levantamento, Transporte e descarga de materiais, Ao mobiliário, Equipamentos, Condições ambientais do posto de trabalho Organização do trabalho. As análises ergonômicas do trabalho precisam atender requisitos mínimos para atender para atender à NR-17, como: a) descrição das características dos postos de trabalho no que se refere ao mobiliário, utensílios, ferramentas, espaço físico para a execução do trabalho e condições de posicionamento e movimentação de segmentos corporais; 34 b) avaliação da organização do trabalho demonstrando: trabalho real e trabalho prescrito; descrição da produção em relação ao tempo alocado para as tarefas; variações diárias, semanais e mensais da carga de atendimento, incluindo variações sazonais e intercorrências técnico-operacionais mais frequentes; número de ciclos de trabalho e sua descrição, incluindo trabalho em turnos e trabalho noturno; ocorrência de pausas interciclos; explicitação das normas de produção, das exigências de tempo, da determinação do conteúdo de tempo, do ritmo de trabalho e do conteúdo das tarefas executadas; histórico mensal de horas extras realizadas em cada ano; explicitação da existência de sobrecargas estáticas ou dinâmicas do sistema osteomuscular; c) relatório estatístico da incidência de queixas de agravos à saúde colhidas pela Medicina do Trabalho nos prontuários médicos; d) relatórios de avaliações de satisfação no trabalho e clima organizacional, se realizadas no âmbito da empresa; e) registro e análise de impressões e sugestões dos trabalhadores com relação aos aspectos dos itens anteriores; f) recomendações ergonômicas expressas em planos e propostas claros e objetivos, com definição de datas de implantação. De acordo com o item 8.4.1. do Anexo II da NR-17, as análises ergonômicas do trabalho deverão ser datadas, impressas, ter folhas numeradas e rubricadas e contemplar, obrigatoriamente, as seguintes etapas de execução: explicitação da demanda do estudo; análise das tarefas, atividades e situações de trabalho; discussão e restituição dos resultados aos trabalhadores envolvidos; recomendações ergonômicas específicas para os postos avaliados; avaliação e revisão das intervenções efetuadas com a participação dos trabalhadores, supervisores e gerentes; e avaliação da eficiência das recomendações. Alguns benefícios que podem ser alcançados com a aplicação da análise ergonômica do trabalho (EAT), são: Redução e eliminação de multas trabalhistas ou ações movidas por funcionários que tiveram problemas de saúde decorrentes de suas atividades e postos de trabalho; Aumento da satisfação interna; http://nucleohealthcare.com.br/blog/2014/06/30/prevenir-multas-nove-bons-motivos-para-realizar-analise-ergonomica-do-trabalho/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost 35 Reconhecimento por parte dos colaboradores em relação à preocupação da empresa por eles; Elevação dos padrões de qualidade e de segurança do trabalho adotado pela empresa; Aumento da produtividade, devido tanto a satisfação dos funcionários quanto da funcionalidade e melhoria dos processos; Aumento do engajamento — por se sentir respeitado, o funcionário se sente amparado e seu empenho e envolvimento com a empresa se desenvolvem; Aumento da responsabilidade em relação aos resultados, pois há um crescente no reconhecimento do potencial humano que é sentido por todos. 7 O RECONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO DOS AGENTES ERGONÔMICOS Agentes ergonômicos são todos os elementos envolvidos na execução do trabalho de prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais, como: Condições do posto de trabalho Layout Ruídos Temperaturas Vibração mecânica Posição de trabalho Ritmo de trabalho Empatia Tempo de execução de um serviço Jornada de trabalho, etc. http://nucleohealthcare.com.br/blog/2018/01/16/7-acoes-importantes-para-prosperar-a-qualidade-de-vida-no-trabalho/ http://nucleohealthcare.com.br/blog/2018/01/16/7-acoes-importantes-para-prosperar-a-qualidade-de-vida-no-trabalho/ 36 Fonte: www.ocupacional.com.br Quando há a inadequação, o desajuste ou a impropriedade destes agentes, eles irão gerar condições inseguras de natureza ergonômica, as quais causarão acidentes e doenças ocupacionais. 7.1 O reconhecimento dos agentes ergonômicos Procedimento que consiste em identificar todos os agentes ambientais e/ou operacionais que possam interferir no desempenho, na saúde e na integridade física do trabalhador. A interferência de ordem psíquica não é objeto de preocupação da Ergonomia; mas, por exemplos, o tamanho do pincel de um pintor, a cadeira usada por um digitador, ou a posição de trabalho do professor, a temperatura ambiente em que o artista trabalha, sim. Esse reconhecimento pode ser efetivado empírica ou objetivamente (com o uso de equipamentos ou instrumentos de medição). 7.2 A avaliação Consiste em identificar a intensidade com que esses elementos ambientais e/ou operacionais ocorrem, relacionando-os com o limite de tolerância do trabalhador a eles. Para os riscos de insalubridade, o limite de tolerância é verificado em função, basicamente, de dois fatores: 1- Aspectos quantitativo e qualitativo da medição; 37 2- Tempo de exposição ao (s) agente (s). Para os riscos de periculosidade, o limite de tolerância é verificado em função, basicamente, de dois fatores: 1- Aspectos quantitativo e qualitativo da medição; 2- Distância à fonte geradora. 7.3 O controle Após o reconhecimento e a respectiva avaliação, estando caracterizado o risco, ele deverá ser controlado. Entretanto, pela multiplicidade dos agentes, torna-se difícil a avaliação quantitativa; destarte, e para facilitar a avaliação e o necessário controle, os agentes – chamados de “fatores ergonômicos” - são distribuídos em três classes: 1- Fatores Individuais: Tipo físico Inteligência Capacidade de concentração Idade Sexo Habilidades, etc. 2. Fatores Ambientais: Temperatura Ruído Umidade Layout Topografia, etc. 3- Fatores Operacionais: Posição de trabalho Ritmo de trabalho Turno de trabalho Velocidade da máquina 38 Atos repetitivos, etc. Os fatores individuais e os ambientais são reconhecidos e avaliados antes da execução do trabalho. Os operacionais só podem ser reconhecidos e avaliados após e/ou durante a execução do trabalho; eles surgem com a atividade laborativa. Modernamente, uma das principais doenças manifestadas pela inadaptação, principalmente dos fatores operacionais, é conhecida pela sigla DORT, equivocadamente chamada LER. Distúrbios Músculo-ligamentares Relativos ao Trabalho (DMRT) ou Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT) são lesões musculares e/ou tendões e/ou fáscias e/ou nervos nos membros superiores, ocasionadas pela utilização biomecanicamente incorreta deles, que resultam em dor, fadiga, queda de performance no trabalho, incapacidade temporária e, conforme o caso, podem evoluir para uma síndrome dolorosa crônica. Manifestam-se, normalmente, entre 7 e 24 meses de trabalho (na função). A faixa etária mais comum é a de 20 a 29 anos, por uma questão lógica do elevado número de pessoas dessa faixa, no mundo de trabalho e, também, pelo tempo da manifestação (7 a 24 meses). No exame admissional, se detectado o distúrbio, negar a vaga. Alguns fatores contributivos: vibração, frio, as mulheres são mais predispostas, postura estática do corpo durante o trabalho, tensão no trabalho, desprazer, traumatismos anteriores, atividades anteriores, perfil psicológico (segundo Dr. Losovey). Como fatores biomecânicos, podemos citar: força excessiva com os membros superiores, postura incorreta (braços elevados, braços estendidos, compressão de estruturas nervosas), outros. A programação adequada de trabalho ao homem é o ponto de partida para a prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais, e para o atingimento dos objetivos imediatos que são o conforto, a segurança e o bem-estar do trabalhador. 39 8 GINÁSTICA LABORAL Fonte: ginlab.com.br Com o intuito de prevenção e de favorecer o bem-estar dos trabalhadores, a ginástica laboral consiste em uma sequência de exercícios específicos que são aplicados a cada atividade, realizada no próprio ambiente de trabalho, os trabalhadores devem ser acompanhados de orientações voltadas à posturas adequadas nos postos de trabalho, além de passarem por avaliações ergonômicas para que os funcionários tenha condições adequadas para trabalhar. Surgiu como ação preventiva para a saúde do trabalhador e também com objetivo de obter rendimento na empresa. A melhora de rendimento da empresa pode ser explicada pela elevação da autoestima do trabalhador, porque assim ele se sente “cuidado” pela empresa e exerce suas funções laborais com mais ânimo. Com isso ocorre a diminuição dos afastamentos de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), diminuição de acidentes ocupacionais, entre outros. Para Lima (2004), o primeiro registro da prática da ginástica laboral foi em 1925, na Polônia onde os operários se exercitavam com uma pausa adaptada a cada ocupação. Surgiu, como ginástica de pausa para os operários, e após alguns anos a ginástica laboral foi executada na Holanda e na Rússia, como uma ginástica adaptada para a função do trabalhador, para cada cargo era implantado exercícios diferenciados, conforme a necessidade do trabalhador. (Apud, FERREIRA; SANTOS, 2013) 40 No Brasil a Ginastica Laboral teve início no Rio de Janeiro. Foi implantada em 1969 por uma indústria de construção naval estaleiros. Nesse período a ginástica laboral era realizada por executivos japoneses, nessa época os exercícios eram indicados para correção postural, e melhora do funcionamento do aparelho respiratório. (DEUTSCH, 2012, Apud, FERREIRA; SANTOS, 2013) 8.1 Tipos de Ginástica Laboral Fonte: segurancatemfuturo.com.br A Ginastica laboral pode ser classificada em: Ginástica Laboral Pré-aplicada ou Preparatória É a reunião de funcionários em um local específico, no início de cada turno ou jornada de trabalho, a fim de realizar uma atividade física, buscando o “despertar do corpo e da mente”. O tempo de duração é de no mínimo de 5 minutos e máximo de 15 minutos Tem como objetivos: Melhorar as condições físicas e mentais; Aperfeiçoar as coordenações e sinergias, de acordo com as necessidades; Reagir aos estímulos externos com maior rapidez; http://www.segurancatemfuturo.com.br/ 41 Estimular reações mais adaptadas para as diferentes situações de trabalho. Ginástica Laboral Compensatória Se constitui de pausas no período de trabalho com a realização de atividades físicas compensatórias aos movimentos das tarefas, específicas para cada setor, de acordo com as características do ambiente e a natureza do trabalho. Objetivos: Compensar os músculos que foram trabalhados no período. Alcançar o equilíbrio físico e mental para a execução de tarefas bem como compensar posturas estáticas, unilaterais e reduzir o acúmulo de fadiga; Prevenir acidentes, distensões musculares e doenças ocupacionais. Ginástica Laboral Relaxante Realizada no final do expediente e tem como objetivo de relaxar os músculos, é realizada com alongamento e massagem para aliviar tensões que o trabalhador tende a acumular durante o período de trabalho. Observação: É importante alertar, que a prática da ginástica laboral deve ser executa com o acompanhamento de um profissional da área de saúde, assim como em outras atividades físicas, assim se garante que sua execução seja correta e trará benefícios reais, respeitando os limites de cada pessoa e trabalhando eles para o benefício individual, tenho como resultado a melhora das condições físicas e mentais, em casos de problemas físicos ou de saúde, é necessário passar por uma consulta médica para avaliação antes de se iniciar uma atividade física. 8.2 Benefícios da ginástica laboral O funcionário depende de uma boa saúde e bem-estar para poder se dedicar e trabalhar bem. A jornada de trabalho é cansativa para qualquer pessoa, por isso a implantação da ginastica laboral possibilita diminuir o afastamento médico, as dores musculares, o estresse e entre outros benefícios. (LOPES; NOGUEIRA; MARTINEZ, 2008, Apud, FERREIRA; SANTOS, 2013) 42 Funcionários que praticam a ginastica laboral estão se beneficiando fisiologicamente, psicologicamente e socialmente. Os benefícios fisiológicos que a ginastica laboral trás para os funcionários, são de variados aspectos, como: Diminui as doenças ocupacionais no trabalho. Diminui as dores musculares, inflamação e trauma. O funcionário estará mais preparado no serviço, sem precisar sentir desconforto. Melhora a postura corporal. Já os benefícios psicológicos, refletem na elevação da autoestima, a empresa se preocupa mais com a saúde dos funcionários e, com isso, diminui a ansiedade dos trabalhadores, induzindo-os equilibrar melhor os aspectos positivos e negativos que acontecem no horário do expediente. Um dos objetivos mais importantes da GL está em prevenir LER e DORT, pois, este último está em segundo lugar no país por afastamento no trabalho de acordo com o instituto nacional de seguridade social – INSS (LOPES; NOGUEIRA; MARTINEZ, 2008, Apud, FERREIRA; SANTOS, 2013). 8.3 Quem deve fazer ginástica laboral A ginástica laboral pode ser feita por todos, desde que indicada e acompanhada por um profissional capacitado, para que seja indicado os melhores e adequados exercícios conforme as características de atividades laborais e do local de trabalho.As técnicas de alongamentos podem ser aplicadas repetidas vezes independente da forma que você trabalhe, seja sentado ou não durante todo o expediente, seja cavando buracos, em uma linha de montagem ou fazendo ou não exercícios com regularidade. Os métodos são suaves e fáceis, levando em consideração as diferenças individuais existentes quanto à tensão muscular e a flexibilidade, sendo assim, pessoas saudáveis sem quaisquer problemas em específicos, podem aprender a praticas alongamentos que é uma das técnicas realizadas na ginástica laboral. 43 8.4 Exemplos de exercícios Sempre realizar uma avaliação com um profissional capacitado da área da saúde, antes de dar início às atividades físicas; Realize os exercícios em seu ritmo; Mantenha sua respiração naturalmente; Relaxe; Tenha atenção ao seu corpo; Mantenha concentração nos músculos e nas articulações que estão sendo alongados; Indolor; Sempre realize o alongamento no seu limite de conforto, nunca a ponto de sentir dor; Em casos de problema de saúde voltado aos músculos, ossos, tendões etc. É necessário consultar um médico antes de realizar os exercícios; Não faça comparações de si mesmo com outras pessoas, todos somos diferentes, essas comparações podem fazer com que você se alongue em excesso; Não prenda o fôlego durante os exercícios; Não faça balanceios; Não são necessárias roupas especiais para realização dos exercícios, no caso de estar com sapatos de salto, é necessário retirar, somente. Exemplo de sequência da Ginástica Laboral indicada para pessoas que exercem atividades laborais em diversas posições e que utilizam por um longo período de tempo os membros superiores (braços, antebraços, punhos, mãos e dedos). Meio giro com a cabeça, iniciando de um ombro e indo para o outro, segurando 3”. Alternar movimento 2 vezes cada lado. Fazer um giro completo no final. As mãos apoiadas nos ombros com braços na altura dos ombros, girar os cotovelos para frente tentando encostá-los. Idem ao anterior, girar os cotovelos para trás. 44 Os dedos entrelaçados fazendo uma pressão com os cotovelos abertos e flexão de pescoço na nuca. O braço a frente do peito com o cotovelo e dedos flexionados, deverá fazer uma pressão com a outra mão no cotovelo em direção ao peito. Segurar 15 segundos. O braço estendido acima da cabeça, deve fletir e estender o cotovelo abrindo e fechando a mão, sendo tracionado pelo outro no cotovelo em direção a cabeça. Segurar os dedos para cima com o cotovelo estendido por 15 segundos. As pernas afastadas com os joelhos flexionados e os dedos entrelaçados atrás da nuca com os cotovelos abertos. Inclinar o tronco para direita e voltar, ir para esquerda e voltar, alternando 15 vezes. Um pé à frente do outro com pernas afastadas, flexionar o joelho da frente, não o deixando ultrapassar a linha do pé. Segurar 15 segundos. Os braços entrelaçados acima da cabeça, com as palmas das mãos e dedos unidos, estender os cotovelos por 15 segundos. Exemplo de sequência da Ginástica Laboral indicada para pessoas que exercem atividades laborais por longos períodos de tempo sentados e que utilizam membros superiores. Girar a cabeça para frente, para os lados e inverter o movimento no final do círculo. Os ombros para cima e para trás; Os ombros para cima e para frente. O braço a frente do peito com o cotovelo flexionado onde o punho deve rodar para fora, sendo que a mão oposta faz uma pressão em direção ao peito segurando por baixo do cotovelo. Elevar um braço acima da cabeça com o cotovelo flexionado e o outro com cotovelo flexionado atrás das costas, tentar entrelaçar as mãos. (Respeitando o limite de cada um). Os braços acima da cabeça, puxar o cotovelo tentando encostar a mão nas costas. 45 Pernas afastadas e joelhos flexionados, dedos das mãos entrelaçados atrás das costas com palmas unidas e afastar do corpo com os cotovelos estendidos. Segurar 15 segundos. Esticar o braço com a palma da mão para frente e dedos esticados. Dobrar o punho até onde puder. Segurar por 15 segundos. Esticar o braço com o dorso da mão para frente e dedos esticados. Dobrar o punho até onde puder. Segurar 15 segundos. Com pernas unidas e flexionadas abaixar o corpo até o seu limite e estender os joelhos. Segurar por 15 segundos, e levantar com os joelhos flexionados e coluna desenrolando. Em pé, fletir um joelho e segurar o pé, mantendo as coxas unidas. Manter por 15 segundos. Os braços elevados acima da cabeça, com mãos entrelaçadas e joelhos flexionados. Segurar por 15 segundos. Exemplo de sequência da Ginástica Laboral indicada para pessoas que permanecem por longos períodos em pé, com a cabeça para baixo e executando várias atividades com os braços, mãos e dedos. Observação: É muito importante que você sente com a coluna reta e se houver dificuldades mantenha os joelhos flexionados. Iniciar o movimento com o queixo no ombro, contando até 3 e virar para o outro lado. Fazer 2 vezes para cada lado. Sentado com as pernas esticadas, pés unidos e dedos para cima, levar os ombros para trás 10 vezes. Idem e levar os ombros para frente 10 vezes. Idem, segurar na nuca com os cotovelos unidos e tentar encostar os cotovelos na perna. Segurar por 15 segundos. Sentado com os joelhos flexionados e pés unidos, laçar o braço atrás ou na frente do corpo com cotovelo esticado. Movimentar o braço abrindo e fechando os dedos.15 vezes cada lado. Sentado com os joelhos flexionados e pés unidos, flexionar a cabeça e inclinar o corpo a frente. Segurar por 15 segundos. 46 Sentado com as pernas afastadas, pés para cima, inclinando o corpo tentando segurar a perna ou pés. Segurar por 15 segundos. Sentado com as pernas afastadas, girar o corpo levando os braços alternadamente em direção as pernas ou pés. Repetir 10 vezes. Idem, inclinar o corpo para lateral com apoio da mão oposta, levando o braço para cima com a palma para fora e o cotovelo esticado. Abdominais - Joelhos flexionados, mãos na frente do corpo e elevado, subir só até a metade das costas e descer lentamente. Repetir 10 vezes. Deitados com pernas flexionadas, estender os braços e puxar para cima, segurando por 15 segundos. Levantar de lado e lentamente. 47 9 BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NR 17: Segurança e medicina do trabalho. São Paulo: ABNT, 1990. DEJOURS, Christophe. A loucura do trabalho. São Paulo: Cortez, 2015. DEIMLING, Moacir Francisco; PESAMOSCA, Daniela. ANALISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) EM UMA EMPRESA DE CONFECÇÕES. Iberoamerican Journal of Industrial Engineering, Florianopolis- SC, 2014. FERREIRA, Karina da Silva; SANTOS, André Pereira dos. Os Benefícios da Ginástica Laboral e os Possíveis Motivos da não Implantação. Revista Educação Física UNIFAFIBE, Bebedouro - São Paulo/Brasil, Dezembro 2013. KASSADA, Danielle Satie; LOPES, Fernando Luis Panin; KASSADA, Daiane Ayumi. ERGONOMIA: ATIVIDADES QUE COMPROMETEM A SAÚDE DO TRABALHADOR. In: VII EPCC – ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA CESUMAR, 2011, Maringá. Anais [...]. Paraná/Brasil: Editora CESUMAR, 2011. MERLO, Álvaro Roberto Crespo; JACQUES, Maria da Graça Corrêa; HOEFEL, Maria da Graça Luderitz. Trabalho de Grupo com Portadores de Ler/Dort: Relato de Experiência. Psicologia: Reflexão e Crítica, Rio Grande do Sul, 2011. QUEIROZ, Raimundo do Sacramento; MEJIA, Dayana Priscila Maia. A importância do uso da Ergonomia como ferramenta para o aumento da produtividade e qualidade nas empresas. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-graduação em Ergonomia: Produto e Processo) - FAIPE, Cuiabá-MT, 2015 SILVA, Carlos Rodrigues da et al. ERGONOMIA: UM ESTUDOSOBRE SUA INFLUÊNCIANA PRODUTIVIDADE.
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