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CONTABILIDADE DO 
TERCEIRO SETOR
Fabiana Tramontin Bonho
Prestação de contas 
do terceiro setor
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Demonstrar a importância da prestação de contas.
  Diferenciar a prestação de contas dos Títulos de Organizações da 
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), Organizações Sociais (OS) 
e renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência 
Social (CEBAS).
  Avaliar a prestação de contas para a renovação do título de utilidade 
pública, fundações e associações.
Introdução
A prestação de contas é a transparência e disponibilização de todas 
as receitas e despesas da entidade para todos os interessados, sejam 
eles da iniciativa privada, pelas doações que fizeram, ou o setor público, 
pelas verbas públicas disponibilizadas por meio de convênios ou termo 
de parceria. Essas informações disponibilizadas deverão ser fidedignas 
sobre a gestão dos recursos que lhes foram atribuídos, assim como os 
resultados obtidos através das ações realizadas.
É primordial que a execução do processo de prestação de contas 
ocorra dentro da lei, compreendendo todos os documentos neces-
sários, assim como o cumprimento dos prazos. Dessa forma, neste 
capítulo, você vai conhecer todo o processo de prestação de contas 
das OSCIPs, OS e CEBAS, assim como a renovação dos títulos de uti-
lidade pública.
Importância da prestação de contas
A prestação de contas é uma ferramenta fundamental para verifi car se uma 
entidade está sendo administrada corretamente, e assim, atingindo aos seus 
objetivos. Através dela, é possível apreciar, conhecer e julgar as contas da 
gestão dos administradores da organização. Segundo Fulgencio (2007, p. 153): 
[...] a prestação de contas é uma obrigação decorrente de disposições legais 
que consiste na apresentação, por pessoas responsáveis pela gestão de re-
cursos públicos, de documentos e demonstrativos que expressem a situação 
financeira e patrimonial, bem como os resultados das operações realizadas 
sob sua responsabilidade.
O Conselho Federal de Contabilidade corrobora definindo que a prestação 
de contas: 
[...] é o conjunto de documentos e informações disponibilizados pelos dirigentes 
das entidades aos órgãos interessados e autoridades, de forma a possibilitar a 
apreciação, conhecimento e julgamento das contas e da gestão dos adminis-
tradores das entidades, segundo as competências de cada órgão e autoridade, 
na periodicidade estabelecida no estatuto social ou na lei (GRAZZIOLI et 
al., 2015, documento on-line).
Szazi (2005) relata que a prestação de contas envolve dois tipos de 
informações:
  técnicas ou de atividades — seu principal objetivo é avaliar o desen-
volvimento e desempenho da organização ou de um projeto;
  financeiras — têm como objetivo avaliar a correta e regular aplicação 
dos recursos. 
Para Gimenes (2010), a prestação de contas é uma ferramenta de fisca-
lização das entidades, visto que estas devem atender a alguns requisitos em 
sua elaboração para, assim, conseguirem receber recursos estatais e também 
privados para o desenvolvimento de suas atividades.
Conforme o Conselho Federal de Contabilidade (GRAZZIOLI et al., 2015) 
a entidade na sua prestação de contas deve observar algumas exigências es-
pecíficas de cada órgão. Assim, deverá apresentar alguns elementos básicos.
Prestação de contas do terceiro setor2
Plano de trabalho: é o relatório no qual a organização deve apresentar as 
ações previstas, comparando-as com as realizadas e com a respectiva análise 
de suas variações, com:
  os objetivos;
  a origem dos recursos;
  a infraestrutura; 
  a identificação de cada ação, serviço, projeto, programa e benefício a 
executar.
Relatórios de atividades: é um documento detalhado das atividades 
desenvolvidas durante a gestão, apresentando os elementos que comprovem a 
efetividade de sua realização. Ressalta-se que deve ser elaborado um relatório 
de cada exercício financeiro, mesmo que o período de contas englobe vários 
exercícios. 
Demonstrações contábeis: de acordo com a ITG 2002 — entidade sem 
finalidades de lucro (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2015), 
as demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pela entidade sem fi-
nalidade de lucros são o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do 
período, a demonstração das mutações do patrimônio líquido, a demonstração 
dos fluxos de caixa e as notas explicativas, conforme previsto na NBC TG 26 
ou na Seção 3 da NBC TG 1000, quando aplicáveis.
Informações bancárias: as informações bancárias podem ser demonstradas 
de duas formas, apresentando a relação das contas bancárias da entidade e 
outra com os extratos mais os comprovantes que comprovem os saldos.
Inventário patrimonial: relação de todos os bens patrimoniais que tem 
em seu poder.
Declaração de informações econômico-fiscais da Pessoa Jurídica 
(DIPJ): obrigatória para as entidades de interesse social. Deve estar apensada 
todas as fichas que compõem a DIPJ e o recibo de entrega ou transcritas as 
informações solicitadas nos campos apropriados do programa utilizado pelo 
órgão em questão.
Relação anual de informações sociais (RAIS): devem ser apensados 
à prestação de contas a RAIS impressa e o recibo de entrega (mesmo que 
seja o recibo provisório). No caso de a entidade não ter empregado, deve ser 
entregue a RAIS negativa.
3Prestação de contas do terceiro setor
Parecer do Conselho Fiscal: o cumprimento dessa exigência depende 
da estrutura administrativa da entidade, quanto à previsão, ou não, no seu 
estatuto.
Relatório de Auditoria Independente: o exame de auditoria para as enti-
dades de interesse social, feito por auditores independentes, é uma exigência 
que pode ser feita pelo poder público, por aportadores de recursos ou estar 
prevista no estatuto da entidade.
Cópia de convênio, contrato e termo de parceria: devem ser apensadas 
cópias dos convênios, contratos e termos de parceria realizados com órgãos 
públicos ou privados, acompanhados, quando for o caso, de parecer ou docu-
mento equivalente do órgão responsável pela fiscalização.
Sistema de Gestão de Convênios e Contrato de Repasses (Siconv): a 
liberação de recursos, o acompanhamento da execução e a prestação de contas 
dos convênios deverão ser registrados no Siconv.
Destaca-se os órgãos que exigem as prestações de contas das entidades 
do terceiro setor, são eles:
  Ministério Público;
  Ministério da Justiça e Governos Estaduais;
  Ministério da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome;
  Órgãos que celebram termos de parceira com OSCIPs.
Assim, conclui-se que a prestação de contas é um relatório elaborado pelas 
entidades do terceiro setor, importante ferramenta para a transparência de seu 
processo de gestão, destinado a todos a quem possa interessar.
Prestação de contas dos títulos de OSCIP, OS 
e renovação do CEBAS 
A organização da sociedade civil é obrigada a prestar contas fi nais da boa 
e regular aplicação dos recursos recebidos no prazo de até 90 dias a partir 
do término da vigência da parceria, conforme estabelecido no respectivo 
instrumento (art. 69 da Lei nº. 13.019/2014) (BRASIL, 2014).
Conforme o Conselho Federal de Contabilidade (GRAZZIOLI et al., 2015), 
para prestação de contas das Organizações da Sociedade Civil de Interesse 
Prestação de contas do terceiro setor4
Público (OSCIP), a Lei nº. 9.790, de 23/3/1999 (BRASIL, 1999), determina 
que as normas para a prestação de contas a serem observadas pela entidade 
devem constar do estatuto e devem conter, no mínimo: 
a) a observância das Normas Brasileiras de Contabilidade; 
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento 
do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações 
contábeis da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos 
com INSS e FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer 
cidadão; 
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos;se for o 
caso, a aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria; 
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública 
recebidos pela OSCIP será feita conforme determina o parágrafo único 
do art. 70 da Constituição Federal, segundo o qual “prestará contas 
qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, 
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores pú-
blicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma 
obrigações de natureza pecuniária”.
Além da referida documentação, a OSCIP deverá fazer a prestação de 
contas específica do termo de parceria, comprovando-se, perante o órgão 
estatal parceiro, a correta aplicação dos recursos públicos recebidos e do 
adimplemento do objeto do termo de parceria. Salienta-se que a prestação 
de contas das OSCIP deverá ser encaminhada ao Ministério da Justiça no 
dia 30 de abril.
Para a prestação de contas das OS estão sujeitas à prestação de contas 
sistemática, a ser encaminhada anualmente ao Tribunal de Contas da União 
nos moldes das entidades da Administração Pública. O Tribunal de Contas 
realiza o julgamento das contas das organizações sociais, bem como toma as 
providências cabíveis no caso de irregularidades informadas pelo poder público.
Assim, as peculiaridades de cada parceria com o terceiro setor dependerão, 
no entanto, da respectiva legislação (federal, estadual, distrital ou municipal). 
Em âmbito federal, a partir da interpretação literal das Leis nº. 9.637/1998 
(BRASIL, 1998) e 9.790/1999 (BRASIL, 1999), as principais diferenças entre 
a OS e a OSCIP podem ser exemplificadas conforme mostra o Quadro 1.
5Prestação de contas do terceiro setor
Fonte: Adaptado de Oliveira (2015).
Entidades Organizações sociais (Lei 
nº. 9.637/1998)
Organizações da 
sociedade civil de 
interesse público (Lei 
nº. 9.790/1999)
Critérios
Qualificação Discricionária (arts. 1º e 2º, II) Vinculada (art. 1º, § 2º)
Competência para 
qualificação
Ministério ou órgão regulador 
responsável pela área de 
atuação da entidade privada 
requerente (art. 2º, II)
Ministério da Justiça 
(art. 5º)
Órgão deliberação 
superior da entidade
Presença obrigatória de 
representante do poder 
público (art. 2º, I, d)
Presença facultativa 
de servidor público na 
composição do Conse-
lho da entidade (art. 4º, 
parágrafo único)
Vínculo jurídico 
(parceria)
Contrato de gestão (art. 5º) Termo de parceria (art. 9º)
Fomento Repasse de recursos orça-
mentários, permissão de uso 
de bens públicos e cessão 
especial de servidor sem custo 
para a entidade (arts. 12 e 14)
Repasse de recursos or-
çamentários e permissão 
de uso de bens públicos 
(art. 12)
Quadro 1. Principais diferenças entre a OS e a OSCIP
E para Renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência 
Social (CEBAS), de acordo com a Lei nº. 12.101, de 2009 (BRASIL, 2009), 
a certificação ou sua renovação será concedida à entidade beneficente que 
demonstre, no exercício fiscal anterior ao do requerimento, observado o período 
mínimo de 12 (doze) meses de constituição da entidade, o cumprimento do 
disposto nas seções I, II, III e IV do capítulo II da Lei nº. 12.101, de 2009, de 
acordo com as respectivas áreas de atuação (Saúde, Educação, Desenvolvimento 
Social e Combate à Fome) (GRAZZIOLI et al., 2015).
Prestação de contas do terceiro setor6
Acesse o link seguir para conhecer a Lei nº. 12.101/09 (BRASIL, 2009), que apresenta 
também alguns entendimentos sobre a CEBAS.
https://goo.gl/G4u3hd
Dessa forma, apesar das entidades do terceiro setor, serem beneficiadas 
pela imunidade, elas têm suas obrigações legais que devem cumprir, incluindo, 
assim, tributárias que, em caso de não cumprimento pelos seus responsáveis 
poderão incorrer em crime tributário, ocasionando abertura de processo penal 
contra seus dirigentes.
Prestação de contas para a renovação do título 
de utilidade pública, fundações e associações
Conforme dispõe o art. 72 da Lei (BRASIL, 2014, documento on-line), as 
prestações de contas serão avaliadas: 
a) Regulares ou aprovadas, quando expressarem, de forma clara e objetiva, 
a exatidão dos demonstrativos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a 
economicidade dos atos de gestão do responsável; 
b) Regulares ou aprovadas com ressalva, quando evidenciarem improprie-
dade ou qualquer outra falta de natureza formal de que não resulte em dano 
ao Erário; e
c) Irregulares ou rejeitadas, quando comprovada omissão no dever de prestar 
contas; a prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico, ou de 
infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional ou patrimonial; dano ao Erário decorrente de ato 
de gestão ilegítimo ou antieconômico; ou desfalque ou desvio de dinheiro, 
bens ou valores públicos. 
7Prestação de contas do terceiro setor
Mesmo que as entidades tenham as prestações de contas aprovadas, será obrigatório 
que mantenham arquivados os documentos originais que foram apresentados na 
prestação de contas por, no mínimo, 10 anos.
Caso seja constatada alguma irregularidade na prestação de contas será con-
cedido prazo de 45 dias, prorrogável por no máximo uma vez por igual período, 
para que a organização da sociedade civil sane a irregularidade ou cumpra a 
obrigação. Transcorrido esse prazo sem o saneamento da irregularidade ou 
omissão, a autoridade administrativa competente deverá adotar as providências 
para apuração dos fatos, identificação dos responsáveis, quantificação do dano 
e obtenção do ressarcimento, nos termos da legislação vigente, sob pena de 
responsabilidade solidária (art. 70, §§ 1º e 2º, da Lei) (BRASIL, 2014). 
O art. 11 da Lei obriga a entidade privada a manter sítio eletrônico e divulgar 
nele todas as parcerias estabelecidas com o poder público. Essas informações 
devem incluir, na forma do parágrafo único da lei, no mínimo: 
a) a data de assinatura e identificação do instrumento de parceria e do órgão 
da administração pública responsável; 
b) o nome da organização da sociedade civil e seu número de inscrição no CNPJ;
c) a descrição do objeto da parceria;
d) o valor total da parceria e valores liberados; 
e) a situação da prestação de contas da parceria, que deverá informar a data 
prevista para a sua apresentação, a data em que foi apresentada, o prazo para 
a sua análise e o resultado conclusivo (BRASIL, 2014, documento on-line).
As exigências de accountability são relevantes para permitir o controle, 
inclusive social, e a transparência das parcerias entre a Administração e as 
organizações da sociedade civil. 
“A palavra accountability tem origem no verbo inglês account e significa narrar, enu-
merar, responder para alguém” (PEREZ, 2010, documento on-line). O conceito envolve 
responsabilidade, controle, transparência, obrigação de prestação de contas, além 
de justificativas para as ações que realizaram ou deixaram de ser feitos (PEREZ, 2010).
Prestação de contas do terceiro setor8
Por fim, o art. 51 (BRASIL, 2014) da Lei determina que os recursos recebi-
dos em decorrência da parceria serão depositados e geridos em conta bancária 
específica, em instituição financeira pública indicada pela administração 
pública, e, enquanto não empregados na sua finalidade, serão necessariamente 
investidos em cadernetas de poupança, devendo eventuais rendimentos ser 
obrigatoriamente aplicados no objeto da parceria, estando sujeitos às mesmas 
condições de prestação de contas exigidas para os recursos transferidos. 
A Lei (BRASIL, 2014) traz, ainda, de forma semelhante, normas de trans-
parência e controle a serem observadas pela própria administração pública. 
Assim, no início de cada ano, a administração deverá publicar, nos meios 
oficiais de divulgação, os valores aprovados na lei orçamentária anual vigente 
para execução de programas e ações do plano plurianual em vigor, que poderão 
ser executados por meio de parcerias previstas na Lei nº. 13.019/2014 (art. 9º) 
(BRASIL, 2014). Deverá tambémmanter, em seu sítio oficial na internet, a re-
lação das parcerias celebradas, em ordem alfabética, pelo nome da organização 
da sociedade civil, por prazo não inferior a cinco anos, contados da apreciação 
da prestação de contas final da parceria (art. 10 da Lei) (BRASIL, 2014). 
Além disso, a administração deve divulgar na internet as formas pelas 
quais eventuais interessados poderão apresentar denúncias sobre a aplicação 
dos recursos transferidos (art. 12 da Lei) (BRASIL, 2014).
Ressalta-se que para a renovação da utilidade pública nas três esferas, as 
entidades do terceiro setor deverão encaminhar aos órgãos competentes a 
prestação de contas conforme mostra o Quadro 2.
Fonte: Adaptado de Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (2018).
Titulação Órgãos Prazo Validade
Utilidade Pública 
Estadual 
Secretaria do Trabalho e 
Desenvolvimento Social (STDS)
30 de abril 1 ano
Utilidade Pública 
Municipal
Conselho Municipal de 
Assistência Social (CMAS)
30 de abril 1 ano
Quadro 2. Titulações de utilidade pública
E as fundações deverão encaminhar ao Ministério Público Estadual a 
prestação de contas no Sistema de Cadastro e Prestações de Contas. E as 
9Prestação de contas do terceiro setor
associações serão feitas em assembleias gerais que serão convocadas para 
este fim, pelos meios e nos prazos estabelecidos em seu estatuto. 
Dessa forma, as prestação de contas e a renovação das certificações/titu-
lações constitui-se na principal obrigação acessória das entidades do terceiro 
setor. Assim, deve-se verificar o cumprimento dos prazos para as prestações de 
contas, pois cada uma das entidades apresenta características distintas e caso 
achar descumprimento provocará o cancelamento do certificado ou titulação.
BRASIL. Lei nº. 9.637, de 15 de maio de 1998. Dispõe sobre a qualificação de entidades como 
organizações sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos 
órgãos e entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações 
sociais, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1998. Disponí-
vel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9637.htm. Acesso em: 4 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº. 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas 
jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil 
de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências. 
Brasília, DF: Presidência da República, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/LEIS/L9790.htm. Acesso em: 4 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº. 12.101, de 27 de novembro de 2009. Dispõe sobre a certificação das en-
tidades beneficentes de assistência social; regula os procedimentos de isenção de 
contribuições para a seguridade social [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2009. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12101.
htm. Acesso em: 4 abr. 2019.
BRASIL. Lei nº. 13.019, de 31 de julho de 2014. Estabelece o regime jurídico das parcerias 
entre a administração pública e as organizações da sociedade civil [...]. Brasília, DF: 
Presidência da República, 2014. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2011-2014/2014/Lei/L13019.htm. Acesso em: 4 abr. 2019.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução 2015/ITG2002(R1). Altera a ITG 
2002 que trata de entidades sem finalidade de lucros. Diário Oficial da União: seção 1, 
Brasília, DF, n. 168, p. 100, 2 set. 2015. Disponível em: http://www1.cfc.org.br/sisweb/
SRE/docs/ITG2002(R1).pdf. Acesso em: 3 abr. 2019.
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL. Terceiro setor: 
guia de orientação para o profissional da contabilidade. 3. ed. Porto Alegre: CRCRS, 
2018. Disponível em: http://www.crcrs.org.br/arquivos/livros/livro_3setor.pdf. Acesso 
em: 3 abr. 2019.
Prestação de contas do terceiro setor10
FULGENCIO, P. C. Glossário Vade Mecum: Administração Pública, Ciências Contábeis, 
Direito, Economia e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.
GIMENES, E. R. Transparência na prestação de contas por organizações do terceiro setor. 
Revista Urutágua, Maringá, n. 20, jan./abr. 2010. Disponível em: http://periodicos.uem.
br/ojs/index.php/Urutagua/article/view/6493/5220. Acesso em: 3 abr. 2019.
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PEREZ, O. C. A representação em arenas extraparlamentares: os conselhos gestores de 
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Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.
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11Prestação de contas do terceiro setor

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