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TRATAMENTO EM REPRODUÇÃO HUMANA

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Tratamento em reprodução humana
Métodos de baixa complexidade (concepção intracorpórea)
Tratamento da infertilidade sem medicação direta (correção da condição para ter
a possibilidade de engravidar naturalmente) - endometriose (videolaparoscopia),
varicocele (tratamento cirúrgico), leiomioma, reversão de vasectomia e de
laqueadura.
SOP - mulher tem boa reserva ovariana, mas matura poucos óvulos, devendo-se
induzir a ovulação.
Indução de ovulação via oral:
a.) Clomifeno (antiestrogênico), que age sobre os receptores de estrogênio,
ocupando-os através de uma ação antagonista.
O objetivo deste medicamento é aumentar o FSH, hormônio responsável pela
proliferação e maturação de óvulos.
O clomifeno ocupa os receptores centrais (estradiol e estrogênio) da hipófise e
do hipotálamo. Em via final, ele aumenta a secreção de FSH, que segue até o
ovário estimulando o crescimento dos folículos até a ovulação. Ele é tomado por
boca de 1 a 4 cps durante os primeiros 5 dias do ciclo menstrual. O tratamento é
acompanhado por USG transvaginal para verificar se está sendo eficiente ou não.
O folículo deve crescer até atingir 18 mm de diâmetro médio.
Uma vez formado o folículo, a mulher deve ovular, o que pode ocorrer
naturalmente: crescimento de folículo = produção de estrogênio = feedback
positivo com LH = aumento de LH = ovulação após 36 horas.
Desvantagens do clomifeno: prejudica a proliferação endometrial e transforma o
muco em hostil. Assim, o clomifeno não deve ser utilizado repetitivamente, pois
as condições hostis passam a superar a vantagem da ovulação (a partir de cerca
de seis meses de utilização).
É possível otimizar o processo por meio da estimulação da ovulação com o uso
de HCG ao visualizar o folículo dominante, evitando que o casal se submeta ao
estresse de diversas relações sequenciais.
b.) Inibidores da aromatase - letrozol (off-label)
Usado por 5 dias na fase folicular precoce.
Inibe a conversão de androgênio em estrogênio, reduzindo estrogênio circulante
e, por feedback negativo, estimula a produção de FSH.
Vantagens: não prejudica o endométrio nem o muco cervical.
Inseminação intrauterina:
ISCA - infertilidade sem causa aparente
Critérios de elegibilidade:
- masculino: não pode ser vasectomizado e mínima quantidade ( > 5,0 x 106
espermatozóides por mL de sêmen) e qualidade (morfologia de Kruger
maior ou igual a 4%) após processamento (não é do espermograma bruto!);
- mulher: pelo menos um ovário, uma cavidade uterina boa e uma tuba
uterina viável (avaliação por histerossalpingografia - raio-X seriado com
injeção de contraste).
Inseminação intrauterina:
Uso de medicação no segundo dia do ciclo menstrual para estimular ovulação
(FSH via subcutânea) por 8 a 10 dias, realização de USG transvaginal para
acompanhamento de crescimento folicular (até 18mm de diâmetro médio) e
administração de hCG para estimular ovulação.
Homem realiza masturbação, ejacula e o sêmen é levado para processamento
laboratorial. Esse sêmen é introduzido por cateter na cavidade uterina.de
gravidez somente por relação sexual.
A chance de engravidar é de 20 a 25% a cada tentativa, sendo o dobro da chance
Devem ser realizadas, no máximo, três tentativas. Se não obtiver sucesso, o
método deve ser substituído.
Métodos de alta complexidade (concepção “in vitro”)
FIV:
Uso de medicação no segundo dia do ciclo menstrual para estimular ovulação
(FSH via subcutânea) por 8 a 10 dias e realização de USG transvaginal para
acompanhamento de crescimento folicular (até 18mm de diâmetro médio).
Nesse procedimento, o objetivo é recolher os óvulos antes da ovulação, portanto,
o ovário é puncionado e os folículos são aspirados e colocados no microscópio
óptico para identificar o complexo cumulus oophorus. Assim que identificados e
coletados, esse complexo segue para a estufa.
Enquanto isso, o marido fornece o espermatozoide.
Para cada óvulo colocado no meio de cultura, deposita-se milhares de
espermatozóides do marido (cerca de 50 mil) e coloca-se numa estufa a 37°C.
Após 18h, identifica-se se houve fertilização ou não. Se houver fertilização,
inicia-se a evolução embrionária: formação de dois pronúcleos, blastômero,
mórula, blastocisto etc. Essa evolução demora cerca de três a cinco dias, quando
a mulher é convocada para o laboratório e o embrião é transferido para o fundo
uterino. Após 14 dias, a mulher realiza o teste de gravidez por bHCG.
Em mulheres até 37 anos, pode-se depositar dois embriões no fundo uterino. Já
para mulheres a partir de 37 anos, pode-se depositar três embriões por vez.
Taxa de gravidez por tentativa:
- até 35 anos = de 50 a 70%;
- de 35 a 37 anos = de 30 a 40%;
- aos 40 anos = 20%;
- 42 anos = 8%;
- 43 anos = 5%;
- 44 anos em diante = < 1%.
ICSI:
O procedimento é semelhante ao de FIV, mas é usado em casos de sêmen
alterados ou sem presença de espermatozoides. Na ICSI, o espermatozoide é
infiltrado dentro do óvulo, diferentemente do que ocorre na FIV, em que eles
somente permanecem na mesma placa de petri.
Em azoospermia obstrutiva (ex.: vasectomia), é possível aspirar espermatozoide
da cabeça do epidídimo, sendo possível realizar a fecundação.

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