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CYAN VS Gráfica VS Gráfica MAG VS Gráfica YEL VS Gráfica BLACK W ard law S m ith www.grupoa.com.br 0800 703 3444 www.grupoa.com.br NUTRIÇÃO R ecorte aq u i seu m arcad or d e p ág in a. Elaborada para reunir os fundamentos necessários para tomada de decisão nutricional na prática diária, bem como para esclarecer as dúvidas mais frequentes, Nutrição contemporânea, 8ª edição, destaca-se pela forma didática como apresenta o tema, sempre complementado por ilustrações que também facilitam o entendimento. As discussões aqui apresentadas partem do importante pressuposto de que os indivíduos não são iguais, motivo pelo qual o leitor aprenderá a personalizar as informações nutricionais e a fazer escolhas corretas em diferentes contextos. A maneira como os capítulos foram elaborados é outro destaque, oferecendo uma visão completa do assunto abordado, podendo ser utilizados em sala de aula conforme as necessi- dades de cada curso. Nutrição contemporânea é um excelente livro-texto de introdução à nutrição... Sua leitura é agradável, e as informações são de alta qualidade.” Karen Schuster, Florida Community College of Jacksonville“ Além de reunir informações diferenciadas, com base em pesquisas, o livro contém fotos interessantes, coloridas, tabelas e quadros úteis, tópicos especiais e bons estudos de caso para discussão.... Fiquei muito bem-impressionada.” Linda D. DeTurk, North Platte Community College“ Gordon M. Wardlaw Anne M. Smith A Artmed Editora é parte do Grupo A, uma empresa que engloba diversos se- los editoriais e várias plataformas de dis- tribuição de conteúdo técnico, científi co e profi ssional, disponibilizando-o como, onde e quando você precisar. O Grupo A publica com exclusividade obras com o selo McGraw-Hill em língua portuguesa. Wardlaw Smith Nutrição Contemporânea 8ª Edição Gordon M. Wardlaw Anne M. Smith Em http://www.mhhe.com/wardlawcont8, estão disponíveis materiais complementares do livro (em inglês), que incluem animações, atualizações, vídeos e outros recursos. NUTRIÇÃO CLARK, N. Guia de Nutrição Desportiva: Alimentação para uma Vida Ativa, 4.ed. CORDÁS, T.A.; KACHANI, A. & COLS. Nutrição em Psiquiatria DELGADO FERNÁNDEZ, M.; GUTIÉRREZ SAÍNZ, A.; CASTILLO GARZÓN, M.J. Treinamento Físico-desportivo e Alimentação: Da Infância à Idade Adulta, 2.ed. SALWAY, J.G. Metabolismo Passo a Passo, 3.ed. WARDLAW, G.M.; SMITH, A.M. Nutrição Contemporânea, 8.ed. Nutrição Contemporânea N utrição C o ntem p o rânea N utrição C o ntem p o rânea 42649 Nutricao Contemporanea.indd 142649 Nutricao Contemporanea.indd 1 28/01/2013 11:30:3528/01/2013 11:30:35 Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052 W266n Wardlaw, Gordon M. Nutrição contemporânea [recurso eletrônico] / Gordon M. Wardlaw, Anne M. Smith ; tradução: Laís Andrade, Maria Inês Corrêa Nascimento ; revisão técnica: Ana Maria Pandolfo Feoli. – 8. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2013. Editado também como livro impresso em 2013. ISBN 978-85-8055-189-1 1. Nutrição. I. Smith, Anne M. II. Título. CDU 612.39 Nutrição e Saúde Lipídeos e doenças cardiovasculares As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre os norte-americanos. A doença cardiovascular costuma envol- ver as artérias coronárias, por isso se usa, frequentemente, o termo cardiopatia co- ronariana ou doença arterial coronariana (DAC). Todos os anos, cerca de 500 mil pessoas morrem de cardiopatia coronaria- na nos Estados Unidos, ou seja, essa doença mata 60% mais pessoas do que o câncer. Se incluirmos sob a denominação doença car- diovascular os casos de AVC e outras doenças circulatórias, esse número subirá para qua- se 1 milhão de pessoas. Nos Estados Uni- dos, todos os anos, há 1,5 milhão de casos de infarto (ataque cardíaco). A proporção de doenças cardiovasculares entre os sexos masculino e feminino é de 2:1. Nas mulhe- res, essas doenças surgem aproximadamen- te 10 anos mais tarde do que nos homens. Ainda assim, elas acabam matando mais mulheres do que qualquer outra doença – duas vezes mais do que o câncer. E para cada pessoa que morre de doença cardio- vascular, outras 20 pessoas (� 13 milhões de pessoas) têm sintomas dessas doenças. Desenvolvimento da doença cardiovascular Os sintomas de doença cardiovascular se desenvolvem ao longo dos anos e, muitas vezes, só se manifestam claramente em idade avançada. Apesar disso, autópsias de adultos jovens, abaixo dos 20 anos de ida- de, mostram que muitos deles já apresen- tam placas de ateroma, ou aterosclerose, nas artérias (Fig. 5.16). Esse fato indica que a placa de aterosclerose pode começar a se formar na infância, evoluindo ao longo da vida, inicialmente despercebida. As formas típicas de doença cardio- vascular, que são a cardiopatia coronariana e o AVC, estão associadas à falta de supri- mento sanguíneo adequado ao coração e ao cérebro, decorrente da formação da placa. O sangue leva oxigênio e nutrientes ao músculo cardíaco, ao cérebro e a outros órgãos. Quando o fluxo sanguíneo nas ar- térias coronárias que circundam o coração é interrompido, o músculo cardíaco pode ser danificado. O resultado pode ser um ataque cardíaco ou infarto do miocárdio (ver novamente Fig. 5.16). O coração pode começar, então, a bater irregularmente ou pode parar. Cerca de 25% das pessoas não sobrevivem ao primeiro ataque cardíaco. Se o fluxo de sangue a certas partes do cérebro for interrompido por um determinado tem- po, uma parte do cérebro poderá morrer, causando o chamado AVC, abreviatura de acidente vascular cerebral. O ataque cardíaco pode ser súbito e grave, provocando uma dor que se irradia para o pescoço e por todo o braço, ou pode ser sorrateiro, manifestando-se por sinto- mas de má digestão, dor leve ou sensação de pressão no peito. Muitas vezes, em mu- lheres, os sintomas são tão sutis que a mor- te ocorre antes que a paciente ou o médico percebam que está ocorrendo um ataque cardíaco. Se houver qualquer suspeita de que esteja ocorrendo um ataque cardíaco, deve-se chamar imediatamente uma am- bulância e, enquanto se aguarda, a pessoa deve mastigar um comprimido de ácido acetilsalicílico (325 mg). Este fármaco aju- da a diminuir a coagulação sanguínea que provoca o ataque cardíaco. A contínua formação e fragmentação dos coágulos de sangue nos vasos sanguí- neos é um processo normal. Entretanto, em áreas onde se formam placas de ateroscle- rose, é maior a probabilidade de os coágu- los permanecerem intactos, causando um bloqueio, interrompendo ou diminuindo o suprimento de sangue para o coração (pelas artérias coronárias) ou para o cérebro (pe- las artérias carótidas). Mais de 95% dos ca- sos de ataque cardíaco são causados por es- ses coágulos. O ataque cardíaco geralmente é causado pelo bloqueio total das artérias coronárias, decorrente da formação de um coágulo sanguíneo em um trecho da arté- ria que já está parcialmente obstruído pela placa de ateroma. A desintegração da placa também pode contribuir para a formação do coágulo. Provavelmente, a aterosclerose se ins- tala com o objetivo inicial de reparar o dano da parede do vaso. O dano que dá início a todo esse processo pode ser causa- do por fumo, diabetes, hipertensão, LDL e infecções virais e bacterianas. A inflamação permanente da parede do vaso sanguíneo também é uma causa suspeita de dano. (O exame laboratorial denominado dosagem de proteína C-reativa no sangue serve para � A doença cardiovascular mata mais mulheres do que qualquer outra doença – duas vezes mais do que o câncer. placa de ateroma Acúmulo de uma substância rica em colesterol na parede dos vasos sanguíneos. Contém leucó- citos, células musculares lisas, várias proteínas, colesterol e outros lipídeos e, às vezes, cálcio. infarto do miocárdio Morte de uma parte do músculo cardíaco. Também co- nhecido como ataque cardíaco. acidente vascular cerebral Mortede parte do tecido cerebral, geralmente causada por um coágulo sanguíneo. Co- nhecido pela sigla AVC. Wardlaw_Cap_5.indd 218Wardlaw_Cap_5.indd 218 04/12/12 14:4804/12/12 14:48 219 avaliar se existe inflamação.) A aterosclero- se pode afetar qualquer artéria do corpo. O dano se instala especialmente nos locais em que as artérias se ramificam, originando va- sos de menor calibre. Nesses pontos, as pa- redes dos vasos são submetidas a um grau elevado de estresse, por conta da mudança nas características do fluxo sanguíneo. Uma vez ocorrido o dano no vaso san- guíneo, a próxima etapa no desenvolvimen- to da aterosclerose é a fase de progressão. Essa etapa se caracteriza pelo depósito da placa de ateroma no local do dano inicial. O ritmo de formação da placa durante a fase de progressão está diretamente relacionado à quantidade de LDL presente no sangue. A forma de LDL que mais contribui para a aterosclerose é a forma oxidada. Essa forma é aquela que as células “lixeiras” da parede da artéria retiram do sangue preferencial- mente. Nutrientes e fitoquímicos que têm propriedades antioxidantes podem reduzir a oxidação de LDL. Frutas e legumes são particularmente ricos nesses compostos. Consumir frutas e legumes regularmente é uma medida positiva, que pode reduzir a formação da placa de ateroma e deter a progressão da doença cardiovascular. Algu- mas frutas e legumes particularmente úteis para esse fim são leguminosas (vagens e feijões), nozes, ameixas secas, passas, frutas � Os sinais típicos de alerta de um ataque cardíaco são: • Dor ou pressão intensa e prolongada no peito, às vezes irradiada para os braços ou para o pescoço (homens e mulheres) • Falta de ar (homens e mulheres) • Sudorese (homens e mulheres) • Náusea e vômitos (especialmente mu- lheres) • Tontura (especialmente mulheres) • Fraqueza (homens e mulheres) • Dor na mandíbula, pescoço e ombro (espe- cialmente mulheres) • Batimentos cardíacos irregulares (homens e mulheres) � Healthy People 2010 definiu como meta reduzir em 30% a incidência atual de mortes por cardiopatia coronariana. � Ao primeiro sinal de um possível ataque car- díaco, a pessoa deve, antes de qualquer coisa, chamar uma ambulância e, depois, mastigar bem um comprimido de ácido acetilsalicílico. Artéria coronária direita Artéria coronária esquerda Aorta Revestimento celular (endotélio) Artéria pulmonar Área de oclusão Área de lesão do músculo Camada muscular AberturaAbertura do vasodo vaso Placa de colesterol em formação Placa de colesterol avançada Coágulo sanguíneo Artéria normal Lesão inicial Aterosclerose significativa Bloqueio completo Abertura do vaso FIGURA 5.16 � O processo que leva ao ataque cardíaco. O processo começa com a lesão da parede da artéria. Essa lesão é seguida da progressiva formação da placa de ateroma. O ataque cardíaco representa a última etapa do processo. É evidente o bloqueio da artéria coronária esquerda por um coágulo sanguíneo. O músculo cardíaco suprido pelo trecho da artéria coronária localizado além do ponto de bloqueio fica privado de oxigênio e nutrien- tes, acaba danificado e pode morrer. Esse dano pode causar uma diminuição significativa da função cardíaca que, muitas vezes, chega até a insuficiência cardíaca. oxidação No sentido mais elementar, é a perda de um elétron ou o ganho de um átomo de oxigênio por uma substância química. Essa alteração, em geral, modifica a forma e/ou a função da substância. Wardlaw_Cap_5.indd 219Wardlaw_Cap_5.indd 219 04/12/12 14:4804/12/12 14:48 220 silvestres, ameixas, maçãs, cerejas, laranjas, uvas, espinafre, brócolis, pimenta vermelha, batatas e cebolas. Chá e café também são fontes de antioxidantes. À medida que a placa se acumula, as artérias endurecem, ficam mais estreitas e perdem elasticidade. As artérias afetadas sofrem ainda mais lesões quando o sangue passa dentro delas sob pressão. Por fim, na fase terminal, um coágulo ou um espasmo em uma artéria afetada por placas de atero- ma resulta no ataque cardíaco. Os fatores que geralmente provocam o ataque cardíaco nas pessoas que estão sob risco incluem desidratação, estresse emo- cional agudo (p. ex., a demissão de um fun- cionário), atividade física extenuante rea- lizada por pessoa que não tem condições físicas para tal (p. ex., cavar e plantar), acor- dar no meio da noite ou pela manhã (asso- ciado a um aumento abrupto do estresse), além do consumo de refeições copiosas, ricas em gordura (aumentam a coagulação sanguínea). Fatores de risco de doença cardiovascular Muitas pessoas estão livres dos fatores de risco que contribuem para o rápido desen- volvimento da aterosclerose. Nesse caso, os especialistas recomendam o consumo de uma dieta balanceada, acompanhada de atividades físicas regulares, exames perió- dicos para análise das lipoproteínas sanguí- neas em jejum a partir dos 20 anos de ida- de, além de reavaliação dos fatores de risco a cada cinco anos. Para a maioria das pessoas, no entanto, os fatores de risco mais prováveis são: • Colesterol total no sangue acima de 200 mg/dL de sangue (mg/dL signifi- ca miligramas por decilitro, que equi- vale a 100 mL). O risco é particular- mente elevado quando o colesterol é igual ou maior do que 240 mg/dL e quando a dosagem de LDL colesterol está entre 130 e 160 mg/dL. (Os ter- mos LDL colesterol e HDL colesterol são usados para expressar a concen- tração sanguínea porque o parâmetro medido é o conteúdo de colesterol presente nas lipoproteínas.) • Tabagismo. O fumo é a principal cau- sa de 20% das mortes por doença car- diovascular e em geral anula a vanta- gem do sexo feminino de desenvolver a doença mais tardiamente. A combi- nação do fumo com os contraceptivos orais aumenta ainda mais o risco de doença cardiovascular nas mulheres. O fumo aumenta muito a expressão dos genes ligados ao risco de doença cardiovascular, mesmo quando os lipídeos sanguíneos da pessoa são baixos. Também aumenta a probabi- lidade de coagulação do sangue. Até mesmo o tabagismo secundário foi implicado como fator de risco. • Hipertensão. A hipertensão se carac- teriza por uma pressão arterial sis- tólica acima de 139 mmHg e pressão arterial diastólica acima de 89. Os va- lores saudáveis da pressão arterial são abaixo de 120 e 80, respectivamente. (O tratamento da hipertensão é revi- sado no Cap. 9.) • Diabetes. O diabetes praticamente garante o desenvolvimento da doença cardiovascular, por isso as pessoas que sofrem de diabetes estão no grupo de alto risco. A insulina aumenta a sín- tese de colesterol no fígado, elevando, consequentemente, o nível de LDL na corrente sanguínea. O diabetes não respeita a vantagem feminina. Juntos, os quatro fatores de risco cita- dos explicam a maioria dos casos de doença cardiovascular. Outros fatores de risco a considerar: • HDL colesterol abaixo de 40 mg/dL, especialmente quando a proporção colesterol/ HDL colesterol é maior do que 4:1 (3,5:1 ou menos é o ideal). As mulheres costumam ter níveis ele- vados de HDL colesterol, por isso é importante medir regularmente esses níveis para definir o risco cardiovas- cular da mulher. Valores de 60 mg/dL ou mais são particularmente proteto- res. Pelo menos 45 minutos de exer- cício físico quatro vezes por semana podem aumentar o nível de HDL em � O fumo é um dos quatro maiores fatores de risco de doença cardiovascular. antioxidante Geralmente, um compos- to que interrompe os efeitos danosos de substâncias reativas que buscam um elétron (agentes oxidantes). Eles evitam a degradação (oxidação) de substâncias existentes nos alimentos ou no corpo, particularmente lipídeos. pressão arterial sistólica Pressão no interior dos vasos sanguíneos arteriais decorrente do bombeamento de sangue pelo coração. pressão arterial diastólica Pressão no interior dos vasos sanguíneos arteriais quando o coração está entre um e outro batimento. DECISÕES ALIMENTARES Suplementos antioxidantese doença cardiovascular Será que doses elevadas de suplementos vitamínicos antioxidantes são uma forma confiável de reduzir a oxidação da LDL e, assim, evitar a doença cardiovascular? Há con- trovérsias entre os especialistas sobre esses suplementos alimentares, tópico que será detalhado no Capítulo 8. A American Heart Association não apoia o uso de suplementos antioxidantes (p. ex., vitamina E) para reduzir o risco de doença cardiovascular. O moti- vo é que estudos de grande escala não comprovaram que exista diminuição do risco de doença cardiovascular com o uso de suplementos antioxidantes. Um estudo até mostrou um aumento discreto da incidência de insuficiência cardíaca após o uso de suplementos antioxidantes, em pessoas com diabetes ou que, por outro motivo qualquer, corriam alto risco de doença cardiovascular. Entretanto, há novos estudos em andamento, que usam suplementos antioxidantes (p. ex., 600 UI de vitamina E em dias alternados) para preven- ção de doença cardíaca em homens. Quanto às mulheres, 600 UI de vitamina E de uma fonte natural em dias alternados não proporcionaram benefícios em termos da incidência de eventos cardiovasculares importantes (ou câncer). No entanto, são necessárias outras pesquisas, já que se observou redução dos casos de morte súbita de origem cardíaca em um subgrupo de mulheres idosas, nesse estudo. Alguns especialistas acreditam que a suplementação com vitamina E (100 – 400 UI) pode ser útil para prevenção das doenças cardiovasculares, mas outros estudiosos são contrários a essa prática. Uma coisa é certa: qualquer suplemento de vitamina E só deve ser usado sob supervisão médica, dadas as interações com vitamina K e medicamentos anticoagulantes (e possivelmente com o uso de altas doses de ácido acetilsalicílico). Wardlaw_Cap_5.indd 220Wardlaw_Cap_5.indd 220 04/12/12 14:4804/12/12 14:48 221 5 mg/dL. Perder o excesso de peso (sobretudo na área da cintura) e evi- tar o fumo e os excessos alimentares também ajudam a manter ou elevar a HDL, o mesmo ocorrendo com o con- sumo moderado de álcool. • Idade: homens acima de 45 anos e mulheres acima de 55 anos. • História familiar de doença cardio- vascular, principalmente antes dos 50 anos de idade. • Triglicerídeos sanguíneos de 200 mg/ dL ou mais, em jejum (menos de 100 mg/dL é o ideal). • Obesidade (especialmente o acúmulo de gordura na área da cintura). O ga- nho de peso típico dos adultos é um dos grandes fatores determinantes da elevação da LDL que se observa com a idade. A obesidade também costuma causar resistência à insulina, criando um estado semelhante ao diabetes e, eventualmente, levando à instalação do diabetes propriamente dito. A obe- sidade também provoca uma inflama- ção generalizada no organismo. • Inatividade. O exercício físico regu- lar condiciona as artérias para que se adaptem ao esforço físico e também melhora os efeitos da insulina no cor- po. A redução da liberação de insulina consequente ao exercício leva a uma redução da síntese de lipoproteínas no fígado. Recomendam-se exercícios aeróbicos regulares e de resistência. Pessoas com doença cardiovascular já existente e idosos devem ter aprova- ção do médico antes de iniciarem um programa de exercício físico. Os pesquisadores estão tentando descobrir e quantificar vários outros fato- res que possam estar ligados à ocorrência prematura de doenças cardiovasculares, por exemplo, a conexão com a ingestão de quantidades inadequadas de vitamina B6, folato e vitamina B12, que pode aumentar o nível de homocisteína no sangue. Obser- vou-se que a homocisteína pode danificar as células de revestimento dos vasos san- guíneos, o que provoca aterosclerose. Há estudos que mostram que a suplementação de ácido fólico e vitaminas do complexo B não reduz o risco de doença cardiovascular em pacientes que já tiveram um ataque car- díaco ou que sofrem de doenças vasculares preexistentes. O termo fator de risco não significa uma causa da doença; contudo, quanto mais fatores de risco estão presentes, maior risco uma pessoa corre de desenvolver uma doença cardiovascular. Um bom exemplo é a síndrome metabólica (também deno- minada Síndrome X, abordada no Capítulo 4). A pessoa que tem síndrome metabólica apresenta obesidade abdominal, triglicerí- deos sanguíneos elevados, HDL colesterol baixo, hipertensão, distúrbio da regulação da glicose sanguínea (ou seja, glicemia em jejum elevada) e coagulação sanguínea ace- lerada. Esse perfil aumenta consideravel- mente o risco de doença cardiovascular. O lado positivo é que doenças cardiovascula- res são raras em pessoas que têm LDL co- lesterol baixo, pressão arterial normal, que não fumam nem têm diabetes. Se a pessoa diminui esses fatores de risco, segue as re- comendações dietéticas da American Heart Association, descritas na página 213, e se mantém fisicamente ativa, provavelmente conseguirá reduzir vários outros fatores de risco controláveis. Em outras palavras, faça um plano completo de estilo de vida e siga esse plano. Conforme será visto adiante, talvez sejam também necessários medica- mentos para baixar o nível de lipídeos no sangue. Por fim, se a pessoa tem história familiar de doença cardiovascular, mas não tem os fatores de risco habituais, pode-se pensar em alguma falha mais raro como a causa do problema. Nesse caso, recomen- da-se um exame físico detalhado para pes- quisa de outras causas potenciais. Intervenções médicas para baixar os lipídeos sanguíneos Algumas pessoas precisam de uma terapia ainda mais agressiva, além da dieta e da mudança de hábitos de vida, para baixar os lipídeos no sangue. A indicação mais clara dessa abordagem agressiva é a histó- ria de ataque cardíaco prévio ou a presença de sintomas de doença cardiovascular ou diabetes. Os medicamentos são a pedra angular dessa terapia mais agressiva. Nos Estados Unidos, o National Cholesterol Education Program desenvolveu uma fórmula que se baseia em fatores como idade, colesterol sanguíneo total, HDL colesterol, história de tabagismo e pressão arterial para determi- nar quem necessita desses medicamentos. Acesse http://hp2010.nhlbihin.net/atpiii/ calculator.asp?usertype=pub para ver a fórmula, que fornece uma estimativa da probabilidade de ocorrer um ataque car- díaco nos próximos 10 anos. Os medicamentos que baixam a LDL atuam de uma das maneiras descritas a seguir. Alguns diminuem a síntese de co- lesterol no fígado. São os medicamentos chamados “estatinas” (p. ex., atorvastatina [Lipitor]). O custo do tratamento com um desses fármacos pode chegar a 1.600 dóla- res por ano, dependendo da dose necessá- ria. Em algumas pessoas, esses medicamen- � Para mais informações sobre doen- ças cardiovasculares, acesse a página da American Heart Association no endereço www.heart.org ou a seção sobre doença cardíaca da página www. healthfinder.gov/tours/heart.htm. Trata-se de uma página criada para consumidores pelo governo dos EUA. Além disso, acesse também a página www.nhlbi.nih.gov/. � Healthy People 2010 estabeleceu como meta reduzir o colesterol total em adultos, de 206 mg/dL para 199 mg/dL, em média, e também diminuir o percen- tual de adultos com colesterol sanguí- neo elevado de 21% para 17%. � Fatores de risco de doença cardiovascular • Colesterol sanguíneo total � 200 mg/dL • Tabagismo • Hipertensão • Diabetes • HDL colesterol < 40 mg/dL • Idade: Homens � 45 anos; Mulheres � 55 anos • História familiar de doença cardiovascular • Triglicerídeos sanguíneos � 200 mg/dL • Obesidade • Inatividade � Há duas abordagens que, compro- vadamente, revertem o processo de aterosclerose. Uma é a dieta vegeta- riana com modificações dos hábitos de vida que fazem parte do programa do Dr. Dean Ornish. A outra é a redu- ção agressiva dos níveis de LDL com medicamentos. � Conforme já foi visto, o ácido acetil- salicílico em pequenas doses diminui a coagulação sanguínea. Frequentemen- te, esse medicamentoé prescrito pelo médico para pessoas que correm risco de sofrer um ataque cardíaco ou AVC, sobretudo se já tiveram um episódio anterior. Para obter esse benefício, são necessários 80 a 160 mg por dia. As pessoas que mais se beneficiam do uso do ácido acetilsalicílico são homens acima dos 40 anos de idade, fumantes, mulheres na pós-menopausa e pacien- tes que sofrem de diabetes, hiperten- são ou que têm história familiar de doença cardiovascular. Wardlaw_Cap_5.indd 221Wardlaw_Cap_5.indd 221 04/12/12 14:4804/12/12 14:48 http://hp2010.nhlbihin.net/atpiii/ http://www.heart.org/ http://www.nhlbi.nih.gov/ 222 tos causam problemas, por isso devem ser monitorados pelo médico, especialmente quanto aos seus efeitos no fígado. Outro grupo de medicamentos são os que captu- ram os ácidos biliares ou o colesterol que fazem parte da bile secretada no intestino delgado. Depois de ligados aos medica- mentos, esses compostos são eliminados nas fezes, o que exige que o fígado sinte- tize novos ácidos biliares e/ou colesterol. Para essa síntese, o fígado remove a LDL do sangue. Alguns desses medicamentos têm gosto de areia, por isso não são muito po- pulares. A meta terapêutica atual para pessoas com doença cardiovascular (ou alto risco) (Tab. 5.9) é baixar a LDL para menos de 70 mg/dL. A sinvastatina (Zocor), que é uma es- tatina, foi combinada a outro fármaco (eze- timibe) para formar um medicamento cha- mado Vytorin, que ataca as duas fontes de colesterol: “alimentos e família.” Enquanto a estatina reduz o colesterol fabricado pelo fígado, o ezetimibe ajuda a bloquear a ab- sorção do colesterol dos alimentos. Um terceiro grupo de fármacos é usa- do para baixar os triglicerídeos sanguíneos diminuindo sua produção no fígado. Esses medicamentos incluem genfibrozila (Lo- pid) e megadoses do ácido nicotínico, que é uma vitamina. O uso do ácido nicotínico causa efeitos colaterais desagradáveis, mas podem ser controlados. Outros possíveis tratamentos clínicos das doenças cardiovasculares A FDA aprovou a comercialização de duas margarinas que têm efeitos positivos sobre os níveis de colesterol sanguíneo – Benecol e Take Control. Essas margarinas contêm es- tanóis e esteróis vegetais.* Os estanóis/este- róis derivados de plantas, também conheci- dos como fitoesteróis, atuam reduzindo a absorção do colesterol no intestino delgado e diminuindo seu retorno ao fígado. O fí- gado responde extraindo mais colesterol do sangue para continuar produzindo ácidos biliares. Estudos feitos para avaliar o efei- to redutor de colesterol dessas margarinas mostraram que 2 a 5 g diários de estanóis/ esteróis vegetais reduzem em 8 a 10% o colesterol sanguíneo total e em 9 a 14% o LDL colesterol (efeito semelhante ao obti- do com alguns fármacos). Benecol é uma margarina produzida com estanóis extraídos da polpa da madei- ra. Além de ser vendida como margarina propriamente dita, também foi adiciona- da a molhos de salada. Take Control é uma margarina produzida com esteróis deriva- dos da soja. A quantidade recomendada, em ambos os casos, é cerca de 2 a 3 g diá- rios, pelo menos em duas refeições; isso sig- nifica aproximadamente 1 colher de sopa de Benecol ou duas de Take Control por dia. Seu uso custaria cerca de 1 dólar por dia, já que são margarinas mais caras do que os produtos comuns. Para pessoas com colesterol sanguí- neo total em nível limítrofe (entre 200 e 239 mg/dL), o uso dessas margarinas pode ajudar a evitar a necessidade de tratamen- to medicamentoso. Os estanóis/esteróis também estão disponíveis sob a forma de comprimidos. Lembre-se de que os esteróis estão presentes naturalmente nas sementes oleaginosas (nozes e amêndoas) em altas concentrações. Gérmen de trigo, gergelim, pistache e sementes de girassol são algumas das principais fontes. Os dois tratamentos cirúrgicos mais comuns para corrigir o bloqueio de uma artéria coronária são a angioplastia coro- nariana transluminal percutânea (ATP) e o enxerto de bypass coronariano (conhecido como ponte de safena). A ATP consiste na inserção de um cateter com balão na arté- ria. O cateter é introduzido até o local da lesão, onde o balão é, então, expandido, pressionando as paredes do vaso. Esse mé- todo funciona melhor quando só um vaso está bloqueado; depois de desobstruído, o vaso pode ser mantido aberto por uma es- trutura do tipo rede metálica, denominada stent. A cirurgia de enxerto de bypass envolve a remoção da veia safena, um vaso de gros- so calibre da perna, ou de uma das artérias mamárias. A veia removida é suturada na aorta (grande vaso que sai do coração) e usada para contornar a artéria bloqueada. O procedimento pode ser feito em um ou mais bloqueios. � Becel e Take Control são margarinas e são exemplos de “alimentos funcionais” porque são enriquecidas com estanóis/esteróis vegetais redu- tores de colesterol. TABELA 5.9 Como escolher suas metas de prevenção/tratamento da doença cardiovascular Classe de risco Este é você se... Sua meta de LDL (mg/dL) Muito elevado Você tem doença cardiovascular e ou- tros fatores de risco, como diabetes, obesidade, fumo < 70 Elevado Você tem doença cardiovascular ou diabetes ou dois ou mais fatores de risco de doença cardiovascular (p. ex., fumo, hipertensão) < 100 Moderadamente elevado Você tem risco de doença cardiovas- cular e maior risco de apresentar um ataque cardíaco em 10 anos 100–130 Moderado Você tem 2 ou mais fatores de risco e uma pequena probabilidade de de- senvolver uma doença cardiovascular nos próximos 10 anos. < 130 Baixo Você não tem ou tem poucos fatores de risco de doença cardiovascular < 160 * N. de R.T.: No Brasil, os cremes vegetais enriquecidos com fitoesteróides são também comercializados. Esses produtos são registrados na Anvisa e recomendados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Wardlaw_Cap_5.indd 222Wardlaw_Cap_5.indd 222 04/12/12 14:4804/12/12 14:48 Lipídeos e doenças cardiovasculares Desenvolvimento da doença cardiovascular Fatores de risco de doença cardiovascular Intervenções médicas para baixar os lipídeos sanguíneos
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