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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – CAMPUS CHAPECÓ CURSO: FARMÁCIA COMPONENTE CURRICULAR: MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA DOCENTE: MONICA S. Z. SCHINDLER ACADÊMICA: GABRIELI GIORDANI DATA: 11/10/2022 RESENHA CRÍTICA: RESISTÊNCIA MICROBIANA De fato, a descoberta da penicilina em 1928 por Alexander Fleming revolucionou a história, seu primeiro uso clinico em 1940, durante a segunda guerra mundial, possibilitou a sobrevivência de muitos soldados. Ao longo dos anos, vários antibióticos foram desenvolvidos, porém, atualmente toda essa gama de antimicrobianos se vê ameaçada pelo crescimento da resistência microbiana. Primeiramente, é preciso entender como funcionam os antibióticos, estes, que podem ser divididos em dois grandes grupos, bactericidas, que levam as bactérias diretamente a morte ou bacteriostáticos, que interferem no seu crescimento, sendo essa divisão realizada por meio dos mecanismos de ação de cada classe destes medicamentos. Fazem parte dos bactericidas as seguintes classes: 1) Antibióticos que atuam na síntese da parede celular, 2) Antibióticos que interferem na função da membrana citoplasmática e 3) Antibióticos que atuam na síntese dos ácidos nucleicos. Já as classes 4) Antibióticos que interferem na síntese proteica e 5) Antibióticos antimetabólitos são bacteriostáticas. O nosso planeta possui uma idade estimada de aproximadamente 4,5 bilhões de anos, e por mais de 2 bilhões de anos, a Terra foi dominada praticamente por cianobactérias e bactérias (CALLUF, 2014). Sendo assim, estes microrganismos, divididos em dois grandes grupos, gram positivas e gram negativa (que tem resistência natural) possuem capacidade de se adaptar a diversos meios, sofrendo alterações genéticas (resistência adquirida), sendo este um dos fatores que leva a resistência microbiana. A resistência microbiana ocorre pelos seguintes mecanismos: 1) Modificação no sitio de ligação das drogas onde corre alteração na habilidade dos antibióticos se ligarem a parede celular ou aos ribossomos, 2) Inativação dos agentes antimicrobianos, que ocorrem com o auxílio das enzimas bacterianas e 3) Diminuição da permeabilidade da parede celular ou efluxo da droga, que resulta na diminuição da absorção do medicamento pela bactéria. Todavia, o que vem trazendo cada vez mais esse assunto à tona é a aceleração neste processo, influenciado por diversos fatores, como a automedicação, prescrição inadequada que levam ao uso inadequado de antibióticos muitas vezes de amplo espectro em profilaxias. Outro fator relevante é o uso indiscriminado de antibióticos na medicina veterinária, que vendo trazendo diversos riscos para a saúde humana, pois, na maior parte das vezes, é feito sem a recomendação do médico veterinário, o que acarreta no uso de forma incorreta, seja pelo uso do antibiótico errado, muitas vezes sem necessidade ou sua posologia. O descarte incorreto dos medicamentos e dos materiais utilizados na aplicação também influenciam no aumento da resistência antimicrobiana. Em muitos casos, os antibióticos como a bacitracina e lincomicina também são utilizados em animais de forma inadequada para fins de crescimento, uma prática inadequada e repelida pela Organização Mundial da Saúde. Algumas bactérias como já possuem resistência microbiana, como a E. coli a ciprofloxacino, por exemplo. Alguns dos outros fatores que influenciam a resistência microbiana são o aumento do número de pacientes com imunossupressão, doenças agudas ou crônicas sérias, como a AIDS, por exemplo, e o não cumprimento de regras de assepsia em ambientes hospitalares, que pode levar ao surgimento de biofilmes. O aumento nos casos de resistência microbiana preocupa cada dia mais pois temos cada vez menos antibióticos disponíveis para tratar as superbactérias resistentes, já ocorrendo casos de pessoas resistentes a todos os antibióticos existentes, sendo que nestas situações não existe outra a forma de tratamento, levando o paciente a óbito. Um surto de casos como este em ambiente hospitalar, por exemplo, pode levar muitos pacientes até mesmo a óbito. Além disso, o crescimento da resistência microbiana também pode acarretar na diminuição de opções terapêuticas, aumento dos custos do tratamento e ao longo dos anos aumentar drasticamente as taxas de mortalidade. Portanto, para evitar este crescimento da resistência microbiana, é necessário que medidas sejam tomadas, como a fiscalização da dispensação de antibióticos para fins de uso veterinário, bem como orientar aos produtores rurais sobre os riscos do uso e descarte incorreto destes medicamentos. Orientações devem ser repassadas aos médicos, fazendo com que os antibióticos sejam prescritos corretamente e somente quando necessário, e também que seja exigido a solicitação de antibiogramas para que haja a prescrição do antibiótico correto para o paciente, salvos os casos de extrema urgência. Também deve ser investido mais recursos em pesquisas para que mais antibióticos possam ser descobertos, assim, tratando mais doenças. Por fim, orientações devem ser divulgadas para a população em geral, que por muitas vezes desconhece os riscos que o uso indevido e indiscriminado destes medicamentos pode afetar não somente a sua saúde, mas de toda a sociedade, disseminar a informação de que pequenos hábitos de higiene já são relativamente úteis na prevenção. Referências Bibliográficas 1. CALLUF, Cassiano Cesar Horst. Biologia. Sociedade Educacional Positivo Ltda, 2014. 2. BRITO, Guilherme Borges de; TREVISAN, Márcio. O uso indevido de antibióticos e o eminente risco de resistência microbiana. Revista Artigos. Com, v. 30, p. e7902-e7902, 2021. 3. GOTTARDO, Andressa et al. Uso indiscriminado de antimicrobianos na medicina veterinária e o risco para saúde pública. Revista GeTec, v.10, n. 26, 2021. 4. SCALDAFERRI, Luana Gaspar et al. Formas de resistência microbiana e estratégias para minimizar sua ocorrência na terapia antimicrobiana: Revisão. Pubvet, v. 14, p163, 2020.
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