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SISTEMA DE ENSINO
HISTÓRIA DA 
PARAÍBA
História da Paraíba – Parte I
Livro Eletrônico
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
História da Paraíba – Parte I ......................................................................................................... 7
1. Conquista e Colonização ............................................................................................................ 8
1.1. Capitanias Hereditárias ........................................................................................................... 9
1.2. Governo Geral .......................................................................................................................... 11
1.3. Processos de Ocupação do Espaço Agrário Paraibano ...................................................12
1.4. Domínio Holandês, Conquista do Sertão, Ação Missionária e das Companhias 
de Comércio, Formas do Trabalho Forçado (Mão de Obra Indígena e Escravidão 
Africana) ...........................................................................................................................................15
2. Revoltas e Revoluções: da Revolução de 1817 à Independência, da Confederação 
do Equador à Praiera .................................................................................................................... 33
2.1. Da Revolução de 1817 à Independência .............................................................................34
2.2. Da Confederação do Equador à Praiera ............................................................................ 39
Resumo ............................................................................................................................................46
Mapas Mentais ..............................................................................................................................48
Questões Comentadas em Aula ................................................................................................. 52
Questões de Concurso ................................................................................................................. 58
Gabarito ...........................................................................................................................................80
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
ApresentAção
Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem?
A Polícia Militar do Estado da Paraíba, através do Diário Oficial do Governo do Estado da 
Paraíba, publicou o edital do Concurso Público para o Curso de Formação de Oficiais – CFO 
PM/2022 – para provimento de 30 vagas para o cargo de Aluno-Oficial PM. Trata-se de uma 
excelente oportunidade para que você consiga a tão sonhada aprovação, a estabilidade em-
pregatícia e toda a gama de vantagens que poderá valer-se na condição de servidor público do 
Estado de São Paulo. Não é mesmo uma boa notícia?
Nesse sentido, ao elaborar esse material, o objeto primordial é que você alcance plenas 
condições de GABARITAR A PROVA DE HISTÓRIA.
A organização do certame é de responsabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Essa 
banca também foi responsável por inúmeros processos seletivos de carreiras militares e vesti-
bulares, o que favorece o melhor entendimento de como os conteúdos deverão ser abordados.
Assim, nosso curso será inteiramente focado na FGV. Abordaremos a forma como os con-
teúdos serão cobrados e alguns “macetes” para que você, querido(a) aluno(a), consiga resol-
ver com tranquilidade e confiança as questões de História.
Devemos ressaltar que a FGV é uma banca tradicional na elaboração das provas de con-
cursos para o Governo do Estado da Paraíba, prefeituras e várias outras instituições no país. 
Nesse sentido, poderemos analisar, em detalhes, todas as questões de História produzidas 
pela FGV para concursos de carreira militar e de outras instituições. Além disso utilizaremos 
questões de outras bancas que se assemelham ao “modelo” cobrado na prova, sempre com 
uma abordagem coerente com o conteúdo listado no edital.
Por falar em conteúdo, o edital valoriza, e muito, a História da Paraíba. Não é para menos. 
Mudanças significativas aconteceram na organização política, nas estruturas econômicas e 
sociais da região de tal forma a influenciar na História do Brasil e do mundo. Realmente, não 
é para menos! Daí a necessidade de esmiuçarmos temas tão expressivos. Ademais, o nível do 
concurso exige do candidato conhecimento aprofundado para assumir o cargo de Oficial da 
Polícia Militar do Estado da Paraíba.
Além disso, você, meu(minha) querido(a) aluno(a), precisa ter como requisito o conheci-
mento da História da sociedade a qual deverá proteger, zelar. Você será Oficial da Polícia Mili-
tar do Estado da Paraíba, Estado da Federação que possui uma população com características 
culturais muito específicas. Como poderá defender uma sociedade que você não conhece? 
Não é apenas uma disciplina cobrada para “encher linguiça”, para testar sua alfabetização. É 
uma necessidade lógica muito bem trabalhada na seleção pela FGV.
Assim, é muito importante que você tenha um grande estofo de conhecimento sobre a 
História da Paraíba, conhecimento esse que possibilitará que você tenha um alto índice de 
acertos nas questões ou, melhor ainda, que você gabarite a prova e encaminhe com solidez a 
sua aprovação em um cargo público.
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
Para tanto, a base que norteará todo o nosso curso será o diálogo, favorecendo uma boa 
interação entre aluno(a) e professor e a resolução oportuna das eventuais e possíveis dúvidas 
que porventura surgirem.
Antes, porém, peço licença para uma breve apresentação.
Chamo-me Daniel Vasconcellos, sou de Patos de Minas, interior de Minas Gerais. Pouco 
antes de me formar em História, coisa de um ano antes, 2003, comecei a trabalhar como pro-
fessor no ensino médio. Tomei gosto pela coisa. Gosto do que faço, amo a docência. Foi muito 
rápido, quando percebi já atuava em cursinhos preparatórios para concursos públicos, vesti-
bulares e no ensino médio da rede particular no interior de Minas. Passei a ministrar também 
aulas de Filosofia, Sociologia e Geografia. Não faltava trabalho.
Tive a sorte de ser “engolido” pelo sistema particular de ensino e recebia um salário ra-
zoável, pelo menos pra quem desejava uma vida pacata no interior. Com isso não criei o inte-
resse por concurso público. Era feliz: trabalhava com o que gostava, mas... os ventos muda-
ram. Em 2013, após perder minha maior carga horária de trabalho, resolvi ir para Brasília, onde 
ainda resido.
Entre agosto e dezembro de 2013 tentei os concursos do Ministério do Trabalho, Câmara 
dos Deputados e Secretaria de Educação do Distrito Federal. Fiquei muito mal quando não vi 
meu nome aprovado no concurso da Câmara. Me sentia preparado, mas não era a minha área. 
A concorrência era enorme para um salário de R$ 18.000. Três meses de preparação é muito 
pouco tempo. Para um concurso deste porte eu já deveria estar me preparando. Tudo é plane-
jamentoe disciplina.
Mas o negócio é levantar a cabeça, estudar mais e focar no próximo. Em dezembro fiz as 
provas para a Secretaria de Educação, em fevereiro saiu o resultado e em julho já estava fa-
zendo o que gosto de novo! Mas o melhor de tudo: fazendo o que gosto, ganhando bem e com 
estabilidade!!! A estabilidade é a cereja do bolo do serviço público. Não existe mais aquela 
pressão de todos os finais de anos letivos em que ficávamos apreensivos sem saber ao certo 
se teríamos emprego no ano seguinte. Em apenas um ano minha vida deu uma guinada radical 
e hoje só me arrependo de não ter buscado os concursos públicos antes.
Se existe algo que eu possa passar com essa experiência é que não se pode perder tempo! 
Você precisa se dedicar, mas com planejamento, sem desespero. Esse material foi feito com 
muito carinho para que seu tempo seja otimizado, para que você não perca tempo com o que 
não tem possibilidade aparecer na prova. Vamos ajudá-lo(a) a alcançar seu objetivo, e digo 
mais, num curto espaço de tempo.
Você verá, meu(minha) caro(a) aluno(a) que o sacrifício vale muito! Não vá se sentir cul-
pado por não dedicar o tempo que seria justo à sua família e a seus amigos. Aquele encontro 
fica pra depois, e vai ser muito mais prazeroso porque carregado da alegria pela conquista do 
seu esforço!
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Então vamos!!! Bora buscar seu cargo! Conte comigo em tudo o que for preciso para alcan-
çar seu objetivo.
Muito bem, feitas as apresentações, vamos ao curso. A banca elencou um conteúdo mui-
to extenso, obviamente, em função do nível de concorrência para um cargo tão importante. 
Teremos três aulas, sempre ordenadas de acordo com o edital. Mas não se preocupe, apesar 
de extenso, serei objetivo. Sei bem que você também precisará se preparar estudando outras 
disciplinas. Veja:
• Aula I: História da Paraíba – Parte 1
Conquista e colonização: processos de ocupação do espaço agrário paraibano; domínio 
holandês, conquista do sertão, ação missionária e das companhias de comércio, formas do 
trabalho forçado (Mão de obra indígena e escravidão africana). Revoltas e revoluções: da Re-
volução de 1817 à independência, da Confederação do Equador à Praiera.
• Aula II: História da Paraíba – Parte 2
Do Império à República: elites políticas, imprensa e abolicionismo. História republicana: co-
ronelismo na Primeira República, populismo e golpe no estado da Paraíba (1930-64), economia 
e sociedade paraibanas na atualidade.
• Aula III: Aula essencial 80/20
Otimização do estudo com resumo de conteúdo, análise da banca e de provas anteriores.
Detalhes do concurso
• Concurso: Polícia Militar da Paraíba (Edital PMPB)
• Banca organizadora: FGV
• Cargos: Oficial
• Escolaridade: níveis médio e superior
• Carreiras: policial
• Lotação: Paraíba
• Número de vagas: 30
• Remuneração: até R$ 7.791,20
• Inscrição: 2 de agosto de 2021 a 30 de agosto de 2021
• Link do Edital: https://blog-static.infra.grancursosonline.com.br/wp-content/uplo-
ads/2021/07/27065414/EDITAL-PM-PB-2021-COPIAVEL.pdf
Metodologia
A ideia do curso é que você não precise utilizar nenhum outro material além deste para se 
preparar para as questões de História. Cada detalhe do curso foi meticulosamente preparado 
para sanar todas as dúvidas que puderem surgir.
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
Na parte teórica você encontrará uma narrativa leve e objetiva, com intuito de que consiga 
enxergar, compreender a História como um processo. Variados exemplos, esquemas e mapas 
mentais serão utilizados para que consiga criar links cognitivos. Você, em curto espaço de 
tempo, conseguirá ler uma alternativa e perceber o seu erro por um pequeno detalhe, saberá 
identificar a única alternativa lógica a ser marcada.
Ao final de cada aula, os principais pontos dos temas estudados serão reunidos em um 
RESUMO. É ele o responsável para que você não tenha que voltar a ler as aulas incontáveis ve-
zes. Esse resumo terá a função de fazer você recordar o que fora estudado como uma cadeia 
códigos que se conecta com sua memória, fazendo se lembrar, inclusive, de como o assunto 
poderá ser cobrado.
Além disso, todas as questões de História elaboradas pela FGV serão comentadas na se-
ção “Exercícios” para que você entenda o “jeito” da banca. Também listarei questões de con-
cursos anteriores para a Polícia Militar da Paraíba elaborados pela FGV. Uma lista de exercícios 
com questões de outras bancas sobre o tema também o(a) ajudará na fixação do conteúdo.
Não se preocupe. Detalharemos cada fato relevante à compreensão do processo, mas isto 
só terá sentido na medida em que ajudá-lo(a) a resolver as questões, a fazer bem a prova. Não 
vamos perder tempo com detalhes menores já que o objetivo não é que você escreva um artigo 
científico sobre “A Influência da Revolução Científica Moderna sobre o Governo de Maurício de 
Nassau em Pernambuco”.
Não se preocupe, ao final do curso você estará muito bem preparado(a) para realizar uma 
excelente prova.
Suporte
A dúvida é o princípio do conhecimento. Questionar, indagar... é assim que a humanida-
de chegou no atual estágio de desenvolvimento. Por isso, questione. Não tenha receio em 
perguntar.
Caso a dúvida não seja sanada de maneira firme, objetiva, o processo de aprendizagem 
pode ser comprometido. Por isso, não hesite em questionar. Estarei à disposição para sanar 
quaisquer dúvidas que tiver.
Ah, não se esqueça de, ao final, avaliar a aula. Isso é muito importante para que continue-
mos elaborando um material de qualidade para que alcance seu objetivo.
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
HISTÓRIA DA PARAÍBA – PARTE I
Querido(a) aluno, a História da Paraíba se inicia antes mesmo da chegada dos portugue-
ses. Pequemos pelo excesso, mas não pela falta. Apesar de o conteúdo do edital iniciar-se 
com a “conquista e a colonização”, existiam populações indígenas na região. Ademais, essas 
tribos indígenas acabaram entrando em conflito com os europeus invasores quando promove-
ram a ocupação do território brasileiro.
Haviam dois grupos indígenas, os Tupis e os Cariris (também chamados de Tapuias).
Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos e ocupavam o litoral 
do Estado. Na época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo de aproxima-
damente 5 mil pessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de 
Alhanda e Taquara. Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocupavam uma 
pequena região entre o rio Grande do Norte e a Paraíba.
Esses índios eram nômades, ou seja, locomoviam-se constantemente, deixando aldeias 
para trás e formando outras. Com esta constante locomoção os índios ocuparam áreas antes 
desabitadas.
Os índios Cariris se encontravam em maior número que os Tupis e ocupavam uma área 
que se estendia desde o Planalto da Borborema atéos limites do Ceará, Rio Grande do Norte 
e Pernambuco. Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um grande lago. Estudiosos 
acreditam que eles tenham vindo do Amazonas ou da Lagoa Maracaibo, na Venezuela.
Os Cariris velhos se dividiam em muitas tribos; sucuru, icós, ariu e pegas, e paiacú. Destas, 
os tapuias ficaram conhecidos nas lutas contra os bandeirantes.
Muitos sabiam ler e conheciam ofícios como a carpintaria. Esses índios tratavam bem os 
jesuítas e os missionários que lhes davam atenção, como veremos mais adiante.
A maioria dos índios estavam de passagem do período paleolítico para o neolítico. A língua 
falada por eles era o tupi-guarani, utilizada também pelos colonos na comunicação com os índios. 
O tupi-guarani mereceu até a criação de uma gramática, elaborada por Padre José de Anchieta.
Alguns nomes de personagens indígenas merecem destaque: Piragibe, que liderou a con-
quista da Paraíba; Tabira, que lutou contra os franceses e Poti, que lutou contra os holandeses 
e foi herói na batalha dos Guararapes.
Ainda hoje, encontram-se tribos indígenas Potiguaras localizadas na Baía da Traição, mas 
em apenas uma aldeia, a São Francisco, onde não há miscigenados, pois a tribo não aceita a 
presença de caboclos, termo que eles utilizavam para com as pessoas que não pertencem a tri-
bo. O Cacique dessa aldeia chama-se Djalma Domingos, que também foi prefeito do município 
de Baía da Traição. Nessas aldeias existem cerca de 7.000 índios Potiguaras, que mantém as 
culturas antigas. Eles possuem cerca de 1.800 alunos de 7 a 14 anos em primeiro grau menor.
No Brasil, só existem três tribos Potiguaras, sendo que no Nordeste a única é a da Baía da 
Traição. Em 19 de Abril eles comemoraram seu dia fazendo pinturas no corpo e reunindo as 
aldeias locais na aldeia S. Chico e realizaram danças, como o Toré. A principal atividade eco-
nômica desses índios é a pesca e em menor escala, a agricultura.
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
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1. ConquistA e ColonizAção
Querido(a) aluno(a), vamos seguir estritamente o conteúdo do edital. Isso é importante 
porque a própria nomenclatura criada pela banca para os conteúdos já indica quais as temáti-
cas são mais focadas. Contudo, antes de analisarmos a ocupação do território paraibano, você 
precisa compreender como os portugueses organizaram o processo de colonização do Brasil.
Pois bem, os portugueses chegaram ao Brasil em 1500 e, no entanto, não ocuparam o terri-
tório de imediato. Daí a nomenclatura Pré-Colonial para nos referirmos aos trinta anos que se 
seguiram. Gonçalo Coelho comandou as primeiras expedições exploratórias, em 1501-1502 e 
1503-1504.
Portanto, entre 1500 e 1530, a ocupação territorial se limitou a FEITORIAS: uma mistura de 
forte para defesa do território e armazém. Mas por que isso? A resposta fica mais interessante 
e compreensível quando feita em partes:
Por que a Coroa Portuguesa decidiu não explorar a colônia brasileira entre os anos de 
1500 e 1530?
• Porque não encontraram metais precisosos em expedições;
• Porque o comércio com as Índias era suficientemente lucrativo;
• Porque em 1500 a única nação que detinha tecnologia naval para tomar a colônia bra-
sileira de Portugal era a Espanha, que celebrou o Tratado de Tordesilhas com Portugal.
Por que a Coroa Portuguesa decidiu passar a explorar a colônia brasileira a partir dos 
anos de 1530?
• Porque tiveram notícias da descoberta de ouro e prata na América espanhola;
• Porque o comércio com as Índias entrou em crise;
• Porque países como França, Inglaterra, Holanda e Bélgica, desenvolveram suas frotas marí-
timas e passaram a representar uma grande ameça ao controle português sobre a colônia.
Entre 1500 e 1530, o único produto explorado era o pau-brasil. Como ainda não havíamos 
passado pela Revolução Industrial, não existiam corantes sintéticos. O pau-brasil foi muito 
utilizado nas manufaturas têxteis. As concessões para exploração eram dadas pela cora e 
chamadas de estanco.
Para cortar a madeira e levar aos navios era necessária uma grande quantidade de mão 
de obra. A modalidade de exploração da mão de obra indígena recebeu o nome de escambo: 
troca de presentes, de artefatos e animais que não existiam aqui pelo trabalho dos índios. O 
navegante português Cristóvão Jacques comandou as expedições guarda-costas, realizadas 
entre os anos 1516 e 1520, visando a defesa do litoral da colônia.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
Para se situar, antes de darmos sequência, entendo ser necessário que faça um pequeno 
apontamento sobre o entendimento do que são os “Ciclos Econômicos da História do Brasil”. 
Isso é importante para que consiga relacionar a atividade econômica do período com os even-
tos sociais e políticos que se sucedem a longo do curso. Esse esquema é de grande utilidade 
na resolução de questões.
1.1. CApitAniAs HereditáriAs
A Coroa Portuguesa voltou seus olhos para a colônia brasileira e decidiu povoá-la, explorá-
-la, a fim de resolver sua crise econômica e impedir que outras nações tomassem o território 
da colônia. Assim, Martin Afonso de Souza comandou a primeira expedição colonizadora do 
Brasil e fundou a Vila de São Vicente em 1532.
O problema é que a coroa portuguesa não tinha recursos financeiros para promover essa 
empreitada. Eis então a solução proposta: terceirizar a tarefa da colonização, entregando lotes 
de terras a fidalgos(nobres portugueses). Nasceram assim as Capitanias Hereditárias. Veja:
Mapa das Capitanias no momento de sua criação em 1534, e as Capitanias na ocupação.
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
As Capitanias Hereditárias foram faixas de terra que partiam do litoral para o interior até a 
linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. De início, foram quinze Capitanias que eram entre-
gues para usufruto do Donatário. Importante destacar que o donatário não era dono da terra, 
ele possuía o direito de explorá-la, direito esse estendido a seus descendentes.
No campo jurídico, existiam dois documentos para regulamentar as relações entre a Coroa 
Portuguesa e os donatários:
• Carta de Doação: documento que dava ao donatário o direito de exploração da terra e 
repassar esse direito a seus descendentes. Também autorizava o donatário a construir 
vilas e engenhos com o objetivo de povoar;
• Carta Foral: documento que regulamentava tributos e a divisão dos lucros da capitania 
entre a Coroa e os Donatários
O sistema de Capitanias era extremamente vantajoso para a Coroa Portuguesa, pois trans-
feria a responsabilidade da empresa de colonização para os fidalgos. Entretanto, os donatários 
passaram por grandes dificuldades: desenvolver a colônia com poucos recursos financeiros, a 
distância em relação à metrópole (Portugal) e os constantes conflitos com os nativos.
Diante dessas dificuldades, a maioria das capitanias não conseguiu vingar, desenvolversua economia e gerar tributos para a Coroa. As únicas exceções foram a Capitania de Pernam-
buco e a Capitania de São Vicente.
O PULO DO GATO
Por que a Capitania de Pernambuco, da qual pertenceu o atual Estado da Paraíba, prosperou?
Resposta: A terra fértil possibilitou o cultivo da cana-de-açúcar e a construção de engenhos. 
Além disso, a distância em relação a Portugal era menor se comparada as outras capitanias.
001. (FGV/2008) “... se V.A. não socorre a essas capitanias e costas do Brasil, ainda que nós 
percamos a vida e fazendas, V.A. perderá o Brasil.” (Carta, de 1548, enviada ao rei de Portugal, 
pelo capitão Luís de Góis, da capitania de São Vicente)
O documento:
a) mostra que São Paulo e São Vicente foram as duas únicas capitanias que não conseguiram prosperar.
b) alerta a Coroa portuguesa a que mude com urgência a política, para não perder sua 
nova colônia.
c) revela a disputa entre donatários, para convencer o Rei a enviar auxílio para suas respectivas 
capitanias.
d) exagera o risco de invasão do território, quando não havia interesse estrangeiro de explorá-lo.
e) demonstra a incapacidade dos primeiros colonizadores de estabelecer atividade econômica 
no território.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
Eliminando alternativas esta questão fica fácil de resolver. O sistema de capitanias hereditárias 
não surtiu o efeito esperado pela coroa portuguesa, fazendo com que houvesse uma mudança 
no sistema de administração do território, com a criação do Governo Geral.
Letra b.
1.2. Governo GerAl
Com o fracasso das Capitanias Hereditárias, em função da falta de recursos dos donatá-
rios para a empreender a colonização, a Coroa Portuguesa optou por modificar a estrutura de 
organização política da Colônia. Nascia, assim, o Governo Geral. Importante destacar que as 
Capitanias Hereditárias continuaram existindo, sendo extintas apenas em 1759 pelo Marquês 
de Pombal, Primeiro-Ministro Português.
O Governo Geral representou uma medida político-administrativa adotada pela Coroa Por-
tuguesa (Rei Dom João III), em 1548, a fim de centralizar, administrar, restabelecer o poder e 
reforçar a colonização no período do Brasil Colônia, após o fracasso das capitanias hereditá-
rias. Tomé de Souza foi o primeiro governador-geral do Brasil, chegando em Salvador em 1549.
O governo geral era comandado pelo governador-geral, que detinha grande autoridade, pos-
sibilitando a criação de novos cargos políticos com o intuito de dividir as diversas tarefas: ou-
vidor-mor (assuntos judiciais), provedor-mor (questões financeiras), alcaide-mor (funções de 
organização, administração e defesa militar) e capitão-mor (questões jurídicas e de defesa).
O governador-geral, indicado pelo rei, seria responsável pelo desenvolvimento econômico 
da colônia, desde criação de engenhos, administração e proteção de terras, inserção dos indí-
genas na população, dentre outros.
Os três primeiros governadores-gerais que administraram o Brasil Colônia foram: Tomé de 
Souza (1549 a 1553), seguido de Duarte da Costa (1553 a 1558) e Mem de Sá (1558 e 1572). A 
administração de Tomé de Sousa iniciou o processo de restabelecimento da Coroa Portugue-
sa nas terras brasileiras. Por conseguinte, Duarte da Costa entrou em diversos conflitos com 
os indígenas; por outro lado, Mem de Sá, aproveitou para se aproximar dos índios e utilizá-los 
como força para combater os franceses invasores.
Após a morte de Mem de Sá, em 1572, Portugal dividiu o país em dois polos (a sede do 
norte era em Salvador e a sede do Sul, no Rio de Janeiro). Em 1808, contudo, o governo geral 
foi extinto com a chegada da família real ao Brasil. Observe que o sistema de Governo geral, 
auxiliou na consolidação da dominação portuguesa no Brasil.
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
1.3. proCessos de oCupAção do espAço AGrário pArAibAno
Como lhe disse, é no contexto da colonização portuguesa na América que a região do atual 
estado da Paraíba foi ocupada. Apesar de sua criação se dar em 1574, sua conquista ocorreu 
somente em 1584 e teve nos engenhos de açúcar a atividade econômica que motivou sua ocu-
pação e seu sucesso ao longo do século XVII. Veja.
Antes mesmo da chegada dos portugueses, os Franceses, devido à proximidade de suas 
colônias nas guianas, passaram a ocupar a região realizando, inclusive, acordos com tribos po-
tiguaras. Ocorreram também visitas frequentes de corsários franceses e ingleses, ao longo do 
século XVI, para praticar o escambo com os indígenas potiguaras da região. Ali estabelecem 
uma feitoria principal no Forte Velho e outra na Baía da Traição, na qual uma confederação de 
nativos e franceses, em 1501, derrotaram os portugueses. Daí o nome dado à Baía.
Dentro do sistema de capitanias hereditárias (1534), couberam a João de Barros e a Aires 
da Cunha cem léguas de terra entre a foz do rio Jaguaribe a norte (atual Ceará) e a Baía da 
Traição a sul (litoral norte paraibano), o que compreendia a parte norte do estado da Paraíba, 
todo o Rio Grande do Norte e a parte leste do Ceará, já que o sul deste integrava a região oeste 
da capitania de Itamaracá. O terço norte do território da Paraíba estava, assim, compreendido 
no da então capitania do Rio Grande. Com o naufrágio da expedição desses donatários, que se 
dirigia ao primeiro lote, não foi possível colonizar nenhum dos senhorios.
Em 1574, aconteceu um incidente conhecido como “Tragédia de Tracunhaém”. Nesse epi-
sódio, índios mataram todos os moradores de um engenho chamado Tracunhaém, em Per-
nambuco. A violência dos indígenas ocorreu devido ao rapto e posterior desaparecimento de 
uma índia, filha do cacique potiguar nesse engenho. Após esta tragédia, D. João III, rei de Por-
tugal, desmembrou Itamaracá, dando formação à capitania do Rio Paraíba.
Fonte: David Rumsey Historical Map Collection
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
A capitania da Paraíba nas mãos dos franceses e nativos deixava os portugueses inquie-
tos, pois estes poderiam a qualquer momento repetir o massacre ocorrido em Tracunhaém, 
avançar mais a sul e alcançar Olinda, a principal vila do Brasil e um dos principais núcleos civili-
zacionais lusitanos no Brasil Colônia, comprometendo assim a exportação da principal riqueza 
dessa parte oeste do Império Português que era o açúcar.
Na época, São Vicente era a única capitania no sul da colônia com algum peso econômico, 
enquanto na região nordeste havia várias capitanias com exportação significativa, como Ita-
maracá, Paraíba, Pernambuco, Bahia e secundariamente o Rio Grande do Norte, que apesar de 
bem localizada (num vértice a nordeste do Brasil), tinha menor área de mata úmida costeira.
Quando o governador-geral D. Luís de Brito recebeu a ordem para separar Itamaracá, rece-
beu também do rei de Portugal a ordem de punir os índios responsáveis pelo massacre, expul-
sar os franceses e fundaruma cidade. Assim, começaram as expedições para a conquista da 
Paraíba. Para isso, o rei D. Sebastião mandou primeiramente o ouvidor-geral D. Fernão da Silva.
Essa primeira expedição aconteceu em 1574. Ao chegar no Brasil, D. Fernão da Silva tomou 
posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência. Mas isso foi apenas 
uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para Pernambuco.
A segunda expedição ocorreu em 1575 e foi comandada pelo governador-geral, D. Luís de 
Brito. Sua expedição foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles sequer chegaram às ter-
ras paraibanas. Três anos depois, outro governador-geral, Lourenço Veiga, tentou conquistar o 
Rio Paraíba, mas não obteve êxito.
A terceira expedição aconteceu em 1579, ainda sob forte domínio dos franceses. Foi con-
cedida, por dez anos, ao capitão Frutuoso Barbosa a capitania da Paraíba, desmembrada de 
Olinda. Contudo, Barbosa e sua frota foram obrigados a recuar à Portugal por causa de uma 
forte tormenta. Neste episódio, ainda perdeu sua esposa.
Em 1582, na quarta expedição, Frutuoso Barbosa voltou decidido a conquistar a Paraíba, 
mas caiu na armadilha dos índios e dos franceses. Após perder um filho em combate, Barbosa 
recuou novamente.
Na quinta e última expedição, em 1584, após a sua chegada à Paraíba, Frutuoso Barbosa 
capturou cinco navios de traficantes franceses, solicitando mais tropas de Pernambuco e da 
Bahia para assegurar os interesses portugueses na região. Nesse mesmo ano, da Bahia vieram 
reforços por meio de uma esquadra comandada por Diogo Flores de Valdés, e de Pernambuco 
tropas sob o comando de D. Filipe de Moura. Conseguiram finalmente expulsar os franceses e 
conquistar a Paraíba. Após a conquista, eles construíram os fortes de São Tiago e São Filipe.
O ouvidor-geral Martim Leitão havia formado uma tropa constituída por brancos, índios, es-
cravos e até religiosos. Quando chegaram à região se depararam com índios que, sem defesa, 
fugiram ou foram aprisionados. Ao saber que eram índios tabajaras, Martim Leitão mandou 
soltá-los, afirmando que sua luta era contra os potiguaras, rivais dos Tabajaras. Após o inci-
dente, Leitão procurou formar uma aliança com os Tabajaras, que por temerem outra traição, 
rejeitaram-na.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Leitão e sua tropa finalmente chegaram aos fortes (Forte de São Filipe/São Filipe e Santia-
go), ambos em decadência e miséria devido às intrigas entre espanhóis e portugueses. Com 
isso, Martim Leitão nomeou o espanhol conhecido como Francisco Castejón para o cargo que 
pertencia a Frutuoso Barbosa. A troca, no entanto, piorou a situação. Ao saber que Castejón 
havia abandonado e destruído o Forte e jogado toda a sua artilharia ao mar, Leitão o prendeu e 
o enviou de volta à Espanha.
O que ninguém esperava é que os portugueses formariam uma aliança com os Tabajaras, 
fazendo com que os potiguaras recuassem. Isto se deu no início de agosto de 1585. A conquis-
ta da Paraíba se deu ao final, pela união dos portugueses a um chefe indígena chamado Pira-
jibe, palavra que significa “Braço de Peixe”. A paz definitiva com os potiguaras, então aliados 
dos franceses, só foi alcançada em 1599, após uma epidemia de “bexiga” (varíola) que dizimou 
a população nativa sem imunidade para o vírus até então inexistente nas Américas.
Apesar de hoje o estado da Paraíba ter milhares de quilômetros quadrados, tamanho si-
milar à de muitos países do mundo, seu território original por direito era maior, pois ia até a 
longitude de Tordesilhas, onde hoje se situa o atual estado de Tocantins.
Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o 
Reino de Portugal e a Coroa de Castela (Espanha) para dividir as terras do globo, “descobertas 
e por descobrir”, por ambas as Coroas fora da Europa.
O fato de outras capitanias da costa norte terem invadido o seu território original de direito 
se deu durante a expansão pecuarista do século XVII. Não tendo o mesmo sucesso da economia 
açucareira exportadora da Paraíba, tentaram compensar investindo mais na economia pecuaris-
ta extensiva. Isso gerou um comércio entre o Sertão e a Zona da Mata, fomentando a captação 
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de capital por via menos direta. No período do Tratado de Tordesilhas, a capitania da Paraíba foi, 
longitudinalmente (sentido Leste-Oeste), a mais extensa unidade geopolítica da América Portu-
guesa, título antes pertencente a Itamaracá, da qual a Paraíba fez parte inicialmente.
No auge da cultura canavieira no Nordeste da Colônia, a capitania da Paraíba esteve entre as 
três regiões de maior êxito econômico da América Portuguesa, ao lado de Pernambuco e Bahia.
1.4. domínio HolAndês, ConquistA do sertão, Ação missionáriA e dAs 
CompAnHiAs de ComérCio, FormAs do trAbAlHo ForçAdo (mão de obrA 
indíGenA e esCrAvidão AFriCAnA)
1.4.1. Domínio Holandês
Concurseiro(a), o contexto das segundas invasões holandesas no Brasil (1630–1654), teve 
a região da capitania da Paraíba ocupada por forças neerlandesas em 1634. Foram expulsas 
somente duas décadas mais tarde pelas tropas do mestre de campo André Vidal de Negreiros 
(1606–1680) e de João Fernandes Vieira. Este, tomou posse do cargo de governador da cida-
de, que passou a ser chamada de Parahyba.
Mas vamos por partes. Primeiro é necessário que você compreenda o que levou os holan-
deses a invadirem o Brasil. Acontece que Portugal, desde 1580, estava sob domínio espanhol, 
e consequentemente, o Brasil também. Esse período em que Portugal e suas colônias ficaram 
sob domínio espanhol recebeu o nome de União Ibéria (1580-1640).
União Ibérica: O rei de Portugal, D. Sebastião, desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir contra 
os mouros no Marrocos, em 1578. Como o rei não havia deixado herdeiros para sucedê-lo, 
quem assumiu foi seu tio-avô, D. Henrique. No entanto, D. Henrique acabou morrendo dois 
anos depois e, como também não possuía herdeiros diretos, foi iniciada uma crise de suces-
são do trono português. Felipe II, rei da Espanha, reivindicou e unificou a coroa portuguesa à 
espanhola.
O início da atividade açucareira no Brasil contou com a participação holandesa, desde o 
financiamento das instalações até a comercialização no mercado europeu. No entanto, a Ho-
landa, antiga possessão espanhola, se torara independente da Espanha também em 1580 e 
passou a ser considerada inimiga da Espanha. Assim, quando Felipe II, rei da Espanha, proibiu 
a manutenção dessas relações comerciais entre o Brasil e os holandeses, tirou dos holande-
ses uma grande fonte de lucros, levando-os a reagirem com a invasão ao Nordeste brasileiro. 
Para isso, os holandeses organizaram uma Companhia – a Companhia das Índias Ocidentais 
–, e decidiram invadir a capital, em 1624. Prenderam o Governador-Geral e o enviaram para 
a Holanda.
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No entanto, não conseguiram governar a região. Sob o comando de D. Marcos Teixeira, as 
forças brasileiras mataram vários chefes holandeses, enfraquecendo suas tropas. Em maio de 
1625, eles foram expulsos da Bahia pela esquadra de Fradique Toledo Osório.
No caminho de volta à Holanda, atacaram um navio espanhol carregado de prata. Esse es-
pólio foi utilizado para financiar uma nova invasão ao Brasil. Assim, em 1630, conquistaram a 
Capitania de Pernambuco. Aqui merece destaque o governo de Maurício de Nassau que, entre 
1837 e 1834, indicado pela Companhia das Índias Ocidentais, realizou empréstimos aos colo-
nos, permitiu a liberdade de culto e promoveu a urbanização da cidade de Recife.
As invasões holandesas atingiram também a Paraíba e, com ataques contínuos a Cabe-
delo, onde houve significativa resistência, em 1634, conseguiram se fixar. Desembarcaram ao 
norte da foz do Jaguaribe, conseguiram vitória sobre as tropas do governador paraibano, Antô-
nio de Albuquerque Maranhão, e dominaram Cabedelo.
Em dezembro de 1634 os holandeses entraram na cidade de Filipéia de Nossa Senhora das 
Neves e passaram a administrá-las até 1645.
A preocupação inicial dos batavos consistiu em manter defesas, para estabilizar a conquis-
ta, e atrair a simpatia dos habitantes da Paraíba, cuja capital teve a denominação mudada para 
Frederica. A Fortaleza de Santa Catarina, no Cabedelo, foi rebatizada como Margareth.
Alguns dos moradores, pressentindo a derrota e não querendo se submeter aos inimigos, 
retiraram-se da Capitania. Porém, antes da retirada, queimavam os canaviais e inutilizavam 
os engenhos.
Para impedir possível rebelião, os holandeses fortificaram a Igreja de São Francisco e o 
convento de Santo Antônio, entrincheirando suas portas. Quando os religiosos franciscanos 
tentaram desobedecer às ordens dos novos senhores, foram expulsos da Capitania.
Os holandeses reconheceram a desvantagem de ver a terra desamparada e os engenhos 
abandonados e destruídos. Por isso, se prestaram a fazer com os moradores uma espécie de 
pacto. Duarte Gomes da Silveira foi um dos primeiros a se apresentar ao inimigo e serviu de 
mediador entre os moradores e os invasores.
O primeiro governador da província holandesa da Paraíba e Rio Grande do Norte foi Ser-
vaes Carpentier. Em nome do Príncipe de Orange, dos Estados Gerais e da Companhia das Ín-
dias Ocidentais fez aos paraibanos, em ata de 13 de janeiro de 1635, as seguintes promessas: 
ofereceram anistia, liberdade de consciência e de culto católico, manutenção do regime de 
propriedade, proteção aos negócios e observâncias das leis portuguesas nas pendências aos 
naturais da terra.
Essas medidas batavas atraíram um grande contingente de brasileiros e portugueses que 
aderiram aos invasores. O padre jesuíta Manoel Morais, por exemplo, renegou a fé católica e 
embarcou para a Holanda, onde se fez calvinista (religião protestante da qual os holandeses 
eram adeptos) e se casou.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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No plano administrativo, conservou-se parte da antiga administração, subordinada, porém, 
ao diretor geral, função inicialmente ocupada pelo conselheiro Servaes Carpentier. Funcio-
nários denominados escabinos e escoltetos encarregaram-se de administrar a justiça e co-
brar impostos.
Os holandeses mantiveram a escravidão. Com o objetivo de dominar o comércio de escra-
vos africanos, ocuparam, preliminarmente, a província portuguesa de Angola, na África, princi-
pal fonte de fornecimento de cativos. Introduzindo aperfeiçoamentos técnicos como moendas 
metálicas no lugar das antigas, feitas de madeira, ofereceram empréstimos aos proprietários 
de engenhos. A maior parte destes, liderados por Duarte Gomes da Silveira aceitou a oferta.
A principal colaboração recebida pelos holandeses veio dos índios Potiguaras liderados 
pelos caciques Pedro Poti e Paraupaba. Em troca, os holandeses chegaram a realizar assem-
bleia de índios para a qual as principais tribos do Ceará e de Pernambuco enviaram represen-
tantes à vila de Itapessica, em Pernambuco.
O controle holandês sobre a Paraíba durou apenas vinte anos, de 1634 a 1654, e nunca se 
fez total. Isso porque, desde cedo, os que não o aceitaram partiram para a luta armada que 
assolou a várzea do Paraíba. Nesta, os flamengos (holandeses) nunca conseguiram se firmar.
Em 1636, Ippo Eyssens, o segundo diretor geral da Companhia das Índias Ocidentais, tido 
como arbitrário, foi morto numa emboscada quando assistia a “farinhada” no engenho San-
to Antônio. O principal responsável foi o capitão Francisco Rabello, o Rabellinho. Reagindo, 
os holandeses iniciaram um combate no Tibiri, evitado pelos luso-brasileiros que pretendiam 
retrair-se e recorrer à tática de guerrilha com ataques rápidos e de surpresa. Por conta disto, 
os holandeses nunca se sentiram seguros na Paraíba, salvo durante algum tempo na Capital 
e, mais tarde, no interior da Fortaleza de Santa Catarina. A repressão holandesa caracterizou-
-se pela brutalidade. Alguns engenhos e propriedades foram confiscados. A pena capital foi 
igualmente aplicada, e, em 1645, o diretor geral Paul Linge, responsável por enforcamentos, 
mandou arrastar pela cidade o corpo de um condenado que morrera na prisão.
A tensão somente aliviou entre 1638 e 1644, durante a administração dos diretores Elias 
Hercman e Gisberth Wirth. Por essa época, chegou ao Brasil o conde Maurício de Nassau, que 
se instalou no Recife, com artistas, cientistas, e estudiosos do melhor nível.
Com o fim da União Ibérica, emancipados da Espanha, em 1640, os portugueses encontra-
vam-se com as finanças abaladas, de modo que alguns conselheiros do rei, com o padre Antô-
nio Vieira, o maior sábio do mundo luso da época, elaboraram um documento que propunha a 
preservação de todo Norte pelos holandeses que se absteriam de invadir o restante do Brasil e 
as possessões lusas no Oriente.
Esse documento ganhou a denominação de papel forte, tão convincente pareciam suas 
razões. Na Paraíba, os proprietários e altos funcionários, beneficiários da invasão flamenga, 
concordaram com os termos.
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Não foi esse o caso do jovem André Vital de Negreiros. Paraibano, filho de proprietários 
portugueses, participou da campanha anti-holandesa de 1624, na Bahia. Em 1630, encontrava-
-se em Olinda, quando os flamengos dominaram a cidade. Novamente na Paraíba, entre 1634 
e 1636, nunca pactuou com invasor que o respeitava.
De 1636 a 1644 permaneceu em Portugal onde, em vão, tentou mobilizar os espíritos em 
prol da resistência. Sem lograr sucesso, retornou ao Brasil, desembarcando na praia pernam-
bucana de Tamandaré, acima da qual, em Santo Antônio do Cabo, fez junção com as tropas 
pernambucanas de João Fernandes Vieira. A luta iria travar-se em campo aberto, e, nela, Vidal 
de Negreiros revelaria seus dons de estrategista. Participante das duas batalhas dos Montes 
Guararapes, figurou entre os chefes que receberam a rendição holandesa, na Campina da Ta-
borda. Anteriormente, não hesitara em atear fogo aos canaviais do próprio pai, na Paraíba.
Sua carreira foi uma sucessão de êxitos. Escolhidos para levar a Portugal os resultados dainsurreição contra os holandeses, foi nomeado governador dos estados do Maranhão e Grão-
-Pará, que constituíam territórios independentes do restante do Brasil. Em 1662, designaram-
-no governador de Angola, onde fortificou a capital, Luanda. Ao falecer, em 1680, seus restos 
mortais foram transladados para a Igreja dos Prazeres, nos montes Guararapes.
Considerado um dos maiores Paraibanos de todos os tempos Vidal de Negreiros foi um 
indiscutível chefe da Guerra de Libertação Nacional que a insurreição contra os holandeses 
representou. Com o afastamento dos espanhóis e retraimento dos portugueses, a luta tomou 
dimensão nacionalista.
Os conflitos que culminaram na expulsão dos holandeses do nordeste se intensificaram a 
partir da eclosão da Insurreição Pernambucana (1645-1654). Atenção aqui meu(minha) queri-
do(a)! Vamos tratar de duas Insurreições Pernambucanas. A primeira, que estudamos agora, 
diz respeito aos conflitos de expulsão dos holandeses. A segunda, de 1817, foi um movimento 
separatista que analisaremos mais adiante. Não as confunda!
Na Paraíba, a Insurreição Pernambucana contra os flamengos propagou-se com tanta rapi-
dez que, em 1645, o capitão Lopo Curado Garro já dominava a região do Tibiri. Daí suas tropas 
ingressaram na capital, de onde os holandeses se retiraram para a Fortaleza de Santa Catarina. 
Nos últimos nove anos de permanência na Paraíba limitaram-se ao controle dessa fortificação.
Na época da invasão holandesa, a população era dividida em dois grupos: os homens livres 
(holandeses, portugueses e brasileiros) e os escravos (de procedência brasileira ou africana). 
A mistura de raças não era bem vista pelo governo holandês. Durante vinte e quatro anos de 
domínio holandês no Brasil, sabe-se de raras uniões entre holandeses e nativos, sendo consi-
deradas uma exceção.
A Capitania da Paraíba de 1635 a 1645 teve como administradores alguns governadores 
holandeses:
• Servaes Carpentier: Também governou o Rio Grande do Norte e sua residência oficial 
foi no Convento São Francisco, de onde expulsou os franciscanos que lá moravam. O 
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
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Convento de São Francisco, além de ser a residência oficial do governo holandês, servia 
também para abrigo dos mercadores neerlandeses em ocasiões necessárias, servindo 
também de quartel para os soldados da guarnição que serviam na cidade.
• Ippo Elyssens: Foi um administrador violento e desonesto. Apoderou-se dos melhores 
engenhos da capitania. Foi morto quando assistia a uma farinhada no povoado do Espí-
rito Santo.
• Elias Herckmans: Governador holandês importante, que governou por cinco anos.
• Sebastian Von Hogoveen: Governaria no lugar de Elias H., mas morreu antes de assumir 
o cargo.
• Daniel Aberti: Substituto do anterior.
• Paulo de lince: Foi derrotado pelos “Libertadores da Insurreição”, e retirou-se para Cabedelo.
O capítulo das invasões holandesa na Paraíba não deve ser encarado apenas do ponto de 
vista militar. Bem mais significativa foi a contribuição cultural dos invasores. Nesses termos, 
os flamengos contribuíram para o conhecimento sobre a região. Em grande medida, isso se 
deveu aos relatórios que produziram.
O primeiro, de autoria do conselheiro Servaes Carpentier, revela caráter ecológico ao re-
comendar as áreas mais adequadas ao plantio da cana-de-açúcar, fumo e mandioca, além de 
criação de gado. Entusiasmado com a fertilidade da terra, Carpentier deteve-se, longamente, 
sobre as árvores, frutos e animais que nela se encontravam.
Assinado por Adriaen Verdonck, a Descrição das Capitanias de Pernambuco, Itamaracá, 
Parahyba e Rio Grande do Norte narra que a Paraíba dispunha, em 1630, de dezoito a dezenove 
engenhos responsáveis por cento e cinquenta mil arrobas anuais, o que significava seiscentas 
a setecentas caixas de açúcar embarcadas nos navios. Contudo, havia pouco movimento de 
negócios na capital.
Em matéria de produção açucareira, o documento mais expressivo de origem holandesa é 
o minucioso Relatório sobre as Capitanias Conquistadas no Brasil pelos Holandeses, datado 
de 1639, e de autoria de Adriaen Van Der Dussen. Dussen ocupou-se em descrever portos, rios, 
cidades, freguesias, aldeias, escravos, pau-brasil e madeiras, fortificações, religião e abasteci-
mento cujo texto detalha os vinte engenhos existentes na Paraíba, com as respectivas tarefas 
e lavradores.
O mais completo relatório sobre a Paraíba proveniente do domínio holandês é a Descrição 
geral da Capitania da Paraíba, de Elias Herckman, objeto, em 1982, de duas edições, ambas 
em João Pessoa. Geógrafo, poeta e cartógrafo, na condição de Diretor da Companhia das 
Índias Ocidentais, Herckman governou a Paraíba de 1636 a 1639. A primeira parte é dedicada 
à capital, a segunda parte aos engenhos do vale do Paraíba e a terceira aos costumes dos ín-
dios Tapuias.
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HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
002. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/PROFESSOR – HISTÓRIA/2019)
Mercado de escravos no Recife, de 1637 a 1644.
Sobre a ocupação holandesa em parte da atual Região Nordeste, assinale a afirmativa correta.
a) Mostrou-se insustentável após a Restauração portuguesa, em função da aliança luso-
-britânica.
b) Era o resultado de conflitos de ordem global que envolviam holandeses, espanhóis e 
portugueses.
c) Organizou-se de modo a dispensar o trabalho de africanos escravizados e de índios aldeados.
d) Representou um momento de intolerância religiosa em relação a outras matrizes culturais.
e) Caracterizou-se pelo aumento dos índices de produção da lavoura a níveis inéditos para os 
padrões portugueses.
Abençoado(a), essa não é difícil. Lembre-se do imbróglio envolvendo a unificação das coroas 
Portuguesa e Espanhola (União Ibérica). Como a Espanha era inimiga da Holanda, proibiu a 
colônias portuguesas sobre seu controle de comercializarem com os holandeses. Insatisfeitos 
com a perda do comércio lucrativo do açúcar, os holandeses decidiram invadir o Brasil. Não se 
esqueça das principais características da presença holandesa, principalmente durante o go-
verno de Maurício de Nassau: tolerância religiosa, concessão de empréstimos, investimentos 
em urbanização e artes.
Letra b.
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História da Paraíba – Parte I
HISTÓRIA DA PARAÍBA
Daniel Vasconcellos
1.4.2. A conquista do sertão
A interiorização da capitania da Paraíba deu-se pelas bandeiras, pela expansão do gado 
e pelo estabelecimento de missões religiosas para a catequese dos indígenas. No início da 
colonização europeia formaram-se no litoral a Vila de São Miguel de Baía da Traição, a Vila de 
Monte-Mor da Preguiça, a Cidade da Paraíba, a Vila do Conde (Jacoca) e a Vila de Alhandra. No 
Agreste, formou-se a Vila do Pilar e, no sertão, a Freguesia do Cariri. Depois, durante o período 
pombalino, houve a transferência da população indígena para as novas vilas, especialmente 
nos anos 1760.
Em 1697, o capitão-mor Teodósiode Oliveira Ledo iniciou um povoado no agreste com al-
deados indígenas. Situando-se entre o litoral e o Sertão, esse povoado tonou-se uma feira que 
é hoje Campina Grande. O povoado foi elevado às categorias de Freguesia de Nossa Senhora 
da Conceição em 1769 e Vila Nova da Rainha em 20 de abril de 1790.
Após as invasões holandesas, a economia canavieira se viu arrasada. Ocorre que, expulsos 
do Brasil, os holandeses formaram engenhos nas Antilhas, aumentando a oferta de açúcar no 
mercado europeu e, consequentemente, derrubando seu preço.
As plantações de cana-de-açúcar no litoral paraibano foram incendiadas fazendo com que 
a produção do açúcar diminuísse consideravelmente. Nos dez anos seguintes, os governantes 
da Paraíba não conseguiram recuperar a economia canavieira. Até 1670, a ocupação do espaço 
paraibano se restringia apenas ao litoral. A partir de então, deu-se início à ocupação do interior, 
em duas direções: uma do litoral ao sertão, comandada pela família Oliveira Ledo, responsável 
pela fundação de vários povoados, hoje municípios; outra, mais importante, partia do sertão do 
São Francisco, na Bahia, e prosseguiu na direção norte, chegando ao interior paraibano.
Na conquista do interior houve ainda a participação de bandeirantes, comandados por Do-
mingos Jorge Velho. A colonização interiorana foi marcada ainda por conflitos, como a Guerra 
dos Bárbaros, entre os colonos e os principais grupos indígenas que habitavam a região, como 
os caicós, os icós, os janduís e sucurus, bem como pela escravidão e massacres de algumas 
dessas tribos.
Guerra dos Bárbaros: foram os conflitos, rebeliões e confrontos envolvendo os colonizadores 
portugueses e várias etnias indígenas tapuias que aconteceram nas capitanias do Nordeste do 
Brasil, a partir de 1683.
1.4.3. Ação missionária
A conquista do interior também foi realizada por meio das missões de catequese, que ob-
jetivavam, principalmente, a catequização dos índios. Entre os principais missionários, um dos 
mais importantes é o sacerdote Martim Nantes, fundador da vila de Pilar. Outros nomes que 
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também tiveram importância no projeto de conquista e colonização do interior foram o Luís 
Soares e Elias Herckmans. Este último, juntamente com Manuel Rodrigues, estabeleceu-se na 
região em busca de minas de ouro, principalmente na Serra da Borborema, além de Francisco 
Dias D’Ávila, fundador da Casa da Torre.
Em 1º de janeiro de 1756, a capitania da Paraíba foi extinta e anexada a Pernambuco, 
tornando-se novamente independente em 11 de janeiro de 1799. Em 1818, a porção norte do 
território paraibano foi desmembrada, através de Carta Régia, e formou o território que viria a 
ser o atual estado do Rio Grande do Norte.
As Missões de Catequese foram as primeiras formas de conquista do interior da Paraíba. 
Além delas, também foram executadas bandeiras com a finalidade de capturar índios.
O capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo foi o homem que comandou a primeira bandeira 
na Paraíba. Esta bandeira se deu através do Rio Paraíba e teve como destaque a fundação de 
um povoado chamado Boqueirão. Esta primeira bandeira, apesar de ter sido tumultuada, foi 
bem sucedida, uma vez que Teodósio aprisionou vários índios. Teodósio é tido como o grande 
responsável pela colonização do interior da Paraíba. Ele estabeleceu-se no interior e trouxe 
famílias e índios para povoá-lo.
Os passos de Teodósio foram seguidos pelo capitão-mor Luís Soares, que também se 
destacou por suas penetrações para o interior. Elias Herckman procurou minas e chegou à 
Serra da Borborama. Sua atitude (a de procurar minas) foi seguida por Manuel Rodrigues. O 
fundador da Casa da Torre, Francisco Dias D’ávila, foi outro bandeirante que se destacou na 
colonização da Paraíba.
Entre as várias tribos (caicós, icós, janduis, etc.) que se destacaram no conflito contra conquis-
ta do interior paraibano, os mais conhecidos são os sucurus, que habitavam Alagoas de Monteiro.
Os jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à Capitania da Paraíba, acom-
panhando todas as suas lutas de colonização. A mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas inicia-
ram a construção de um colégio na Felipéia. Porém, devido a desavenças com os franciscanos, 
que não usavam métodos de educação tão rígidos como os jesuítas, a ideia foi abandonada. 
Aproveitando esses desentendimentos, o rei, descontente com os jesuítas pelo fato de não 
permitirem a escravização dos índios, culpou os jesuítas pela rivalidade com os franciscanos 
e os expulsou da capitania.
Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram à Paraíba fundando um colégio onde ensi-
navam latim, filosofia e letras. Passado algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de 
Nossa Senhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim Palácio do Governo.
Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos. Em 1773, com a permissão do Papa Cle-
mentino XIV, o Ouvidor-Geral passou a residir no seminário onde moravam os jesuítas. A expul-
são dos jesuítas da colônia foi um evento da história de Portugal que teve lugar no reinado de 
D. José I, em 1759, sob a orientação do seu Secretário de Estado dos Negócios Interiores do 
Reino, o futuro Marquês de Pombal. Portugal foi o primeiro país europeu a expulsar os jesuítas.
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Atendendo a Frutuoso Barbosa, vieram também os padres franciscanos, com o objetivo de 
catequizar os índios. O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fundar o primeiro 
convento da capitania. Seu trabalho se concentrou em várias aldeias, o que o tornou importante.
No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desentendimentos com os francisca-
nos que, assim como os jesuítas, não escravizavam os índios. Depois destes atritos, Feliciano 
acabou se acertando com os frades. A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos 
em um sítio vasto, onde atualmente se encontra a praça São Francisco.
O superior geral dos beneditinos tinha interesse em fundar um convento na Capitania da 
Paraíba e conseguiu a doação, por parte do governador da Capitania, de um sítio para a cons-
trução da ordem superior geral dos beneditinos.
A condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído em até 2 anos. 
O mosteiro não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do 
sítio. A igreja de São Bento se encontra atualmente na rua nove, onde ainda há um cata-vento 
em lâmina, construído em 1753.
Os missionários carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henrique, em 1580. 
Mas devido a um incidente na chegada, os missionários foram para diferentes direções. A vin-
da dos carmelitas, de fato, só ocorreu após oito anos. A história dos carmelitas na Paraíba é 
incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos nas invasões holande-
sas. Fato é que chegaram à Paraíba quando o Brasil estava sob domínio espanhol. Fundaram 
um convento e iniciaram trabalhos missionários. O Frei Manuel de Santa Teresa restaurou o 
convento depois da revolução francesa, mas logo depois foi demolido para servir de residência 
ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques. A Igreja do Carmo foi fundada 
pelos carmelitas.003. (FGV/SMAG-RO/PROFESSOR LICENCIADO EM PEDAGOGIA/2018) “Os jesuítas lideraram 
as primeiras experiências de ensino no Brasil entre os séculos 16 e 18, quando...”
A alternativa que completa adequadamente o trecho acima é:
a) foram convidados pelos portugueses para intensificar o método jesuíta de ensino na colônia;
b) iniciaram a reforma jesuíta na educação brasileira;
c) foram expulsos pela determinação do Marquês de Pombal;
d) seguindo a orientação portuguesa, modernizaram a educação na colônia;
e) criaram as aulas régias para modernizar a educação no Brasil.
Os jesuítas foram definitivamente expulsos de Portugal e suas colônias em 1759, por ordens 
do Marquês de Pombal.
Letra c.
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1.4.4. Companhias de Comércio
Já tratamos da Companhia das Índias Ocidentais, empresa holandesa de capital social. 
Foi ela a responsável pelo empreendimento de colonização holandesa no nordeste brasileiro. 
Guarde isso: todas as ações holandesas durante as invasões holandesas são ações da Com-
panhia de Comércio das Índias Ocidentais!
Outra companhia de comércio importante para o nosso estudo é a Companhia Geral de Co-
mércio de Pernambuco e Paraíba, uma empresa monopolista, criada pelo Marquês de Pombal, 
na segunda metade do século XVIII, em Portugal. Fundada em 1759, destinava-se a controlar e 
fomentar a atividade comercial com as capitanias de Pernambuco e Paraíba.
Essa empresa buscava a criação de um mercado de consumo para os bens manufaturados 
em Portugal. Deste modo, vendiam principalmente panos e louças aos senhores de engenho 
pernambucanos e paraibanos.
Como a companhia era responsável pela importação dos escravos africanos para Pernam-
buco e Paraíba, a coroa portuguesa buscou a dinamização do tráfico dentro dos domínios por-
tugueses, principalmente de Congo e Angola. Desta última, vieram 85% dos escravos, de um 
total de 41.324 trazidos durante 1761 e 1779.
O principal produto de comercialização da Companha de Pernambuco e Paraíba era o açú-
car. Na década anterior à instalação da companhia, a média anual de caixas produzidas nem 
sequer chegava a 6.100 caixas, enquanto, na vigência do monopólio, esta média foi de 8.100.
Na década de 1770 iniciaram-se conflitos entre os senhores de engenho e a mesa de ins-
peção da Companhia com relação aos preços cobrados sobre o produto. Na vigência do mono-
pólio, foram realizados apenas três aumentos no preço pago pelo açúcar: 1765, 1770 e 1777.
A preocupação dos administradores, mesmo quando no mercado de Londres o açúcar se 
valorizava, era mantê-lo competitivo em relação a outras regiões produtoras. O açúcar brasi-
leiro era refinado principalmente na Europa (Londres e Hamburgo). O refino leva à duplicação 
do valor do açúcar, com lucros de 250% (lucro este que não era feito nem pelos senhores de 
engenho, nem pela própria companhia). Portanto, caro(a) aluno(a), Portugal teve o gasto com 
todo o processo de colonização para que ingleses e holandeses tivessem lucros exorbitantes 
apenas com o processo de refino do açúcar.
1.4.5. Formas do trabalho forçado (Mão de obra indígena e escravidão afri-
cana)
Mão de obra indígena
Como vimos no começo da aula, no início da colonização o trabalho indígena se limitou ao 
escambo na extração do pau-brasil. Nessa modalidade de trabalho, os indígenas trocavam usa 
força de trabalho por mercadorias europeias de pouco valor.
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A escravidão entre os índios, contudo, já existia antes da chegada dos europeus e aconte-
cia logo após uma tribo vencer a outra em um combate. Os derrotados eram transformados 
em mão de obra escrava, mas o trabalho exigido não se comparava com o que os portugueses 
esperavam que os índios fizessem.
A escravidão entre os índios era o trabalho na tribo. Além disso, havia tribos canibais que 
comiam a carne dos adversários, pois acreditavam que, dessa forma, teriam as mesmas qua-
lidades daqueles que morreram no combate (antropofagia). Por exemplo, se um inimigo cap-
turado era um bom corredor, suas pernas eram comidas para que a velocidade delas fosse 
agregada a quem as comesse.
004. (FGV/PREFEITURA DE ANGRA DOS REIS-RJ/DOCENTE I – EDUCAÇÃO INFANTIL E DO 
1º AO 5º ANO DE ESCOLARIDADE/2019) Observe a imagem a seguir, que representa o ritual 
antropofágico de indígenas da costa do Brasil.
STADEN, HANS, Duas Viagens ao Brasil, EDUSP, 1974
Sobre os rituais antropofágicos dos indígenas, assinale a afirmativa correta.
a) Ocorriam em situações extremas de fome.
b) Atestavam a barbárie dos indígenas da costa brasileira.
c) Exemplificavam valores culturais distintos dos europeus.
d) Constituíam uma vingança à entrada dos portugueses.
e) Eram invenções dos europeus para justificar a colonização.
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Em antropologia é muito usado o conceito de etnocentrismo. Quando se observa uma cultura 
diferente, deve-se despir-se dos preconceitos. Quando se olha o outro do ponto de vista de sua 
própria cultura, fatalmente caímos em julgamentos. Lembrando que a antropofagia carrega-
da de simbolismo, pois acreditavam que absorviam as virtudes dos inimigos vítimas de seu 
canibalismo.
Letra c.
No entanto, a partir da criação das capitanias hereditárias, os indígenas foram utilizados 
como mão de obra escrava. A principal fonte de mão de obra indígena escrava eram as entradas 
e bandeiras de apresamento, facilitadas pelas desavenças e guerras entre tribos indígenas bra-
sileiras. Os locais onde se aprisionavam os indígenas eram chamados de “casas de preamento”.
Obviamente, isso gerou conflitos entre os indígenas e os colonizadores. Além de os nativos 
conhecerem muito bem o território, os padres jesuítas tornaram-se um obstáculo para a escra-
vidão, porque defendiam os índios para serem catequizados.
A escravidão indígena foi proibida pela primeira vez por meio de Carta Régia de 1570, a 
qual instituiu a “Guerra Justa” e a escravidão voluntária. Todavia, falhas na Lei e a vista grossa 
das autoridades permitiam que a sujeição dos povos indígenas fosse prática recorrente até 
fins do século XVII.
Guerra Justa: os portugueses só poderiam escravizar os índios que tivessem entrado em con-
flito com os colonos, um confronto gratuito, sem provocação dos portugueses.
Os colonizadores utilizaram-se de ameaças, da força física e da propagação de doenças 
para forçar os índios a trabalharem para a Coroa. Várias tribos foram dizimadas por conta do 
conflito com os portugueses ao recusarem o trabalho escravo. Muitos índios fugiram para o 
interior do Brasil, evitando ser escravizados. O fracasso da escravidão indígena fez com que os 
portugueses optassem pela escravidão negra oriunda da África.
Escravidão africana
O negro africano veio trabalhar como escravo no Brasil para atender aos anseios da Coroa 
de iniciar-se rapidamente a produção açucareirade forma intensiva. Com o trabalho escravo 
vindo da África sendo vantajoso financeiramente e atraente para os senhores de engenho do 
Nordeste, o tráfico negreiro intensificou-se para essa região, e, dessa forma, a escravidão indí-
gena foi sendo substituída pela mão de obra negra.
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Na Paraíba, o empreendimento do comércio de negros iniciou-se logo após o Decreto Real 
de 1559, da Regente Catarina, permitindo aos engenhos comprar cada um doze escravos. O 
escravo era mercadoria cara. Seu valor médio oscilava entre 20 e 30 libras esterlinas.
Importante destacar que a escravidão de africanos não é uma invenção dos Portugue-
ses e nem foram eles os responsáveis por introduzir essa prática no continente africano. Os 
africanos de tribos inimigas capturavam negros para serem vendidos nas Feitorias do litoral 
africano. Mas, antes de seguirmos, preciso atentá-lo (a) para uma característica fundamental 
das economias europeias que influenciou consideravelmente o Tráfico de Escravos. Estamos 
falando do Mercantilismo.
O mercantilismo é o conjunto de ideias e práticas econômicas adotadas durante o Capita-
lismo Comercial (séculos XIV a XVIII). A base da atividade era a troca de mercadorias e o lucro 
era, não em dinheiro, mas em espécie, em mercadorias.
Os Portugueses realizavam o chamado comércio triangular: Trocavam o açúcar brasileiro 
por escravos africanos, traziam os escravos nos navios negreiros e trocavam por mais do açú-
car brasileiro. Trocavam manufaturados europeus por escravos e pelo açúcar etc.
Entre os povos africanos que foram trazidos podemos citar os:
• Bantos: mais ao sul do país, na mineração.
• Sudaneses: mais altos e fortes, foram usados nas lavouras de cana-de-açúcar do nor-
deste brasileiro.
Essa migração, somada a existência de povos nativos e à chegada dos europeus fez com 
que a miscigenação se tornasse um traço evidente no nosso país. Recorde comigo a miscige-
nação básica da nossa cultura:
• Mulato: resultado da mistura de brancos e africanos – na época colonial, quase sempre 
branco e negra –, vem de mula;
• Cafuzo ou carafuzo: é resultado da união entre negro e índio;
• Mameluco: mestiço de branco e índio.
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Daniel Vasconcellos
O tráfico negreiro para o Brasil ocorreu do século XVI ao XIX. Tratava-se de uma migração 
forçada de Africanos para o país que chegou a cerca de 5 milhões de pessoas. Comerciantes 
africanos, brasileiros, portugueses, holandeses e ingleses dominavam a atividade.
Dentro da lógica mercantilista, o escravo era uma mercadoria. Assim, embarcações vinham 
das feitorias do litoral africano carregadas de pessoas escravizadas, como animais são hoje 
transportados para o abate. Abaixo, uma ilustração da distribuição espacial dos escravos nos 
porões dos navios negreiros. Veja:
Eram péssimas as condições: acorrentados durante todo o tempo, se alimentavam mal 
e faziam suas necessidades na frente uns dos outros. Não existiam mínimas condições de 
higiene. As mulheres eram estupradas pelos tripulantes. Quando a Inglaterra, em 1846, auto-
rizou que seus navios abordassem e apreendessem navios negreiros (Lei Bill Arden), a fim de 
combater o tráfico de escravos, muitas pessoas eram jogadas ao mar, acorrentadas umas nas 
outras, para que não houvesse o flagrante durante a abordagem dos ingleses.
A pressão inglesa para que fosse abolida a escravidão tinha explicação na lógica burguesa 
do capitalismo industrial: o escravo não recebe salário e, portanto, não pode consumir.
Os africanos se tornavam escravos:
• por rapto individual ou de um pequeno grupo de pessoas no ataque a pequenas vilas;
• por serem prisioneiros de guerra;
• penhora: as pessoas eram penhoradas como garantia para o pagamento de dívidas;
• troca de um membro da comunidade por comida;
• como pagamento de tributo a outro chefe tribal.
Em 1560, o primeiro navio negreiro desembarcou na Colônia Portuguesa, em Pernambu-
co, a pedido do primeiro donatário da capitania, Duarte Coelho. A capitania se tornou, ao longo 
do tempo, um dos maiores centros mundiais de comercialização de escravos.
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Durante três séculos, cerca de 1376 transportes de navios negreiros foram realizados para o 
Brasil. Cerca de 5 milhões de escravos trazidos, segundo dados oficiais. Mesmo após a proibição 
do tráfico negreiro em 1850 (Lei Eusébio de Queiroz), muitos chegaram de maneira ilegal, atra-
cando longe dos portos para tentar despistar a fiscalização. Então, caro(a) aluno(a), os números 
oficiais não conseguem dar conta da quantidade de pessoas que foram trazidas para cá.
No Brasil, de início, tráfico era realizado por comerciantes portugueses com grande influên-
cia na política local. Eram eles os responsáveis por aplicar o capital. Já realizavam o comércio 
com sucesso em outros ramos e investiam no negócio lucrativo do tráfico negreiro.
Entre 1759 e 1788, o Marquês de Pombal, ministro da Coroa Portuguesa, entregou a Com-
panhia Geral de Pernambuco e Paraíba o monopólio do tráfico para a região. Com o fim do 
monopólio, aumentou a concorrência entre os comerciantes.
O tráfico de escravos deixou de ser exclusividade de comerciantes brancos europeus e 
brasileiros. A maioria dos pumbeiros (como eram chamados os comerciantes do litoral afri-
cano que adentravam o continente e capturava pessoas para serem vendias) era composta de 
mestiços, negros livres e ex-escravos. Controlavam o comércio costeiro e até áreas do interior. 
Nesse contexto, Francisco Félix de Sousa merece ser citado: alforriado aos 17 anos, é conside-
rado o maior traficante de escravos brasileiro.
Sem dúvidas, o maior fluxo de chegada de escravos aconteceu no século XIX. Para se ter 
uma noção, ao longo dos séculos XVII e XVIII, a média era de cerca de 2.500 a 3.300 por ano. 
Até brasileiros chegaram a ser capturados e vendidos no mercado Africano.
De maneira didática, podemos identificar 4 ciclos do tráfico:
• Ciclo da Guiné (século XVI);
• Ciclo de Angola (século XVII): traficou bacongos, ambundos, benguelas e ovambos;
• Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé (século XVIII – 1815): 
traficou iorubás, jejes, minas, hauçás, tapas e bornus;
• Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851). Para fugir à fiscalização 
dos navios ingleses buscaram rotas alternativas ao tráfico tradicional do litoral ocidental 
africano capturando escravos por exemplo em Moçambique.
Desde o início do tráfico de escravos, gente que aqui chegava, tentava fugir. Era raro aquele 
que não tentou a fuga ao menos uma vez em sua vida. Quando chegavam o porto, tratados 
como mercadoria animal, eram examinados. Os que estivessem doentes eram levados às ca-
sas de engorda. O custo elevado dessa gente trazida a força exigia que os comerciantes ten-
tassem salvar o máximo de carga.

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