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Apostila introdução do estudo do Direito

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO 
DO DIREITO 
 
 
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ÍNDICE 
1-INTRODUÇÃO. 
2-O QUE É DIREITO? 
3-MÚTUA DEPENDÊNCIA ENTRE O DIREITO E A SOCIEDADE. 
4-QUAL A FINALIDADE DO DIREITO? 
5-DIREITO NATURAL E DIREITO POSITIVO. 
6-DIREITO NATURAL. 
7-DIREITO POSITIVO. 
8-DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO. 
9-CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS SUBJETIVOS. 
10-FONTES DO DIREITO. 
11-DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO. 
12-VERTENTES DO DIREITO PÚBLICO. 
13-VERTENTES DO DIREITO PRIVADO. 
14-DIREITOS COLETIVOS. 
15-PRINCÍPIOS JURÍDICOS. 
16-PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAIS. 
17-DEONTOLOGIA. 
18-NORMA JURÍDICA. 
19-DIREITO E JUSTIÇA. 
20-LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO . 
21-CLASSIFICAÇÕES GERAIS. 
22-CONCLUSÃO. 
23-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 
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A Introdução ao Estudo do Direito tem por escopo 
prover ao aprendiz uma concepção ampla do Direito, que não 
pode ser requerida estudando isoladamente os ramos desta 
ciência. Todos questionamentos, análises e informações são 
abordadas na referida disciplina. 
Todos os conceitos e definições de Direito são 
estudados na disciplina Introdução ao Estudo do Direito. Todas 
as ideias e noções como fato jurídico, relação jurídica, lei, justiça 
e segurança jurídica, por serem aplicáveis a todos os ramos do 
Direito, são objetos de estudo da Introdução. 
As definições mais específicas, como o de crime, mar 
territorial, hipoteca, desapropriação, aviso prévio, não fazem 
parte da Introdução, por serem institutos próprios de 
determinadas disciplinas. 
A Introdução ao Estudo do Direito tem por principal 
objetivo fornecer aos alunos uma familiarização com a 
linguagem jurídica. 
Em detrimento dos novos conhecimentos é comum os 
estudantes sentirem dificuldades com as terminologias e 
institutos inerentes a ciência jurídica. 
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O jurista e escritor belga Edmond Picard, no seu famoso 
livro O Direito Puro, obra introdutória ao estudo do Direito, 
conta-nos a angústia que sentiu, ao início de seu curso de 
Direito, com a falta de uma disciplina prévia, diante da 
“abundância prodigiosa dos fatos” e da dificuldade em relacioná-
los. 
A disciplina Introdução ao Estudo do Direito é o 
primeiro desafio do estudante ante o universo jurídico que virá 
adiante. A ciência jurídica além de ampla e técnica, acompanha a 
evolução da sociedade e costumes sociais, fazendo com que 
surja novos termos e institutos e, para que sejamos excelentes 
operadores do direito, o estudo deve ser diário. 
A importância da disciplina que juntos iremos estudar, 
irá possibilitar aos estudantes a adaptação ao curso de Direito e 
noções essenciais para a formação de uma consciência jurídica. 
Sendo assim, seguiremos juntos no universo jurídico que 
inicia-se. 
“Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca 
serás pobre; se vives de acordo com as opiniões 
alheias, nunca serás rico” 
 Sêneca 
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A nomenclatura direito nos remete a ideia do que é 
certo, correto, justo, honesto, digno e decente. O vocábulo 
direito pode ser empregado como substantivo, adjetivo e 
advérbio. Exemplos: “Eu sou uma pessoa direita” (adjetivo) ou 
“Eu me comporto de forma honesta e direita” (advérbio) ou “Eu 
tenho o direito de frequentar aquele lugar” (substantivo), 
portanto a palavra direito no uso comum é ampla e pode ser 
utilizada para definir diversas situações. 
O termo direito é, por conseguinte, uma palavra 
plurívoca, porque possui vários significados, ainda que ligados e 
entrelaçados. 
O Direito não se limita a apenas apresentar e classificar 
regras, normas e leis, mas tem também como propósito analisar 
os fenômenos sociais tais como os negócios jurídicos, a 
propriedade, a obrigação, o casamento, a filiação, o poder 
familiar e etc. 
O direito se apresenta como direito posto pelo Estado, 
ou seja, direito positivo ou positivismo, que denominamos de 
ordenamento jurídico. Noutra seara, temos a manifestação do 
idealismo, do chamado direito natural, o jusnaturalismo, direito 
este que é aplicado independente das normas, é inerente à 
natureza humana. 
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O direito positivo é o imposto pelo Estado, através das 
leis criadas por nossos representantes, enquanto o direito 
natural é o que nasce com o homem, é próprio da natureza 
humana, como o direito à vida. 
O direito acompanha a evolução da sociedade no tempo 
e no espaço. O que é permitido atualmente, poderá ser proibido 
no futuro e vice-versa. O que é crime hoje, poderá deixar de ser 
crime amanhã. O que se permite no Brasil, pode ser proibido em 
outros países. Há inúmeros exemplos a serem citados no que se 
refere a essas proibições e permissões, e um deles é a poligamia, 
que é crime no Brasil, mas aceito em vários países do Oriente 
Médio. 
Sob o aspecto geral, o direito se apresenta em três 
acepções. Como regra de conduta obrigatória, que se traduz no 
direito objetivo; como um sistema ordenado de conhecimentos, 
o que se traduz na ciência do direito; e como uma faculdade que 
a pessoa tem de agir para obter de outrem o que entende 
cabível, que se traduz no direito subjetivo. Falaremos adiante 
desses três aspectos. 
A-DEFINIÇÃO DE DIREITO: “Conjunto de normas/leis 
estabelecidas por um poder soberano, que disciplinam a vida 
social de um povo” (Dicionário Aurélio). 
 
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B-DEFINIÇÃO DE DIREITO: “O Direito é processo de 
adaptação social, que consiste em se estabelecerem regras de 
conduta, cuja incidência é independente da adesão daqueles a 
que a incidência da regra jurídica possa interessar”. (Pontes de 
Miranda) 
Os fatos históricos, as guerras, as doenças e a evolução 
da sociedade ao longo da história nos mostram o quão é 
necessário o direito. Onde há sociedade e onde há 
relacionamento humano, o direito deve se fazer presente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O Direito não tem existência em si, ele existe na 
sociedade. A sociedade está para o direito, assim como o direito 
está para a sociedade. O direito está inserido na sociedade e 
está depende do direito para regular as suas relações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 “O Direito está em função da vida social. A sua 
finalidade é a de favorecer o amplo 
relacionamento entre as pessoas e os grupos 
sociais, que é uma das bases do progresso da 
sociedade” (Paulo Nader)“ 
O direito é um instrumento de pacificação social, 
favorecendo um vasto relacionamento entre as pessoas e os 
grupos sociais, com a finalidade de manter a ordem e coordenar 
os interesses individuais e coletivos. 
O direito, como instrumento de pacificação social, é 
baseado em três pilares, fato, norma e valor. FATO: Fato social, 
conflito entre pessoas. (Sociologia). NORMA: Regula o fato 
social. (Dogmática). VALOR: Avaliação de caso, importância que 
se dá ao fato. (Filosofia). 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO POSITIVO (corrente): É o conjunto de normas 
estatais em vigor, em determinado país, numa determinada 
época. Limita o estudo do direito sobre as legislações jurídicas. 
Acredita que a lei resolva tudo e está acima de tudo. Surge do 
Estado, é mutável e particular à sociedade política que o cria (Ex.: 
Constituição, lei complementar, lei ordinária, decreto). 
DIREITO NATURAL (corrente): É o conjunto mínimo de 
preceitos dotados de caráter universal, imutável, que surge da 
natureza humana e que se configura como um dos princípios de 
legitimidade do direito. Adota o “direito universal”. Ligado à 
moral e aos costumes. 
Essas duas correntes entram em conflito, pois uma se 
considera superior à outra. Porém, quando as duas correntes 
entram em conflito, a do Direito Natural prevalece sobre a do 
Direito Positivo. 
 
 
 
 
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6- O DIREITO NATURAL 
O direito natural também denominado de 
jusnaturalismo é uma teoria que demanda a existência de um 
direito cujo conteúdo é determinado pela natureza, 
consequentementeválido em qualquer lugar. 
O Direito Natural não é escrito, não é criado pela 
sociedade, não e criado por nossos representantes, por 
autoridades ou pelo Estado. É um Direito espontâneo que se 
origina da própria natureza social do homem, associando 
experiência e razão, como por exemplo, o direito à vida e à 
liberdade. 
 
É importante ressaltar as diversas origens do direito 
natural. 
a) Para os helenistas, o direito natural corresponderia à 
natureza cósmica. Ex: perfeição, ordem e equilíbrio do 
universo; 
b) Para os Teólogos medievais, vinha de Deus; 
c) Para os racionalistas, o Direito Natural é produto da razão 
humana; 
d) Atualmente, a corrente majoritária afirma ser o direito 
natural baseado na natureza humana. Todo ser é dotado 
de uma natureza e um fim, ou seja, a natureza do ser (suas 
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propriedades) define o fim a que este tende. Para se 
chagar a esse fim devemos respeitar algumas normas, que 
compõe o Direito Natural. 
O direito natural compreende e representa os 
princípios inerentes à própria essência humana, orientam e 
servem de fundamento ao Direito Positivo: "o bem deve ser 
feito", "não lesar a outrem", "dar a cada um o que é seu", 
"respeitar a personalidade do próximo", etc. 
O direito natural fornece ao legislador os princípios 
fundamentais da proteção ao homem. É constituído por um 
conjunto de princípios, com caráter universal, eterno e imutável 
e pertencem a todos os tempos, não são elaborados pelos 
homens nem pelo Estado e, emanam de uma vontade superior 
porque pertencem à própria natureza humana: 
 
1- O direito de reproduzir; 
2- O direito de constituir família; 
3- O direito à vida e à liberdade; 
4- O direito a propriedade privada, etc. 
O direito natural é a ideia abstrata do Direito, 
correspondendo a uma justiça superior e anterior. 
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 Trata-se de um sistema de normas que independe do 
direito positivo, ou seja, independe do ordenamento jurídico 
imposto pelo Estado. 
O direito natural é o pressuposto do que é correto, do 
que é certo, do que é justo, do que é verdadeiro e 
incontestável. Parte do princípio de que existe um direito 
comum a todos os homens e que o mesmo é universal. Suas 
principais características, além da universalidade, são a 
imutabilidade e o seu conhecimento através da própria razão do 
homem. 
Com o surgimento do direito posto ou direito positivo 
(imposto pelo Estado), a função do direito natural passa a ser 
uma espécie de paradigma para as reivindicações pelos 
cidadãos de seus direitos, passando assim a ter um caráter 
subjetivo. 
Nessa vertente, o direito natural, é aquele que emana 
da natureza, são princípios legais não escritos, que se 
superpõem ao direito posto, regulando a vida do homem na 
sociedade, ainda que ausente a ordenação positiva. 
 
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7-DIREITO POSITIVO 
O direito positivo é o conjunto de normas impostas 
pelo Estado, em vigor, em um determinado país e época. 
O direito positivo baliza o estudo do direito sobre as 
legislações jurídicas, pois acredita que a lei resolva tudo e está 
acima de tudo. 
São normas jurídicas escritas e não escritas, vigentes no 
plano nacional e internacional (regula as relações entre os 
Estados). 
Não obstante tenha surgido nos primórdios da 
civilização ocidental, o direito positivo se consolida somente a 
partir do século XIX. 
São princípios e regras que regem a vida social do povo. 
É institucionalizado pelo Estado. São as normas jurídicas de 
determinado país. Exemplos: Código Penal, Código Civil, Código 
de Processo Civil, Código de Processo Penal, Código de Defesa 
do Consumidor, Código Tributário, Código Eleitoral; etc. 
No positivismo, a lei tem destaque total, contrapondo 
se ao jusnaturalismo. O Direito passa a ser produção da 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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vontade humana a partir de sua criação pelo Estado através da 
lei. 
A principal característica do direito positivado é que ele 
se liberta de parâmetros imutáveis do direito natural, de 
premissas materialmente invariáveis e, institucionaliza a 
mudança e a adaptação conforme a evolução social. 
Então, o direito positivo é o direito posto pelo Estado, 
dotado de validade, apenas por obedecer a condições formais 
de sua formação. Frise-se que este direito não necessita 
respeitar um mínimo moral para ser definido e aceito como tal, 
pois a natureza do direito, para ser garantida em sua 
construção, não requer nada além do valor jurídico. 
 
Assim, o direito positivo consiste nas regras e leis que 
regem a vida social e as instituições de determinado local e 
durante certo período de tempo. A Constituição Federal é um 
exemplo de direito positivo, pois assim como as outras leis e 
códigos escritos, serve como disciplina para o ordenamento de 
uma sociedade. 
Também conhecido por juspositivismo, o direito 
positivo é mutável, uma vez que as leis que regem o 
funcionamento de determinada nação podem ser alteradas ao 
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longo do tempo, levando em consideração fatores que condizem 
com a realidade vivida por esta sociedade específica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Objetivo: é conjunto de normas jurídicas de 
determinado país. A partir do conhecimento do direito objetivo 
que se deduz o direito subjetivo. São todas as normas em vigor 
no Estado e no ordenamento jurídico. 
Direito Subjetivo: é aquele que a pessoa possui em 
razão do direito objetivo. É a possibilidade de agir e exigir algo, 
previsto no direito objetivo. É a autorização concedida pela 
norma para que o indivíduo possa agir. Enquanto que o direito 
objetivo é a norma, o direito subjetivo é o interesse do 
indivíduo sobre a norma, seja ele qual for. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1-Direito subjetivo propriamente dito: direito a uma 
prestação; 
 
2-Direito Potestativo: aquele exercido pelo titular, não 
depende da aceitação da outra parte; Na lição de 
Chiovenda, o direito potestativo é aquele ao qual não 
corresponde nenhuma obrigação, na medida em que os 
efeitos que produz não dependem de qualquer ato do 
seu destinatário, que fica apenas sujeito ao efeito 
jurídico produzido. 
 
3-O Dever Jurídico Subjetivo: dever e obrigação – 
corresponde ao sentido oposto de direito subjetivo. É a 
situação onde a pessoa é obrigada a dar,fazer ou não 
fazer algo em benefício de outrem por determinação 
do direito objetivo. 
O direito objetivo garante o exercício do direito 
subjetivo, que gera o dever jurídico. 
 
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A expressão “Fontes do Direito” possui sentido de: 
origem, nascente, motivação, causa das várias manifestações do 
Direito. 
Segundo Miguel Reale “por fonte do direito designamos 
os processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas 
se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência 
e eficácia no contexto de uma estrutura normativa”. 
 
A doutrina jurídica não se apresenta uniforme quanto 
ao estudo das fontes do Direito. 
As fontes do direito, portanto são os nascedouros do 
direito, é de onde provém o direito. 
Nesse aspecto, há a necessidade de estudarmos os 
principais sistemas jurídicos vigentes no mundo. 
Pertencem à família romano-germânica os direitos de 
toda a América Latina, de toda a Europa continental, de quase 
toda a Ásia (exceto partes do Oriente Médio) e de cerca de 
metade da África. 
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• Civil Law -é a estrutura jurídica oficialmente adotada no 
Brasil. O que basicamente significa que a principal fonte do 
Direito adotada aqui é a Lei. A lei seria a mais importante 
fonte formal. Em diversos países de tradição romano-
germânica, o direito é organizado em códigos, cujos 
exemplos principais são os códigos civis francês e alemão 
(Code Civil e Bürgerliches Gesetzbuch,respectivamente). É, 
portanto, típico deste sistema o caráter escrito do direito. 
Outra característica dos direitos de tradição romano-
germânica é a generalidade das normas jurídicas, que são 
aplicadas pelos juízes aos casos concretos. 
• Common Law - No sistema do Common Law, adotado pela 
Inglaterra e Estados Unidos, a forma mais comum de 
expressão do direito é a dos precedentes judiciais. O 
Direito se baseia mais na Jurisprudência que no texto da lei. 
Infere-se normas gerais a partir de decisões judiciais 
proferidas a respeito de casos individuais. 
Exemplo: Se lá nos EUA dois homens desejam realizar 
uma adoção, eles procuram casos em que outros homossexuais 
tenham conseguido adoções e defendem suas ideias em cima 
disso. Mas a parte contrária pode alegar exatamente casos 
opostos, o que gera todo um trabalho de interpretação, 
argumentação e a palavra final fica com o Juiz. 
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 É bom lembrar que nos países de Common Law também 
existe a lei, mas o caso é analisado principalmente de acordo 
com outros casos semelhantes. 
 
1) FONTES MATERIAIS OU SUBSTANCIAIS: são constituídas 
pelos fatores determinantes do surgimento da norma jurídica, 
tais como: o clima, a religião, a economia, a política, os avanços 
tecnológicos e científicos, etc. 
É o estudo filosófico ou sociológico dos motivos éticos 
ou dos fatos econômicos que condicionam o aparecimento e as 
transformações das regras de direito. São dados, elementos, 
biológicos, psicológicos, racionais e históricos, que contribuem 
para a formação do direito. São os FATOS SOCIAIS. 
O direito provém de fatos sociais, de problemas que 
emergem na sociedade e que são condicionados pelos 
chamados fatores do Direito, temos como exemplo o Estatuto 
do Idoso, que tem como base a valorização da terceira, pois a 
população está cada vez mais idosa e necessita de cuidados 
especiais. 
2) FONTES FORMAIS: os meios de expressão do Direito, são 
as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam e 
tornam-se conhecidas. 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028080/estatuto-do-idoso-lei-10741-03
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028080/estatuto-do-idoso-lei-10741-03
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Criam o Direito, isto é, introduzem no ordenamento 
novas normas jurídicas. Dividem-se em: 
2.1) estatais: são produzidas pelo poder público e 
correspondem à lei e à jurisprudência. 
2.2) não estatais: decorrem diretamente da sociedade ou de 
seus grupos e segmentos, sendo representadas pelo costume e 
pelos negócios jurídicos. 
Para que um processo jurídico constitua fonte formal é 
necessário que tenha o poder de criar o Direito. Esse poder de 
criar é chamado de competência. 
Em que consiste o ato de criação do Direito? Criar o 
Direito significa introduzir no ordenamento jurídico novas 
normas jurídicas. 
 
 
 
2.1) FONTES FORMAIS ESTATAIS: 
 
a) Leis: normas jurídicas escritas provenientes do Estado. O 
Brasil faz parte dos sistemas romano-germânico, que adota a 
estrutura jurídica Civil Law. 
 
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b) Tratados internacionais: são acordos resultantes da 
convergência das vontades de dois ou mais sujeitos de direito 
internacional, formalizada num texto escrito, com o objetivo de 
produzir efeitos jurídicos no plano internacional. 
 
Os tratados internacionais, em regra, tem status de lei 
ordinária, contudo, com o advento da EC 45/04, o tratado 
internacional que trata de direitos humanos, “que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às emendas constitucionais” (Art. 5º CR/88, 
§ 3º da CR/88). 
Em outras palavras, o tratado é um meio pelo qual 
sujeitos de direito internacional – principalmente os Estados 
nacionais e as organizações internacionais – estipulam direitos e 
obrigações entre si. 
c) jurisprudência: é o conjunto de decisões proferidas pelo 
Poder Judiciário sobre determinada matéria jurídica. É a 
repetição contínua e constante de julgados sobre determinada 
matéria, exemplo: união e casamento homoafetivo. 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96987/emenda-constitucional-45-04
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A Jurisprudência Vincula os Tribunais? 
 
É papel da jurisprudência atualizar o entendimento da 
lei, abrir horizontes, dando-lhe uma interpretação atual que 
atenda às necessidades do momento dos fatos. A feição da 
jurisprudência é dinâmica. 
Sendo assim, os julgados não exercem força vinculativa, 
exceto a situação das súmulas vinculantes. 
 
d) súmulas: é um enunciado que resume uma tendência de 
julgamento sobre determinada matéria, decidida de forma 
contínua e reiterada pelo tribunal. Essas súmulas, mormente as 
dos tribunais federais superiores, convertem-se em verdadeiras 
fontes formais de Direito. 
Contudo, não se trata de norma impositiva e não deve 
o operador do Direito curvar-se à súmula, se entender que é 
hora de mudar o entendimento. Nem mesmo os membros do 
tribunal que expediu a súmula estão a ela vinculados, embora 
seja ampla a importância desse instituto. 
 Já as súmulas vinculantes têm por principal escopo 
efetivamente diminuir os acúmulos de processos nos 
tribunais, permitindo que questões idênticas sigam a mesma 
orientação judicial, dada por referida vinculação, por todos os 
juízes e tribunais. 
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SÚMULA VINCULANTE: é o enunciado da decisão 
reiterada do Supremo Tribunal Federal, que possui efeito de 
vincular todos os órgãos do Poder Judiciário e da Administração 
Pública direta e indireta federal, estadual e municipal. A súmula 
vinculante está prevista no artigo 103-A da Constituição 
Federal e deve ser aprovada por 2/3 dos membros do STF. 
 
Muito se critica a súmula vinculante, pois é entendida 
como um engessamento do Judiciário, além do que, nem 
sempre estarão no mesmo sentido todos os julgados que se 
entendem idênticos e repetitivos. Se, por um lado, a súmula 
vinculante permite o julgamento rápido e simultâneo de 
centenas de processos, por outro, corre-se o risco de se 
petrificar o poder interpretativo da jurisprudência, 
principalmente dos juízes de primeiro grau, primeiros 
receptores das modificações sociais. 
A função do juiz não é dar o Direito, não é criar o 
Direito, mas sim interpretá-lo. Essas interpretações podem 
trazer benefícios para a compreensão do ordenamento jurídico, 
sendo, portanto, fonte do Direito. 
 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/27996984/artigo-103a-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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2.2) FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS: 
 
a) Costume jurídico é a prática social reiterada e uniforme com 
a convicção de obrigatoriedade jurídica. São fontes 
subsidiárias (secundária), pois visa suprir as lacunas da lei. 
Para que o costume se converta em fonte do 
Direito, dois requisitos são enunciados como imprescindíveis: 
1-objetivo ou material: prática constante e reiterada dos 
costumes. 
2-subjetivo ou imaterial: o animus, a consciência coletiva de 
obrigatoriedade da prática. 
 
O costume obriga quando há um sentimento geral de 
obrigatoriedade. Uma das principais barreiras ao costume é 
justamente a dificuldade de se identificar a prática reiterada, 
dependendo do caso concreto, o que traria incerteza e 
insegurança. 
Em que pese a prevalência da lei no nosso sistema, o 
costume continua desempenhando papel importante, 
principalmente porque a lei não tem condições de 
predeterminar todas as condutas e todos os fenômenos. 
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Não se pode negar que o costume possui a grande 
vantagem de assimilar perfeitamente as necessidades sociais, 
algo que nem sempre o legislador lograconseguir. O costume 
tem sua razão de ser justamente em sua espontaneidade 
brotada da sociedade, o que não ocorre comumente na lei. 
Para ser aceito exige-se que o costume tenha 
amplitude, isto é, que seja geral e largamente disseminado no 
meio social. Não é necessário, porém, que a sociedade como 
um todo tenha dele consciência. O costume pode ser 
setorizado. Seu maior campo de atuação é, sem dúvida, o 
direito comercial (empresarial), com suas práticas, quase todas 
elas de origem costumeira. 
Enfim, para ser considerado costume é fundamental 
que ocorra uma prática constante e repetitiva, durante um 
longo tempo. O costume leva tempo e instala-se quase 
imperceptivelmente no seio da sociedade. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Público e Direito Privado são as divisões mais 
importantes. Se a norma tutelar o interesse do Estado e de seu 
funcionamento, o Direito é público; Contudo, se a norma 
regular as relações jurídicas entre os particulares, o direito é 
privado. 
 
Ramos do Direito Público 
Constitucional; Administrativo; Tributário; Econômico Interno; 
Previdenciário; Processual; Penal; Eleitoral; Militar; 
Internacional Público Externo. 
Ramos do Direito Privado 
Civil; Empresarial; Trabalhista; Internacional Privado. 
 
 
 
 
 
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 12.1-DIREITO PÚBLICO INTERNO: 
 
a) Direito Constitucional 
Engloba as normas jurídicas pertinentes à organização 
política do Estado nos seus elementos fundamentais, definindo 
o regime político e a forma de Estado, colocando cada órgão 
substancial, para fazer o que lhe é devido em relação ao 
cidadão, mediante o reconhecimento e garantia de direitos 
fundamentais dos indivíduos. O conjunto dessas normas está 
presente na Carta Magna do Estado, a Constituição Federal. 
b) Direito Administrativo 
É o ramo do direito público interno que se concentra 
no estudo da Administração Pública e da atividade de seus 
integrantes. Sistematiza os interesses do Estado, ou seja, tudo o 
que se relaciona à Administração Púbica e à relação entre ela e 
os administrados e seus servidores, é regrado e estudado pelo 
Direito Administrativo. 
c) Direito tributário 
Disciplina a receita e a despesa pública. Para realizar os 
serviços públicos, o Estado necessita de recursos financeiros, 
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que são obtidos mediante cobrança de impostos, contribuições, 
taxas, bem como por sua atividade empresarial. O movimento 
de arrecadação do dinheiro público e seu emprego em obras e 
despesas gerais constituem o objeto do Direito Tributário. 
d)Direito Penal 
É o ramo do Direito que disciplina as condutas 
humanas que podem por em risco a coexistência dos indivíduos 
na sociedade. O Direito Penal vai regular essas condutas com 
base na proteção dos princípios relacionados à vida, intimidade, 
propriedade, liberdade, enfim, princípios que devem ser 
respeitados no convívio social. 
Dessa forma, o Direito Penal vai descrever as condutas 
consideradas crimes (condutas mais graves) e contravenções 
(condutas menos grave) e as respectivas penas cominadas. Vale 
dizer que o Estado é o responsável pelo direito de punir, e o faz 
mediante critérios pré-estabelecidos, com o intuito de 
desestimular os indivíduos a transgredirem as normas, e, 
também, de readaptar o indivíduo ao convívio social. 
e)Direito processual 
Para definir o objeto de estudo desse ramo do Direito, 
primeiramente, é importante dizer que é o Estado que detém o 
30 
 
 
poder de aplicar o Direito, estabelecendo a ordem, aplicando as 
penalidades, e solucionando os conflitos entre as partes, por 
meio de um processo judicial. Dessa forma, o ramo em questão 
visa disciplinar de que forma isso vai se dar, estabelecendo 
princípios e regras a serem previamente obedecidas, tanto pelo 
Estado, quanto pelas partes na disputa judicial. Assim a função 
do Direito processual é organizar a forma de como o Estado vai 
prestar esse poder/dever de julgar, e como as partes devem agir 
no enlace judicial. 
Há subdivisões de Direito Processual: Civil, Penal, 
Trabalho, Tributário, etc. 
f) Direito Eleitoral 
É o ramo autônomo do Direito Público encarregado de 
regulamentar os direitos políticos dos cidadãos e o processo 
eleitoral. O direito eleitoral é conjunto sistematizado de normas 
que destina- se a assegurar a organização e o exercício de 
direitos políticos, principalmente os que envolvem votar e ser 
votado (Art. 1º do Código Eleitoral - Lei nº 4.737/65). Em outras 
palavras, o Direito Eleitoral dedica-se ao estudo das normas e 
procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento 
do poder de sufrágio popular, de modo que se estabeleça a 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10621299/artigo-1-da-lei-n-4737-de-15-de-julho-de-1965
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91631/c%C3%B3digo-eleitoral-lei-4737-65
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91631/c%C3%B3digo-eleitoral-lei-4737-65
31 
 
 
precisa equação entre a vontade do povo e a atividade 
governamental. 
 
g) Direito Militar 
É o conjunto de normas jurídicas destinadas a 
assegurar a realização dos fins das instituições militares, cujo 
principal é a defesa armada da Pátria. O direito militar, 
portanto, é bastante abrangente em suas ramificações, sendo 
possível distinguir o direito penal militar, o direito processual 
penal militar, o direito administrativo militar, o direito 
disciplinar militar, o direito previdenciário militar, além de 
outros que guardam pertinência com o emprego de Forças 
Armadas na solução de conflitos armados, destacando-se, nesse 
ponto, o direito internacional dos conflitos armados, também 
conhecido como direito internacional humanitário. 
12.2- DIREITO PÚBLICO EXTERNO 
 
a) Direito Internacional Público 
É o ramo do Direito voltado a disciplinar as relações 
entre os vários Estados, possuindo princípios e diretrizes, que 
visam uma interação pacífica entre eles, tanto na esfera política, 
econômica, social e cultural. Vale dizer que são criados 
organismos internacionais, tais como a ONU (Organização das 
32 
 
 
Nações Unidas) e a OMC (Organização Mundial do Comércio), 
para auxiliar na descoberta de interesses comuns. Os 
instrumentos dos acordos entre os Estados são denominados 
tratados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
a)Direito civil 
Pertence ao Direito Privado por excelência, pois visa 
regular as relações dos indivíduos, estabelecendo direitos e 
impondo obrigações. O Direito Civil atua em toda a vida do 
indivíduo, pois disciplina todos os campos de interesses 
individuais. O Código Civil, ou seja, reunião de todas as leis de 
Direito Civil, é estruturado em duas grandes partes: geral, que 
contém normas de caráter abrangente, que servem a qualquer 
área do Direito Civil e parte especial, que trata dos assuntos 
específicos. Na parte Geral encontram-se os livros que contém 
os temas relativos às pessoas, aos bens e aos fatos jurídicos. Já 
a parte especial contém: as obrigações, Direito de Empresa, 
Direito das Coisas, Direito de Família, Direito das Sucessões e 
um livro complementar das disposições finais e transitórias. 
Assim verifica-se que o Direito Civil abrange todas as áreas do 
relacionamento humano, que serão objeto de estudo durante 
todo o Curso de Direito. 
 
b)Direito do trabalho 
É um ramo que se destina a disciplinar as relações de 
trabalho, estabelecendo princípios e regras, de forma a evitar a 
exploração pelo trabalho, e conceder direitos e obrigações 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028078/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
34 
 
 
recíprocos tanto aos que prestam os serviços, quanto para 
àqueles cujo o serviço se destina. 
Há discussão entre os juristas se o Direito do Trabalho 
seria um ramo do Direito Público ou Privado. Por muito tempo, 
vários autores entenderam se tratar de um ramo do Direito 
Público, pois apesar de suas normas disciplinarem relações 
privadas, a vontade das partesficaria limitada às regras pré- 
estabelecidas pelo Estado. Contudo com o passar do tempo, 
entenderam se tratar de ramo do Direito Privado, pois 
predomina o interesse particular, em detrimento da natureza 
das regras públicas. Há autores que atentam, ainda, para uma 
classificação mista, pois o Direito do Trabalho teria uma esfera 
pública, e outra privada. 
c)Direito empresarial ou comercial 
O direito comercial origina-se de um direito estatutário 
particular e consuetudinário, visto que não veio de uma obra 
dos jurisconsultos nem dos legisladores, mas do trabalho dos 
comerciantes, que o criaram com seus usos, estabelecendo seus 
estatutos ou regulamentos, pelos quais disciplinavam a 
concorrência, asseguravam mercados aos comerciantes para as 
suas ofertas, evitavam fraudes e garantiam a boa qualidade das 
35 
 
 
mercadorias. O direito comercial constitui-se de normas que 
gerem a atividade empresarial. 
d) Direito Internacional Privado 
Destina-se à regular a situação do estrangeiro no 
território nacional, pois como o estrangeiro está em local 
diferente do seu país de origem, haveria um conflito de leis a 
serem aplicadas no caso concreto: usa-se a lei estrangeira, ou a 
lei do local onde o indivíduo se encontra? Assim, a base do 
Direito Internacional Privado seria regular essas relações e 
estabelecer diretrizes e normas, dirigidas às autoridades para a 
resolução inerente a esses conflitos. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
Direitos coletivos “lato sensu” têm como espécies: 
• Direitos difusos; 
• Direitos coletivos “strictu sensu”; 
• Direitos individuais homogêneos. 
 
CONCEITOS LEGAIS 
(Art. 81, parágrafo único, da Lei nº. 8078/90): 
I - Direitos difusos são os direitos transindividuais, de natureza 
indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e 
ligadas por circunstâncias de fato. 
 
II - Direitos coletivos são os direitos transindividuais, de 
natureza indivisível, de que seja titular grupo, categoria ou 
classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por 
uma relação jurídica base. 
 
III - Direitos individuais homogêneos são aqueles interesses ou 
direitos individuais que têm origem comum. 
 
37 
 
 
Os Direitos difusos são todos aqueles direitos que não 
podem ser atribuídos a um grupo específico de pessoas, 
pois dizem respeito a toda a sociedade. 
 
A transindividualidade significa se tratar de um direito 
que ultrapassa a individualidade, que transcende a esfera 
individual. A natureza indivisível significa que não pode ser 
dividido. Esse direito tem titulares, mas indeterminados, ou 
seja, não podem ser individualizados, no caso concreto. 
Por fim, essas pessoas devem estar ligadas por 
circunstâncias de fato (situação de fato), como por exemplo, 
pessoas que residem numa área que será inundada por uma 
hidrelétrica; habitar nas margens de um rio onde são lançados 
produtos poluentes; os direitos referentes ao meio ambiente 
por ter reflexo em toda população, pois se ocorrer qualquer 
dano ou mesmo um benefício ao meio ambiente, este afetará, 
direta ou indiretamente, a qualidade de vida de toda a 
sociedade. 
Outro exemplo de direito difuso: veiculação, num canal 
de televisão de grande alcance, de uma publicidade enganosa. 
Todas aquelas pessoas indeterminadas que viram a publicidade 
38 
 
 
foram atingidos por ela. É um interesse indivisível, cujos 
titulares são ligados por uma circunstância fática. 
São difusos os direitos à segurança, ao consumidor, 
direitos ligados à preservação do patrimônio sócio cultural, 
artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, etc. 
Sendo assim, pode-se afirmar que a titularidade 
dos direitos difusos é indeterminável. Não podem eles ser 
identificados. Frise-se que a segurança é um direito 
fundamental, predominantemente difuso, que os cidadãos e a 
sociedade possuem de sentir-se aceitavelmente protegidos, em 
decorrência das políticas de segurança pública operadas pelo 
Estado. 
Importante destacar que não se está a falar em 
segurança individual de cada cidadão (uti singuli), mas sim em 
segurança pública (uti universi). 
 
Já os direitos coletivos também têm titularidade 
indeterminável, todavia, os titulares são identificáveis, pois tais 
direitos estão identificados a um grupo, categoria ou classe de 
pessoas. Só serão beneficiados os indivíduos pertencentes a 
esses grupos, categorias ou classes, sendo que o resultado da 
39 
 
 
demanda atinge a todos de modo uniforme, como por exemplo 
o aumento abusivo das mensalidades de um plano de saúde. 
 
O direito individual homogêneo é individualizado na 
sua essência, porque será incorporado diretamente ao 
patrimônio do indivíduo, sendo coletivo apenas quanto à forma 
de tutela. Por economia processual é utilizada uma única 
demanda para beneficiar inúmeras pessoas. Cada indivíduo será 
beneficiado pela sentença de uma forma específica, 
incorporando ao seu patrimônio um determinado valor, pois é 
conveniente para sociedade que a defesa deles se processe nos 
moldes coletivos. 
 Temos como exemplo os direitos individuais que, no 
caso do sindicato, são defendidos de forma coletiva, conforme 
autorizado pelo dispositivo constitucional (artigo 8, III, 
da CF/88). 
 
Outro exemplo é dos compradores de veículos 
produzidos com o mesmo defeito de série. Sem dúvida, há uma 
relação jurídica comum subjacente entre os consumidores, mas 
o que os liga no prejuízo sofrido não é a relação jurídica em si 
(como ocorre quando se trata de interesses coletivos), mas sim 
o fato de que compraram carros do mesmo lote produzido com 
o defeito em série (interesses individuais homogêneos). 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641170/artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10725464/inciso-iii-do-artigo-8-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
40 
 
 
 
Os princípios são normas jurídicas que traduzem os 
valores abstratos, indicando qual o caminho os operadores do 
direito devem seguir. 
Em outras palavras, os princípios são a base de todo 
ordenamento jurídico, são eles que direcionam os legisladores e 
os julgadores. 
15.1-PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: 
A Constituição é a lei fundamental e suprema do Brasil. 
E os princípios constitucionais são o que protegem os atributos 
fundamentais da ordem jurídica. 
São estes os principais princípios constitucionais: 
a)Princípio da Supremacia da Constituição: por este princípio, 
nenhum ato jurídico pode permanecer valendo em ação 
contrária à Constituição Federal. 
 
b) Princípio da legalidade: “ninguém será obrigado a fazer ou 
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”. Diz 
respeito à obediência às leis. Divide-se em duas vertentes: no 
âmbito público: seria fazer apenas aquilo que a lei permite. Já 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
41 
 
 
no âmbito privado, todo particular pode fazer tudo aquilo que 
não é proibido. 
 
c) Princípio da igualdade ou isonomia: Trata-se de um princípio 
jurídico disposto nas Constituições de vários países que afirma 
que "todos são iguais perante a lei", independentemente da 
riqueza ou prestígio destes. É tratar desigualmente os desiguais, 
na medida da sua desigualdade. 
 
d)Princípio da ampla defesa: É o princípio que garante a defesa 
no âmbito mais abrangente possível. É a garantia de que a 
defesa é o mais legítimodos direitos do homem. Contém duas 
regras básicas: a possibilidade de se defender e a de recorrer. A 
ampla defesa abrange a autodefesa ou a defesa técnica (o 
defensor deve estar devidamente habilitado); e a defesa efetiva 
(a garantia e a efetividade de participação da defesa em todos 
os momentos do processo). É princípio básico da ampla defesa 
que não pode haver cerceamento infundado, ou seja, se houver 
falta de defesa ou se a ação do defensor se mostrar ineficiente, 
o processo poderá ser anulado. Caso o juiz perceba que a 
defesa vem sendo deficiente, ele deve intimar o réu a constituir 
outro defensor ou nomear um, se o acusado não puder 
constituí-lo. 
 
42 
 
 
e) Princípio do contraditório: O princípio do contraditório e 
ampla defesa esta expresso na Constituição Federal, no 
artigo 5º inciso LV. Vejamos: art. 5º, CR/88: 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
Esse é o princípio que garante a justiça o contraste 
entre as partes, a chance de provar a verdade e praticar o real 
exercício do direito. O juiz deve dispor esses meios às partes e 
participar da preparação do julgamento a ser feito, exercendo 
ele próprio o contraditório. Exemplo: o contraditório pode ser 
obstado quando o réu não é citado ou intimado de algum ato 
processual praticado pela outra parte. 
e)Principio da Dignidade da Pessoa Humana: A dignidade da 
pessoa humana é um valor supremo que atrai o conteúdo de 
todos os direitos fundamentais do homem, desde o direito à 
vida. 
 
g) Princípio da Proporcionalidade: tem a ver com a adequação, 
exigibilidade e proporcionalidade. A proporcionalidade serve 
como parâmetro de controle da constitucionalidade das regras 
restritivas de direitos fundamentais. Também atua na solução 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728312/inciso-lv-do-artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
43 
 
 
dos conflitos entre os princípios da constituição. A adequação 
exige medidas interventivas. O meio escolhido se presta para 
alcançar o fim estabelecido, assim, mostrando-se adequado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
44 
 
 
 
Os princípios morais como a honestidade, a bondade, o 
respeito, a virtude, fazer o bem, etc., determinam o sentido e a 
moral de cada indivíduo. São valores universais que regem a 
conduta humana e as relações saudáveis e harmoniosas. 
 
A moral orienta o comportamento do homem diante 
das normas instituídas pela sociedade ou por determinado 
grupo social. Diferencia-se da ética no sentido de que esta 
tende a julgar o comportamento moral de cada indivíduo no seu 
meio. No entanto, ambas buscam o bem-estar social. 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
A deontologia é conjunto de princípios e regras de 
conduta ou deveres de uma determinada profissão, ou seja, 
cada profissional deve ter a sua deontologia própria para 
regular o exercício da profissão, de acordo com o Código de 
Ética de sua categoria. O primeiro Código de Deontologia foi 
feito na área da medicina, nos Estados Unidos. Aqui no Brasil 
podemos citar como exemplo, o código de ética e disciplina da 
OAB. 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
A normas jurídica é a expressão de vontade do Estado 
por meio do legislador e esta vontade se materializa através da 
Lei. As principais características das normas são bilateralidade, 
abstração, generalidade, imperatividade e heteronomia. 
 
a) generalidade: obriga a todos em igual situação jurídica; 
b) abstratividade: abarca situações abstratas; 
c) bilateralidade: onde há dever, há direito; 
d) imperatividade: obrigatória; 
e)coercibilidade: uso da força do Estado sobre aqueles que 
descumprem a norma jurídica. 
f) heteronomia: imposta pelo Estado. 
 
18.1- ESPÉCIES NORMATIVAS (art. 59 da CF) 
Espécies normativas: 
• Emendas à Constituição (art. 59, I da CF): 
• Leis complementares (art. 59, II da CF). 
• Leis ordinárias (art. 59, III da CF). 
• Leis delegadas (art. 59, IV da CF). 
• Medidas Provisórias (art. 59, V da CF). 
• Decretos legislativos (art. 59, VI da CF). 
• Resoluções (art. 59, VII da CF). 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633557/artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701011/inciso-i-do-artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633557/artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700972/inciso-ii-do-artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633557/artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700940/inciso-iii-do-artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633557/artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700908/inciso-iv-do-artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633557/artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700864/inciso-v-do-artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633557/artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700814/inciso-vi-do-artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10633557/artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10700757/inciso-vii-do-artigo-59-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
47 
 
 
 
A justiça é o polêmico tema do Direito e, ao mesmo 
tempo, é permanente desafio aos filósofos do Direito, que 
pretendem conceituá-la, e ao próprio legislador que, movido 
por interesse de ordem prática, pretende consagrá-la nos textos 
legislativos. 
Com base nas concepções de Platão e de Aristóteles, 
uma definição formal de Justiça foi feita por Ulpiano: é a 
vontade constante e perpétua de dar a cada um o seu direito. 
 
A máxima é antiga, mas plenamente atual. O conteúdo 
que será atribuído a cada um é que varia de acordo com o 
tempo e o espaço. A ideia de justiça não é pertinente apenas ao 
Direito, mas a Moral, a Religião e algumas Regrasde Trato 
Social preocupam-se também com as ações justas. 
A Importância da Justiça para o Direito 
 
A ideia de justiça faz parte da essência do Direito. Para 
que a ordem jurídica seja legítima, é indispensável que seja a 
expressão da justiça. A justiça se torna viva no Direito quando 
deixa de ser apenas ideia e se incorpora às leis. Ao estabelecer 
48 
 
 
em leis os critérios da justiça, o legislador deverá basear-se em 
uma fonte irradiadora de princípios. 
Podemos concluir que hoje, na chamada pós-
modernidade, estamos na era de acreditar que o direito natural 
vem manifestado nos princípios que permeiam toda 
a Constituição Brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
49 
 
 
 
A lei de introdução às normas do direito brasileiro, 
conhecida como LINDB, aplica se ao direito público, ao direito 
privado e ao direito internacional. 
É uma lei autônoma, é um conjunto de normas sobre as 
normas por ter aplicabilidade em todo ordenamento jurídico. 
É uma das leis mais importantes do ordenamento 
jurídico brasileiro. A nomenclatura, Lei de Introdução às normas 
do Direito Brasileiro, foi adotada em 2010, antes era chamada 
de Lei de Introdução ao Direito Civil. 
Apesar de estar disposta no Código Civil por questões 
didáticas, é uma lei que se aplica em todo o direito, é a lei das 
leis, disciplinando todas as outras normas jurídicas. 
A LINDB tem função essencial de dispor sobre o 
funcionamento das normas e dos atos no Direito brasileiro de 
maneira prévia e introdutória. 
É nela que se encontram disposições orientando a 
interpretação de normas, além de disposições sobre vigência, 
validade, eficácia e vigor dos textos legislativos. 
50 
 
 
A LINDB, inicialmente conhecida como Lei de Introdução 
ao Código Civil (LICC), era tratada como um conjunto de normas 
de introdução ao Direito Civil/Privado, entretanto as normas 
contidas não versavam apenas sobre o direito privado. Por essa 
razão sofreu alteração do seu nome através da Lei 12.376/2010 
que entrou em vigor em 31 de dezembro do mesmo ano, 
passando a vigorar com a seguinte redação: “Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro”, afastando qualquer dúvida 
acerca da amplitude do seu campo de aplicação. 
A LINDB é composta por apenas 30 artigos nos quais 
aborda a vigência da lei, a aplicação da norma jurídica no tempo 
e no espaço e as fontes do direito. Vale pontuar que se trata de 
uma norma ATEMPORAL visto que serviu para introduzir 
diversos códigos e leis. 
Dentre as principais finalidades da LINDB, encontra-se: 
• Estabelecer a Vigência e eficácia das normas jurídicas: 
Vacatio Legis é o prazo entre a publicação da norma e a 
sua vigência, isto é, um prazo razoável para que se tenha 
conhecimento da lei. Caso a Lei não traga em seu próprio texto a 
data de vigência, será aplicado o art. 1º da LINDB (45 dias). 
 
51 
 
 
• Estabelecer o caso de conflitos das leis no tempo: 
As leis modificam com o tempo. O direito é dinâmico, 
acompanha a sociedade e é necessário uma “regra geral” de 
funcionamento, para obter um controle organizacional. 
• Estabelecer o caso de Conflito de leis no espaço: 
Em casos de dúvidas e conflitos de interpretação de Lei 
estrangeira x lei brasileira. A LINDB soluciona, tratando sobre tal 
competência. 
• Critérios hermenêuticos/ Critérios de integração do 
ordenamento jurídico: 
Nem sempre o legislador consegue prevê a totalidade 
dos fatos, desta forma, para chegar a uma “conclusão” caberá 
assim uma interpretação. 
 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
 
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação 
dada pela Lei nº 12.376, de 2010) 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe 
confere o artigo 180 da Constituição, decreta: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12376.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12376.htm#art2
52 
 
 
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em 
todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente 
publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei 
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de 
oficialmente publicada. (Vide Lei nº 1.991, de 1953) (Vide Lei 
nº 2.145, de 1953) (Vide Lei nº 2.410, de 1955) (Vide Lei 
nº 2.770, de 1956) (Vide Lei nº 3.244, de 1957) (Vide Lei nº 
4.966, de 1966) (Vide Decreto-Lei nº 333, de 1967) (Vide Lei 
nº 2.807, de 1956) (Vide Lei nº 4.820, de 1965) 
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação 
de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos 
parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei 
nova. 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor 
até que outra a modifique ou revogue. 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o 
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule 
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais 
a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se 
restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. 
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a 
conhece. 
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo 
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que 
ela se dirige e às exigências do bem comum. 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o 
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa 
julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L1991.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L2145.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L2145.htm#art16
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L2410.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L2770.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L2770.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3244.htm#art78
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4966.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4966.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0333.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L2807.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L2807.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4820.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12036.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art1
53 
 
 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a 
lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 
3.238, de 1957) 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu 
titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo 
começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei 
nº 3.238, de 1957) 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial 
de que já não caiba recurso.(Incluído pela Lei nº 3.238, de 
1957) 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as 
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a 
capacidade e os direitos de família. 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei 
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às 
formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante 
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os 
nubentes.(Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de 
invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do 
país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, 
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, 
no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao 
mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, 
respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao 
competente registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977) 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os 
cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil 
depois de 1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido 
antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a 
homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as 
condições estabelecidas para a eficácia das sentenças 
estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma 
de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6515.htm#art49
54 
 
 
do interessado, decisões já proferidas em pedidos de 
homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de 
brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos 
legais. (Redação dada pela Lei nº 12.036, de 2009). 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família 
estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o 
do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á 
domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se 
encontre. 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles 
concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem 
situados. 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o 
proprietário, quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se 
destinarem a transporte para outros lugares. 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a 
pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei 
do país em que se constituírem. 
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e 
dependendo de forma essencial, será esta observada, 
admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos 
requisitos extrínsecos do ato. 
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída 
no lugar em que residir o proponente. 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei 
do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, 
qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos 
filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não 
lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. (Redação 
dada pela Lei nº 9.047, de 1995) 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a 
capacidade para suceder. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12036.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9047.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9047.htm
55 
 
 
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, 
como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado 
em que se constituírem. 
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou 
estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos 
aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei 
brasileira. 
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de 
qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou 
hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no 
Brasil bens imóveis ou suscetíveis de desapropriação. 
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade 
dos prédios necessários à sede dos representantes 
diplomáticos ou dos agentes consulares. (Vide Lei nº 4.331, de 
1964) 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, 
quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser 
cumprida a obrigação. 
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das 
ações relativas a imóveis situados no Brasil. 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido 
o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, 
as diligências deprecadas por autoridade estrangeira 
competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das 
diligências. 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-
se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de 
produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a 
lei brasileira desconheça. 
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir 
de quem a invoca prova do texto e da vigência. 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no 
estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente 
verificado à revelia; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4331.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1950-1969/L4331.htm#art1
56 
 
 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades 
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide 
art.105, I, i da Constituição Federal). 
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se 
houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a 
disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela 
feita a outra lei. 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como 
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, 
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os 
bons costumes. 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as 
autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o 
casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, 
inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de 
brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do 
Consulado. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão 
celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de 
brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e 
observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo 
constar da respectiva escritura pública as disposições relativas 
à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia 
e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu 
nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando 
se deu o casamento. (Incluído pela Lei nº 12.874, de 
2013) Vigência 
§ 2o É indispensável a assistência de advogado, devidamente 
constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, 
juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, 
caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo 
necessário que a assinatura do advogado conste da escritura 
pública. (Incluído pela Lei nº 12.874, de 2013) Vigência 
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo 
anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art105i.i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art105i.ihttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12036.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12874.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12874.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12874.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12874.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12874.htm#art3
57 
 
 
do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que 
satisfaçam todos os requisitos legais. (Incluído pela Lei nº 
3.238, de 1957) 
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver 
sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento 
no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado 
renovar o pedido dentro em 90 (noventa) dias contados da 
data da publicação desta lei. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 
1957) 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não 
se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que 
sejam consideradas as consequências práticas da 
decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a 
adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive 
em face das possíveis alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, 
de 2018) 
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora 
ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, 
processo ou norma administrativa deverá indicar de modo 
expresso suas consequências jurídicas e 
administrativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo 
deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a 
regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem 
prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos 
sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das 
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, 
serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do 
gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem 
prejuízo dos direitos dos administrados. (Regulamento) 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de 
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão 
consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del4657.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
58 
 
 
limitado ou condicionado a ação do agente. (Incluído pela Lei 
nº 13.655, de 2018) 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e 
a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem 
para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou 
atenuantes e os antecedentes do agente. (Incluído pela Lei nº 
13.655, de 2018) 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na 
dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas 
ao mesmo fato. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que 
estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de 
conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo 
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição 
quando indispensável para que o novo dever ou 
condicionamento de direito seja cumprido de modo 
proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos 
interesses gerais. (Regulamento) 
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) 
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou 
judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou 
norma administrativa cuja produção já se houver completado 
levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado 
que, com base em mudança posterior de orientação geral, se 
declarem inválidas situações plenamente 
constituídas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as 
interpretações e especificações contidas em atos públicos de 
caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa 
majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa 
reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído pela 
Lei nº 13.655, de 2018) 
 Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou 
situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive 
no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa 
poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
59 
 
 
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante 
interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, 
observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a 
partir de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e 
compatível com os interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 
13.655, de 2018) 
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou 
condicionamento de direito reconhecidos por orientação 
geral; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o 
prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso 
de descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, 
controladora ou judicial, poderá imporcompensação por 
benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos 
resultantes do processo ou da conduta dos 
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas 
previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for 
o caso, seu valor. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser 
celebrado compromisso processual entre os 
envolvidos. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas 
decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro 
grosseiro. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) 
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos 
normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera 
organização interna, poderá ser precedida de consulta pública 
para manifestação de interessados, preferencialmente por 
meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. (Incluído 
pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência) (Regulamento) 
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará 
o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as 
normas legais e regulamentares específicas, se 
houver. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018) (Vigência) 
§ 2º(VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Vigência) 
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a 
segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio 
de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a 
consultas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 
2018) (Regulamento) 
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste 
artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou 
entidade a que se destinam, até ulterior revisão. (Incluído pela 
Lei nº 13.655, de 2018) 
Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1942, 121o da Independência 
e 54o da República. 
 GETULIO VARGAS 
 Alexandre Marcondes Filho 
 Oswaldo Aranha. 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 
9.9.1942, retificado em 8.10.1942 e retificado em 17.6.1943 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9830.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13655.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Ret/RetDel4657-42.doc
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Ret/RetDel4657-42.doc
61 
 
 
 
DIREITO ESTATAL: É o conjunto de regras jurídicas 
emanadas do Estado com a finalidade de reger a vida social (Ex.: 
Constituição, Código Civil, Código Penal). 
DIREITO NÃO-ESTATAL: Normas obrigatórias elaboradas 
por diferentes grupos sociais particularmente institucionalizados 
destinadas a reger a vida interna desses grupos (Ex.: Direito 
Religioso, Direito Desportivo, Direito Universitário). 
DIREITO POSITIVO: É o conjunto de normas estatais em 
vigor, em determinado país, numa determinada época. Limita o 
estudo do direito sobre as legislações jurídicas. Acredita que a lei 
resolva tudo, está acima de tudo. Surge do Estado, é mutável e 
particular à sociedade política que o cria (Ex.: Constituição, lei 
complementar, lei ordinária, decreto). 
DIREITO NATURAL: É o conjunto mínimo de preceitos 
dotados de caráter universal e imutável, que surge da natureza 
humana e que se configura como um dos princípios de 
legitimidade do direito. 
62 
 
 
ORDEM JURÍDICA OU ORDENAMENTO JURÍDICO: É o 
conjunto de todas as normas em vigor no Estado, completadas 
pelas técnicas de interpretação e integração do direito. 
DIREITO OBJETIVO: É o conjunto de todas as normas em 
vigor no Estado. 
DIREITO SUBJETIVO: É uma faculdade de agir, uma 
prerrogativa de agir. É a autorização concedida pela norma para 
que o indivíduo possa agir. Enquanto que o direito objetivo é a 
norma, o direito subjetivo é o interesse do indivíduo sobre a 
norma, seja ele qual for. É um poder do sujeito. 
FONTES DO DIREITO: É todo modo de formação do direito, 
todo o documento, monumento, pessoa, órgão ou fato de onde 
provém a norma jurídica. 
FONTES MATERIAIS: São todos os fatores sociais 
representados pelas necessidades políticas, econômicas e 
culturais, bem como fatores naturais como o clima e o relevo. 
Constituem a matéria-prima da elaboração do direito. 
FONTES HISTÓRICAS: São todos os documentos jurídicos e 
coleções legislativas do passado que devido a sua importância 
continuam a influenciar a legislação do presente. (Ex.: Código de 
Hamurabi). 
63 
 
 
FONTES FORMAIS: São as leis, os costumes jurídicos, a 
doutrina e a jurisprudência, nessa ordem de indicação. 
JURISPRUDÊNCIA: São as decisões “plurais”, ou ainda, é o 
conjunto das decisões que promanam dos Tribunais. O juiz leva 
em conta as decisões da doutrina, leva em conta também os 
costumes, a população (sociedade), influências sociais. É o 
direito criado pelo juiz, conhecido como “Direito Vivo”. É 
subsidiado, por exemplo, pelas SÚMULAS VINCULANTES (força 
vinculante), que são as elaborações

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