Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Presbiteriana Mackenzie Manuela Lapa 32032595 Princípios de evolução Docente Waldir Stefano Texto explicativo a respeito das videoaulas Os monos são parentes mais próximos dos seres humanos, filogeneticamente falando, e consistem nos chimpanzés, gorilas e orangotangos. Geneticamente, os chimpanzés são o animal com a maior porcentagem (98%) de compartilhamento genético que temos. Frequentemente, isso gera a inferência de que o ancestral em comum que temos com esse animal, parece com a morfologia atual do chimpanzé. Isto não é uma inferência segura, uma vez que o nó ou split filogenético que deu origem à bifurcação que gerou, de um lado os humanos, e de outro os chimpanzés, ocorreu há 7,5 milhões de anos atrás. Sendo assim, assim como nossa espécie sofreu diversas modificações ao longo desse tempo, é bastante plausível sugerir que os chimpanzés também sofreram. A utilização da morfologia atual do chimpanzé como referência ao ancestral que temos em comum com eles é justificada apenas pela falta de outros recursos mais precisos, uma vez que há poucos registros fósseis desses ancestrais. Uma característica referencial dos primatas é a capacidade, em comparação aos demais mamíferos, de apresentar maior volume cerebral. Além disso, primatas possuem visão tridimensional e colorida, sendo a combinação da primeira à segunda essencial para seu sucesso como espécie por ser tão valiosa no processo predatório. Marcantemente, há também nessa ordem taxonômica a qual nós pertencemos, um prolongado período de cuidado parental, a presença de cinco dígitos com polegares oponíveis, e a ausência de garras em contraposição com a presença de unhas. A característica mais marcante da linhagem dos seres humanos é a definição da bipedia como meio de locomoção, em contraste com a nodopedalia, característica dos demais primatas. A bipedia influenciou em mudanças estruturais anatômicas ao longo de todo o organismo, desde as pernas, à coluna vertebral e o crânio, e a seguir serão evidenciadas algumas diferenças marcantes entre o modelo anatômico do chimpanzé, representante do ancestral em comum que partilhamos na linhagem dos primatas. Num crânio de chimpanzé, o tamanho do neurocrânio é muito próximo ao tamanho da face, posto que esta é significativamente projetada para a frente. A inserção da coluna vertebral no chimpanzé ocorre posteriormente ao crânio dada sua nodopedalia, enquanto que em seres humanos, por serem bípedes esta inserção é inferior ao crânio. Além disso, é fácil distinguir visualmente que os monos possuem um osso que é uma barra supraorbital, e um diastema para comportar os grandes caninos na oclusão. Nesse caso, o desgaste dos caninos é lateral, sendo esse processo funcional para a ação desses dentes, enquanto nos seres humanos, a ausência de diastemas para evitar o toque de pontas de caninos faz com que o desgaste desses dentes ocorra em sua porção apical. Essas informações são muito valiosas na análise fossória e na investigação dos hábitos de cada um. O conceito de evolução em mosaico é muito importante para a derrubada de mitos sobre a forma linear de evolução dos primatas, e mostra que as transformações não foram exatamente graduais e constantes, mas sim ocorreram em saltos, conceito que se relaciona com a evolução pontuada da evo-devo. Um exemplo de concepção incorreta é a de que conforme o cérebro começou a aumentar de tamanho, os primatas começaram a experimentar formas de manipular o ambiente a sua volta, como através da produção de utensílios feitos de pedra. Isto não é verdade pois a manipulação desses utensílios antecedeu as alterações no tamanho do cérebro dos hominínios. Além disso, muitos acham que a evolução foi linear, de forma que diferentes formas de hominídeos nunca foram contemporâneas, o que também não é verdade, pois a partir dos 3 primeiros milhões de anos, houveram épocas em que mais de 4 espécies de hominínios conviveram. A sociedade está repleta de conceitos equivocados a respeito da evolução, sejam eles baseados no senso comum, sejam baseados em preceitos religiosos. A ideia de que a evolução ocorre de forma linear, com sentido de melhoramento, e que o ser humano é o ser mais “melhorado” que a natureza já gerou é muito comum. Isto não é verdade, sabemos atualmente que a evolução ocorre sem sentido, sem propósito, e sem direção, se bifurcando diversas e diversas vezes para todas as direções possíveis. O nome hominídeos é um reforço disso, uma vez que é a nomenclatura que representa que os seres humanos e os chimpanzés são de taxa muito próximos, sendo inclusive da mesma família, mesma ordem, mesma tribo, e para alguns autores sua divisão está somente na sub-tribo. A teoria darwiniana sobre a evolução foi o início das inferências mais importantes para a desconstrução desse senso equivocado da evolução e as descobertas fossórias a respeito dos hominínios embasaram-nas de forma indispensável.
Compartilhar