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Resenha critica Minimalismo Já

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D’AVELLA, Matt. MINIMALISMO JÁ! The Minimalists: Less Is Now
Um documentário da Netflix, 2021.
Larissa Soares Silva
Maria Alice de Souza Faria Leal
Tamara da Silva Rodrigues
O documentário “Minimalismo já” é uma produção original da Netflix que sintetiza, em 53
minutos, a relação entre a sociedade de consumo, objetificação da pessoas e consumismo, ou
seja, o retrato de uma construção social edificada em possuir coisas para conseguir se encaixar
em determinados círculos sociais, não porque necessiariamente elas serão úteis. 
Dentro deste contexto, surge o movimento contra esse tipo de consumo desenfreado,
denominado Minimalismo, que discorre da capacidade de viver bem e ser feliz com pouco,
visto que, no fim, menos é mais. Ou seja, só adquirir coisas que forem realmente funcionais a
sua realidade. 
O documentário em questão desenvolve bastante a origem e os objetivos desse movimento
por meio das histórias reais de Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus, dois homens
comuns que, ao longo do tempo, perceberam que não conseguiriam alcançar a felicidade
apesar de poderem comprar todos os bens que almejavam. 
O minimalismo, como é trazido pelo diretor, é nada mais que um modo de superar a
incessante busca por preencher o vazio e tratar traumas com a compulsão em comprar, e deve
ser uma decisão pessoal que liberta do desejo de consumir por impulso, focando apenas no
que é essencial. Ryan Nicodemus afirma que adotar o minimalismo é viver de forma simples,
possuindo somente o que for funcional. Contudo, não significa que não seja trabalhoso, afinal,
é muito difícil desapegar emocionalmente de tantos objetos aos quais foram atribuídas
memórias.
Sem apelar a um carater panfletário ou a uma crítica anticapitalista, o documentário mostra
que precisa-se comprar incentivado pela necessidade, e não pelo desejo; que é possível viver
com mais qualidade e com menos aquisições, que há vantagem na simplicidade e na
valorização de momentos e na construção de lembranças, isto é, as coisas intangíveis são mais
importantes. 
O documentário também faz um alerta se realmente vale viver como escravos do que a
publicidade propaga, se é preciso mesmo tudo aquilo que só ocupa espaço sem agregar nada
de utíl. É uma reflexão se a compulsão ao consumo faz sentido e se tudo o que é comprado é
necessário. A sociedade precisa rever os gastos para conseguir se livrar do vício de acreditar
que é possível ser feliz apenas mediante a aquisição de bens, sendo, portanto, o minimalismo
uma alternativa para “abrir nossos pensamentos” sobre o consumismo vicioso.
O minimalismo provoca o olhar crítico em relação ao apego ao “aparentar ser”, costume tão
difundido no modo de vida da sociedade contemporânea, o qual permeia a aquisição de bens e
na formulação de um padrão que, às vezes, não condiz com as realidades, para a construção
de uma imagem que seja atrativa aos olhos alheios.
Lançado durante a pandemia e nos momentos de shutdown mundial, ou seja, um período no
qual as pessoas ficaram fixas às suas casas e suscetíveis a ansiedade provocada por incertezas
quanto ao futuro, e, consequentemente, aptas ao consumo desenfreado para estoque ou
impulsionadas pelo tédio, o documentário serviu para plantar a ideia de observar se o que é
adquirido condiz com o que é preciso, se as compras feitas estão de acordo com a condição
financeira e se as informações consumidas fazem sentido.
No fim, o documentário traz a sugestão de refletir nossas realidades e verificarmos quais itens
em nossas casas são verdadeiramente necessários e oferece recomendações de vender, doar e
reciclar os que não são utéis, para pessoas que precisem mais do que nós, que realmente darão
uma destinação àqueles objetos.

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