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Flavonóides e a Prevenção do Alzheimer

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Os flavonóides estão presentes em alimentos do reino vegetal, através de chás, maçã, cebola, uva, brócolis, chicória, aipo, vinho, soja, cacau, frutas cítricas como laranja, limão, toranja etc. Tem atividade antioxidante, antiviral, antibacteriana, antialérgica e vasodilatadora, previnem doenças crônicas como câncer e as doenças cardiovasculares. Essas funções se dão aos radicais fenólicos da sua estrutura formada por C6-C3-C6. Podendo ser classificados como: antocianinas, flavonas, flavonóis, auronas, cauconas, isoflavonas, flavononas, catequinas e dihidroflavonois.
Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas de idade com causa desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada. Essa doença surge quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado, então os fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.
Dada a uma certa ausência de tratamentos com drogas eficazes para prevenir, atenuar significativamente ou melhorar essa doença, grandes esforços estão sendo feitos para identificar fatores de risco modificáveis ​​que podem reduzir o risco de desenvolver Alzheimer, dos quais a dieta pode ser uma promessa significativa. Como a doença é incurável, os flavonoides irão servir como paliativos, melhorando os sintomas. Com o tratamento podemos retardar a evolução e preservar por mais tempo possível as funções intelectuais. Os melhores resultados são obtidos quando o tratamento é iniciado nas fases mais precoces, pois numa doença que é progressiva nem sempre é fácil avaliar resultados. Por essa razão, é fundamental que os familiares utilizem um diário para anotar a evolução dos sintomas.
A dieta rica em flavonóides, relacionado a doença de Alzheimer fornece uma maneira acessível de modificar os fatores de risco. Segundo um estudo epidemiológico, publicado no “American Journal of Clinical Nutrition”, a dieta mediterrânea, na qual rica em frutas e vegetais, tem um interessante potencial preventivo a longo prazo para essas alterações cognitivas. O segredo desses compostos é que inibem as colinesterases, enzimas que regulam alguns processos de neurotransmissão e modulam as vias neuronais das funções cognitivas. Em alguns casos também melhoram o fluxo sanguíneo vascular, particularmente no hipocampo, a região do cérebro que determina a memória de longo prazo.
Através de uma pesquisa entre 2.800 pessoas com mais de 50 anos, onde os adultos com baixa ingestão de alimentos e bebidas flavonoides, que consomem uma maçã e meia e nada de chá verde por mês, tiveram maior probabilidade de desenvolver demência ao longo de 20 anos do que aqueles que tiveram um consumo alto, de 8 maçãs ou peras, sete copos e meio de morangos ou de mirtilos e 19 xícaras de chá por mês. Destacam os pesquisadores do estudo “As pessoas que mais podem se beneficiar com o aumento do consumo de flavonoides são as que têm os níveis mais baixos de ingestão e não precisam de muito para melhorá-los. Uma xícara de chá por dia ou algumas frutas duas ou três vezes por semana seria suficiente”.
Então podemos pontuar que está comprovado que os flavonoides retardam a progressão dos sintomas das doenças neurodegenerativas, mesmo que em médio e longo prazo. Isso através da inibição a apoptose (um processo de morte celular) neuronal induzida por substâncias neurotóxicas, incluindo radicais livres e a proteína beta-amiloide, que está relacionada a doença de Alzheimer. “Os flavonoides podem inibir a progressão dos transtornos relacionados à idade e ser uma fonte potencial para a criação e o desenvolvimento de novos medicamentos eficazes nos transtornos cognitivos”, segundo Jorge Arturo Santos López, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Complutense de Madri.
Quanto menos processado for o flavonóide melhor sua qualidade. Se ordenarmos do maior ao menor, a conservação dos flavonoides em relação à técnica culinária para cozinhá-los seria a seguinte: crus, em primeiro lugar, seguido pelo micro-ondas “a seco”, cozidos no vapor e fervidos. Os processos de fritura (refogados e confitados) não influenciam significativamente o conteúdo, desde que sejam preparados à temperatura adequada e com o óleo correto, mas em nível doméstico às vezes é complicado, lembra que nos alimentos processados o conteúdo destas substâncias, onde menor manipulação representa maior benefício. 
Portanto, as saladas ou as sopas frias, como o salmorejo e o gaspacho, são duas opções altamente recomendáveis, pois usam verduras praticamente sem processamento e são acompanhados de azeite de oliva que também ajuda nos benefícios.
Além disso, raramente é necessário retirar a casca dos ingredientes, uma qualidade igualmente importante para garantir um consumo saudável de flavonoides na dieta. As frutas vermelhas são consumidas geralmente inteiras, mas frutas como a maçã também não devem ser descascadas, porque possuem uma alta concentração de flavonoides na casca. Sempre que possível, é aconselhável comer a casca dos alimentos, porque é isso que a planta usa para se defender dos agentes externos.
Referências
1. BVS; Biblioteca Virtual em Saúde, Ministério da Saúde, Doença de Alzheimer.
2. Alz.org; Alzheimer Association Brazil, Artigo: Informações sobre Alzheimer e demência.
3. Associação Brasileira de Nutrologia, Artigo: INGESTÃO DE FLAVONOIDES NA DIETA A LONGO PRAZO E RISCO DE DOENÇA DE ALZHEIMER E DEMÊNCIAS RELACIONADAS.
4. BETHAN SCIENCE; Artigo: Efeito antioxidante de flavonóides presentes em Euterpe oleracea Martius e Doenças neurodegenerativas: uma revisão da literatura.

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