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Influência Parental na Alimentação Infantil

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UNICESUMAR PONTA GROSSA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
HÁBITOS ALIMENTARES E A INFLUÊNCIA PARENTAL NA ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS: UMA REVISÃO
MEIRIELLE CRISTINE DA FONSECA BARROS
PONTA GROSSA – PR
2022
Meirielle Cristine da Fonseca Barros
HÁBITOS ALIMENTARES E A INFLUÊNCIA PARENTAL NA ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS: UMA REVISÃO
Artigo apresentado ao Curso de Graduação em
Nutrição da Universidade Cesumar – UNICESUMAR como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Nutrição, sob a orientação da Profª. Esp. Josiane de Oliveira Almeida.
PONTA GROSSA – PR
2022
FOLHA DE APROVAÇÃO 
MEIRIELLE CRISTINE DA FONSECA BARROS
HÁBITOS ALIMENTARES E A INFLUÊNCIA PARENTAL NA ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS: UMA REVISÃO
Artigo apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Cesumar – UNICESUMAR como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel(a) em Nutrição, sob a orientação do Profª. Esp. Josiane de Oliveira Almeida.
Aprovado em:	de	de	.
BANCA EXAMINADORA
Especialista Josiane de Oliveira Almeida - Unicesumar
Especialista Ana Paula da Silva - Unicesumar
Doutora Rosana Leticia da Rosa - Unicesumar
HÁBITOS ALIMENTARES E A INFLUÊNCIA PARENTAL NA ALIMENTAÇÃO DAS CRIANÇAS: UMA REVISÃO
Meirielle Cristine da Fonseca Barros
RESUMO
A alimentação infantil é um tema bastante relevante e que abrange diversos aspectos afora os nutricionais. O presente artigo objetiva investigar fatores influentes no comportamento alimentar infantil, além de avaliar o papel parental no processo de boas práticas alimentares e relacionar a introdução precoce de alimentos ultraprocessados com o aumento de doenças crônicas não transmissíveis. Trata-se de uma revisão blibliogrática narrativa com busca de dados no Google Acadêmico e Scielo de artigos que abordassem os hábitos alimentares, obesidade infantil e influência dos pais, e foram selecionados aquele julgados pela autora como mais relevantes. A formação de hábitos alimentares saudáveis começa na infância e os pais/cuidadores tem papel fundamental nesse processo, são eles que fazem a escolha do que será servido à criança e ela decide o quanto e se irá comer. Além de ser a família um vasto campo de aprendizado social à criança, o estilo de vida dos pais pode ter uma grande influência na alimentação e preferências alimentares dos filhos, que serão determinantes nas fases seguintes de vida e altamente relacionada à possíveis doenças futuras. Os pais tem influência direta no hábitos alimentares da família como um todo e devem estar atentos para reduzir a quantidade de alimentos ultraprocessados consumidos, a fim de minimizar a obesidade infantil e prevenir futuras doenças no adulto.
 Palavras-chave: comportamento alimentar, obesidade pediátrica e influência dos pais.
EATING BEHAVIOR AND PARENTAL INFLUENCE OFF CHILDREN'S FOOD: A REVIEW
ABSTRACT
The infant feeding is important topic that involve several aspects other than nutritional ones. This article objetive to investigate influential factors in children's eating behavior, in addition to evaluating the parental role in the process of good eating practices and relating the early introduction of ultra-processed foods to the increase in non-communicable chronic diseases. Method: this is a narrative bibliographic review with data search on Google Scholar and Scielo for articles that addressed eating habits, childhood obesity and parental influence. Were selected the most relevant. Results: The healthy eating habits begins in childhood and parents have a fundamental participation in this process, because they choice what will be served to the child na the amount. The family provides a social learning for children, and the parents' lifestyle can have a great influence on their children's diet and food preferences, which will be decisive in the following stages of life and highly related to possible future diseases. Conclusion: Parents have a big influence on the eating habits of the family and should be attentive to reduce the amount of harmful foods consumed, in order to minimize childhood obesity and prevent future diseases in adults.
 Keywords: feeding behavior, pediatric obesity, parents influence. 
1 INTRODUÇÃO
A alimentação infantil é um tema que tem despertado cada vez mais interesse dos pesquisadores, visto que é uma área que abrange aspectos muito além dos nutricionais. Hábitos alimentares inadequados geram consequências imediatas e a longo prazo, e isso mostra a importância das boas práticas alimentares já nos primeiros anos de vida (SILVA; COSTA; GIUGLIANI, 2016).
Nos últimos anos as práticas alimentares têm sido marcadas pela introdução precoce de ultraprocessados e consumo excessivo de alimentos de alto valor energético, como: açúcar, sal, gorduras, e baixo consumo de frutas, legumes e verduras. Essa prática tem levado ao aumento do excesso de peso e obesidade infantil, que podem contribuir para o risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) na infância, adolescência e fase adulta (GIESTA et al., 2019).
O comportamento alimentar, definido como o modo como as pessoas se alimentam, pode ser determinado pelas escolhas alimentares parentais, que tem influência na quantidade e qualidade dos alimentos oferecidos às crianças. Os pais são peças-chave desse processo, são eles que disponibilizam os alimentos e influenciam ambientalmente nas preferências (MELO et al., 2017).
Na infância, com a introdução dos alimentos, ocorre a formação do paladar, sendo uma fase imprescindível para a formação de bons hábitos que estarão presentes em outras etapas do ciclo de vida, por isso a importância de estudos aprofundados nessa fase (SILVA; COSTA; GIUGLIANI, 2016).
Ante esses fatos, este trabalho vem abordar o tema da alimentação infantil com enfoque no estudo dos hábitos alimentares e a forma como a família e sociedade a observam, ressaltando os problemas e caminhos para uma vida mais saudável desde a infância, e investigar fatores influentes no comportamento alimentar infantil que levam a consequências positivas ou negativas na vida adulta.
A justificativa teórica tem como escopo a divulgação e demonstração do risco inerente a inserção de maus hábitos alimentares desde a tenra infância. Busca-se enfrentar e questionar hábitos sociais e familiares incrustados que, inadvertidamente, são aplicados às crianças como espécie de cultura do mau hábito. 
Quando bons hábitos alimentares são ensinados às crianças e fortalecidos por uma boa relação delas com a comida saudável, aumenta a possibilidade de que elas façam por si só, nas fases posteriores de suas vidas, melhores escolhas. Isso leva a uma maior qualidade de vida das famílias e população em geral.
O presente trabalho objetiva investigar fatores ambientais e fisiológicos que atuam na formação de hábitos alimentares e que influenciam no comportamento alimentar infantil e que levam a consequências, positivas ou não, na vida adulta. Além de avaliar o papel parental no processo de boas práticas alimentares e relacionar a introdução precoce de alimentos ultraprocessados com o aumento de doenças crônicas ligadas aos maus hábitos.
2 METODOLOGIA 
O trabalho abordou uma revisão bibliográfica narrativa acerca da influência dos pais nos hábitos alimentares das crianças e seus desfechos positivos ou negativos na fase adulta, realizada por meio da leitura e análise de artigos científicos encontrados nas bases eletrônicas de dados: Google Acadêmico e SciELO (Scientific Electronic Library Online). Foi dada a preferência para artigos publicados nos últimos 18 anos, com ênfase nos trabalhos emitidos a partir de 2015.
A inclusão dos artigos constituiu-se dos seguintes critérios: delineamento da pesquisa e estudos que abordassem o tema em questão. Os estudos científicos foram analisados com datas entre 2004 e 2022. Optou-se pela permanência dos que discutiamo conceito de aspectos conceituais e obtenção vinculada a comportamento alimentar, hábitos alimentares, obesidade infantil e influência dos pais, cerne do referido trabalho, excluindo-se aqueles que evocavam outras temáticas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo Piasetzki (2018) é na infância que se inicia a conformação dos hábitos alimentares e características do estilo de vida, consolidando-se na adolescência e se mantendo na vida adulta. Informação essa muito relevante para que um olhar mais atento para a educação nutricional seja realizada desde o início da alimentação infantil, começando pela amamentação e dando seguimento pela fase da alimentação complementar.
3.1 ALEITAMENTO MATERNO E SEUS BENEFÍCIOS
Atualmente há um consenso de que o leite materno representa a melhor alternativa para alimentação de crianças nos primeiros meses de vida. Os benefícios consideráveis à saúde dos lactentes se deve a composição fisicoquímica do leite, que inclui um conteúdo ideal de nutrientes, facilidade de digestão/absorção e propriedades imunológicas. Para mais, há vantagens econômicas para a família e melhor desempenho na vida adulta em testes de inteligência, contribuindo para maiores níveis de escolaridade e renda (CAMINHA, M.F.C. et al., 2015).
Além de oferecer à criança uma fonte de nutrientes especialmente ajustada às suas condições digestivas e metabólicas, o aleitamento materno propicia um maior vínculo entre mãe e filho, é fonte de proteção contra microorganismo patogênicos e colabora na redução da probabilidade de alergias (MATTOS, 2011).
		
		 3.2 ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR
O Ministério da Saúde do Brasil frisa em seus manuais técnicos que além do aleitamento materno ter uma importância vital na saúde da criança, é essencial que para um adequado desenvolvimento do lactente e visando prevenir distúrbios nutricionais, a introdução de alimentos seja realizada de maneira adequada, segura e no tempo correto (BRASIL, 2009).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda para as crianças de todo o mundo a amamentação materna exclusiva até os seis meses e, a partir dessa idade, que seja feita a inclusão na dieta de alimentos complementares disponíveis na unidade familiar (OMS, 1998). Até essa idade o leite materno é suficiente para satisfazer todas as necessidades nutricionais da criança, e a partir disso os alimentos complementares entram com o objetivo, principal, de elevar as quotas de energia e micronutrientes (OLIVEIRA, 2005).
No Manual de Gastroenterologia Pediátrica de 2008 está descrito a enorme importância e influência dessa alimentação complementar no substrato metabólico do indivíduo, no controle do apetite, na aquisição do paladar e no desenvolvimento psicomotor.
Dentre o que deve ser oferecido na alimentação complementar o Ministério da Saúde do Brasil destaca uma quantidade suficiente de água, calorias, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais, tudo por meio de alimentos microbiologicamente seguros, economicamente acessíveis, culturalmente aceitos e que sejam agradáveis à criança (BRASIL, 2009a). É aí que entra o papel dos pais e cuidadores, que são os responsáveis por quais alimentos serão ofertados durante essa fase, onde os hábitos alimentares se iniciam.
Na infância é que os padrões de comportamento alimentar (escolha e quantidade de alimentos, horário e ambiente das refeições) começam a ser definidos e, se desde cedo práticas saudáveis forem transmitidas, as chances de continuar até a vida adulta são maiores (TORRES et al., 2020).
		 
		 3.3 INTRODUÇÃO PRECOCE DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS
 Não é recomendável, pela questão da composição nutricional, que alimentos com altos teores de sal e açúcar refinado e excesso de gorduras saturadas, além dos industrializados, especialmente os ultraprocessados, sejam introduzidos na alimentação já na fase de alimentação complementar. Além de ser concenso que a introdução de frutas, legumes e verduras no primeiro ano de vida colabora para a implementação de hábitos alimentares saudáveis (SILVA; COSTA; GIUGLIANI, 2016).
Uma pesquisa realizada em 2009 pelo Ministério da Saúde, sobre a Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal, mostrou uma introdução bastante precoce de alimentos considerados não saudáveis, e constatou um consumo elevado de café (8,7%), de refrigerante (11,6%) e especialmente de bolachas e/ou salgadinhos (71,7%) entre crianças de 9 a 12 meses.
A princípio, tais práticas podem parecer “inocentes”, mas a longo prazo as práticas de alimentação complementar inadequadas podem ter impacto negativo na saúde através de dois mecanismos. Um deles é o efeito cumulativo de alterações que, embora comecem precocemente na vida, só traga resultados em morbidade anos mais tarde. E o outro, e ponto especial desse artigo, é a criação de hábitos alimentares que conduzam à práticas dietéticas indesejáveis, e que contribuem para problemas de saúde (AKRÉ, J. 1997).
Embora seja conhecida a importância de uma boa alimentação, muitos pais reclamam sobre a falta de tempo para preparar alimentos saudáveis e alegando praticidade acabam escolhendo alimentos prontos e industrializados, que na grande maioria das vezes não são as opções mais benéficas (TORRES et al., 2020).
Sabe-se que nas últimas décadas houve um aumento significativo do consumo de alimentos ultraprocessados na dieta brasileira de adolescentes e adultos. Em 1987 a taxa era de 18,7% e em 2009 passou para 29,6%, sendo que a participação de refeições prontas, embutidos, doces, refrigerantes e bebidas açucaradas mais que dobrou. Esse aumento relaciona-se com a maior durabilidade e praticidade desses alimentos, que por serem, geralmente, vendidos em grandes porções e na forma de lanches prontos para consumo, facilitam o hábito de comer entre as refeições. São, ainda, considerados hiperpalatáveis devido seu processamento e composição, e portanto são susceptíveis de provocar “comer sem sentido” e prejudicar os processos que controlam o apetite e saciedade. Tudo isso, aliado ao marketing agressivo, tornam tais alimentos desejados e atrativos, especialmente pelo público infantil (GIESTA et al., 2019).
Uma pesquisa realizada por Alves et al. (2012) encontrou um alto consumo de alimentos ultraprocessados mesmo após orientação das mães sobre aleitamento materno e alimentação complementar durante acompanhamento de rotina de seus filhos em unidades básicas de saúde. Vários podem ser os motivos relacionados a esta não adesão à orientações, podendo estar relacionados à falta de conhecimento sobre o tema por parte dos profissionais em geral, dificuldades na comunicação entre o profissional e a mãe, a divergência pessoal da mãe em relação às orientações dietéticas recebidas e a crença materna de que práticas alimentares tenham pouca influência no desenvolvimento da criança.
		 
		 3.4 INLUÊNCIA PARENTAL
Segundo VIEIRA et al. (2004), a família oferece um amplo campo de aprendizado social à criança. O ambiente doméstico, o estilo de vida dos pais e as relações interfamiliares podem ter grande influência na alimentação, nas preferências alimentares, e afetar o equilíbrio energético da alimentação pela disponibilidade e composição dos alimentos. Dessa forma, a família tem o papel de estabelecer o aprendizado de um hábito socialmente aceito ou inserir novos hábitos, colaborando para a formação de um padrão de comportamento adequado ou não.
Em 2006, Quaioti e Almeida descreveram que o consumo alimentar na infância é resultante das práticas cotidianas no ambiente familiar, e destacaram o desempenho de um importante papel da família e escola na formação de hábitos alimentares saudáveis e redução de modismos alimentares, orientando para a escolha de uma alimentação adequada.
Giesta et al. (2019), afirmam que famílias com hábitos alimentares inadequados dificilmente irão estabelecer uma alimentação adequada para seus filhos.
Dois aspectos devem ser ressaltados na promoção da alimentação saudável: o que é aprendido na infância tem forte ligação aos hábitos alimentares na fase adulta,e depois de estabelecido e formado, é muito mais trabalhoso a modificação do hábito, levando a um risco alto de frustração. Tais aspectos apontam que hábitos alimentares saudáveis perdurem no decorrer da vida e, de maneira muito importante, é nos primeiros anos de vida que a promoção dos hábitos saudáveis devem ser enfatizados (BARBOSA, ALMEIDA E OLIVEIRA, 2019).
Os maus hábitos observados na infância podem ser relacionados diretamente à alimentação dos pais, são eles que exercem influência expressiva na determinação de práticas alimentares infantis, e acabam por afetar a predileção alimentar da criança e a regulação da ingestão energética e de nutrientes variados. Tais padrões alimentares comportamentais familiares quando inadequados acabam por favorecer o ganho de peso, levando a desenvolvimento de excesso de peso e obesidade já na infância ou nas fases posteriores de vida (JESUS et al., 2010).
A alimentação de hoje tem relação direta com os hábitos da infância, sob influência dos costumes da família. Pais que sempre tiveram boa relação com a comida acabam por passar isso aos filhos, que, por sua vez, inserem de forma espontânea o consumo de frutas, vegetais, legumes e alimentos in natura no dia a dia. Por outro lado, os pais com alto consumo de ultraprocessados não veêm problemas na bolacha recheada, no suco de caixinha ou no macarrão instantâneo, e acabam “normalizando” o seu consumo diário.
Segundo Barbosa, Almeida e Oliveira (2019), os pais possuem um importante papel na formação dos hábitos que estão sendo formados nos filhos. Os pais podem determinar o comportamento alimentar das crianças através das escolhas que fazem em relação a qualidade e quantidade.
Sabe-se que o estado de saúde atual das crianças, e nos anos futuros, está associado diretamente ao consumo alimentar. Algumas características têm sido observadas nas práticas alimentares infantis, dentre elas o consumo excessivo de alimentos de alto valor energético, de sal, gordura e açúcar e o baixo consumo de hortaliças e frutas. Todo esse consumo pode ter relação com o que há disponível em casa (MELO et al., 2017).
Segundo Giesta et al. (2019), há uma associação na tendência de aumento da oferta de alimentos industrializados com a desacelaração no crescimento da criança no segundo ano de vida, já que há uma redução natural no apetite, e muitas vezes a mãe, preocupada com esse aspecto, passa a oferecer os alimentos preferidos e solicitados pela criança, mesmo que esses sejam ultraprocessados.
		 3.5 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS	 
Ter uma alimentação saudável objetiva, especialmente, suprir as necessidades energéticas e nutritivas, contribuir para o crescimento, desenvolvimento do corpo e trazer a ele saúde (APARÍCIO, 2016). Porém, há evidências de que a indústria incentiva o consumo de alimentos com alta densidade energética, principalmente por seu baixo custo, e isso tem auxiliado na formação de hábitos alimentares inadequados e surgimento de complicações como as DCNT(Doenças Crônicas Não Transmissíveis) (TORRES et al., 2020).
Estudos indicam que houve um crescimento em ritmo acelerado da prevalência de obesidade e de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) associadas à alimentação, na qual é chamado atenção para as taxas na população infantil (SPARRENBERGER et. al., 2015).
O consumo excessivo e/ou desbalanceado de alimentos e a prática insuficiente de atividade física fazem parte de um cenário favorável à ocorrência de DCNT, que tem, desde a metade do século XX, gradativamente substituído a ocorrência de desnutrição e doenças infecciosas. Visto isso, a OMS ressalta a necessidade de adequar os padrões de alimentação no mundo todo, enfatizando a redução do consumo de alimentos com teor energético elevado, teor reduzido de nutrientes e daqueles com alto teor de sódio, gorduras trans, gorduras saturadas e carboidratos refinados (CLARO, et al., 2015).
Melo et al. (2017), descrevem o consumo excessivo de guloseimas pela população pediátrica como um dos fatores que favorecem o desenvolvimento precoce de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica.
A infância é uma fase importante para prevenir as DCNT por meio do incentivo e da adoção de hábitos saudáveis que irão permanecer durante a fase adulta (RITCHIE; O’HARA; TAYLOR, 2015).
		 3.6 OBESIDADE INFANTIL
Em 2017, Melo et al., refletiu que no cenário nacional o padrão alimentar atual é constituído de alimentos industrializados e altamente processados, ricos em sódio e gordura, de alto valor calórico, e que esse perfil tem sido inserido no contexto domiciliar, colaborando para o quadro de obesidade familiar.
De acordo com Oliveira e De Souza (2015), “a mídia tem um papel importante na evolução dessa problemática, pois as indústrias de alimentos investem pesadamente, divulgando esses tipos de alimentos através da televisão, internet, jornais e revistas estimulando o consumo dos mesmos e contribuindo para um ambiente “obesogênico”, tornando deste modo escolhas mais saudáveis muito difíceis, especialmente para as crianças. Os apelos promocionais de propaganda e publicidade na qual envolve promoção de diversos alimentos, como biscoitos, refrigerantes e fast-foods atinge principalmente o público infantil que é o mais vulnerável”.
A obesidade infantil tem sido considerada um problema de saúde pública e um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias crônicas. Logo, a alimentação na infância representa um fator de extrema relevância para prevenção de algumas doenças na fase adulta, além de ser essencial para adequado crescimento e desenvolvimento (JESUS et al., 2010).
Todo contexto de maus hábitos alimentares tem colaborado para o excesso de peso nas crianças. Tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento tem aumentado a prevalência de crianças obesas ou com peso em excesso. De acordo com Wahlbrinck, Scherer Adami, Rufatto Conde, 2022, nos países em desenvolvimento houve um aumento de 4,8% nos meninos com essa condição, e de 5% nas meninas. Há uma estimativa que na América Latina 3,8 milhões de crianças menores de cinco anos de idade possuem excesso de peso ou obesidade.
Jesus el al. (2010) afirmam haver relativo consenso sobre o entendimento das causas multifatoriais do sobrepeso e da obesidade, admitindo-se que seu desenvolvimento pode ser determinado por um ou pela soma de fatores genéticos, ambientais, comportamentais e socioculturais.
4 CONCLUSÃO
Os hábitos alimentares da criança formam-se nos primeiros anos de vida, podendo mudar ao longo do tempo, mas a influência do meio no qual ela vive é fundamental nessa formação.
Os pais tem ingerência direta no comportamento alimentar dos filhos pois são responsáveis pelos alimentos a eles servidos. Se alimentação for equilibrada, a qualidade de vida será otimizada a curto e longo prazo.
Dessa forma o papel parental é de suma importância na prevenção de sobrepeso, obesidade infantil e na prevenção de doenças futuras do adulto.
REFERÊNCIAS 
AKRÉ, J; Organização Mundial da saúde. Alimentação infantil: bases fisiológicas. 1997, 89p.
ALMEIDA, A. B. et AL., Obesidade infantil e suas causas: uma revisão. [2018]. Disponível em: <https://www.thieme-connect.com/products/ejournals/html/10.1055/s-0038-1674886#top>. Acesso em: 16 mai. 2022.
ALVES, Cláudia Regina L. et al. Alimentação complementar em crianças no segundo ano de vida. Revista Paulista de Pediatria, v. 30, n. 4, p. 499-506, dez. 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0103-05822012000400007. Acesso em: 18 out. 2022.
APARÍCIO, G. 2016. Ajudara desenvolver hábitos alimentares saudáveis na infância. Milenium-Journal of Education Technologies and Health, p. 283-298. Disponível em: https://www.researchgate.net/journal/0873-3015_Millenium-Journal_of_Education_Technologies_and_Health. Acesso: 4 out. 2022.
BARBOSA, Desirée Xantre Fraga; DE ALMEIDA, Franciele Santana; OLIVEIRA,Elaine Cristina Rocha. A INFLUÊNCIA DOS PAIS NOS HÁBITOS ALIMENTARES DAS CRIANÇAS E SEU REFLEXO NO PERFIL DE TRANSIÇÃO NUTRICIONAL BRASILEIRO. [2019]. Disponível em: <https://ri.unipac.br/repositorio/wp-content/uploads/2019/02/NUTRI%C3%87%C3%83O-Franciele-Santana-de-Almeida.pdf >. Acesso: 6 out. 2022. 
CAMINHA, Maria de Fátima Costa et al. Fatores de risco para a não amamentação: um estudo caso-controle. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 15, n. 2, p. 193-199, jun. 2015. Disponível em:<https://doi.org/10.1590/s1519-38292015000200005>. Acesso em: 20 set. 2022.
CLARO, Rafael Moreira et al. Consumo de alimentos não saudáveis relacionados a doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 24, n. 2, p. 257-265, jun. 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5123/s1679-49742015000200008. Acesso em: 13 out. 2022.
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ANEXOS
ANEXO 1- Formulário de controle de orientação
ANEXO 2: Folha de aprovação
ANEXO 3: Carta de ciência da correção do artigo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNICESUMAR PONTA GROSSA
 
CENTRO
 
DE
 
CIÊNCIAS
 
BIOLÓGICAS
 
E
 
DA
 
SAÚDE
 
CURSO
 
DE
 
GRADUAÇÃO
 
EM
 
NUTRIÇÃO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HÁBITOS ALIMENTARES 
 
E A 
INFLUÊNCIA PARENTAL NA 
ALIMENTAÇÃO 
DAS CRIANÇAS: UMA REVISÃO
 
 
 
 
 
 
 
MEIRIELLE CRISTINE DA FONSECA BARROS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
P
ONTA
 
GROSSA
 
–
 
P
R
 
202
2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 UNICESUMAR PONTA GROSSA 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HÁBITOS ALIMENTARES E A INFLUÊNCIA PARENTAL NA ALIMENTAÇÃO 
DAS CRIANÇAS: UMA REVISÃO 
 
 
 
 
 
 
MEIRIELLE CRISTINE DA FONSECA BARROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA – PR 
2022

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