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AULA 4 Democracia Racial (CULTURA BRASILEIRA)

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CULTURA BRASILEIRA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Edna Gambôa Chimenes 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, seja bem-vindo! Nesta aula, iremos conhecer e refletir sobre a 
configuração do poder, a construção da consciência racial (que vem sendo 
discutida há muito tempo), a diferença entre indivíduo e pessoa (apresentada por 
DaMatta, 1997), e todos esses elementos como parte de uma compreensão da 
formação da sociedade brasileira. 
Além disso, analisaremos o mito da democracia racial e algumas 
informações mais atuais, mostrando como está, ainda hoje, a postura da 
sociedade e das leis com relação às questões raciais, incluindo o exemplo do 
sistema de cotas, adotado nas universidades públicas. 
CONTEXTUALIZANDO 
A formação da sociedade brasileira é analisada por vários autores ao 
longo da história. Raymundo Faoro, Gilberto Freyre e Roberto DaMatta 
apresentam novas visões sobre o período da colonização e a influência que o 
povo europeu – especialmente os portugueses – teve na formação do país, além 
dos demais povos que contribuíram para tal construção. 
Faoro (1958) traz, em sua obra, uma visão de que os reis de Portugal se 
viam como donos da nação, e isso acabou influenciando na formação da cultura 
brasileira e na configuração das camadas de poder, que foram sendo 
estabelecidas posteriormente. 
Freyre (2003) faz uma análise da formação do Brasil, mostrando que os 
problemas históricos vão além da formação das diferentes classes sociais e 
marcando, em especial, uma postura de racismo ao se colocar o negro em uma 
posição de inferioridade frente aos demais – fato que influencia, ainda hoje, leis 
e ações que encontramos na sociedade moderna. 
DaMatta (1997) complementa esse pensamento apresentado pelos 
referidos autores, na tentativa de compreender a sociedade e suas 
desigualdades, analisando festividades religiosas, populares etc. e mostrando o 
estilo do “jeitinho brasileiro” e o “sabe com quem está falando?” que permanecem 
presentes na sociedade atual, contemplando uma parte da sociedade que usa 
esse jeito malandro para conseguir atingir seus objetivos e manter uma 
hierarquização. 
 
 
3 
Partindo de todos esses estudos e considerando a democracia racial, é 
possível verificar diversos eventos desde a época colonial, se estendendo não 
só a questões de cor da pele, mas também a gênero, posição social, econômica 
etc., gerando o mito da democracia racial, que permanece na busca de algo que, 
apesar dos movimentos e das leis, parece ainda estar longe de ser atingido. 
Pesquisa 
 Os donos do poder: Raymundo Faoro; 
 A democracia racial: Gilberto Freyre; 
 Malandros e heróis: Roberto DaMatta; 
 Crítica ao mito da democracia racial I; 
 Crítica ao mito da democracia racial II – a sociedade atual. 
TEMA 1 – OS DONOS DO PODER: RAYMUNDO FAORO 
Raymundo Faoro (1925-2003), considerado um dos grandes pensadores 
do Brasil, publicou, em 1958, a obra Os Donos do Poder, pela editora Globo, em 
Porto Alegre, na qual realiza uma análise acerca da formação do patronato 
público e do patrimonialismo brasileiro que, apesar de sua formação jurista, 
demonstrou seu efetivo perfil de historiador e cientista social. 
Apresenta, em seu texto, a imagem de que os reis de Portugal se 
consideravam donos do país e da nação, ideia que criou raízes em nossa cultura, 
ao longo dos anos, criando a concepção de Estado soberano. Nas duas edições 
dessa obra, é visível a forma de “denúncia” apresentada no enredo, levando, 
de certa forma, a um julgamento, mostrando provas e evidências de todas as 
ações cometidas pelo Estado, desde a época da colonização portuguesa até 
os tempos de Getúlio Vargas, mostrando, inclusive, a postura calada da grande 
massa da população. 
A intenção é pensar o Brasil levando em consideração o Estado 
Patrimonial e seu desenvolvimento, refletindo sobre cada apontamento colocado 
pelo autor e as críticas recebidas a sua teoria, que se estabelece como uma 
espécie de teoria da origem da nação brasileira. 
Segundo Faoro (1958, p. 41): “O patrimonialismo – com a sua criatura, o 
estamento burocrático – continha, no próprio seio, o germe do suicídio 
econômico. Desenvolvera uma concepção de vida avessa ao trabalho produtivo 
 
 
4 
e à rotina, comprazendo-se, exclusivamente, no amor aos postos e empregos 
públicos.”. 
Dessa forma, o patrimonialismo aparece como uma espécie de moeda 
utilizada na economia política do poder central, configurando um Estado 
diretamente ligado às suas heranças e tradições. Nessa nova ideia e 
compreensão da política brasileira, Faoro (1958) mostra a permanência da 
ligação entre o novo Estado político, criado no Brasil, e o Reino de Portugal. 
Durante todos os argumentos apresentados, passa-se por séculos da 
história brasileira, além dos traços da portuguesa, detalhando de forma rica e 
invejável os momentos do desenvolvimento da história e da formação do país. O 
autor pretendia evidenciar algo que não é tão enaltecedor (o legado 
patrimonialista), presente, constantemente, em diversos pontos da formação 
do capitalismo, que é instalado posteriormente, em épocas modernas, no Brasil. 
Cria-se uma nação com práticas comerciais e atividades econômicas, 
vivendo em um país burocrático, marcado, mesmo em tempos mais atuais, por 
características herdadas dos colonizadores, que, durante muito tempo, foram os 
“donos do poder” e do Estado no Brasil. 
Sobre o período colonial, Faoro (1958) apresenta dois importantes 
aspectos: o primeiro relacionado à utilização de vários capítulos para a descrição 
e a interpretação do período de colonização e do processo histórico dos 
portugueses; o segundo sobre o questionamento acerca da colonização, capaz 
de questionar e averiguar, efetivamente, esse período, de modo a fugir da 
história tradicional, sem problematização e sempre apresentada de maneira 
linear. 
O autor coloca o surgimento da sociedade de classe apenas no final do 
Império e início da República, emergindo no quadro hierárquico encontrado no 
período imperial e a supremacia presente na configuração do setor militar. A 
partir de todos esses tópicos, nota-se um vasto número de fatos da memória da 
história, interligando os acontecimentos de tempos passados a uma tradição que 
seja capaz de apresentá-los e defini-los. 
Isso é perceptível na descrição das guerras de reconquista e ordenação, 
que ocorreram juntamente ao processo de conquista e expansão do Império de 
Portugal, configurando o Estado Patrimonial, que estava previamente constituído 
em Portugal, vetando o desenvolvimento de uma nova classe feudal que fosse 
independente da economia e do Estado. 
 
 
5 
“Os reis portugueses governaram o reino como a própria casa, não 
distinguindo o tesouro pessoal do patrimônio público. Seu poder assentava no 
patrimônio, em torno deste gravitava ele próprio, seus súditos e os interesses 
públicos da nação” (Faoro, 1958, p. 11). 
Nesse trecho, o autor deixa a imagem de confusão que ainda hoje existe 
em nossa cultura acerca da questão do público-privado. O Brasil só poderá ser 
efetivamente compreendido a partir da herança deixada pelos portugueses, a 
qual criou uma espécie de “pecado original” que acabou impossibilitando a 
geração de uma identidade única e original do país. 
Assim, nota-se a obra de Faoro como um importante marco no surgimento 
do estilo da historiografia, mostrando um novo olhar da história e da formação 
do Brasil, com novos detalhes e uma análise mais crítica de toda a influência da 
colonização portuguesa, seus traços e sua herança, que são, segundo o autor, 
visíveis até os dias atuais. 
Leitura Complementar 
Para saber um pouco mais sobre as reflexões da obra de Faoro Os donos 
do Poder, leia o artigo “Os donos do poder: sobre a origem da nação brasileira”, 
disponível em <https://periodicos.ufmg.br/index.php/temporalidades/article/view
/5474>. 
TEMA 2 – A DEMOCRACIA RACIAL:GILBERTO FREYRE 
Gilberto Freyre (1900-1987), sociólogo, historiador e ensaísta brasileiro, 
escreveu a obra Casa Grande e Senzala, em 1933, considerada uma das mais 
importantes na formação da sociedade brasileira, capaz de revolucionar a 
historiografia. Nessa obra, o autor apresenta alguns registros do cotidiano da 
construção da nação por meio da história oral, documentos pessoais, 
manuscritos de arquivos públicos e privados, anúncios de jornais e outras fontes 
que, na explicação convencional, ainda não haviam sido consideradas, 
utilizando-as de uma forma bastante inovadora em sua interpretação. 
Na formação do Brasil, a história do aparecimento de problemas e 
conflitos vai além da formação de diferentes classes sociais, baseadas no poder 
aquisitivo (condição material). Desde a época da colonização, o território 
brasileiro foi fortemente marcado pelo racismo e, principalmente, pela supressão 
 
 
6 
dos negros. Mais do que uma herança dessa época, a questão racial influencia 
em nosso dia a dia de diferentes maneiras. 
Culturalmente, poderíamos elencar um grande número de termos, piadas 
e ditados que evidenciam a distinção racial encontrada em nosso cotidiano. Um 
dos principais fatos que demonstram claramente esse problema é quando uma 
pessoa se autodefine como de pele negra e sente-se deslocado, como se tivesse 
falado algo extremista, causando certo estranhamento por se remeter a pessoas 
apenas de pele “muito escura”. Esse tipo de reação, na verdade, demonstra uma 
indefinição da ideia de diversidade racial que se tenta empregar em nossa 
sociedade atual. 
Sabe-se que o conceito de raça é bastante amplo e inconsistente, já que, 
cientificamente, os indivíduos são únicos e particulares. Mas, se pensarmos na 
configuração, ao longo da história, os traços genéticos sempre influenciaram 
na sociedade e nos valores culturais, não considerando as definições 
criadas pela ciência. Assim, desde o passado é possível verificar problemáticas 
sobre o modo como o brasileiro lida com a questão da diferença racial. 
A escravidão dos negros (africanos), criada no Brasil na época da 
colonização e justificada por questões religiosas, trouxe, ao longo da construção 
da nação, a ideia de que os negros seriam os responsáveis por atividades 
subalternas e mais braçais, ligadas à força e à baixa renda. Já, a população de 
pele branca, desde o período colonial, era responsável pela liderança, tomada 
de decisão e “desenvolvimento” do país, ou seja, na posição de “mando”, 
contrária aos negros, que eram colocados como “obedientes”. 
Na obra Casa Grande e Senzala (Freyre, 2003), aparece um conceito de 
democracia racial, pelo qual a escravidão passa a ser algo além da simples ideia 
de dominação. A vida dos escravos é registrada por meio de dados e relatos, 
mostrando que alguns deles chegavam a viver em posições privilegiadas, de 
confiança e prestígio, desfrutando de alguns confortos materiais dentro da 
sociedade colonial. 
Freyre (2003) apresenta diversos argumentos sobre essas relações 
estreitadas entre senhores e escravos, criadas antes da Lei Áurea (1888), além 
do suposto bom caráter do imperialismo português, responsável por impedir o 
surgimento de categorias raciais que fossem mais rígidas e menos separatistas 
dentro da sociedade. 
 
 
7 
Além disso, o autor trata a miscigenação como algo contínuo entre as 
três raças incialmente consideradas – indígenas, descendentes de escravos 
negros africanos e brancos –, o que levaria a população a uma “meta-raça”, que 
se orgulharia dessa nova configuração. O que ocorreu foi contrário a isso, e 
percebeu-se uma forte divisão racial que chega a levar a atos violentos. 
Entretanto, a miscigenação, apesar de estar fortemente presente na 
formação do Brasil, não é capaz de excluir os preconceitos que estão presentes 
em toda a história. Na atual constituição, aprovada em setembro de 1988, a 
discriminação racial aparece como um crime inafiançável e imprescritível 
(Brasil, 1988), mas, apesar disso, encontramos uma espécie de racismo velado 
dentro de um sistema que não julga necessária, no momento, maior mobilização 
a favor da resolução dessa questão. 
Curiosidade 
Conheça o texto da Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os 
crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Para leitura da lei completa, 
acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7716.htm>. 
Atualmente, para uma espécie de amenização da discriminação histórica, 
temos o sistema de cotas e a criação de um ministério que é responsável por 
cuidar exclusivamente dessa questão, demonstrando o quão grande se tornou 
esse problema em nosso país. Um fator que evidencia isso é a distinção 
realizada entre negro e moreno, dentro dos tons de pele, e o corriqueiro discurso 
de que “todos são racistas, menos eu”, apesar de inúmeras ações e renegações 
do dia a dia. 
A democracia racial, utilizada para descrever as relações raciais no país, 
está relacionada à crença de alguns autores que afirmam que o Brasil não tem 
mais racismo ou discriminação racial. Esses estudiosos acreditam na ideia de 
que a população já é capaz de reconhecer o outro como um indivíduo com 
características particulares, não incluindo atitudes de preconceito racial em suas 
relações cotidianas. 
Enquanto a sociedade brasileira permanecer restrita a fatores como 
gênero, classe e diversidade, a discriminação permanecerá velada e não sendo 
considerada relevante na configuração social. Hoje, percebe-se uma crítica 
acerca das relações raciais brasileiras, questionando a real existência de uma 
democracia racial e ponderando que esse conceito foi criado por uma elite 
 
 
8 
branca dominante para ofuscar as formas de opressão racial que existem em 
nossa sociedade. 
TEMA 3 – MALANDROS E HERÓIS: ROBERTO DAMATTA 
Roberto DaMatta (Niterói, 1936) atua como antropólogo, consultor, 
conferencista, colunista de jornal e produtor brasileiro de TV. Bacharel em 
História, especialista em Antropologia Social, mestre e doutor pela Universidade 
de Harvard, lança seu livro clássico Carnavais, Malandros e Heróis: para uma 
sociologia do dilema brasileiro, em 1979, no qual apresenta importantes e 
inovadoras contribuições para a explicação e a análise da construção do Brasil. 
O autor buscou compreender a sociedade brasileira e suas 
desigualdades de uma forma bastante particular, por meio de algumas 
festividades religiosas, populares, entre outras, incluindo o carnaval. Além 
disso, mostra alguns conflitos sociais, comportamentais etc. e a expressividade 
e o pensamento da sociedade sobre si mesma, incluindo o retrato do “jeitinho 
brasileiro” e do “sabe com quem está falando?”, que encontramos ainda hoje. 
Outro ponto a ser observado é que o “sabe com quem está falando?” 
não parece ser uma expressão nova, mas velha, tradicional entre nós. 
[...] a expressão “sabe com quem está falando?” passou a ser mais 
utilizada, para que os superiores pudessem marcar suas diferenças e 
continuassem a viver no mundo hierarquizado. É possível, pois, que o 
uso do “sabe com quem está falando?” tenha ficado muito mais comum 
nessas eras de mudanças e de “desenvolvimento”, justamente porque 
hoje não se tem mais a antiga e “boa consciência” de lugar. (DaMatta, 
1997, p. 198) 
Um importante ponto apresentado por Da Matta (1997) é que o povo 
brasileiro passa por uma situação em que encontramos a oscilação entre duas 
diferentes unidades sociais: o indivíduo, ligado às leis universais e igualitárias; e 
a pessoa, ligada às relações sociais e à hierarquização estabelecida. Dentro 
dessa configuração, a população, muitas vezes, tem dificuldade em atuar frente 
às regras, pois são criadas para todos, de forma geral, mas cada um é criado 
em um espaço diferenciado e com especificidades próprias. 
De acordo com Fraga (2012), em seus comentários sobre a obra de 
DaMatta, a ideia de indivíduo e de pessoa apresenta as seguintescaracterísticas 
(Quadro 1): 
 
 
9 
Quadro 1 – Características da ideia de indivíduo e de pessoa 
Indivíduo Pessoa 
Livre, tem direito a um espaço próprio. 
Presa à totalidade social à qual se vincula de 
modo necessário. 
Igual a todos os outros. Complementar aos outros. 
Tem escolhas que são vistas como o seu 
direito fundamental. 
Não tem escolhas. 
Tem emoções particulares. Tem emoções sociais. 
A consciência é individual. A consciência é social. 
A amizade é básica no relacionamento = 
escolhas. 
A amizade é residual e juridicamente definida. 
Faz as regras do mundo onde vive. Recebe as regras do mundo onde vive. 
Não há mediação entre ele e o outro. A segmentação é a norma. 
Fonte: Fraga, 2012. 
A obra Carnavais, malandros e heróis busca entender além do que já foi 
posto historicamente, propondo compreender aquilo que permaneceu ao longo 
do desenvolvimento da história, analisando a cultura e o caráter de uma 
sociedade. Além disso, o texto analisa o impasse entre os aspectos mais 
autoritários, hierarquizados e violentos, e a busca por um mundo mais 
democrático e menos conflituoso na sociedade brasileira. 
Do lado autoritário e hierarquizado, nota-se pelo menos três grandezas: 
uma ordem social baseada em posições e status, na qual não existiriam conflitos 
e cada indivíduo saberia “o seu lugar”; uma oposição entre as pessoas com 
privilégios e os demais, em um universo onde as leis funcionem como uma 
espécie de organismo opressor e controlador; e uma sociedade em que haveria 
uma equalização entre os indivíduos, já que todos são “filhos de Deus”, mas 
tentando manter, ao mesmo tempo, a estrutura hierárquica de santidade. 
Todos esses aspectos de opressão, procissões, “você sabe com quem 
está falando?” etc. ritualizam e evidenciam aspectos hierárquicos e autoritários 
da sociedade brasileira. Em contraponto, as festas populares (como o carnaval) 
e os heróis dramatizam o oposto. A festa popular do carnaval, em especial, 
passa para o mundo da “rua” a utopia de relações afetivas, espontâneas e que 
são contrárias à imagem hierárquica. 
Outro fator que aparece para retratar um pouco mais da sociedade e suas 
características ao longo da história é a figura do malandro, que, ao contrário do 
herói, não quer dominar a estrutura do poder, mas demonstra rejeição frente ao 
sistema apresentado, não o aprovando nem o reprovando, mas buscando criar 
seu próprio espaço, com seus próprios valores e um estilo de vida peculiar. 
 
 
10 
DaMatta (1997) afirma que, no Brasil, “as leis só se aplicam aos indivíduos 
e nunca às pessoas” (p. 237), justificando que isso ocorre devido à configuração 
atual de uma “sociedade em que o conflito e o interesse dos diversos grupos 
podem se transformar num instrumento de aprisionamento da massa que deve 
seguir a lei, sabendo que existem pessoas bem relacionadas que nunca 
obedecem” (p. 237). Isso mostra certa desigualdade presente na sociedade, 
frente a leis que deveriam atuar de maneira a eliminar esse tipo de relações. 
Assim, nota-se um tom de revelação de questionamentos e reflexões 
sobre a hierarquização e o autoritarismo ainda presentes em boa parte do Brasil, 
mesmo com a atual busca de uma sociedade em que todos são iguais. 
TEMA 4 – CRÍTICA AO MITO DA DEMOCRACIA RACIAL (I) 
No Brasil, mesmo nos dias atuais, ainda encontramos dificuldade na 
vivência da democracia racial. Esse mito ganhou maior proporção nos anos 
1930, principalmente devido a algumas publicações do educador Gilberto Freyre, 
que, apesar de não ter mencionado essa expressão de forma explícita em seus 
textos, foi o responsável por iniciar a disseminação desse pensamento de que o 
Brasil seria um país onde a sociedade não teria barreiras para a ascensão social 
de pessoas negras e/ou afrodescendentes a cargos oficiais, posições de 
prestígio ou de riqueza, configurando-se, assim, como uma sociedade em que 
todos têm oportunidades. 
O racismo, da forma que conhecemos hoje, é uma prática recorrente 
desde a época da colonização, e se estende não só a questões de cor, mas 
também a gênero, posição social etc. Após esse período, durante a ditadura 
militar, esse pensamento se fortaleceu no momento em que as relações raciais 
param de ser o foco e o racismo é visto como uma prática individual. 
Sobre a democracia racial brasileira como um “mito”, uma “ideologia 
racista”, alvo de muitos movimentos negros, é possível encontrar alguns 
estudos que apontam, principalmente, esse aspecto de mito como formador da 
nacionalidade. Isso ocorre porque se acredita que, historicamente, os brancos 
no Brasil não tinham uma real consciência racial, e a miscigenação era aceita 
apenas se estes fossem “bem-educados” – nesse caso, poderiam ser 
incorporados à sociedade das elites. 
Porém, dentro de toda essa análise, é preciso considerar que o mito não 
é só uma “falsa consciência”, mas, além disso, é um conjunto de valores que 
 
 
11 
atuam diretamente nas práticas dos indivíduos. Assim, o mito da democracia 
racial não pode ser visto apenas como uma utopia, pois, ainda nos dias atuais, 
serve como uma ferramenta para amenizar preconceitos existentes. 
Ao considerar esse novo aspecto do “mito”, pode-se iniciar uma nova 
análise da democracia racial como algo relacionado à construção cultural e ao 
compromisso político e social, historicamente marcado, como apresentado por 
Nascimento (1978, p. 41): 
[...] erigiu-se no Brasil o conceito de democracia racial; segundo esta, 
pretos e brancos convivem harmoniosamente, desfrutando iguais 
oportunidades de existência. [...] A existência dessa pretendida 
igualdade racial constitui o “maior motivo de orgulho nacional” [...]. No 
entanto, devemos compreender democracia racial como significando a 
metáfora perfeita para designar o racismo estilo brasileiro: não tão 
óbvio como o racismo dos Estados Unidos e nem legalizado qual o 
apartheid da África do Sul, mas eficazmente institucionalizado nos 
níveis oficiais de governo assim como difuso no tecido social, 
psicológico, econômico, político e cultural da sociedade do país. 
Quando consideramos a acentuação social do racismo, trazida após o 
fim da escravidão, nota-se uma consolidação das bases teóricas do mito da 
democracia no imaginário social. A democracia racial, de forma geral, representa 
um sistema que é desprovido de qualquer discriminação, preconceito ou 
manifestações raciais negativas. A abolição da escravidão, com a Lei Áurea, 
apesar de ter uma proposta de liberdade, representou um dos principais 
dispositivos de opressão do negro brasileiro, pois a liberdade representava, 
então, falta de moradia, de colocação no mercado de trabalho, entre outros. 
Após esse evento, em 1889, com a Proclamação da República, buscou-
se uma universalização dos direitos e a garantia do direito de todos à cidadania. 
Isso ocorreu no âmbito do discurso legal, no qual os negros passariam a usufruir 
de igualdade de direitos e oportunidades, garantindo sua inserção na vida 
pública social: educação, moradia, lazer, emprego etc. Porém, todo esse 
discurso de evolução, pregado nas teorias, era enfraquecido quando vemos que, 
na Constituição de 1891, art. 70, título IV, era prevista a proibição de direitos 
políticos da população negra (Brasil, 1981). 
O que vemos, ao analisarmos esses acontecimentos, é que o negro 
permaneceu em posição de desvantagem frente aos brancos, sendo a cor um 
fator determinante para inserção em determinados grupos, evidenciando ainda 
mais a posição de desigualdade racial. 
 
 
12 
No século XIX, o mito da democracia apresenta traços da herança 
histórica, trazendo alguns itens que ajudariam em sua construção, como a 
produção literária dos viajantes que visitavam o Brasil, a produção intelectual e 
política da elite, os movimentos abolicionistas e o processo de mestiçagem, a 
imprensa negra, integração de negros com imigrantes etc. Todo esse discurso é 
bastante marcadoem diversas obras da época, como no livro O Abolicionismo, 
de Joaquim Nabuco (1938 [1883], p. 22), no qual o autor ilustra o momento 
afirmando que: 
A escravidão, por felicidade nossa, não azedou nunca a alma do 
escravo contra o senhor – falando colletivamente – nem creou entre as 
duas raças o odio reciproco que existe naturalmente entre oppressores 
e oprimidos. Por esse motivo, o contacto entre ellas foi sempre isento 
de asperezas, fora da escravidão, e o homem de côr achou todas as 
avenidas abertas deante de si. [sic] 
Esse pensamento foi difundido durante muito tempo, fortalecendo-se no 
período da ditadura militar, quando as relações raciais passam a ser uma prática 
analisada individualmente, até que se chega a uma nova discussão, retornando 
à reflexão sobre o racismo e sua prática coletiva. 
Com isso, a abolição não representou, efetivamente, uma ação de 
libertação dos negros, tampouco uma garantia de igualdade para a 
população escrava no Brasil, pois eles acabaram ficando em uma posição 
à margem da sociedade, em uma posição negativa, atuando em funções 
menosprezadas (trabalhos pesados, incertos, brutos, penosos e mal 
remunerados). 
Assim, a democracia racial passará a ser realidade apenas quando existir, 
efetivamente, uma igualdade racial no Brasil, quando a população negra deixar 
de sofrer qualquer tipo de discriminação, segregação ou estigmatização 
relacionado tanto a cor de sua pele quanto à sua posição social. Mas, além disso, 
o negro deve ter consciência de sua posição e emancipação frente à sociedade, 
deixando de ocupar uma posição preestabelecida historicamente e eliminando 
injustiças culturais, políticas, educacionais, entre outras. 
TEMA 5 – CRÍTICA AO MITO DA DEMOCRACIA RACIAL (II) – A SOCIEDADE 
ATUAL 
É difícil afirmarmos, ainda hoje, que o Brasil não é um país racista, quando 
analisamos os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
 
 
13 
Estatística (IBGE) comparando índices da população branca, ou que assim se 
intitula, com os das demais raças, conforme apresentado na Figura 1: 
Figura 1 – Comparação entre índices da população branca e das demais raças 
 
Fonte: Adaptado de G1, 2017. 
Além disso, de acordo com matéria do G1 (2017), dos 12,3 milhões de 
desempregados em 2017, cerca de 64% eram pardos e negros. Considerando a 
taxa de desemprego, as mulheres e jovens também aparecem com 
desvantagem nessa comparação. Em 2017, havia 13,8% de mulheres 
desempregadas, enquanto entre os homens esse número caía para 10,7%. Os 
jovens (18-24 anos) representavam 25,9% dos desempregados. 
Outro ponto que evidencia a existência do racismo há gerações, e que 
perdura ao longo da história, são os acontecimentos que vivenciamos na 
sociedade, como nas reportagens apresentadas a seguir: 
Arouca sofre racismo de santista, rebate e MP já analisa o caso 
Jogador se pronuncia nas redes após ser chamado de 'preto safado' 
Mais uma vez o racismo é assunto no futebol. Após a derrota do Palmeiras por 2 a 1 para o 
Santos, quarta, na Vila Belmiro, um torcedor santista resolveu xingar o volante Arouca de "preto 
safado" no Twitter. Sua ofensa foi parar no Ministério Público. O jogador do Palmeiras, irritado, 
chamou o torcedor de idiota e disse que não pretende dar mais espaço para o assunto, já que 
não existem punições no Brasil. [...] (Batista, 2015). 
 
 
 
14 
Brasil, 2018: jornalista é vítima de racismo e recebe ameaças de morte 
Jornalista baiana foi duplamente vítima de criminosos virtuais. Foi alvo de racismo e, ao expor 
o caso na rede, recebeu ameaça de morte 
A jornalista baiana Maíra Azevedo recebeu ameaças depois de expor um comentário 
racista feito em seu Instagram. Conhecida nas redes sociais como “Tia Má”, ela falava sobre o 
candomblé em transmissão ao vivo. Uma das pessoas que a assistiam comentou “monkey”, junto 
a um emoji de macaco. A comunicadora presentou queixa à promotoria de Justiça de Combate 
ao Racismo do Ministério Público da Bahia. [...] (Oliveira, 2018). 
Analisando esses e demais casos que presenciamos no dia a dia da 
sociedade brasileira, percebe-se que o racismo ainda é uma prática institucional 
bastante exposta entre a população. É uma espécie de prática seletiva que, 
atualmente, segue uma ideia de “ninguém sabe, ninguém viu”, mesmo com 
tantos casos evidentes no cenário nacional. 
Por mais que tenhamos movimentos e inúmeras discussões acerca desse 
tema, essas práticas transgridem as leis e continuam violando os direitos 
humanos, em muitos casos. Todos esses dados e informações reforçam a 
dimensão do problema que ainda está presente na sociedade brasileira e vai 
além da violência verbal, sendo registrados vários casos de violências físicas a 
afrodescendentes, como no caso de agressões praticadas por um grupo 
conhecido como skinhead. 
Toda essa história não para por aí: ainda temos os casos de perseguições 
religiosas e culturais, pouca representatividade em importantes cargos e na 
política, mostrando dificuldades em efetivar ações que permitam combater e 
acabar com o preconceito e garantir a igualdade social. 
5.1 Sistema de cotas 
O Brasil é um país que se mostra racista, apesar de todas as leis, 
movimentos e programas de conscientização e busca pela igualdade racial e 
social. As cotas raciais surgem como um modelo de ação afirmativa, com a 
finalidade de amenizar as desigualdades sociais, econômicas e educacionais 
entre as diferentes raças. Esse sistema foi adotado, pela primeira vez, nos 
Estados Unidos, em 1960, buscando a redução das desigualdades 
socioeconômicas entre brancos e negros. 
O cenário da disparidade social entre raças, encontrado no Brasil ocorre 
em função da diferença de oportunidades, historicamente ligada à escravidão. A 
 
 
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abolição, um evento que propôs a liberdade dos negros, trouxe um grande 
problema para essa população, pois não se procurou criar oportunidades e 
programas que inserissem os escravos na nova sociedade, deixando-os à 
margem da sociedade. Esse fato ainda gera muitas discussões e debates na 
sociedade contemporânea, pois nota-se, ainda, sua herança. 
No Brasil, o sistema de cotas raciais passa a ser discutido e ganha 
maior visibilidade a partir do ano 2000, quando se passa a adotar essa medida 
tanto nos vestibulares quanto em concursos públicos. A Universidade do Estado 
do Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira a adotar o sistema, em 2003, 
considerando uma lei estadual aprovada em 2001, e a Universidade de Brasília 
(UnB) foi a primeira instituição federal a adotar as cotas, em 2004. A partir daí, 
muitas universidades passaram a adotar essa ação em seus processos 
seletivos. 
A Lei n. 12.711, de 29 de agosto de 2012, ou Lei de Cotas (Brasil, 
2012), propõe a reserva de 50% das vagas de todos os cursos em instituições 
federais de ensino superior, atendendo critérios sociorraciais estabelecidos 
previamente. Esse sistema de cotas raciais não beneficia apenas os negros, já 
que temos, em diversas universidades, a reserva de vagas também para 
indígenas e seus descendentes. 
Porém, esse tema é, ainda, bastante polêmico na sociedade, gerando 
reflexões, análises e discussões. Segundo dados do Ministério da Educação, 
apresentados no Gráfico 1, essa política afirmativa de cotas raciais assegurou o 
acesso de muitos estudantes negros a instituições de ensino superior. 
O percentual de jovens negros e pardos entre 18 e 24 anos que cursavam 
ou haviam concluído o ensino superior, segundo o Instituto de Pesquisas 
Aplicada (Ipea), apresentou grande avanço com o início da política de cotas. 
 
 
 
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Gráfico 1 – Percentual de jovens negros e pardos entre 18 e 24 anos que 
cursaram ou concluíram o ensino superior 
 
Fonte: Adaptado de Vieira, 2016. 
O censo do Ensino Superior, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos 
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), também mostra uma evolução 
no número de matrículas dos estudantesnegros e pardos nos cursos de 
graduação, chegando, em 2016, ao percentual de 30% de negros matriculados 
(Vieira, 2016). 
TROCANDO IDEIAS 
Os autores apresentados mostram uma nova visão, diferente da 
convencional, sobre a formação do Brasil, sua cultura e sociedade. As obras 
colocam importantes reflexões sobre as influências dessas heranças trazidas ao 
longo da história e que são vistas até os dias atuais. 
Baseando-se nessas informações e nas discussões apresentadas, reflita 
sobre quais são essas influências e como elas aparecem na configuração da 
sociedade brasileira. Além disso, analise se as leis estabelecidas e a atual 
hierarquização do poder tiveram grande avanço ou representaram uma 
atualização frente à tentativa de erradicação dos problemas sociais históricos. 
NA PRÁTICA 
Leia a reportagem do jornal Gazeta do Povo (Costa, 2017), disponível em 
<https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/estudante-negra-abre-mao-de-
 
 
17 
cotas-nao-achei-legal-tirar-a-vaga-de-uma-pessoa-que-precisa-mais-do-que-
eu-6rvp74eb5mu1h4ekd0304ghtv/>. 
Considerando as reflexões e os dados apresentados sobre a democracia 
racial e o mito que existe em torno desse tema, além dos dados do sistema de 
cotas, elabore um texto opinativo, apontando suas ponderações sobre o atual 
cenário do sistema de cotas e como ele vem sendo utilizado pelas universidades, 
considerando sua finalidade. 
FINALIZANDO 
São vários os estudos realizados acerca da formação do Brasil, 
analisando a influência que cada povo teve na construção da cultura, política, 
sociedade etc. Porém, algumas obras, contrariando a visão mais tradicional, 
mostram como outros povos, além dos colonizadores, contribuíram para esse 
processo durante a história. 
As obras estudadas nesta aula evidenciam exatamente isso: uma reflexão 
sobre elementos que colaboraram para a formação da sociedade, inclusive 
representando uma herança que permanece na configuração que temos ainda 
hoje, como a hierarquização social, “o jeitinho brasileiro” ou os problemas raciais. 
Este último item – racial – é objeto de constantes discussões ao longo da 
história, na tentativa de erradicar a diferença social que temos ainda em nosso 
dia a dia. Além disso, criou-se o mito de uma democratização racial que vem 
sendo buscada, por meio de novas leis, movimentos e estudos, tentando colocar 
o negro em um papel mais justo e igualitário. 
Todos esses aspectos contribuem constantemente para a formação não 
só do Brasil, mas do cidadão brasileiro, na medida em que reflete as atitudes 
cotidianas de cada um. 
 
 
18 
REFERÊNCIAS 
ANALFABETISMO entre pessoas pretas e pardas é mais que o dobro do que 
entre as brancas, diz IBGE. G1, 21 dez. 2017. Disponível em: 
<https://g1.globo.com/educacao/noticia/analfabetismo-entre-pessoas-pretas-e-
pardas-e-mais-que-o-dobro-do-que-entre-as-brancas-diz-ibge.ghtml>. Acesso 
em: 20 fev. 2019. 
BATISTA, D. Arouca sofre racismo de santista, rebate e MP já analisa o caso. 
Estadão, 12 mar. 2015. Disponível em: 
<https://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,arouca-sofre-racismo-de-
santista-rebate-e-mp-ja-analisa-o-caso,1649620>. Acesso em: 20 fev. 2019. 
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Unidos do Brasil, Rio de Janeiro, 24 fev. 1891. 
_____. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988. 
_____. Lei n. 12.711, de 29 de agosto de 2012. Diário Oficial da União, Poder 
Legislativo, Brasília, DF, 30 ago. 2012. 
COSTA, L. Estudante negra abre mão de cotas: “Não achei legal tirar a vaga de 
uma pessoa que precisa mais do que eu”. Gazeta do Povo, 16 out. 2017. 
Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/estudante-negra-
abre-mao-de-cotas-nao-achei-legal-tirar-a-vaga-de-uma-pessoa-que-precisa-
mais-do-que-eu-6rvp74eb5mu1h4ekd0304ghtv/>. Acesso em: 20 fev. 2019. 
DAMATTA, R. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema 
brasileiro. Rio de Janeiro: Guanabara, 1997. 
FAORO, R. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. 1. ed. 
Rio de Janeiro: Globo, 1958. 
FRAGA, M. L. Carnavais, malandros e heróis – para uma sociologia do 
dilema brasileiro. (Texto 2) Roberto DaMatta – Resumo e comentários de 
Marcelo Loyola Fraga, 2012. Disponível em: 
<https://mbafaveni.files.wordpress.com/2012/06/texto-2-carnavais-malandros-e-
herc3b3is1.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2019. 
FREIRE, G. Casa grande e senzala: formação da família brasileira sob o regime 
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19 
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NASCIMENTO, A. do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um 
racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. 
OLIVEIRA, R. Brasil, 2018: jornalista é vítima de racismo e recebe ameaça de 
morte. Portal Comunique-se, 2 mar. 2018. Disponível em: 
<https://portal.comunique-se.com.br/brasil-2018-jornalista-e-vitima-de-racismo-
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ORTIZ, R. Cultura brasileira & identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 
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PRADO JÚNIOR, C. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: 
Brasiliense, 1961. 
SADER, E. Que Brasil é este? Dilemas nacionais no séc. XXI. São Paulo: 
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explorando propostas para o monitoramento da Lei de Cotas. Brasília: Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2017. 
VIEIRA, I. Percentual de negros em universidades dobra, mas é inferior ao de 
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<http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-12/percentual-de-
negros-em-universidades-dobra-mas-e-inferior-ao-de-brancos>. Acesso em: 20 
fev. 2019.

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