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CÁLCULOS TRABALHISTAS NA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA ( BÁSICO ) Wanderlei Lagôas Departamento de Desenvolvimento Profissional Prof.Wanderlei@gmail.com 1º Semestre 2022 Rua 1º de Março, 33 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20.010-000 Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 cursos@crcrj.org.br – www.crc.org.br mailto:Prof.Wanderlei@gmail.com mailto:cursos@crcrj.org.br http://www.crc.org.br/ 1.1 Objetivos Capacitar os participantes a realizarem a elaboração de cálculos trabalhistas para iniciantes na liquidação da sentença ,demonstrando a importância em demandas judiciais, por meio de uma abordagem prática e teórica, analisando documentações bem como as decisões dos julgadores; 1.2 Carga Horária 12 h/a 1.3 Metodologia A metodologia do curso consiste na prática de cálculos em sala a partir de subsídios trazidos pelo Professor e na elaboração de estudo de caso 1.4 Programa – Considerações Iniciais: 3 hs - Fases de um processo trabalhista; - Prazos da Justiça do Trabalho; - Identificação das partes; - Esclarecimentos sobre os itens da sentença; - Esclarecendo as diversas formas de remuneração; - Conceito de verbas indenizatórias e suas incidências; – Elementos de Cálculos ( Parte I ): 3 hs - Jornada normal e o repouso semanal remunerado. - Cálculo do salário-hora - Repouso ou feriado trabalho – dobro ou dobra. - Banco de Horas. - Aumento da média remuneratória, pela integração do variável nos repousos e feriados. - A integração do variável nos repousos remunerados e feriados. 1 ESTRUTURA DO CURSO Módulo 1 Módulo 2 – Elementos de Cálculos ( Parte II ) : 3 hs - Hora Normal, Extra, e Noturna. - As diferenças salariais por reajustes normativos, legais e equiparação. - Adicional de insalubridade e de periculosidade. - Reflexos e integrações (DSR nos 13º salários, nas férias, no aviso) – Procedimentos : 3 hs - Conversão de horas centesimais - O FGTS e a atualização monetária e juros. Súmula 362 TST. - Uso dos recursos da Calculadora Manual - Confecção de Planilha e formatação do demonstrativo; - Resumo da Liquidação – Demonstrativo eficaz; Módulo 3 Módulo 4 Para chegarmos em fase de execução de um processo trabalhista é necessário que saibamos o que é um processo e quais os procedimentos que fazem parte de um processo trabalhista, mesmo porque não é obrigação dos profissionais na área Contábil terem conhecimento dos termos jurídicos. É bom saber que o reclamante entra na justiça do trabalho com uma Petição Inicial, a qual será julgada na sequencia, resultando em uma Sentença. Após a Sentença ser proferida, o reclamante e a ré podem entrar com recurso (ou recurso adesivo) resultando em um Acórdão. O domínio da atividade de cálculo pressupõe o conhecimento da Constituição Federal, da CLT, sobretudo dos Títulos II (Normas Gerais de Tutela do Trabalho) e Título IV (Contrato Individual de Trabalho), das Súmulas e das Orientações Jurisprudenciais do Col. TST e TRT/3ª Região e algumas do Exc. STF. Depende também, e sempre, da leitura completa e da interpretação correta do acordo, decisão e acórdão, enfim, dos comandos decisórios. É necessário, ainda, o domínio: - da técnica de composição da remuneração mensal do reclamante para o cálculo das verbas deferidas; - dos critérios de apuração de cada uma dessas verbas deferidas; - da técnica de atualização e aplicação dos juros de mora; -dos diversos critérios de apuração dos descontos legais (cotas previdenciárias e imposto de renda). 2 INTRODUÇÃO Todo Processo de apuração do crédito do reclamante em uma liquidação de sentença, é praticamente o mesmo; O que diferencia é justamente a petição inicial que trabalha com direitos supostos, uma vez que se depende da Sentença do Juiz, para iniciarmos os cálculos de liquidação. O Emprego da informática , com seus programas práticos, trouxe um avanço significativo para os cálculos trabalhistas, oferecendo uma maior segurança e rapidez nos cálculos. Vale lembrar que a máquina não opera sozinho, e que necessita de pessoas para abastecer as informações ; ou seja se quem estiver operando a máquina não possuir o domínio das informações necessárias, o cálculo não sairá correto. O Domínio das informações vão além dos apresentados acima, vai também no manuseio de planilhas , em geral feitas pelo “EXCEL”, assim como as suas fórmulas, que se tornam necessárias para o bom desenvolvimento dos cálculos, evitando assim erros e um “bate-e-volta” entre o órgão judiciário e as partes do processo, ocasionando um maior trabalho a todos os envolvidos; A partir do momento em que há um conflito de interesses, resultado da existência de uma ou mais pretensões insatisfeitas, submete-se ao pronunciamento do Estado, o qual tem o dever de solucionando, o que ocorre obedecendo a certas diretrizes, a um critério, sistema ou método, a uma ordem, enfim. Esse método é justamente o processo. Na aplicação do método estatal de solucionarem-se contendas (processos), vários atos se praticam em obediência a ordem instituída pelo sistema adotado: a pessoa que toma a iniciativa de dirigir-se ao Estado (autor ou reclamante) apresenta seu pedido; a pessoa com quem o autor litiga (réu ou reclamado) defende-se; provas são produzidas; o juiz profere sentença, etc. A sequencia desses atos é o procedimento. O PEDIDO O conflito de interesses pressupõe que haja uma pessoa formulando uma pretensão a que outra se opõe. O processo só poderá existir se a reivindicação ou pedido de quem se diz prejudicado for endereçado ao Estado, exigindo-lhe a solução. Sem pedido, por conseguinte, não pode haver processo; então o pedido é um pressuposto do processo. O pedido consiste em um requerimento dirigido ao Estado, na figura de seus órgãos judiciários, para que solucione um conflito de interesses, assim tutelando uma pretensão. 3 O PROCESSO PETIÇÃO INICIAL O pedido de uma pessoa física ou jurídica invocando o pronunciamento do Estado, mediante seus órgãos jurisdicionais sobre um conflito de interesses é formulado em um requerimento denominado petição inicial. A inicial deve mencionar expressamente o que se pretende com a reclamação, ou seja, o objeto do pedido. AJUIZAMENTO DA RECLAMAÇÃO No processo do trabalho a prescrição se interrompe pelo simples ajuizamento da reclamação. E que, não competindo ao reclamante praticar qualquer ato no sentido de promover a citação, o ajuizamento já constitui manifestação inequívoca de que o autor não vai abrir mão de seu direito pelo decurso do prazo para exercia-lo. É correto o ponto de vista majoritário na doutrina e na jurisprudência no sentido de que o mero ajuizamento do pedido tem o efeito de interromper a prescrição. SENTENÇA A sentença é, para muitos autores, o mais importante dos atos processuais, é o ato pelo qual o juiz soluciona a controvérsia que lhe é submetida. Ela, de fato, expressa a soberania do Estado; evidencia a função jurisdicional atendendo ao que é objeto do processo, à composição, que se presume justa, da lide. Portanto, Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo, decidindo ou não o mérito da causa. ETAPAS DO PROCESSO TRABALHISTA LIQUIDAÇÃO A liquidação da sentença é uma fase intermediária, localizada sequencialmente entre a fase de conhecimento e a fase de execução. A partir do momento em que não é cabível mais recursos sobre a sentença prolatada, dá-se início à sua execução. Ocorre que, na maioria das vezes, as sentenças proferidas pela Justiça do Trabalho são ilíquidas, havendo a necessidade de tornar a sentença líquida, ouseja, calcular o valor exato a ser pago pelo devedor, para tornar possível o cumprimento da sentença. 1 ª Instância 2 ª Instância Instância Extraordinária V T ( VARA TRABALHO) TRT ( Tribunal Regional Trabalho ) TST ( Tribunal Superior Trabalho ) STF ( Supremo Tribunal Federal ) SENTENÇA FINAL Entrada Processo Na Justiça do Trabalho as sentenças do processo de conhecimento, são classificadas quanto a liquidez, que podem ser liquidas ou ilíquidas. A sentença liquida é aquele em que o valor da condenação ou a homologação é certo, estando determinado o objeto, permitindo a execução imediata. A sentença Ilíquida é aquele em que não foi fixado o valor da condenação ou não foi individualizado o objeto da obrigação. O ideal seria que todas as decisões proferidas pela Justiça do Trabalho fossem líquidas, favorecendo o cumprimento da sentença. Na atual conjuntura, porém, com o grande número de processos que tramitam nos juízos e tribunais do trabalho, com o número defasado de juízes e servidores e, sobretudo, em nome do princípio da celeridade processual, é inviável a espera pela liquidação da obrigação para proferimento da sentença condenatória, ainda no conhecimento. Se desta forma ocorresse, seria ainda maior o prejuízo do obreiro que, além de ter sido prejudicado por não ter recebido os créditos trabalhistas a que teria direito, ainda teria que esperar por período demasiadamente longo pela decisão do magistrado. Assim, quando a sentença for ilíquida será necessário procedimentos para quantificar, ou seja, tornar claro o objeto da obrigação, estando disciplinado no capitulo V, artigo 879 da CLT. “Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. 4 Cálculos de Liquidação no Processo Trabalhista http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641946/artigo-879-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 § 1º - Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda, nem discutir matéria pertinente à causa principal. § 1º-A - A liquidação abrangerá, também, o cálculo das contribuições previdenciárias devidas. § 1º-B - As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente. § 2º - Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão. § 3º - Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação da União para manifestação, no prazo de 10 dias, sob pena de preclusão. § 4º - A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na legislação previdenciária. § 5º - O Ministro de Estado da Fazenda poderá, mediante ato fundamentado, dispensar a manifestação da União quando o valor total das verbas que integram o salário-de-contribuição, na forma do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, ocasionar perda de escala decorrente da atuação do órgão jurídico. § 6º - Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.” A liquidação constitui, assim, uma fase preparatória, de natureza cognitiva, em que a sentença ilíquida passará a ter um valor determinado ou individualizado a prestação ou objeto a ser executado, por um procedimento previsto em lei, conforme a natureza da obrigação prevista no título executivo Com a liquidação, o titulo judicial está apto para ser executado, pois se o titulo não for liquido, certo e exigível, o processo de execução é nulo (SCHIAVI, 2008, p. 679). Não tem a liquidação de sentença natureza constitutiva, pois não cria, modifica ou extingue determinada relação. Tem natureza declaratória do valor da condenação. A liquidação de sentença é uma fase preparatória da execução de sentença, mas não pertence ao processo de conhecimento. Antes de se definir o valor liquidado não se pode falar em execução. A liquidação de sentença tem natureza incidental declaratória, no sentido de quantificar o valor da obrigação contida na sentença (MARTINS, 2009, p. 70). Formas de Liquidação Nos termos do caput dos artigos 876 e 897 da CLT, sendo ilíquida a sentença e com o trânsito em julgado da decisão, o magistrado intimará as partes para apresentar o calculo da liquidação, inclusive a contribuição previdenciária incidente. Na liquidação, as partes não podem modificar a sentença, vindo a ampliar o titulo executivo judicial, o que importaria em excesso de execução. Não é possível ainda, discutir o mérito da ação de conhecimento. Desta forma, na elaboração do calculo, as partes devem seguir rigorosamente o descrito na sentença, atentando para o significado de verba principal, verba acessória, reflexos, base de calculo, juros e correção monetária, contribuição previdenciária, imposto de renda retido na fonte, prescrição (total ou parcial) e tudo aquilo necessário para a satisfação da obrigação. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642204/artigo-876-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636770/artigo-897-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 A liquidação de sentença poderá ser na execução provisória, isto é, ainda não há transitado em julgado da sentença. Cabe ressaltar que perderá o seu efeito caso a sentença seja modificada ou anulada. Tal execução é realizada em autos apartados Liquidação por Cálculos É a forma de liquidação mais utilizada na Justiça do Trabalho, e é utilizada, quando todos os elementos necessários para a determinação do valor devido já estiveram nos autos, bastando apenas cálculos aritméticos. Cabe ressaltar que este tipo de liquidação é realizado quando não precisar efetuar prova de fato novo, nem efetuar perícias. Acrescenta-se que muitos juízes fazem a liquidação por cálculo intimando a parte credora e posteriormente a parte devedora, com vista para apresentar a contrariedade. Diante da existência de vários caminhos para a liquidação por calculo e da pluralidade de pessoas aptas a realizar as contas, inúmeras possibilidades de liquidação podem ser apontadas entre as mais comuns: - juiz determina que um servidor da secretaria ou um setor especializado ou ainda um perito faça as contas. Realizadas as contas, da-se vista às partes no prazo sucessivo de dez dias (CLT, art. 879, § 2º) e configurar-se-a a preclusão sobre os cálculos caso não se ofereça impugnação. Caso haja impugnação, o juiz a aprecia (geralmente após manifestação de quem efetuou as contas) e determina que se procedam às correções ou homologa os cálculos que reputar e corretos e adequados. Caso a impugnação tenha sido rejeitada pelo juiz, não cabe recurso imediato e deve a parte renovar suas alegações nos embargos à execução ou na impugnação à sentença de liquidação (CLT, art. 884, § 3º) - juiz determina que um servidor da secretaria (ou um setor especializado ou ainda um perito) faça as contas. Realizadas as contas homologa-as de imediato, http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641946/artigo-879-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641802/par%C3%A1grafo-2-artigo-879-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 e as partes só podem impugná-las nos embargos a execução ou na impugnação à sentença de liquidação (CLT, art. 884, § 3º) - juiz determina que uma das partes (geralmente o autor, mas as vezes o próprio réu) apresente seus cálculos. Após, dá-se vista à parte contraria para eventual impugnação, homologam-se os cálculos, mas nesse caso tem prevalecido o entendimento de que não ocorre a preclusão. Se houver a impugnação o juiz a aprecia e pode determinar retificações ou até mesmo designar um calculista para realizar novas contas. Caso se convença de que um dos cálculos apresentados mostra-se correto, o juiz pode, desde logo, homogá-los e a parte inconformada deve utilizar os meios previstos no art.884, § 3º da CLT para impugnar a conta. - juiz determina que uma das partes (geralmente o autor, mas as vezes o próprio réu) apresente seus cálculos. Oferecidos os cálculos, o juiz de imediato os homologa e, caso queira, a parte contraria deve impugná-los na forma do art. 884, § 3º da CLT (SANTOS (2010, p. 44-45). Liquidação por Arbitramento Esta forma de liquidação consiste na realização de exame ou vistoria pericial, para a quantificação do valor ou objeto devido. O processo do trabalho é omissão no tocante ao procedimento na liquidação por arbitramento, devendo– se, nos termos do artigo 769 da CLT, utilizar subsidiariamente os artigos 475- C e 475-D do Código de Processo Civil. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641214/artigo-884-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641100/par%C3%A1grafo-3-artigo-884-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641214/artigo-884-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641100/par%C3%A1grafo-3-artigo-884-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10653444/artigo-769-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/27996210/artigo-475c-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/27996210/artigo-475c-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/27996204/artigo-475d-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 Liquidação por Artigos A liquidação por artigo será utilizada, quando existir a necessidade de prova de fato novo, para a quantificação do valor ou objeto devido. O processo do trabalho também é omisso nesta forma liquidação devendo–se, nos termos do artigo 769 da CLT, utilizar subsidiariamente o artigo 475-E e 475-F doCódigo de Processo Civil. Elaboração do Cálculo A complexidade de muitos cálculos de liquidação faz com que, muitas vezes, o calculista apresente valores extremamente diversos daquilo que foi determinado na sentença, sendo este fato decorrente da falta de conhecimento jurídico ou falta de técnica na elaboração do cálculo. A doutrina entende que há diversas maneiras de elaborar os calculo, como o caminho abaixo exposto. É possível, contudo, indicar um caminho, ainda que genérico, para a adoção de certa sequência lógica na elaboração dos cálculos, com a finalidade de evitar erros e de simplificar as contas. Apontam-se regras básicas (...). Assim, o calculista deverá, na maioria dos casos efetuar sua análise na seguinte sequência: a) primeiramente, verificar qual o período de trabalho admitido como verdadeiro na sentença. Esse período pode ter sido admitido implícita ou explicitamente na decisão, (...); b) depois ser verificada eventual prescrição reconhecida na sentença e analisados os seus efeitos nos cálculos. Dessa forma se delimitará o exato período em relação ao qual deverão ser calculadas as parcelas deferidas; http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10653444/artigo-769-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/27996200/artigo-475e-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73 c) em terceiro, ser delimitadas todas as parcelas deferidas na sentença (de primeiro grau), inclusive as verbas reflexas; d) em seguida, verificar quais foram as alterações produzidas pelo TRT, em grau de recurso, em relação as parcelas indicadas nas alíneas precedentes. Algumas parcelas podem ter sido acrescida e outras podem ter sido suprimidas, e até mesmo as matérias ao tempo (período de trabalho e prescrição) ou a critérios de calculo (divisores, adicionais, etc.) podem ter sido alteradas; e) o passo seguinte será verificar se eventual decisão do TST impôs modificações nas parcelas de condenação. Será possível então, na maior parte dos casos, saber qual é o período abrangido pelos cálculos e quais parcelas foram deferidas; Por fim, cabe ao calculista verificar quais são os demais elementos que, embora imprescindíveis para a elaboração dos cálculos, não tenham sido indicados em nenhum grau de jurisdição. Caso existam tais elementos, deve-se verificar qual é o entendimento do juiz da execução, pois será ele quem apreciará as contas e julgará eventuais embargos. Como exemplo dessa hipótese pode ser mencionada a época própria para a atualização monetária do débito, matéria acerca da qual grande parte das sentenças não de manifesta (SANTOS, 2010, pg. 95-96). Da Contribuição Previdenciária Na liquidação de sentença, as partes devem atentar para as contribuições previdenciárias, ressaltando que o juiz tem competência para executar, de ofício, tal contribuição. O § 3º e § 4º do artigo 832 da CLT, dispõe que as decisões cognitivas e homologatórias devem determinar a natureza jurídica das parcelas da condenação ou do acordo, a responsabilidade da parte pelo recolhimento previdenciário, inclusive intimar da União das decisões homologatórias. É importante lembrar, se na sentença de condenação não estiver fixado a verba previdenciária e a responsabilidade das partes, o juiz poderá fazê-lo na sentença de liquidação. A responsabilidade para o pagamento das contribuições previdência é do empregador, de acordo com a Súmula 368 do TST. Do Imposto de Renda Retido na Fonte O imposto de renda retido do montante apurado na conta é calculado, mês a mês, com a alíquota correspondente ao valor da remuneração do mês, a partir da vigência da Lei Federal 12.350/2010. Dos Juros e Correção Monetária Os juros e correção monetária são devidos desde o ajuizamento da reclamação inicial, artigo 883 da CLT. Os juros são aplicados na forma simples e 12% ao ano. A correção monetária é acordo com a lei vigente. Salienta-se que a Sumula nº 211 do TST dispõe que ”os juros de mora e correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que o omisso o pedido inicial ou a condenação”. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10646785/par%C3%A1grafo-3-artigo-832-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10646731/par%C3%A1grafo-4-artigo-832-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10646915/artigo-832-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1034310/lei-12350-10 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641260/artigo-883-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 Impugnação da Conta Liquida e da Sentença de Liquidação O juiz pode promover a execução, de ofício, ou intimar as partes para apresentar conta de liquidação. Quando uma das partes apresenta a primeira conta, a outra parte é intimada para se manifestar, devendo impugnar os valores ou concordar com os cálculos. Se a parte intimada se mantém em silêncio, deixando esgotar seu prazo para impugnação, o juiz pode entender que houve concordância tácita e a conta juntada será homologada pelo Juiz. Mas, isso não quer dizer que os valores são homologados da forma que vieram. Antes da homologação o processo passa pelas mãos de funcionário competente para conferir a conta, certificando a exatidão ou informando incorreções. Se nenhuma das partes apresenta cálculos ou se ambas não chegam a um acordo sobre os valores apresentados, o juiz poderá nomear perito para efetuar a conta de liquidação. A sentença homologatória dos cálculos de liquidação é uma decisão interlocutória, assim não cabe recurso. A parte poderá impugnar os cálculos da liquidação, conforme dispõe o § 2º do artigo 879 da CLT, sendo este o primeiro momento, pois elaborada a conta o juiz poderá abrir prazo de dez dias para a impugnação fundamentada. No segundo momento, havendo a homologação dos cálculos e não concordando, nos termos do artigo 884 daCLT, o executado garantido a penhora, poderá manifestar seu inconformismo, através do embargo a execução, no prazo de cinco dias e o credor poderá impugnar a sentença no mesmo prazo. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641802/par%C3%A1grafo-2-artigo-879-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641946/artigo-879-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641214/artigo-884-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 Partes dos Cálculos de Liquidação Duas são as partes que juntas proporcionam que os cálculos de liquidação atinjam a eficácia pretendida, no sentido de promover e demonstrar a apuração das parcelas abrangidas nos pedidos formulados em petição inicial, ou nos pedidos reconhecidos e deferidos pelo julgador, tornando conhecidos os valores dos créditos devidos, bem como os credores e devedores no processo. 1- Memória de Cálculo Demonstra os detalhes da apuração das parcelas abrangidas na liquidação, abrangendo, portanto, as planilhas de cálculos referentes a: Parcelas Contratuais (remuneratórias, indenizatórias, fundiárias) Parcelas Rescisórias (remuneratórias, indenizatórias, fundiárias) Correção Monetária Juros de Mora Parcelas Previdenciárias e acréscimos moratórios Imposto de Renda Honorários advocatícios de sucumbência Despesas e multas processuais 2 - Resumo Geral Corresponde à consolidação do cálculo, apresentando principalmente os valores dos créditos resultantes da liquidação promovida na memória de cálculo. Demonstra: Valores bruto e líquido do crédito do reclamante; Valor de FGTS a ser depositado em conta vinculada; Valores de contribuição previdenciária (cotas empregado e empregador); Valor de IRRF apurado e deduzido; Valor de honorários advocatícios de sucumbência; Outros valores (valor de despesas de leiloeiro; valor destinado a pagamento de pensão alimentícia, multas processuais, etc) ; Valor total a ser pago pelo devedor. Principal e Acessório As parcelas abrangidas em uma liquidação trabalhista podem figurar como principais (pleiteadas em pedidos principais) ou acessórias (pleiteadas em pedidos acessórios). A dependência de uma parcela acessória com a sua originária se dá porque essa compõe a base de cálculo daquela. Assim, tornando-se devida a parcela originária (ou aumentando o seu valor), caberá, portanto, uma repercussão no valor da acessória, gerando uma diferença no seu valor, comumente denominada de reflexo. Uma parcela acessória passa então a ser exigível a partir da declaração de procedência do seu respectivo pedido, posteriormente ao deferimento do pedido do qual depende. De igual modo, se uma parcela originária passa a não ser mais exigível, por força de desistência do pedido e de reforma do julgado, a parcela acessória consequentemente também será afastada da liquidação. É importante que se faça distinção entre as definições das verbas salariais, pois é nelas que se embasam os cálculos trabalhistas. 1.1. Salário mínimo Salário mínimo é o valor mínimo, fixado por lei, abaixo do qual nenhum trabalhador que trabalhe em horários e condições normais poderá ser remunerado, conforme estabelece o inciso IV do art. 7º da Constituição Federal/88 e outros dispositivos legais, como o art. 76 da CLT. O salário mínimo poderá ser complementado com salário em espécie, podendo também ser alcançado através de comissões ou de tarefas, no caso desses tipos de contrato. Porém, no mês em que esses valores não chegarem ao mínimo, é obrigação da empresa complementá-lo. Por outro lado, há que ser independente dos adicionais (noturno, insalubridade, periculosidade) e das horas extras. O empregado que fizer jus a esses direitos deverá ganhar mais do que o salário mínimo. 1.2. Salário mínimo regional O salário mínimo regional foi instituído pela Lei Complementar nº 103/2000, art. 1º, segundo a qual os Estados e o Distrito Federal podem estabelecer, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, um piso salarial para aqueles empregados que não o tenham definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. Essa lei possibilitou a regionalização dos pisos salariais, com valores acima do Salário Mínimo Nacional, sendo levada em conta a realidade socioeconômica de cada unidade da federação. O Salário Mínimo Regional não pode ser confundido com o Salário Mínimo Nacional, uma vez que este continuará sendo fixado por lei federal, nacionalmente unificado, servindo de piso salarial nos estados onde não há o piso regional. 5 Verbas Salariais 1.3. Salário-base O salário fixo contratado, também chamado de salário contratual, é pago diretamente pelo empregador, podendo corresponder ao valor do salário mínimo, ou ser superior a ele, ou ainda equivaler ao piso salarial da categoria profissional. 1.4. Piso salarial É o valor mínimo que um trabalhador de determinada categoria profissional pode receber, geralmente delimitado por leis ou normas coletivas da categoria. 1.5. Salário profissional É um parâmetro salarial estabelecido por leis que regulamentam atividades profissionais específicas, tais como médicos (Lei 3.999/61), engenheiros (Lei 4.950-A/66), advogados (Lei 8.906/94), dentistas (Lei 5.081/66) etc. 1.6. Salário normativo É o valor salarial estabelecido em sentença normativa, convenções ou acordos coletivos para trabalhadores de determinada categoria. 1.7. Salário É composto pelo salário-base, que é a parte fixa, mais a parte variável, constituída por parcelas de natureza salarial, tais como comissões, adicionais, percentagens, gratificações, diárias para viagens (quando ultrapassarem 50% do salário-base) e abonos; enfim, é a contraprestação direta do serviço paga pelo empregador. Essa definição adotada para salário, geralmente, delimita as verbas salariais utilizadas nos cálculos trabalhistas de 13º salário, FGTS, RSR, indenizações etc.1.8. Remuneração Em regra, não é feita distinção entre os significados de salário, proventos e remuneração, considerados sinônimos. Na legislação e em grande parte do material pertinente, inclusive, fala-se em remuneração numa referência à base de cálculo para verbas trabalhistas. Entretanto, para alguns técnicos, a remuneração é classificada como genérica, enquanto o salário é específico e, se este é a contraprestação paga diretamente pelo empregador (salário-base + adicionais), aquela inclui inclusive as gorjetas pagas por terceiros, as diárias para viagens (quando não excederem a 50% do salário contratual), os adicionais de transferência e outras verbas eventualmente pagas. Entendimento apresentado na Súmula 354 do TST diz que as gorjetas pagas por terceiros integram a remuneração, porém não servem de base de cálculo para as parcelas de aviso prévio, RSR, adicional noturno e horas extras. As gorjetas aqui referidas são as pagas por terceiros com liberalidade, não as cobradas em notas fiscais sob forma de percentagem e repassadas ao empregado. O mais habitual é encontrar remuneração relacionada a proventos de natureza salarial, de modo que não convém ser inflexível quanto aos conceitos. O importante não é saber distinguir tais conceitos, mas saber diferenciar seu significado na prática, na medida em que as gorjetas pagas por terceiros, os adicionais de transferência e outras verbas eventuais não servem de base para cálculos trabalhistas. Portanto, independentemente da abordagem encontrada, importa conhecer a natureza das parcelas salariais para saber as que servem de base para os cálculos trabalhistas. 1.9. Salário-utilidade ou in natura Salário-utilidade ou in natura é o mesmo que salário em espécie e refere-se ao fornecimento de alimentação, moradia e outras utilidades pelo empregador. Pode fazer parte tanto do salário do trabalhador que ganhe salário mínimo como dos salários maiores, desde que não ultrapasse o percentual de 70%, já que 30% deverão ser pagos em dinheiro, de acordo com o parágrafo único do art. 82 da CLT. Contrapondo-se a esse artigo, existe jurisprudência (Súmula 258 do TST) preceituando que os percentuais fixados em lei relativos ao salário in natura apenas concernem às hipóteses em que o empregado percebe salário mínimo, apurando-se, nas demais, o real valor da utilidade. Se houver desconto do valor das espécies no salário, o valor respectivo serve para complementar o salário e, se o empregador não descontar, integrará o salário ou remuneração para todos os efeitos legais: horas extras, 13º salário, férias, adicionais etc. e incidirá contribuições previdenciárias, fiscais e o FGTS. Dispõe o art. 458 da CLT: “Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. § 2º não serão considerados como salário, para os efeitos previstos neste artigo, as seguintes utilidades: - vestuário, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local de trabalho para a prestação dos respectivos serviços; - educação em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; - transporte destinado para o deslocamento até o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; - assistência médica, hospitalar e odontológica, prestado diretamente ou mediante seguro saúde; - seguros de vida e de acidentes pessoais; - previdência privada. § 3º a habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% e 20% do salário contratual (Lei 8.860/94). § 4º tratando-se de habitação coletiva, o valor da habitação do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor pelo número de coocupantes, sendo vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família.” Comissão e Percentagem. Salário auferido em valor proporcional à realização de vendas de produtos ou à prestação de serviços. Insere-se nas obrigações principais do contrato de trabalho, devendo a sua regra constar obrigatoriamente registrada nos assentamentos principais (CTPS, Ficha de Registro, Ficha Financeira, contracheque). O empregado pode ser classificado como comissionista puro, se é pago exclusivamente à base de comissões/percentagem, ficando-lhe sempre garantido o salário mínimo. É comissionista misto se parte do seu pagamento é feito por salário fixo. Outras parcelas salariais comuns : Gratificação Ajustada. Sendo gratificação uma parcela paga espontaneamente pelo empregador, por mera liberalidade, como bonificação, independente de qualquer ato do empregado, não possui caráter salarial, por não ser parcela retributiva. Entretanto, passa a ter natureza salarial quando há expresso ajuste pelas partes quanto ao seu pagamento (gratificação ajustada) ou quando há habitualidade, periodicidade e uniformidade no seu pagamento (ajuste tácito), e, assim, o seu pagamento torna-se obrigatório. Diárias para Viagem. Diárias próprias correspondem a pagamento feito pelo empregador para cobrir custos do empregado com viagens relativas ao trabalho, sendo em valor fixo e não havendo necessidade de comprovação dos gastos efetuados, não possui natureza de salário. Quando, porém, o seu valor ultrapassa 50% do valor do salário mensal, assume, então, o caráter salarial (diárias impróprias), passando a integrar o complexo salarial, para todos os efeitos. Abono (pago pelo empregador). Tipo de adiantamento salarial, provisório e circunstancial, normalmente efetuado para situações de perda do poder aquisitivo do salário, principalmente em épocas de crise inflacionária. Enquanto pago, integra o complexo salarial mensal, para todos os efeitos. Pode vir a ser incorporado definitivamente ao salário. Gratificação por Tempo de Serviço. Gratificação ajustada que visa retribuir a continuidade do serviço prestado ao empregador por determinado tempo. São pagos como anuênios, biênios, triênios, quinquênios etc, a partir de percentuais aplicados sobre o salário base ou por valor fixado em norma coletiva ou em regulamento da empresa. Gratificação de Função. Acréscimo devido em função de maior grau de responsabilidade envolvido no desempenho de um determinado cargo ou função. Prêmio (habitual) . Parcela concedida pelo empregador em função de fatores pessoais do trabalho do empregado, conforme sua produção, eficiência, assiduidade, pontualidade etc. Diferente da gratificação, o prêmio está diretamente relacionado a atos do trabalhador. Somente há caráter salarial se o pagamento do prêmio não é esporádico, mas sim habitual. Gratificação Semestral . Tipo específico de gratificação concedida a empregados bancários. Quebra de Caixa. Parcela geralmente paga a empregados que lidam com numerário (caixas de bancos, de instituições financeiras, de lojas de comércio etc), que tem por finalidade compensar eventuais prejuízos por eles sofridos no exercício do trabalho ou simplesmente o risco de erros de contagem ou enganos relativos a transações de valores. À verba atribuiu-se o caráter salarial a partir da consolidação do costume de seu pagamento. Adicional de Transferência. Parcela devida quando, em caso de comprovada necessidade de serviço, o empregador transfere o empregado para outra localidade, sendo cabível enquanto durar a situação de afastamento. Parcelas remuneratóriasnão salariais – Gorjetas. Retribuição efetuada pelo cliente do estabelecimento, como reconhecimento por um serviço prestado, sendo classificadas como próprias, se pagas ao trabalhador diretamente pelo cliente, ou impróprias, se cobradas como um adicional na conta do cliente, para posterior repasse aos empregados pelo empregador, devendo constar indicada na CTPS do empregado por valor médio estimado. Compõe a base de cálculo exclusivamente da remuneração de Férias, do 13º Salário e do FGTS, sendo o tipo de pedido mais comum envolvendo gorjetas o que se refere a reflexos em tais parcelas. – Guelta. Retribuição efetuada por terceiro (normalmente fornecedor do estabelecimento), como incentivo e bonificação por vendas efetuadas. Em decisões judiciais, a parcela recebe tratamento análogo à gorjeta. Parcelas não remuneratórias Há parcelas que não possuem o caráter remuneratório, mas são igualmente devidas pelo empregador ao empregado em função do contrato de trabalho. São normalmente tratadas na liquidação trabalhista como parcelas indenizatórias. Uma parcela é indenizatória quando tem a finalidade de reparar danos sofridos ou ressarcir gastos efetuados pelo empregado com a própria atividade laboral, ou mesmo de evitar que o mesmo venha a sofrer dano patrimonial ou comprometimento de seu salário. O seu pagamento não tem, portanto, o objetivo de remunerar, mas sim de reparar, ressarcir ou evitar. São parcelas indenizatórias comuns: Ajuda de Custo Gratificação (não habitual) Prêmio (não habitual) Diárias (< 50%) Auxílio Transporte Auxílio Alimentação (PAT) Participação nos Lucros (sindicato) Auxílio Doença (15 dias iniciais) Salário Família (INSS) Abono Pecuniário de Férias Dobra de Férias Férias (pagamento na rescisão) Indenização Adicional (Art.9º da Lei 7.238/84) Multa do Art.477, §8º, CLT Indenização Compensatória (40%) Indenização Seguro Desemprego Acréscimo do Art.467 CLT Vale Transporte (indenização) Vale Alimentação (indenização) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS
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