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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO RECURSO E REVISTA Livro Eletrônico 2 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Sumário Apresentação ................................................................................................................................... 3 Recurso e Revista ............................................................................................................................ 4 1. Recurso de Revista no Processo do Trabalho: Como Fazer? A OAB já Cobrou? O Passo a Passo .................................................................................................................................. 4 2. Recurso de Revista: Peça Inédita e Dicas de Resolução .................................................... 6 3. Direito Material: Salário e Adicionais ................................................................................... 14 4. Mais Notícias Recentes do TST Interessantes para as Provas ......................................34 Resumo ............................................................................................................................................46 Questões de Concurso ................................................................................................................. 47 Gabarito Comentado ....................................................................................................................49 Referências ..................................................................................................................................... 52 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela ApresentAção Olá, futuro (a) Advogado (a)! Tudo bem contigo? Estudando firme e forte? Eu vou me apresentar. Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente sou Juíza do Tra- balho no TRT 7ª Região, doutoranda em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto em Portugal, professora de preparatórios e faculdades aqui no Ceará, “a Terra do Sol” e faço parte do Time do GRAN CURSOS. Registro que estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro digital para você atingir o sucesso na carreira que sonha, pois a advocacia é uma belíssima carreira para os fortes. O mais importante da minha apresentação é para te dizer que eu entendo sua dor e pressa para ser aprovado na OAB. Também entendo que você quer o máximo de informações de for- ma objetiva e clara, sem rodeios e que quer gabaritar a prova, bem como entender as nuances da legislação. Veio ao lugar certo. Isso porque a maioria não tem muito tempo para estudar, seja porque trabalha, faz estágio, tem aulas na faculdade, aquela preocupação com o TCC etc. Eu te parabenizo por você estar lendo este material, pois isso significa que você foi apro- vado na 1ª fase da OAB. Então, você já está com 50% da vitória. Vamos nos dedicar mais um pouco com a leitura dos nossos materiais, pois vai dar certo se houve compromisso e empenho. Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí- cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você surpreenda a Banca examinadora e não, o contrário. Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar ao êxito final e já estou feliz e motivada em elaborar isso para você. Sendo assim, estude a matéria de direito do trabalho num formato diferente. E acredite: saber direito do trabalho é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível ir para as provas sem ler esse material. Então, aproveite! Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: mate- rial obrigatório! Então, pegue sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o marca-texto, a caneta e se programe para ler tudo que preparei para você e ficar ligado no curso GRAN. Por gentileza, se você curtiu essa aula, dê um feedback positivo lá no Fórum do Aluno. Se tiver críticas construtivas, também use o fórum para melhorarmos o material, ok? Vamos começar? Maria Rafaela de Castro @mrafaela_castro @juizamariarafaela O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela RECURSO E REVISTA 1. recurso de revistA no processo do trAbAlho: como FAzer? A oAb já cobrou? o pAsso A pAsso Praticamente, não foi cobrado pelo exame da ORDEM, mas surge como uma peça impor- tante na prática trabalhista. Além disso, tudo pode acontecer no próximo exame da ordem, principalmente, se houver mudança de Banca, não é verdade? Ele é um recurso trabalhista que tem algumas peculiaridades e mais requisitos técnicos que o recurso ordinário, principalmente, após a Reforma Trabalhista. O recurso de revista é o último recurso, de caráter extraordinário, no processo do trabalho. Está previsto no artigo 896 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e tem como objetivo uniformizar a jurisprudência dos Tribunais Regionais do Trabalho. Por isso, você não o trata como revisão de matéria de fato. Aliás, é um erro grave no Re- curso de Revista tentar fazer revisões de matéria fática. Tanto que você não pede reanálise de fatos e provas, mas sim age de forma técnica. Não se discute a matéria propriamente dita, suas provas ou fatos, mas, sim, busca reexaminar as decisões em dissídios individuais que apresentam alguma controvérsia em relação à jurisprudência dos tribunais e à legislação sobre o assunto em questão. Dessa forma, a CLT traz textualmente, no artigo 876, as situações de Recurso de Revista em que as decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tri- bunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Indivi- duais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpre- tação divergente, na forma da alínea; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. Ou seja, busca eliminar possíveis conflitos nas decisões trabalhistas. Diante disso, na elaboração da tese, não trazemos um ponto acerca da sinopse fática, mas sim enfrentamos a matéria jurídica. Um dos pontos do RR é que exista controvérsia da matéria em mais de um Regional. Nesse azo, deve-se abrir um tópico no RR em que você apresenta, na prática, jurisprudência controvertida. No caso da prova da OAB, a ideia é que o próprio examinador deixe explícito que O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 5 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a matéria é controvertida. Mesmo assim, na peça, abra um tópico e elabore como se estivesse apresentando a jurisprudência controvertida. Veja no modelo como vamos colocar. Essa controvérsia significa expor: o trecho da decisão alvo da controvérsia, com a indica- ção de dispositivos, súmulas e jurisprudências conflitantes, com as razões do pedido e a im- pugnação dos fundamentos jurídicos da decisão e com a transcrição das ementas e acórdãos que demonstram o conflito. Ou seja, é um recurso muito complexo. Além disso, é obrigação processual do recorrente tomar as seguintes providências no momento da elaboração da peça: I – indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da con- trovérsia objeto do recurso de revista; II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmu- la ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a deci- são regional; III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte; IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pe- dido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência da omissão. Outro ponto muito importante é a exposição durante a elaboração do recurso: transcen- dência dos motivos. Deve indicar no recurso qual a relevância do seu recurso, principalmente, nos aspectos econômicos, políticos sociais, jurídicos. Dispõe a CLT: Art. 896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. § 1º São indicadores de transcendência, entre outros: I – econômica, o elevado valor da causa; II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal; III – social, a postulação, por reclamante recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. § 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não de- monstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado. § 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. § 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm 6 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela § 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a transcendência da matéria. § 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Re- gionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas. Diante da ausência de prova passada para resolvermos, criei, com base nas questões iné- ditas dos livros anteriores, a continuação da história de “RUI SILVA x SÓ MÉDICOS” para fins de que pudéssemos trabalhar com o recurso de revista. O PULO DO GATO O recurso de revista exige mais requisitos técnicos que o recurso ordinário. Não se pode no RR revisar fatos e provas, atendo-se ao conteúdo jurídico. Não pode faltar: transcendência e demonstração da controvérsia jurisprudencial. Então, muito cuidado! Aliás, cuidado redobra- do quando for o caso de RR. 2. recurso de revistA: peçA inéditA e dicAs de resolução 001. (INÉDITA/2021) RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 01/01/2019 a 02/03/2021, quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de EPI pelo hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da socie- dade empresária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/ MA, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de abando- no de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção do Hospital de res- sarcimento de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a vaga deixada pelo reclamante; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi deferida in- denização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi submetido du- rante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de EPI para continuar suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na maioria dos plantões, diante de compartilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma testemunha do hospital sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de reclamante em audiência, sem demais provas apresentadas; foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos pedidos julgados improcedentes. Foi interposto RO no TRT 16, sendo que o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela acórdão confirmou integralmente a sentença de primeiro grau, exceto quanto aos honorários advocatícios que foram arbitrados em 10% do valor da condenação líquida. Diante disso, na condição de advogado do HOSPITAL SÓ MÉDICOS, redija a peça prático-profissional para a defesa dos interesses da sua cliente em juízo, ciente de que, na sentença, não havia vício ou falha estrutural que comprometesse sua integridade. Questão inédita/2021 Pontos a serem ventilados RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 01/01/2019 a 02/03/2021 quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de EPI pelo hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade empresária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/MA, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou váriospedidos, que assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de abandono de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção do Hospital de ressarcimento de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a vaga deixada pelo reclamante; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi submetido durante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de EPI para continuar suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na maioria dos 1) redigir a petição dirigida ao juiz a quo, TRT 16, porque aqui é diferente do RO. Naquele caso, o juízo a quo era o de 1º grau. Aqui é o TRT 16 que elaborou o acórdão. No caso da questão, manteve quase que a integralidade da sentença. No Recurso de Revista, deve direcionar ao Presidente do respectivo Tribunal, pois é ele quem vai exercer o juízo de admissibilidade. 2) indicar o recolhimento das custas e do depósito recursal. 3) após, redigir a petição dirigida ao Tribunal Superior do Trabalho, aduzindo, num primeiro aspecto, a preliminar: cerceamento de defesa pelo indeferimento da oitiva das testemunhas da empresa, com a consequente anulação do processo e retorno à Vara de origem para oitiva delas e prolação de nova sentença, conforme o Art. 5º, inciso LV, da CRFB/88. 4) atacar os fundamentos do acórdão do TRT em questão em tópicos ou no caso de restrição de linhas, deixe em caixa alta o pedido que você está analisando. 5) Deve sustentar que o reclamante não provou o descumprimento de obrigações e, com isso, persiste a ideia de abandono aos postos de trabalho. E, ainda, deve ser revisto o acórdão que não acolheu o pedido objeto da reconvenção, apesar dos danos causados pelo trabalhador ao hospital em plena situação de pandemia. Em relação à pausa alimentar, deve ser sustentado ser indevido o pagamento integral O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela plantões, diante de compartilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma testemunha do hospital sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de reclamante em audiência, sem demais provas apresentadas; foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos pedidos julgados improcedentes. Diante disso, na condição de advogado do HOSPITAL SÓ MÉDICOS, redija a peça prático-profissional para a defesa dos interesses da sua cliente em juízo, ciente de que, na sentença, não havia vício ou falha estrutural que comprometesse sua integridade. do intervalo, mas apenas do tempo suprimido, e, ainda assim, com caráter indenizatório, sem repercussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT, além de enfatizar que havia quarto de descanso para o reclamante fazer as pausas. Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, deve ser sustentado que a pandemia é uma situação de força maior, não gerando responsabilidade do empregador que não pode ser punido pela necessidade de maiores horas de plantão do trabalhador, pois não deu causa ao evento. A concessão de vale transporte não prospera, pois o reclamante não ia laborar diariamente mediante o uso de transporte público coletivo. Inclusive, o juiz julgou contra as provas, o que urge por reforma. 6) demonstrar a transcendência dos motivos e que a matéria é controvertida; 7) Requerimentos finais: admissibilidade do recurso, renovação das preliminares e, no mérito, pelo provimento do recurso. 8) Pedir que o presente apelo deve ser reconhecido vez que é adequado e foi interposto pela parte legítima, processualmente interessada e regularmente apresentada. O recurso é tempestivo pois foi interposto no prazo legalmente previsto do art. 895 a CLT. 9) Localidade e colocar ADVOGADO, não assinando a peça. Deve constar isso nas duas petições. Vamos ensaiar como seria na elaboração da prova. Estou colocando aqui de forma sucin- ta, mas deixo consignado aquilo que deve ser aprimorado: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBU-EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBU- NAL REGIONAL DO TRABALHO DA 16ª REGIÃO (nesse caso, o seu direcionamento deve ser NAL REGIONAL DO TRABALHO DA 16ª REGIÃO (nesse caso, o seu direcionamento deve ser relacionado para o Desembargador Presidente do TRT respectivo, pois é ele quem realiza relacionado para o Desembargador Presidente do TRT respectivo, pois é ele quem realiza o juízo de admisso juízo de admissibilidade)ibilidade) N. do processo: 0050000-80.2019.5.22.0090 HOSPITAL SÓ MÉDICOS, já qualificada nos autos do processo acima descrito, inconformada com a respeitável sentença prolatada na Reclamação Trabalhista proposta pelo obreiro rui da silva, também já qualificado nos autos, vem tempestivamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, interpor: RECURSO DE REVISTA, contra a v. acórdão de fls., conforme as razões anexas. com fundamento no art. 896, a, da CLT, juntando as razões recursais, as quais requer sejam recebidas e remetidas ao Tribunal Superior do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal (essencial Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal (essencial você constar isso).você constar isso). 2. REQUERIMENTOS FINAIS Por todo o exposto, REQUER: 1. Requerer a intimação da parte contrária para contra-arrazoar (ou contrarrazoar) o recurso. Nestes termos, pede deferimento, Localidade ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO)ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO) Exmos. Ministros do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho (o Recurso de Revista será julga- do e processado junto ao TST, logo, o direcionamento é para os Ministros daquele Regional) RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA PROCESSO N.. 0050000-80.2019.5.22.0090 RECORRENTE: hospital só médicos RECORRIDO: rui da silva Vara de origem: vara única do trabalho de barreirinhas/ma Doutos Ministros do TST, Merece reforma o respeitável Acórdão do TRT 16Acórdão do TRT 16, pelos argumentos, a seguir: DO ACÓRDÃO RECORRIDO DO TRT 16 (DO ACÓRDÃO RECORRIDO DO TRT 16 (o seu tópico inicial será para trazer ao TST o resu-o seu tópico inicial será para trazer ao TST o resu- mo do que ocorreu, principalmente, sobre o que foi deliberado na 2a instância, qual seja, mo do que ocorreu, principalmente, sobre o que foi deliberado na 2a instância, qual seja, o TRT 16. No nosso caso da questão, houve confirmação quase que integral da sentençao TRT 16. No nosso caso da questão, houve confirmação quase que integral da sentença de 1º grau)de 1º grau) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10638801/artigo-895-do-decreto-lei-n-5452-de-01-de-maio-de-1943 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolidação-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 10 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 01/01/2019 a 02/03/2021, quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de EPI pelo hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade em- presária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/MA, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de aban- dono de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção do Hospital de ressarcimento de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a vaga deixada pelo reclamante; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicio- nal de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi submetido durante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de EPI para continuar suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na maioria dos plantões, diante de compartilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma testemunha do hospital sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de recla- mante em audiência, sem demais provas apresentadas. O TRT 16, equivocadamente, manteve a sentença de primeiro grau, salvo quanto aos hono- rários advocatícios, incorrendo, portanto, em vícios o julgamento deste feito e afastando-o da decisão mais justa ao caso concreto. DA TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA E SOCIAL (ART. 896-A) ( não pode esquecer jamais disso DA TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA E SOCIAL (ART. 896-A) ( não pode esquecer jamais disso aqui pois é uma das análises mais importantes do juízo de admissibilidade aqui pois é uma das análises mais importantes do juízo de admissibilidade pelo TST).pelo TST). O presente recurso de revista preenche o pressuposto recursal específico da transcendên- cia, exigência da CLT, pois a matéria abordada induz reflexos gerais de natureza jurídica e econômica, principalmente, pela temática relacionada à ruptura de contratos de trabalho de profissionais de saúde durante a pandemia, de modo que a natureza da decisão ultrapassa os interesses meramente subjetivos em discussão no processo. MATÉRIA CONTROVERTIDA (é uma peculiaridade que não existe no RO: o TST também exi-MATÉRIA CONTROVERTIDA (é uma peculiaridade que não existe no RO: o TST também exi- ge a controvérsia, sendo importante que se abra um tópico para sinalizar ao examinador ge a controvérsia, sendo importante que se abra um tópico para sinalizar ao examinador que você não esqueceu esse aspecto importante).que você não esqueceu esse aspecto importante). Todas as discussões trazidas em tópicos são controvertidas em mais de um Regional, ur-Todas as discussões trazidas em tópicos são controvertidas em mais de um Regional, ur- gindo por um posicionamento uniforme do TST, razão pela qual colaciona-se os julgados gindo por um posicionamento uniforme do TST, razão pela qual colaciona-se os julgados objeto de controvérsia em cada um dos pontos meritórios e das discussões jurídicas que objeto de controvérsia em cada um dos pontos meritórios e das discussões jurídicas que compõem esse recurso.compõem esse recurso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Nesse ponto, padece de nulidade o julgamento do 1º grau e do acórdão do TRT 16, por ofen- sa direta ao inciso LV do art. 5 º da CR/88. O juiz de primeiro grau se negou a ouvir as teste- munhas do réu, de forma arbitrária, não garantindo o livre desempenho do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Conforme se observa na última ata de audiência, o juiz indeferiu a oitiva de uma essencial testemunha da defesa, o que a prejudicou notada- mente, em ofensa ao texto constitucional. O juiz a quo, pela simples alegação do recorrido, sem ouvir a própria testemunha ou demais pessoas, concluiu que havia inimizade com o recorrido, não fundamentando em que meios de prova se valeu para fins de indeferir a oiti- va de testemunha idônea para provar os fatos elencados na peça de defesa. Diante disso, requer a nulidade da sentença nesse tocante, com a devolução dos autos para a instância de origem, no sentido de existir a devida produção regular da prova e garantindo o direito constitucional do contraditório. DO MÉRITO Não merece prosperar o respeitável acórdão do TRT 16, pelas razões a seguir expostas. PAUSA ALIMENTAR/INTERVALO INTRAJORNADA/CONDENAÇÃO INDEVIDA O TRT 16 manteve a condenação da recorrente, indevidamente, ao pagamento de intervalo intrajornada na sua integralidade, muito embora confessado que existia gozo de períodos pela recorrida, e, tal fato foi desconsiderado pelo juízo quando da sentença. No entanto, não merece prosperar, tendo em vista ser indevido o pagamento integral do intervalo, mas apenas do tempo suprimido (a diferença do tempo), e, ainda assim, com caráter indeniza- tório, sem repercussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT. Logo, não há como manter condenação sobre os reflexos em todas as verbas rescisórias, como feito na sentença. Além disso, o juiz não considerou que o intervalo concedido era superior ao ale- gado na peça Inicial, na medida em que o hospital dispunha de quarto de descanso para os profissionais de saúde, incluindo, o reclamante, que tinha à sua disposição. SOBRE A RUPTURA CONTRATUAL ENTRE AS PARTES – MERECE REFORMA O recorrido falta com a verdade na sua narrativa, na medida em que desempenhava ati- vidade compatível pela qual foi contratado, sendo que a ré cumpriu todas as obrigações trabalhistas, tendo o recorrido abandonado o serviço, sem qualquer justificativa, apesar de telefonemas do hospital para do seu retorno. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988 12 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Destaque-se que o motivo da ruptura contratual foi abandonode emprego, ocasião em que o obreiro deve ser penalizado por tal conduta, principalmente, porque, quando das suas verbas rescisórias, não incide multa de 40% do FGTS ou pagamento de aviso prévio, por exemplo. Assim, não há como prosperar os pedidos, haja vista inexistência de prova de qualquer vício de consentimento. Além disso, o recorrido deixou de forma injustificada de comparecer ao serviço, sem dar qualquer satisfação ao seu superior. Houve demonstração de que a recorrente entregava EPI aos seus funcionários e, sobretu- do, que houve, em alguns dias, problemas na aquisição de novos equipamentos, mas isso em decorrência de uma crise em escala global, como sabido. Tratou-se de uma situação pontual que não tem o condão suficiente para uma rescisão indireta, por ser esta uma me- dida extrema. Acerca da ruptura do contrato de trabalho, não há como prosperar pleitos de verbas na modalidade de dispensa sem justa causa ou rescisão indireta, pois está demonstrado do- cumentalmente que o reclamante abandonou o serviço numa situação crítica da saúde no Brasil com a pandemia da COVID 19. Não houve irregularidade contrato de trabalho que justificasse o abandono de emprego por parte do autor. Com base nisso, não há direito à indenização de 40% sobre o FGTS porque a autora pediu demissão, o que impede a pretensão, porque essa hipótese não é prevista na norma cogen- te, na forma do Art. 18, § 1º, da Lei n. 8.036/90 e Art. 9º, § 1º, do Decreto 99.684/90. O Acórdão do TRT 16 deve ser reformado nesse tocante. CONDENAÇÃO EM DANO EXTRAPATRIMONIAL INDEVIDA – MERECE REFORMA Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, a sentença de primeiro grau compreendeu que o recorrido sofreu desgaste emocional diante da carga de trabalho a que foi submetido durante a pandemia. Sobre alegação de pedidos de danos morais, não prospera, na medida em que o trabalhador, assim como todos os profissionais de saúde, teve carga aumentada com excesso de trabalho em razão da pandemia da COVID 19, razão pela qual tal fato não pode ser imputado ao empregador, pois não se pode imputar a ele uma situação de força maior. Nesse âmbito, destaca-se que se tratou de força maior e, com isso, configura-se uma excludente de responsabilidade civil do empregador, não podendo imputá-lo, pois não houve, em qualquer momento, abuso do poder diretivo. Além disso, a pandemia é uma situ- ação de força maior, razão pela qual exclui a responsabilidade do empregador, que, por sua vez, não gerou, direta ou indiretamente, a situação pandêmica. A título de princípio da eventualidade, caso mantida a condenação pelo TRT, requer a diminuição considerável do quantum indenizatório, diante das difíceis condições econômicas da recorrente e pelo exíguo período trabalhado (é possível formular pedidos sucessivos para fins de diminuir o quantum indenizatório, por exemplo). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela PEDIDO RECONVENCIONAL – URGE PELA MODIFICAÇÃO NO TRIBUNAL O abandono ao serviço de forma injustificada gerou graves prejuízos ao empregador, pois teve que contratar às pressas terceiras pessoas, gerando um prejuízo a mais na sua folha de pagamento de cinco mil reais. Com a situação da pandemia, e com o número de pacientes internados em um contexto de condições adversas para toda a sociedade, o reclamante/ reconvindo simplesmente abandonou, sem qualquer justificativa, o seu plantão. Para man- ter a qualidade dos serviços e as boas condições de atendimento, pois superior é o direito à saúde, o reclamado/reconvinte teve que fazer contratações emergenciais para manter a equipe, gerando um prejuízo ao hospital, conforme a prova documental em anexo, de cinco mil reais, o que deve ser ressarcido pelo dano causado pelo trabalhador à recorrente. REQUERIMENTOS FINAIS Pelo exposto e pelo que mais dos autos constam, requer-se o processamento e o provi- mento do presente recurso de revista para que o v. acórdão de fls. seja reformado em sua totalidade, reconhecendo o seguinte: requer seja acolhida a preliminar de nulidade por cer- ceamento de defesa, para determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, e, em consequência, seja anulada a sentença proferida, determinando o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, a fim de que seja reaberta a instrução processual e se proceda à oitiva da testemunha que não foi ouvida. Também requer que seja acolhida a preliminar da inépcia da inicial quanto ao pedido de feriados. Em relação aos demais pleitos, requer a modificação do julgado de 1º grau, com a reforma da sentença do juízo de piso para que sejam julgados improcedentes os pedidos de horas extras, danos morais, Por fim, requer que o presente recurso de revista seja conhecido e provido. Nestes termos, pede deferimento, Localização Advogado OAB/ ____________(não assine a peça)Advogado OAB/ ____________(não assine a peça) Sugere-se, ainda, como dicas: a) não use palavras ou expressões agressivas por mais grave e “revoltante” a situação fática trazida pelo examinador. Man- tenha-se numa linha ZEN, embora sua obrigação seja pedir tudo. b) faça pedidos sucessivos ou subsidiários diante do princípio da eventualidade. c) faça tópicos para cada pedido de reforma. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela d) saiba trabalhar bem com a ideia seja do que REFORMAR ou ANULAR. Pois isso já é um ponto diferencial no seu re- curso. Aqui você usa o mesmo que aprendeu quando estu- damos o RO. e) em grau de recurso, são duas peças. f) leia atentamente os fatos para filtrar aquilo que interessa ao seu cliente quando da elaboração do recurso. g) não esqueça a transcendência e como você deve colocar o seu caso concreto. 3. direito mAteriAl: sAlário e AdicionAis Na definição de empregado, nos termos do artigo 3 da CLT, a onerosidade é um dos re- quisitos essenciais para a caracterização da relação de emprego e considerar um indivíduo como empregado. É preciso receber uma paga pelo serviço executado. É a contraprestação. A contraprestação pecuniária pode ser considerada como salário e remuneração, sendo imprescindível conhecer os conceitos, as peculiaridades e diferenças entre uma e outra. O salário é conhecido é o conjunto de parcelas contra prestativas paga pelo empregador em razão da prestação de serviços no contrato firmado entre as partes. Por sua vez, a remu- neração seria considerada o gênero que incluiria o salário contratual e as gorjetas, bem como demais parcelas remuneratórias e indenizatórias. A ideia da CLT foi considerar o salário como origem dessa onerosidade paga diretamente pelo empregador. O que extrapolasse esse conceito base seria considerado remuneração. Uma importante constatação é que o salário seria aquela contraprestação paga diretamente pelo empregador. Isso difere da remuneração que pode ser a contraprestação pada diretamente pelo empre- gado ou pelo empregador. Nesse exemplo, temos as gorjetas. O PULO DO GATO A noção de remuneração abrange 3 acepções, pelo menos, na doutrina. Na 1ª acepção, como uma expressão sinônima de salários. Na 2ª acepção, como gênero das contraprestações. Na 3ª acepção, como o salário contratual adicionado das gorjetas. Com isso, destaca-se o artigo 457 da CLT: Art. 457.Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela § 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. § 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a re- muneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e desti- nado à distribuição aos empregados. § 4º Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, ser- viços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. Em continuidade, há o teor da Súmula 354 do TST que revela essa distinção entre salário e gorjeta, bem como de remuneração: GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontane- amente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. O PULO DO GATO O empregador não pode utilizar a gorjeta recebida de terceiros em estabelecimentos comer- ciais para compor o salário-mínimo a ser pago aos trabalhadores pela contraprestação de um serviço. Com esse raciocínio, surge a necessidade de entender o conceito de salário-mínimo, e, portanto, trazer à baila os artigos 76 e 78 da CLT: Art. 76. Salário-mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Art. 78. Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário-mínimo por dia nor- mal da região, zona ou subzona. Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário- -mínimo, vedado qualquer desconto em mês subsequente a título de compensação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Tanto o salário como a gorjeta, o que forma a remuneração, precisam constar nas anota- ções da CTPS, como determina o artigo 29 da CLT. Isso porque tais parcelas gerarão efeitos previdenciários para fins de pagamentos das contribuições e com impactos nos valores dos benefícios previdenciários e dos recolhimentos do FGTS. Essas verbas também entram na base de cálculo de todas as verbas rescisórias, bem como do cálculo do 13º salário. Por isso que existem demandas na Justiça do Trabalho para fins de reconhecimento da natureza salarial das verbas na remuneração e os pedidos de re- flexos em outras verbas, como, por exemplo, nos recolhimentos do FGTS, 13º salário e reco- lhimentos previdenciários. Isso faz grande diferença no cálculo total das verbas. GODINHO (2020;866) sustenta que o salário constitui “a parcela central devida ao trabalha- dor no contexto da relação de emprego”. Mas a expressão salário é utilizada como nome para determinadas parcelas salariais. GODINHO (2020;866) sustenta que são “as denominações impróprias da figura do salário”. Então, é comum na nossa vivência ter contato com a seguin- tes expressões: salário de contribuição, salário de benefício, salário família. Nesse ponto, há também denominações próprias da figura do salário que fazem uso de uma concepção técni- ca. Ora, sendo assim, é preciso fixar tudo através de um mapa mental: Denominações de salário Diferença conceitual da ideia de salário e remuneração. Remuneração inclui as gorjetas que passaram, em 2017, a ter um novo tratamento legal. Denominações próprias de salário: denominações efetivamente referenciadas à ideia de salário. Denominações impróprias de salário: utilização do nome salário para determinados benefícios que, às vezes, nem tem cunho trabalhista. Toda relação de emprego é onerosa - daí temos o salário. Salário de contribuição, salário de benefício, salário maternidade, salário família, salário educação. Salário mínimo, salário com- plessivo, salário base, salá- rio profissional, salário nor- mativo, piso salarial etc. Com base nisso, vamos analisar nesse tópico os conceitos dessas “denominações impró- prias da figura do salário”. (a) salário maternidade: benefício previdenciário que permite o pagamento do salário (re- muneração integral) para o parto e o subsequente período de afastamento materno. Isso tam- bém vale para o caso de doação de criança ou de guarda judicial para sua adoção. A licença maternidade é de 120 dias. É o teor do artigo 392-A da CLT que igualou as oportunidades tanto para as mães biológicas como para as adotantes. No mesmo prisma interpretativo, também estende para o caso de morte da genitora, em que é assegurado ao cônjuge ou companheiro o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela gozo de licença por todo o período da licença maternidade ou pelo restante que teria direito à mãe, exceto no caso de falecimento ou abandono do filho. É uma contribuição previdenciária apesar do nome “salário”. Significa a renda mensal calculada à base de remuneração integral da obreira gestante a ela paga diante do afastamento para a maternidade de 120 dias. (b) Salário educação: é a cobrança dessa parcela para o cumprimento das obrigações empresariais concernentes à prestação de facilidades da educação e do ensino a seus em- pregados. É uma contribuição social, apesar do nome “salário”. (c) Salário – família: também é um benefício previdenciário em que se constitui em parce- la ao trabalhador de baixa renda em função do número de dependentes menores de 14 anos. Tais parcelas são pagas ao empregado. O empregador faz esse pagamento mediante a com- pensação de valores no montante dos recolhimentos previdenciários. (d) Salário de contribuição e salário de benefício: aqui estamos usando denominações referentes ao direito previdenciário. Nos dois casos, o salário de contribuição é o parâmetro remuneratório da pessoa filiada ao INSS, no RGPS – Regime Geral de PrevidênciaSocial – para incidir a alíquota correspondente ao seu recolhimento previdenciário. No caso do salário de benefício é o parâmetro da prestação previdenciária paga pelo INSS ao segurado. São ins- trumentos de natureza previdenciária. Ocorre que a denominação salário também podem usar em sentido técnico próprio para fins de aplicar conceitos ao correto uso da ideia de salário, como salário-mínimo, salário base, salário contratual, salário complessivo etc., que vamos analisar abaixo os principais concei- tos. Nesse caso, a expressão salário foi usada dentro de um viés trabalhista. Com base nisso, destacam-se: (a) salário progressivo: é tudo que se acrescenta ao salário base, como as gorjetas, os adicionais, a habitualidade das horas extras etc., que vai aumentando o salário base. (b) salário-mínimo: é aquele previsto como o mínimo para se receber quando se está na jornada de 44 horas semanais ou 8 horas diárias. Nesse ponto, o trabalhador, segundo a CF/88, nos termos do artigo 7, IV estipula que esse é o mínimo constitucional para o recebi- mento dos trabalhadores (c) salário profissional: é o valor mínimo que determinado trabalhador pertencente à uma categoria profissional, legalmente especificado. Exemplo: cirurgião – dentista, médicos etc. (d) salário normativo: é o piso mínimo determinado nas negociações coletivas – Acordo Coletivo do Trabalho ou Convenção Coletiva do Trabalho. É o parâmetro salário mais baixo autorizado por uma negociação coletiva, no contexto de determinada categoria ou o que for determinado na sentença normativa também. É preciso analisar esse tipo de salário nos ter- mos do artigo 611 da CLT. (e) Salário complessivo: trata-se de uma criação jurisprudencial. Nesse caso, significa, nos termos da súmula 91 do TST, aquele salário que não faz a identificação pontual e corre- ta do que vem sendo adimplido. É preciso identificar especificamente cada parcela legal ou O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela contratual devida ao trabalhador. Não se pode, por exemplo, pagar R$ 2.000,00 referentes às verbas rescisórias. É preciso que o empregador especifique cada parcela com o respectivo valor. Não se pode simplesmente dar uma ideia geral do que vem sendo pago. É preciso sim especificar cada parcela e rubrica que efetivamente foi pago. Nesse ponto, destaca-se o teor da Súmula 91 do TST: SALÁRIO COMPLESSIVO. Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador. O salário deve ter diferentes parcelas na sua composição. As parcelas podem ser de na- tureza indenizatória ou remuneratória /salarial. Parcelas indenizatórias são aquelas que não incidem na base do salário para fins de verbas rescisórias, como, por exemplo, a PLR – Parti- cipação de Lucros e Resultados ou férias vencidas pagas em dobro, por exemplo, bem como as multas dos artigos 467 e 477 da CLT, indenização por danos morais, materiais etc. Parcelas remuneratórias ou salariais são aquelas em que há incidência de contribuição previdenciária ou que incide na base de cálculo e no cômputo de demais verbas trabalhistas. Por exemplo, temos as horas extras, os adicionais seguintes: noturno, insalubridade e peri- culosidade. Além disso, temos a incidência sobre o 13º salário, comissões, percentagens, abonos e prêmios. O PULO DO GATO Com a Reforma Trabalhista, foram excluídas do rol salarial as seguintes parcelas: ajudas de custo, auxílio alimentação, diárias pagas para viagem, prêmios, abonos. As parcelas remuneratórias INTEGRAM O SALÁRIO do trabalhador. As parcelas indeniza- tórias NÃO INTEGRAM O SALÁRIO do trabalhador. Nesse ponto, apenas indeniza uma situa- ção em prol do trabalhador no contrato de trabalho. Destaca-se a CLT, especificamente, o artigo 457, § 1º: Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. O aviso prévio demonstra certa peculiaridade: Quando trabalhado, ele é de natureza salarial, mas não quando não, chama-se indenizado e, com isso, não entra na base de cálculo. Lembre-se que a projeção do aviso prévio para fins de dar baixa na CTPS do trabalhador deve levar em consideração o “prazo” do aviso prévio proporcional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Acerca desse EFEITO EXPANSIONISTA CIRCULAR, destaca-se a posição de GODINHO (2020;873): Trata-se daquilo que denominamos efeito expansionista circular dos salários, que é sua aptidão de produzir repercussões sobre outras parcelas de cunho trabalhista e, até mesmo, de outra natu- reza, como, ilustrativamente, previdenciária. Por essa razão, o estudo das parcelas componentes do salário deve fazer-se paralelamente à identificação das verbas não salariais pagas ao mesmo empregado. Efeito expansionista circular Parcelas indenizatórias Parcelas salariais ou remuneratórias Reforma trabalhista: excluiu a natureza salarial das verbas sobre ajudas de custo, auxílio-alimentação, diárias para viagens, prêmios, abonos. Dano moral, multas dos arts. 467 e 477 da CLT. Aviso prévio indenizado. Férias em dobro vencidas mais um terço. Recolhimentos do FGTS e da multa dos 40% do FGTS. 13o salário, adicionais noturno, periculosidade, insalubridade DSR - descanso semanal remunerado gorjetas aviso prévio trabalhado (a) Parcelas salariais tipificadas: são as previstas em regra geral. São os salários básicos, percentagens, 13º salário, comissões. (b) Parcelas salarias não tipificadas: são as previstas em negociações coletivas que trans- formam determinadas verbas como já salariais. (c) Parcelas salariais dissimuladas: são quando se busca fraudar a natureza de verba sa- larial com uma denominação que desvirtua a real natureza das verbas. Por exemplo: diárias quando, na verdade, é salário por fora. GODINHO (2020;875) conceitua o alcance da parcela salarial dissimulada: Há figuras que não têm originariamente natureza salarial, mas que, em virtude de uma conforma- ção ou utilização fraudulenta no contexto da relação empregatícia, passam a ser tratadas como salário; são parcelas salariais dissimuladas. Registre-se que, caso utilizadas regularmente, tais parcelas não teriam, sem dúvidas, natureza salarial. Entretanto, sua utilização irregular, com obje- tivos contraprestativos disfarçados, frustrando a finalidade para a qual foram imaginadas, conduz ao reconhecimento de seu efetivo papel no caso concreto, qual seja de suplementação, ainda que dissimulada, de contraprestação paga ao empregado pelo empregador. É o que ocorre que com as ajudas de custo, quer com as diárias de viagem, quando irregularmente concedidas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Destacam-se aqui as diárias de viagem e as ajudas de custo. Essas parcelas possuem na- turezasalarial. Isso porque implicam ressarcimento das despesas efetuadas pelo empregado. Antes da Reforma Trabalhista, a CLT fazia uma distinção a depender do percentual das di- árias para viagem. Era fixado um parâmetro de 50% do salário contratual. Havia uma espécie de presunção. Com a Reforma Trabalhista, essa distinção não tem mais razão de ser. Não existe mais a distinção dos 50%. Agora tudo é natureza indenizatória. Como já comentei acima, no caso concreto, essa parcela pode ser usada de maneira fraudulenta para “esconder” a verdadeira natureza da verba que, por sua vez, pode ser um salário por fora. Entendeu? Daí ocorre a ideia de verba de natureza indenizatória ou, simplesmente, pode existir uma fraude, em que se usa essa verba para esconder uma verba remuneratória que poderia onerar a folha de pagamento do empregador. Aliás, é uma noção da Reforma Trabalhista exatamente abranger o maior número de par- celas como de natureza indenizatória, sem integração na base de cálculo, razão pela qual de- sonera muito a folha de pagamento do empregador. A natureza indenizatória não gera valores para fins de cálculos de outras verbas, base de cálculo para recolhimento do FGTS, férias, 13º salário, DSR etc. Por isso que é importante ter esse conhecimento da diferença de verbas rescisórias como indenizatórias, bem como do que integra ou não os salários do trabalhador. O PULO DO GATO Com a Reforma Trabalhista, as ajudas de custo e diárias de viagem são de natureza indeni- zatória, independentemente da porcentagem sobre o salário contratual do trabalhador. Se houver fraude no pagamento dessa verba, transmuda-se essa verba em natureza salarial, integrando o salário do obreiro para todos os fins. O mesmo raciocínio vale para as chamadas verbas de representação. Acerca das parcelas não salariais, ou seja, de natureza indenizatória, é preciso tecer algu- mas considerações: (a) parcelas de natureza indenizatória: aqui temos as diárias para viagens e as ajudas de custo, vale transporte, por exemplo. Como já mencionei antes, aqui incluímos a indenização das férias não gozadas, aviso prévio indenizado, as multas dos artigos 467, 477 e 478 da CLT nos casos de rescisão do contrato de trabalho; recolhimentos do FGTS com a multa dos 40%; indenizações convencionais e normativas; indenizações por dano moral; indenização substi- tutiva do seguro-desemprego. (b) outras parcelas de natureza instrumental e de direito intelectual. Nesse ponto, des- taca-se que a PLR (Participação de Lucros e Resultados), as parcelas de direito intelectu- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela al, principalmente, aquelas previstas no direito de propriedade industrial, nos termos da Lei n. 9609/98, direitos intelectuais relativos ao software. Temos aqui o vale cultura e, ainda, os instrumentos de trabalho, como vestuário, uniformes, veículos, EPI etc. Temos também que tratar das parcelas pagas por terceiros. É caso clássico das gorjetas que vamos abordar no próximo capítulo. Essas gorjetas, como veremos são parcelas habitu- ais e contraprestativas em função do serviço prestado. Possui natureza jurídica salarial. O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem. Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação. A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens devidas. Destaque-se aqui a súmula 354 do TST: GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES. As gorjetas, cobradas pelo empre- gador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso- -prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. Importante trazer à baila as conhecidas “gueltas” que também são pagas por terceiros. Com base nisso, destaco a citação de GODINHO (2020;888): As gueltas também são parcelas pagas por terceiros aos empregados de empresas usualmente no ramo de revendas (comércio). São estímulos materiais entregues, comumente, por produtores a empregados vendedores do ramo comercial, em face de vendas realizadas de seus produtos. Trata-se de verba não tipificada em lei, resultante da criatividade empresarial. As gueltas não se enquadram como salariais por não atenderem o requisito de serem pagas pelo empregador, mas sim por terceiros. São tidas como parte da remuneração do tra- balhador, mas não integram o salário. Nos termos da súmula 354 do TST, elas não integram para fins de pagamento do aviso prévio indenizado, adicional noturno, horas extras e DSR. As gueltas são levadas em consideração para os fins de cálculos de férias mais um terço, recolhimentos do FGTS, aviso prévio trabalhado e salário da contribuição previdenciária. É importante ter esse conhecimento sobre conceito e repercussões sobre gueltas e re- flexos, integrando ou não o salário. Observe-se, ainda, que os honorários advocatícios da sucumbência do advogado empregado. Nesse caso, o que ele recebe como honorários além dos salários leva em consideração para fins de integração ao salário, aproximando-se das gorjetas. Veja o mapa mental abaixo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela É quando o empregado tem direito de opção para aquisição de ações. A jurisprudência do TST não pacificou o entendimento. O empregador outorga, dentro da assembleia geral, opção de compra de ações a seus adminis- tradores ou empregados. REMUNERAÇÃO R$ gueltas Gorjetas nova lei do rateio de gorjetas - recebimento de valores diretamente do empregador ou de terceiros. stock options Na área comercial. O trabalhador recebe valores a mais no caso de revendas de produtos. Recebe as gueltas de terceiros. Não integra o salário, mas sim à remuneração para efeito de algumas verbas. São estímulos materiais entregues por produtores a empregados vendedores do ramo comercial em face das vendas realizadas de seus produtos. Verba não tipificada em lei diante da criatividade empresarial. A Lei 13.419/2017 trouxe nova regulamentação sobre as gorjetas. É conhecida como Lei do Rateio de Gorjetas. Observe-se, ainda, o disposto na CLT, especificamente, o artigo 457, § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao em- pregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao em- pregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. O PULO DO GATO Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao emprega- do, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. A gorjeta mencionada não constitui receita própria dos empregadores, destina-se aos tra- balhadores e será distribuída segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção ouacordo coletivo de trabalho. Inexistindo previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, os critérios de rateio e distribuição da gorjeta e os percentuais de retenção serão definidos em assembleia geral dos trabalhadores. Dispõe a CLT: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Art. 457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e desti- nado à distribuição aos empregados. Muito cuidado com as empresas que cobram gorjeta: (1) para as empresas inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até 20% (vinte por cento) da arrecadação correspondente; (2) para as empresas não inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até 33% (trinta e três por cento) da arrecadação corres- pondente, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Para a prova ficar atento (a) a essa diferença de percentual que pode ser de: (1) 20% ou (2) 33%. Nos casos acima, tudo deve ser mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas derivados da sua integração à remuneração dos empregados, devendo o valor remanescente ser revertido inte- gralmente em favor do trabalhador. É obrigação do empregador anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no con- tracheque de seus empregados o salário contratual fixo e o percentual percebido a título de gorjeta. Além disso, o empregador deve anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social de seus empregados o salário fixo e a média dos valores das gorjetas referentes aos últimos doze meses. E quando o consumidor diretamente quer pagar a gorjeta ou paga ao trabalhador? Nesse caso, a gorjeta terá seus critérios definidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho, facultada a retenção nos parâmetros nos percentuais de 20% ou 33% que já vimos. E se for encerrado o recebimento das gorjetas? Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta, desde que cobrada por mais de doze meses, essa se incorporará ao salário do empregado, tendo como base a média dos últimos doze meses, salvo o estabelecido em convenção ou acordo coletivo de trabalho. O PULO DO GATO Para a inserção no contrato de trabalho para fins de corporação no salário do empregado/ remuneração, a cobrança de gorjeta deve ser superior ao período de 12 meses. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída comissão de empre- gados, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para acompanha- mento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição da gorjeta. Nessa comissão de empresas de mais de 60 empregados, os representantes serão eleitos em assembleia geral convocada para esse fim pelo sindicato dos trabalhadores daquela categoria. Esses representantes eleitos gozarão de garantia de emprego vinculada ao desempenho das funções para que foram eleitos, e, para as demais empresas, será constituída comissão intersindical para o referido fim. Comprovado o descumprimento pelo empregador, ele pagará ao trabalhador prejudicado, a título de multa, o valor correspondente a 1/30 (um trinta avos) da média da gorjeta por dia de atraso, limitada ao piso da categoria, assegurados em qualquer hipótese o contraditório e a ampla defesa, observadas as seguintes regras: I – a limitação prevista neste parágrafo será triplicada caso o empregador seja reincidente; II – considera-se reincidente o empregador que, durante o período de doze meses, des- cumpre por mais de sessenta dias. O PULO DO GATO A Lei do Rateio das Gorjetas trouxe uma nova espécie de garantia provisória no empregado para o eleito da comissão que fiscalizará o correto rateio das gorjetas. Importante destacar que o valor remanescente desse rateio será revertido integralmen- te ao trabalhador, não podendo ingressar no patrimônio do empregador. Vamos fixar com o mapa mental: Gorjetas no ordenamento brasileiro A gorjeta não constitui receita própria dos empregadores, destina-se aos trabalhadores e será distribuída segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. As empresas deverão anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social de seus empregados o salário fixo e a média dos valores das gorjetas referente aos últimos doze meses A gorjeta, quando entregue pelo consumidor diretamente ao empregado, terá seus critérios definidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho, facultada a retenção Anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no contracheque de seus empregados o salário contratual fixo e o percentual percebido a título de gorjeta. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Por fim, as parcelas não salariais devidas e pagas pelo empregador. São as parcelas pa- gas como indenização de despesas, como, por exemplo, o vale transporte. Nesse ponto, as verbas são de natureza indenizatória, destacando-se como as parcelas pagas como instru- mento in natura, nos termos do artigo 458 da CLT, bem como as parcelas a título de PLR, di- reitos intelectuais, indenização do artigo 9 da Lei n. 7.238/1984, indenizações convencionais e normativas. O salário in natura é aquele que substitui o valor pago em dinheiro, sendo fornecidos ou- tros bens. Nesse caso, deve se destacar que não são possíveis pagamentos mediante bebi- das e cigarros. Relevante o conhecimento sobre a súmula do TST: Súmula 367 do TST: UTILIDADES “IN NATURA”. HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍ- CULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a reali- zação do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utili- zado pelo empregado também em atividades particulares. II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. seguros de vida e de acidentes pessoais; previdência privada; valor correspondente ao vale-cultura. assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde transporte destinado ao deslocamentopara o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações “in natura” que a empresa por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. Salário in natura ou utilidades O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de coabitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família. O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedi- do em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipu- lado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne às comissões, percentagens e gratificações. Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. Obs.: � CUIDADO! QUINTO DIA ÚTIL DO MÊS SUBSEQUENTE! O PULO DO GATO A habitação e a alimentação fornecidas como salário utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário contratual. Cuidado que as bancas de provas fazem confusão com esses percentuais. Fica esperto! HABITAÇÃO – 25% e ALIMENTAÇÃO – 20%. As características dos salários são: natureza alimentar, ideia forfetária, indisponibilida- de, irredutibilidade, periodicidade, persistência, continuidade e natureza composta. O salário deve ter sua natureza proporcional, correspondente e suficiente. Quanto ao aspecto alimentar, o salário serve como sustento e fonte de sobrevivência do trabalhador e do seu núcleo familiar. Isso tem base no artigo 7, IV da CF/88 em consonância também com o artigo 100. É, sem dúvida, uma verba de natureza alimentícia. Por isso, os sa- lários possuem uma margem de impenhorabilidade, nos termos do CPC e da jurisprudência sobre o tema. Muito importante esse caráter forfetário tratado pelo GODINHO (2020; 893) que é conceituado da seguinte forma: O caráter forfetário da parcela traduz a circunstância de o salário qualificar-se como obrigação ab- soluta do empregador, independentemente da sorte do seu empreendimento. O neologismo criado pela doutrina acentua, pois, a característica salarial derivada da alteridade, que distingue o empre- gador no contexto da relação de emprego (isto é, o fato de assumir, necessariamente, os riscos do empreendimento e do próprio trabalho prestado – art. 2, caput, CLT). A característica da irrenuncia- bilidade traduz a circunstância de a verba salarial não poder ser objeto de renúncia ou de transação lesiva no desenrolar da relação empregatícia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Por isso que não cabe aqui discussão do empregador alegar dificuldades financeiras para não pagar os salários do trabalhador. Nem este pode renunciar à verba alimentar. O referido salário é irredutível, na medida que, em regra, não pode haver redução bilateral do valor. No Brasil, em 2020, diante da pandemia da COVID 19, tivemos a MP 936 que permitiu sim a redução da jornada e do salário em uma situação excepcional e pontual. O empregador tem poder diretivo e, assim, também assume os riscos do empreendimen- to. Com isso, deve arcar com os valores do salário. Para que ocorra essa redução exige-se, portanto, previsão NORMATIVA ou legislativa. No primeiro caso é o acordo japonês como é conhecido. Implica dizer que trata de situação excepcional e temporária. O salário deve ser periódico. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne às comissões, percentagens e gratificações. O PULO DO GATO Podem ser pagas em mais de um mês as comissões, percentagens e gratificações. O paga- mento do salário deve ser, no máximo, em um mês. Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País. O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se como não feito. O pagamento do salário deverá ser efetuado contrarrecibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho. A verba salarial também tem um caráter de continuidade ou persistência na medida em que os trabalhadores possuem uma presunção de contrato por prazo indeterminado. Além disso, a verba salarial pode ser composta, ter um caráter progressivo. A composição é de um salário básico como também podem recair sobre adicionais, comissões etc. Por isso, que a composição ainda pode ter os reflexos de horas extras, adicionais noturno, insalubrida- de e de periculosidade. O PULO DO GATO Entre os adicionais mais comuns de provas, temos: (1) adicional noturno urbano – 20% (2) adicional noturno rural – 25% (3) adicional de insalubridade – 10%, 20% e 40% e adicional de periculosidade – 30%. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Temos aqui o caráter pós remuneratório, na medida em que o fato do empregador não pagar o salário no período legal determinado não faz sumir o direito de recebimento do sa- lário. Ou seja, após a prestação do serviço, tem o empregador o direito de fazer os devidos pagamentos dos salários. Há o caráter sinalagmático também que significa o seguinte: o direito ao recebimento do salário após a devida contraprestação, com a execução das atividades do contrato de empre- go. O próprio contrato tem a natureza de relação comutativae sinalagmática que incorpora nas características do salário. A doutrina ressalva que o salário deve ter caráter proporcional e razoável, na medida em que, em tese, o valor do salário deve ser razoável com a atividade desempenhada. Isso é inte- ressante pela máxima interpretativa do artigo 7, IX da CF/88. Com base nisso, o constituinte, nos termos do artigo 7 da CF/88 faz proteção aí piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do salário, bem como o respeito ao mínimo salarial. Veja o mapa mental sobre as características e disposições na CLT sobre os salários: possui garantias pela sua natureza alimentar continuidade - presume-se que a relação de emprego é de trato sucessivo, continuado natureza alimentar - artigos 7, IV e 100 da CF/88 natureza forfetária: garantia absoluta do trabalhador de recebimento, pois é do empregador os riscos do empreendimento periodicidade: O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. prazo de pagamento do salário: Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido Salários e características Por fim, destacam-se os limites de ao empregador no caso de descontos dos salários, por ser matéria relevante para as provas objetivas. Com isso, é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela É vedado também à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos em- pregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações “ in natura “ exercer qual- quer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não man- tidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas ade- quadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços ra- zoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício dos empregados. É vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. O PULO DO GATO Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibili- dade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. Temos nessa classificação a ideia de SALÁRIO BASE ou salário básico, que pode se equi- parar ao salário-mínimo ou não. É a partir desse salário base que serve como base de cálculo para os demais adicionais, horas extras etc. Com isso, quando se acrescem esses adicionais, por exemplo, estamos tratando do salário progressivo. Também há a possibilidade de pagamento em salário e PAGAMENTO DE SALÁRIO EM UTILIDADE. Essa utilidade pode ser BENS OU SERVIÇOS. Pelo teor desse artigo, além do pa- gamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações “in natura” que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o paga- mento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. Os tipos de salário, mediante os modos de aferição salarial, podem ser por unidade de tempo. Nesse caso, não pode ultrapassar ao pagamento mensal. Esse é o máximo. Mas o empregador pode ajustar o pagamento mensal, quinzenal, semanal. Nesse caso, aqui o crité- rio é o tempo que não pode ser o máximo de 1 mês. Os valores devem ser pagos até o quinto dia útil do mês subsequente. Destaque-se a OJ 358 do TST que trata da questão com a seguinte ótica: Orientação Jurisprudencial 358/TST-SDI-I - 14/04/2008 - Jornada de trabalho. Salá- rio-mínimo e piso salarial proporcional à jornada reduzida. Possibilidade. CF/88, art. 7º, IV e XIII (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.2.2016). I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão cons- titucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.legjur.com/legislacao/art/cf8800000001988-7 https://www.legjur.com/legislacao/art/cf8800000001988-7 30 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela piso salarial ou do salário-mínimo proporcional ao tempo trabalhado. II – Na Adminis- tração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida remuneração de empregado público inferior ao salário-mínimo, ainda que cumpra jornada de trabalho reduzida. Pre- cedentes do Supremo Tribunal Federal. Os salários também podem ser pagos por unidade de obra, considerando a produção al- cançada, com o número de peças produzidas, por exemplo. É o que ocorre nas percentagens ou comissões, conforme a súmula 340 do TST. É possível o salário- tarefa relacionado com a meta de produção atingida. Nesse sentido, considero importante o conceito trazido por GO- DINHO (2020;904): Acopla-se um certo parâmetro temporal (hora, dia, semana ou mês) um certo montante mínimo de produção a ser alcançado pelo trabalhador. Por esse sistema, caso o trabalhador atinja a meta de produção em menor número de dias da semana, por exemplo, dois efeitos podem ocorrer, a juízo do interesse do empregador: libera-se o empregado do trabalho nos dias restantes, garantido o sa- lário padrão fixado; ou, alternativamente, determina-se a realização de uma produção adicional, no tempo disponível restante (pagando-se, é claro, um plus salarial por esse acréscimo de produção). Nesse panorama, essa classificação é salário base, com a possibilidade de progressivi- dade das verbas que serão acrescentadas, como os adicionais, as horas extras etc. Ao lado disso, o pagamento do salário pode ser por período, unidade de obra ou por tarefa. O Salário utilidade é o salário in natura durante o contrato de trabalho em que o trabalha- dor receberá bens ou serviços diferentes do pagamento em espécie. NÃO SÃO PARTES INTE- GRANTES DO SALÁRIO contratual do obreiro. É preciso ter HABITUALIDADE na prestação do fornecimento do bem ou serviço. Temos a HABITUALIDADE DO FORNECIMENTO! É um caráter prestacional, habitual ao lon- go do contrato de trabalho. Veja que é o único requisito exigido. Por exemplo, a gratuidade não é um requisito necessário. Outro requisito importante é que essa utilidade tem CARÁTER CONTRAPRESTATIVO da atividade desempenhada. O PULO DO GATO No caso de salário utilidade, existe habitualidade do fornecimento. A habitualidade espontâ- nea e eventual da utilidade não conduz ao caráter salarial. Isso também não gera a obrigação contratual ao empregador. Essa habitualidade que mencionamos pode ser diária, semanal ou quinzenal, bem como semestral ou anual. Não existe natureza salarial quando a utilidade se transforma para a ins- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela trumentalização das atividades. Destaca-se o artigo 458, § 2º da CLT. São as excludentes do salário utilidade. É muito importante você memorizar todo esse dispositivo. Tem-se como excludentes dessa característica de utilidade os seguintes: (1) o bem ou serviço fornecido como meio de tornar viável a própria prestação de serviços, como, por exemplo, os uniformes; (2) o bem ou serviço como meio de aperfeiçoar a prestação dos servi- ços, como o curso de informática para o trabalhador melhorar seus conhecimentos no EXCEL, por exemplo, ou fornecimento de carro para o trabalhador de venda externa; (3) o bem ou serviço ofertado pelo empregador em cumprimento do seu dever legal; (4) fornecimento de vale transporte; (5) fornecimento de EPI – equipamento de proteção individual; (6) serviços de saúde, assistência médica, odontológica, hospitalar; (7) vale cultura; (8) cursos em estabele- cimentos privados de ensino próprio ou de terceiros; (9) seguros de vida e acidentes pessoais. Cabe aqui uma peculiaridade com a ALIMENTAÇÃO. Destaca-se a súmula 241 do TST: Súmula 241/TST - 05/12/1985 – Salário utilidade. Alimentação. CLT, art. 458. «O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. De maneira geral, a alimentação é salário utilidade, desde que não seja entregue para fins de viabilizar a prestação de serviços, como pode acontecer nas plataformas marítimas, em que o deslocamento se encontra absurdamente fora da logística ou se trate, por exemplo, de empresa em local de difícil acesso, em local ermo etc. Se A ALIMENTAÇÃO FOR OFERTADA NOS TERMOS DO PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador, deixará de ter caráter salarial. Também pode perder o caráter salarial se for previsto mediante negociação coletiva – ACT ou CCT. É o caso, por exemplo, da cesta básica pode entregar sem caráter salarial para o empregador. Importante analisar quando se trata de ACT ou CCT. Ora, existe entendimento sumulado (OJ 413 da SDI-I do TST) no sentido de que se o empregado recebia a utilidade com caráter salarial e a negociação coletiva modifica essa natureza, não muda a natureza para o trabalha- dor. Ou seja, a natureza da norma continua salarial. A norma coletiva só vale para os contratos novos. A norma coletiva terá plena validade no tocante aos contratos novos. O artigo 458 da CLT proíbe expressamente as utilidades como BEBIDAS ALCOOLICAS E DROGAS NOCIVAS. O rol de utilidades pertinentes não se trata apenas de bens, mas também serviços. Isso pelo caráter prejudicial desses bens na saúde pública. Aqui estamos diante de parcelas salariais como salário básico, abono, adicionais, gratifi- cações e comissões. É preciso analisar com calma essas parcelas. Por isso, nesse capítulo, tratarei como você apenas do salário básico e do abono. O salário base tem o mesmo signi- ficado que salário básico, no que tange à parcela mais relevante da relação de emprego. É o teor do artigo 459 da CLT: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.legjur.com/legislacao/art/dcl_00054521943-458 32 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Art. 459. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser es- tipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. § 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. Aqui se registra a periodicidade mensal como regra. É nesse ponto que temos o princípio da irredutibilidade salarial, nos ternos do artigo 7, VI da CF/88 e a exigência de ser o mínimo constitucional. Destaque-se que para aqueles que são comissionistas PUROS, ou seja, são pagos me- diante exclusivamente comissão, deve ser garantido o mínimo constitucional. A complemen- tação deve ser do empregador e não pode compensar o que for recebido nos meses anteriores. Os abonos são descritos como as antecipações pecuniárias efetuadas pelo empregador ao empregado, como se fossem adiantamentos salariais. Não se confunde com o abono usa- do lá nos capítulos da CLT quanto às férias, nem como o abono PIS/PASEP. As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimenta- ção, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. Com a Reforma Trabalhista de 2017 ficou evidente que não se trata de ABONO DE NATU- REZA NÃO SALARIAL. Cuidado com o artigo 457 da CLT que tratou especificamente do que entende como natureza salarial. O que não consta aqui é de natureza não salarial. Logo, Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comis- sões pagas pelo empregador. Os Adicionais significam em PARCELAS CONTRAPRESTATIVAS SUPLEMENTARES devi- das ao empregado em razão dos seus exercícios/atividades de trabalho em circunstâncias especiais, como, por exemplo, mais gravosas. Os adicionais podem ter natureza constitucional, legal ou convencional, referente ao acor- do coletivo e negociação coletiva. Aqui temos os adicionais de insalubridade e periculosida- de. Temos aqui os percentuais diferentes para cada adicional. A insalubridade pode variar, conforme o salário-mínimo, nos percentuais de 10%, 20% ou 30%. O adicional de periculosidade é no percentual de 30% sobre o salário contratual. Veja que as bases de cálculo são diversas e também os percentuais. Sobre estes adicionais, destaca- -se a posição de GODINHO (2020; 924): Tais parcelas salariais sempre terão caráter suplementar com respeito à parcela salarial principal recebida pelo empregado, jamais assumindo (ao contrário das comissões, por exemplo) posição central na remuneração obreira. De maneira geral, correspondem a uma expressão pecuniária (o que ocorre com todos os adicionais legais), embora ao seja incompatível com a figura a criação es- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela tritamente convencional de uma parcela dessa natureza paga em utilidades (adicional de fronteira, por exemplo, pago em meio de uma utilidade funcional). Os adicionais, dessa forma, SÃO PARCELAS SALARIAIS deferidas suplementarmente em razão da atividade mais perigosa, mais insalubre, mais danosa ao trabalhador. Este também é o entendimento do TST. Importante destacar que esse adicionais não são permanentes do contrato, podendo ser suprimidos. É o caso, por exemplo, quando o trabalhador estava num ambiente insalubre e foi remanejado para um setor não salubre. Ou antes estava num setor em grau máximo de insa- lubridade e foi para um setor de nível médio ou leve. Nesses casos, não estamos tratando de ofensa à irredutibilidade salarial. Isso porque os adicionais não entram nessa regra da irredutibilidade.Sendo assim, pode existir, na verdade, a supressão, haja vista que isso representa uma melhoria, no fim das con- tas, das condições de vida e de trabalho do obreiro. Por isso, não há quaisquer problemas nesse caso de supressão dos adicionais quando há extinção das condições insalubres, perigosas, noturnas etc. Veja que nos casos de adicionais TAMBÉM É IMPORTANTE A VERIFICAÇÃO DA HABITUALIDADE. O PULO DO GATO Sobre o adicional de insalubridade, é importante você levar consigo a súmula vinculante n. 04 do STF: Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial. Os adicionais também podem ser previstos em normas coletivas, tais como quebra de caixa, adicional de risco, adicional por tempo de serviço etc. Um outro adicional interessante ocorre quando estamos tratando de acúmulo e função em que o trabalhador faz jus a um plus salarial em relação ao seu salário base diante de um valor a mais em relação às outras fun- ções desempenhadas. Então, os adicionais podem ser constitucionais, legais e normativos – CCT e ACT. Deixo um último mapa mental para você: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela Adicionais na medicina e segurança do trabalho na CLT Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem no grau máximo, médio e mínimo. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 4. mAis notíciAs recentes do tst interessAntes pArA As provAs Trago para você assuntos muito relevantes julgados pelo TST no ano de 2022 (janeiro a maio) que podem ser úteis tanto para você revisar como para ter um substrato melhor nas suas provas. Para mim, sempre foi mais didático estudar jurisprudência para ler melhor os extratos legislativos. RESPEITO AQUI OS DIREITOS AUTORAIS DO TST, registrando que as notícias relevantes para as nossas provas foram extraídas do site oficial do TST, que inclusive recomendo que você esteja sempre lendo para se atualizar sobre as notícias dos julgamentos. Sei que é muita coisa para estudar, mas é uma ferramenta muito boa que te recomendo. Por exemplo, ajudou- -me muito no meu concurso da Magistratura. Vamos lá? 1) Empresa de logística vai indenizar ajudante de entrega que recebia valores. 25/04/22 – A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Horizonte Lo- gística Ltda., de Benevides (PA), a indenizar um ajudante de entrega que recebia e conferia os valores das mercadorias entregues aos clientes. A Turma entendeu que ele ficava exposto a situação de risco sem o treinamento específico para o desempenho da atividade de transporte de valores. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela • Sem treinamento Na reclamação trabalhista, o empregado, que prestava serviços para a Ambev S.A., disse que suas tarefas envolviam receber, na entrega de bebidas, valores que variavam entre R$ 9 mil e R$ 30 mil diariamente, e transportá-los até a tesouraria da fabricante para prestação de contas. Segundo ele, a equipe no caminhão, que tinha um cofre, era formada por um motorista e dois ajudantes, sem nenhum treinamento para essas atribuições. • Sem comprovação O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (PA/AP) julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais, por entender que não houve comprovação de que o ajudante tivesse sofrido assalto ou outro tipo de violência no exercício de suas funções. Para o TRT, o fato de o empregado se sentir inseguro no trabalho não autoriza o pagamento de indenização, e o recebimento do pagamento pelas mercadorias não pode ser equiparado ao transporte de valores, que exige vigilância armada. • Risco potencial A relatora do recurso de revista do ajudante, ministra Maria Helena Mallmann, observou que, de acordo com a jurisprudência do TST, a conduta da empresa de determinar que o empregado desempenhe atividade de transporte de valores em razão da comercialização de produtos, sem o treinamento específico, autoriza a condenação ao pagamento de inde- nização. Segundo ela, esse procedimento coloca em risco potencial a saúde e a integridade física do trabalhador. (DA/CF) Processo: RR-397-11.2020.5.08.0002 2) TST garante manutenção de função exercida por 30 anos por empregado da ECT. 20/04/22 – A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Supe- rior do Trabalho considerou ilegal a supressão do pagamento da função gratificada exercida por 30 anos por um técnico de correios de Curitiba (PR) da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Para o colegiado, embora a Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) tenha afastado o direito à incorporação, a regra não pode ser aplicada nos casos que se passaram antes da sua entrada em vigor. • Redução salarial indevida Na ação trabalhista, o técnico de correios disse que fora admitido em maio de 1980 e que, de 1987 a 2017, havia exercido função gratificada. Considerando os princípios da irredutibili- dade salarial e da estabilidade financeira, ele pleiteou a manutenção da parcela no seu salário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm 36 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela • Decisões divergentes O juiz da 10ª Vara do Trabalho de Curitiba (PR) rejeitou o pedido, com amparo na nova redação do artigo 468, parágrafo 2º, da CLT, acrescida pela Reforma Trabalhista, que afasta a possibilidade de incorporação da gratificação ao salário, independentemente do tempo de exercício da função. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), por sua vez, reformou a sentença, por entender que a lei não pode retroagir às situações em que os 10 anos de exercício de função gratificada tenham ocorrido antes da entrada em vigor da lei. Nessas condições, para o TRT, deveria prevalecer a Súmula n. 372 do TST, que garantea manutenção da gratificação, tendo em vista o princípio da estabilidade financeira. Ao julgar o recurso de revista da empresa, a Quarta Turma do TST se baseou nas normas da Lei da Reforma Trabalhista para restabelecer a sentença, levando o empregado a interpor embargos à SDI-1, órgão uniformizador da jurisprudência do TST. • Direito adquirido Para o relator dos embargos, ministro José Roberto Pimenta, o técnico tem direito à incor- poração da função ao salário, conforme estabelece a Súmula n. 372, uma vez que a função fora exercida por 30 anos e o afastamento do cargo de confiança ocorrera sem justo motivo, em período anterior à vigência da Reforma Trabalhista. O ministro explicou que a SDI-1, em setembro de 2021, julgou processo semelhante (E-E- D-RR-43-82.2019.5.11.0019), firmando o entendimento de que a alteração na lei não impede a incorporação da função ao salário das pessoas que, antes da entrada em vigor da norma, haviam completado o requisito do recebimento da gratificação por mais de 10 anos. Isso significa, continuou o relator, que a Lei n. 13.467/2017 não pode retroagir para alcançar situ- ações pretéritas, pois se trata de aplicação do princípio do direito adquirido, protegido pela Constituição Federal. A decisão foi unânime. (LF/CF) Processo: E-RR-377-71.2017.5.09.0010 3) Culpa exclusiva de instalador afasta indenização por acidente de trabalho. 19/04/22 – A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o exame do recurso de um instalador de rede da Bandaturbo Provedor de Internet Ltda., microempresa de Criciúma (SC), que pedia indenização por acidente de trabalho. De acordo com as instâncias anteriores, a quem cabe o exame das provas, o acidente que levou o instalador à aposentadoria por inva- lidez se deu por culpa exclusiva dele. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm 37 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela • Queda Segundo o processo, o empregado estava atendendo a um cliente, utilizando escada, numa altura de 13m. A escada balançou e ele caiu no chão de alvenaria, sofrendo lesão do plexo braquial direito (grupo de nervos da região do pescoço que controlam os músculos do ombro, do cotovelo, do punho e da mão), traumatismo intracraniano e traumas de tórax e de abdômen, que causaram incapacidade total e permanente para o trabalho. Na ação, ele culpou a empresa pelo acidente, “por não oferecer um ambiente de trabalho seguro e equipamentos de proteção individual, expondo-o a elevado risco”. Ainda, segundo o trabalhador, não há no processo prova contundente de que ele tivesse agido com desídia na realização da sua função nem documento que comprovasse a entrega de equipamentos pela empresa. • Culpa O juízo da 4ª Vara do Trabalho de Criciúma (SC) e o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região indeferiram o pedido de indenização, por entenderem que a empresa não teve culpa pelo acidente. O TRT destacou o depoimento de uma testemunha que afirmou que a escada tinha duas travas e que era obrigação do instalador verificar se estava devidamente travada. A conclusão foi de que a escada caiu porque não foi corretamente travada. • Turma A Oitava Turma do TRT negou o exame do recurso do empregado com base na Súmula n. 126 do TST (impossibilidade de se rever provas). A relatora, ministra Dora Maria da Costa, dis- se que o quadro apresentado pelo TRT afasta o nexo de causalidade, diante da culpa exclusiva da vítima. A decisão foi unânime. (RR/CF) Processo: AIRR-173-97.2020.5.12.0055 4) Demissão por força maior em razão da pandemia é convertida em dispensa sem justa causa. 29/03/22 – A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Nutri Serv Serviços em Alimentação Ltda., com sede em São Paulo (SP), contra decisão que afastou a dispensa por força maior de uma merendeira. Essa modalidade está prevista na CLT e em me- dida provisória vigente na época, em razão da pandemia de Covid-19. Mas, para o colegiado, não foi comprovada a necessidade da empresa de adotá-la. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela • Dispensa A merendeira, que trabalhava numa escola estadual em Lebon Régis (SC), foi demitida em abril de 2020, após quatro anos de contrato. Na reclamação trabalhista, ela disse que o motivo da dispensa fora a diminuição do serviço, em razão da suspensão das aulas depois da pan- demia. Segundo ela, as parcelas rescisórias não foram pagas corretamente e a empresa não emitiu as guias para saque do FGTS. • Força maior Empresa de pequeno porte, a Nutri Serv argumentou que as verbas foram pagas conforme a modalidade de ruptura por força maior, prevista na CLT como “todo acontecimento inevitável, em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou indiretamente”. Ocorrendo esse motivo, o empregado tem direito à metade da indenização que seria devida em caso de rescisão sem justa causa. A empresa alegou também que sua atividade - fornecer merenda escolar - ficou parada du- rante a pandemia e, por essa razão, não houve faturamento. Na sua avaliação, esse contexto permitiria a opção pela modalidade, de acordo com a Medida Provisória (MP) 927/2020, que previa que o estado de calamidade pública gerado pela pandemia de Covid-19 constituiria hi- pótese de força maior para fins trabalhistas. • Dispensa imotivada O juízo da Vara do Trabalho de Fraiburgo (SC) e o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Re- gião declararam nula a dispensa por força maior e acolheram o pedido de reversão para sem justa causa. Para o TRT, cabia ao empregador provar a extinção da empresa por fatos alheios à sua vontade. “Dificuldades transitórias ou momentâneas não justificam rescisões contratuais por esses motivos, sobretudo tendo-se em vista que cabe ao empregador assumir os riscos das atividades”, declarou. • Covid-19 Para o relator do recurso da empresa, ministro Douglas Alencar Rodrigues, os fatos apre- sentados pelo TRT não indicam a presença dos requisitos que legitimam a rescisão contratual por força maior. Segundo ele, embora a empresa tenha buscado demonstrar que deveria pagar pela metade as verbas rescisórias em tal contexto, a própria MP 927 não induzia a essa con- clusão. “A redução somente é autorizada em lei se houver fechamento da empresa ou de um de seus estabelecimentos, como se constata do teor do artigo 502, inciso II, da CLT”, assinalou O ministro ressaltou que os preceitos que disciplinam a força maior e seus impac- tos nas relações de trabalho exigem a comprovação do expressivo impacto da força O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela maior sobre a atividade econômica explorada, “com a indesejável situação de extinção ou redução das atividades”. A decisão foi unânime. (RR/CF) Processo: RR-464-18.2020.5.12.0049 5) Acordo que previa pagamento deduas horas extras diárias a bancária não tem validade. 27/03/22 – A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou inválido o acordo entre uma analista e o Banco Original S.A., de São Paulo (SP), para pagamento de duas horas extras diárias. Ao aplicar ao caso a jurisprudência do TST (Súmula n. 199), o colegiado explicou que, admitida a contratação prévia de horas extras (e não a apuração mês a mês do trabalho efetivamente prestado), o fato de a pactuação ter ocorrido depois da admissão, como no caso, não a torna válida. • Horas extras Na reclamação trabalhista, ajuizada em 2017, a analista disse que fora admitida em julho de 2012 e, em março de 2013, teria sido coagida a firmar o acordo, que previa “unilateralmente que o trabalhador concordava em estender sua jornada por mais duas horas diariamente”. Ela pediu a nulidade do acordo, por entender que a jornada suplementar só pode ocorrer de forma excepcional, e não de forma permanente. Em contestação, o banco disse que não via nenhuma ilegalidade no acordo e que as horas extras “foram pagas de forma suplementar, com o devido acréscimo legal”. • Jurisprudência De acordo com a Súmula n. 199 do TST, é nula a contratação do serviço suplementar quan- do da admissão do bancário, e os valores assim ajustados apenas remuneram a jornada nor- mal, sendo devidas as horas extras com o adicional de, no mínimo, 50%. • Um ano depois Ao julgar o caso, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) considerou que não se tratava de pré-contratação, porque o acordo fora assinado um ano depois da contratação. • Pré-contratação Na sessão de julgamento, o relator do recurso de revista da bancária, ministro Breno Me- deiros, explicou que a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), órgão res- ponsável pela uniformização da jurisprudência do TST, ao interpretar a Súmula n. 199, concluiu O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela que a pré-contratação não se dá, necessariamente, no início do vínculo. “A pré-contratação independe do momento do vínculo empregatício”, pontuou, citando, em seu voto, diversos pre- cedentes no sentido da nulidade quando for evidenciada a intenção do empregador de fraudar a aplicação da primeira parte da súmula. A decisão foi unânime. (RR/CF) Processo: RRAg-1000596-87.2017.5.02.0034 6) Mantido reconhecimento de grupo econômico por coordenação entre empresas de bebidas. 21/03/22 – A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Bras- bev Indústria de Bebidas Ltda., microempresa de Cláudio (MG), contra decisão que reconhe- cera a existência de grupo econômico com outras três empresas do setor e as condenara solidariamente ao pagamento de parcelas devidas a um analista jurídico contratado pela Belo Horizonte Refrigerantes Ltda., de Ribeirão das Neves (MG). Para o colegiado, ficou constatada a conjugação de interesses e a atuação das empresas em ramos conexos e, portanto, não se trata da simples presença de sócios em comum. • Condenação solidária A reclamação trabalhista foi ajuizada contra as duas empresas e contra a Unibev Indústria e Comércio de Bebidas e a On Time Factoring e Fomento Comercial e Brasbev Indústria de Bebidas, além de um sócio em comum que também era presidente e gestor da Belo Horizonte Refrigerantes. O analista jurídico disse que fora contratado pela Brasbev, mas havia prestado serviços para as demais empresas. O juízo da 9ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte reconheceu a existência de grupo econô- mico entre elas, condenando-as, de forma solidária, ao pagamento das parcelas deferidas. Em relação ao sócio, considerou haver responsabilidade subsidiária. • Relação hierárquica A decisão foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), levando a Brasbev e o sócio a recorrerem ao TST. Seu argumento era que a caracterização do grupo econômico dependeria da demonstração de relação hierárquica entre as empresas, o que não ocorrera no caso. • Grupo econômico De acordo com a redação original do artigo 2º, parágrafo 2º, da CLT, sempre que uma ou mais empresas, embora com personalidades jurídicas próprias, estiverem sob a direção, o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm 41 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela controle ou a administração de outra, a empresa principal e cada uma das subordinadas serão solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. A Reforma Trabalhista acrescentou a esse dispositivo o grupo econômico, e, no parágrafo 3º, definiu que a mera identidade dos sócios não caracteriza o grupo econômico, sendo necessárias, também, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. • Coordenação O relator do recurso, ministro Cláudio Brandão, observou que, de acordo com a jurisprudên- cia da Sétima Turma, é possível a configuração do grupo econômico “por coordenação”, mes- mo na ausência de hierarquia, desde que as empresas integrantes do grupo tenham os mes- mos interesses. “Não se trata, portanto, de mera composição societária semelhante”, afirmou. Para o colegiado, a redação original do artigo 2º, parágrafo 2º, da CLT, disciplina apenas uma das modalidades de formação do grupo econômico e não impede que a sua configuração pos- sa se estabelecer por outros critérios. No caso das empresas de bebida, o relator destacou que o TRT deixou claro não ser a hi- pótese de sócios em comum, mas de entrelaçamento das empresas, que atuavam “de forma integrada, com objetivos semelhantes e complementares no segmento de industrialização e comercialização de bebidas em geral”, além de terem “ramos comerciais interligados”. Assim, segundo o ministro, é possível a aplicação analógica de outras fontes do direito que admitem a formação do grupo econômico com base na comunhão de interesses, como o artigo 3º, pa- rágrafo 2º, da Lei n. 5.889/1973, que trata do trabalho rural. Também na sua avaliação, a nova redação do artigo 2º da CLT pode ser aplicada às rela- ções iniciadas ou já consolidadas antes da sua vigência, por se tratar, entre outros aspectos, de norma de natureza processual. A decisão foi unânime. (GL, CF) Processo: RR-10581-48.2017.5.03.0009 7) Justiça do Trabalho deve julgar ação envolvendo acusações após o término do contrato. 15/03/22 – A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho declarou a competência da Justiça do Trabalho para julgar um pedido de indenização por danos morais contra uma em- presa que fez alegações desabonadoras sobre uma ex-empregada depois de extinto o contrato de trabalho. Segundo a decisão, o caso envolve responsabilidade pós-contratual, tendo como causa subjacente o contrato havido entre empresa e empregada. • Danos morais A empregada trabalhou durante um ano como atendente da Sul Mercadológica e Locação Ltda., de Florianópolis (SC), realizando operações de atendimento a clientes em pedidos de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 42 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela emergência, e foi demitida sem justa causa em setembro de 2014. No ano seguinte, ajuizou reclamação trabalhista contra a empresa, com pedido de indenização, afirmando que era orien- tada a mentir aos clientes. • Acusações levianas Contudo, no curso da ação trabalhista, a empregadora teria feito várias acusações “desabo- nadoras, injustas e levianas” à ex-empregada, alegando que ela e um colega, ouvido como tes- temunha, teriam sido treinados para prestar depoimentos e mentido em juízo. Ainda segundo ela, a empregadora chegou a pedir instauração de inquérito na Polícia Federal contra os dois. Diante disso, em março de 2016, a atendente ajuizou nova ação, desta vez pedindo a con- denação da ex-empregadora em razão dessas acusações. • Justiça Comum Todavia, tanto o juízo da 1ª Vara do Trabalho de Florianópolis quanto o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) entenderam que o pedido de indenização não estava vinculado à relação de trabalho. Para as instâncias ordinárias, a acusação de mentira ou falso testemunho teria de ser julgada pela Justiça Comum, e o fato de a atendente ter sido empregada da Sul Mercadológica não atrairia a competência da Justiça do Trabalho. • Competência Para o ministro Mauricio Godinho Delgado, relator do recurso da atendente, a competência para julgar o caso é da Justiça do Trabalho, conforme disposto no artigo 114 da Constitui- ção Federal. “Os conflitos oriundos da relação de trabalho englobam as condições em que os serviços trabalhistas são prestados, assim como danos pré e pós-contratuais dele decorren- tes”, afirmou. Segundo o ministro, o pedido de indenização tem estreita ligação com o contrato de tra- balho. “As alegadas ofensas direcionadas à trabalhadora, ainda que praticadas pela empresa no âmbito da relação jurídica processual, têm como cerne a veracidade dos fatos ocorridos na época do vínculo de emprego e manifestados pela empregada em ação trabalhista anterior- mente ajuizada”, ressaltou. O voto do relator foi acompanhado por unanimidade pela Turma, e o processo, agora, deve- rá retornar à Vara de Florianópolis para novo julgamento. (RR/CF) Processo: RR-292-65.2016.5.12.0001 8) Demora em ajuizar ação não impede reconhecimento de rescisão indireta por as- sédio moral. 15/02/22 – A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho deferiu a um analista finan- ceiro a rescisão de seu contrato por falta grave da Arteche EDC Equipamentos e Sistemas S.A., O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 43 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela de Curitiba (PR), em razão de assédio moral. O colegiado afastou a tese da falta de imediatida- de do pedido e concluiu que a conduta faltosa da empregadora se renovara mês a mês. • “Não sabem trabalhar” O analista relatou que, depois de 11 anos na EDC e em outra empresa do mesmo grupo, pediu demissão em abril de 2014 por não mais suportar as condições do ambiente de trabalho, em razão de ofensas e pressões cometidas constantemente por um gerente espanhol, a partir de 2013. As perseguições e os constrangimentos lhe causaram problemas como insônia, ton- tura e tremores. Testemunhas ouvidas no processo confirmaram as situações, entre elas a declaração do estrangeiro de que “todos os brasileiros não sabem trabalhar”, dita em várias reuniões. Tam- bém ficou comprovado que ele se dirigia aos empregados com palavras de baixo calão na apresentação dos relatórios mensais. • Imediatidade Embora tenha reconhecido o dano moral e condenado a empresa ao pagamento de inde- nização, o juízo da 1ª Vara do Trabalho de Curitiba não converteu o pedido de dispensa em rescisão indireta. “Apesar do reconhecimento de atitudes desrespeitosas do superior hierárqui- co, falta o requisito da imediatidade entre a falta cometida e a ruptura do vínculo”, registrou a sentença. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) manteve a decisão. • Manutenção do emprego A relatora do recurso de revista do analista, ministra Maria Helena Mallmann, observou que, conforme precedentes do TST, não é necessária a aplicação do princípio da imediatidade nos casos de rescisão indireta por falta grave do empregador, porque o trabalhador, em regra, tem condições financeiras limitadas (hipossuficiência econômica em relação ao empregador). “Muitas vezes, ele se vê na obrigação de suportar situações que lhe são prejudiciais e gravosas para manter o seu emprego, fonte de sustento para si e seus familiares”, disse. Além disso, na sua avaliação, não houve falta de imediatidade, pois o assédio moral com- provado pelo TRT decorrera de condutas renovadas mês a mês. A decisão foi unânime. (GS/CF) Processo: RR-2068-55.2014.5.09.0001 9) Auxiliar de fábrica de pneus contratado por prazo determinado tem direito à estabilida- de acidentária. 10/02/22 – A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Pirelli Pneus Ltda., de Gravataí (RS), contra o reconhecimento do direito à estabilidade a um auxiliar O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 44 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela de produção, contratado por prazo determinado, que sofreu acidente de trabalho. Conforme o colegiado, a lei, ao garantir estabilidade provisória à vítima de acidente de trabalho, não faz distinção entre contratos por prazo determinado e indeterminado. • Acidente O auxiliar foi contratado pela Pirelli em julho de 2008 na condição de “gola vermelha”, espé- cie de contrato de experiência. Em setembro do mesmo ano, enquanto abastecia uma máquina com lona de pneu, teve o seu braço puxado e fraturou o cotovelo. Com isso, ficou afastado pela Previdência Social até março de 2009. Quatro meses depois, no prazo previsto para o término do contrato, foi dispensado. Na reclamação trabalhista, ele sustentou a nulidade da dispensa e pediu a reintegração ou o pagamento de indenização substitutiva, com o argumento de que teria direito à estabilidade acidentária de 12 meses após o fim do benefício previdenciário. • Garantia de emprego ao acidentado O pedido foi julgado improcedente pelo juízo de primeiro grau, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) deferiu a indenização, com o entendimento de que a Lei da Previ- dência Social (Lei n. 8.212/1991) não exclui o trabalhador contratado por prazo determinado da garantia de emprego. Ainda, segundo o TRT, como consequência do acidente, há a manu- tenção do contrato pelo prazo de 12 meses após a alta previdenciária ou o pagamento das parcelas salariais devidas no período. • Sem restrição expressa O relator do recurso de revista da Pirelli, ministro Caputo Bastos, assinalou que não há, na lei, restrição expressa quanto ao tipo de contrato de trabalho, “não cabendo ao julgador, portan- to, aplicá-la”. Ainda conforme o relator, a decisão do TRT está de acordo com a Súmula n. 378 do TST, segundo a qual o empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho. A decisão foi unânime. (LT/CF) Processo: RR-130100-81.2009.5.04.0231 10) Uso de celular em fins de semana por industriário não caracterizasobreaviso. 03/02/22 – A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou indevido o paga- mento de horas de sobreaviso a um empregado da indústria de metais Paranapanema S.A., de Dias D’Ávila (BA). Para o colegiado, a simples possibilidade de o empregado ser chamado pelo empregador para prestar serviço fora do horário de expediente não é suficiente para ficar configurado o regime de sobreaviso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 45 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela • Celular Na reclamação trabalhista, o empregado alegou que permanecia à disposição da indústria aos sábados e domingos, portando o aparelho celular, e que poderia ser escalado a qualquer hora para trabalhar ou tirar dúvidas de colegas. Em razão disso, pediu o pagamento dessas horas como de sobreaviso, correspondente a 1/3 da hora normal. A empresa, em sua defesa, admitiu que o empregado portava o celular, mas negou ter havi- do determinação para que ele permanecesse de sobreaviso ou mesmo com o aparelho ligado. • Sobreaviso O juízo da 2ª Vara do Trabalho de Camaçari (BA) e o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região consideraram configurado o regime de sobreaviso. A decisão levou em conta, entre outros pontos, que o industriário, em seu depoimento, reconhecera que, embora não fosse im- pedido de participar de eventos sociais, tinha de permanecer com o aparelho em mãos e, em algumas ocasiões, teve de deixar um evento e ir até a fábrica. Uma das testemunhas ouvidas também confirmou que ele portava o celular e, se houvesse algum problema, a qualquer hora, era acionado, e sempre que ligavam ele atendia, independentemente do horário. • Regime de plantão O relator do recurso de revista da Paranapanema, ministro Cláudio Brandão, observou que não basta a simples possibilidade de o empregado ser chamado pelo empregador para prestar serviço fora do horário de expediente para ficar configurado o regime de sobreaviso. “É ne- cessário, também, que ele esteja de prontidão, preparado para o serviço, caso seja chamado durante as horas que estiver de sobreaviso”, afirmou. De acordo com o relator, o regime de sobreaviso somente se caracteriza se houver regime de plantão ou equivalente, conforme preconiza a Súmula n. 428 do TST, que ampliou o reconhe- cimento desse direito para empregados que, não sendo ferroviários, trabalhem nas mesmas condições. Como o TRT não fez menção à existência de escala de plantão ou equivalente, o colegiado decidiu excluir da condenação as horas de sobreaviso. A decisão foi unânime. (GL/CF) Processo: RR-375-08.2015.5.05.0132 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 46 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela RESUMO 1) A contraprestação pecuniária pode ser considerada como salário e remuneração, sen- do imprescindível conhecer os conceitos, as peculiaridades e diferenças entre uma e outra. O salário é conhecido é o conjunto de parcelas contraprestativas paga pelo empregador em ra- zão da prestação de serviços no contrato firmado entre as partes. Por sua vez, a remuneração seria considerada o gênero que incluiria o salário contratual e as gorjetas, bem como demais parcelas remuneratórias e indenizatórias. 2) O empregador não pode utilizar a gorjeta recebida de terceiros em estabelecimentos comerciais para compor o salário-mínimo a ser pago aos trabalhadores pela contraprestação de um serviço 3) A Lei do Rateio das Gorjetas trouxe uma nova espécie de garantia provisória no empre- gado para o eleito da comissão que fiscalizará o correto rateio das gorjetas. 4) Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída comissão de em- pregados, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para acompanha- mento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição da gorjeta. Nessa comissão de empresas de mais de 60 empregados, os representantes serão eleitos em assembleia geral convocada para esse fim pelo sindicato dos trabalhadores daquela categoria. 5) Para as empresas inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até 20% (vinte por cento) da arrecadação correspondente; para as empresas não inscritas em regime de tributação federal diferencia- do, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até 33% (trinta e três por cento) da arrecadação correspondente, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho. 6) Tanto o salário como a gorjeta, o que forma a remuneração, precisam constar nas ano- tações da CTPS, como determina o artigo 29 da CLT. Isso porque tais parcelas gerarão efeitos previdenciários para fins de pagamentos das contribuições e com impactos nos valores dos benefícios previdenciários e dos recolhimentos do FGTS. Essas verbas também entram na base de cálculo de todas as verbas rescisórias, bem como do cálculo do 13º salário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 47 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela QUESTÕES DE CONCURSO 001. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Gleicimar e Rosane trabalham em uma indústria farmacêutica, sendo Gleicimar contratada como estagiária e Rosane, como aprendiz. Ambas assinaram contrato de 1 ano, tendo sido observadas todas as exigências legais. No 10º mês do contrato, ambas informaram aos respectivos superiores imediatos que engravidaram. Gleicimar e Rosane, ao serem desligadas ao final do contrato, foram orientadas por parentes e amigos que teriam estabilidade e, por isso, deveriam tomar alguma providên- cia. Em razão disso, Gleicimar ajuizou reclamação trabalhista, na qual postulou a reintegra- ção em virtude da gravidez, e teve a tutela de urgência deferida. Diante do caso narrado, das disposições legais e do entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir. a) Que tese jurídica você defenderia, como advogado(a) da sociedade empresária, em relação à estabilidade pleiteada por Gleicimar? (Valor: 0,65) b) Que medida judicial você, como advogado(a) da sociedade empresária, adotaria para tentar reverter a tutela de urgência deferida em favor de Gleicimar? (Valor: 0,60) 002. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Cláudio é motorista de ônibus da Viação Ponto a Ponto Ltda. desde 20/03/2018. Nos últimos 3 meses, Cláudio, descumprin- do deliberadamente cláusula específica do seu contrato de trabalho, passou a dirigir em alta velocidade, bem como a não respeitar sinais vermelhos, o que acarretou numerosas multas por infrações de trânsito. Cláudio foi notificado pela autoridade competente de que perdera a habilitação para dirigir veículos. A empresa consultou você, como advogado(a), sobre a medi- da que deveria adotar em relação ao contrato de Cláudio, considerando que não tem interesse em mantê-lo como empregado. a) Qual a orientação jurídica que você daria? Fundamente. (Valor: 0,60) b) Na hipótese de Cláudio ser dirigente sindical, que medida jurídica processualvocê deverá adotar para implementar a dispensa do empregado? (Valor: 0,65) 003. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Você foi contratado(a) como advogado(a) por um trabalhador que requereu, em reclamação trabalhista, o pagamento de horas extras e de adicional noturno. Em audiência, após ter acesso à defesa, você verificou que a tese defendida pela reclamada foi a seguinte: em relação ao adicional noturno, negou o direito, porque a convenção coletiva da categoria prevê, em uma das cláusulas, expressa- mente, que a remuneração do trabalho noturno seria igual ao diurno, sem direito a adicional; em relação ao pedido de horas extras, negou a sua existência, apresentando os controles de ponto assinados pelo trabalhador, que contêm horários invariáveis de entrada e saída. O juiz concedeu prazo para manifestação acerca da defesa e documentos. Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indaga- ções a seguir. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 48 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a) À luz da defesa e dos documentos, que tese jurídica você apresentaria em relação ao pedi- do de adicional noturno? Justifique. (Valor: 0,65) b) À luz da defesa e dos documentos, que tese jurídica você apresentaria em relação ao pedi- do de horas extras? Justifique. (Valor: 0,60) 004. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) A massa falida de Biscoitos da Serra Ltda. teve de romper os contratos de trabalho de todos os seus empregados quando da quebra judicial, porque o juízo estadual determinou o fechamento e lacre do estabelecimento principal e das filiais. Logo após, um dos empregados ajuizou reclamação trabalhista pos- tulando as verbas da extinção contratual, e, na sentença, o juiz condenou a massa falida ao pagamento de aviso prévio, do 13º salário proporcional, das férias proporcionais acrescidas de 1/3, da entrega das guias para saque do FGTS, dos formulários do seguro-desemprego e das multas do Art. 467 e do Art. 477, ambos da CLT. Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir. a) Há parcela(s) objeto da condenação que possa(m) ser questionada(s) em razão da condi- ção de massa falida da ex-empregadora? (Valor: 0,65) b) Você é contratado(a) pela massa falida para interpor recurso contra a sentença, e este teve o seguimento negado, sob a alegação de deserção. Que medida jurídica você adotaria para tentar reverter essa decisão? (Valor: 0,60) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 49 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela GABARITO COMENTADO 001. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Gleicimar e Rosane trabalham em uma indústria farmacêutica, sendo Gleicimar contratada como estagiária e Rosane, como aprendiz. Ambas assinaram contrato de 1 ano, tendo sido observadas todas as exigências legais. No 10º mês do contrato, ambas informaram aos respectivos superiores imediatos que engravidaram. Gleicimar e Rosane, ao serem desligadas ao final do contrato, foram orientadas por parentes e amigos que teriam estabilidade e, por isso, deveriam tomar alguma providên- cia. Em razão disso, Gleicimar ajuizou reclamação trabalhista, na qual postulou a reintegra- ção em virtude da gravidez, e teve a tutela de urgência deferida. Diante do caso narrado, das disposições legais e do entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir. a) Que tese jurídica você defenderia, como advogado(a) da sociedade empresária, em relação à estabilidade pleiteada por Gleicimar? (Valor: 0,65) b) Que medida judicial você, como advogado(a) da sociedade empresária, adotaria para tentar reverter a tutela de urgência deferida em favor de Gleicimar? (Valor: 0,60) SUGESTÃO DE RESPOSTA: a) A questão trata de quem tem ou não garantia provisória no emprego. Ressalte que a garantia provisória no emprego é uma condição da relação de emprego e não, da relação de trabalho. Sendo assim, o estágio é relação de trabalho que não se enquadra como relação de emprego. O trabalho de aprendizagem é um tipo de relação de emprego. Gleicimar não tem garantia no emprego porque é estagiária; portanto, ela não tem vínculo empregatício, na forma do Art. 3º da Lei n. 11.788/08 OU do Art. 10, inciso II, alínea b, ADCT OU da Súmula 244, inciso III, do TST. Ela não faz jus à estabilidade, pois essa pressupõe que a pessoa seja empregada. b) As decisões interlocutórias são irrecorríveis na Justiça do Trabalho, sendo assim, cabe na questão apenas impetrar mandado de segurança, pois se trata de decisão interlocutória contra a qual não cabe recurso imediato, na forma da Súmula 414, inciso II, do TST. 002. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Cláudio é motorista de ônibus da Viação Ponto a Ponto Ltda. desde 20/03/2018. Nos últimos 3 meses, Cláudio, descumprin- do deliberadamente cláusula específica do seu contrato de trabalho, passou a dirigir em alta velocidade, bem como a não respeitar sinais vermelhos, o que acarretou numerosas multas por infrações de trânsito. Cláudio foi notificado pela autoridade competente de que perdera a habilitação para dirigir veículos. A empresa consultou você, como advogado(a), sobre a medi- da que deveria adotar em relação ao contrato de Cláudio, considerando que não tem interesse em mantê-lo como empregado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 50 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela a) Qual a orientação jurídica que você daria? Fundamente. (Valor: 0,60) b) Na hipótese de Cláudio ser dirigente sindical, que medida jurídica processual você deverá adotar para implementar a dispensa do empregado? (Valor: 0,65) SUGESTÃO DA RESPOSTA: a) Cláudio descumpriu as regras do contrato de trabalho, causando prejuízo ao empregador. Este se vale do seu poder diretivo, razão pela qual pode aplicar a penalidade máxima e, portan- to, deverá ser recomendada a dispensa por justa causa, na forma do Art. 482, letra m, da CLT. b) Para fins de regularizar a situação da dispensa por justa causa do dirigente sindical que, por sua vez, é uma garantia provisória no emprego, deve-se ajuizar inquérito judicial para apuração de falta grave, na forma do Art. 494, OU do Art. 543, § 3º, OU do Art. 853, todos da CLT. 003. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Você foi contratado(a) como advogado(a) por um trabalhador que requereu, em reclamação trabalhista, o pagamento de horas extras e de adicional noturno. Em audiência, após ter acesso à defesa, você verificou que a tese defendida pela reclamada foi a seguinte: em relação ao adicional noturno, negou o direito, porque a convenção coletiva da categoria prevê, em uma das cláusulas, expressa- mente, que a remuneração do trabalho noturno seria igual ao diurno, sem direito a adicional; em relação ao pedido de horas extras, negou a sua existência, apresentando os controles de ponto assinados pelo trabalhador, que contêm horáriosinvariáveis de entrada e saída. O juiz concedeu prazo para manifestação acerca da defesa e documentos. Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indaga- ções a seguir. a) À luz da defesa e dos documentos, que tese jurídica você apresentaria em relação ao pedi- do de adicional noturno? Justifique. (Valor: 0,65) b) À luz da defesa e dos documentos, que tese jurídica você apresentaria em relação ao pedi- do de horas extras? Justifique. (Valor: 0,60) SUGESTÃO DE RESPOSTA: a) Deve elaborar a ideia de que nem sempre o negociado prevalece sobre o legislado, tratando das diferenças de essência dos artigos 611-A e 611- B da CLT, após a Reforma Trabalhista e, na sequência, explorar que existem direitos absolutamente indisponíveis, como é o caso dos que estão previstos na CF/88, por exemplo. E, aí, arrematar comentando o fato de que a norma coletiva da categoria não pode suprimir o pagamento do adicional noturno, havendo, portan- to, nulidade neste aspecto, na forma do Art. 611-B, inciso VI, da CLT. b) Trata-se da aplicação da inversão do ônus da prova e da jornada britânica. Seria bom apre- sentar esses dois conceitos gerais ao examinador e, na sequência, afirmas as consequências O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 51 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela jurídicas, ou seja, deve-se afirmar que controles contendo horários invariáveis são inválidos como meio de prova, invertendo-se assim o ônus da prova, que passa a ser da sociedade em- presária, na forma da Súmula 338, inciso III, do TST. 004. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) A massa falida de Biscoitos da Serra Ltda. teve de romper os contratos de trabalho de todos os seus empregados quando da quebra judicial, porque o juízo estadual determinou o fechamento e lacre do estabelecimento principal e das filiais. Logo após, um dos empregados ajuizou reclamação trabalhista pos- tulando as verbas da extinção contratual, e, na sentença, o juiz condenou a massa falida ao pagamento de aviso prévio, do 13º salário proporcional, das férias proporcionais acrescidas de 1/3, da entrega das guias para saque do FGTS, dos formulários do seguro-desemprego e das multas do Art. 467 e do Art. 477, ambos da CLT. Considerando a situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir. a) Há parcela(s) objeto da condenação que possa(m) ser questionada(s) em razão da condi- ção de massa falida da ex-empregadora? (Valor: 0,65) b) Você é contratado(a) pela massa falida para interpor recurso contra a sentença, e este teve o seguimento negado, sob a alegação de deserção. Que medida jurídica você adotaria para tentar reverter essa decisão? (Valor: 0,60) SUGESTÃO DE RESPOSTA: a) O cerne da questão é que a ré é uma massa falida e, portanto, algumas consequências ju- rídicas advêm disso. Uma desses efeitos seria sobre a incidência das multas do Art. 467 e do Art. 477, ambos da CLT, não são devidas, em razão da extinção do contrato pela falência, na forma da Súmula 388 do TST. b) Para fins de destrancar recursos, deve-se manejar o Agravo de Instrumento, na forma do Art. 897, alínea b, da CLT. A pergunta aqui foi muito objetiva, não precisando de mais delongas do (a) candidato (a). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 52 de 53www.grancursosonline.com.br Recurso e Revista DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO Maria Rafaela REFERÊNCIAS BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2011. Bernardes, Felipe. Manual de processo do trabalho. 3a edição. Salvador: Juspodivm, 2021. BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (1943). Consolidação das Leis do Trabalho. Bra- sília: Senado, 1943. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988 ______Supremo Tribunal Federal. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.stf.jus.br _____Tribunal Superior do Trabalho. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.tst. jus.br CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11ª Ed. São Paulo: Editora Método, 2015. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 19ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 2019. DELGADO, Maurício Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: Com os comentários à Lei n. 13.467/2017. São Paulo: Editora LTr, 2017 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 16. Ed. São Paulo: LTr, 2018. PEREIRA, Leone. Prática trabalhista. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019. Maria Rafaela Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal. Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-gradua- ção na Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 7ª Região. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparató- rios para concursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Cargos desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça titular do MPRO, analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universida- de Federal de Rondônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada em outros concursos públicos. Autora de artigos científicos publicados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.stf.jus.br/ http://www.tst.jus.br/ http://www.tst.jus.br/ O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Apresentação Recurso e Revista 1. Recurso de Revista no Processo do Trabalho: Como Fazer? A OAB já Cobrou? O Passo a Passo 2. Recurso de Revista: Peça Inédita e Dicas de Resolução 3. Direito Material: Salário e Adicionais 4. Mais Notícias Recentes do TST Interessantes para as Provas Resumo Questões de Concurso Gabarito Comentado Referências AVALIAR 5: Página 53: