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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
RECURSO E REVISTA
Livro Eletrônico
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Recurso e Revista 
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Maria Rafaela
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
Recurso e Revista ............................................................................................................................ 4
1. Recurso de Revista no Processo do Trabalho: Como Fazer? A OAB já Cobrou? O 
Passo a Passo .................................................................................................................................. 4
2. Recurso de Revista: Peça Inédita e Dicas de Resolução .................................................... 6
3. Direito Material: Salário e Adicionais ................................................................................... 14
4. Mais Notícias Recentes do TST Interessantes para as Provas ......................................34
Resumo ............................................................................................................................................46
Questões de Concurso ................................................................................................................. 47
Gabarito Comentado ....................................................................................................................49
Referências ..................................................................................................................................... 52
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Recurso e Revista 
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Maria Rafaela
ApresentAção
Olá, futuro (a) Advogado (a)!
Tudo bem contigo? Estudando firme e forte?
Eu vou me apresentar. Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente sou Juíza do Tra-
balho no TRT 7ª Região, doutoranda em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto 
em Portugal, professora de preparatórios e faculdades aqui no Ceará, “a Terra do Sol” e faço 
parte do Time do GRAN CURSOS.
Registro que estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro digital para você atingir 
o sucesso na carreira que sonha, pois a advocacia é uma belíssima carreira para os fortes.
O mais importante da minha apresentação é para te dizer que eu entendo sua dor e pressa 
para ser aprovado na OAB. Também entendo que você quer o máximo de informações de for-
ma objetiva e clara, sem rodeios e que quer gabaritar a prova, bem como entender as nuances 
da legislação. Veio ao lugar certo. Isso porque a maioria não tem muito tempo para estudar, 
seja porque trabalha, faz estágio, tem aulas na faculdade, aquela preocupação com o TCC etc.
Eu te parabenizo por você estar lendo este material, pois isso significa que você foi apro-
vado na 1ª fase da OAB. Então, você já está com 50% da vitória. Vamos nos dedicar mais 
um pouco com a leitura dos nossos materiais, pois vai dar certo se houve compromisso 
e empenho.
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você 
surpreenda a Banca examinadora e não, o contrário.
Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar ao êxito final e já estou feliz e motivada 
em elaborar isso para você. Sendo assim, estude a matéria de direito do trabalho num formato 
diferente.
E acredite: saber direito do trabalho é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível 
ir para as provas sem ler esse material. Então, aproveite!
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: mate-
rial obrigatório! Então, pegue sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o 
marca-texto, a caneta e se programe para ler tudo que preparei para você e ficar ligado no 
curso GRAN.
Por gentileza, se você curtiu essa aula, dê um feedback positivo lá no Fórum do Aluno. Se 
tiver críticas construtivas, também use o fórum para melhorarmos o material, ok?
Vamos começar?
Maria Rafaela de Castro
@mrafaela_castro
@juizamariarafaela
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Maria Rafaela
RECURSO E REVISTA
1. recurso de revistA no processo do trAbAlho: como FAzer? A oAb já 
cobrou? o pAsso A pAsso
Praticamente, não foi cobrado pelo exame da ORDEM, mas surge como uma peça impor-
tante na prática trabalhista. Além disso, tudo pode acontecer no próximo exame da ordem, 
principalmente, se houver mudança de Banca, não é verdade?
Ele é um recurso trabalhista que tem algumas peculiaridades e mais requisitos técnicos 
que o recurso ordinário, principalmente, após a Reforma Trabalhista. O recurso de revista é o 
último recurso, de caráter extraordinário, no processo do trabalho. Está previsto no artigo 896 
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e tem como objetivo uniformizar a jurisprudência 
dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Por isso, você não o trata como revisão de matéria de fato. Aliás, é um erro grave no Re-
curso de Revista tentar fazer revisões de matéria fática. Tanto que você não pede reanálise 
de fatos e provas, mas sim age de forma técnica. Não se discute a matéria propriamente dita, 
suas provas ou fatos, mas, sim, busca reexaminar as decisões em dissídios individuais que 
apresentam alguma controvérsia em relação à jurisprudência dos tribunais e à legislação 
sobre o assunto em questão.
Dessa forma, a CLT traz textualmente, no artigo 876, as situações de Recurso de Revista 
em que as decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tri-
bunais Regionais do Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado 
outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Indivi-
duais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme 
dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo 
Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área 
territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpre-
tação divergente, na forma da alínea;
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à 
Constituição Federal.
Ou seja, busca eliminar possíveis conflitos nas decisões trabalhistas. Diante disso, na 
elaboração da tese, não trazemos um ponto acerca da sinopse fática, mas sim enfrentamos 
a matéria jurídica.
Um dos pontos do RR é que exista controvérsia da matéria em mais de um Regional. 
Nesse azo, deve-se abrir um tópico no RR em que você apresenta, na prática, jurisprudência 
controvertida. No caso da prova da OAB, a ideia é que o próprio examinador deixe explícito que 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
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a matéria é controvertida. Mesmo assim, na peça, abra um tópico e elabore como se estivesse 
apresentando a jurisprudência controvertida. Veja no modelo como vamos colocar.
Essa controvérsia significa expor: o trecho da decisão alvo da controvérsia, com a indica-
ção de dispositivos, súmulas e jurisprudências conflitantes, com as razões do pedido e a im-
pugnação dos fundamentos jurídicos da decisão e com a transcrição das ementas e acórdãos 
que demonstram o conflito. Ou seja, é um recurso muito complexo.
Além disso, é obrigação processual do recorrente tomar as seguintes providências no 
momento da elaboração da peça:
I – indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da con-
trovérsia objeto do recurso de revista;
II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmu-
la ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a deci-
são regional;
III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos 
da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, 
da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte;
IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado 
por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pe-
dido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho 
da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de 
plano, da ocorrência da omissão.
Outro ponto muito importante é a exposição durante a elaboração do recurso: transcen-
dência dos motivos. Deve indicar no recurso qual a relevância do seu recurso, principalmente, 
nos aspectos econômicos, políticos sociais, jurídicos. Dispõe a CLT:
Art. 896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a 
causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, 
social ou jurídica.
§ 1º São indicadores de transcendência, entre outros:
I – econômica, o elevado valor da causa;
II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do 
Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
III – social, a postulação, por reclamante recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado;
IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista.
§ 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não de-
monstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado.
§ 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá 
realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.
§ 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com 
fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.
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§ 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de 
revista, considerar ausente a transcendência da matéria.
§ 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Re-
gionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não 
abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas.
Diante da ausência de prova passada para resolvermos, criei, com base nas questões iné-
ditas dos livros anteriores, a continuação da história de “RUI SILVA x SÓ MÉDICOS” para fins 
de que pudéssemos trabalhar com o recurso de revista.
O PULO DO GATO
O recurso de revista exige mais requisitos técnicos que o recurso ordinário. Não se pode no 
RR revisar fatos e provas, atendo-se ao conteúdo jurídico. Não pode faltar: transcendência e 
demonstração da controvérsia jurisprudencial. Então, muito cuidado! Aliás, cuidado redobra-
do quando for o caso de RR.
2. recurso de revistA: peçA inéditA e dicAs de resolução
001. (INÉDITA/2021) RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 
01/01/2019 a 02/03/2021, quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de 
EPI pelo hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da socie-
dade empresária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/
MA, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que 
assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de abando-
no de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção do Hospital de res-
sarcimento de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a vaga 
deixada pelo reclamante; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 
às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto 
em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, 
em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi deferida in-
denização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi submetido du-
rante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de EPI para continuar 
suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, 
muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na maioria dos plantões, 
diante de compartilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma testemunha do hospital 
sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de reclamante em audiência, sem 
demais provas apresentadas; foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado 
da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% 
em relação aos pedidos julgados improcedentes. Foi interposto RO no TRT 16, sendo que o 
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acórdão confirmou integralmente a sentença de primeiro grau, exceto quanto aos honorários 
advocatícios que foram arbitrados em 10% do valor da condenação líquida. Diante disso, na 
condição de advogado do HOSPITAL SÓ MÉDICOS, redija a peça prático-profissional para a 
defesa dos interesses da sua cliente em juízo, ciente de que, na sentença, não havia vício ou 
falha estrutural que comprometesse sua integridade.
Questão inédita/2021 Pontos a serem ventilados
RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO 
NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 
01/01/2019 a 02/03/2021 quando alegou 
rescisão indireta pela ausência de 
fornecimento de EPI pelo hospital réu. 
Em razão disso, ele ajuizou reclamação 
trabalhista em face da sociedade 
empresária. A ação foi distribuída ao 
juízo da Vara do Trabalho Única de 
Barreirinhas/MA, recebendo o número 
0050000-80.2019.5.22.0090. Débora 
formulou váriospedidos, que assim 
foram julgados: foi reconhecida a rescisão 
indireta, em detrimento da tese de 
abandono de emprego do Hospital e não 
foi acolhido o pedido de reconvenção do 
Hospital de ressarcimento de R$5.000,00 
pelos gastos com uma contratação 
imediata para ocupar a vaga deixada pelo 
reclamante; foi reconhecido que a jornada 
se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 
16 horas, com intervalo de 10 minutos 
para refeição, conforme confessado pelo 
preposto em interrogatório, sendo, então, 
deferido o pagamento de 15 minutos com 
adicional de 50%, em razão do intervalo 
desrespeitado, e reflexos nas demais 
verbas salariais; foi deferida indenização 
de R$ 6.000,00 a título de dano moral 
pelo excessivo labor a que foi submetido 
durante a pandemia, e, principalmente, 
considerando que não teve entrega de 
EPI para continuar suas atividades; foi 
deferido o pagamento do vale-transporte 
em todo o período trabalhado, muito 
embora haja prova testemunhal de que o 
autor comparecia, na maioria dos
1) redigir a petição dirigida ao juiz a quo, 
TRT 16, porque aqui é diferente do RO. 
Naquele caso, o juízo a quo era o de 1º 
grau. Aqui é o TRT 16 que elaborou o 
acórdão. No caso da questão, manteve 
quase que a integralidade da sentença. 
No Recurso de Revista, deve direcionar 
ao Presidente do respectivo Tribunal, 
pois é ele quem vai exercer o juízo de 
admissibilidade.
2) indicar o recolhimento das custas e do 
depósito recursal.
3) após, redigir a petição dirigida 
ao Tribunal Superior do Trabalho, 
aduzindo, num primeiro aspecto, a 
preliminar: cerceamento de defesa pelo 
indeferimento da oitiva das testemunhas 
da empresa, com a consequente anulação 
do processo e retorno à Vara de origem 
para oitiva delas e prolação de nova 
sentença, conforme o Art. 5º, inciso LV, da 
CRFB/88.
4) atacar os fundamentos do acórdão do 
TRT em questão em tópicos ou no caso de 
restrição de linhas, deixe em caixa alta o 
pedido que você está analisando.
5) Deve sustentar que o reclamante não 
provou o descumprimento de obrigações 
e, com isso, persiste a ideia de abandono 
aos postos de trabalho. E, ainda, deve 
ser revisto o acórdão que não acolheu o 
pedido objeto da reconvenção, apesar 
dos danos causados pelo trabalhador ao 
hospital em plena situação de pandemia. 
Em relação à pausa alimentar, deve ser 
sustentado ser indevido o pagamento 
integral
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plantões, diante de compartilhamento 
do UBER; o juiz negou a oitiva de uma 
testemunha do hospital sob a alegação de 
ser inimiga de Rui, pela mera afirmação 
de reclamante em audiência, sem demais 
provas apresentadas; foram deferidos 
honorários advocatícios em favor do 
advogado da autora na razão de 20% 
da liquidação e, em favor do advogado 
da ré, no importe de 10% em relação 
aos pedidos julgados improcedentes. 
Diante disso, na condição de advogado 
do HOSPITAL SÓ MÉDICOS, redija a peça 
prático-profissional para a defesa dos 
interesses da sua cliente em juízo, ciente 
de que, na sentença, não havia vício ou 
falha estrutural que comprometesse sua 
integridade.
do intervalo, mas apenas do tempo 
suprimido, e, ainda assim, com caráter 
indenizatório, sem repercussão em outras 
parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da 
CLT, além de enfatizar que havia quarto 
de descanso para o reclamante fazer as 
pausas. Sobre a indenização por dano 
extrapatrimonial, deve ser sustentado 
que a pandemia é uma situação de força 
maior, não gerando responsabilidade 
do empregador que não pode ser 
punido pela necessidade de maiores 
horas de plantão do trabalhador, pois 
não deu causa ao evento. A concessão 
de vale transporte não prospera, pois o 
reclamante não ia laborar diariamente 
mediante o uso de transporte público 
coletivo. Inclusive, o juiz julgou contra as 
provas, o que urge por reforma.
6) demonstrar a transcendência dos 
motivos e que a matéria é controvertida;
7) Requerimentos finais: admissibilidade 
do recurso, renovação das preliminares e, 
no mérito, pelo provimento do recurso.
8) Pedir que o presente apelo deve 
ser reconhecido vez que é adequado 
e foi interposto pela parte legítima, 
processualmente interessada e 
regularmente apresentada. O recurso é 
tempestivo pois foi interposto no prazo 
legalmente previsto do art. 895 a CLT.
9) Localidade e colocar ADVOGADO, não 
assinando a peça. Deve constar isso nas 
duas petições.
Vamos ensaiar como seria na elaboração da prova. Estou colocando aqui de forma sucin-
ta, mas deixo consignado aquilo que deve ser aprimorado:
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBU-EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBU-
NAL REGIONAL DO TRABALHO DA 16ª REGIÃO (nesse caso, o seu direcionamento deve ser NAL REGIONAL DO TRABALHO DA 16ª REGIÃO (nesse caso, o seu direcionamento deve ser 
relacionado para o Desembargador Presidente do TRT respectivo, pois é ele quem realiza relacionado para o Desembargador Presidente do TRT respectivo, pois é ele quem realiza 
o juízo de admisso juízo de admissibilidade)ibilidade)
N. do processo: 0050000-80.2019.5.22.0090
HOSPITAL SÓ MÉDICOS, já qualificada nos autos do processo acima descrito, inconformada 
com a respeitável sentença prolatada na Reclamação Trabalhista proposta pelo obreiro rui 
da silva, também já qualificado nos autos, vem tempestivamente perante Vossa Excelência, 
por intermédio de seu advogado que esta subscreve, interpor:
RECURSO DE REVISTA,
contra a v. acórdão de fls., conforme as razões anexas.
com fundamento no art. 896, a, da CLT, juntando as razões recursais, as quais requer sejam 
recebidas e remetidas ao Tribunal Superior do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho
Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal (essencial Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal (essencial 
você constar isso).você constar isso).
2. REQUERIMENTOS FINAIS
Por todo o exposto, REQUER:
1. Requerer a intimação da parte contrária para contra-arrazoar (ou contrarrazoar) o recurso.
Nestes termos, pede deferimento,
Localidade
ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO)ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO)
Exmos. Ministros do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho (o Recurso de Revista será julga-
do e processado junto ao TST, logo, o direcionamento é para os Ministros daquele Regional)
RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA
PROCESSO N.. 0050000-80.2019.5.22.0090
RECORRENTE: hospital só médicos
RECORRIDO: rui da silva
Vara de origem: vara única do trabalho de barreirinhas/ma
Doutos Ministros do TST,
Merece reforma o respeitável Acórdão do TRT 16Acórdão do TRT 16, pelos argumentos, a seguir:
DO ACÓRDÃO RECORRIDO DO TRT 16 (DO ACÓRDÃO RECORRIDO DO TRT 16 (o seu tópico inicial será para trazer ao TST o resu-o seu tópico inicial será para trazer ao TST o resu-
mo do que ocorreu, principalmente, sobre o que foi deliberado na 2a instância, qual seja, mo do que ocorreu, principalmente, sobre o que foi deliberado na 2a instância, qual seja, 
o TRT 16. No nosso caso da questão, houve confirmação quase que integral da sentençao TRT 16. No nosso caso da questão, houve confirmação quase que integral da sentença 
de 1º grau)de 1º grau)
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Maria Rafaela
RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 01/01/2019 a 
02/03/2021, quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de EPI pelo 
hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade em-
presária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/MA, 
recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que 
assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de aban-
dono de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção do Hospital de 
ressarcimento de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a 
vaga deixada pelo reclamante; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, 
das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo 
preposto em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicio-
nal de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi 
deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi 
submetido durante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de 
EPI para continuar suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo 
o período trabalhado, muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na 
maioria dos plantões, diante de compartilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma 
testemunha do hospital sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de recla-
mante em audiência, sem demais provas apresentadas.
O TRT 16, equivocadamente, manteve a sentença de primeiro grau, salvo quanto aos hono-
rários advocatícios, incorrendo, portanto, em vícios o julgamento deste feito e afastando-o 
da decisão mais justa ao caso concreto.
DA TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA E SOCIAL (ART. 896-A) ( não pode esquecer jamais disso DA TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA E SOCIAL (ART. 896-A) ( não pode esquecer jamais disso 
aqui pois é uma das análises mais importantes do juízo de admissibilidade aqui pois é uma das análises mais importantes do juízo de admissibilidade pelo TST).pelo TST).
O presente recurso de revista preenche o pressuposto recursal específico da transcendên-
cia, exigência da CLT, pois a matéria abordada induz reflexos gerais de natureza jurídica e 
econômica, principalmente, pela temática relacionada à ruptura de contratos de trabalho de 
profissionais de saúde durante a pandemia, de modo que a natureza da decisão ultrapassa 
os interesses meramente subjetivos em discussão no processo.
MATÉRIA CONTROVERTIDA (é uma peculiaridade que não existe no RO: o TST também exi-MATÉRIA CONTROVERTIDA (é uma peculiaridade que não existe no RO: o TST também exi-
ge a controvérsia, sendo importante que se abra um tópico para sinalizar ao examinador ge a controvérsia, sendo importante que se abra um tópico para sinalizar ao examinador 
que você não esqueceu esse aspecto importante).que você não esqueceu esse aspecto importante).
Todas as discussões trazidas em tópicos são controvertidas em mais de um Regional, ur-Todas as discussões trazidas em tópicos são controvertidas em mais de um Regional, ur-
gindo por um posicionamento uniforme do TST, razão pela qual colaciona-se os julgados gindo por um posicionamento uniforme do TST, razão pela qual colaciona-se os julgados 
objeto de controvérsia em cada um dos pontos meritórios e das discussões jurídicas que objeto de controvérsia em cada um dos pontos meritórios e das discussões jurídicas que 
compõem esse recurso.compõem esse recurso.
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Maria Rafaela
NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA
Nesse ponto, padece de nulidade o julgamento do 1º grau e do acórdão do TRT 16, por ofen-
sa direta ao inciso LV do art. 5 º da CR/88. O juiz de primeiro grau se negou a ouvir as teste-
munhas do réu, de forma arbitrária, não garantindo o livre desempenho do devido processo 
legal, da ampla defesa e do contraditório. Conforme se observa na última ata de audiência, 
o juiz indeferiu a oitiva de uma essencial testemunha da defesa, o que a prejudicou notada-
mente, em ofensa ao texto constitucional. O juiz a quo, pela simples alegação do recorrido, 
sem ouvir a própria testemunha ou demais pessoas, concluiu que havia inimizade com o 
recorrido, não fundamentando em que meios de prova se valeu para fins de indeferir a oiti-
va de testemunha idônea para provar os fatos elencados na peça de defesa. Diante disso, 
requer a nulidade da sentença nesse tocante, com a devolução dos autos para a instância 
de origem, no sentido de existir a devida produção regular da prova e garantindo o direito 
constitucional do contraditório.
DO MÉRITO
Não merece prosperar o respeitável acórdão do TRT 16, pelas razões a seguir expostas.
PAUSA ALIMENTAR/INTERVALO INTRAJORNADA/CONDENAÇÃO INDEVIDA
O TRT 16 manteve a condenação da recorrente, indevidamente, ao pagamento de intervalo 
intrajornada na sua integralidade, muito embora confessado que existia gozo de períodos 
pela recorrida, e, tal fato foi desconsiderado pelo juízo quando da sentença. No entanto, 
não merece prosperar, tendo em vista ser indevido o pagamento integral do intervalo, mas 
apenas do tempo suprimido (a diferença do tempo), e, ainda assim, com caráter indeniza-
tório, sem repercussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT. Logo, não há 
como manter condenação sobre os reflexos em todas as verbas rescisórias, como feito na 
sentença. Além disso, o juiz não considerou que o intervalo concedido era superior ao ale-
gado na peça Inicial, na medida em que o hospital dispunha de quarto de descanso para os 
profissionais de saúde, incluindo, o reclamante, que tinha à sua disposição.
SOBRE A RUPTURA CONTRATUAL ENTRE AS PARTES – MERECE REFORMA
O recorrido falta com a verdade na sua narrativa, na medida em que desempenhava ati-
vidade compatível pela qual foi contratado, sendo que a ré cumpriu todas as obrigações 
trabalhistas, tendo o recorrido abandonado o serviço, sem qualquer justificativa, apesar de 
telefonemas do hospital para do seu retorno.
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Destaque-se que o motivo da ruptura contratual foi abandonode emprego, ocasião em que 
o obreiro deve ser penalizado por tal conduta, principalmente, porque, quando das suas 
verbas rescisórias, não incide multa de 40% do FGTS ou pagamento de aviso prévio, por 
exemplo. Assim, não há como prosperar os pedidos, haja vista inexistência de prova de 
qualquer vício de consentimento. Além disso, o recorrido deixou de forma injustificada de 
comparecer ao serviço, sem dar qualquer satisfação ao seu superior.
Houve demonstração de que a recorrente entregava EPI aos seus funcionários e, sobretu-
do, que houve, em alguns dias, problemas na aquisição de novos equipamentos, mas isso 
em decorrência de uma crise em escala global, como sabido. Tratou-se de uma situação 
pontual que não tem o condão suficiente para uma rescisão indireta, por ser esta uma me-
dida extrema.
Acerca da ruptura do contrato de trabalho, não há como prosperar pleitos de verbas na 
modalidade de dispensa sem justa causa ou rescisão indireta, pois está demonstrado do-
cumentalmente que o reclamante abandonou o serviço numa situação crítica da saúde no 
Brasil com a pandemia da COVID 19. Não houve irregularidade contrato de trabalho que 
justificasse o abandono de emprego por parte do autor.
Com base nisso, não há direito à indenização de 40% sobre o FGTS porque a autora pediu 
demissão, o que impede a pretensão, porque essa hipótese não é prevista na norma cogen-
te, na forma do Art. 18, § 1º, da Lei n. 8.036/90 e Art. 9º, § 1º, do Decreto 99.684/90.
O Acórdão do TRT 16 deve ser reformado nesse tocante.
CONDENAÇÃO EM DANO EXTRAPATRIMONIAL INDEVIDA – MERECE REFORMA
Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, a sentença de primeiro grau compreendeu 
que o recorrido sofreu desgaste emocional diante da carga de trabalho a que foi submetido 
durante a pandemia. Sobre alegação de pedidos de danos morais, não prospera, na medida 
em que o trabalhador, assim como todos os profissionais de saúde, teve carga aumentada 
com excesso de trabalho em razão da pandemia da COVID 19, razão pela qual tal fato não 
pode ser imputado ao empregador, pois não se pode imputar a ele uma situação de força 
maior. Nesse âmbito, destaca-se que se tratou de força maior e, com isso, configura-se 
uma excludente de responsabilidade civil do empregador, não podendo imputá-lo, pois não 
houve, em qualquer momento, abuso do poder diretivo. Além disso, a pandemia é uma situ-
ação de força maior, razão pela qual exclui a responsabilidade do empregador, que, por sua 
vez, não gerou, direta ou indiretamente, a situação pandêmica. A título de princípio 
da eventualidade, caso mantida a condenação pelo TRT, requer a diminuição considerável 
do quantum indenizatório, diante das difíceis condições econômicas da recorrente e pelo 
exíguo período trabalhado (é possível formular pedidos sucessivos para fins de diminuir o 
quantum indenizatório, por exemplo).
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PEDIDO RECONVENCIONAL – URGE PELA MODIFICAÇÃO NO TRIBUNAL
O abandono ao serviço de forma injustificada gerou graves prejuízos ao empregador, pois 
teve que contratar às pressas terceiras pessoas, gerando um prejuízo a mais na sua folha de 
pagamento de cinco mil reais. Com a situação da pandemia, e com o número de pacientes 
internados em um contexto de condições adversas para toda a sociedade, o reclamante/
reconvindo simplesmente abandonou, sem qualquer justificativa, o seu plantão. Para man-
ter a qualidade dos serviços e as boas condições de atendimento, pois superior é o direito 
à saúde, o reclamado/reconvinte teve que fazer contratações emergenciais para manter a 
equipe, gerando um prejuízo ao hospital, conforme a prova documental em anexo, de cinco 
mil reais, o que deve ser ressarcido pelo dano causado pelo trabalhador à recorrente.
REQUERIMENTOS FINAIS
Pelo exposto e pelo que mais dos autos constam, requer-se o processamento e o provi-
mento do presente recurso de revista para que o v. acórdão de fls. seja reformado em sua 
totalidade, reconhecendo o seguinte: requer seja acolhida a preliminar de nulidade por cer-
ceamento de defesa, para determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, e, 
em consequência, seja anulada a sentença proferida, determinando o retorno dos autos à 
Vara do Trabalho de origem, a fim de que seja reaberta a instrução processual e se proceda 
à oitiva da testemunha que não foi ouvida. Também requer que seja acolhida a preliminar 
da inépcia da inicial quanto ao pedido de feriados. Em relação aos demais pleitos, requer 
a modificação do julgado de 1º grau, com a reforma da sentença do juízo de piso para que 
sejam julgados improcedentes os pedidos de horas extras, danos morais,
Por fim, requer que o presente recurso de revista seja conhecido e provido.
Nestes termos, pede deferimento,
Localização
Advogado OAB/ ____________(não assine a peça)Advogado OAB/ ____________(não assine a peça)
Sugere-se, ainda, como dicas:
a) não use palavras ou expressões agressivas por mais grave 
e “revoltante” a situação fática trazida pelo examinador. Man-
tenha-se numa linha ZEN, embora sua obrigação seja pedir 
tudo.
b) faça pedidos sucessivos ou subsidiários diante do princípio 
da eventualidade.
c) faça tópicos para cada pedido de reforma.
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d) saiba trabalhar bem com a ideia seja do que REFORMAR 
ou ANULAR. Pois isso já é um ponto diferencial no seu re-
curso. Aqui você usa o mesmo que aprendeu quando estu-
damos o RO.
e) em grau de recurso, são duas peças.
f) leia atentamente os fatos para filtrar aquilo que interessa ao 
seu cliente quando da elaboração do recurso.
g) não esqueça a transcendência e como você deve colocar o 
seu caso concreto.
3. direito mAteriAl: sAlário e AdicionAis
Na definição de empregado, nos termos do artigo 3 da CLT, a onerosidade é um dos re-
quisitos essenciais para a caracterização da relação de emprego e considerar um indivíduo 
como empregado. É preciso receber uma paga pelo serviço executado. É a contraprestação.
A contraprestação pecuniária pode ser considerada como salário e remuneração, sendo 
imprescindível conhecer os conceitos, as peculiaridades e diferenças entre uma e outra.
O salário é conhecido é o conjunto de parcelas contra prestativas paga pelo empregador 
em razão da prestação de serviços no contrato firmado entre as partes. Por sua vez, a remu-
neração seria considerada o gênero que incluiria o salário contratual e as gorjetas, bem como 
demais parcelas remuneratórias e indenizatórias.
A ideia da CLT foi considerar o salário como origem dessa onerosidade paga diretamente 
pelo empregador. O que extrapolasse esse conceito base seria considerado remuneração. 
Uma importante constatação é que o salário seria aquela contraprestação paga diretamente 
pelo empregador.
Isso difere da remuneração que pode ser a contraprestação pada diretamente pelo empre-
gado ou pelo empregador. Nesse exemplo, temos as gorjetas.
O PULO DO GATO
A noção de remuneração abrange 3 acepções, pelo menos, na doutrina. Na 1ª acepção, como 
uma expressão sinônima de salários. Na 2ª acepção, como gênero das contraprestações. Na 
3ª acepção, como o salário contratual adicionado das gorjetas.
Com isso, destaca-se o artigo 457 da CLT:
Art. 457.Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber.
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§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas 
pelo empregador.
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, 
vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a re-
muneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de 
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, 
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e desti-
nado à distribuição aos empregados.
§ 4º Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, ser-
viços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho 
superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
Em continuidade, há o teor da Súmula 354 do TST que revela essa distinção entre salário 
e gorjeta, bem como de remuneração:
GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontane-
amente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base 
de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso 
semanal remunerado.
O PULO DO GATO
O empregador não pode utilizar a gorjeta recebida de terceiros em estabelecimentos comer-
ciais para compor o salário-mínimo a ser pago aos trabalhadores pela contraprestação de 
um serviço.
Com esse raciocínio, surge a necessidade de entender o conceito de salário-mínimo, e, 
portanto, trazer à baila os artigos 76 e 78 da CLT:
Art. 76. Salário-mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a 
todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, 
e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de 
alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.
Art. 78. Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será 
garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário-mínimo por dia nor-
mal da região, zona ou subzona.
Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito 
a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário-
-mínimo, vedado qualquer desconto em mês subsequente a título de compensação.
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Tanto o salário como a gorjeta, o que forma a remuneração, precisam constar nas anota-
ções da CTPS, como determina o artigo 29 da CLT. Isso porque tais parcelas gerarão efeitos 
previdenciários para fins de pagamentos das contribuições e com impactos nos valores dos 
benefícios previdenciários e dos recolhimentos do FGTS.
Essas verbas também entram na base de cálculo de todas as verbas rescisórias, bem 
como do cálculo do 13º salário. Por isso que existem demandas na Justiça do Trabalho para 
fins de reconhecimento da natureza salarial das verbas na remuneração e os pedidos de re-
flexos em outras verbas, como, por exemplo, nos recolhimentos do FGTS, 13º salário e reco-
lhimentos previdenciários. Isso faz grande diferença no cálculo total das verbas.
GODINHO (2020;866) sustenta que o salário constitui “a parcela central devida ao trabalha-
dor no contexto da relação de emprego”. Mas a expressão salário é utilizada como nome para 
determinadas parcelas salariais. GODINHO (2020;866) sustenta que são “as denominações 
impróprias da figura do salário”. Então, é comum na nossa vivência ter contato com a seguin-
tes expressões: salário de contribuição, salário de benefício, salário família. Nesse ponto, há 
também denominações próprias da figura do salário que fazem uso de uma concepção técni-
ca. Ora, sendo assim, é preciso fixar tudo através de um mapa mental:
Denominações de 
salário
Diferença conceitual da ideia de 
salário e remuneração.
Remuneração inclui as gorjetas que 
passaram, em 2017, a ter um novo 
tratamento legal.
Denominações próprias de salário: 
denominações efetivamente 
referenciadas à ideia de salário.
Denominações impróprias de 
salário: utilização do nome 
salário para determinados 
benefícios que, às vezes, nem 
tem cunho trabalhista.
Toda relação de emprego é 
onerosa - daí temos o salário.
Salário de contribuição, salário de 
benefício, salário maternidade, 
salário família, salário educação.
Salário mínimo, salário com-
plessivo, salário base, salá-
rio profissional, salário nor-
mativo, piso salarial etc.
Com base nisso, vamos analisar nesse tópico os conceitos dessas “denominações impró-
prias da figura do salário”.
(a) salário maternidade: benefício previdenciário que permite o pagamento do salário (re-
muneração integral) para o parto e o subsequente período de afastamento materno. Isso tam-
bém vale para o caso de doação de criança ou de guarda judicial para sua adoção. A licença 
maternidade é de 120 dias. É o teor do artigo 392-A da CLT que igualou as oportunidades tanto 
para as mães biológicas como para as adotantes. No mesmo prisma interpretativo, também 
estende para o caso de morte da genitora, em que é assegurado ao cônjuge ou companheiro o 
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gozo de licença por todo o período da licença maternidade ou pelo restante que teria direito à 
mãe, exceto no caso de falecimento ou abandono do filho. É uma contribuição previdenciária 
apesar do nome “salário”. Significa a renda mensal calculada à base de remuneração integral 
da obreira gestante a ela paga diante do afastamento para a maternidade de 120 dias.
(b) Salário educação: é a cobrança dessa parcela para o cumprimento das obrigações 
empresariais concernentes à prestação de facilidades da educação e do ensino a seus em-
pregados. É uma contribuição social, apesar do nome “salário”.
(c) Salário – família: também é um benefício previdenciário em que se constitui em parce-
la ao trabalhador de baixa renda em função do número de dependentes menores de 14 anos. 
Tais parcelas são pagas ao empregado. O empregador faz esse pagamento mediante a com-
pensação de valores no montante dos recolhimentos previdenciários.
(d) Salário de contribuição e salário de benefício: aqui estamos usando denominações 
referentes ao direito previdenciário. Nos dois casos, o salário de contribuição é o parâmetro 
remuneratório da pessoa filiada ao INSS, no RGPS – Regime Geral de PrevidênciaSocial – 
para incidir a alíquota correspondente ao seu recolhimento previdenciário. No caso do salário 
de benefício é o parâmetro da prestação previdenciária paga pelo INSS ao segurado. São ins-
trumentos de natureza previdenciária.
Ocorre que a denominação salário também podem usar em sentido técnico próprio para 
fins de aplicar conceitos ao correto uso da ideia de salário, como salário-mínimo, salário base, 
salário contratual, salário complessivo etc., que vamos analisar abaixo os principais concei-
tos. Nesse caso, a expressão salário foi usada dentro de um viés trabalhista. Com base nisso, 
destacam-se:
(a) salário progressivo: é tudo que se acrescenta ao salário base, como as gorjetas, os 
adicionais, a habitualidade das horas extras etc., que vai aumentando o salário base.
(b) salário-mínimo: é aquele previsto como o mínimo para se receber quando se está 
na jornada de 44 horas semanais ou 8 horas diárias. Nesse ponto, o trabalhador, segundo a 
CF/88, nos termos do artigo 7, IV estipula que esse é o mínimo constitucional para o recebi-
mento dos trabalhadores
(c) salário profissional: é o valor mínimo que determinado trabalhador pertencente à uma 
categoria profissional, legalmente especificado. Exemplo: cirurgião – dentista, médicos etc.
(d) salário normativo: é o piso mínimo determinado nas negociações coletivas – Acordo 
Coletivo do Trabalho ou Convenção Coletiva do Trabalho. É o parâmetro salário mais baixo 
autorizado por uma negociação coletiva, no contexto de determinada categoria ou o que for 
determinado na sentença normativa também. É preciso analisar esse tipo de salário nos ter-
mos do artigo 611 da CLT.
(e) Salário complessivo: trata-se de uma criação jurisprudencial. Nesse caso, significa, 
nos termos da súmula 91 do TST, aquele salário que não faz a identificação pontual e corre-
ta do que vem sendo adimplido. É preciso identificar especificamente cada parcela legal ou 
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contratual devida ao trabalhador. Não se pode, por exemplo, pagar R$ 2.000,00 referentes às 
verbas rescisórias. É preciso que o empregador especifique cada parcela com o respectivo 
valor. Não se pode simplesmente dar uma ideia geral do que vem sendo pago. É preciso sim 
especificar cada parcela e rubrica que efetivamente foi pago. Nesse ponto, destaca-se o teor 
da Súmula 91 do TST:
SALÁRIO COMPLESSIVO. Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância 
ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do 
trabalhador.
O salário deve ter diferentes parcelas na sua composição. As parcelas podem ser de na-
tureza indenizatória ou remuneratória /salarial. Parcelas indenizatórias são aquelas que não 
incidem na base do salário para fins de verbas rescisórias, como, por exemplo, a PLR – Parti-
cipação de Lucros e Resultados ou férias vencidas pagas em dobro, por exemplo, bem como 
as multas dos artigos 467 e 477 da CLT, indenização por danos morais, materiais etc.
Parcelas remuneratórias ou salariais são aquelas em que há incidência de contribuição 
previdenciária ou que incide na base de cálculo e no cômputo de demais verbas trabalhistas. 
Por exemplo, temos as horas extras, os adicionais seguintes: noturno, insalubridade e peri-
culosidade. Além disso, temos a incidência sobre o 13º salário, comissões, percentagens, 
abonos e prêmios.
O PULO DO GATO
Com a Reforma Trabalhista, foram excluídas do rol salarial as seguintes parcelas: ajudas de 
custo, auxílio alimentação, diárias pagas para viagem, prêmios, abonos.
As parcelas remuneratórias INTEGRAM O SALÁRIO do trabalhador. As parcelas indeniza-
tórias NÃO INTEGRAM O SALÁRIO do trabalhador. Nesse ponto, apenas indeniza uma situa-
ção em prol do trabalhador no contrato de trabalho.
Destaca-se a CLT, especificamente, o artigo 457, § 1º:
Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo 
empregador. O aviso prévio demonstra certa peculiaridade:
Quando trabalhado, ele é de natureza salarial, mas não quando não, chama-se indenizado 
e, com isso, não entra na base de cálculo. Lembre-se que a projeção do aviso prévio para fins 
de dar baixa na CTPS do trabalhador deve levar em consideração o “prazo” do aviso prévio 
proporcional.
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Acerca desse EFEITO EXPANSIONISTA CIRCULAR, destaca-se a posição de GODINHO 
(2020;873):
Trata-se daquilo que denominamos efeito expansionista circular dos salários, que é sua aptidão 
de produzir repercussões sobre outras parcelas de cunho trabalhista e, até mesmo, de outra natu-
reza, como, ilustrativamente, previdenciária. Por essa razão, o estudo das parcelas componentes 
do salário deve fazer-se paralelamente à identificação das verbas não salariais pagas ao mesmo 
empregado.
Efeito 
expansionista 
circular
Parcelas indenizatórias
Parcelas salariais ou remuneratórias
Reforma trabalhista: excluiu a natureza salarial das 
verbas sobre ajudas de custo, auxílio-alimentação, 
diárias para viagens, prêmios, abonos.
Dano moral, multas dos arts. 467 e 477 da CLT.
Aviso prévio indenizado.
Férias em dobro vencidas mais um terço.
Recolhimentos do FGTS e da multa dos 40% do FGTS.
13o salário, adicionais noturno, periculosidade, insalubridade
DSR - descanso semanal remunerado
gorjetas
aviso prévio trabalhado
(a) Parcelas salariais tipificadas: são as previstas em regra geral. São os salários básicos, 
percentagens, 13º salário, comissões.
(b) Parcelas salarias não tipificadas: são as previstas em negociações coletivas que trans-
formam determinadas verbas como já salariais.
(c) Parcelas salariais dissimuladas: são quando se busca fraudar a natureza de verba sa-
larial com uma denominação que desvirtua a real natureza das verbas. Por exemplo: diárias 
quando, na verdade, é salário por fora.
GODINHO (2020;875) conceitua o alcance da parcela salarial dissimulada:
Há figuras que não têm originariamente natureza salarial, mas que, em virtude de uma conforma-
ção ou utilização fraudulenta no contexto da relação empregatícia, passam a ser tratadas como 
salário; são parcelas salariais dissimuladas. Registre-se que, caso utilizadas regularmente, tais 
parcelas não teriam, sem dúvidas, natureza salarial. Entretanto, sua utilização irregular, com obje-
tivos contraprestativos disfarçados, frustrando a finalidade para a qual foram imaginadas, conduz 
ao reconhecimento de seu efetivo papel no caso concreto, qual seja de suplementação, ainda que 
dissimulada, de contraprestação paga ao empregado pelo empregador. É o que ocorre que com as 
ajudas de custo, quer com as diárias de viagem, quando irregularmente concedidas.
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Destacam-se aqui as diárias de viagem e as ajudas de custo. Essas parcelas possuem na-
turezasalarial. Isso porque implicam ressarcimento das despesas efetuadas pelo empregado.
Antes da Reforma Trabalhista, a CLT fazia uma distinção a depender do percentual das di-
árias para viagem. Era fixado um parâmetro de 50% do salário contratual. Havia uma espécie 
de presunção.
Com a Reforma Trabalhista, essa distinção não tem mais razão de ser. Não existe mais 
a distinção dos 50%. Agora tudo é natureza indenizatória. Como já comentei acima, no caso 
concreto, essa parcela pode ser usada de maneira fraudulenta para “esconder” a verdadeira 
natureza da verba que, por sua vez, pode ser um salário por fora.
Entendeu? Daí ocorre a ideia de verba de natureza indenizatória ou, simplesmente, pode 
existir uma fraude, em que se usa essa verba para esconder uma verba remuneratória que 
poderia onerar a folha de pagamento do empregador.
Aliás, é uma noção da Reforma Trabalhista exatamente abranger o maior número de par-
celas como de natureza indenizatória, sem integração na base de cálculo, razão pela qual de-
sonera muito a folha de pagamento do empregador. A natureza indenizatória não gera valores 
para fins de cálculos de outras verbas, base de cálculo para recolhimento do FGTS, férias, 13º 
salário, DSR etc.
Por isso que é importante ter esse conhecimento da diferença de verbas rescisórias como 
indenizatórias, bem como do que integra ou não os salários do trabalhador.
O PULO DO GATO
Com a Reforma Trabalhista, as ajudas de custo e diárias de viagem são de natureza indeni-
zatória, independentemente da porcentagem sobre o salário contratual do trabalhador. Se 
houver fraude no pagamento dessa verba, transmuda-se essa verba em natureza salarial, 
integrando o salário do obreiro para todos os fins. O mesmo raciocínio vale para as chamadas 
verbas de representação.
Acerca das parcelas não salariais, ou seja, de natureza indenizatória, é preciso tecer algu-
mas considerações:
(a) parcelas de natureza indenizatória: aqui temos as diárias para viagens e as ajudas de 
custo, vale transporte, por exemplo. Como já mencionei antes, aqui incluímos a indenização 
das férias não gozadas, aviso prévio indenizado, as multas dos artigos 467, 477 e 478 da CLT 
nos casos de rescisão do contrato de trabalho; recolhimentos do FGTS com a multa dos 40%; 
indenizações convencionais e normativas; indenizações por dano moral; indenização substi-
tutiva do seguro-desemprego.
(b) outras parcelas de natureza instrumental e de direito intelectual. Nesse ponto, des-
taca-se que a PLR (Participação de Lucros e Resultados), as parcelas de direito intelectu-
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al, principalmente, aquelas previstas no direito de propriedade industrial, nos termos da Lei 
n. 9609/98, direitos intelectuais relativos ao software. Temos aqui o vale cultura e, ainda, os 
instrumentos de trabalho, como vestuário, uniformes, veículos, EPI etc.
Temos também que tratar das parcelas pagas por terceiros. É caso clássico das gorjetas 
que vamos abordar no próximo capítulo. Essas gorjetas, como veremos são parcelas habitu-
ais e contraprestativas em função do serviço prestado. Possui natureza jurídica salarial.
O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a 
que se referem. Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento 
das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva 
liquidação. A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e 
percentagens devidas. Destaque-se aqui a súmula 354 do TST:
GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES. As gorjetas, cobradas pelo empre-
gador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a 
remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-
-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.
Importante trazer à baila as conhecidas “gueltas” que também são pagas por terceiros. 
Com base nisso, destaco a citação de GODINHO (2020;888):
As gueltas também são parcelas pagas por terceiros aos empregados de empresas usualmente 
no ramo de revendas (comércio). São estímulos materiais entregues, comumente, por produtores 
a empregados vendedores do ramo comercial, em face de vendas realizadas de seus produtos. 
Trata-se de verba não tipificada em lei, resultante da criatividade empresarial.
As gueltas não se enquadram como salariais por não atenderem o requisito de serem 
pagas pelo empregador, mas sim por terceiros. São tidas como parte da remuneração do tra-
balhador, mas não integram o salário. Nos termos da súmula 354 do TST, elas não integram 
para fins de pagamento do aviso prévio indenizado, adicional noturno, horas extras e DSR.
As gueltas são levadas em consideração para os fins de cálculos de férias mais um terço, 
recolhimentos do FGTS, aviso prévio trabalhado e salário da contribuição previdenciária.
É importante ter esse conhecimento sobre conceito e repercussões sobre gueltas e re-
flexos, integrando ou não o salário. Observe-se, ainda, que os honorários advocatícios da 
sucumbência do advogado empregado. Nesse caso, o que ele recebe como honorários além 
dos salários leva em consideração para fins de integração ao salário, aproximando-se das 
gorjetas. Veja o mapa mental abaixo:
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É quando o empregado tem 
direito de opção para aquisição 
de ações.
A jurisprudência do TST não 
pacificou o entendimento.
O empregador outorga, dentro 
da assembleia geral, opção de 
compra de ações a seus adminis-
tradores ou empregados.
REMUNERAÇÃO R$ gueltas
Gorjetas nova lei do rateio de gorjetas - 
recebimento de valores diretamente do 
empregador ou de terceiros.
stock 
options
Na área comercial.
O trabalhador recebe valores a mais no caso de 
revendas de produtos.
Recebe as gueltas de terceiros.
Não integra o salário, mas sim à remuneração para 
efeito de algumas verbas.
São estímulos materiais entregues por produtores 
a empregados vendedores do ramo comercial em 
face das vendas realizadas de seus produtos.
Verba não tipificada em lei diante da criatividade 
empresarial.
A Lei 13.419/2017 trouxe nova regulamentação sobre as gorjetas. É conhecida como Lei 
do Rateio de Gorjetas. Observe-se, ainda, o disposto na CLT, especificamente, o artigo 457, 
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao em-
pregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer 
título, e destinado à distribuição aos empregados.
Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao em-
pregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer 
título, e destinado à distribuição aos empregados.
O PULO DO GATO
Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao emprega-
do, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, 
e destinado à distribuição aos empregados.
A gorjeta mencionada não constitui receita própria dos empregadores, destina-se aos tra-
balhadores e será distribuída segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção 
ouacordo coletivo de trabalho.
Inexistindo previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, os critérios de rateio e 
distribuição da gorjeta e os percentuais de retenção serão definidos em assembleia geral dos 
trabalhadores.
Dispõe a CLT:
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Art. 457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber.
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, 
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e desti-
nado à distribuição aos empregados.
Muito cuidado com as empresas que cobram gorjeta: (1) para as empresas inscritas em 
regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada 
a retenção de até 20% (vinte por cento) da arrecadação correspondente; (2) para as empresas 
não inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de 
consumo, facultada a retenção de até 33% (trinta e três por cento) da arrecadação corres-
pondente, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Para a prova ficar 
atento (a) a essa diferença de percentual que pode ser de: (1) 20% ou (2) 33%.
Nos casos acima, tudo deve ser mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de 
trabalho, para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas derivados da sua 
integração à remuneração dos empregados, devendo o valor remanescente ser revertido inte-
gralmente em favor do trabalhador.
É obrigação do empregador anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no con-
tracheque de seus empregados o salário contratual fixo e o percentual percebido a título de 
gorjeta. Além disso, o empregador deve anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social 
de seus empregados o salário fixo e a média dos valores das gorjetas referentes aos últimos 
doze meses.
E quando o consumidor diretamente quer pagar a gorjeta ou paga ao trabalhador?
Nesse caso, a gorjeta terá seus critérios definidos em convenção ou acordo coletivo de 
trabalho, facultada a retenção nos parâmetros nos percentuais de 20% ou 33% que já vimos.
E se for encerrado o recebimento das gorjetas?
Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta, desde que cobrada por mais de doze meses, 
essa se incorporará ao salário do empregado, tendo como base a média dos últimos doze 
meses, salvo o estabelecido em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
O PULO DO GATO
Para a inserção no contrato de trabalho para fins de corporação no salário do empregado/
remuneração, a cobrança de gorjeta deve ser superior ao período de 12 meses.
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Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída comissão de empre-
gados, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para acompanha-
mento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição da gorjeta. Nessa comissão 
de empresas de mais de 60 empregados, os representantes serão eleitos em assembleia geral 
convocada para esse fim pelo sindicato dos trabalhadores daquela categoria.
Esses representantes eleitos gozarão de garantia de emprego vinculada ao desempenho 
das funções para que foram eleitos, e, para as demais empresas, será constituída comissão 
intersindical para o referido fim.
Comprovado o descumprimento pelo empregador, ele pagará ao trabalhador prejudicado, 
a título de multa, o valor correspondente a 1/30 (um trinta avos) da média da gorjeta por dia 
de atraso, limitada ao piso da categoria, assegurados em qualquer hipótese o contraditório e 
a ampla defesa, observadas as seguintes regras:
I – a limitação prevista neste parágrafo será triplicada caso o empregador seja reincidente;
II – considera-se reincidente o empregador que, durante o período de doze meses, des-
cumpre por mais de sessenta dias.
O PULO DO GATO
A Lei do Rateio das Gorjetas trouxe uma nova espécie de garantia provisória no empregado 
para o eleito da comissão que fiscalizará o correto rateio das gorjetas.
Importante destacar que o valor remanescente desse rateio será revertido integralmen-
te ao trabalhador, não podendo ingressar no patrimônio do empregador. Vamos fixar com o 
mapa mental:
Gorjetas no 
ordenamento 
brasileiro
A gorjeta não constitui receita própria 
dos empregadores, destina-se aos 
trabalhadores e será distribuída 
segundo critérios de custeio e de 
rateio definidos em convenção ou 
acordo coletivo de trabalho.
Considera-se gorjeta não só a 
importância espontaneamente 
dada pelo cliente ao empregado, 
como também o valor cobrado pela 
empresa, como serviço ou adicional, 
a qualquer título, e destinado à 
distribuição aos empregados.
As empresas deverão anotar na 
Carteira de Trabalho e Previdência 
Social de seus empregados o 
salário fixo e a média dos valores 
das gorjetas referente aos últimos 
doze meses
A gorjeta, quando entregue pelo 
consumidor diretamente ao 
empregado, terá seus critérios 
definidos em convenção ou 
acordo coletivo de trabalho, 
facultada a retenção
Anotar na Carteira de 
Trabalho e Previdência Social 
e no contracheque de seus 
empregados o salário contratual 
fixo e o percentual percebido a 
título de gorjeta.
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Por fim, as parcelas não salariais devidas e pagas pelo empregador. São as parcelas pa-
gas como indenização de despesas, como, por exemplo, o vale transporte. Nesse ponto, as 
verbas são de natureza indenizatória, destacando-se como as parcelas pagas como instru-
mento in natura, nos termos do artigo 458 da CLT, bem como as parcelas a título de PLR, di-
reitos intelectuais, indenização do artigo 9 da Lei n. 7.238/1984, indenizações convencionais 
e normativas.
O salário in natura é aquele que substitui o valor pago em dinheiro, sendo fornecidos ou-
tros bens. Nesse caso, deve se destacar que não são possíveis pagamentos mediante bebi-
das e cigarros. Relevante o conhecimento sobre a súmula do TST:
Súmula 367 do TST: UTILIDADES “IN NATURA”. HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍ-
CULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO I - A habitação, a energia elétrica e 
veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a reali-
zação do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utili-
zado pelo empregado também em atividades particulares. II - O cigarro não se considera 
salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.
seguros de vida e de acidentes 
pessoais; previdência privada; valor 
correspondente ao vale-cultura.
assistência médica, hospitalar e 
odontológica, prestada diretamente 
ou mediante seguro-saúde
 transporte destinado ao deslocamentopara o trabalho e retorno, em percurso 
servido ou não por transporte público
educação, em estabelecimento de ensino 
próprio ou de terceiros, compreendendo 
os valores relativos a matrícula, 
mensalidade, anuidade, livros e material 
didático
vestuários, equipamentos e outros 
acessórios fornecidos aos empregados 
e utilizados no local de trabalho, para a 
prestação do serviço
deverão ser justos e razoáveis, não 
podendo exceder, em cada caso, os dos 
percentuais das parcelas componentes 
do salário-mínimo 
a alimentação, habitação, vestuário 
ou outras prestações “in natura” que 
a empresa por força do contrato ou 
do costume, fornecer habitualmente 
ao empregado
 em caso algum será permitido o 
pagamento com bebidas alcoólicas 
ou drogas nocivas.
Salário in natura 
ou utilidades
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
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Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário utilidade a ela correspondente será 
obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de coabitantes, vedada, 
em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família.
O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou 
não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, 
próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedi-
do em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado 
para qualquer efeito nem o salário de contribuição.
O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipu-
lado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne às comissões, percentagens 
e gratificações. Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o 
mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Obs.: � CUIDADO! QUINTO DIA ÚTIL DO MÊS SUBSEQUENTE!
O PULO DO GATO
A habitação e a alimentação fornecidas como salário utilidade deverão atender aos fins a que 
se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% 
(vinte por cento) do salário contratual. Cuidado que as bancas de provas fazem confusão com 
esses percentuais. Fica esperto! HABITAÇÃO – 25% e ALIMENTAÇÃO – 20%.
As características dos salários são: natureza alimentar, ideia forfetária, indisponibilida-
de, irredutibilidade, periodicidade, persistência, continuidade e natureza composta. O salário 
deve ter sua natureza proporcional, correspondente e suficiente.
Quanto ao aspecto alimentar, o salário serve como sustento e fonte de sobrevivência do 
trabalhador e do seu núcleo familiar. Isso tem base no artigo 7, IV da CF/88 em consonância 
também com o artigo 100. É, sem dúvida, uma verba de natureza alimentícia. Por isso, os sa-
lários possuem uma margem de impenhorabilidade, nos termos do CPC e da jurisprudência 
sobre o tema. Muito importante esse caráter forfetário tratado pelo GODINHO (2020; 893) que 
é conceituado da seguinte forma:
O caráter forfetário da parcela traduz a circunstância de o salário qualificar-se como obrigação ab-
soluta do empregador, independentemente da sorte do seu empreendimento. O neologismo criado 
pela doutrina acentua, pois, a característica salarial derivada da alteridade, que distingue o empre-
gador no contexto da relação de emprego (isto é, o fato de assumir, necessariamente, os riscos do 
empreendimento e do próprio trabalho prestado – art. 2, caput, CLT). A característica da irrenuncia-
bilidade traduz a circunstância de a verba salarial não poder ser objeto de renúncia ou de transação 
lesiva no desenrolar da relação empregatícia.
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Por isso que não cabe aqui discussão do empregador alegar dificuldades financeiras para 
não pagar os salários do trabalhador. Nem este pode renunciar à verba alimentar.
O referido salário é irredutível, na medida que, em regra, não pode haver redução bilateral 
do valor. No Brasil, em 2020, diante da pandemia da COVID 19, tivemos a MP 936 que permitiu 
sim a redução da jornada e do salário em uma situação excepcional e pontual.
O empregador tem poder diretivo e, assim, também assume os riscos do empreendimen-
to. Com isso, deve arcar com os valores do salário. Para que ocorra essa redução exige-se, 
portanto, previsão NORMATIVA ou legislativa. No primeiro caso é o acordo japonês como é 
conhecido. Implica dizer que trata de situação excepcional e temporária.
O salário deve ser periódico. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do 
trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne às 
comissões, percentagens e gratificações.
O PULO DO GATO
Podem ser pagas em mais de um mês as comissões, percentagens e gratificações. O paga-
mento do salário deve ser, no máximo, em um mês.
Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, 
até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. A prestação, em espécie, do salário será 
paga em moeda corrente do País. O pagamento do salário realizado com inobservância deste 
artigo considera-se como não feito.
O pagamento do salário deverá ser efetuado contrarrecibo, assinado pelo empregado; em se 
tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim 
em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito 
próximo ao local de trabalho.
A verba salarial também tem um caráter de continuidade ou persistência na medida em 
que os trabalhadores possuem uma presunção de contrato por prazo indeterminado.
Além disso, a verba salarial pode ser composta, ter um caráter progressivo. A composição 
é de um salário básico como também podem recair sobre adicionais, comissões etc. Por isso, 
que a composição ainda pode ter os reflexos de horas extras, adicionais noturno, insalubrida-
de e de periculosidade.
O PULO DO GATO
Entre os adicionais mais comuns de provas, temos: (1) adicional noturno urbano – 20% (2) 
adicional noturno rural – 25% (3) adicional de insalubridade – 10%, 20% e 40% e adicional de 
periculosidade – 30%.
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Temos aqui o caráter pós remuneratório, na medida em que o fato do empregador não 
pagar o salário no período legal determinado não faz sumir o direito de recebimento do sa-
lário. Ou seja, após a prestação do serviço, tem o empregador o direito de fazer os devidos 
pagamentos dos salários.
Há o caráter sinalagmático também que significa o seguinte: o direito ao recebimento do 
salário após a devida contraprestação, com a execução das atividades do contrato de empre-
go. O próprio contrato tem a natureza de relação comutativae sinalagmática que incorpora 
nas características do salário.
A doutrina ressalva que o salário deve ter caráter proporcional e razoável, na medida em 
que, em tese, o valor do salário deve ser razoável com a atividade desempenhada. Isso é inte-
ressante pela máxima interpretativa do artigo 7, IX da CF/88. Com base nisso, o constituinte, 
nos termos do artigo 7 da CF/88 faz proteção aí piso salarial proporcional à extensão e à 
complexidade do salário, bem como o respeito ao mínimo salarial. Veja o mapa mental sobre 
as características e disposições na CLT sobre os salários:
possui garantias pela sua natureza 
alimentar 
continuidade - presume-se que 
a relação de emprego é de trato 
sucessivo, continuado
natureza alimentar - artigos 7, IV e 100 
da CF/88
natureza forfetária: garantia absoluta 
do trabalhador de recebimento, 
pois é do empregador os riscos do 
empreendimento 
periodicidade: O pagamento 
do salário, qualquer que seja 
a modalidade do trabalho, não 
deve ser estipulado por período 
superior a 1 (um) mês, salvo 
no que concerne a comissões, 
percentagens e gratificações.
prazo de pagamento do salário: 
Quando o pagamento houver sido 
estipulado por mês, deverá ser 
efetuado, o mais tardar, até o quinto 
dia útil do mês subsequente ao 
vencido
Salários e 
características
Por fim, destacam-se os limites de ao empregador no caso de descontos dos salários, por 
ser matéria relevante para as provas objetivas. Com isso, é vedado efetuar qualquer desconto 
nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de 
lei ou de contrato coletivo. Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, 
desde que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
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É vedado também à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos em-
pregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações “ in natura “ exercer qual-
quer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou 
dos serviços.
Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não man-
tidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas ade-
quadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços ra-
zoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício dos empregados.
É vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor 
do seu salário.
O PULO DO GATO
Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibili-
dade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
Temos nessa classificação a ideia de SALÁRIO BASE ou salário básico, que pode se equi-
parar ao salário-mínimo ou não. É a partir desse salário base que serve como base de cálculo 
para os demais adicionais, horas extras etc. Com isso, quando se acrescem esses adicionais, 
por exemplo, estamos tratando do salário progressivo.
Também há a possibilidade de pagamento em salário e PAGAMENTO DE SALÁRIO EM 
UTILIDADE. Essa utilidade pode ser BENS OU SERVIÇOS. Pelo teor desse artigo, além do pa-
gamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, 
habitação, vestuário ou outras prestações “in natura” que a empresa, por força do contrato ou 
do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o paga-
mento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
Os tipos de salário, mediante os modos de aferição salarial, podem ser por unidade de 
tempo. Nesse caso, não pode ultrapassar ao pagamento mensal. Esse é o máximo. Mas o 
empregador pode ajustar o pagamento mensal, quinzenal, semanal. Nesse caso, aqui o crité-
rio é o tempo que não pode ser o máximo de 1 mês. Os valores devem ser pagos até o quinto 
dia útil do mês subsequente.
Destaque-se a OJ 358 do TST que trata da questão com a seguinte ótica:
Orientação Jurisprudencial 358/TST-SDI-I - 14/04/2008 - Jornada de trabalho. Salá-
rio-mínimo e piso salarial proporcional à jornada reduzida. Possibilidade. CF/88, art. 
7º, IV e XIII (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.2.2016). I 
- Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão cons-
titucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do 
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piso salarial ou do salário-mínimo proporcional ao tempo trabalhado. II – Na Adminis-
tração Pública direta, autárquica e fundacional não é válida remuneração de empregado 
público inferior ao salário-mínimo, ainda que cumpra jornada de trabalho reduzida. Pre-
cedentes do Supremo Tribunal Federal.
Os salários também podem ser pagos por unidade de obra, considerando a produção al-
cançada, com o número de peças produzidas, por exemplo. É o que ocorre nas percentagens 
ou comissões, conforme a súmula 340 do TST. É possível o salário- tarefa relacionado com a 
meta de produção atingida. Nesse sentido, considero importante o conceito trazido por GO-
DINHO (2020;904):
Acopla-se um certo parâmetro temporal (hora, dia, semana ou mês) um certo montante mínimo de 
produção a ser alcançado pelo trabalhador. Por esse sistema, caso o trabalhador atinja a meta de 
produção em menor número de dias da semana, por exemplo, dois efeitos podem ocorrer, a juízo 
do interesse do empregador: libera-se o empregado do trabalho nos dias restantes, garantido o sa-
lário padrão fixado; ou, alternativamente, determina-se a realização de uma produção adicional, no 
tempo disponível restante (pagando-se, é claro, um plus salarial por esse acréscimo de produção).
Nesse panorama, essa classificação é salário base, com a possibilidade de progressivi-
dade das verbas que serão acrescentadas, como os adicionais, as horas extras etc. Ao lado 
disso, o pagamento do salário pode ser por período, unidade de obra ou por tarefa.
O Salário utilidade é o salário in natura durante o contrato de trabalho em que o trabalha-
dor receberá bens ou serviços diferentes do pagamento em espécie. NÃO SÃO PARTES INTE-
GRANTES DO SALÁRIO contratual do obreiro. É preciso ter HABITUALIDADE na prestação do 
fornecimento do bem ou serviço.
Temos a HABITUALIDADE DO FORNECIMENTO! É um caráter prestacional, habitual ao lon-
go do contrato de trabalho. Veja que é o único requisito exigido. Por exemplo, a gratuidade 
não é um requisito necessário.
Outro requisito importante é que essa utilidade tem CARÁTER CONTRAPRESTATIVO da 
atividade desempenhada.
O PULO DO GATO
No caso de salário utilidade, existe habitualidade do fornecimento. A habitualidade espontâ-
nea e eventual da utilidade não conduz ao caráter salarial. Isso também não gera a obrigação 
contratual ao empregador.
Essa habitualidade que mencionamos pode ser diária, semanal ou quinzenal, bem como 
semestral ou anual. Não existe natureza salarial quando a utilidade se transforma para a ins-
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trumentalização das atividades. Destaca-se o artigo 458, § 2º da CLT. São as excludentes do 
salário utilidade. É muito importante você memorizar todo esse dispositivo.
Tem-se como excludentes dessa característica de utilidade os seguintes: (1) o bem ou 
serviço fornecido como meio de tornar viável a própria prestação de serviços, como, por 
exemplo, os uniformes; (2) o bem ou serviço como meio de aperfeiçoar a prestação dos servi-
ços, como o curso de informática para o trabalhador melhorar seus conhecimentos no EXCEL, 
por exemplo, ou fornecimento de carro para o trabalhador de venda externa; (3) o bem ou 
serviço ofertado pelo empregador em cumprimento do seu dever legal; (4) fornecimento de 
vale transporte; (5) fornecimento de EPI – equipamento de proteção individual; (6) serviços de 
saúde, assistência médica, odontológica, hospitalar; (7) vale cultura; (8) cursos em estabele-
cimentos privados de ensino próprio ou de terceiros; (9) seguros de vida e acidentes pessoais. 
Cabe aqui uma peculiaridade com a ALIMENTAÇÃO. Destaca-se a súmula 241 do TST:
Súmula 241/TST - 05/12/1985 – Salário utilidade. Alimentação. CLT, art. 458. «O vale 
para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a 
remuneração do empregado, para todos os efeitos legais.
De maneira geral, a alimentação é salário utilidade, desde que não seja entregue para fins 
de viabilizar a prestação de serviços, como pode acontecer nas plataformas marítimas, em 
que o deslocamento se encontra absurdamente fora da logística ou se trate, por exemplo, de 
empresa em local de difícil acesso, em local ermo etc.
Se A ALIMENTAÇÃO FOR OFERTADA NOS TERMOS DO PAT – Programa de Alimentação 
do Trabalhador, deixará de ter caráter salarial. Também pode perder o caráter salarial se for 
previsto mediante negociação coletiva – ACT ou CCT. É o caso, por exemplo, da cesta básica 
pode entregar sem caráter salarial para o empregador.
Importante analisar quando se trata de ACT ou CCT. Ora, existe entendimento sumulado 
(OJ 413 da SDI-I do TST) no sentido de que se o empregado recebia a utilidade com caráter 
salarial e a negociação coletiva modifica essa natureza, não muda a natureza para o trabalha-
dor. Ou seja, a natureza da norma continua salarial. A norma coletiva só vale para os contratos 
novos. A norma coletiva terá plena validade no tocante aos contratos novos.
O artigo 458 da CLT proíbe expressamente as utilidades como BEBIDAS ALCOOLICAS E 
DROGAS NOCIVAS. O rol de utilidades pertinentes não se trata apenas de bens, mas também 
serviços. Isso pelo caráter prejudicial desses bens na saúde pública.
Aqui estamos diante de parcelas salariais como salário básico, abono, adicionais, gratifi-
cações e comissões. É preciso analisar com calma essas parcelas. Por isso, nesse capítulo, 
tratarei como você apenas do salário básico e do abono. O salário base tem o mesmo signi-
ficado que salário básico, no que tange à parcela mais relevante da relação de emprego. É o 
teor do artigo 459 da CLT:
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Art. 459. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser es-
tipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e 
gratificações.
§ 1º Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até 
o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Aqui se registra a periodicidade mensal como regra. É nesse ponto que temos o princípio 
da irredutibilidade salarial, nos ternos do artigo 7, VI da CF/88 e a exigência de ser o mínimo 
constitucional.
Destaque-se que para aqueles que são comissionistas PUROS, ou seja, são pagos me-
diante exclusivamente comissão, deve ser garantido o mínimo constitucional. A complemen-
tação deve ser do empregador e não pode compensar o que for recebido nos meses anteriores.
Os abonos são descritos como as antecipações pecuniárias efetuadas pelo empregador 
ao empregado, como se fossem adiantamentos salariais. Não se confunde com o abono usa-
do lá nos capítulos da CLT quanto às férias, nem como o abono PIS/PASEP.
As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimenta-
ção, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram 
a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem 
base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
Com a Reforma Trabalhista de 2017 ficou evidente que não se trata de ABONO DE NATU-
REZA NÃO SALARIAL. Cuidado com o artigo 457 da CLT que tratou especificamente do que 
entende como natureza salarial. O que não consta aqui é de natureza não salarial.
Logo, Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comis-
sões pagas pelo empregador.
Os Adicionais significam em PARCELAS CONTRAPRESTATIVAS SUPLEMENTARES devi-
das ao empregado em razão dos seus exercícios/atividades de trabalho em circunstâncias 
especiais, como, por exemplo, mais gravosas. 
Os adicionais podem ter natureza constitucional, legal ou convencional, referente ao acor-
do coletivo e negociação coletiva. Aqui temos os adicionais de insalubridade e periculosida-
de. Temos aqui os percentuais diferentes para cada adicional.
A insalubridade pode variar, conforme o salário-mínimo, nos percentuais de 10%, 20% ou 
30%. O adicional de periculosidade é no percentual de 30% sobre o salário contratual. Veja que 
as bases de cálculo são diversas e também os percentuais. Sobre estes adicionais, destaca-
-se a posição de GODINHO (2020; 924):
Tais parcelas salariais sempre terão caráter suplementar com respeito à parcela salarial principal 
recebida pelo empregado, jamais assumindo (ao contrário das comissões, por exemplo) posição 
central na remuneração obreira. De maneira geral, correspondem a uma expressão pecuniária (o 
que ocorre com todos os adicionais legais), embora ao seja incompatível com a figura a criação es-
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tritamente convencional de uma parcela dessa natureza paga em utilidades (adicional de fronteira, 
por exemplo, pago em meio de uma utilidade funcional).
Os adicionais, dessa forma, SÃO PARCELAS SALARIAIS deferidas suplementarmente em 
razão da atividade mais perigosa, mais insalubre, mais danosa ao trabalhador. Este também 
é o entendimento do TST.
Importante destacar que esse adicionais não são permanentes do contrato, podendo ser 
suprimidos. É o caso, por exemplo, quando o trabalhador estava num ambiente insalubre e foi 
remanejado para um setor não salubre. Ou antes estava num setor em grau máximo de insa-
lubridade e foi para um setor de nível médio ou leve. Nesses casos, não estamos tratando de 
ofensa à irredutibilidade salarial.
Isso porque os adicionais não entram nessa regra da irredutibilidade.Sendo assim, pode 
existir, na verdade, a supressão, haja vista que isso representa uma melhoria, no fim das con-
tas, das condições de vida e de trabalho do obreiro.
Por isso, não há quaisquer problemas nesse caso de supressão dos adicionais quando há 
extinção das condições insalubres, perigosas, noturnas etc. Veja que nos casos de adicionais 
TAMBÉM É IMPORTANTE A VERIFICAÇÃO DA HABITUALIDADE.
O PULO DO GATO
Sobre o adicional de insalubridade, é importante você levar consigo a súmula vinculante n. 
04 do STF:
Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário-mínimo não pode ser usado como 
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem 
ser substituído por decisão judicial.
Os adicionais também podem ser previstos em normas coletivas, tais como quebra de 
caixa, adicional de risco, adicional por tempo de serviço etc. Um outro adicional interessante 
ocorre quando estamos tratando de acúmulo e função em que o trabalhador faz jus a um plus 
salarial em relação ao seu salário base diante de um valor a mais em relação às outras fun-
ções desempenhadas. Então, os adicionais podem ser constitucionais, legais e normativos 
– CCT e ACT.
Deixo um último mapa mental para você:
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Adicionais 
na medicina 
e segurança 
do trabalho 
na CLT
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a 
agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da 
natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: I - com a adoção de 
medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; 
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que 
diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância 
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional 
respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário mínimo da região, segundo se 
classifiquem no grau máximo, médio e mínimo.
O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional 
de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios 
ou participações nos lucros da empresa.
4. mAis notíciAs recentes do tst interessAntes pArA As provAs
Trago para você assuntos muito relevantes julgados pelo TST no ano de 2022 (janeiro a 
maio) que podem ser úteis tanto para você revisar como para ter um substrato melhor nas 
suas provas. Para mim, sempre foi mais didático estudar jurisprudência para ler melhor os 
extratos legislativos.
RESPEITO AQUI OS DIREITOS AUTORAIS DO TST, registrando que as notícias relevantes 
para as nossas provas foram extraídas do site oficial do TST, que inclusive recomendo que 
você esteja sempre lendo para se atualizar sobre as notícias dos julgamentos. Sei que é muita 
coisa para estudar, mas é uma ferramenta muito boa que te recomendo. Por exemplo, ajudou-
-me muito no meu concurso da Magistratura.
Vamos lá?
1) Empresa de logística vai indenizar ajudante de entrega que recebia valores.
25/04/22 – A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Horizonte Lo-
gística Ltda., de Benevides (PA), a indenizar um ajudante de entrega que recebia e conferia os 
valores das mercadorias entregues aos clientes. A Turma entendeu que ele ficava exposto a 
situação de risco sem o treinamento específico para o desempenho da atividade de transporte 
de valores.
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• Sem treinamento
Na reclamação trabalhista, o empregado, que prestava serviços para a Ambev S.A., disse 
que suas tarefas envolviam receber, na entrega de bebidas, valores que variavam entre R$ 9 
mil e R$ 30 mil diariamente, e transportá-los até a tesouraria da fabricante para prestação de 
contas. Segundo ele, a equipe no caminhão, que tinha um cofre, era formada por um motorista 
e dois ajudantes, sem nenhum treinamento para essas atribuições.
• Sem comprovação
O Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (PA/AP) julgou improcedente o pedido de 
indenização por danos morais, por entender que não houve comprovação de que o ajudante 
tivesse sofrido assalto ou outro tipo de violência no exercício de suas funções. Para o TRT, o 
fato de o empregado se sentir inseguro no trabalho não autoriza o pagamento de indenização, 
e o recebimento do pagamento pelas mercadorias não pode ser equiparado ao transporte de 
valores, que exige vigilância armada.
• Risco potencial
A relatora do recurso de revista do ajudante, ministra Maria Helena Mallmann, observou 
que, de acordo com a jurisprudência do TST, a conduta da empresa de determinar que o 
empregado desempenhe atividade de transporte de valores em razão da comercialização 
de produtos, sem o treinamento específico, autoriza a condenação ao pagamento de inde-
nização. Segundo ela, esse procedimento coloca em risco potencial a saúde e a integridade 
física do trabalhador.
(DA/CF)
Processo: RR-397-11.2020.5.08.0002
2) TST garante manutenção de função exercida por 30 anos por empregado da ECT.
20/04/22 – A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Supe-
rior do Trabalho considerou ilegal a supressão do pagamento da função gratificada exercida 
por 30 anos por um técnico de correios de Curitiba (PR) da Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos (ECT). Para o colegiado, embora a Reforma Trabalhista (Lei n. 13.467/2017) tenha 
afastado o direito à incorporação, a regra não pode ser aplicada nos casos que se passaram 
antes da sua entrada em vigor.
• Redução salarial indevida
Na ação trabalhista, o técnico de correios disse que fora admitido em maio de 1980 e que, 
de 1987 a 2017, havia exercido função gratificada. Considerando os princípios da irredutibili-
dade salarial e da estabilidade financeira, ele pleiteou a manutenção da parcela no seu salário.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm
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• Decisões divergentes
O juiz da 10ª Vara do Trabalho de Curitiba (PR) rejeitou o pedido, com amparo na nova 
redação do artigo 468, parágrafo 2º, da CLT, acrescida pela Reforma Trabalhista, que afasta 
a possibilidade de incorporação da gratificação ao salário, independentemente do tempo de 
exercício da função.
O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR), por sua vez, reformou a sentença, por 
entender que a lei não pode retroagir às situações em que os 10 anos de exercício de função 
gratificada tenham ocorrido antes da entrada em vigor da lei. Nessas condições, para o TRT, 
deveria prevalecer a Súmula n. 372 do TST, que garantea manutenção da gratificação, tendo 
em vista o princípio da estabilidade financeira.
Ao julgar o recurso de revista da empresa, a Quarta Turma do TST se baseou nas normas 
da Lei da Reforma Trabalhista para restabelecer a sentença, levando o empregado a interpor 
embargos à SDI-1, órgão uniformizador da jurisprudência do TST.
• Direito adquirido
Para o relator dos embargos, ministro José Roberto Pimenta, o técnico tem direito à incor-
poração da função ao salário, conforme estabelece a Súmula n. 372, uma vez que a função 
fora exercida por 30 anos e o afastamento do cargo de confiança ocorrera sem justo motivo, 
em período anterior à vigência da Reforma Trabalhista.
O ministro explicou que a SDI-1, em setembro de 2021, julgou processo semelhante (E-E-
D-RR-43-82.2019.5.11.0019), firmando o entendimento de que a alteração na lei não impede 
a incorporação da função ao salário das pessoas que, antes da entrada em vigor da norma, 
haviam completado o requisito do recebimento da gratificação por mais de 10 anos. Isso 
significa, continuou o relator, que a Lei n. 13.467/2017 não pode retroagir para alcançar situ-
ações pretéritas, pois se trata de aplicação do princípio do direito adquirido, protegido pela 
Constituição Federal.
A decisão foi unânime.
(LF/CF)
Processo: E-RR-377-71.2017.5.09.0010
3) Culpa exclusiva de instalador afasta indenização por acidente de trabalho.
19/04/22 – A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o exame do recurso 
de um instalador de rede da Bandaturbo Provedor de Internet Ltda., microempresa de Criciúma 
(SC), que pedia indenização por acidente de trabalho. De acordo com as instâncias anteriores, 
a quem cabe o exame das provas, o acidente que levou o instalador à aposentadoria por inva-
lidez se deu por culpa exclusiva dele.
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• Queda
Segundo o processo, o empregado estava atendendo a um cliente, utilizando escada, numa 
altura de 13m. A escada balançou e ele caiu no chão de alvenaria, sofrendo lesão do plexo 
braquial direito (grupo de nervos da região do pescoço que controlam os músculos do ombro, 
do cotovelo, do punho e da mão), traumatismo intracraniano e traumas de tórax e de abdômen, 
que causaram incapacidade total e permanente para o trabalho. Na ação, ele culpou a empresa 
pelo acidente, “por não oferecer um ambiente de trabalho seguro e equipamentos de proteção 
individual, expondo-o a elevado risco”.
Ainda, segundo o trabalhador, não há no processo prova contundente de que ele tivesse 
agido com desídia na realização da sua função nem documento que comprovasse a entrega 
de equipamentos pela empresa.
• Culpa
O juízo da 4ª Vara do Trabalho de Criciúma (SC) e o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª 
Região indeferiram o pedido de indenização, por entenderem que a empresa não teve culpa 
pelo acidente. O TRT destacou o depoimento de uma testemunha que afirmou que a escada 
tinha duas travas e que era obrigação do instalador verificar se estava devidamente travada. A 
conclusão foi de que a escada caiu porque não foi corretamente travada.
• Turma
A Oitava Turma do TRT negou o exame do recurso do empregado com base na Súmula n. 
126 do TST (impossibilidade de se rever provas). A relatora, ministra Dora Maria da Costa, dis-
se que o quadro apresentado pelo TRT afasta o nexo de causalidade, diante da culpa exclusiva 
da vítima.
A decisão foi unânime.
(RR/CF)
Processo: AIRR-173-97.2020.5.12.0055
4) Demissão por força maior em razão da pandemia é convertida em dispensa sem 
justa causa.
29/03/22 – A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Nutri Serv 
Serviços em Alimentação Ltda., com sede em São Paulo (SP), contra decisão que afastou a 
dispensa por força maior de uma merendeira. Essa modalidade está prevista na CLT e em me-
dida provisória vigente na época, em razão da pandemia de Covid-19. Mas, para o colegiado, 
não foi comprovada a necessidade da empresa de adotá-la.
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• Dispensa
A merendeira, que trabalhava numa escola estadual em Lebon Régis (SC), foi demitida em 
abril de 2020, após quatro anos de contrato. Na reclamação trabalhista, ela disse que o motivo 
da dispensa fora a diminuição do serviço, em razão da suspensão das aulas depois da pan-
demia. Segundo ela, as parcelas rescisórias não foram pagas corretamente e a empresa não 
emitiu as guias para saque do FGTS.
• Força maior
Empresa de pequeno porte, a Nutri Serv argumentou que as verbas foram pagas conforme 
a modalidade de ruptura por força maior, prevista na CLT como “todo acontecimento inevitável, 
em relação à vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou 
indiretamente”. Ocorrendo esse motivo, o empregado tem direito à metade da indenização que 
seria devida em caso de rescisão sem justa causa.
A empresa alegou também que sua atividade - fornecer merenda escolar - ficou parada du-
rante a pandemia e, por essa razão, não houve faturamento. Na sua avaliação, esse contexto 
permitiria a opção pela modalidade, de acordo com a Medida Provisória (MP) 927/2020, que 
previa que o estado de calamidade pública gerado pela pandemia de Covid-19 constituiria hi-
pótese de força maior para fins trabalhistas.
• Dispensa imotivada
O juízo da Vara do Trabalho de Fraiburgo (SC) e o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Re-
gião declararam nula a dispensa por força maior e acolheram o pedido de reversão para sem 
justa causa. Para o TRT, cabia ao empregador provar a extinção da empresa por fatos alheios à 
sua vontade. “Dificuldades transitórias ou momentâneas não justificam rescisões contratuais 
por esses motivos, sobretudo tendo-se em vista que cabe ao empregador assumir os riscos 
das atividades”, declarou.
• Covid-19
Para o relator do recurso da empresa, ministro Douglas Alencar Rodrigues, os fatos apre-
sentados pelo TRT não indicam a presença dos requisitos que legitimam a rescisão contratual 
por força maior. Segundo ele, embora a empresa tenha buscado demonstrar que deveria pagar 
pela metade as verbas rescisórias em tal contexto, a própria MP 927 não induzia a essa con-
clusão. “A redução somente é autorizada em lei se houver fechamento da empresa ou de um 
de seus estabelecimentos, como se constata do teor do artigo 502, inciso II, da CLT”, assinalou
O ministro ressaltou que os preceitos que disciplinam a força maior e seus impac-
tos nas relações de trabalho exigem a comprovação do expressivo impacto da força 
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maior sobre a atividade econômica explorada, “com a indesejável situação de extinção ou 
redução das atividades”.
A decisão foi unânime.
(RR/CF)
Processo: RR-464-18.2020.5.12.0049
5) Acordo que previa pagamento deduas horas extras diárias a bancária não tem validade.
27/03/22 – A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou inválido o acordo 
entre uma analista e o Banco Original S.A., de São Paulo (SP), para pagamento de duas horas 
extras diárias. Ao aplicar ao caso a jurisprudência do TST (Súmula n. 199), o colegiado explicou 
que, admitida a contratação prévia de horas extras (e não a apuração mês a mês do trabalho 
efetivamente prestado), o fato de a pactuação ter ocorrido depois da admissão, como no caso, 
não a torna válida.
• Horas extras
Na reclamação trabalhista, ajuizada em 2017, a analista disse que fora admitida em julho 
de 2012 e, em março de 2013, teria sido coagida a firmar o acordo, que previa “unilateralmente 
que o trabalhador concordava em estender sua jornada por mais duas horas diariamente”. Ela 
pediu a nulidade do acordo, por entender que a jornada suplementar só pode ocorrer de forma 
excepcional, e não de forma permanente.
Em contestação, o banco disse que não via nenhuma ilegalidade no acordo e que as horas 
extras “foram pagas de forma suplementar, com o devido acréscimo legal”.
• Jurisprudência
De acordo com a Súmula n. 199 do TST, é nula a contratação do serviço suplementar quan-
do da admissão do bancário, e os valores assim ajustados apenas remuneram a jornada nor-
mal, sendo devidas as horas extras com o adicional de, no mínimo, 50%.
• Um ano depois
Ao julgar o caso, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) considerou que não se 
tratava de pré-contratação, porque o acordo fora assinado um ano depois da contratação.
• Pré-contratação
Na sessão de julgamento, o relator do recurso de revista da bancária, ministro Breno Me-
deiros, explicou que a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), órgão res-
ponsável pela uniformização da jurisprudência do TST, ao interpretar a Súmula n. 199, concluiu 
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que a pré-contratação não se dá, necessariamente, no início do vínculo. “A pré-contratação 
independe do momento do vínculo empregatício”, pontuou, citando, em seu voto, diversos pre-
cedentes no sentido da nulidade quando for evidenciada a intenção do empregador de fraudar 
a aplicação da primeira parte da súmula.
A decisão foi unânime.
(RR/CF)
Processo: RRAg-1000596-87.2017.5.02.0034
6) Mantido reconhecimento de grupo econômico por coordenação entre empresas 
de bebidas.
21/03/22 – A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Bras-
bev Indústria de Bebidas Ltda., microempresa de Cláudio (MG), contra decisão que reconhe-
cera a existência de grupo econômico com outras três empresas do setor e as condenara 
 solidariamente ao pagamento de parcelas devidas a um analista jurídico contratado pela Belo 
 Horizonte Refrigerantes Ltda., de Ribeirão das Neves (MG). Para o colegiado, ficou constatada 
a conjugação de interesses e a atuação das empresas em ramos conexos e, portanto, não se 
trata da simples presença de sócios em comum.
• Condenação solidária
A reclamação trabalhista foi ajuizada contra as duas empresas e contra a Unibev Indústria 
e Comércio de Bebidas e a On Time Factoring e Fomento Comercial e Brasbev Indústria de 
Bebidas, além de um sócio em comum que também era presidente e gestor da Belo Horizonte 
Refrigerantes. O analista jurídico disse que fora contratado pela Brasbev, mas havia prestado 
serviços para as demais empresas.
O juízo da 9ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte reconheceu a existência de grupo econô-
mico entre elas, condenando-as, de forma solidária, ao pagamento das parcelas deferidas. Em 
relação ao sócio, considerou haver responsabilidade subsidiária.
• Relação hierárquica
A decisão foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), levando a 
Brasbev e o sócio a recorrerem ao TST. Seu argumento era que a caracterização do grupo 
econômico dependeria da demonstração de relação hierárquica entre as empresas, o que não 
ocorrera no caso.
• Grupo econômico
De acordo com a redação original do artigo 2º, parágrafo 2º, da CLT, sempre que uma 
ou mais empresas, embora com personalidades jurídicas próprias, estiverem sob a direção, o 
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controle ou a administração de outra, a empresa principal e cada uma das subordinadas serão 
solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes da relação de emprego. A Reforma 
Trabalhista acrescentou a esse dispositivo o grupo econômico, e, no parágrafo 3º, definiu que a 
mera identidade dos sócios não caracteriza o grupo econômico, sendo necessárias, também, a 
demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta 
das empresas dele integrantes.
• Coordenação
O relator do recurso, ministro Cláudio Brandão, observou que, de acordo com a jurisprudên-
cia da Sétima Turma, é possível a configuração do grupo econômico “por coordenação”, mes-
mo na ausência de hierarquia, desde que as empresas integrantes do grupo tenham os mes-
mos interesses. “Não se trata, portanto, de mera composição societária semelhante”, afirmou. 
Para o colegiado, a redação original do artigo 2º, parágrafo 2º, da CLT, disciplina apenas uma 
das modalidades de formação do grupo econômico e não impede que a sua configuração pos-
sa se estabelecer por outros critérios.
No caso das empresas de bebida, o relator destacou que o TRT deixou claro não ser a hi-
pótese de sócios em comum, mas de entrelaçamento das empresas, que atuavam “de forma 
integrada, com objetivos semelhantes e complementares no segmento de industrialização e 
comercialização de bebidas em geral”, além de terem “ramos comerciais interligados”. Assim, 
segundo o ministro, é possível a aplicação analógica de outras fontes do direito que admitem 
a formação do grupo econômico com base na comunhão de interesses, como o artigo 3º, pa-
rágrafo 2º, da Lei n. 5.889/1973, que trata do trabalho rural.
Também na sua avaliação, a nova redação do artigo 2º da CLT pode ser aplicada às rela-
ções iniciadas ou já consolidadas antes da sua vigência, por se tratar, entre outros aspectos, 
de norma de natureza processual.
A decisão foi unânime.
(GL, CF) Processo: RR-10581-48.2017.5.03.0009
7) Justiça do Trabalho deve julgar ação envolvendo acusações após o término do contrato.
15/03/22 – A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho declarou a competência da 
Justiça do Trabalho para julgar um pedido de indenização por danos morais contra uma em-
presa que fez alegações desabonadoras sobre uma ex-empregada depois de extinto o contrato 
de trabalho. Segundo a decisão, o caso envolve responsabilidade pós-contratual, tendo como 
causa subjacente o contrato havido entre empresa e empregada.
• Danos morais
A empregada trabalhou durante um ano como atendente da Sul Mercadológica e Locação 
Ltda., de Florianópolis (SC), realizando operações de atendimento a clientes em pedidos de 
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emergência, e foi demitida sem justa causa em setembro de 2014. No ano seguinte, ajuizou 
reclamação trabalhista contra a empresa, com pedido de indenização, afirmando que era orien-
tada a mentir aos clientes.
• Acusações levianas
Contudo, no curso da ação trabalhista, a empregadora teria feito várias acusações “desabo-
nadoras, injustas e levianas” à ex-empregada, alegando que ela e um colega, ouvido como tes-
temunha, teriam sido treinados para prestar depoimentos e mentido em juízo. Ainda segundo 
ela, a empregadora chegou a pedir instauração de inquérito na Polícia Federal contra os dois.
Diante disso, em março de 2016, a atendente ajuizou nova ação, desta vez pedindo a con-
denação da ex-empregadora em razão dessas acusações.
• Justiça Comum
Todavia, tanto o juízo da 1ª Vara do Trabalho de Florianópolis quanto o Tribunal Regional do 
Trabalho da 12ª Região (SC) entenderam que o pedido de indenização não estava vinculado à 
relação de trabalho. Para as instâncias ordinárias, a acusação de mentira ou falso testemunho 
teria de ser julgada pela Justiça Comum, e o fato de a atendente ter sido empregada da Sul 
Mercadológica não atrairia a competência da Justiça do Trabalho.
• Competência
Para o ministro Mauricio Godinho Delgado, relator do recurso da atendente, a competência 
para julgar o caso é da Justiça do Trabalho, conforme disposto no artigo 114 da Constitui-
ção Federal. “Os conflitos oriundos da relação de trabalho englobam as condições em que os 
serviços trabalhistas são prestados, assim como danos pré e pós-contratuais dele decorren-
tes”, afirmou.
Segundo o ministro, o pedido de indenização tem estreita ligação com o contrato de tra-
balho. “As alegadas ofensas direcionadas à trabalhadora, ainda que praticadas pela empresa 
no âmbito da relação jurídica processual, têm como cerne a veracidade dos fatos ocorridos na 
época do vínculo de emprego e manifestados pela empregada em ação trabalhista anterior-
mente ajuizada”, ressaltou.
O voto do relator foi acompanhado por unanimidade pela Turma, e o processo, agora, deve-
rá retornar à Vara de Florianópolis para novo julgamento.
(RR/CF)
Processo: RR-292-65.2016.5.12.0001
8) Demora em ajuizar ação não impede reconhecimento de rescisão indireta por as-
sédio moral.
15/02/22 – A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho deferiu a um analista finan-
ceiro a rescisão de seu contrato por falta grave da Arteche EDC Equipamentos e Sistemas S.A., 
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de Curitiba (PR), em razão de assédio moral. O colegiado afastou a tese da falta de imediatida-
de do pedido e concluiu que a conduta faltosa da empregadora se renovara mês a mês.
• “Não sabem trabalhar”
O analista relatou que, depois de 11 anos na EDC e em outra empresa do mesmo grupo, 
pediu demissão em abril de 2014 por não mais suportar as condições do ambiente de trabalho, 
em razão de ofensas e pressões cometidas constantemente por um gerente espanhol, a partir 
de 2013. As perseguições e os constrangimentos lhe causaram problemas como insônia, ton-
tura e tremores.
Testemunhas ouvidas no processo confirmaram as situações, entre elas a declaração do 
estrangeiro de que “todos os brasileiros não sabem trabalhar”, dita em várias reuniões. Tam-
bém ficou comprovado que ele se dirigia aos empregados com palavras de baixo calão na 
apresentação dos relatórios mensais.
• Imediatidade
Embora tenha reconhecido o dano moral e condenado a empresa ao pagamento de inde-
nização, o juízo da 1ª Vara do Trabalho de Curitiba não converteu o pedido de dispensa em 
rescisão indireta. “Apesar do reconhecimento de atitudes desrespeitosas do superior hierárqui-
co, falta o requisito da imediatidade entre a falta cometida e a ruptura do vínculo”, registrou a 
sentença. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) manteve a decisão.
• Manutenção do emprego
A relatora do recurso de revista do analista, ministra Maria Helena Mallmann, observou 
que, conforme precedentes do TST, não é necessária a aplicação do princípio da imediatidade 
nos casos de rescisão indireta por falta grave do empregador, porque o trabalhador, em regra, 
tem condições financeiras limitadas (hipossuficiência econômica em relação ao empregador). 
“Muitas vezes, ele se vê na obrigação de suportar situações que lhe são prejudiciais e gravosas 
para manter o seu emprego, fonte de sustento para si e seus familiares”, disse.
Além disso, na sua avaliação, não houve falta de imediatidade, pois o assédio moral com-
provado pelo TRT decorrera de condutas renovadas mês a mês.
A decisão foi unânime.
(GS/CF)
Processo: RR-2068-55.2014.5.09.0001
9) Auxiliar de fábrica de pneus contratado por prazo determinado tem direito à estabilida-
de acidentária.
10/02/22 – A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso da Pirelli 
Pneus Ltda., de Gravataí (RS), contra o reconhecimento do direito à estabilidade a um auxiliar 
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de produção, contratado por prazo determinado, que sofreu acidente de trabalho. Conforme 
o colegiado, a lei, ao garantir estabilidade provisória à vítima de acidente de trabalho, não faz 
distinção entre contratos por prazo determinado e indeterminado.
• Acidente
O auxiliar foi contratado pela Pirelli em julho de 2008 na condição de “gola vermelha”, espé-
cie de contrato de experiência. Em setembro do mesmo ano, enquanto abastecia uma máquina 
com lona de pneu, teve o seu braço puxado e fraturou o cotovelo. Com isso, ficou afastado pela 
Previdência Social até março de 2009. Quatro meses depois, no prazo previsto para o término 
do contrato, foi dispensado.
Na reclamação trabalhista, ele sustentou a nulidade da dispensa e pediu a reintegração ou 
o pagamento de indenização substitutiva, com o argumento de que teria direito à estabilidade 
acidentária de 12 meses após o fim do benefício previdenciário.
• Garantia de emprego ao acidentado
O pedido foi julgado improcedente pelo juízo de primeiro grau, mas o Tribunal Regional do 
Trabalho da 4ª Região (RS) deferiu a indenização, com o entendimento de que a Lei da Previ-
dência Social (Lei n. 8.212/1991) não exclui o trabalhador contratado por prazo determinado 
da garantia de emprego. Ainda, segundo o TRT, como consequência do acidente, há a manu-
tenção do contrato pelo prazo de 12 meses após a alta previdenciária ou o pagamento das 
parcelas salariais devidas no período.
• Sem restrição expressa
O relator do recurso de revista da Pirelli, ministro Caputo Bastos, assinalou que não há, na 
lei, restrição expressa quanto ao tipo de contrato de trabalho, “não cabendo ao julgador, portan-
to, aplicá-la”. Ainda conforme o relator, a decisão do TRT está de acordo com a Súmula n. 378 
do TST, segundo a qual o empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado 
goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho.
A decisão foi unânime.
(LT/CF)
Processo: RR-130100-81.2009.5.04.0231
10) Uso de celular em fins de semana por industriário não caracterizasobreaviso.
03/02/22 – A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou indevido o paga-
mento de horas de sobreaviso a um empregado da indústria de metais Paranapanema S.A., 
de Dias D’Ávila (BA). Para o colegiado, a simples possibilidade de o empregado ser chamado 
pelo empregador para prestar serviço fora do horário de expediente não é suficiente para ficar 
configurado o regime de sobreaviso.
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Maria Rafaela
• Celular
Na reclamação trabalhista, o empregado alegou que permanecia à disposição da indústria 
aos sábados e domingos, portando o aparelho celular, e que poderia ser escalado a qualquer 
hora para trabalhar ou tirar dúvidas de colegas. Em razão disso, pediu o pagamento dessas 
horas como de sobreaviso, correspondente a 1/3 da hora normal.
A empresa, em sua defesa, admitiu que o empregado portava o celular, mas negou ter havi-
do determinação para que ele permanecesse de sobreaviso ou mesmo com o aparelho ligado.
• Sobreaviso
O juízo da 2ª Vara do Trabalho de Camaçari (BA) e o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª 
Região consideraram configurado o regime de sobreaviso. A decisão levou em conta, entre 
outros pontos, que o industriário, em seu depoimento, reconhecera que, embora não fosse im-
pedido de participar de eventos sociais, tinha de permanecer com o aparelho em mãos e, em 
algumas ocasiões, teve de deixar um evento e ir até a fábrica. Uma das testemunhas ouvidas 
também confirmou que ele portava o celular e, se houvesse algum problema, a qualquer hora, 
era acionado, e sempre que ligavam ele atendia, independentemente do horário.
• Regime de plantão
O relator do recurso de revista da Paranapanema, ministro Cláudio Brandão, observou que 
não basta a simples possibilidade de o empregado ser chamado pelo empregador para prestar 
serviço fora do horário de expediente para ficar configurado o regime de sobreaviso. “É ne-
cessário, também, que ele esteja de prontidão, preparado para o serviço, caso seja chamado 
durante as horas que estiver de sobreaviso”, afirmou.
De acordo com o relator, o regime de sobreaviso somente se caracteriza se houver regime 
de plantão ou equivalente, conforme preconiza a Súmula n. 428 do TST, que ampliou o reconhe-
cimento desse direito para empregados que, não sendo ferroviários, trabalhem nas mesmas 
condições. Como o TRT não fez menção à existência de escala de plantão ou equivalente, o 
colegiado decidiu excluir da condenação as horas de sobreaviso.
A decisão foi unânime.
(GL/CF)
Processo: RR-375-08.2015.5.05.0132
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Maria Rafaela
RESUMO
1) A contraprestação pecuniária pode ser considerada como salário e remuneração, sen-
do imprescindível conhecer os conceitos, as peculiaridades e diferenças entre uma e outra. O 
salário é conhecido é o conjunto de parcelas contraprestativas paga pelo empregador em ra-
zão da prestação de serviços no contrato firmado entre as partes. Por sua vez, a remuneração 
seria considerada o gênero que incluiria o salário contratual e as gorjetas, bem como demais 
parcelas remuneratórias e indenizatórias.
2) O empregador não pode utilizar a gorjeta recebida de terceiros em estabelecimentos 
comerciais para compor o salário-mínimo a ser pago aos trabalhadores pela contraprestação 
de um serviço
3) A Lei do Rateio das Gorjetas trouxe uma nova espécie de garantia provisória no empre-
gado para o eleito da comissão que fiscalizará o correto rateio das gorjetas.
4) Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída comissão de em-
pregados, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para acompanha-
mento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição da gorjeta. Nessa comissão 
de empresas de mais de 60 empregados, os representantes serão eleitos em assembleia geral 
convocada para esse fim pelo sindicato dos trabalhadores daquela categoria.
5) Para as empresas inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na 
respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até 20% (vinte por cento) da arrecadação 
correspondente; para as empresas não inscritas em regime de tributação federal diferencia-
do, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada a retenção de até 33% (trinta e três por 
cento) da arrecadação correspondente, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo 
de trabalho.
6) Tanto o salário como a gorjeta, o que forma a remuneração, precisam constar nas ano-
tações da CTPS, como determina o artigo 29 da CLT. Isso porque tais parcelas gerarão efeitos 
previdenciários para fins de pagamentos das contribuições e com impactos nos valores dos 
benefícios previdenciários e dos recolhimentos do FGTS. Essas verbas também entram na 
base de cálculo de todas as verbas rescisórias, bem como do cálculo do 13º salário.
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Maria Rafaela
QUESTÕES DE CONCURSO
001. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Gleicimar e Rosane trabalham 
em uma indústria farmacêutica, sendo Gleicimar contratada como estagiária e Rosane, como 
aprendiz. Ambas assinaram contrato de 1 ano, tendo sido observadas todas as exigências 
legais. No 10º mês do contrato, ambas informaram aos respectivos superiores imediatos que 
engravidaram. Gleicimar e Rosane, ao serem desligadas ao final do contrato, foram orientadas 
por parentes e amigos que teriam estabilidade e, por isso, deveriam tomar alguma providên-
cia. Em razão disso, Gleicimar ajuizou reclamação trabalhista, na qual postulou a reintegra-
ção em virtude da gravidez, e teve a tutela de urgência deferida. Diante do caso narrado, das 
disposições legais e do entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir.
a) Que tese jurídica você defenderia, como advogado(a) da sociedade empresária, em relação 
à estabilidade pleiteada por Gleicimar? (Valor: 0,65)
b) Que medida judicial você, como advogado(a) da sociedade empresária, adotaria para tentar 
reverter a tutela de urgência deferida em favor de Gleicimar? (Valor: 0,60)
002. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Cláudio é motorista de ônibus 
da Viação Ponto a Ponto Ltda. desde 20/03/2018. Nos últimos 3 meses, Cláudio, descumprin-
do deliberadamente cláusula específica do seu contrato de trabalho, passou a dirigir em alta 
velocidade, bem como a não respeitar sinais vermelhos, o que acarretou numerosas multas 
por infrações de trânsito. Cláudio foi notificado pela autoridade competente de que perdera a 
habilitação para dirigir veículos. A empresa consultou você, como advogado(a), sobre a medi-
da que deveria adotar em relação ao contrato de Cláudio, considerando que não tem interesse 
em mantê-lo como empregado.
a) Qual a orientação jurídica que você daria? Fundamente. (Valor: 0,60)
b) Na hipótese de Cláudio ser dirigente sindical, que medida jurídica processualvocê deverá 
adotar para implementar a dispensa do empregado? (Valor: 0,65)
003. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Você foi contratado(a) como 
advogado(a) por um trabalhador que requereu, em reclamação trabalhista, o pagamento de 
horas extras e de adicional noturno. Em audiência, após ter acesso à defesa, você verificou 
que a tese defendida pela reclamada foi a seguinte: em relação ao adicional noturno, negou 
o direito, porque a convenção coletiva da categoria prevê, em uma das cláusulas, expressa-
mente, que a remuneração do trabalho noturno seria igual ao diurno, sem direito a adicional; 
em relação ao pedido de horas extras, negou a sua existência, apresentando os controles 
de ponto assinados pelo trabalhador, que contêm horários invariáveis de entrada e saída. 
O juiz concedeu prazo para manifestação acerca da defesa e documentos. Considerando a 
situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indaga-
ções a seguir.
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Maria Rafaela
a) À luz da defesa e dos documentos, que tese jurídica você apresentaria em relação ao pedi-
do de adicional noturno? Justifique. (Valor: 0,65)
b) À luz da defesa e dos documentos, que tese jurídica você apresentaria em relação ao pedi-
do de horas extras? Justifique. (Valor: 0,60)
004. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) A massa falida de Biscoitos da 
Serra Ltda. teve de romper os contratos de trabalho de todos os seus empregados quando da 
quebra judicial, porque o juízo estadual determinou o fechamento e lacre do estabelecimento 
principal e das filiais. Logo após, um dos empregados ajuizou reclamação trabalhista pos-
tulando as verbas da extinção contratual, e, na sentença, o juiz condenou a massa falida ao 
pagamento de aviso prévio, do 13º salário proporcional, das férias proporcionais acrescidas 
de 1/3, da entrega das guias para saque do FGTS, dos formulários do seguro-desemprego e 
das multas do Art. 467 e do Art. 477, ambos da CLT. Considerando a situação posta, os termos 
da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir.
a) Há parcela(s) objeto da condenação que possa(m) ser questionada(s) em razão da condi-
ção de massa falida da ex-empregadora? (Valor: 0,65)
b) Você é contratado(a) pela massa falida para interpor recurso contra a sentença, e este teve 
o seguimento negado, sob a alegação de deserção. Que medida jurídica você adotaria para 
tentar reverter essa decisão? (Valor: 0,60)
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Maria Rafaela
GABARITO COMENTADO
001. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Gleicimar e Rosane trabalham 
em uma indústria farmacêutica, sendo Gleicimar contratada como estagiária e Rosane, como 
aprendiz. Ambas assinaram contrato de 1 ano, tendo sido observadas todas as exigências 
legais. No 10º mês do contrato, ambas informaram aos respectivos superiores imediatos que 
engravidaram. Gleicimar e Rosane, ao serem desligadas ao final do contrato, foram orientadas 
por parentes e amigos que teriam estabilidade e, por isso, deveriam tomar alguma providên-
cia. Em razão disso, Gleicimar ajuizou reclamação trabalhista, na qual postulou a reintegra-
ção em virtude da gravidez, e teve a tutela de urgência deferida. Diante do caso narrado, das 
disposições legais e do entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir.
a) Que tese jurídica você defenderia, como advogado(a) da sociedade empresária, em relação 
à estabilidade pleiteada por Gleicimar? (Valor: 0,65)
b) Que medida judicial você, como advogado(a) da sociedade empresária, adotaria para tentar 
reverter a tutela de urgência deferida em favor de Gleicimar? (Valor: 0,60)
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
a) A questão trata de quem tem ou não garantia provisória no emprego. Ressalte que a garantia 
provisória no emprego é uma condição da relação de emprego e não, da relação de trabalho. 
Sendo assim, o estágio é relação de trabalho que não se enquadra como relação de emprego. 
O trabalho de aprendizagem é um tipo de relação de emprego. Gleicimar não tem garantia no 
emprego porque é estagiária; portanto, ela não tem vínculo empregatício, na forma do Art. 3º 
da Lei n. 11.788/08 OU do Art. 10, inciso II, alínea b, ADCT OU da Súmula 244, inciso III, do TST. 
Ela não faz jus à estabilidade, pois essa pressupõe que a pessoa seja empregada.
b) As decisões interlocutórias são irrecorríveis na Justiça do Trabalho, sendo assim, cabe na 
questão apenas impetrar mandado de segurança, pois se trata de decisão interlocutória contra 
a qual não cabe recurso imediato, na forma da Súmula 414, inciso II, do TST.
002. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Cláudio é motorista de ônibus 
da Viação Ponto a Ponto Ltda. desde 20/03/2018. Nos últimos 3 meses, Cláudio, descumprin-
do deliberadamente cláusula específica do seu contrato de trabalho, passou a dirigir em alta 
velocidade, bem como a não respeitar sinais vermelhos, o que acarretou numerosas multas 
por infrações de trânsito. Cláudio foi notificado pela autoridade competente de que perdera a 
habilitação para dirigir veículos. A empresa consultou você, como advogado(a), sobre a medi-
da que deveria adotar em relação ao contrato de Cláudio, considerando que não tem interesse 
em mantê-lo como empregado.
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a) Qual a orientação jurídica que você daria? Fundamente. (Valor: 0,60)
b) Na hipótese de Cláudio ser dirigente sindical, que medida jurídica processual você deverá 
adotar para implementar a dispensa do empregado? (Valor: 0,65)
SUGESTÃO DA RESPOSTA:
a) Cláudio descumpriu as regras do contrato de trabalho, causando prejuízo ao empregador. 
Este se vale do seu poder diretivo, razão pela qual pode aplicar a penalidade máxima e, portan-
to, deverá ser recomendada a dispensa por justa causa, na forma do Art. 482, letra m, da CLT.
b) Para fins de regularizar a situação da dispensa por justa causa do dirigente sindical que, por 
sua vez, é uma garantia provisória no emprego, deve-se ajuizar inquérito judicial para apuração 
de falta grave, na forma do Art. 494, OU do Art. 543, § 3º, OU do Art. 853, todos da CLT.
003. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) Você foi contratado(a) como 
advogado(a) por um trabalhador que requereu, em reclamação trabalhista, o pagamento de 
horas extras e de adicional noturno. Em audiência, após ter acesso à defesa, você verificou 
que a tese defendida pela reclamada foi a seguinte: em relação ao adicional noturno, negou 
o direito, porque a convenção coletiva da categoria prevê, em uma das cláusulas, expressa-
mente, que a remuneração do trabalho noturno seria igual ao diurno, sem direito a adicional; 
em relação ao pedido de horas extras, negou a sua existência, apresentando os controles 
de ponto assinados pelo trabalhador, que contêm horáriosinvariáveis de entrada e saída. 
O juiz concedeu prazo para manifestação acerca da defesa e documentos. Considerando a 
situação posta, os termos da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indaga-
ções a seguir.
a) À luz da defesa e dos documentos, que tese jurídica você apresentaria em relação ao pedi-
do de adicional noturno? Justifique. (Valor: 0,65)
b) À luz da defesa e dos documentos, que tese jurídica você apresentaria em relação ao pedi-
do de horas extras? Justifique. (Valor: 0,60)
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
a) Deve elaborar a ideia de que nem sempre o negociado prevalece sobre o legislado, tratando 
das diferenças de essência dos artigos 611-A e 611- B da CLT, após a Reforma Trabalhista e, 
na sequência, explorar que existem direitos absolutamente indisponíveis, como é o caso dos 
que estão previstos na CF/88, por exemplo. E, aí, arrematar comentando o fato de que a norma 
coletiva da categoria não pode suprimir o pagamento do adicional noturno, havendo, portan-
to, nulidade neste aspecto, na forma do Art. 611-B, inciso VI, da CLT.
b) Trata-se da aplicação da inversão do ônus da prova e da jornada britânica. Seria bom apre-
sentar esses dois conceitos gerais ao examinador e, na sequência, afirmas as consequências 
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Maria Rafaela
jurídicas, ou seja, deve-se afirmar que controles contendo horários invariáveis são inválidos 
como meio de prova, invertendo-se assim o ônus da prova, que passa a ser da sociedade em-
presária, na forma da Súmula 338, inciso III, do TST.
004. (FGV/OAB/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/2019.2) A massa falida de Biscoitos da 
Serra Ltda. teve de romper os contratos de trabalho de todos os seus empregados quando da 
quebra judicial, porque o juízo estadual determinou o fechamento e lacre do estabelecimento 
principal e das filiais. Logo após, um dos empregados ajuizou reclamação trabalhista pos-
tulando as verbas da extinção contratual, e, na sentença, o juiz condenou a massa falida ao 
pagamento de aviso prévio, do 13º salário proporcional, das férias proporcionais acrescidas 
de 1/3, da entrega das guias para saque do FGTS, dos formulários do seguro-desemprego e 
das multas do Art. 467 e do Art. 477, ambos da CLT. Considerando a situação posta, os termos 
da CLT e o entendimento consolidado do TST, responda às indagações a seguir.
a) Há parcela(s) objeto da condenação que possa(m) ser questionada(s) em razão da condi-
ção de massa falida da ex-empregadora? (Valor: 0,65)
b) Você é contratado(a) pela massa falida para interpor recurso contra a sentença, e este teve 
o seguimento negado, sob a alegação de deserção. Que medida jurídica você adotaria para 
tentar reverter essa decisão? (Valor: 0,60)
SUGESTÃO DE RESPOSTA:
a) O cerne da questão é que a ré é uma massa falida e, portanto, algumas consequências ju-
rídicas advêm disso. Uma desses efeitos seria sobre a incidência das multas do Art. 467 e do 
Art. 477, ambos da CLT, não são devidas, em razão da extinção do contrato pela falência, na 
forma da Súmula 388 do TST.
b) Para fins de destrancar recursos, deve-se manejar o Agravo de Instrumento, na forma do Art. 
897, alínea b, da CLT. A pergunta aqui foi muito objetiva, não precisando de mais delongas do 
(a) candidato (a).
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Maria Rafaela
REFERÊNCIAS
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: Ltr, 2011.
Bernardes, Felipe. Manual de processo do trabalho. 3a edição. Salvador: Juspodivm, 2021.
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (1943). Consolidação das Leis do Trabalho. Bra-
sília: Senado, 1943.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 
1988
______Supremo Tribunal Federal. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.stf.jus.br
_____Tribunal Superior do Trabalho. Brasília: acesso em outubro/2020. Site oficial: www.tst.
jus.br
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 11ª Ed. São Paulo: Editora Método, 2015.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 19ª Ed. São Paulo: Editora LTr, 
2019.
DELGADO, Maurício Godinho; DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: Com 
os comentários à Lei n. 13.467/2017. São Paulo: Editora LTr, 2017
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 16. Ed. São Paulo: 
LTr, 2018.
PEREIRA, Leone. Prática trabalhista. 9ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2019.
Maria Rafaela
Juíza do trabalho substituta da 7ª Região. Doutoranda em Direito pela Universidade do Porto/Portugal. 
Mestre em Ciências Jurídicas pela Universidade do Porto/Portugal. Professora de cursos de pós-gradua-
ção na Universidade de Fortaleza - Unifor. Palestrante. Professora convidada da Escola Judicial do TRT 
7ª Região. Especialista em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Professora de cursos preparató-
rios para concursos públicos. Formadora da Escola de Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do 
Ceará. Cargos desempenhados: foi juíza do trabalho substituta no TRT 14ª Região, promotora de justiça 
titular do MPRO, analista judiciária do TJCE; professora concursada do quadro permanente na Universida-
de Federal de Rondônia; professora concursada temporária na Universidade Federal do Ceará. Aprovada 
em outros concursos públicos. Autora de artigos científicos publicados.
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	Apresentação
	Recurso e Revista
	1. Recurso de Revista no Processo do Trabalho: Como Fazer? A OAB já Cobrou? O Passo a Passo
	2. Recurso de Revista: Peça Inédita e Dicas de Resolução
	3. Direito Material: Salário e Adicionais
	4. Mais Notícias Recentes do TST Interessantes para as Provas
	Resumo
	Questões de Concurso
	Gabarito Comentado
	Referências
	AVALIAR 5: 
	Página 53:

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