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5 - Recurso e Revista

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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
RECURSO E REVISTA
Livro Eletrônico
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Recurso e Revista 
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Maria Rafaela
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................... 3
Recurso e Revista ............................................................................................................................ 4
1. Recurso de Revista no Processo do Trabalho: Como Fazer? A OAB já Cobrou? O 
Passo a Passo .................................................................................................................................. 4
2. Recurso de Revista: Peça Inédita e Dicas de Resolução .................................................... 6
3. Direito Material: Salário e Adicionais ................................................................................... 14
4. Mais Notícias Recentes do TST Interessantes para as Provas ......................................34
Resumo ............................................................................................................................................46
Questões de Concurso ................................................................................................................. 47
Gabarito Comentado ....................................................................................................................49
Referências ..................................................................................................................................... 52
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para WILLIAN PEREIRA MACHADO - 00126305196, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Recurso e Revista 
DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Maria Rafaela
ApresentAção
Olá, futuro (a) Advogado (a)!
Tudo bem contigo? Estudando firme e forte?
Eu vou me apresentar. Meu nome é Maria Rafaela de Castro. Atualmente sou Juíza do Tra-
balho no TRT 7ª Região, doutoranda em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Porto 
em Portugal, professora de preparatórios e faculdades aqui no Ceará, “a Terra do Sol” e faço 
parte do Time do GRAN CURSOS.
Registro que estou muito feliz em estar aqui escrevendo esse livro digital para você atingir 
o sucesso na carreira que sonha, pois a advocacia é uma belíssima carreira para os fortes.
O mais importante da minha apresentação é para te dizer que eu entendo sua dor e pressa 
para ser aprovado na OAB. Também entendo que você quer o máximo de informações de for-
ma objetiva e clara, sem rodeios e que quer gabaritar a prova, bem como entender as nuances 
da legislação. Veio ao lugar certo. Isso porque a maioria não tem muito tempo para estudar, 
seja porque trabalha, faz estágio, tem aulas na faculdade, aquela preocupação com o TCC etc.
Eu te parabenizo por você estar lendo este material, pois isso significa que você foi apro-
vado na 1ª fase da OAB. Então, você já está com 50% da vitória. Vamos nos dedicar mais 
um pouco com a leitura dos nossos materiais, pois vai dar certo se houve compromisso 
e empenho.
Eu e todo a equipe do GRAN estamos aqui para te dar o máximo de dicas, teorias, exercí-
cios, respondendo questões de provas anteriores e criando questões inéditas para que você 
surpreenda a Banca examinadora e não, o contrário.
Nesse ponto, esse material vai te ajudar a chegar ao êxito final e já estou feliz e motivada 
em elaborar isso para você. Sendo assim, estude a matéria de direito do trabalho num formato 
diferente.
E acredite: saber direito do trabalho é imprescindível para a sua aprovação. Não é possível 
ir para as provas sem ler esse material. Então, aproveite!
Espero que você goste do que vamos estudar e do material a seguir. Por favor: mate-
rial obrigatório! Então, pegue sua xícara de café (ou melhor, uma garrafa térmica gigante), o 
marca-texto, a caneta e se programe para ler tudo que preparei para você e ficar ligado no 
curso GRAN.
Por gentileza, se você curtiu essa aula, dê um feedback positivo lá no Fórum do Aluno. Se 
tiver críticas construtivas, também use o fórum para melhorarmos o material, ok?
Vamos começar?
Maria Rafaela de Castro
@mrafaela_castro
@juizamariarafaela
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Maria Rafaela
RECURSO E REVISTA
1. recurso de revistA no processo do trAbAlho: como FAzer? A oAb já 
cobrou? o pAsso A pAsso
Praticamente, não foi cobrado pelo exame da ORDEM, mas surge como uma peça impor-
tante na prática trabalhista. Além disso, tudo pode acontecer no próximo exame da ordem, 
principalmente, se houver mudança de Banca, não é verdade?
Ele é um recurso trabalhista que tem algumas peculiaridades e mais requisitos técnicos 
que o recurso ordinário, principalmente, após a Reforma Trabalhista. O recurso de revista é o 
último recurso, de caráter extraordinário, no processo do trabalho. Está previsto no artigo 896 
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e tem como objetivo uniformizar a jurisprudência 
dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Por isso, você não o trata como revisão de matéria de fato. Aliás, é um erro grave no Re-
curso de Revista tentar fazer revisões de matéria fática. Tanto que você não pede reanálise 
de fatos e provas, mas sim age de forma técnica. Não se discute a matéria propriamente dita, 
suas provas ou fatos, mas, sim, busca reexaminar as decisões em dissídios individuais que 
apresentam alguma controvérsia em relação à jurisprudência dos tribunais e à legislação 
sobre o assunto em questão.
Dessa forma, a CLT traz textualmente, no artigo 876, as situações de Recurso de Revista 
em que as decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tri-
bunais Regionais do Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado 
outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Indivi-
duais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme 
dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo 
Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área 
territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpre-
tação divergente, na forma da alínea;
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à 
Constituição Federal.
Ou seja, busca eliminar possíveis conflitos nas decisões trabalhistas. Diante disso, na 
elaboração da tese, não trazemos um ponto acerca da sinopse fática, mas sim enfrentamos 
a matéria jurídica.
Um dos pontos do RR é que exista controvérsia da matéria em mais de um Regional. 
Nesse azo, deve-se abrir um tópico no RR em que você apresenta, na prática, jurisprudência 
controvertida. No caso da prova da OAB, a ideia é que o próprio examinador deixe explícito que 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
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a matéria é controvertida. Mesmo assim, na peça, abra um tópico e elabore como se estivesse 
apresentando a jurisprudência controvertida. Veja no modelo como vamos colocar.
Essa controvérsia significa expor: o trecho da decisão alvo da controvérsia, com a indica-
ção de dispositivos, súmulas e jurisprudências conflitantes, com as razões do pedido e a im-
pugnação dos fundamentos jurídicos da decisão e com a transcrição das ementas e acórdãos 
que demonstram o conflito. Ou seja, é um recurso muito complexo.
Além disso, é obrigação processual do recorrente tomar as seguintes providências no 
momento da elaboração da peça:
I – indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da con-
trovérsia objeto do recurso de revista;
II – indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de lei, súmu-
la ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho que conflite com a deci-
são regional;
III – expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos 
da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, 
da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte;
IV – transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade de julgado 
por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos declaratórios em que foi pe-
dido o pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no recurso ordinário e o trecho 
da decisão regional que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de 
plano, da ocorrência da omissão.
Outro ponto muito importante é a exposição durante a elaboração do recurso: transcen-
dência dos motivos. Deve indicar no recurso qual a relevância do seu recurso, principalmente, 
nos aspectos econômicos, políticos sociais, jurídicos. Dispõe a CLT:
Art. 896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista, examinará previamente se a 
causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, 
social ou jurídica.
§ 1º São indicadores de transcendência, entre outros:
I – econômica, o elevado valor da causa;
II – política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do Tribunal Superior do 
Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal;
III – social, a postulação, por reclamante recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado;
IV – jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista.
§ 2º Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não de-
monstrar transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado.
§ 3º Em relação ao recurso que o relator considerou não ter transcendência, o recorrente poderá 
realizar sustentação oral sobre a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.
§ 4º Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do recurso, será lavrado acórdão com 
fundamentação sucinta, que constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.
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§ 5º É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de 
revista, considerar ausente a transcendência da matéria.
§ 6º O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela Presidência dos Tribunais Re-
gionais do Trabalho limita-se à análise dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não 
abrangendo o critério da transcendência das questões nele veiculadas.
Diante da ausência de prova passada para resolvermos, criei, com base nas questões iné-
ditas dos livros anteriores, a continuação da história de “RUI SILVA x SÓ MÉDICOS” para fins 
de que pudéssemos trabalhar com o recurso de revista.
O PULO DO GATO
O recurso de revista exige mais requisitos técnicos que o recurso ordinário. Não se pode no 
RR revisar fatos e provas, atendo-se ao conteúdo jurídico. Não pode faltar: transcendência e 
demonstração da controvérsia jurisprudencial. Então, muito cuidado! Aliás, cuidado redobra-
do quando for o caso de RR.
2. recurso de revistA: peçA inéditA e dicAs de resolução
001. (INÉDITA/2021) RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 
01/01/2019 a 02/03/2021, quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de 
EPI pelo hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da socie-
dade empresária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/
MA, recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que 
assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de abando-
no de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção do Hospital de res-
sarcimento de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a vaga 
deixada pelo reclamante; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 
às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto 
em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, 
em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi deferida in-
denização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi submetido du-
rante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de EPI para continuar 
suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, 
muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na maioria dos plantões, 
diante de compartilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma testemunha do hospital 
sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de reclamante em audiência, sem 
demais provas apresentadas; foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado 
da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% 
em relação aos pedidos julgados improcedentes. Foi interposto RO no TRT 16, sendo que o 
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acórdão confirmou integralmente a sentença de primeiro grau, exceto quanto aos honorários 
advocatícios que foram arbitrados em 10% do valor da condenação líquida. Diante disso, na 
condição de advogado do HOSPITAL SÓ MÉDICOS, redija a peça prático-profissional para a 
defesa dos interesses da sua cliente em juízo, ciente de que, na sentença, não havia vício ou 
falha estrutural que comprometesse sua integridade.
Questão inédita/2021 Pontos a serem ventilados
RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO 
NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 
01/01/2019 a 02/03/2021 quando alegou 
rescisão indireta pela ausência de 
fornecimento de EPI pelo hospital réu. 
Em razão disso, ele ajuizou reclamação 
trabalhista em face da sociedade 
empresária. A ação foi distribuída ao 
juízo da Vara do Trabalho Única de 
Barreirinhas/MA, recebendo o número 
0050000-80.2019.5.22.0090. Débora 
formulou váriospedidos, que assim 
foram julgados: foi reconhecida a rescisão 
indireta, em detrimento da tese de 
abandono de emprego do Hospital e não 
foi acolhido o pedido de reconvenção do 
Hospital de ressarcimento de R$5.000,00 
pelos gastos com uma contratação 
imediata para ocupar a vaga deixada pelo 
reclamante; foi reconhecido que a jornada 
se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 
16 horas, com intervalo de 10 minutos 
para refeição, conforme confessado pelo 
preposto em interrogatório, sendo, então, 
deferido o pagamento de 15 minutos com 
adicional de 50%, em razão do intervalo 
desrespeitado, e reflexos nas demais 
verbas salariais; foi deferida indenização 
de R$ 6.000,00 a título de dano moral 
pelo excessivo labor a que foi submetido 
durante a pandemia, e, principalmente, 
considerando que não teve entrega de 
EPI para continuar suas atividades; foi 
deferido o pagamento do vale-transporte 
em todo o período trabalhado, muito 
embora haja prova testemunhal de que o 
autor comparecia, na maioria dos
1) redigir a petição dirigida ao juiz a quo, 
TRT 16, porque aqui é diferente do RO. 
Naquele caso, o juízo a quo era o de 1º 
grau. Aqui é o TRT 16 que elaborou o 
acórdão. No caso da questão, manteve 
quase que a integralidade da sentença. 
No Recurso de Revista, deve direcionar 
ao Presidente do respectivo Tribunal, 
pois é ele quem vai exercer o juízo de 
admissibilidade.
2) indicar o recolhimento das custas e do 
depósito recursal.
3) após, redigir a petição dirigida 
ao Tribunal Superior do Trabalho, 
aduzindo, num primeiro aspecto, a 
preliminar: cerceamento de defesa pelo 
indeferimento da oitiva das testemunhas 
da empresa, com a consequente anulação 
do processo e retorno à Vara de origem 
para oitiva delas e prolação de nova 
sentença, conforme o Art. 5º, inciso LV, da 
CRFB/88.
4) atacar os fundamentos do acórdão do 
TRT em questão em tópicos ou no caso de 
restrição de linhas, deixe em caixa alta o 
pedido que você está analisando.
5) Deve sustentar que o reclamante não 
provou o descumprimento de obrigações 
e, com isso, persiste a ideia de abandono 
aos postos de trabalho. E, ainda, deve 
ser revisto o acórdão que não acolheu o 
pedido objeto da reconvenção, apesar 
dos danos causados pelo trabalhador ao 
hospital em plena situação de pandemia. 
Em relação à pausa alimentar, deve ser 
sustentado ser indevido o pagamento 
integral
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Maria Rafaela
plantões, diante de compartilhamento 
do UBER; o juiz negou a oitiva de uma 
testemunha do hospital sob a alegação de 
ser inimiga de Rui, pela mera afirmação 
de reclamante em audiência, sem demais 
provas apresentadas; foram deferidos 
honorários advocatícios em favor do 
advogado da autora na razão de 20% 
da liquidação e, em favor do advogado 
da ré, no importe de 10% em relação 
aos pedidos julgados improcedentes. 
Diante disso, na condição de advogado 
do HOSPITAL SÓ MÉDICOS, redija a peça 
prático-profissional para a defesa dos 
interesses da sua cliente em juízo, ciente 
de que, na sentença, não havia vício ou 
falha estrutural que comprometesse sua 
integridade.
do intervalo, mas apenas do tempo 
suprimido, e, ainda assim, com caráter 
indenizatório, sem repercussão em outras 
parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da 
CLT, além de enfatizar que havia quarto 
de descanso para o reclamante fazer as 
pausas. Sobre a indenização por dano 
extrapatrimonial, deve ser sustentado 
que a pandemia é uma situação de força 
maior, não gerando responsabilidade 
do empregador que não pode ser 
punido pela necessidade de maiores 
horas de plantão do trabalhador, pois 
não deu causa ao evento. A concessão 
de vale transporte não prospera, pois o 
reclamante não ia laborar diariamente 
mediante o uso de transporte público 
coletivo. Inclusive, o juiz julgou contra as 
provas, o que urge por reforma.
6) demonstrar a transcendência dos 
motivos e que a matéria é controvertida;
7) Requerimentos finais: admissibilidade 
do recurso, renovação das preliminares e, 
no mérito, pelo provimento do recurso.
8) Pedir que o presente apelo deve 
ser reconhecido vez que é adequado 
e foi interposto pela parte legítima, 
processualmente interessada e 
regularmente apresentada. O recurso é 
tempestivo pois foi interposto no prazo 
legalmente previsto do art. 895 a CLT.
9) Localidade e colocar ADVOGADO, não 
assinando a peça. Deve constar isso nas 
duas petições.
Vamos ensaiar como seria na elaboração da prova. Estou colocando aqui de forma sucin-
ta, mas deixo consignado aquilo que deve ser aprimorado:
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBU-EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBU-
NAL REGIONAL DO TRABALHO DA 16ª REGIÃO (nesse caso, o seu direcionamento deve ser NAL REGIONAL DO TRABALHO DA 16ª REGIÃO (nesse caso, o seu direcionamento deve ser 
relacionado para o Desembargador Presidente do TRT respectivo, pois é ele quem realiza relacionado para o Desembargador Presidente do TRT respectivo, pois é ele quem realiza 
o juízo de admisso juízo de admissibilidade)ibilidade)
N. do processo: 0050000-80.2019.5.22.0090
HOSPITAL SÓ MÉDICOS, já qualificada nos autos do processo acima descrito, inconformada 
com a respeitável sentença prolatada na Reclamação Trabalhista proposta pelo obreiro rui 
da silva, também já qualificado nos autos, vem tempestivamente perante Vossa Excelência, 
por intermédio de seu advogado que esta subscreve, interpor:
RECURSO DE REVISTA,
contra a v. acórdão de fls., conforme as razões anexas.
com fundamento no art. 896, a, da CLT, juntando as razões recursais, as quais requer sejam 
recebidas e remetidas ao Tribunal Superior do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho
Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal (essencial Seguem os comprovantes do recolhimento das custas e do depósito recursal (essencial 
você constar isso).você constar isso).
2. REQUERIMENTOS FINAIS
Por todo o exposto, REQUER:
1. Requerer a intimação da parte contrária para contra-arrazoar (ou contrarrazoar) o recurso.
Nestes termos, pede deferimento,
Localidade
ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO)ADVOGADO (não assine a peça, bastando colocar o nome ADVOGADO)
Exmos. Ministros do Egrégio Tribunal Superior do Trabalho (o Recurso de Revista será julga-
do e processado junto ao TST, logo, o direcionamento é para os Ministros daquele Regional)
RAZÕES DO RECURSO DE REVISTA
PROCESSO N.. 0050000-80.2019.5.22.0090
RECORRENTE: hospital só médicos
RECORRIDO: rui da silva
Vara de origem: vara única do trabalho de barreirinhas/ma
Doutos Ministros do TST,
Merece reforma o respeitável Acórdão do TRT 16Acórdão do TRT 16, pelos argumentos, a seguir:
DO ACÓRDÃO RECORRIDO DO TRT 16 (DO ACÓRDÃO RECORRIDO DO TRT 16 (o seu tópico inicial será para trazer ao TST o resu-o seu tópico inicial será para trazer ao TST o resu-
mo do que ocorreu, principalmente, sobre o que foi deliberado na 2a instância, qual seja, mo do que ocorreu, principalmente, sobre o que foi deliberado na 2a instância, qual seja, 
o TRT 16. No nosso caso da questão, houve confirmação quase que integral da sentençao TRT 16. No nosso caso da questão, houve confirmação quase que integral da sentença 
de 1º grau)de 1º grau)
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Maria Rafaela
RUI SILVA trabalhou como ENFERMEIRO NO HOSPITAL SÓ MÉDICOS, de 01/01/2019 a 
02/03/2021, quando alegou rescisão indireta pela ausência de fornecimento de EPI pelo 
hospital réu. Em razão disso, ele ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade em-
presária. A ação foi distribuída ao juízo da Vara do Trabalho Única de Barreirinhas/MA, 
recebendo o número 0050000-80.2019.5.22.0090. Débora formulou vários pedidos, que 
assim foram julgados: foi reconhecida a rescisão indireta, em detrimento da tese de aban-
dono de emprego do Hospital e não foi acolhido o pedido de reconvenção do Hospital de 
ressarcimento de R$5.000,00 pelos gastos com uma contratação imediata para ocupar a 
vaga deixada pelo reclamante; foi reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, 
das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo 
preposto em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicio-
nal de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; foi 
deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral pelo excessivo labor a que foi 
submetido durante a pandemia, e, principalmente, considerando que não teve entrega de 
EPI para continuar suas atividades; foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo 
o período trabalhado, muito embora haja prova testemunhal de que o autor comparecia, na 
maioria dos plantões, diante de compartilhamento do UBER; o juiz negou a oitiva de uma 
testemunha do hospital sob a alegação de ser inimiga de Rui, pela mera afirmação de recla-
mante em audiência, sem demais provas apresentadas.
O TRT 16, equivocadamente, manteve a sentença de primeiro grau, salvo quanto aos hono-
rários advocatícios, incorrendo, portanto, em vícios o julgamento deste feito e afastando-o 
da decisão mais justa ao caso concreto.
DA TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA E SOCIAL (ART. 896-A) ( não pode esquecer jamais disso DA TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA E SOCIAL (ART. 896-A) ( não pode esquecer jamais disso 
aqui pois é uma das análises mais importantes do juízo de admissibilidade aqui pois é uma das análises mais importantes do juízo de admissibilidade pelo TST).pelo TST).
O presente recurso de revista preenche o pressuposto recursal específico da transcendên-
cia, exigência da CLT, pois a matéria abordada induz reflexos gerais de natureza jurídica e 
econômica, principalmente, pela temática relacionada à ruptura de contratos de trabalho de 
profissionais de saúde durante a pandemia, de modo que a natureza da decisão ultrapassa 
os interesses meramente subjetivos em discussão no processo.
MATÉRIA CONTROVERTIDA (é uma peculiaridade que não existe no RO: o TST também exi-MATÉRIA CONTROVERTIDA (é uma peculiaridade que não existe no RO: o TST também exi-
ge a controvérsia, sendo importante que se abra um tópico para sinalizar ao examinador ge a controvérsia, sendo importante que se abra um tópico para sinalizar ao examinador 
que você não esqueceu esse aspecto importante).que você não esqueceu esse aspecto importante).
Todas as discussões trazidas em tópicos são controvertidas em mais de um Regional, ur-Todas as discussões trazidas em tópicos são controvertidas em mais de um Regional, ur-
gindo por um posicionamento uniforme do TST, razão pela qual colaciona-se os julgados gindo por um posicionamento uniforme do TST, razão pela qual colaciona-se os julgados 
objeto de controvérsia em cada um dos pontos meritórios e das discussões jurídicas que objeto de controvérsia em cada um dos pontos meritórios e das discussões jurídicas que 
compõem esse recurso.compõem esse recurso.
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NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA
Nesse ponto, padece de nulidade o julgamento do 1º grau e do acórdão do TRT 16, por ofen-
sa direta ao inciso LV do art. 5 º da CR/88. O juiz de primeiro grau se negou a ouvir as teste-
munhas do réu, de forma arbitrária, não garantindo o livre desempenho do devido processo 
legal, da ampla defesa e do contraditório. Conforme se observa na última ata de audiência, 
o juiz indeferiu a oitiva de uma essencial testemunha da defesa, o que a prejudicou notada-
mente, em ofensa ao texto constitucional. O juiz a quo, pela simples alegação do recorrido, 
sem ouvir a própria testemunha ou demais pessoas, concluiu que havia inimizade com o 
recorrido, não fundamentando em que meios de prova se valeu para fins de indeferir a oiti-
va de testemunha idônea para provar os fatos elencados na peça de defesa. Diante disso, 
requer a nulidade da sentença nesse tocante, com a devolução dos autos para a instância 
de origem, no sentido de existir a devida produção regular da prova e garantindo o direito 
constitucional do contraditório.
DO MÉRITO
Não merece prosperar o respeitável acórdão do TRT 16, pelas razões a seguir expostas.
PAUSA ALIMENTAR/INTERVALO INTRAJORNADA/CONDENAÇÃO INDEVIDA
O TRT 16 manteve a condenação da recorrente, indevidamente, ao pagamento de intervalo 
intrajornada na sua integralidade, muito embora confessado que existia gozo de períodos 
pela recorrida, e, tal fato foi desconsiderado pelo juízo quando da sentença. No entanto, 
não merece prosperar, tendo em vista ser indevido o pagamento integral do intervalo, mas 
apenas do tempo suprimido (a diferença do tempo), e, ainda assim, com caráter indeniza-
tório, sem repercussão em outras parcelas, na forma do Art. 71, § 4º, da CLT. Logo, não há 
como manter condenação sobre os reflexos em todas as verbas rescisórias, como feito na 
sentença. Além disso, o juiz não considerou que o intervalo concedido era superior ao ale-
gado na peça Inicial, na medida em que o hospital dispunha de quarto de descanso para os 
profissionais de saúde, incluindo, o reclamante, que tinha à sua disposição.
SOBRE A RUPTURA CONTRATUAL ENTRE AS PARTES – MERECE REFORMA
O recorrido falta com a verdade na sua narrativa, na medida em que desempenhava ati-
vidade compatível pela qual foi contratado, sendo que a ré cumpriu todas as obrigações 
trabalhistas, tendo o recorrido abandonado o serviço, sem qualquer justificativa, apesar de 
telefonemas do hospital para do seu retorno.
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Destaque-se que o motivo da ruptura contratual foi abandonode emprego, ocasião em que 
o obreiro deve ser penalizado por tal conduta, principalmente, porque, quando das suas 
verbas rescisórias, não incide multa de 40% do FGTS ou pagamento de aviso prévio, por 
exemplo. Assim, não há como prosperar os pedidos, haja vista inexistência de prova de 
qualquer vício de consentimento. Além disso, o recorrido deixou de forma injustificada de 
comparecer ao serviço, sem dar qualquer satisfação ao seu superior.
Houve demonstração de que a recorrente entregava EPI aos seus funcionários e, sobretu-
do, que houve, em alguns dias, problemas na aquisição de novos equipamentos, mas isso 
em decorrência de uma crise em escala global, como sabido. Tratou-se de uma situação 
pontual que não tem o condão suficiente para uma rescisão indireta, por ser esta uma me-
dida extrema.
Acerca da ruptura do contrato de trabalho, não há como prosperar pleitos de verbas na 
modalidade de dispensa sem justa causa ou rescisão indireta, pois está demonstrado do-
cumentalmente que o reclamante abandonou o serviço numa situação crítica da saúde no 
Brasil com a pandemia da COVID 19. Não houve irregularidade contrato de trabalho que 
justificasse o abandono de emprego por parte do autor.
Com base nisso, não há direito à indenização de 40% sobre o FGTS porque a autora pediu 
demissão, o que impede a pretensão, porque essa hipótese não é prevista na norma cogen-
te, na forma do Art. 18, § 1º, da Lei n. 8.036/90 e Art. 9º, § 1º, do Decreto 99.684/90.
O Acórdão do TRT 16 deve ser reformado nesse tocante.
CONDENAÇÃO EM DANO EXTRAPATRIMONIAL INDEVIDA – MERECE REFORMA
Sobre a indenização por dano extrapatrimonial, a sentença de primeiro grau compreendeu 
que o recorrido sofreu desgaste emocional diante da carga de trabalho a que foi submetido 
durante a pandemia. Sobre alegação de pedidos de danos morais, não prospera, na medida 
em que o trabalhador, assim como todos os profissionais de saúde, teve carga aumentada 
com excesso de trabalho em razão da pandemia da COVID 19, razão pela qual tal fato não 
pode ser imputado ao empregador, pois não se pode imputar a ele uma situação de força 
maior. Nesse âmbito, destaca-se que se tratou de força maior e, com isso, configura-se 
uma excludente de responsabilidade civil do empregador, não podendo imputá-lo, pois não 
houve, em qualquer momento, abuso do poder diretivo. Além disso, a pandemia é uma situ-
ação de força maior, razão pela qual exclui a responsabilidade do empregador, que, por sua 
vez, não gerou, direta ou indiretamente, a situação pandêmica. A título de princípio 
da eventualidade, caso mantida a condenação pelo TRT, requer a diminuição considerável 
do quantum indenizatório, diante das difíceis condições econômicas da recorrente e pelo 
exíguo período trabalhado (é possível formular pedidos sucessivos para fins de diminuir o 
quantum indenizatório, por exemplo).
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PEDIDO RECONVENCIONAL – URGE PELA MODIFICAÇÃO NO TRIBUNAL
O abandono ao serviço de forma injustificada gerou graves prejuízos ao empregador, pois 
teve que contratar às pressas terceiras pessoas, gerando um prejuízo a mais na sua folha de 
pagamento de cinco mil reais. Com a situação da pandemia, e com o número de pacientes 
internados em um contexto de condições adversas para toda a sociedade, o reclamante/
reconvindo simplesmente abandonou, sem qualquer justificativa, o seu plantão. Para man-
ter a qualidade dos serviços e as boas condições de atendimento, pois superior é o direito 
à saúde, o reclamado/reconvinte teve que fazer contratações emergenciais para manter a 
equipe, gerando um prejuízo ao hospital, conforme a prova documental em anexo, de cinco 
mil reais, o que deve ser ressarcido pelo dano causado pelo trabalhador à recorrente.
REQUERIMENTOS FINAIS
Pelo exposto e pelo que mais dos autos constam, requer-se o processamento e o provi-
mento do presente recurso de revista para que o v. acórdão de fls. seja reformado em sua 
totalidade, reconhecendo o seguinte: requer seja acolhida a preliminar de nulidade por cer-
ceamento de defesa, para determinar o retorno dos autos à Vara do Trabalho de origem, e, 
em consequência, seja anulada a sentença proferida, determinando o retorno dos autos à 
Vara do Trabalho de origem, a fim de que seja reaberta a instrução processual e se proceda 
à oitiva da testemunha que não foi ouvida. Também requer que seja acolhida a preliminar 
da inépcia da inicial quanto ao pedido de feriados. Em relação aos demais pleitos, requer 
a modificação do julgado de 1º grau, com a reforma da sentença do juízo de piso para que 
sejam julgados improcedentes os pedidos de horas extras, danos morais,
Por fim, requer que o presente recurso de revista seja conhecido e provido.
Nestes termos, pede deferimento,
Localização
Advogado OAB/ ____________(não assine a peça)Advogado OAB/ ____________(não assine a peça)
Sugere-se, ainda, como dicas:
a) não use palavras ou expressões agressivas por mais grave 
e “revoltante” a situação fática trazida pelo examinador. Man-
tenha-se numa linha ZEN, embora sua obrigação seja pedir 
tudo.
b) faça pedidos sucessivos ou subsidiários diante do princípio 
da eventualidade.
c) faça tópicos para cada pedido de reforma.
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d) saiba trabalhar bem com a ideia seja do que REFORMAR 
ou ANULAR. Pois isso já é um ponto diferencial no seu re-
curso. Aqui você usa o mesmo que aprendeu quando estu-
damos o RO.
e) em grau de recurso, são duas peças.
f) leia atentamente os fatos para filtrar aquilo que interessa ao 
seu cliente quando da elaboração do recurso.
g) não esqueça a transcendência e como você deve colocar o 
seu caso concreto.
3. direito mAteriAl: sAlário e AdicionAis
Na definição de empregado, nos termos do artigo 3 da CLT, a onerosidade é um dos re-
quisitos essenciais para a caracterização da relação de emprego e considerar um indivíduo 
como empregado. É preciso receber uma paga pelo serviço executado. É a contraprestação.
A contraprestação pecuniária pode ser considerada como salário e remuneração, sendo 
imprescindível conhecer os conceitos, as peculiaridades e diferenças entre uma e outra.
O salário é conhecido é o conjunto de parcelas contra prestativas paga pelo empregador 
em razão da prestação de serviços no contrato firmado entre as partes. Por sua vez, a remu-
neração seria considerada o gênero que incluiria o salário contratual e as gorjetas, bem como 
demais parcelas remuneratórias e indenizatórias.
A ideia da CLT foi considerar o salário como origem dessa onerosidade paga diretamente 
pelo empregador. O que extrapolasse esse conceito base seria considerado remuneração. 
Uma importante constatação é que o salário seria aquela contraprestação paga diretamente 
pelo empregador.
Isso difere da remuneração que pode ser a contraprestação pada diretamente pelo empre-
gado ou pelo empregador. Nesse exemplo, temos as gorjetas.
O PULO DO GATO
A noção de remuneração abrange 3 acepções, pelo menos, na doutrina. Na 1ª acepção, como 
uma expressão sinônima de salários. Na 2ª acepção, como gênero das contraprestações. Na 
3ª acepção, como o salário contratual adicionado das gorjetas.
Com isso, destaca-se o artigo 457 da CLT:
Art. 457.Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber.
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§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas 
pelo empregador.
§ 2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, 
vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a re-
muneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de 
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, 
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e desti-
nado à distribuição aos empregados.
§ 4º Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, ser-
viços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho 
superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
Em continuidade, há o teor da Súmula 354 do TST que revela essa distinção entre salário 
e gorjeta, bem como de remuneração:
GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontane-
amente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base 
de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso 
semanal remunerado.
O PULO DO GATO
O empregador não pode utilizar a gorjeta recebida de terceiros em estabelecimentos comer-
ciais para compor o salário-mínimo a ser pago aos trabalhadores pela contraprestação de 
um serviço.
Com esse raciocínio, surge a necessidade de entender o conceito de salário-mínimo, e, 
portanto, trazer à baila os artigos 76 e 78 da CLT:
Art. 76. Salário-mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a 
todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, 
e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de 
alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.
Art. 78. Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será 
garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário-mínimo por dia nor-
mal da região, zona ou subzona.
Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito 
a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário-
-mínimo, vedado qualquer desconto em mês subsequente a título de compensação.
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Tanto o salário como a gorjeta, o que forma a remuneração, precisam constar nas anota-
ções da CTPS, como determina o artigo 29 da CLT. Isso porque tais parcelas gerarão efeitos 
previdenciários para fins de pagamentos das contribuições e com impactos nos valores dos 
benefícios previdenciários e dos recolhimentos do FGTS.
Essas verbas também entram na base de cálculo de todas as verbas rescisórias, bem 
como do cálculo do 13º salário. Por isso que existem demandas na Justiça do Trabalho para 
fins de reconhecimento da natureza salarial das verbas na remuneração e os pedidos de re-
flexos em outras verbas, como, por exemplo, nos recolhimentos do FGTS, 13º salário e reco-
lhimentos previdenciários. Isso faz grande diferença no cálculo total das verbas.
GODINHO (2020;866) sustenta que o salário constitui “a parcela central devida ao trabalha-
dor no contexto da relação de emprego”. Mas a expressão salário é utilizada como nome para 
determinadas parcelas salariais. GODINHO (2020;866) sustenta que são “as denominações 
impróprias da figura do salário”. Então, é comum na nossa vivência ter contato com a seguin-
tes expressões: salário de contribuição, salário de benefício, salário família. Nesse ponto, há 
também denominações próprias da figura do salário que fazem uso de uma concepção técni-
ca. Ora, sendo assim, é preciso fixar tudo através de um mapa mental:
Denominações de 
salário
Diferença conceitual da ideia de 
salário e remuneração.
Remuneração inclui as gorjetas que 
passaram, em 2017, a ter um novo 
tratamento legal.
Denominações próprias de salário: 
denominações efetivamente 
referenciadas à ideia de salário.
Denominações impróprias de 
salário: utilização do nome 
salário para determinados 
benefícios que, às vezes, nem 
tem cunho trabalhista.
Toda relação de emprego é 
onerosa - daí temos o salário.
Salário de contribuição, salário de 
benefício, salário maternidade, 
salário família, salário educação.
Salário mínimo, salário com-
plessivo, salário base, salá-
rio profissional, salário nor-
mativo, piso salarial etc.
Com base nisso, vamos analisar nesse tópico os conceitos dessas “denominações impró-
prias da figura do salário”.
(a) salário maternidade: benefício previdenciário que permite o pagamento do salário (re-
muneração integral) para o parto e o subsequente período de afastamento materno. Isso tam-
bém vale para o caso de doação de criança ou de guarda judicial para sua adoção. A licença 
maternidade é de 120 dias. É o teor do artigo 392-A da CLT que igualou as oportunidades tanto 
para as mães biológicas como para as adotantes. No mesmo prisma interpretativo, também 
estende para o caso de morte da genitora, em que é assegurado ao cônjuge ou companheiro o 
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gozo de licença por todo o período da licença maternidade ou pelo restante que teria direito à 
mãe, exceto no caso de falecimento ou abandono do filho. É uma contribuição previdenciária 
apesar do nome “salário”. Significa a renda mensal calculada à base de remuneração integral 
da obreira gestante a ela paga diante do afastamento para a maternidade de 120 dias.
(b) Salário educação: é a cobrança dessa parcela para o cumprimento das obrigações 
empresariais concernentes à prestação de facilidades da educação e do ensino a seus em-
pregados. É uma contribuição social, apesar do nome “salário”.
(c) Salário – família: também é um benefício previdenciário em que se constitui em parce-
la ao trabalhador de baixa renda em função do número de dependentes menores de 14 anos. 
Tais parcelas são pagas ao empregado. O empregador faz esse pagamento mediante a com-
pensação de valores no montante dos recolhimentos previdenciários.
(d) Salário de contribuição e salário de benefício: aqui estamos usando denominações 
referentes ao direito previdenciário. Nos dois casos, o salário de contribuição é o parâmetro 
remuneratório da pessoa filiada ao INSS, no RGPS – Regime Geral de PrevidênciaSocial – 
para incidir a alíquota correspondente ao seu recolhimento previdenciário. No caso do salário 
de benefício é o parâmetro da prestação previdenciária paga pelo INSS ao segurado. São ins-
trumentos de natureza previdenciária.
Ocorre que a denominação salário também podem usar em sentido técnico próprio para 
fins de aplicar conceitos ao correto uso da ideia de salário, como salário-mínimo, salário base, 
salário contratual, salário complessivo etc., que vamos analisar abaixo os principais concei-
tos. Nesse caso, a expressão salário foi usada dentro de um viés trabalhista. Com base nisso, 
destacam-se:
(a) salário progressivo: é tudo que se acrescenta ao salário base, como as gorjetas, os 
adicionais, a habitualidade das horas extras etc., que vai aumentando o salário base.
(b) salário-mínimo: é aquele previsto como o mínimo para se receber quando se está 
na jornada de 44 horas semanais ou 8 horas diárias. Nesse ponto, o trabalhador, segundo a 
CF/88, nos termos do artigo 7, IV estipula que esse é o mínimo constitucional para o recebi-
mento dos trabalhadores
(c) salário profissional: é o valor mínimo que determinado trabalhador pertencente à uma 
categoria profissional, legalmente especificado. Exemplo: cirurgião – dentista, médicos etc.
(d) salário normativo: é o piso mínimo determinado nas negociações coletivas – Acordo 
Coletivo do Trabalho ou Convenção Coletiva do Trabalho. É o parâmetro salário mais baixo 
autorizado por uma negociação coletiva, no contexto de determinada categoria ou o que for 
determinado na sentença normativa também. É preciso analisar esse tipo de salário nos ter-
mos do artigo 611 da CLT.
(e) Salário complessivo: trata-se de uma criação jurisprudencial. Nesse caso, significa, 
nos termos da súmula 91 do TST, aquele salário que não faz a identificação pontual e corre-
ta do que vem sendo adimplido. É preciso identificar especificamente cada parcela legal ou 
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contratual devida ao trabalhador. Não se pode, por exemplo, pagar R$ 2.000,00 referentes às 
verbas rescisórias. É preciso que o empregador especifique cada parcela com o respectivo 
valor. Não se pode simplesmente dar uma ideia geral do que vem sendo pago. É preciso sim 
especificar cada parcela e rubrica que efetivamente foi pago. Nesse ponto, destaca-se o teor 
da Súmula 91 do TST:
SALÁRIO COMPLESSIVO. Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância 
ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do 
trabalhador.
O salário deve ter diferentes parcelas na sua composição. As parcelas podem ser de na-
tureza indenizatória ou remuneratória /salarial. Parcelas indenizatórias são aquelas que não 
incidem na base do salário para fins de verbas rescisórias, como, por exemplo, a PLR – Parti-
cipação de Lucros e Resultados ou férias vencidas pagas em dobro, por exemplo, bem como 
as multas dos artigos 467 e 477 da CLT, indenização por danos morais, materiais etc.
Parcelas remuneratórias ou salariais são aquelas em que há incidência de contribuição 
previdenciária ou que incide na base de cálculo e no cômputo de demais verbas trabalhistas. 
Por exemplo, temos as horas extras, os adicionais seguintes: noturno, insalubridade e peri-
culosidade. Além disso, temos a incidência sobre o 13º salário, comissões, percentagens, 
abonos e prêmios.
O PULO DO GATO
Com a Reforma Trabalhista, foram excluídas do rol salarial as seguintes parcelas: ajudas de 
custo, auxílio alimentação, diárias pagas para viagem, prêmios, abonos.
As parcelas remuneratórias INTEGRAM O SALÁRIO do trabalhador. As parcelas indeniza-
tórias NÃO INTEGRAM O SALÁRIO do trabalhador. Nesse ponto, apenas indeniza uma situa-
ção em prol do trabalhador no contrato de trabalho.
Destaca-se a CLT, especificamente, o artigo 457, § 1º:
Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo 
empregador. O aviso prévio demonstra certa peculiaridade:
Quando trabalhado, ele é de natureza salarial, mas não quando não, chama-se indenizado 
e, com isso, não entra na base de cálculo. Lembre-se que a projeção do aviso prévio para fins 
de dar baixa na CTPS do trabalhador deve levar em consideração o “prazo” do aviso prévio 
proporcional.
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Acerca desse EFEITO EXPANSIONISTA CIRCULAR, destaca-se a posição de GODINHO 
(2020;873):
Trata-se daquilo que denominamos efeito expansionista circular dos salários, que é sua aptidão 
de produzir repercussões sobre outras parcelas de cunho trabalhista e, até mesmo, de outra natu-
reza, como, ilustrativamente, previdenciária. Por essa razão, o estudo das parcelas componentes 
do salário deve fazer-se paralelamente à identificação das verbas não salariais pagas ao mesmo 
empregado.
Efeito 
expansionista 
circular
Parcelas indenizatórias
Parcelas salariais ou remuneratórias
Reforma trabalhista: excluiu a natureza salarial das 
verbas sobre ajudas de custo, auxílio-alimentação, 
diárias para viagens, prêmios, abonos.
Dano moral, multas dos arts. 467 e 477 da CLT.
Aviso prévio indenizado.
Férias em dobro vencidas mais um terço.
Recolhimentos do FGTS e da multa dos 40% do FGTS.
13o salário, adicionais noturno, periculosidade, insalubridade
DSR - descanso semanal remunerado
gorjetas
aviso prévio trabalhado
(a) Parcelas salariais tipificadas: são as previstas em regra geral. São os salários básicos, 
percentagens, 13º salário, comissões.
(b) Parcelas salarias não tipificadas: são as previstas em negociações coletivas que trans-
formam determinadas verbas como já salariais.
(c) Parcelas salariais dissimuladas: são quando se busca fraudar a natureza de verba sa-
larial com uma denominação que desvirtua a real natureza das verbas. Por exemplo: diárias 
quando, na verdade, é salário por fora.
GODINHO (2020;875) conceitua o alcance da parcela salarial dissimulada:
Há figuras que não têm originariamente natureza salarial, mas que, em virtude de uma conforma-
ção ou utilização fraudulenta no contexto da relação empregatícia, passam a ser tratadas como 
salário; são parcelas salariais dissimuladas. Registre-se que, caso utilizadas regularmente, tais 
parcelas não teriam, sem dúvidas, natureza salarial. Entretanto, sua utilização irregular, com obje-
tivos contraprestativos disfarçados, frustrando a finalidade para a qual foram imaginadas, conduz 
ao reconhecimento de seu efetivo papel no caso concreto, qual seja de suplementação, ainda que 
dissimulada, de contraprestação paga ao empregado pelo empregador. É o que ocorre que com as 
ajudas de custo, quer com as diárias de viagem, quando irregularmente concedidas.
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Destacam-se aqui as diárias de viagem e as ajudas de custo. Essas parcelas possuem na-
turezasalarial. Isso porque implicam ressarcimento das despesas efetuadas pelo empregado.
Antes da Reforma Trabalhista, a CLT fazia uma distinção a depender do percentual das di-
árias para viagem. Era fixado um parâmetro de 50% do salário contratual. Havia uma espécie 
de presunção.
Com a Reforma Trabalhista, essa distinção não tem mais razão de ser. Não existe mais 
a distinção dos 50%. Agora tudo é natureza indenizatória. Como já comentei acima, no caso 
concreto, essa parcela pode ser usada de maneira fraudulenta para “esconder” a verdadeira 
natureza da verba que, por sua vez, pode ser um salário por fora.
Entendeu? Daí ocorre a ideia de verba de natureza indenizatória ou, simplesmente, pode 
existir uma fraude, em que se usa essa verba para esconder uma verba remuneratória que 
poderia onerar a folha de pagamento do empregador.
Aliás, é uma noção da Reforma Trabalhista exatamente abranger o maior número de par-
celas como de natureza indenizatória, sem integração na base de cálculo, razão pela qual de-
sonera muito a folha de pagamento do empregador. A natureza indenizatória não gera valores 
para fins de cálculos de outras verbas, base de cálculo para recolhimento do FGTS, férias, 13º 
salário, DSR etc.
Por isso que é importante ter esse conhecimento da diferença de verbas rescisórias como 
indenizatórias, bem como do que integra ou não os salários do trabalhador.
O PULO DO GATO
Com a Reforma Trabalhista, as ajudas de custo e diárias de viagem são de natureza indeni-
zatória, independentemente da porcentagem sobre o salário contratual do trabalhador. Se 
houver fraude no pagamento dessa verba, transmuda-se essa verba em natureza salarial, 
integrando o salário do obreiro para todos os fins. O mesmo raciocínio vale para as chamadas 
verbas de representação.
Acerca das parcelas não salariais, ou seja, de natureza indenizatória, é preciso tecer algu-
mas considerações:
(a) parcelas de natureza indenizatória: aqui temos as diárias para viagens e as ajudas de 
custo, vale transporte, por exemplo. Como já mencionei antes, aqui incluímos a indenização 
das férias não gozadas, aviso prévio indenizado, as multas dos artigos 467, 477 e 478 da CLT 
nos casos de rescisão do contrato de trabalho; recolhimentos do FGTS com a multa dos 40%; 
indenizações convencionais e normativas; indenizações por dano moral; indenização substi-
tutiva do seguro-desemprego.
(b) outras parcelas de natureza instrumental e de direito intelectual. Nesse ponto, des-
taca-se que a PLR (Participação de Lucros e Resultados), as parcelas de direito intelectu-
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al, principalmente, aquelas previstas no direito de propriedade industrial, nos termos da Lei 
n. 9609/98, direitos intelectuais relativos ao software. Temos aqui o vale cultura e, ainda, os 
instrumentos de trabalho, como vestuário, uniformes, veículos, EPI etc.
Temos também que tratar das parcelas pagas por terceiros. É caso clássico das gorjetas 
que vamos abordar no próximo capítulo. Essas gorjetas, como veremos são parcelas habitu-
ais e contraprestativas em função do serviço prestado. Possui natureza jurídica salarial.
O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a 
que se referem. Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento 
das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva 
liquidação. A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e 
percentagens devidas. Destaque-se aqui a súmula 354 do TST:
GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES. As gorjetas, cobradas pelo empre-
gador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a 
remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-
-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.
Importante trazer à baila as conhecidas “gueltas” que também são pagas por terceiros. 
Com base nisso, destaco a citação de GODINHO (2020;888):
As gueltas também são parcelas pagas por terceiros aos empregados de empresas usualmente 
no ramo de revendas (comércio). São estímulos materiais entregues, comumente, por produtores 
a empregados vendedores do ramo comercial, em face de vendas realizadas de seus produtos. 
Trata-se de verba não tipificada em lei, resultante da criatividade empresarial.
As gueltas não se enquadram como salariais por não atenderem o requisito de serem 
pagas pelo empregador, mas sim por terceiros. São tidas como parte da remuneração do tra-
balhador, mas não integram o salário. Nos termos da súmula 354 do TST, elas não integram 
para fins de pagamento do aviso prévio indenizado, adicional noturno, horas extras e DSR.
As gueltas são levadas em consideração para os fins de cálculos de férias mais um terço, 
recolhimentos do FGTS, aviso prévio trabalhado e salário da contribuição previdenciária.
É importante ter esse conhecimento sobre conceito e repercussões sobre gueltas e re-
flexos, integrando ou não o salário. Observe-se, ainda, que os honorários advocatícios da 
sucumbência do advogado empregado. Nesse caso, o que ele recebe como honorários além 
dos salários leva em consideração para fins de integração ao salário, aproximando-se das 
gorjetas. Veja o mapa mental abaixo:
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É quando o empregado tem 
direito de opção para aquisição 
de ações.
A jurisprudência do TST não 
pacificou o entendimento.
O empregador outorga, dentro 
da assembleia geral, opção de 
compra de ações a seus adminis-
tradores ou empregados.
REMUNERAÇÃO R$ gueltas
Gorjetas nova lei do rateio de gorjetas - 
recebimento de valores diretamente do 
empregador ou de terceiros.
stock 
options
Na área comercial.
O trabalhador recebe valores a mais no caso de 
revendas de produtos.
Recebe as gueltas de terceiros.
Não integra o salário, mas sim à remuneração para 
efeito de algumas verbas.
São estímulos materiais entregues por produtores 
a empregados vendedores do ramo comercial em 
face das vendas realizadas de seus produtos.
Verba não tipificada em lei diante da criatividade 
empresarial.
A Lei 13.419/2017 trouxe nova regulamentação sobre as gorjetas. É conhecida como Lei 
do Rateio de Gorjetas. Observe-se, ainda, o disposto na CLT, especificamente, o artigo 457, 
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao em-
pregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer 
título, e destinado à distribuição aos empregados.
Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao em-
pregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer 
título, e destinado à distribuição aos empregados.
O PULO DO GATO
Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao emprega-
do, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, 
e destinado à distribuição aos empregados.
A gorjeta mencionada não constitui receita própria dos empregadores, destina-se aos tra-
balhadores e será distribuída segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção 
ouacordo coletivo de trabalho.
Inexistindo previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, os critérios de rateio e 
distribuição da gorjeta e os percentuais de retenção serão definidos em assembleia geral dos 
trabalhadores.
Dispõe a CLT:
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Art. 457. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do 
salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber.
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, 
como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e desti-
nado à distribuição aos empregados.
Muito cuidado com as empresas que cobram gorjeta: (1) para as empresas inscritas em 
regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consumo, facultada 
a retenção de até 20% (vinte por cento) da arrecadação correspondente; (2) para as empresas 
não inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de 
consumo, facultada a retenção de até 33% (trinta e três por cento) da arrecadação corres-
pondente, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Para a prova ficar 
atento (a) a essa diferença de percentual que pode ser de: (1) 20% ou (2) 33%.
Nos casos acima, tudo deve ser mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de 
trabalho, para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas derivados da sua 
integração à remuneração dos empregados, devendo o valor remanescente ser revertido inte-
gralmente em favor do trabalhador.
É obrigação do empregador anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no con-
tracheque de seus empregados o salário contratual fixo e o percentual percebido a título de 
gorjeta. Além disso, o empregador deve anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social 
de seus empregados o salário fixo e a média dos valores das gorjetas referentes aos últimos 
doze meses.
E quando o consumidor diretamente quer pagar a gorjeta ou paga ao trabalhador?
Nesse caso, a gorjeta terá seus critérios definidos em convenção ou acordo coletivo de 
trabalho, facultada a retenção nos parâmetros nos percentuais de 20% ou 33% que já vimos.
E se for encerrado o recebimento das gorjetas?
Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta, desde que cobrada por mais de doze meses, 
essa se incorporará ao salário do empregado, tendo como base a média dos últimos doze 
meses, salvo o estabelecido em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
O PULO DO GATO
Para a inserção no contrato de trabalho para fins de corporação no salário do empregado/
remuneração, a cobrança de gorjeta deve ser superior ao período de 12 meses.
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Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída comissão de empre-
gados, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para acompanha-
mento e fiscalização da regularidade da cobrança e distribuição da gorjeta. Nessa comissão 
de empresas de mais de 60 empregados, os representantes serão eleitos em assembleia geral 
convocada para esse fim pelo sindicato dos trabalhadores daquela categoria.
Esses representantes eleitos gozarão de garantia de emprego vinculada ao desempenho 
das funções para que foram eleitos, e, para as demais empresas, será constituída comissão 
intersindical para o referido fim.
Comprovado o descumprimento pelo empregador, ele pagará ao trabalhador prejudicado, 
a título de multa, o valor correspondente a 1/30 (um trinta avos) da média da gorjeta por dia 
de atraso, limitada ao piso da categoria, assegurados em qualquer hipótese o contraditório e 
a ampla defesa, observadas as seguintes regras:
I – a limitação prevista neste parágrafo será triplicada caso o empregador seja reincidente;
II – considera-se reincidente o empregador que, durante o período de doze meses, des-
cumpre por mais de sessenta dias.
O PULO DO GATO
A Lei do Rateio das Gorjetas trouxe uma nova espécie de garantia provisória no empregado 
para o eleito da comissão que fiscalizará o correto rateio das gorjetas.
Importante destacar que o valor remanescente desse rateio será revertido integralmen-
te ao trabalhador, não podendo ingressar no patrimônio do empregador. Vamos fixar com o 
mapa mental:
Gorjetas no 
ordenamento 
brasileiro
A gorjeta não constitui receita própria 
dos empregadores, destina-se aos 
trabalhadores e será distribuída 
segundo critérios de custeio e de 
rateio definidos em convenção ou 
acordo coletivo de trabalho.
Considera-se gorjeta não só a 
importância espontaneamente 
dada pelo cliente ao empregado, 
como também o valor cobrado pela 
empresa, como serviço ou adicional, 
a qualquer título, e destinado à 
distribuição aos empregados.
As empresas deverão anotar na 
Carteira de Trabalho e Previdência 
Social de seus empregados o 
salário fixo e a média dos valores 
das gorjetas referente aos últimos 
doze meses
A gorjeta, quando entregue pelo 
consumidor diretamente ao 
empregado, terá seus critérios 
definidos em convenção ou 
acordo coletivo de trabalho, 
facultada a retenção
Anotar na Carteira de 
Trabalho e Previdência Social 
e no contracheque de seus 
empregados o salário contratual 
fixo e o percentual percebido a 
título de gorjeta.
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Por fim, as parcelas não salariais devidas e pagas pelo empregador. São as parcelas pa-
gas como indenização de despesas, como, por exemplo, o vale transporte. Nesse ponto, as 
verbas são de natureza indenizatória, destacando-se como as parcelas pagas como instru-
mento in natura, nos termos do artigo 458 da CLT, bem como as parcelas a título de PLR, di-
reitos intelectuais, indenização do artigo 9 da Lei n. 7.238/1984, indenizações convencionais 
e normativas.
O salário in natura é aquele que substitui o valor pago em dinheiro, sendo fornecidos ou-
tros bens. Nesse caso, deve se destacar que não são possíveis pagamentos mediante bebi-
das e cigarros. Relevante o conhecimento sobre a súmula do TST:
Súmula 367 do TST: UTILIDADES “IN NATURA”. HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍ-
CULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO I - A habitação, a energia elétrica e 
veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a reali-
zação do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utili-
zado pelo empregado também em atividades particulares. II - O cigarro não se considera 
salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.
seguros de vida e de acidentes 
pessoais; previdência privada; valor 
correspondente ao vale-cultura.
assistência médica, hospitalar e 
odontológica, prestada diretamente 
ou mediante seguro-saúde
 transporte destinado ao deslocamentopara o trabalho e retorno, em percurso 
servido ou não por transporte público
educação, em estabelecimento de ensino 
próprio ou de terceiros, compreendendo 
os valores relativos a matrícula, 
mensalidade, anuidade, livros e material 
didático
vestuários, equipamentos e outros 
acessórios fornecidos aos empregados 
e utilizados no local de trabalho, para a 
prestação do serviço
deverão ser justos e razoáveis, não 
podendo exceder, em cada caso, os dos 
percentuais das parcelas componentes 
do salário-mínimo 
a alimentação, habitação, vestuário 
ou outras prestações “in natura” que 
a empresa por força do contrato ou 
do costume, fornecer habitualmente 
ao empregado
 em caso algum será permitido o 
pagamento com bebidas alcoólicas 
ou drogas nocivas.
Salário in natura 
ou utilidades
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Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário utilidade a ela correspondente será 
obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de coabitantes, vedada, 
em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família.
O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou 
não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, 
próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedi-
do em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado 
para qualquer efeito nem o salário de contribuição.
O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipu-
lado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne às comissões, percentagens 
e gratificações. Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o 
mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.
Obs.: � CUIDADO! QUINTO DIA ÚTIL DO MÊS SUBSEQUENTE!
O PULO DO GATO
A habitação e a alimentação fornecidas como salário utilidade deverão atender aos fins a que 
se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% 
(vinte por cento) do salário contratual. Cuidado que as bancas de provas fazem confusão com 
esses percentuais. Fica esperto! HABITAÇÃO – 25% e ALIMENTAÇÃO – 20%.
As características dos salários são: natureza alimentar, ideia forfetária, indisponibilida-
de, irredutibilidade, periodicidade, persistência, continuidade e natureza composta. O salário 
deve ter sua natureza proporcional, correspondente e suficiente.
Quanto ao aspecto alimentar, o salário serve como sustento e fonte de sobrevivência do 
trabalhador e do seu núcleo familiar. Isso tem base no artigo 7, IV da CF/88 em consonância 
também com o artigo 100. É, sem dúvida, uma verba de natureza alimentícia. Por isso, os sa-
lários possuem uma margem de impenhorabilidade, nos termos do CPC e da jurisprudência 
sobre o tema. Muito importante esse caráter forfetário tratado pelo GODINHO (2020; 893) que 
é conceituado da seguinte forma:
O caráter forfetário da parcela traduz a circunstância de o salário qualificar-se como obrigação ab-
soluta do empregador, independentemente da sorte do seu empreendimento. O neologismo criado 
pela doutrina acentua, pois, a característica salarial derivada da alteridade, que distingue o empre-
gador no contexto da relação de emprego (isto é, o fato de assumir, necessariamente, os riscos do 
empreendimento e do próprio trabalho prestado – art. 2, caput, CLT). A característica da irrenuncia-
bilidade traduz a circunstância de a verba salarial não poder ser objeto de renúncia ou de transação 
lesiva no desenrolar da relação empregatícia.
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Por isso que não cabe aqui discussão do empregador alegar dificuldades financeiras para 
não pagar os salários do trabalhador. Nem este pode renunciar à verba alimentar.
O referido salário é irredutível, na medida que, em regra, não pode haver redução bilateral 
do valor. No Brasil, em 2020, diante da pandemia da COVID 19, tivemos a MP 936 que permitiu 
sim a redução da jornada e do salário em uma situação excepcional e pontual.
O empregador tem poder diretivo e, assim, também assume os riscos do empreendimen-
to. Com isso, deve arcar com os valores do salário. Para que ocorra essa redução exige-se, 
portanto, previsão NORMATIVA ou legislativa. No primeiro caso é o acordo japonês como é 
conhecido. Implica dizer que trata de situação excepcional e temporária.
O salário deve ser periódico. O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do 
trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne às 
comissões, percentagens e gratificações.
O PULO DO GATO
Podem ser pagas em mais de um mês as comissões, percentagens e gratificações. O paga-
mento do salário deve ser, no máximo, em um mês.
Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, 
até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. A prestação, em espécie, do salário será 
paga em moeda corrente do País. O pagamento do salário realizado com inobservância deste 
artigo considera-se como não feito.
O pagamento do salário deverá ser efetuado contrarrecibo, assinado pelo empregado; em se 
tratando de analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim 
em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito 
próximo ao local de trabalho.
A verba salarial também tem um caráter de continuidade ou persistência na medida em 
que os trabalhadores possuem uma presunção de contrato por prazo indeterminado.
Além disso, a verba salarial pode ser composta, ter um caráter progressivo. A composição 
é de um salário básico como também podem recair sobre adicionais, comissões etc. Por isso, 
que a composição ainda pode ter os reflexos de horas extras, adicionais noturno, insalubrida-
de e de periculosidade.
O PULO DO GATO
Entre os adicionais mais comuns de provas, temos: (1) adicional noturno urbano – 20% (2) 
adicional noturno rural – 25% (3) adicional de insalubridade – 10%, 20% e 40% e adicional de 
periculosidade – 30%.
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Temos aqui o caráter pós remuneratório, na medida em que o fato do empregador não 
pagar o salário no período legal determinado não faz sumir o direito de recebimento do sa-
lário. Ou seja, após a prestação do serviço, tem o empregador o direito de fazer os devidos 
pagamentos dos salários.
Há o caráter sinalagmático também que significa o seguinte: o direito ao recebimento do 
salário após a devida contraprestação, com a execução das atividades do contrato de empre-
go. O próprio contrato tem a natureza de relação comutativa

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