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PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO Sumário Introducao ................................................................................................................................................................................. 2 A formacao do pensamento ocidental: o sujeito no mundo dos saberes .................................................................... 2 A genese do individuo ............................................................................................................................................................... 3 O paradigma etico, estetico e politico ............................................................................................................................... 3 A questão ética .................................................................................................................................................................... 4 A questão estética ............................................................................................................................................................. 4 A questão política ................................................................................................................................................................ 4 Necropolitica – quem vive e quem morre na contemporaneidade ............................................................................... 4 Direitos humanos, etica e politica ........................................................................................................................................ 5 Analise institucional .................................................................................................................................................................. 5 Comum, ensaio sobre a revolucao no seculo XXI ................................................................................................................ 6 processos de subjetivacao PROCESSOS DE SUBJETIVAÇÃO Introducao Subjetividade como um equilíbrio deslizante. Processos → diferentes formas de ser, estar, pensar e sentir. • Os processos de subjetivação contemporâneos nos ajudam a: Reconhecer a forma como os sujeitos vivem, pensam e sentem a vida → ao nascer a história já está pronta. Refletir/construir novas possibilidades de ser e estar no mundo. Ampliar os olhares para o que antes parecia imutável e habitual → uma análise do presente não como uma sequência de fatos, mas como uma análise de condições (não linear, em constante movimento), dos discursos e das práticas que produzem entendimentos sobre o que é viver. Reconhecer que a singularidade não é individualidade. Entender a singular ação do desejo que se manifesta nas relações cotidianas. Pensar sobre o coletivo e o que se entende por praticas sociais → o outro como condição para minha existência. A formacao do pensamento ocidental: o sujeito no mundo dos saberes O pensamento não é uma linearidade. A noção de história não pode ser entendida como uma consequência de fatos que deu certo. Como entender que a ilusão da cronologia interrompe aquilo que poderia nos tirar desse plano da sobrevida: O PENSAR! Pensar → liquidez, narrativas presentes no cotidiano nos tiram o pensamento. Sucessão de fatos produz não apenas vontade de explicar melhor → essa condição como um afastamento da possibilidade de viver em coexistência. Estar em relação com planos da vida que nos atravessam: o econômico, o político, o social, o químico, o físico, o biológico, etc. • Para desmontar o modo como o pensamento ocidental produziu a hierarquização dos valores sobre o que é viver é preciso: Entender o lugar do déspota como centro da vida. A noção de dívida junto a esta noção de ser/existir a partir da vontade do Estado. O sentimento de incapacidade colocado em nós frente a possibilidade de produzir um modo de viver independente da vontade que vem de fora → essa regulação que nos faz acreditar, inclusive, que ela é necessária para não chegarmos ao Caos. • O poder do déspota e da legitimidade do que vem de fora governar minhas ações se sustentam a partir de duas questões mais gerais: O mito da soberania. O estabelecimento jurídico da paz. • O mito da soberania: Alguém que nos diga o que fazer → sem isso não há vida. A ideia de que o controle sustenta a continuação dos valores e das crenças para o bem viver. • O estabelecimento jurídico da paz: Um conjunto de Leis que permitirá que a crença no mito do déspota seja capaz de organizar as relações cotidianas. Sem as leis feitas por alguém que pensa e decide pela minha vida seremos incapazes de organizar nossa relação social coletiva. A vida será sempre um problema → como algo capaz de produzir novos questionamentos → orientação para romper com a submissão e não como um ressentimento em relação a vida. A criação permitirá a desconstrução → estaremos a todo tempo se relacionando com o real. Reconhecer onde o real se produz em nós frente aos questionamentos que criamos em relação ao que é viver na contemporaneidade. processos de subjetivacao • Se estivermos nesta eterna dívida com o que vem de fora: Viveremos com a angústia da incapacidade e da infelicidade. Subjugaremos a vontade de viver como uma cronologia que mantem o corpo físico vivo e a espera das melhores condições de morte. Assim poderemos sustentar a construção de modos de vida que deixem de lado o apego a construção de um “eu” individual voltado ao esforço da repetição, da produção e da manutenção do que habitualmente somos levados a viver enquanto projeto societário. A genese do individuo Indivíduo e sua expressão substancialista e hilomórfica. Substancialista → o ser entendido como unidade; dado por si próprio; fundado sobre si mesmo; resistente ao que a ele não é próprio. Hilemórfica → engendrado pelo encontro de uma forma e uma matéria. Elas supõem que existe um princípio de individuação capaz de explicar, conduzir e reproduzir a ideia de unidade como condição para existência deste indivíduo. • Indivíduo e individuação: Individuação a partir do princípio da hecceidade. A individuação não faz aparecer apenas o indivíduo, mas a relação indivíduo e meio. O indivíduo é relativo, isto é, não é um todo e resultado de um estado do ser que não existia como Indivíduo. Ontogênese → gênese do indivíduo. Devir do ser. Dimensão do ser. Capacidade que o ser tem de desafiar-se em relação a si próprio. Modo de resolução de uma incompatibilidade inicial rica em potência. Individuação → aparição de fases no ser → princípio da conservação do ser pelo devir. É necessário considerar o ser, não como substância, matéria ou forma, mas como um sistema tenso e complexo, acima do nível da unidade. Ser → sistema tenso e complexo. O equilíbrio exclui o devir. As individuações psíquicas e coletivas são recíprocas uma em relação a outra → interior e exterior. Permitem definir uma categoria do transindividual. O vivo é agente e teatro da individuação e seu devir é permanente. Uma sequência de acessos de individuação. O indivíduo não é uma substância/matéria simples. A complexidade da individuação e a questão do interno/externo apreendido como axiomática resolve a problemática psíquica. O paradigma etico, estetico e politico O encontro entre a Psicologia e o Coletivo produz uma Clínica Política. A produção de movimentos singulares que reconstroem uma história não datada e que vai valorizando os saberes singulares. Não como uma concepção a ser aplicada. Equilíbrio deslizante está sempre entre → no processo de subjetivação deve pensar sempre no ENTRE. A clínicapolítica nos permite perceber a inventividade do cotidiano e as relações como um saber que se produz no agora e nos leva as respostas que estes encontros serão capazes de produzir serão sempre provisórias, de modo a não legitimar modelos. Buscando não resumir nossa inventividade a construção de um novo modelo de intervir como algo capaz de substituir um modelo clínico ou a criação não é produção do mais adequado e o que deve ser seguido e replicado. Nos interessa intervir no regime de Sensibilidade dos Corpos e sua capacidade de afetar e ser afetado pelo mundo. Cada encontro um conjunto de valores se evidencia a este corpo que consequentemente nos dirá sobre as condições que produzem seu processo de subjetivação. O corpo deixa de ser a máquina de produtividade e eficiência que produzem um modo de viver mercantilizado. Trata-se de deslocar o indivíduo do centro da narrativa moderna para a construção de problematizações coletivas. Tudo que é capaz de produzir o encontro deste corpo com o mundo será sempre transdisciplinar, pois o saber cientifico em busca da verdade não é capaz de reconhecer os modos autopoiéticos que se produzem na partícula caótica da singularidade. A dimensão ética-estética e política trabalhará com o Conceito de Clinamem → romper com o que é binário e estar a serviços de problematizações capazes de analisar os processos de subjetivação na contemporaneidade. A questão ética Potência ativa que emerge de dentro do corpo para administrar a própria vida. O bom e o mau não se antecedem → produção do encontro. A vida que dizemos SIM. O que fazemos da vida é torná-la possibilidade. Vivência Ética que produz conhecimento. A questão estética Criar a si mesmo, mas não de qualquer forma. A estilística da vida → um viver como obra de Arte. A vida que acontece – acontecimento que transborda. A estética que coloca o corpo como acolhimento da alteridade. São as parcialidades, o inacabado, o indefinido → os efeitos gerados no corpo. A questão política Políticas de viver → macro e micro. Macro → territórios visíveis. O Estado, os partidos políticos, a polícia, as Leis, as classes sociais. Micro → opera no campo das intensidades e os corpos são provisórios e abertos aos afetos. Nota-se o confronto entre a singularidade e o que nos aprisiona e quer normalizar. Criar estilísticas de viver que resistam aos modos de regulação que a priori são entendidos enquanto verdades sobre a vida. Despatologizar o cotidiano e reconhecer o que há de vida. Necropolitica – quem vive e quem morre na contemporaneidade Regime de controle. Transmissão do processo → não porque acredito neles, mas sou gerido por eles. Ideia de lei serve com justificação dos fins. Ideia de política na modernidade privilegia teorias normativas. A noção de política como controle, regulação. Soberania a partir da política sustentando um processo de modernidade. A noção de política que sustenta a soberania se faz a partir de indivíduos livres que ficam livres a partir do seu direito de escolha → escolha se dá por meio de leis. Sustenta a ideia de meritocracia → ideia da produção do normal como padrão, sucesso, algo a ser seguido. Política do cotidiano → sustenta essa ideia de soberania e coloca essa ideia de que somos sujeitos livres. Noção de liberdade → para que você seja livre para produzir sua própria liberdade. O princípio de liberdade pressupõe a morte de Deus → sou tão livre, tão senhor de mim mesmo → mas trabalho a favor dele como moral e ideia de soberano que eu peço favores para ele. Essa ideia de comunicação é a todo tempo a gente sendo recheado da ideia de que isso é válido. O modo de vida → mercadoria. Se cobra nas relações como mercadoria. Questões pro modo como a gente vive. Eu trabalho para comprar algo e se algo não estiver a venda perco meu propósito (comercio em lockdown). Comprar → não é porque precisamos e sim porque demandamos. Precisar ≠ necessitar A todo tempo é vendido um modo gerencialista da vida. Projeto soberania vs. Sujeitos livres → deve ser comunicado. Razão do sujeito → quero viver essa razão de modo que eu me beneficie. Ideia de romance da soberania → livre, moral, comunicação da razão e desrazão e comunicando o modo de vida nas relações cotidianas. Ideia de que precisamos construir uma autonomia individual. Ideia de valorização do individual → do que precisamos garantir como interesse nosso. Instrumentalização generalizada, destruição generalizada da natureza humana. Essa ideia sustenta a liberdade, sustenta e instrumentaliza a destruição da humanidade. O ser humano como sujeito separado do animal, da razão e desrazão. Seu modo de vida é a instrumentação do extermínio. Produz esse jeito de viver por entender a morte como negatividade. Morte → negatividade. Temer a morte → desrazão → romance soberano. Devo temer a morte a partir da minha desrazão e é nesse contexto de romance soberano que nós enquanto sujeitos somos lançados na história. Que a vida do espírito não tem medo da morte, mas ela pressupõe e convive com a ideia da morte. Saber viver com a morte é saber que nós a produzimos. Política → morte que vive a vida humana. Sustentando a ideia de romantização da soberania está o biopoder e a inimizade, indiferença. Biopoder → poder dos corpos. Sustenta a ideia do direito expresso de matar. O estado de exceção e relação de inimizade → base normativa do direito expresso de matar por parte da soberania. Biopoder é aquele velho poder soberano sobre a morte → fazer viver para morrer. O estado nazista → expresso direito de matar, pois ele reforça a ideia do imaginário de que o outro deve ser eliminado. Estado → encontra o inimigo → acreditamos no estado → facilitamos a democratização da morte. Democratização como ideia de espetáculo (exposição). Indústria da morte → câmara de gás, campos de concentração. Ideia de relações sociais que foram marcadas pela continuidade desses espaços. Campos de concentração → periferias de hoje. Metáfora. Retomar a ideia do escravo como uma tripla fenda. Ele perde o lar (noção de território), perde direitos sore o próprio corpo (corpo vendido), status político (significação enquanto pessoa, desumanização). Dentro dessa perspectiva é como se o escravo fosse uma coisa (pertence a alguém), entendido como coisa. Se é tratado como coisa é entendido como modo de produção, nessa perspectiva quando você mata um escravo você está ferindo seu próprio bem. Mesmo com essas questões o escravo é capaz de construir relações humanas. Ideia de apartheid → junção do biopoder e do estado de exceção. Formação peculiar do poder/terror. Estado → símbolo da universalidade moral → representação desse lugar da razão e desrazão, dessa formação moral, soberana. Princípio de organização nacional. Direitos humanos, etica e politica Direitos humanos são uma condição do direito à igualdade. O básico pra se viver com dignidade em comparação com o restante dos seres humanos. Possibilidades de manter a equidade, possibilidade de enfrentamento à desigualdade e essa liberdade presa a uma ideia de individualidade. Colocar o judeu na câmara de gás é mais humano do que dar um tiro nele. Fazer viver para fazer morrer. Esse assassino se personifica na ideia do burocrata. Ideia de que todas as pessoas julgadas dizendo que a culpa era do estado. Para o burocrata pouco importa a responsabilidade, mas importa s execução da tarefa. Analise institucional Instituição é um nível de lei, pilar. Saúde é uma instituição, mas unidade de saúde é um estabelecimento institucional. Ideia de sujeito dentro das instituições, os próprios sujeitos como instituições. Análise institucional está falandode um movimento institucionalista. Contexto França, de maio de 68 → grande movimento político, social, cultural, de tomada das ruas, efervescência muito grande politicamente. Movimento institucionalista → algo processual, perspectiva de movimento, não paralisa. Sai da ideia de instituição enquanto espaço físico. Educação é instituição e a universidade um estabelecimento institucional. A ideia de instituição vem com a hierarquização do que vivemos, é uma representação das constituições hierárquicas da sociedade em que vivemos → se eu sou submetido a essas hierarquias, então logo sinto que estou preso. A ideia da instituição enquanto um lugar prejudicial. Movimento institucionalista ou análise institucional processual devemos pensar em duas questões, pontos de partida: autoanálise e autogestão. Análise institucional → autoanálise e autogestão Autoanálise → construção da comunidade, autoanálise do processo. Criaremos um processo autogestável. Novo processo. Autoanálise → comunidade ativa, falando sobre suas demandas, criando problemáticas dos espaços reais e buscando a solução COM ISSO CRIANDO UMA AUTOGESTÃO. Autogestão → novo modelo. Autogestão seria consequência da autoanálise. Colocar em questão a ideia dos saberes científicos. Terceiro ponto importante é questionar os saberes e hierarquia do conhecimento. Instituído → aquilo que está posto. Instituinte → algo novo. Instituinte não é bom sempre. É sempre cíclica, mas não é porque ela é cíclica que ela não tem representatividade, não tem efeito. A análise da sociedade feita pela sociedade age gerindo a sociedade como se fosse um ciclo retroalimentado. Não pode haver organização sem o saber e não pode haver saber sem organização. Produzir qualquer coisa fora de um padrão institucionalizada significa desorganização. Ao sair dessa hierarquia pensamos que está de forma desorganizada, sair do padrão = desorganização. Quando pensa um novo modo de organização que não seja hierárquico, alienado, escravista dentro de uma instituição ele é visto como desorganizado. Instituição → mecanismo de repressão, que impõe o que é correto. Mas nada é imposto porque pode ser discutido e alterado → análise institucional. Estamos habituados a usarmos a privação da liberdade como liberdade como punição. O que isso muda, piora e como essa ação de punir pode ser construída de uma maneira que abraça a subjetividade do indivíduo e as necessidades de punição. Analise de Instituição → um mecanismo do processo se controle social Correção → parte da ideia do que é o certo. Mecanismo de repressão → a sociedade exige essa correção. Comum, ensaio sobre a revolucao no seculo XXI Normal, simples, natural, de fácil acesso, o que todo mundo tem. Comum se tornou tão comum que talvez a gente banalize. O comum é banal porque por qual motivo ficamos no comum → questão filosófica O comum também pode ser a ideia de boa vontade/produção coletiva. O que se torna corriqueiro. Que faz com que o comum mesmo que seja esquecido tenha uma força é a ideia de que o comum contempla ao todo. Ideia da representatividade do todo. Vivemos nem um todo. É algo que pertence a todos nós. Eu quero que uma sociedade funcione porque ela pertence a todos nós. É como se a gente pensasse o comum como autoexplicativo. Comum → rede, conexões. Comum traz também uma ideia de boa vontade. Se ele se diz que é algo que pertence a todos nós ele traz a ideia da boa vontade, daquilo que nos une e nos representa. A ideia de boa vontade é aquilo que nos une na ideia do pertencimento. Ideia de harmonização ganha um sentido bem representativo. Ela se dá do ponto de vista da harmonia entre as pessoas (boa vontade das pessoas) e a relação entre a natureza. Quando falamos da continuidade da boa pessoa estamos falando da harmonia entre as pessoas, entre a sociedade e natureza. Se a gente é harmônico é preciso pensar na boa vontade e essa continuidade da boa vontade é a continuidade do ritmo de vida que vivemos. Se a gente aceita o ritmo de vida é fácil achá- la comum. Representatividade e organização do todo o comum entra como auto explicação, reafirmação. Se a gente vai reforçando essa ideia de comum a sociabilidade capitalista não vai ser questionada. Tão comum que quando vemos alguém não fazendo culpamos a pessoa que não faz. Vai tornando para o campo do clichê. Comum vai produzindo o afastamento das nossas próprias práticas. Ao mesmo tempo que entendo o comum como boa vontade quero me afastar do que é o comum. Todas as nossas explicações acerca do comum querem falar mais do mesmo. Como podemos conhecer as explicações do mais comum se chegamos ao mais do mesmo sempre, parecendo fazer o melhor, parecendo fazer o bem, parecendo vivendo bem harmonicamente. Toda vez que explicamos o comum voltamos ao mesmo ponto, de repetir. Mesmo que esse comum pra sociabilidade ele é experienciado como algo bom. Ideia do comum nos leva a uma indignação, quando ele remete ao todo. O comum do todo é indignar-se, eu olho pra essa situação e começo a perceber que ela não é harmônica → eu crio a indignação. Essa indignação que pouco altera, mas vou reforçando a ideia de indignação. A minha indignação é falar essas coisas, mas eu continuo fazendo as mesmas coisas. Me afasto do que me faz produzir uma autogestão e autoanálise. A ideia de racionalizar o comum parece o caminho mais habitual pra reconstruir a nossa sociedade. Recorrer a formalidade do raciocínio (é assim porque é assim). Foco → pensar em o que é o COMUM em vez de usar ele para REFORÇAR OU JUSTIFICAR um problema/situação.
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