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Metodologia da Pesquisa Científica 1

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Metodologia
de pesquisa 
científica
E-book 1
Bruna Borba
Neste E-book:
Introdução ���������������������������������������������������� 3
Conhecimentos ������������������������������������������ 5
Conhecimento popular ou senso comum ������������� 7
Conhecimento filosófico ��������������������������������������10
Conhecimento religioso ���������������������������������������12
Conhecimento científico ��������������������������������������13
Metodologia Científica: definição e 
abordagens ������������������������������������������������ 22
A pesquisa ������������������������������������������������������������25
Métodos de abordagem ���������������������������������������28
A importância das pesquisas para 
a produção de conhecimento �������������36
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������38
Síntese �������������������������������������������������������� 40
O que é
Metodologia Científica?
2
E-book 
1
INTRODUÇÃO
Olá, estudante� Iniciaremos a disciplina de 
Metodologia Científica, na qual você aprenderá o 
que é ciência, a sua relação com a construção de 
conhecimento e as etapas de desenvolvimento de 
um estudo científico. O conhecimento científico nos 
ajuda a descortinar o mundo à nossa volta, com-
preendê-lo mais, questioná-lo e modificá-lo. Já se 
perguntou como as teorias são elaboradas? Como 
é feito o avanço tecnológico? O que precisa ser feito 
para se desenvolver uma pesquisa como monografia 
ou tese? Nesta disciplina você poderá responder 
essas e outras perguntas e conhecer mais sobre 
diferentes métodos existentes para a realização do 
estudo científico.
Sabemos que existem diversos tipos de conheci-
mento, como aquele que adquirimos ao longo de 
nosso crescimento, na relação com nossos familia-
res e colegas, em que vamos acumulando saberes 
em relação à realidade que nos cerca. Esse conheci-
mento adquirido na vida cotidiana, passado de gera-
ção a geração, é chamado de senso comum. O senso 
comum envolve um conjunto de conhecimentos que 
são compartilhados por grupos e são importantes, 
pois através dele trocamos experiências.
Contudo, será o senso comum o único tipo de co-
nhecimento existente? Será que o conhecimento 
vindo do senso comum é suficiente para explicar os 
fenômenos naturais e sociais, investigar possíveis 
3
avanços para tratamentos de doenças e planejar 
melhores formas de organizar o meio urbano?
Para refletirmos sobre isso é necessário primeiro 
problematizar o que é o conhecimento e as formas 
de desenvolvê-lo e compartilhá-lo. A ciência é um 
campo fundamental nesse processo e produzirá 
um tipo de conhecimento específico, com critérios 
que contribuem para aprofundarmos o saber sobre 
determinados assuntos�
Neste módulo você poderá conhecer o que é ciência 
e Metodologia Científica, diferenciar o conhecimento 
popular do conhecimento científico, os métodos 
existentes para realização de investigações e estu-
dos e a importância disso para o desenvolvimento 
da sociedade e das várias áreas do conhecimento 
que fazem parte da realidade em que vivemos.
4
CONHECIMENTOS
Quando sabemos que conhecemos alguma coisa? 
Afirmações como eu conheço o assunto, conheço 
esse lugar ou conheço bem essa pessoa são co-
muns no nosso dia a dia e referem-se à capacida-
de de descrevermos com maior profundidade algo. 
Conhecer, na definição formal, implica em “ter ou 
adquirir informações sobre alguma coisa; ter noção, 
ideia ou conhecimento sobre algo; saber; ter ciên-
cia ou consciência de algo” (MICHAELIS, 2019). Em 
outras palavras, conhecer significa ir além das apa-
rências sobre determinado fenômeno; ultrapassar a 
barreira do aparente e superficial para adentrar um 
campo mais aprofundado�
Conhecer é atividade especificamente hu-
mana. Ultrapassa o mero “dar-se conta 
de”, e significa a apreensão, a intepretação. 
Conhecer supõe a presença de sujeitos, um 
objeto que suscita sua atenção compreen-
siva; o uso de instrumentos de apreensão; 
um trabalho de debruçar-se sobre. Como 
fruto desse trabalho, ao conhecer, cria-se 
uma representação do conhecido – que já 
não é mais o objeto, mas uma construção 
do sujeito. O conhecimento produz, assim, 
modelos de apreensão – que por sua vez 
vão instruir conhecimentos futuros (FRANÇA, 
1994, p. 140).
5
Conhecer, então, envolve necessariamente sujeitos 
(pessoas) que se debruçam para conhecer algo, um 
objeto que deverá ser foco dessa investigação (o 
quê? quem?), instrumentos e meios para investigar 
(como?) e a atitude de investigar, entrando em con-
tato com aquilo que será estudado�
REFLITA
Quando você quer conhecer mais algum assun-
to, como costuma fazer? Que meios utiliza para 
encontrar mais informações?
Diversas formas de conhecimento foram desenvol-
vidas ao longo da história com o intuito de compre-
ender, interpretar e explicar como as coisas aconte-
ciam. Falamos brevemente sobre o senso comum, 
forma popular de conhecimento, e agora poderemos 
nos debruçar mais sobre esse assunto.
6
Conhecimento popular ou senso 
comum
No nosso cotidiano, nos deparamos com situações 
e pessoas diversas. Ao longo de nosso crescimento, 
aprendemos o que são as coisas e como elas fun-
cionam, e esse aprendizado advém tanto da nossa 
experiência como da experiência de outras pessoas 
com as quais convivemos e que nos transmitem seu 
conhecimento sobre determinado assunto�
O conhecimento advindo do senso comum refe-
re-se ao contexto cultural que o origina e possui 
significado próprio neste contexto. Imagine que no 
Brasil temos uma série de costumes característicos 
da nossa realidade, um jeito próprio de explicar as 
coisas, diferentemente de outros lugares que criam 
saberes sobre seu contexto específico.
Esse tipo de conhecimento não requer uma com-
provação e pode ser passado de geração a geração 
quando estabelecido� Grande parte das pessoas 
possui, por exemplo, uma receita infalível para dor 
de garganta aprendida com a avó, ou acerta uma 
bolinha de papel no lixo estando a certa distân-
cia dele, sem necessariamente fazer cálculos para 
isso. O senso comum produz suas próprias teorias 
e, ao mesmo tempo, apropria-se de conhecimentos 
produzidos por diversos campos, simplificando-os 
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008). Essa simplifica-
ção não abarca a complexidade do conhecimento, 
7
mas o populariza, passando este a fazer parte do 
cotidiano�
Utiliza-se frequentemente a palavra estresse para 
expressar uma forma de se sentir frente a uma si-
tuação, ou mesmo atribui-se a definição deprimido 
no dia a dia para explicar um estado de humor per-
cebido por uma pessoa. Termos como esses, que se 
desenvolveram por meio de estudos aprofundados, 
passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, 
o que mostra a aproximação com o conhecimento 
científico, mas, muitas vezes, de maneira superficial 
e generalizante�
Ao mesmo tempo, é na realidade cotidiana que 
surgem os questionamentos que são investigados 
através de estudos científicos. Por meio da vivência 
e experiência, estudiosos, no decorrer da história, 
passaram a problematizar como, de que forma e 
por que certas coisas aconteciam e, a partir disso, 
criaram formas de estudar tais assuntos para me-
lhor compreendê-los. Assim, a relação entre ciência 
e cotidiano é muito próxima: a realidade nos leva a 
questionar e buscar o conhecimento para além das 
aparências. Contudo, uma vez produzido, o conhe-
cimento científico carrega importantes diferenças 
em relação ao senso comum, que serão abordadas 
neste módulo.
8
Figura 1:  Senso comum envolve o conhecimento desenvolvido no 
cotidiano e transmitido de geração a geração. Fonte da imagem: 
https://unsplash.com/photos/3iz7U48P0Ns
9
Conhecimento filosófico
Um importante saber desenvolvido ao longo da his-
tória da humanidade é o conhecimento filosófico, 
que tem como base o questionamento como atitude 
essencial. Como colocado no tópico anterior, as pes-
soas e grupos produzem um conhecimento chamado 
de senso comum, desenvolvendo cotidianamente 
uma série de respostas, crenças esaberes advindos 
da realidade, da tradição e da experiência; produzem 
uma série de verdades sobre os comportamentos�
Ao invés de afirmar o que são e como ocorrem de-
terminadas coisas, a filosofia propôs, ao longo da 
história, a indagação sobre o que são as crenças 
e como as desenvolvemos, o que são os valores 
morais e éticos que adotamos e, enfim, o que são 
e por que ocorrem processos que atribuímos como 
verdades na realidade em que vivemos.
Esse desejo, de conhecer de forma aprofundada, re-
quereu um distanciamento do fenômeno para poder 
compreendê-lo, de maneira a questioná-lo e ques-
tionar a si mesmo� Chama-se essa forma de apre-
ender os fenômenos através de questionamentos 
aprofundados de atitude filosófica (CHAUÍ, 2000). 
Segundo a autora, filosofia seria:
10
A decisão de não aceitar como óbvias e evi-
dentes as coisas, as ideias, os fatos, as si-
tuações, os valores, os comportamentos de 
nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los 
sem antes havê-los investigado e compreen-
dido. Perguntaram, certa vez, a um filósofo: 
“Para que Filosofia?”. E ele respondeu: “Para 
não darmos nossa aceitação imediata às 
coisas, sem maiores considerações” (CHAUÍ, 
2000, p. 9).
A atitude filosófica envolve uma postura ativa de 
questionamento e a negação às respostas vindas 
do senso comum, constituindo uma postura críti-
ca frente à realidade e o olhar racional sobre ela� A 
filosofia situa-se na base da ciência, pois os ques-
tionamentos e reflexões feitas por meio da atitude 
filosófica, bem como as respostas encontradas, de 
muito impulsionaram ou subsidiaram o conheci-
mento científico produzido, que objetivará encontrar 
respostas fidedignas através de caminhos espe-
cíficos (CHAUÍ, 2000). Assim, há diferenças entre 
a preocupação filosófica e a científica, mas uma é 
base constitutiva da outra.
Saiba mais
o romance norueguês O mundo de Sofia (1991), 
transformado em filme (1999), apresenta de for-
ma poética a atitude filosófica na vida de uma 
garota, através de uma viagem pela história.
11
Conhecimento religioso
O conhecimento religioso foi e é presente no con-
texto das várias culturas ao redor do mundo. Com 
o objetivo de compreender o universo, tal como a 
filosofia, o conhecimento religioso diferencia-se 
desta, pois se volta à confiança e fé no divino, con-
siderando princípios irracionais e não-verificáveis 
(CHAUÍ, 2000).
Tal conhecimento tem como base as doutrinas sa-
gradas e dogmas e organiza-se através de diferentes 
religiões, com suas características, crenças e rituais 
próprios. As religiões apresentam verdades sobre 
a origem, o significado do mundo e sua finalidade, 
além de um conjunto de regras que organizam, ex-
plicam e sustentam os preceitos defendidos e sua 
relação com a realidade.
No século 19 surge a área, compreendida no cam-
po das ciências humanas e sociais, chamada ciên-
cias da religião, formulada por Friedrich Max Müller 
(1823-1900). As ciências da religião voltam-se ao 
estudo da história das religiões e religiões compa-
radas nas diferentes culturas, buscando compreen-
der seu surgimento e desenvolvimento ao redor do 
mundo. Aponta-se a diferença entre os dois campos: 
conhecimento religioso como aquele pautado na 
verdade e crenças da fé e as ciências da religião 
como o estudo das religiões através da história e 
da cultura�
12
Conhecimento científico
Até agora buscamos diferenciar tipos de conhe-
cimento para compreender o que caracterizará o 
conhecimento científico.
Desde cedo na vida escolar entramos em contato 
com as ciências. São as ciências naturais e bioló-
gicas, ciências exatas, ciências humanas e ciências 
sociais que fazem parte das disciplinas escolares 
e que, posteriormente, no Ensino Superior, diferen-
ciam os campos profissionais que escolhemos. Além 
disso, no dia a dia nos deparamos com a produção 
científica de variadas formas: nos aparelhos ele-
trônicos cada vez mais avançados, nas pontes e 
túneis que acessamos durante o tráfego na cidade, 
nos alimentos que consumimos e nos projetos so-
ciais que são desenvolvidos para abarcar demandas 
da sociedade, entre outros inúmeros exemplos que 
constituem nosso cotidiano�
Cada um desses campos, apesar de compartilhar 
uma série de procedimentos para a produção cientí-
fica, possui características próprias; o objetivo aqui 
é compreendermos algumas das características 
em comum existentes entre eles para a produção 
científica.
13
Figura 2: A ciência está presente nos diferentes campos do conhe-
cimento. Fonte: https://unsplash.com/photos/ZSPBhokqDMc
Como falamos no início, a produção científica está 
diretamente relacionada com a produção de co-
nhecimento. Tentar definir o que é ciência é uma 
tarefa complexa e ousada, pois as compreensões 
e princípios muitas vezes divergem entre as áreas 
e os cientistas, o que torna difícil chegar a uma só 
resposta�
A palavra ciência vem do latim scientia, traduzido 
como conhecimento. Considera-se então a ciência 
como o conhecimento, ou conjunto de conhecimen-
tos, acerca de um ou mais objetos, ou seja, sobre 
algum elemento e/ou fenômeno presente na realida-
de que o cientista se propõe a investigar, descrever, 
compreender, explicar e analisar para além das suas 
aparências iniciais e superficiais.
14
A origem da noção de ciência ocorreu na Grécia, 
sob a contribuição de Aristóteles (384-322 a.C.), 
onde, através da lógica e observação dos fenôme-
nos, sua necessidade era demonstrada (CASARIN; 
CASARIN, 2012). Contudo, essa noção estava inse-
rida na proposta filosófica de olhar sobre a realidade 
e o discurso mostrava-se mais significativo do que 
a preocupação com uma investigação empírica.
Já na Idade Média, o conflito com as ideias religiosas 
cristãs, que defendiam uma verdade baseada na fé, 
passou a ser mais acentuado. Houve progresso cien-
tífico no período, ao mesmo tempo em que existiu a 
perseguição e execução de pensadores que questio-
navam o saber religioso (CASARIN; CASARIN, 2012).
Nota-se significativa mudança no saber científico a 
partir do século 16, quando o método empírico passa 
a ser o predominante. A organização e a sistemati-
zação fazem parte desse paradigma, que teve como 
importante pioneiro Francis Bacon (1561-1626), pos-
teriormente ratificadas por Galileu (1564-1626) e 
Newton (1642-1727), dentre outros.
15
De maneira sintética, destacamos alguns dos pres-
supostos do método empírico:
Identificação de um fenômeno e
experimentação (experiência) com
base na observação
Formulação de hipóteses
(proposições e suposições)
Confirmação, por meio da
repetição do experimento e das
hipóteses previamente estabelecidas
1
2
3
Figura 3: Etapas do método empírico. Fonte: elaborado pela autora, 
com base em Casarin e Casarin (2012).
Essa proposta manteve-se aceita por bastante tem-
po e, em determinadas áreas, até os dias de hoje�
O conceito de scientia, portanto, apenas 
podia ser atribuível a um determinado tipo 
de conhecimento: ao que se possuía o sa-
ber correto, diferente de outros pretensos 
conhecimentos que não o possuíam, que 
não podiam ser scientia. E como havia vá-
rios conhecimentos, e se um era correto e 
16
os outros não, havia a necessidade de se 
descobrir algum meio ou algum critério que 
distinguisse o correto do não correto, isto 
é, a ciência da não ciência (KOCHE, 2004, p. 
67, grifo do autor).
Já nos séculos 17 e 18, os filósofos John Locke 
(1632-1704) e David Hume (1711-1776), dentro da 
proposta empirista, questionaram a ideia de indu-
ção, apontando que deveriam ser garantidas certas 
condições para a determinação de leis gerais so-
bre os fenômenos� Dentre esses questionamentos, 
destaca-se: a) a necessidade de um alto número 
de observações e b) a variação das condições de 
produção do fenômeno, processos esses que nem 
sempre eram realizados� Ainda assim, seguiu-se 
adotando o método empírico e problematizando a 
possibilidade de encontrar-se, de forma indutiva, 
uma explicação única e geral.
Como falamos no início, há especificidades no co-nhecimento produzido por cada área e as ciências 
humanas, por exemplo, questionaram a busca por 
uma única verdade ou lei geral para apreender os 
fenômenos relacionados às relações humanas.
Atualmente, reafirma-se que deve haver rigor cien-
tífico na construção de conhecimento, e o planeja-
mento é parte importante deste processo� Contudo, 
houve avanços nas concepções das formas de fazer 
ciência e sua função, ampliando-se para além do 
17
método empírico, como abordaremos nos módulos 
seguintes�
REFLITA
Que grandes contribuições da ciência foram re-
alizadas desde o século 15 até os dias de hoje 
no seu campo de estudo? Faça uma pesquisa na 
internet e procure encontrar informações sobre 
os avanços nos últimos 6 séculos na sua área.
Hoje há concordância sobre certos pressupostos:
a) Busca-se ampliar o conhecimento teórico, a 
partir de hipóteses formuladas ou reformuladas ao 
longo do estudo;
b) Organização através de um sistema planejado 
e articulado, que permita ao pesquisador perceber 
e demonstrar as correlações existentes entre o ob-
jeto de estudo e as variáveis com as quais ele se 
relaciona;
c) A possibilidade de descrição e verificação das 
condições sob as quais ocorre um fenômeno e suas 
variáveis;
d) Busca-se produzir respostas fidedignas, ou seja, 
de confiança, mas também o questionamento das 
mesmas, sendo possível revê-las e reformulá-las 
através de novos estudos e hipóteses, ou mesmo 
da revisão dos estudos já feitos;
18
e) Busca-se produzir um conhecimento relevante 
tanto para o quadro teórico no qual se insere quanto 
para a sociedade�
É possível produzir-se conhecimento sobre tudo, 
ao mesmo tempo? É possível contemplar-se, em 
um único estudo, tudo que se relaciona ao objeto 
que nos propomos a investigar? O que as diversas 
áreas do conhecimento foram percebendo ao lon-
go do tempo é que não. Como aponta Freire-Maia 
(1990, p. 24):
Ciência é um conjunto de descrições, inter-
pretações, teorias, leis, modelos, visando ao 
conhecimento de uma parcela da realidade, 
em contínua ampliação e renovação, que re-
sulta da ação deliberada de uma metodolo-
gia especial (metodologia científica) (grifos 
nossos).
Dessa forma, a ciência se debruça sobre o conhe-
cimento de fenômenos por meio da realização de 
pesquisas científicas, que possuem metodologias 
próprias para sua realização. A pesquisa científica 
pretende produzir ciência, conhecimento. Para que 
esse estudo seja elaborado de maneira aprofundada 
e organizada, passível de apreender os diversos ele-
mentos correlacionados, é necessário selecionar-se 
o que estudar e de que forma; por isso o autor afirma 
que o estudo refere-se a uma parcela da realidade: 
para que seja possível aprofundá-la, mensurá-la e 
compreendê-la.
19
A complexidade dos objetos de estudo, muitas ve-
zes, contempla áreas do conhecimento variadas. Se 
pensarmos no uso de carros, por exemplo, podemos 
compreender que existe a engenharia e a mecânica 
por trás de seu funcionamento; existem as habilida-
des motoras e cognitivas para manuseá-lo; existe 
o impacto do uso no ambiente urbano e existem as 
leis que regem o funcionamento coletivo do tráfego 
de veículos na cidade.
Assim, é importante considerar-se que um mesmo 
objeto – no caso, o carro – pode ser visto através de 
diferentes pontos de vista e esses pontos de vista 
são as áreas do conhecimento que produzem sabe-
res a partir de suas teorias e metodologias próprias. 
A interdisciplinaridade é uma modalidade rica na 
produção de conhecimento, contudo existem tam-
bém critérios para sua execução.
Figura 4: O estudo científico volta-se à apreensão de aspectos da 
realidade. “Quer dizer, se os pontos de partida são diversos, os re-
20
sultados serão igualmente diversos” (DEMO, 1985, p. 15). 
Fonte: pexels.com.
Dentre as áreas do conhecimento científico estão: 
ciências humanas, ciências sociais aplicadas, ci-
ências exatas e da terra, ciências da saúde, ciên-
cias biológicas, ciências agrárias, engenharias, lin-
guística, letras e artes� Falamos inicialmente que 
nosso objetivo é apresentar eixos que atravessam 
as diferentes áreas no que se refere aos aspectos 
metodológicos; contudo, é importante ressaltar-se 
que há particularidades da produção de pesquisa 
em cada campo, características próprias, bem como 
modalidades metodológicas específicas.
Quer conhecer outras características do conheci-
mento científico? Acesse o PODCAST 1.
Podcast 1 
21
https://famonline.instructure.com/files/70235/download?download_frd=1
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA: 
DEFINIÇÃO E 
ABORDAGENS
Para melhor definir o que é Metodologia Científica, 
comecemos refletindo sobre o que é o método� O ter-
mo método, tal como outros do campo da ciência, foi 
apropriado pelo senso comum e passou a fazer parte 
das referências cotidianas. Dizemos que temos um 
método próprio de arrumar a casa ou de educar os 
filhos, que a empresa em que trabalhamos utiliza um 
método de trabalho; em outras situações, dizemos 
que nós, ou pessoas que conhecemos, são metó-
dicas. Todos esses exemplos parecem apresentar 
um significado em comum para a palavra método: 
um modo ou meio de realizar algo�
Método, de origem grega Methodos, significa ca-
minho (através de) para chegar a um fim. Através 
de um ou mais métodos, então, podemos construir 
trajetos para alcançar certos objetivos. A ciência uti-
liza-se do método científico. Esse método, além de 
diferenciar-se do senso comum, permite diferenciar-
-se a ciência de outros campos, como a filosofia e a 
religião, e se refere a um conjunto de procedimentos 
para se compreender as relações existentes entre 
determinados fenômenos (SEVERINO, 2010). Para 
Gil (2006, p. 26), método científico é o “conjunto de 
22
procedimentos intelectuais e técnicos adotados para 
se atingir o conhecimento”.
Considerando-se isso, Metodologia Científica é a 
disciplina que estuda os diferentes métodos cien-
tíficos, e o metodólogo é o estudioso que investiga, 
desenvolve e aprofunda as diversas possibilidades 
de métodos. De acordo com Demo (1985, p. 19):
Metodologia é uma preocupação instrumen-
tal. Trata das formas de se fazer ciência. 
Cuida dos procedimentos, das ferramentas, 
dos caminhos. A finalidade da ciência é tra-
tar a realidade teórica e praticamente. Para 
atingirmos tal finalidade, colocam-se vários 
caminhos.
Disto trata a metodologia. É um erro supe-
restimar a metodologia, no sentido de cuidar 
mais dela do que de fazer ciência. O mais im-
portante é chegarmos aonde nos propomos 
chegar, ou seja, a fazer ciência. A pergunta 
pelos meios de como chegar lá é essencial 
também, mas é especificamente instrumen-
tal. Somente o metodólogo profissional faz 
dela sua razão de ser, principalmente o filó-
sofo da teoria do conhecimento. Mas, para 
o cientista em geral, é apenas disciplina 
auxiliar.
23
A produção científica tem na metodologia uma aliada 
fundamental: é através de caminhos planejados e 
desenvolvidos que chegamos a um novo conheci-
mento, ou ao avanço de um conhecimento já exis-
tente. Se a ciência quer desvendar e apreender a 
realidade, a metodologia contribui com os meios de 
chegar a isso (DEMO, 1985).
Como aponta Luna (2011), a metodologia não pos-
sui um status próprio, ela é sempre definida em um 
contexto teórico-metodológico; assim, torna-se co-
erente discutir metodologia como uma disciplina 
inserida em um quadro de referência teórico, ou seja, 
relativo a um conjunto de saberes sobre determi-
nado assunto/campo, pautado por pressupostos 
epistemológicos.
24
A pesquisa
A pesquisa será, então, a atividade central para a 
produção científica, para desvendar a realidade além 
de suas aparências. Pesquisa ocorre em um proces-
so. Para tanto, requer organização e planejamento. 
Pesquisar envolve o desenvolvimento de etapas su-
cessivas; mas, por mais que pareça um processo 
linear (uma etapa seguida de outra), é necessário, 
muitas vezes, reformular e modificar os caminhos 
a princípio traçados.
Figura 5: https://www.pexels.com/photo/laptop-computer-ma-cbook-apple-7361/
No quadro a seguir, vemos a classificação proposta 
por Demo (1985) de quatro linhas gerais de pesqui-
sa: pesquisa teórica, pesquisa metodológica, pes-
quisa empírica e pesquisa prática�
25
Linhas de 
pesquisa
Características Realização
Teórica - Propõe e desvenda 
quadros teóricos
- Investiga as defini-
ções conceituais nos 
diferentes campos
- Forma quadros 
teóricos que passam 
a ser referências para 
o pesquisador
- Através do 
domínio de con-
ceitos e ideias 
centrais de uma 
disciplina
- Domínio sobre a 
bibliografia e au-
tores, para apre-
ender a produção 
já existente no 
campo 
- Desenvolvimento 
de olhar crítico 
sobre a produção 
científica, propi-
ciando o avanço 
teórico e o diá-
logo com outros 
teóricos
Metodológica - Refere-se ao estudo 
dos instrumentos de 
apreensão e manipu-
lação da realidade
- Através da 
problematiza-
ção das vias do 
conhecimento
- 
Desenvolvimento 
de outros ca-
minhos para a 
produção cientí-
fica, com vistas 
a um conhe-
cimento mais 
aprofundado
26
Empírica - Direciona-se à 
dimensão experimen-
tal e observável dos 
fenômenos
- Compromete-
se com variáveis 
controláveis
-Tende a ser 
quantitativa
- Manipulação de 
fatos concretos
- Tradução de re-
sultados em dados 
mensuráveis
Prática - Busca evidenciar 
horizontes que não 
tinham sido percebi-
dos no campo teórico 
e as “surpresas à 
revelia da teoria”
- Faz-se através 
da ação prática de 
possíveis ideias ou 
posições teóricas.
Tabela 1: Linhas de pesquisa. Fonte: elaborado pela autora, baseada 
em Demo (1985).
O autor versa sobre as linhas de pesquisa em ci-
ências humanas e sociais. No campo das ciências 
exatas, a mensuração de dados e informações tem 
outra importância. Através de cálculos, elaboração 
de fórmulas, da estatística aplicada e do estudo de 
amostragens de uma população, entre outros, é pos-
sível chegar com precisão a resultados fidedignos.
As ciências biológicas e da saúde se debruçarão 
sobre o estudo da vida, desde a atividade molecular 
ao desenvolvimento de ecossistemas completos 
e o cuidado em saúde� Para tanto, há uma grande 
possibilidade de métodos a se empregar, incluindo 
os desenvolvidos tecnologicamente. As abordagens 
metodológicas para a realização das pesquisas cien-
tíficas partem de diferentes pressupostos e formas 
de raciocinar sobre o objeto de estudo�
27
Métodos de abordagem
No contexto da Metodologia Científica há os cha-
mados métodos de abordagem, que são raciocínios 
adotados na produção da pesquisa, a maneira de 
aproximar-se do objeto de estudo. Vimos as quatro 
linhas gerais da pesquisa; dentro delas, podemos 
realizar os estudos através de meios diversos, que 
analisaremos a seguir�
Método indutivo
O método indutivo tem como proposta encontrar 
possíveis generalizações e conclusões mais abran-
gentes para fenômenos particulares� Busca am-
pliar resultados e encontrar leis gerais para os fatos, 
através de alguns procedimentos, com destaque à 
observação e experimentação. Como vimos ante-
riormente, a experimentação aparece como método 
desde os primórdios da ciência, e o método indutivo, 
consolidado por Bacon, aparece nas premissas de 
filósofos tempos antes. A atitude, nessa perspecti-
va, vai do sujeito em relação ao objeto de estudo e 
caracteriza-se como procedimento voltado à gene-
ralização, do particular para o que abrange o todo. 
Destacam-se as etapas:
28
1. Observação sistemática do fenômeno que se 
pretende estudar;
2. Classificação das descobertas observadas;
3. Hipótese (proposições e suposições prévias);
4. Experimentação (teste e análise para verificação 
das hipóteses);
5. Comparação (classificação e análise em condi-
ções semelhantes);
6. Generalização (desenvolvimento de leis gerais 
a partir dos dados obtidos).
É importante ressaltarmos que a generalização é 
uma etapa delicada, pois é preciso garantir-se que 
as condições que se pretende analisar sejam as 
mesmas, assegurando a veracidade dos resultados 
obtidos. Relações causais (causa-efeito) podem ser 
estabelecidas a partir desse método, desde que os 
critérios e condições de realização do estudo sejam 
passíveis de verificação, para constatar se deter-
minadas causas produzem os mesmos efeitos se 
estiverem nas mesmas circunstâncias.
Por exemplo: José não tem a capacidade de voar, 
Maria também não, Olga também não. José, Maria 
e Olga são seres humanos. Logo, seres humanos 
não possuem a capacidade de voar.
Quando tratamos das ciências humanas e sociais, 
contudo, nem sempre essa visão determinista é apli-
29
cável, pois há uma maior variabilidade de aspectos 
relacionados aos fenômenos quando nos debruça-
mos sobre o estudo das relações humanas.
Método dedutivo
Ao contrário do método indutivo, o método dedutivo 
parte de uma generalização, já validada pela ciência, 
para uma questão particular. Assim, é necessário 
que as questões gerais sejam consideradas válidas 
para que se possa afirmar o particular.
A dedução pauta-se em uma relação e raciocínio 
lógicos entre as proposições gerais e particulares, 
relacionando duas premissas para se chegar a uma 
conclusão. Diferentemente do método indutivo, no 
método dedutivo, se as premissas gerais são con-
sideradas verdadeiras, haverá possivelmente uma 
conclusão também verdadeira, havendo uma pre-
visibilidade maior.
Por exemplo: nenhum ser humano possui a capa-
cidade de voar. José é um ser humano, logo, José 
não voa.
REFLITA
Indução e dedução são caminhos possíveis para 
a construção de conhecimento em certas áreas. 
Pense em algum conhecimento que você possua 
que tenha sido descoberto através de uma des-
sas abordagens�
30
Método Hipotético-dedutivo
O método hipotético-dedutivo, desenvolvido por 
Karl R Popper, busca, ao mesmo tempo, criticar os 
pressupostos indutivos enquanto utiliza-se de sua 
proposta de experimentação e a relaciona com o 
pressuposto lógico do método dedutivo. Parte da 
construção de hipóteses para buscar resolver um 
problema científico.
Para tanto, aponta como caminho:
1. Construção de hipóteses sobre um determinado 
problema;
2. Busca de solução ou resposta para esse 
problema;
3. Questionamento e falseamento dessas hipóte-
ses, através de observação e experimentação;
4. E, por fim, a validação e comprovação (ou não) 
dessas hipóteses.
Diferentemente dos métodos anteriores, o hipotéti-
co-dedutivo busca questionar as próprias hipóteses 
como caminho para sua verificação, até o momento 
em que sejam (ou não) refutadas, admitindo essa 
possibilidade. Popper apontava para a criação de 
probabilidades sobre os fenômenos e não para a 
busca de verdades.
31
Método dialético
A palavra dialética tem origem na palavra grega dia-
lektiké, que significa diálogo, e implica no embate 
de ideias. O método dialético pressupõe apreender 
o movimento de contrários existente nas ideias e 
na realidade em que vivemos, compreendendo a 
realidade social como totalidade e não de maneira 
fragmentada ou individualizada.
O filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel 
(1770-1831) voltava-se à dimensão idealista como 
base para compreensão da realidade. Hegel iden-
tificou três momentos que constituem o método 
dialético:
1. Tese (premissas verdadeiras);
2. Antítese (negação da tese apresentada);
3. Síntese (fruto do embate teórico entre tese e 
antítese).
Karl Marx (1818-1883), filósofo e sociólogo alemão, 
desenvolveu sua proposta a partir da compreen-
são de que o movimento de contrários ocorre nas 
condições concretas de existência dos sujeitos, 
dimensão essa chamada de material, a partir da 
qual o sujeito desenvolve-se. Assim, a realidade, 
em permanente processo, não é fixa, mas está em 
constante movimento.
Esse método compreende que o pesquisador deve 
contraditar as verdades apresentadas a ele e, a partir 
deste confronto de ideias, novas ideias podem surgir. 
32
É necessário apontar-se as contradições existentes 
para o estudo do fenômeno. Nesse processo, de ne-
gação da negação, há a possibilidade de criação do 
novo.Para tanto, é preciso analisar-se os fenôme-
nos inseridos em um contexto e não isoladamente, 
considerando-se que as características qualitativas 
e quantitativas dos fenômenos estão relacionadas.
Figura 6: Giornonotte, M. C. Escher, 1938.
33
Método fenomenológico
O método fenomenológico foi desenvolvido por 
Edmund Husserl (1859-1938) e busca compreen-
der como determinado fenômeno se apresenta na 
realidade e para aquele que o apreende� Para tanto, 
afasta-se de relações causais e não se prende a 
pressupostos sobre o fenômeno, buscando olhar 
para sua essência. Desde o seu desenvolvimento, 
o método fenomenológico foi bastante apropriado 
pela psicologia e outras áreas nos campos das ci-
ências humanas e sociais. De acordo com Martins 
e Farinha (1984 apud SIANI; CORREA; LAS CASAS, 
2016), há três princípios a se considerar, voltados à 
postura do pesquisador, para a realização de pes-
quisa a partir desse método:
1. Definição do campo de investigação (direção a 
se investigar, doando-se àquela experiência);
2. Descrição fenomenológica (olhar rigoroso, consi-
derando o que será incluído e excluído da descrição 
sobre o fenômeno);
3. Dialética da interpretação (interpretação que 
se volta à essência do fenômeno, com suspen-
são de pressupostos e julgamentos por parte do 
pesquisador).
34
Na adoção do método fenomenológico há de se ter 
uma abertura por parte do pesquisador ao conte-
údo que emana da pesquisa, buscando apreender-
-se as significações que dali derivarão. O processo 
de aprofundamento das informações obtidas será 
chamado de “redução fenomenológica”, caminho 
para a busca da essência do fenômeno estudado.
35
A IMPORTÂNCIA DAS 
PESQUISAS PARA 
A PRODUÇÃO DE 
CONHECIMENTO
A produção de pesquisas é considerada parte fun-
damental da construção de conhecimento nos dife-
rentes campos do saber� Se pretendemos aumentar 
o conhecimento sobre determinado assunto, desen-
volver mais e melhores recursos para a resolução 
de problemas, promover avanços tecnológicos e 
contribuir com o desenvolvimento social, a realiza-
ção de pesquisas torna-se atividade fundamental, 
devendo ser promovida e viabilizada nos diversos 
contextos educacionais, em especial no Ensino 
Superior. Espera-se que nos diferentes campos do 
saber tenha-se em vista a importância do com-
promisso social da realização de pesquisas. Isso 
significa destacar-se a importância das pesquisas 
contemplarem, em seu desenvolvimento e objetivos, 
a preocupação com o avanço e transformação da 
sociedade�
36
Podcast 2 
Falamos sobre a importância da produção de pes-
quisas para a ciência e para o desenvolvimento da 
sociedade� Sobre o compromisso social na pesquisa 
cientifica, ouça o Podcast 2.
37
https://famonline.instructure.com/files/70236/download?download_frd=1
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
Verificamos neste módulo que existem diversos ti-
pos de conhecimento� Desde o conhecimento po-
pular, que aprendemos e desenvolvemos nas rela-
ções cotidianas, o conhecimento religioso, que se 
debruçou sobre a explicação da existência através 
de dogmas e da fé, ao conhecimento filosófico, que 
partiu do questionamento sobre a realidade para 
buscar compreendê-la. O conhecimento científico 
foi desenvolvido ao longo da história da humani-
dade, em comunicação com a filosofia e questio-
nando as verdades do senso comum, na busca pelo 
aprofundamento do conhecimento para além das 
aparências.
Para tanto, desenvolveram-se caminhos para produ-
zir conhecimentos, ou seja, métodos, que partiram de 
diferentes pressupostos teóricos e epistemológicos 
para sua construção, tendo em vista objetivos va-
riados, mas voltados à produção de conhecimento 
fidedigno e relevante. A Metodologia Científica se 
debruçará, como disciplina, no estudo dos vários 
métodos existentes para a produção científica.
A pesquisa é a principal atividade para a produção 
de conhecimento e, por meio de métodos alicerça-
dos em campos teóricos e do desenvolvimento de 
procedimentos, proporcionará o avanço de conhe-
cimento nas diferentes áreas� Assim, a pesquisa 
38
está diretamente relacionada à transformação nos 
âmbitos sociais e tecnológicos, já que, através do 
estudo aprofundado sobre os diferentes fenômenos, 
podemos conhecê-los e analisá-los. Os métodos 
indutivo, dedutivo, hipotético-dedutivo, dialético e 
fenomenológico constituem-se como caminhos para 
se alcançar esses objetivos.
Para você, estudante que está conhecendo mais 
sobre o mundo da ciência, é importante ter em vis-
ta que a pesquisa é um processo inesgotável, nas 
diferentes áreas do conhecimento� Quando acredi-
tamos que chegamos ao final da pesquisa, novas 
investigações se mostram importantes de serem 
feitas, e isso é rico para o avanço da ciência, que 
pensa sobre a realidade, e, assim, importante para 
o avanço da sociedade.
Nos próximos módulos você poderá conhecer um 
pouco mais sobre as etapas para o desenvolvimento 
de pesquisas e os aspectos éticos relacionados a 
essa atividade.
39
Síntese
Fenomenológico
Compreender o fenômeno
na sua essência.
Dialético
Apreender o movimento de
contrários: tese, antítese e
síntese.
Indutivo
Encontrar generalizações,
fenômenos particulares.
Dedutivo
Parte de uma genera-
lização para o particular.
Hipotético-dedutivo
Construção de hipóteses e
falseamento das mesmas.
Método: caminho para
realização
Metodologia científica é a disciplina que 
estuda os diferentes métodos científicos;
Pesquisa: atividade central da produção 
científica.
E-book 1
METODOLOGIA DE PESQUISA
CIENTÍFICA
Conhecimento
Conhecer significa ir além das aparências 
sobre determinado fenômeno; ultrapassar a 
barreira do aparente e superficial para
adentrar um campo mais aprofundado.
Conhecimento Científico
Ciência = conhecimento;
Conjunto de conhecimentos acerca de um 
ou mais objetos, elemento e/ou fenômeno 
presente na realidade que o cientista se 
propõe a investigar e analisar para além 
das suas aparências iniciais e superficiais.
Alguns objetivos da ciência:
a) Busca-se ampliar o conhecimento
teórico;
b. Sistemático, capaz de demonstrar as cor-
relações existentes entre o objeto de 
estudo e as variáveis com as quais ele se 
relaciona;
c. Descrição e verificação das condições sob 
as quais ocorre um fenômeno e suas 
variáveis;
d. Respostas fidedignas.
Conhecimento
popular
Senso comum, vivência
cotidiana, tradição.
Conhecimento
popular
Senso comum, vivência
cotidiana, tradição.
Conhecimento
popular
Senso comum, vivência
cotidiana, tradição.
Referência 
Bibliograficas 
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