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Prévia do material em texto

2016
DiversiDaDe De 
Fanerógamos
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
Copyright © UNIASSELVI 2016
Elaboração:
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 574
P436dr Pereira; Roberta Andressa
Diversidade de fanerógamos/ Roberta Andressa Pereira: 
UNIASSELVI, 2016.
 
 238 p. : il.
 ISBN 978-85-7830-977-0
 1. Biologia. 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Impresso por:
III
apresentação
Caro acadêmico,
Você já parou para pensar sobre qual a planta que dá origem ao café, 
uma das bebidas mais populares em todo o mundo? Ou mesmo o vinho, já 
conhecido da humanidade desde a antiguidade? Conhece como é e qual a 
parte da planta usada pela indústria têxtil para produzir o tão famoso fio 
de algodão? Ou sabia que a cana-de-açúcar, além de muito utilizada pela 
culinária por conta do açúcar, é utilizada para fabricação de bioetanol, 
combustível produzido e exportado pelo Brasil? As plantas estão ao nosso 
redor e participam do nosso dia a dia. Vão muito além das refeições em 
forma de salada ou sobremesas saudáveis. Conhecê-las é fundamental!
É neste mundo que você está convidado a entrar, no mundo da 
Botânica! A Botânica é o ramo da ciência que tem como objeto de estudo as 
plantas, e tenta descobrir e explicar como estes organismos são constituídos 
e funcionam, como estão organizados e de que maneira interagem, afetam e 
são comprometidos pelo meio que ocupam.
O presente caderno de estudos tem como proposta oferecer um 
primeiro contato de você, acadêmico, com os conceitos e princípios da 
Morfologia Vegetal, de forma a apresentar um material básico e de apoio com 
as principais informações sobre o tema. Além disso, serve como uma forma 
inicial de contato e diálogo entre professor e aluno. Entender a morfologia 
das plantas é de suma importância para que você possa compreender os 
processos fisiológicos das mesmas e suas relações filogenéticas.
Assim, o objetivo principal deste material é servir como um guia 
para você orientar seus estudos, e deverá, sempre, ser complementado com 
leituras adicionais em bibliografias específicas, muitas delas apresentadas no 
final de cada unidade.
Espero que você possa ter uma noção de como funciona e é estruturado 
o corpo de uma planta. Assim como, da grandeza da diversidade de 
organismos fotossintetizantes e sua importância no meio ambiente, ajudando 
na preservação do equilíbrio dos ecossistemas, muitos deles comprometidos 
pela ação do homem.
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – E AÍ? COMO É UMA PLANTA? ................................................................................ 1
TÓPICO 1 – MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS ................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 RAIZ ........................................................................................................................................................ 4
2.1 DESENVOLVIMENTO INICIAL DA RAIZ ................................................................................. 4
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS RAÍZES ................................................................................................... 6
2.2.1 Quanto à origem ..................................................................................................................... 6
2.2.2 Quanto à morfologia .............................................................................................................. 6
2.2.3 Tipos especiais de raízes ........................................................................................................ 7
2.3 NÓDULOS RADICULARES .......................................................................................................... 14
3 CAULE ..................................................................................................................................................... 15
3.1 TIPOS DE RAMIFICAÇÃO E CRESCIMENTO .......................................................................... 16
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CAULES ................................................................................................. 17
3.3 FORMAS DE VIDA DE PLANTAS VASCULARES (DE ACORDO COM GIULIETTI 
 ET AL., 1994, P. 17-24; SOUZA ET AL., 2013, P. 71-79.) ....................................................... 21
4 FOLHA .................................................................................................................................................... 25
4.1 PARTES DE UMA FOLHA COMPLETA ..................................................................................... 25
4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS ................................................................................................. 26
4.3 FILOTAXIA ....................................................................................................................................... 33
4.4 MODIFICAÇÕES FOLIARES......................................................................................................... 34
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 38
TÓPICO 2 – MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS ............................. 41
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 41
2 FLOR ........................................................................................................................................................ 41
2.1 CLASSIFICAÇÕES GERAIS ...........................................................................................................42
2.2 PERIANTO........................................................................................................................................ 45
2.2.1 Cálice (representado pela letra K) ........................................................................................ 46
2.2.2 Corola (representado pela letra C) ....................................................................................... 46
2.3 ANDROCEU (representado pela letra A) ..................................................................................... 47
2.3.1 Algumas classificações ........................................................................................................... 47
2.4 GINECEU (representado pela letra G) ......................................................................................... 49
2.4.1 Algumas classificações ........................................................................................................... 50
2.4.2 Fórmula e diagrama floral ..................................................................................................... 53
3 INFLORESCÊNCIAS ........................................................................................................................... 54
3.1 TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS RACEMOSAS OU INDEFINIDAS ...................................... 54
3.2 TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS CIMOSAS OU DEFINIDAS .................................................. 56
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 57
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 59
sumário
VIII
TÓPICO 3 – MORFOLOGIA DOS FRUTOS ..................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 FRUTOS SIMPLES ............................................................................................................................... 65
3 FRUTOS AGREGADOS E MÚLTIPLOS ......................................................................................... 68
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 70
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 72
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 73
UNIDADE 2 – PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA ......................................................... 77
TÓPICO 1 – A CÉLULA VEGETAL ...................................................................................................... 79
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 79
2 CÉLULA VEGETAL .............................................................................................................................. 80
2.1 PECULIARIDADES DA CÉLULA VEGETAL ............................................................................ 82
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 88
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 90
TÓPICO 2 – TECIDOS VEGETAIS ...................................................................................................... 93
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 93
2 TECIDOS MERISTEMÁTICOS......................................................................................................... 93
2.1 MERISTEMAS APICAIS OU PRIMÁRIOS ................................................................................. 93
2.2 MERISTEMAS LATERAIS OU SECUNDÁRIOS ............................................................ 95
3 TECIDOS PERMANENTES ............................................................................................................... 97
3.1 TECIDO DE REVESTIMENTO ...................................................................................................... 97
3.2 TECIDO DE PREENCHIMENTO ................................................................................................102
3.3 TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO ....................................................................................................105
3.4 TECIDOS DE CONDUÇÃO .........................................................................................................107
3.5 TECIDOS DE SECREÇÃO E CÉLULAS SECRETORAS ..........................................................113
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................120
TÓPICO 3 – OS ÓRGÃOS VEGETAIS .............................................................................................123
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................123
2 RAIZ ......................................................................................................................................................123
3 CAULE ...................................................................................................................................................129
4 FOLHA ..................................................................................................................................................134
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................138
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................142
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................144
UNIDADE 3 – A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES 
 COM SEMENTES .......................................................................................................147
TÓPICO 1 – AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE! .......................149
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................149
2 A CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE ............................................................................150
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................154
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................157
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................159
IX
TÓPICO 2 – PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS 
ANGIOSPERMAS ..........................................................................................................161
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161
2 AS GIMNOSPERMAS .......................................................................................................................161
2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS GIMNOSPERMAS..........................................................162
2.2 OS REPRESENTANTES DAS GIMNOSPERMAS ....................................................................163
2.3 REPRODUÇÃO NAS GIMNOSPERMAS ..................................................................................165
3 AS ANGIOSPERMAS ........................................................................................................................167
3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ANGIOSPERMAS ...........................................................168
3.2 REPRODUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS ...................................................................................169
3.2.1 A flor .......................................................................................................................................170
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................179
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................182
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................186
TÓPICO 3 – BOTÂNICA ECONÔMICA ..........................................................................................189
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................189
2 ALGUMAS ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO .............................................................191
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................213
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................216
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................217
TÓPICO 4 – METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA .........................................219
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................219
2 PROPOSTAS PARA AS AULAS ......................................................................................................220
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................231
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................232
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................233
X
1
UNIDADE 1
E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir desta unidade, você será capaz de:
• saber dividir os órgãos das plantas em vegetativos e reprodutivos;
• identificar as partes da raiz, do caule, da folha, das flores, inflorescências e 
frutos; 
• reconhecer os diferentes tipos de raiz, caule, folha e flores, inflorescências 
e frutos.
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um 
deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
TÓPICO 2 – MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
TÓPICO 3 – MORFOLOGIA DOS FRUTOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
1 INTRODUÇÃO
Todos dizem que o Brasil é um dos países com maior diversidade vegetal 
do mundo, resultado de uma grande variedade de cores, formatos e tamanhos 
das nossas plantas. Mas você saberia dizer de que partes são formadas as plantas? 
Ou ainda, saberia identificar cada uma destas partes?
Frequentemente o conhecimento popular identifica algumas partes das 
plantas de forma incorreta. Por exemplo, você sabia que a parte alaranjada da 
cenoura, que usamos na culinária, é uma raiz? E a batata-doce também? E que a 
batata-inglesa é um caule? E que a parte comestível da cebola trata-se, na verdade, 
de folhas modificadas? 
Conheceremos a partir de agora outras curiosidades através do estudo 
da morfologia externa das plantas. Esta área da Botânica, também chamada 
de Organografia Vegetal, se dedica ao estudo da morfologia externa, ou seja, 
da forma e da estrutura, dos órgãos das plantas, classificando e nomeando as 
estruturas vegetais e suas variações. Estar familiarizado com seus conceitos é 
condição primordial para estabelecer uma compreensão global da planta e sua 
interação com o ambiente que habita, e, posteriormente, conseguir dividir as 
plantas em pequenos grupos e reconhecê-los.
ESTUDOS FU
TUROS
Neste primeiro tópico abordaremos o estudo da morfologia externa dos órgãos 
vegetativos das plantas vasculares terrestres, como a raiz, o caule e as folhas. Vamos lá?
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
4
2 RAIZ
De uma maneira geral, podemos afirmar que a raiz é o órgão vegetativo 
que apresenta como função principal a fixação da planta ao substrato e a absorção 
de água e nutrientes. Por conta disso, normalmente é subterrânea e aclorofilada, 
ou seja, não apresenta o pigmento clorofila, que confere cor verde aos órgãos 
vegetais. Apresenta, ainda, geotropismo e hidrotropismo positivos, isto é, seu 
crescimento se dá em direção à terra e à água, respectivamente. Além disso, pode 
ser um órgão de reserva, como nas cenouras (Daucus carota – Família Apiaceae) e 
nabos (Brassica napus – Família Brassicaceae), ou ter função de respiração, como 
observado em algumas plantas de mangue, como no mangue-branco (Laguncularia 
racemosa – Família Combretaceae).
Em algas e musgos, a estrutura que apresenta funções similares não é 
vascularizada, como nas outras plantas. Diante desta característica, recebem o 
nome de rizoides.
As raízes não apresentam folhas, gemas laterais e apicais, nós e entrenós, 
diferenciando-se dos caules.
2.1 DESENVOLVIMENTO INICIAL DA RAIZ
A semente das plantas fanerógamas contém uma planta em miniatura, 
um esporófito jovem, o embrião. Ele tem uma raiz embrionária, denominada 
radícula, um eixo caulinar embrionário, chamado hipocótilo – epicótilo e uma ou 
duas folhas embrionárias, os cotilédones. 
É difícil estabelecer o limite entre a radícula e o hipocótilo (porção caulinar 
situada abaixo do(s) cotilédone(s)). Por essa razão, fala-se em eixo hipocótilo-
radicular. 
Ao germinar a semente, a radícula se distende por divisões e alongamentos 
celulares formando uma raiz primária. Veja o esquema a seguir (Figura 1).
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
5
FIGURA 1 – FEIJÃO (Phaseolus vulgaris – FAMÍLIA FABACEAE)
A. Semente aberta longitudinalmente e em vista lateral. O embrião do feijão tem uma 
plúmula acima dos cotilédones, consistindo em um eixo curto (epicótilo), um par de folhas 
e um meristema apical. Seus cotilédones contêm nutrientes armazenados. B. Estágio 
de desenvolvimento. Observe que durante a germinação, seus cotilédones são levados 
para acima do solo pelo alongamento do hipocótilo. FONTE: Raven et al. (2007), p. 524.
Na porção inicial da raiz primária em crescimento distinguem-se três 
regiões ou zonas (Figura 2).
FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS PARTES CONSTITUINTES DA RAIZ
FONTE: Adaptado de: <http://www.mundoeducacao.com.br/upload/conteudo_
legenda/1d596d1403d8985f0f6743ef7d30b517.jpg>. Acesso em: 10 jan. 2016.
A
B
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
6
• Coifa: estrutura em forma de capa que reveste o ápice radicular, onde estão 
localizados os tecidos meristemáticos. Esses tecidos apresentam células ainda 
não diferenciadas e em constante divisão celular. Pode secretar mucilagens 
que auxiliam na proteção e penetração do órgão no substrato. É formada por 
uma região central denominada caliptrogênio.
• Zona de alongamento ou de distensão: onde ocorre a distensão (observamosos tecidos meristemáticos) e início da diferenciação dos tecidos primários 
da raiz. Esta região é protegida pela coifa. Danos causados a esta região por 
microrganismos, ou mesmo pelo atrito com o substrato, poderiam danificar a 
estrutura radicular e, consequentemente, o desenvolvimento da planta.
• Zona pilífera ou de absorção: nesta região os tecidos estão totalmente 
diferenciados. Pode-se observar a presença de pelos radiculares, que são 
projeções epidérmicas. Estes pelos aumentam a superfície de contato do 
órgão com o substrato, aumentando, por conseguinte, a absorção de água e 
nutrientes. Entretanto, essa absorção pode ocorrer em outras partes da planta 
também.
• Zona de ramificação ou suberosa: é a porção mais antiga e longa da raiz. Esta 
região é caracterizada por apresentar espessamento e formação de raízes 
laterais.
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS RAÍZES
As raízes podem ser classificadas de acordo com a sua origem ou 
morfologia.
2.2.1 Quanto à origem
• Axial: raízes originadas a partir do desenvolvimento da radícula do embrião.
• Adventícia: são assim chamadas as raízes que derivam de qualquer outro 
órgão, principalmente do caule, e não da radícula do embrião. A raiz que se 
origina da radícula logo atrofia e não se desenvolve.
2.2.2 Quanto à morfologia
• Sistema pivotante: observado na grande maioria das gimnospermas (como as 
coníferas) e angiospermas (plantas que dão flores e frutos). Neste sistema é 
possível observar uma raiz principal e suas raízes laterais, portanto, na sua 
grande maioria são formados a partir de raízes axiais (Figura 3A).
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
7
FIGURA 3 – SISTEMAS RADICULARES
A. Plântula de feijão (Phaseolus vulgaris – Família Fabaceae), indicando a raiz axial 
pivotante (setas finas) e raízes laterais (setas largas). B. Plântula de milho (Zea mays 
– Família Poaceae). Nesta espécie e nas demais monocotiledôneas todas as raízes são 
adventícias, formando um sistema fasciculado. FONTE: Souza et al. (2013), p. 18-19.
2.2.3 Tipos especiais de raízes
Podemos classificar as diversas formas de raízes encontradas nas plantas. 
Vejamos as principais.
a) Raízes Subterrâneas: 
- Tuberosas (Figura 4): são raízes axiais ou fasciculadas que se apresentam 
intumescidas pelo armazenamento de substâncias de reserva. Muitas delas 
são utilizadas na alimentação humana. Como exemplo, temos as tuberosas 
pivotantes, como rabanete (Raphanus sativus – Família Brassicaceae), cenoura 
(Daucus carota – Família Apiaceae) (Figura 4A), beterraba (Beta vulgaris – Família 
Amaranthaceae) (Figura 4B); fasciculadas tuberosas: mandioca (Manihot sp.- 
Família Euphorbiaceae), batata-doce (Ipomoea batatas – Família Convolvulaceae) 
(Figura 4C).
• Sistema fasciculado: nas monocotiledôneas, as raízes primárias têm vida 
curta. Assim, o sistema radicular deste grupo vegetal é composto por raízes 
adventícias e suas raízes laterais. Assim, nenhuma raiz é mais proeminente 
que as outras (Figura 3B).
BA
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
8
FIGURA 4 – RAÍZES TUBEROSAS
A. Cenoura (Daucus carota – Família Apiaceae). B. Beterraba (Beta vulgaris – Família 
Amaranthaceae). C. Batata-doce (Ipomoea batatas – Família Convolvulaceae). FONTE:
 Disponível em: 
A. <http://www.supermemo.com.br/2012/01/beneficios-da-cenoura/>.
B. <http://frutasdouradas.dyndns.org:360/FrutasDouradas/Imagens/beterraba2.jpg>.
C. <http://www.lideragronomia.com.br/2012/08/batata-doce.html>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B C
a) Raízes Aéreas
Não se desenvolvem subterraneamente, mas expostas ao ar. São 
geralmente adventícias.
- Suportes: são aquelas que aumentam o sistema de fixação de algumas plantas. 
Formam-se a partir de galhos e caules e penetram no solo. Ex.: milho (Zea mays– 
Família Poaceae) (Figura 5A), mangue-vermelho (Rhizophora mangle – Família 
Rhizophoraceae) (Figura 5B).
FIGURA 5 – RAÍZES ESCORAS
A B
A. Milho (Zea mays – Família Poaceae). B. Mangue-vermelho (Rhizophora mangle – Família 
Rhizophoraceae). FONTE: A. Souza et al. (2013), p. 21. 
B. Disponível em: <http://manguedasabiaguaba.blogspot.com.br/>. Acesso em: 10 jan. 2016.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
9
- Tabulares: são uma variação das raízes suporte. Os ramos radiculares 
encontram-se ligados ao caule, como verdadeiras tábuas. São características 
de árvores grandes de florestas tropicais e têm como função aumentar a 
estabilidade da planta. Ex.: Raízes de figueira (Ficus sp.- Família Moraceae) 
(Figura 6A).
- Escora (Figura 6B-C): São raízes que aparecem em certas espécies de figueiras 
(Ficus benjamim, por exemplo). Elas descem de ramos caulinares laterais, 
alcançam o solo, ramificam-se e começam a absorver água. Por se tratarem 
de eudicotiledôneas, elas crescem em espessura e com o tempo tornam-se tão 
espessas que passam a substituir o caule em sua função, pois elas, além de 
fixarem a ponta no solo e absorverem a água, conduzem essa água até a copa 
e sustentam a copa. Quando já há muitas raízes bem desenvolvidas, o caule 
pode desaparecer, ficando a copa totalmente escorada em raízes. Figueiras 
milenares na Índia se expandem radialmente alcançando centenas de metros 
além de seu ponto de origem.
- Estrangulares (Figura 6D): são uma variação das raízes escora. São raízes de 
vegetais não parasitas, que vivem sobre outros e que os envolvem, crescendo 
em direção ao solo, armando uma rede que vai se espessando, impedindo 
então o crescimento em espessura da planta hospedeira, que, muitas vezes, 
acaba morrendo. As plantas que apresentam este tipo de raiz são comumente 
chamadas de mata-pau. Embora essas raízes costumam ser chamadas de “raízes 
estrangulantes”, o termo não é adequado, pois as raízes não estrangulam 
(processo ativo), mas simplesmente impedem o crescimento em espessura 
do caule da planta hospedeira (processo passivo). Se a hospedeira for uma 
palmeira, por exemplo, ambas podem conviver por muitos anos.
FIGURA 6 – FIGUEIRAS (Ficus sp. – FAMÍLIA MORACEAE)
A B
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
10
A. Raiz tabular. B-C. Raízes escoras. D. Raiz estranguladora. FONTE: Disponível em: 
 A. <https://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.com/2014/07/figueira-do-parque-celso-
daniel-em-santo-andrc3a9-antes.jpg>. B. <http://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.
com/2009/04/troncos-da-figueira-das-lagrimas-ricardo-cardim.jpg?w=500&h=374>. 
C. <http://arvoresdesaopaulo.files.wordpress.com/2010/03/figueira-no-ibirapuera-foto-de-
ricardo-cardim-direitos-reservados.jpg>. D. <http://www.panoramio.com/photo/21305391>. 
Acessos em: 10 jan. 2016.
C D
- Sugadoras (Figura 7): caracterizam plantas parasitas. Essas raízes são também 
chamadas de haustórios e penetram no hospedeiro, através de uma estrutura 
chamada apressório, até atingirem os tecidos vasculares (responsáveis pela 
condução de água e fotoassimilados). As plantas parasitadas são classificadas 
em:
• holoparasitas, quando penetram o tecido vascular responsável pelo 
transporte de fotoassimilados. Este tecido é chamado floema. Exemplo: 
cipó-chumbo (Cuscuta racemosa – Família Convolvulaceae) (Figura 7A-B), 
planta quase completamente aclorofilada, heterótrofa. Geralmente a planta 
hospedeira se exaure e morre em pouco tempo.
• hemiparasitas, quando penetram o tecido vascular responsável pela 
condução de água e sais minerais. Este tecido é denominado xilema. 
Exemplo: erva-de-passarinho (Struthanthus sp. – Família Loranthaceae) 
(Figura 7C-D) , planta autótrofa e com folhas verdes. Como as hemiparasitas 
são autótrofas, hospedeiro e parasita podem conviver por muitos anos, pois 
a hospedeira só deve retirar mais água do solo do que necessita.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
11
FIGURA 7 – RAÍZES SUGADORAS
A B
C D
A-B. Holoparasitas. C-D. Hemiparasita. A,C. Vista geral. B. Detalhe. D. Detalhe dos 
apressórios. FONTE: Disponível em: 
A. <http://www.blogdovestibular.com/2015/07/questao-tipos-de-raizes.html>. 
B. <http://herbologiamistica.blogspot.com.br/2010/07/cipo-chumbo.html>.C. <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Morfofisiologia_vegetal/morfovegetal2.php>. 
D. <http://ramonlamar.blogspot.com.br/2014_04_01_archive.html>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A água e sais minerais transportados pelo xilema constituem a seiva bruta, 
enquanto os produtos fotoassimilados, ou seja, os compostos orgânicos produzidos durante 
a fotossíntese, são chamados seiva elaborada, e transportados pelo floema.
ATENCAO
- Respiratórias: tipo de raiz presente em muitas plantas subaquáticas; são 
esponjosas porque são ricas em aerênquima (tecido com grandes espaços 
intercelulares cheios de ar) com função de suprimento de oxigênio para os 
órgãos submersos. Ex.: Ludwigia sp. – Família Onagraceae.
- Pneumatóforos: podem ser consideradas um tipo de raízes respiratórias, mas 
diferem estruturalmente por serem raízes que apresentam, além do tecido 
aerenquimático (mencionado anteriormente), tecidos condutores de seiva bruta 
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
12
e elaborada. Crescem (por geotropismo negativo, ou seja, no sentido contrário 
ao centro da Terra) verticalmente para fora do solo encharcado onde vive a 
planta. As raízes, assim como os outros órgãos das plantas, necessitam de 
oxigênio para a respiração. Por esta razão, a maioria das plantas não pode viver 
em solos com drenagem inadequada. Para solucionar esse problema, algumas 
árvores que crescem em habitats brejosos, como, por exemplo, o mangue-preto 
(Avicennia sp. – Família Acanthaceae) (Figura 8A) e o mangue-branco ou siriúba 
(Laguncularia racemosa - Família Combretaceae), apresentam porções de suas 
raízes crescendo para cima da superfície do banhado. Essas raízes servem, 
portanto, não apenas para fixar a planta ao substrato, mas também para a 
aeração do sistema radicular. 
- Grampiformes (Figura 8B-C): são raízes curtas, semelhantes a grampos, que 
surgem do caule e têm por função fixar certas trepadeiras em diferentes 
superfícies, tais como paredes, e servem também de suporte para o caule 
escandente. Ex.: hera-japonesa (Parthenocissus tricuspidata – Família Vitaceae) 
(Figura 8B).
FIGURA 8 – PNEUMATÓFOROS E RAÍZES GRAMPIFORMES 
A. Pneumatóforos em Avicennia sp. – Família Acanthaceae. B-C. Raízes grampiformes. B. Hera-
japonesa (Parthenocissus tricuspidata – Família Vitaceae). C. Detalhe. FONTE: A. Disponível 
em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d2/Avicennia_resinifera_
Coromandel_2005_a.jpg>. Acesso em: 10 jan. 2016. B. Souza et al. (2013), p. 33. C. Disponível em: 
<http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/raiz-grampiforme.jpg>. Acesso em: 10 
jan. 2016.
BA C
- Cinturas: são adaptações peculiares das plantas epífitas (plantas que vivem sobre 
outras plantas). Estas raízes crescem enroladas ao tronco da planta suporte ou 
de outro substrato qualquer, como rochas. Ex.: raízes de muitas orquídeas e 
bromélias (Figura 9).
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
13
FIGURA 9 – RAÍZES CINTURA 
FONTE: Disponível em: 
A. <http://www.microplanta.com/articulos/wp-content/uploads/2011/07/vanda1.jpg>. 
B. <http://www.lusorquideas.com/-blogue/category/dendrobium>. Acessos em: 10 jan. 2016.
c) Raízes Aquáticas 
As plantas aquáticas desenvolvem raízes especiais, ricas em tecido 
aerenquimático (ou seja, tecido que armazena ar entre suas células), que serve 
para armazenar e conduzir o ar, além de auxiliar na flutuação. Ex.: alface-d’água 
(Pistia stratiotes – Família Araceae) (Figura 10A), aguapé (Eichhornia crassipes – 
Família Pontederiaceae) (Figura 10B).
FIGURA 10 – REPRESENTAÇÕES ESQUEMÁTICAS DE RAÍZES AQUÁTICAS
A. Alface-d’água (Pistia stratiotes – Família Araceae). B. Aguapé (Eichhornia 
crassipes – Família Pontederiaceae). Fonte: A.<http://amorpeloverde.
atspace.com/raiz.htm>. B.<http://www.geocities.ws/investigandoaciencia/
raizes>.htm. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B
B
A
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
14
2.3 NÓDULOS RADICULARES
Aparecem nas raízes de muitas plantas pertencentes à família Fabaceae 
(família das leguminosas como o feijão, grão-de-bico, amendoim, soja, ervilha, 
lentilha), como decorrência da infecção por bactérias (Rhizobium) fixadoras de 
nitrogênio atmosférico (Figura 11). Essas bactérias penetram as raízes através dos 
seus pelos radiculares, passando até as células mais internas, onde se multiplicam 
e estimulam tais células a também se dividirem, resultando no nódulo. 
As bactérias atuam no processo de fixação do nitrogênio. Alteram N2 
(gás) disponível no solo para NH4+ (nitrato), que é a forma em que o vegetal 
consegue utilizar o nitrogênio.
Trata-se, então, de uma associação simbiótica de grande importância 
adaptativa para as plantas que a apresentam, pois lhe permite obter nitrogênio 
(via atividade bacteriana) em solos pobres neste nutriente essencial.
FIGURA 11 – NÓDULOS RADICULARES EM SOJA (Glycine max– 
FAMÍLIA FABACEAE)
FONTE: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/
ABAAAgEkUAJ/anatomia-raiz>. Acesso em: 10 jan. 2016.
ESTUDOS FU
TUROS
Tudo tranquilo até aqui? Então vamos seguir viagem pelo corpo da planta. A 
seguir, conheceremos os diversos tipos de caules!
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
15
3 CAULE
De forma geral, podemos dizer que o caule é a parte do corpo da planta 
que une as raízes às folhas, sendo, portanto, mais complexo do que o sistema 
radicular. Ele pode apresentar folhas, gemas laterais e apicais, onde encontramos 
tecidos meristemáticos primários (responsáveis pelo crescimento em longitudinal 
da planta), e nós e entrenós (Figura 12).
FIGURA 12 – CAULE
A B C
Gema
apical
Gema
lateral
Caule
Entrenó
Nó
Nó
A. Características de um caule. B. Detalhe de gemas axilares (entre as folhas e o caule) e terminal 
(no ápice do ramo) da sibipiruna (Poincianella pluviosa – Família Fabaceae). C. Detalhe da gema 
reprodutiva da falsa-erva-cidreira (Lippia alba – Família Verbenaceae). FONTE: A. Disponível em: 
<http://pt.slideshare.net/valimjulia/caule-32374987>. Acesso em: 10 jan. 2016. B-C. Souza et al. 
(2013), p. 45.
O nó é o local em que uma ou mais folhas aparecem. As gemas axilares (ou 
laterais) também se formam na região do nó, daí esta região ser também chamada 
região das ramificações. O espaço entre dois nós consecutivos denomina-se 
entrenó (ou internó). A gema localizada no ápice do órgão é denominada gema 
apical ou terminal, e promove o crescimento em comprimento da planta.
O caule comumente apresenta fototropismo positivo (crescimento 
em direção à luz) e geotropismo negativo, e pode ser clorofilado ou acumular 
substâncias nutritivas, como ocorre na batata-inglesa (Solanum tuberosum – 
Família Solanaceae), gengibre (Zingiber officinale – Família Zingiberaceae) e cará 
ou inhame (Dioscorea sp. – Família Dioscoreaceae). 
As duas funções principais são:
• suporte – serve como suporte mecânico para as folhas e estruturas reprodutoras, 
o qual as coloca em posição favorável aos agentes polinizadores e dispersores e 
para obter a quantidade adequada de luz solar;
• condução – o caule transporta pelo floema os produtos fotoassimilados 
produzidos pelas folhas (e caules fotossintetizantes) para as áreas que não 
realizam a fotossíntese. Ao mesmo tempo, o caule transporta água e sais minerais 
ascendentemente das raízes para as folhas, pelo xilema (tipo de tecido vascular).
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
16
3.1 TIPOS DE RAMIFICAÇÃO E CRESCIMENTO
a) Sistema monopodial (Figura 13A-B): neste sistema, o crescimento do caule se 
dá pela atividade de uma única gema apical, que permanece por toda a vida 
do vegetal. Plantas com este crescimento podem não desenvolver qualquer 
ramificação lateral, como no mamoeiro (Carica papaya – Família Caricaceae). 
Nas palmeiras (plantas da Família Arecaceae) (Figura 13A), a ramificação lateral 
geralmente se limita à produção de inflorescências na época da reprodução. É 
importante salientar que mesmo em plantas com muitos ramos laterais pode-se 
encontrar um sistema monopodial. É o que observamos na grande maioriadas 
coníferas (pinheiros) (Figura 13B); o eixo principal é facilmente reconhecido, 
pois só ele cresce verticalmente, enquanto os ramos laterais têm crescimento 
oblíquo e bem mais vagaroso.
b) Sistema simpodial (Figura 13C-D): neste sistema, várias gemas participam 
continuamente da formação de cada eixo. Isso pode acontecer porque a gema 
apical cessa sua atividade ou porque o eixo principal perde sua superioridade 
sobre os ramos laterais. Como resultado, temos a formação arredondada das 
copas da maioria das árvores.
FIGURA 13 – TIPOS DE RAMIFICAÇÃO E CRESCIMENTO
D
A-B. Sistema monopodial. A. Palmeira-jussara (Euterpe edulis – Família Arecaceae) B. Araucária 
(Araucaria sp. – Família Araucariaceae. C-D. Sistema simpodial. 
FONTE: Disponível em: A. <http://www.floriculturacampineira.com.br/floricultura_produto-
zoom.asp?id_imagem=5422>. B. <http://www.sitiovitoriaregia.com.br/img/Araucaria.jpg>. C. 
<http://www.bemviver.org/imagens/Arvore.jpg>. D. <http://jornalnovidades.com.br/?p=7756>. 
Acessos em: 10 jan. 2016.
A B C
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
17
3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CAULES
a) Caules aéreos
- Tronco (Figura 13B-D): bem desenvolvido, muito robusto, lenhoso (caule que 
produz madeira) e ramificado; característico da maioria das árvores e arbustos 
de eudicotiledôneas e gimnospermas. Ex.: araucária, cedro (Cedrela fissilis – 
Família Meliaceae), limoeiro (Citrus limonum – Família Rutaceae).
- Estipe: caule geralmente cilíndrico, não ramificado, com uma coroa de folhas 
apenas no ápice. Ex.: palmeiras (Figura 13A).
- Haste (Figura 14): caule delicado, não lenhoso, ereto, da maioria das ervas. Ex.: 
couve (Brassica oleracea – Família Brassicaceae) (Figura 14A), hortelã (Mentha 
sp. – Família Lamiaceae) (Figura 14B), girassol (Helianthus annuus – Família 
Asteraceae) (Figura 14C).
- Colmo (Figura 14D-E): caules divididos em gomos, com nós e entrenós bem 
nítidos. Há colmos cheios, como a cana-de-açúcar (Saccharum officinarum – Família 
Poaceae) (Figura 14D) e milho, e ocos, como o bambu (Bambusa spp. – Família 
Poaceae) (Figura 14E).
FIGURA 14 – TIPOS DE CAULES
A-C. Caules do tipo haste. A. Couve (Brassica oleracea – Família Brassicaceae). B. Hortelã (Mentha 
sp. – Família Lamiaceae). C. Girassol (Helianthus annuus – Família Asteraceae). D-E. Caules do 
tipo colmo. D. cana-de-açúcar (Saccharum officinarum – Família Poaceae). E. bambu (Bambusa 
sp. Família Poaceae). FONTE: Disponível em: A. <http://plantas-medicinais.me/wp-content/
uploads/2010/08/mall.jpg>. B.<http://2.bp.blogspot.com/_qqwONhF5NzE/TMwugBiplVI/
AAAAAAAABYY/3kbwLCi5R00/s1600/hortela.gif>. C.<http://www.redeto.com.br/images/
noticia/20131025134918_girassol_flor_simbolo_do_estado_lenna_borges.jpg?KeepThis=true>. D. 
<http://www.sistemafaep.org.br/cana-da-acucar-amargo-prejuizo.html>.E. <http://reciclaedecora.
com/wp-content/uploads/bambu.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B C
D E
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
18
- Volúvel (Figura 15A): caule que cresce enrolando-se a um suporte. Pode ser 
dextrorso, quando o caule se enrola no sentido horário, como se observa no 
guaco (Mikania glomerata – Família Asteraceae), ou sinistrorsos, quando ocorre 
no sentido anti-horário, como no cará-do-ar (Dioscorea bulbifera).
- Sarmentoso ou caule prostrado ou rastejante (Figura 15B): através de suas 
raízes, estes caules ficam presos ao solo em um ponto. Encontrando um 
suporte alguns podem subir, enrolando-se neles, ou formando gavinhas que 
se enrolam. Ex.: chuchu (Sechium vulgare – Família Cucurbitaceae), aboboreira 
(Cucurbita pepo – Família Cucurbitaceae).
- Estolho (Figura 15C-D): este tipo de caule também rasteja junto à superfície do solo, 
tem entrenós bem alongados e em cada nó apresenta gemas e raízes, podendo se 
fixar novamente nesse ponto. Ex.: morango (Fragaria sp. – Família Rosaceae).
- Cladódio: este tipo de caule modificado tem como função principal realizar 
fotossíntese e/ou reservar água. Geralmente, está presente em plantas afilas 
(isto é, sem folhas) ou com folhas reduzidas, comumente transformadas em 
espinhos. Ex.: cactos (Família Cactaceae) (Figura 15E), carqueja (Baccharis sp. – 
Família Asteraceae).
FIGURA 15 – TIPOS DE CAULES
A. Caule volúvel em Ipomea sp. crescendo sobre outra planta. B. Caule rastejante da aboboreira 
(Cucurbita pepo – Família Cucurbitaceae). C-D. Estolho no morangueiro. E. Cladódio em 
cactos. FONTE: Disponível em: A. <http://1.bp.blogspot.com/_8flEUDwr_So/TJNFOq8NEdI/
AAAAAAAAAGw/0-jhWGFpAe0/s1600/Campainha+(Ipomea+cairica,+%5BL.%5D+Sweet)+preto1.
jpg>.B. <http://www.henriettesherbal.com/files/images/photos/c/cu/d04_2301_cucurbita-.jpg>
C. <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/caule/imagens/caule64.jpg>.
D. <http://2.bp.blogspot.com/_1c0wmap1eQc/R1SexPVnBrI/AAAAAAAAACE/9z_2XfuxL5Y/s1600-
R/L.jpg. E. http://www.f-lohmueller.de/cactus/Dendrocereus/Dendrocereus012.htm>. Acessos 
em: 10 jan. 2016.
A
Estolão
CB
D E
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
19
b) Caules subterrâneos
- Rizomas (Figura 16A-B): tem crescimento horizontal, raízes adventícias e ramos 
aéreos, e são aclorofilados. Exemplos: íris (Iris sp. – Família Iridaceae), espada-
de-são-jorge (Sanseviera sp. – Família Ruscaceae), lírio-do-brejo (Hedychium 
sp. – Família Zingiberaceae), biri (Canna sp. – Família Cannaceae), bananeira 
(Musa sp. – Família Poaceae).
- Tubérculo (Figura 16C): quando armazenam substâncias de reserva, com 
crescimento limitado. Ex.: batata-inglesa.
- Cormo (Figura 16D): sistema caulinar espessado e comprimido verticalmente, 
geralmente envolvido por catafilos (folhas modificadas) secos. Um cormo 
difere do tubérculo por ter a base do seu caule larga e não o ápice. Difere do 
bulbo por ter mais tecido caulinar e menos catafilos. Ex.: palma-de-santa-rita 
ou gladíolo (Gladiolus sp. – Família Iridaceae).
- Bulbos: são caules subterrâneos com entrenós bastante reduzidos, formando 
um “disco” basal, de onde surgem muitas folhas modificadas (os catafilos) 
que acumulam reservas. Enquanto no cormo as reservas estão no próprio 
eixo caulinar, no bulbo estão nos catafilos. Ex.: cebola (Allium cepa – Família 
Alliaceae) (Figura 16D), alho (Allium sativus), tulipa (Tulipa sp. – Familia 
Liliaceae), lírios (Lilium sp. – Família Liliaceae).
FIGURA 16 – TIPOS DE CAULES SUBTERRÂNEOS
A-B. Caules do tipo rizoma. C. Esquema evidenciando o caule do tipo tubérculo em batata-
inglesa. D. Cormo. E. Bulbo da cebola (Allium cepa – Família Alliaceae).
FONTE: Disponível em: A. <http://www.jardimdeflores.com.br/JARDINAGEM/JPEGS/
A47rizoma2.jpg>. B. <http://www.aulete.com.br/rizoma>.C. <http://www.colegiovascodagama.
pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade6repassex.html>.D.<http://1.bp.blogspot.com/_jf5pZSfZAh4/
TShAyerIKMI/AAAAAAAAOok/kbtxbIWA2X0/s1600/santa4.JPG>. E. <http://www.ceasaminas.
com.br/agroqualidade/Cebola/cebmorfologia.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B
D
Talo Talo
Colo Colo
Raiz Raiz
Prato Prato
Catáfilo interno
Catáfilo externo
Catáfilo externo
E
CRaízTubérculo
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
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a) Caules aquáticos
São caules adaptados à vida aquática. A elódea (Elodea sp. – Família 
Hydrocharitaceae), por exemplo, apresenta caule do tipo haste, apesar de ser 
aquático.
NOTA
Você já ouviu falar sobre modificações caulinares?
São modificações que ocorrem nos caules para que estes possam assumir outras funções, 
além das já descritas, como fixar a planta a algum suporte, proteção, ou ainda, assumir o 
papel de órgão fotossintetizador. Vamos conhecer mais sobre estas modificações?
As gavinhas (Figura 17) são estruturas que se enrolam em suportes e sustentam caules 
escandescentes. Ex.: uva (Vitis vinifera – Família Vitaceae), maracujá-doce (Passiflora edulis – 
Família Passifloraceae).
FIGURA 17 – GAVINHAS
A. Abóbora (Cucurbita pepo – Família Cucurbitaceae). B. Chuchu (Sechium edule – 
Família Cucurbitaceae). 
FONTE: Disponível em: A. <http://floresjardinsdomundo.blogspot.com.br/2011/06/
flores-e-suas-definicoes-gardenia.html>.B. <http://pic80.picturetrail.com/VOL2050/
10580583/22239115/368517796.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
Já os espinhos são ramos caulinares curtos, pontiagudos, com função de defesa, 
principalmente proteção contra predação. São facilmente observados na laranjeira e no 
limoeiro (Citrus spp. – Família Rutaceae). 
Mas atenção! Não confunda espinhos caulinares com acúleos. Acúleos são simples formações 
epidérmicas, sem vascularização e geralmente sem posição definida no caule. A rosa (Rosa 
sp. – Família Rosaceae) (Figura 18A) apresenta acúleos, que são facilmente retirados quando 
sob leve pressão. Você já tentou arrancá-los? Entretanto, você não conseguirá fazer o mesmo 
com os espinhos do limoeiro, justamente porque são espinhos verdadeiros, e não apenas 
uma projeção do tecido mais externo do órgão. Existem também espinhos foliares, que são 
folhas modificadas, como nas cactáceas (Figura 18B).
A B
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
21
FIGURA 18 – A DIFERENÇA DE ESPINHOS E ACÚLEOS
A. Acúleos em rosa (Rosa sp. – Família Rosaceae). B. Folhas modificadas em 
espinhos em cactos (Cactus sp. – Família Cactaceae). 
FONTE: Disponível em: A. <http://4.bp.blogspot.com/_pGLAh1T5rTc/S7BpQNchX9I/
AAAAAAAABEk/gRkU-lpTFjs/s1600/aculeo.jpg>.
B. <http://flores.culturamix.com/informacoes/tudo-sobre-os-cactos>. Acessos em: 
10 jan. 2016.
A B
3.3 FORMAS DE VIDA DE PLANTAS VASCULARES (DE 
ACORDO COM GIULIETTI ET AL., 1994, P. 17-24; SOUZA 
ET AL., 2013, P. 71-79.)
a) De acordo com o tipo de caule
De acordo com o tipo de caule, podemos dividir as plantas em ervas 
(Figura 19A), arbustos (Figura 19B) e árvores (Figura 19C). 
Assim, uma erva é uma planta com caule não lenhoso (ou seja, não produz 
madeira) e, geralmente, não vivendo muito mais de um ano.
- Arbustos e árvores são plantas lenhosas, com caule e ramos, que vivem 
vários anos, tornando-se mais espessados a cada estação, à medida que o 
câmbio vascular adiciona novas camadas de xilema e floema (veremos com 
mais detalhe adiante, quando conversarmos sobre anatomia das plantas). 
Enquanto o arbusto não tem um tronco principal, mas vários eixos principais 
que aparecem do nível do solo, uma árvore tem sempre um tronco com ramos 
apenas na parte superior. Há, contudo, muitas formas intermediárias entre 
estes três tipos principais de hábito de vida, como, por exemplo:
- Subarbusto: planta geralmente pequena, com base levemente lenhosa e resto 
herbáceo, pouco ramoso, geralmente vivendo vários anos.
- Arvoreta: uma árvore de baixo porte, ou com tronco principal muito curto.
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
22
FIGURA 19 – FORMAS DE VIDA DE ACORDO COM O TIPO DE CAULE
A. Erva (maria-sem-vergonha, Impatiens sp. – Família Balsaminaceae). B. Arbusto (murta, 
Eugenia mattosii – Família Myrtaceae). C. Árvore (ipê-amarelo, Tabebuia sp. – Família 
Bignoniaceae). 
FONTE: Disponível em: A. <http://dorasantoro.blogspot.com.br/2012/04/maria-sem-
vergonha.html>. B. Souza et al. (2013, p. 74). C. Disponível em: <http://www.viveiroipe.com.
br/?mudas=ipe-amarelo>. Acessos em: 10 jan. 2016. 
A B C
b) De acordo com a forma de nutrição 
De acordo com a forma de nutrição, encontramos plantas:
- Heterotróficas: podem ser:
• Parasitas: parasitam plantas vivas, retirando a seiva elaborada da planta 
parasitada. Como exemplo, temos o cipó-chumbo, já mostrado na Figura 7(A-
B), um exemplar da família Balanophoraceae (Figura 20).
FIGURA 20 – PLANTA PARASITA DA FAMÍLIA BALANOPHORACEAE 
FONTE: Disponível em: <http://lh6.ggpht.com/_5ylFlh9vpZE/
SpFAgIT4hnI/AAAAAAAAAHI/PJyJXrtzUgA/DSCI8661.JPG>. 
Acesso em: 10 jan. 2016.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
23
• Hemiparasitas ou semiautotróficas. Assim como as holoparasitas, as 
hemiparasitas também parasitam plantas vivas, mas, ao contrário, retiram 
apenas a seiva bruta. Ex.: ervas-de-passarinho (Figura 7C-D). 
• Saprófitas: nutrem-se de matéria orgânica morta. Ex.: Burmanniaceae, algumas 
Orchidaceae.
- Autotróficas: podem ser:
• Hidrófitas errantes – vivem sobre a superfície da água, não fixas no substrato. 
Como exemplo, podemos citar o aguapé (Eichhornia sp. – Família Pontederiaceae) 
e a alface-d’água (Pistia stratiotes – Família Araceae) (Figura 21A).
• Plantas que se autossustentam (não se apoiam sobre outras):
- Fanerófitas: plantas lenhosas ou herbáceas perenes, com mais de 50 cm de 
altura, cujos ramos não morrem periodicamente. Ex.: a grande maioria das 
árvores, como as figueiras (Figura 21B).
- Caméfitas: plantas lenhosas ou herbáceas perenes, com menos de 50 cm de 
altura. Quando mais altas, seus ramos morrem periodicamente. Ex.: muitas 
ervas e subarbustos dos campos, cerrados e brejos temporários, plantas com 
estolhos ou ramos prostrados etc. (Figura 21C).
- Criptófitas: plantas perenes, herbáceas, com a parte principal do sistema 
caulinar reduzida a bulbo, cormo, xilopódio ou rizoma, assim apresentando 
suas gemas abaixo da superfície do solo. São subdivididas em geófitas 
(gemas em solo seco) (Figura 21D), as hidrófitas fixas (gemas sob a água) 
(Figura 21E) e as helófitas (gemas em solo encharcado) (Figura 21F).
- Hemicriptófitas: plantas perenes, herbáceas, com redução periódica do sistema 
caulinar a um órgão com as gemas no nível da superfície do solo, podendo 
ser um rizoma ou xilopódio, por exemplo. Podemos citar o morangueiro 
(Figura 21G).
- Terófitas: plantas anuais; completam todo seu ciclo de vida dentro de um 
ano, morrendo após a frutificação e passando a estação desfavorável sob a 
forma de semente. Um exemplo bem conhecido é o milho (Figura 21H).
FIGURA 21 – ALGUMAS FORMAS DE VIDA
A B
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
24
Morangueiro
Raiz Estolho
C D E
F G H
A. Hidrófitas errantes. B. Fanerófita. C. Caméfita. D. Criptófita, geófita. E. Criptófita, hidrófita fixa. 
F. Criptófita helófita. G. Hemicriptófitas. H. Terófita. FONTE: Disponível em: 
A. <http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/alface-da-agua.html#.VpVPx_krLIU>. 
B. <https://py3cvsclaudio.wordpress.com/2012/06/25/aquecimento-global/figueira/>. 
C. <http://s193.photobucket.com/user/sdas7/media/DeuterocohniaX1flowersw-
DSCF9006_zpsf4d938c2.jpg.html>.D. <http://ruralpecuaria.com.br/tecnologia-e-manejo/
hortifruti/cobertura-morta-no-manejo-de-plantas-daninhas-em-cebola.html>. E. <http://
bambupublicidade.com.br/wp-content/uploads/2013/09/imagem.php_1.jpeg>.
F. <http://www.wikiwand.com/it/Echinodorus>.G. <http://ptbr.protistaeplantae.wikia.com/wiki/
Mecanismos_assexuados_de_reprodu%C3%A7%C3%A3o_vegetal?file=Estolhos_j.jpg>.
H. <http://www.belagricola.com.br/noticias/24/03/2015/brasil-tera-leve-aumento-na-2-colheita-
de-milho-em>. Acessos em: 10 jan. 2016.
• Plantas que crescem sobre ou apoiadas em outras:
- Lianas: são plantas que germinam no solo e escalam um suporte, mas 
mantêm sempre o contato com o solo, como a abóbora e o chuchu (Figura 
17).
- Hemiepífitas ou pseudolianas: são plantas que germinam sobre outras 
plantas e depois estabelecem raízes no solo (como as figueiras mata-pau, 
observadas na Figura 6D, ou muitas espécies de Philodendron – Família 
Araceae); ou plantas que germinam no solo, escalam um suporte e 
posteriormente desconectam sua ligação com o solo (algumas espécies das 
famílias Araceae e Piperaceae).
- Epífitas: plantas que germinam e enraízam sobre outras plantas vivas ou 
mortas, ou eventualmente sobre outros suportes, como cercas, postes, etc. 
As plantas que crescem sobre rochas são denominadas rupícolas. Dentre as 
epífitas, temos muitas espécies de bromélias, orquídeas e cactos.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
25
4 FOLHA
É o órgão vegetativo das plantas, geralmente com formato laminar, 
cuja principal função é a fotossíntese, uma vez que é nelas que encontramos o 
pigmento clorofila em maior quantidade.
A folha é uma expansão lateral do caule e tem origem nos primórdios 
foliares, que tiveram sua formação a partir da gema durante a fase de seu 
crescimento. No processo de desenvolvimentodo primórdio foliar ocorre 
diferenciação dos tecidos, que geralmente se organizam em uma estrutura laminar. 
É um órgão muito bem adaptado à captação de luz e absorção de gás carbônico. 
Diante disso, além de realizar a fotossíntese, as folhas estão diretamente ligadas 
aos processos de respiração, transpiração e gutação ou sudação.
Quanto à duração, as folhas podem ser persistentes, como os pinheiros 
(vegetais perenifólios) ou caducas, como na grande maioria das árvores (vegetais 
caducifólios).
4.1 PARTES DE UMA FOLHA COMPLETA
As folhas apresentam uma enorme variedade de tamanho e forma. Por 
isso, elas frequentemente servem de ajuda na identificação de plantas e por 
esta razão é importante a criação de termos precisos para descrever seus vários 
caracteres, como forma do limbo, ápice, base, margem etc.
As folhas das gimnospermas e angiospermas podem apresentar diferenças 
entre si, entretanto, uma folha apresenta basicamente as seguintes partes (Figura 
22):
• Limbo ou lâmina foliar: porção comumente laminar e verde, na qual são 
encontrados os tecidos assimiladores (que participam do processo de 
fotossíntese) e as nervuras (formadas pelos tecidos que transportam as seivas).
• Pecíolo: apresenta forma de pequena haste, sustenta o limbo e o prende ao caule 
(se não houver bainha). As folhas que o possuem são chamadas pecioladas, 
enquanto que as que não o apresentam são chamadas sésseis.
• Bainha: muito frequente em monocotiledôneas. É a parte basal que abraça total 
ou parcialmente o caule. As folhas que as apresentam são conhecidas como 
invaginantes.
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
26
FIGURA 22 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE FOLHA COMPLETA
A. Folha simples de dicotiledônea e monocotiledônea. B. Folha composta pinada.
FONTE: Disponível em: A. <http://bonsaijuizdefora.blogspot.com.br/2011/11/
fisiologia-vegetal.html>. B. <http://slideplayer.com.br/slide/47695/>. Acessos em: 
10 jan. 2016.
4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS
a) Quanto à composição
• Simples (Figura 22A, 23A): quando o limbo é indiviso, ou seja, não está dividido 
em partes. Ex.: folha de laranjeira, parreira etc.
• Composta (Figura 22B, 23B-H): quando o limbo é dividido em porções 
laminares, chamadas de folíolos. Os folíolos podem, também, se subdividir, 
formando os foliólulos, como vemos nas folhas bipinadas. Nas folhas tripinadas, 
os foliólulos voltam a se subdividir. 
As folhas compostas recebem várias denominações de acordo com o 
número e disposição dos folíolos. As mais comuns estão listadas a seguir:
- Pinada (Figura 23B-C): com folíolos dispostos oposta ou alternadamente ao 
longo de um eixo comum, a raque. Pode ser Paripinada (Figura 23B): pinada, 
com um par de folíolos terminais ou Imparipinada (Figura 23C): pinada, com 
um folíolo terminal.
Ráquis 
ou
Raque
Folíolo
Pecíolo
Pulvino B
Folha peciolada
Pecíolo
Folha séssil
DICOTILEDÔNEAS
MONOCOTILEDÔNEA
Nervuras ramificadas
Nervuras ramificadas
Folha invaginante
Nervuras paralelas
Bainha
A
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
27
- Bipinada (Figura 23D): com duas ordens de folíolos, cada uma pinada.
- Tripinada (Figura 23E): com três ordens de folíolos, cada uma pinada. 
- Palmada ou digitada (Figura 23F): com mais de três folíolos partindo de um 
ponto comum. 
- Bifoliolada (Figura 23G): com dois folíolos partindo de um ponto comum.
- Trifoliolada (Figura 23H): com três folíolos partindo de um ponto comum.
FIGURA 23 – FOLHAS 
A
E F G H
B C D
A. Folha simples. B-H. Folhas compostas. B. Pinada, paripinada. C. Pinada, imparipinada. D. 
bipinada. E. Tripinada. F. Digitada. G. Bifoliolada. H. Trifoliolada. FONTE: Souza & Lorenzi (2012), 
p. 83, 281, 285, 302, 280, 496, 295, 400, respectivamente.
b) Quanto à forma do limbo:
O formato do limbo ou lâmina foliar é uma característica muito importante, 
utilizada, por exemplo, para distinguir espécies e famílias botânicas. Conheça a 
seguir as principais formas:
• Linear (Figura 24A): forma alongada e apresenta uma só nervura. Há ainda 
uma forma especial de folhas lineares chamada acicular, onde a folha apresenta 
forma de agulha;
• Falciforme (Figura 24B): em forma de foice;
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
28
• Cordiforme (Figura 24C): em forma de coração;
• Hastiforme (Figura 24D): triangular com dois lobos basais;
• Lanceolada (Figura 24E): o aspecto lembra uma lança. A folha é mais longa que 
larga e estreita-se em direção ao ápice;
• Oblanceolada (Figura 24F): a folha tem a forma lanceolada, mas invertida, isto 
é, a parte mais larga é a apical;
• Reniforme (Figura 24G): em forma de um rim;
• Deltoide (Figura 24H): em forma de delta ou triângulo. O ápice da folha 
corresponde ao ápice do triângulo;
• Espatulada (Figura 24I): folha larga próxima ao ápice e com uma base 
longamente atenuada. Há uma variação chamada oboval (Figura 24K), mas a 
base não é tão atenuada quanto em folhas espatuladas;
• Oval (Figura 24J): a folha tem a forma oval, com a parte mais larga voltada para 
a base;
• Runcinada (Figura 24L): oblanceolada com margens partidas ou laceradas, e o 
ápice mostra-se mais desenvolvido;
• Sagitiforme (Figura 24M): lembra uma seta, triangular-oval com dois lobos 
basais retos ou ligeiramente encurvados;
• Orbicular (Figura 24N): a folha tem forma circular;
• Oblonga (Figura 24O): a folha é mais longa que larga e com bordos quase 
paralelos na maior parte de sua extensão;
• Elíptica (Figura 24P): a folha tem um formato elíptico;
• Romboidal (Figura 24Q): a folha tem forma de um losango ou rombo.
FIGURA 24 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO À FORMA DO LIMBO
FONTE: Giulietti et al. (1994, s/n)
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
29
c) Quanto à margem do limbo:
Pode-se classificar as folhas e folíolos de acordo com o tipo de margem 
que apresentam. Seguem os tipos mais comuns:
• Lisa ou inteira (Figura 25A): como o nome sugere, a margem é lisa, não 
apresentando reentrâncias;
• Repanda (Figura 25B): margem levemente sinuosa;
• Crenada (Figura 25C): margem dividida em pequenos lobos obtusos e 
arredondados (dentes arredondados);
• Denteada (Figura 25D): também chamada dentada. Esta margem apresenta 
lobos comumente agudos que se colocam em ângulo reto em relação ao meio 
do limbo. Há uma variedade denominada denticulada, mas esta diferencia-se 
da primeira por apresentar lobos muito menores. Importante: não confundir 
com a serreada, onde os lobos são voltados para o ápice foliar;
• Serreada (Figura 25E): ou serrada. Apresenta lobos agudos a ascendentes, ou 
seja, direcionados para o ápice;
• Erosa (Figura 25F): é constituída por lobos, ou “dentes”, distribuídos de forma 
irregular ao longo de toda margem, passando a impressão de terem sido roídas 
ou desgastadas;
• Crespa (Figura 25G): margem excessivamente irregular e ondulada;
• Sinuada (Figura 25H): margem sinuosa.
FIGURA 25 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO À MARGEM DO LIMBO
A B C D E F G H
A. Lisa ou inteira. B. Repanda. C. Crenada. D. Denteada. E. Serreada. F. Erosa. G. Crespa. H. 
Sinuada. FONTE: Gonçalves & Lorenzi (2007), p. 37.
d) Quanto à base do limbo: 
• Aguda (Figura 26A): quando os bordos na inserção com o pecíolo formam um 
ângulo agudo;
• Cuneada (Figura 26B): as margens juntam-se em um ângulo de 45º com a 
nervura central;
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
30
• Obtusa (Figura 26C): quando os bordos na inserção do pecíolo formam um 
ângulo obtuso;
• Arredondada (Figura 26D): a base apresenta-se como um semicírculo;
• Truncada (Figura 26E): quando os bordos na inserção com o pecíolo parecem 
ter sido cortados;
• Decorrente (Figura 26F): quando a base se estende além do ponto de inserção 
no caule, tornando-o alado;
• Atenuada (Figura 26G): quando os bordos na inserção com o pecíolo afinam-se 
gradativamente;
• Assimétrica (Figura 26H): também chamada oblíqua. Apresenta base 
assimétrica;
• Subcordada (Figura 26I): folha basicamente cordada, mas que apresenta lobos 
posteriores menos proeminentes que uma folha cordadatípica;
• Cordada (Figura 26J): quando os bordos na inserção com o pecíolo recurvam-
se dando à base a forma de um coração;
• Sagitada (Figura 26K): quando os bordos na inserção com o pecíolo dão à folha 
uma forma de seta;
• Hastada (Figura 26L): folha com lobos orientados perpendicularmente ao seu 
eixo principal. Assemelha-se à folha sagitada, mas se diferencia por apresentar 
lobos perpendiculares, não paralelos ao eixo do órgão.
FIGURA 26 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO À BASE
A
J K L
G H I
D E F
B C
A. Aguda. B. Cuneada. C. Obtusa. D. Arredondada. E. Truncada. F. 
Decorrente. G. Atenuada. H. Assimétrica. I. Subcordada. J. Cordada. 
K. Sagitada. L. Hastada. FONTE: Gonçalves & Lorenzi (2007), p. 34.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
31
e) Quanto ao ápice do limbo:
Da mesma forma que vimos anteriormente os diferentes tipos de base, 
encontramos também uma diversidade grande de ápices foliares. Conheça os 
principais (Figura 27):
• Acuminado: quando os bordos da lâmina formam no ápice uma ponta aguda 
e comprida;
• Agudo: quando os bordos da lâmina formam no ápice um ângulo agudo;
• Obtuso: quando os bordos da lâmina formam no ápice um ângulo obtuso;
• Truncado: quando o ápice parece ter sido cortado; por terminar abruptamente;
• Emarginado: quando os bordos da lâmina formam, gradualmente no ápice, 
uma reentrância;
• Obcordado: quando os bordos da lâmina formam no ápice uma pequena 
reentrância, parecendo um coração invertido;
• Cuspidata: ou cuspidada. Forma curta de ápice acuminado;
• Mucronata: ápice que apresenta-se extremamente abrupto, mas continuado 
por uma porção pontiaguda, rígida, quase sempre representada pela nervura 
central. Este tipo de ápice também é chamado aristado.
FIGURA 27 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO O ÁPICE DO LIMBO
acuminata
aguda
obtusa
truncada mucronata
cuspidata
obcordada
emarginada
FONTE: Disponível em: <http://farmacobotanica.xpg.uol.com.br/aula3p2.
html>. Acesso em: 10 jan. 2016.
f) Disposição das nervuras
As folhas podem ser classificadas de acordo com o tipo de venação (ou 
nervação), ou seja, quanto à disposição de suas nervuras:
• Pinada ou peninérvea: quando existe uma única nervura primária servindo de 
origem para as nervuras de ordens superiores. Há aqui três tipos principais:
- craspedódroma (Figura 28A): quando as nervuras secundárias terminam na 
margem;
- camptódroma (Figura 28B): as nervuras secundárias não terminam na margem;
- hifódroma ou uninérvea (Figura 28C): quando só existe a nervura primária, 
estando as outras ausentes;
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
32
• Actinódroma ou palmatinérvea (Figura 28D): quando três ou mais nervuras 
primárias divergem radialmente de um ponto único;
• Acródroma ou curvinérvea (Figura 28E): quando duas ou mais nervuras 
primárias ou secundárias muito desenvolvidas formam arcos convergentes no 
ápice da folha. Os arcos são recurvados na base;
• Campilódroma (Figura 28F): quando muitas nervuras primárias ou suas 
ramificações se originam de um ponto comum e formam arcos muito recurvados 
antes de se convergirem em direção ao ápice da folha;
• Paralelódroma ou paralelinérvea (Figura 28G): quando duas ou mais nervuras 
primárias originadas uma ao lado da outra na base da folha correm paralelas 
até o ápice, onde convergem.
FIGURA 28 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS DE ACORDO COM A NERVAÇÃO
A. Pinada: craspedódroma. B. Pinada: camptódroma. C. Pinada: uninérvea. D. Actinódroma 
ou Palmatinérvea. E. Acródromo ou curvinérvea. F. Campilódroma. G. Paralelódrama ou 
paralelinérvea. FONTE: Gonçalves & Lorenzi (2007), p. 38, modificado.
g) Presença de tricomas:
Segundo Souza et al., (2013, p. 112), “os tricomas são projeções da epiderme 
e podem estar presentes em qualquer parte do vegetal, assumindo diferentes 
funções, que incluem desde a proteção contra o excesso de radiação solar até o 
auxílio na dispersão das sementes”.
De forma geral, dividimos as folhas em glabras, quando os tricomas não 
estão presentes, e pilosas, quando possuem tricomas. Neste caso também existem 
denominações específicas no que se refere à forma, distribuição, frequência e tipo 
de tricomas (veremos estes detalhes quando estudarmos a anatomia das folhas).
h) Cor
As folhas são classificadas em uniforme (Figura 29A), quando apresentam 
uma só cor, geralmente verde; ou variegada ou maculada (Figura 29B), quando as 
vemos com vários tons de verde, ou ainda com manchas irregulares de outra cor.
A GD E FB C
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
33
FIGURA 29 – CLASSIFICAÇÃO DAS FOLHAS QUANTO A COR
 (A) Uniforme e (B) Variegada. FONTE: Disponível em: A. <http://www.40forever.
com.br/folhas-de-chocolate/>. B. <https://www.flickr.com/photos/32378995@
N08/3044424196>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B
4.3 FILOTAXIA
Filotaxia é o arranjo ou disposição das folhas no caule. A forma como as 
folhas estão dispostas é muito importante para a planta, porque pode evitar o 
sombreamento da folha situada logo abaixo. 
Os tipos básicos de filotaxia são:
• Esparsa (Figura 30A): quando não há um padrão de inserção das folhas no 
caule;
• Alterna (Figura 30B): quando há apenas uma única folha por nó. Por conta 
disto, as folhas (ou folíolos) mostram-se em níveis diferentes no caule;
• Oposta (Figura 30C): quando há duas folhas por nó, ou seja, duas folhas se 
inserem no caule ao mesmo nível, mas em oposição, isto é, pecíolo contra 
pecíolo. Quando o par de folhas superior coloca-se em situação cruzada em 
relação ao inferior, temos a filotaxia oposta-cruzada (Figura 30D).
• Verticilada (Figura 30E): três ou mais folhas dispõem-se no mesmo nó.
FIGURA 30 – ESQUEMAS REPRESENTANDO AS DIVERSAS FORMAS DE FILOTAXIAS
A. Esparsa. B. Alterna. C. Oposta. D. Oposta cruzada. E. Verticilada. FONTE: 
Disponível em: <http://botanicavirtual.udl.es/fulla/filotax.htm>. Acesso em: 10 
jan. 2016.
A D EB C
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
34
4.4 MODIFICAÇÕES FOLIARES
Muitas espécies de vegetais possuem folhas modificadas para realizar 
funções especiais ou para assegurar a sobrevivência em condições excepcionais, 
recebendo denominações distintas. A seguir estão listados os principais exemplos:
• Cotilédones (Figura 31): são folhas embrionárias com função de nutrição 
(reserva), encontradas nas sementes.
• Folhas carnívoras (ou insetívoras): mostram diversas adaptações para a captura 
de insetos e outros organismos. Pode apresentar folhas em forma de urna, 
como em Nepenthes sp. (Família Nepenthaceae) (Figura 31A); folhas dotadas 
de cerdas ou tentáculos secretores, como em Drosera sp. e Dioneae sp., ambas 
pertencentes à Família Droseraceae (Figura 31B-C). 
• Brácteas (proteção e atração): as folhas podem estar transformadas em estruturas 
vistosas ou atrativas, que auxiliam a polinização. Ex.: bico-de-papagaio (Figura 
31D), antúrio (Figura 31E), margarida etc.
• Gavinhas (fixação): tem por função a fixação da planta em um suporte. Ex.: 
ervilha (Pisum sativum – Família Fabaceae). Mas tenha cuidado para não 
confundir com as gavinhas caulinares, já mostradas na Figura 17.
• Escamas e catafilos: são folhas, geralmente incolores e carnosas, que cobrem os 
bulbos e que protegem as gemas axilares de muitas plantas. Ex.: cebola (Allium 
cepa) (Figura 16E).
• Espinhos: é uma estrutura geralmente lignificada, que apresenta tecido vascular 
e que corresponde à folha ou porção desta. Ocorrem espinhos na margem das 
folhas do Ilex aquifolium. Em muitas cactáceas (Figura 18B), as folhas podem 
estar transformadas em espinhos, para reduzir a transpiração.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
35
FIGURA 31 – MODIFICAÇÕES FOLIARES
A-C. Plantas carnívoras. A. Nepenthes (Família Nepenthaceae). B. Dionaea e C. Drosera
(Família Droseraceae). D-E. Folhas modificadas em brácteas. D. Bico-de-papagaio (Euphorbia sp. 
– Família Euphorbiaceae). E. Antúrio (Anthurium sp. – Família Araceae).
FONTE: Disponível em: A. <http://farm4.static.flickr.com/3661/3320181982_d8646db71e.jpg>.B. 
<http://3.bp.blogspot.com/_INLEQFN9P4M/TKzhQJGsT8I/AAAAAAAAAPQ/8rTOAh6L2eY/s1600/
intermedia.jpg>. C. <http://www.sempretops.com/wp-content/uploads/Plantas-Carnivoras-
Fotos-e-Curiosidades-FOTO-1.jpg>. D. <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/folha/
imagens/folha-58.jpg>. E. <http://www.tocadoverde.com.br/anturio-vermelho.html>. Acessos 
em: 10 jan. 2016.
A B C
Flores
Brácteas
D E
36
Neste tópico você viu que:
• Organografia vegetal é o campo da Botânica que se dedica ao estudo da 
morfologia externa, ou seja, da forma e da estrutura dos órgãos das plantas, 
classificando e nomeando as estruturas vegetais e suas variações. 
• Algumas funções das raízes: fixação, sustentação, absorção de água e sais 
minerais, condução da seiva ao caule, reserva nutritiva (em algumas), respiração 
(aeração).
• As raízes axiais têm origem na radícula do embrião, e as adventícias originam-
se de outros órgãos, principalmente do caule.
• Na região inicial da raiz observamos a coifa, zona de distensão, zona pilífera e 
zona de ramificação.
• As raízes podem ser subterrâneas, aéreas ou aquáticas.
• As raízes podem ser classificadas de forma especial de acordo com sua função e 
estrutura, como as raízes tuberosas, suporte, tabulares, escora, estrangulantes, 
sugadoras, respiratória, pneumatóforos, grampiformes, cintura, contrácteis.
• O caule pode apresentar folhas, gemas laterais e apicais, onde existem 
meristemas primários, e nós e entrenós.
• Os dois tipos principais de ramificação e crescimento são monopodial e 
simpodial.
• Os caules podem ser classificados em aéreos (tronco, tronco suculento, haste, 
estipe, colmo, volúvel, sarmentoso, estolho, cladódio) e subterrâneos (rizomas, 
tubérculo, cormo, bulbo, xilopódio). Podemos encontrar também caules 
aquáticos.
• Existem algumas modificações caulinares, como as gavinhas e espinhos.
• Os caules podem ser classificados, também, de acordo com o modo de vida e 
nutrição.
• As folhas exercem algumas funções, como a fotossíntese, respiração, 
transpiração e gutação ou sudação.
• Uma folha apresenta, basicamente, limbo, pecíolo e bainha.
RESUMO DO TÓPICO 1
37
• As folhas podem ser classificadas quanto à inserção no caule, à composição, 
à forma do limbo, à margem do limbo, à base do limbo, ao ápice do limbo, à 
disposição das nervuras, à presença de tricomas, de acordo com a consistência 
e com a cor.
• Existem algumas modificações foliares, como cotilédones, folhas coletoras, 
folhas carnívoras, gavinhas, catafilos, espinhos e brácteas.
• Filotaxia é o arranjo ou disposição das folhas no caule. Ela pode ser: oposta, 
oposta-cruzada, verticilada e alterna.
38
AUTOATIVIDADE
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Tronco 
Haste 
Estipe
Colmo
Sarmentoso
Volúvel
Estolho
Cladódio
Rizoma
Tubérculo
Bulbo
Cormo 
Plantas: 
1 - Cactos 4 - Gengibre 7 - Goiabeira 10 - Palmito
2 - Palma-de-santa-rita 5 - Chuchu 8 - Batata-inglesa 11 - Bambu
3 - Morango 6 - Alho 9 - Agrião 12 - Feijão-de-vara
(1) Vitória-régia ( ) Liana
(2) Milho ( ) Hidrófita fixa
(3) Junco ( ) Fanerófita
(4) Carqueja ( ) Hidrófita errante
(5) Gengibre ( ) Caméfita
(6) Ipê-amarelo ( ) Geófita
(7) Aguapé ( ) Hemicriptófita
(8) Morango ( ) Terófita
(9) Uva ( ) Epífita
(10) Orquídea ( ) Helófita
a) cenoura: 
b) palmeira-juçara: 
c) cipó-chumbo: 
d) hera: 
e) aipim: 
1 Assinale com X nos quadrados correspondentes ao(s) tipo(s) 
de caule(s) das plantas listadas. Mas atenção! Uma planta 
pode desenvolver mais de um tipo de caule!
2 Relacione as colunas de acordo com as formas de vida das plantas:
3 Diga que tipo de raízes compõe o sistema radicular das 
plantas listadas a seguir:
39
a) cintura: 
b) respiratória: 
c) tabular: 
d) aquática: 
( ) Possui gemas apical e axilares
( ) Geralmente tem fototropismo positivo
( ) Apresenta coifa para proteção do meristema
( ) Geralmente tem geotropismo positivo
( ) Não apresenta folhas
( ) Tem nós e entrenós
a) possui pelos ou tricomas – 
b) composta por número ímpar de folíolos – 
c) tem nervuras primárias paralelas entre si – 
d) especializada para captura de insetos – 
e) tem forma de rim – 
f) tem manchas coloridas irregulares – 
a) ( ) Proteção de gemas subterrâneas e armazenamento de substâncias; 
antúrio e gengibre;
b) ( ) Armazenamento de substâncias e atração de polinizadores; banana e 
copo-de-leite;
c) ( ) Atração de polinizadores e armazenamento de substâncias; copo-de-
leite e cebola; 
d) ( ) Fotossíntese e proteção de gemas subterrâneas; gengibre e primavera;
e) ( ) Fotossíntese e transpiração; espírito-santo e cebola.
4 Cite um tipo de planta que apresenta o seguinte tipo de raiz:
6 Analise as características a seguir e diga como se chama a 
folha que a apresenta:
7 Brácteas e catafilos são folhas modificadas. Assinale a 
alternativa que indica, respectivamente, a sua função e um 
exemplo de planta que os apresenta:
5 Diga se as características a seguir são de raiz (R) ou de caule (C): 
40
41
TÓPICO 2
MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Este tópico abordará a estrutura dos órgãos reprodutivos do grupo 
de plantas vasculares terrestres mais derivado. Vamos descobrir como estão 
estruturadas as flores, suas funções e inflorescências e os frutos, órgãos que 
ajudam na dispersão dos indivíduos. Vamos lá?
2 FLOR
A flor aparece nas gimnospermas com aspecto rudimentar e são chamadas 
de estróbilos ou cones, tornando-se mais especializadas nas angiospermas, 
o grupo mais derivado (evoluído) das plantas. Ela é um conjunto de folhas 
modificadas que constitui o aparelho reprodutivo desse grupo vegetal. 
De forma geral, uma flor é composta das seguintes estruturas:
• Verticilos de Proteção (que somados formam o Perianto):
- Sépalas – geralmente verdes ou não muito vistosas, cuja função é a proteção 
das demais partes da flor no botão floral. O conjunto de sépalas constitui o 
Cálice, representado muitas vezes pela letra K.
- Pétalas – geralmente coloridas e muito vistosas, cuja função é a atração 
de agentes polinizadores. O conjunto de pétalas é chamado de Corola, e é 
representado pela letra C.
• Verticilos de Reprodução:
- Estames – seu conjunto é nomeado Androceu. São folhas férteis masculinas, 
formadas por uma haste, o filete, e uma parte intumescida, a antera, onde são 
produzidos e alocados os grãos-de-pólen.
- Carpelos – seu conjunto é chamado Gineceu. Correspondem às folhas férteis 
femininas, ou seja, o órgão reprodutor feminino, composto pelo estigma (que 
recebe o grão-de-pólen), um tubo denominado estilete e o ovário, onde são 
encontrados os óvulos. E veja que interessante: se a flor for fecundada, ou seja, 
se o grão-de-pólen chegar até o estigma do carpelo, o ovário se transformará 
em um fruto e o óvulo fecundado em uma semente. Veremos mais detalhes 
quando estudarmos Frutos e Reprodução em Angiospermas. 
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
42
• Receptáculo – segundo Gonçalves & Lorenzi (2007, p. 356), é a porção apical 
usualmente alargada do pedicelo em algumas plantas, onde estão inseridos os 
verticilos florais.
Pedúnculo ou pedicelo – é o eixo que sustenta a flor.
FIGURA 32 – COMPOSIÇÃO BÁSICA DE UMA FLOR
Tépalas
Estigma
Antera
Filete
Corola
Cálice
Receptáculo
Pedicelo
Óvulo
Ovário
Estilete
Estame 
Pistilo 
(ou gineceu) 
Observação: quando as sépalas e pétalas forem iguais, elas são denominadas de 
tépalas. FONTE: Mariah, Santos & Bittencurt-Jr. (2006, p. 358).
2.1 CLASSIFICAÇÕES GERAIS
As principais formas de classificação das flores estão listadas a seguir. 
Vamos conferir?
a) Quanto à presença do pedicelo ou pedúnculo: 
Se a flor presentar esta estrutura, ela é denominada flor pedunculada, 
caso contrário é chamada flor séssil.
b) Quanto à disposição do receptáculo:
• Cíclica (Figura 33A): todos os verticilos formam círculos concêntricos. 
Facilmente observada em flores mais derivadas (evoluídas) dentro do reino 
vegetal. Nestas flores, o gineceu ocupa a porção central, rodeadopelo androceu, 
que por sua vez apresenta-se mais interno que as pétalas, que são cercadas 
pelas sépalas. Ex: rosa, maracujá, azaléa (Rhododendro sp. – Família Ericaceae), 
maçã (Malus sp. – Família Rosaceae).
• Hemicíclica: cálice e corola formam círculos concêntricos e o gineceu e o 
androceu um espiral. O número de estames e carpelos não é constante. Ex: 
fruta-do-conde (Annona squamosa – Família Annonaceae).
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
43
• Acíclica: tanto cálice, corola, gineceu e androceu distribuem-se de forma 
espiralada e não têm número definido de elementos. Ex: baguaçu (Magnolia 
ovata) e todas as magnólias (Magnolia sp. – Família Magnoliaceae).
c) Flor quanto à simetria:
• Radial ou actinomorfa (Figura 33A): disposição igual de todas peças, com 
diversos planos de simetria, ou seja, você consegue traçar vários planos de 
corte e sempre obtém duas metades iguais. 
• Bilateral ou zigomorfa (Figura 33B): apresenta um único plano de simetria, ou 
seja, você só consegue traçar um único plano de corte para obter duas metades 
iguais. 
• Irregular: não apresenta nenhum plano de simetria. Observado com menos 
frequência.
FIGURA 33 – FLORES QUANTO A SIMETRIA
(A) Actinomorfa (Ludwigia sp – Família Onagraceae.) e (B) Zigomorfa (orquídea 
– Orchidaceae). FONTE: Disponível em: A. <http://images.summitpost.org/
original/921411.jpg>. B. <http://flores.culturamix.com/dicas/dicas-para-melhorar-o-
cultivo-de-orquideas>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B
d) Quanto aos órgãos de reprodução:
• Bissexuada, monóclina, hermafrodita – a flor apresenta tanto androceu quanto 
gineceu, como observado nas Figuras 33 e 34A.
• Unissexuada ou díclina – cada flor apresenta apenas a parte feminina ou 
masculina, como ocorre no mamão. Ex: mamão (Figura 34B), abóbora, pepino. 
Quando encontramos flores díclinas femininas e masculinas em um mesmo 
indivíduo, o chamamos de monoico. Da mesma forma, quando o vegetal 
produz apenas um tipo ou outro de flor díclina, o chamamos de dioico. Há 
casos raros onde encontramos flores monóclinas e díclinas em uma mesma 
planta. Estas são denominadas poligâmicas.
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
44
IMPORTANT
E
As flores que só possuem o androceu, ou seja, as flores díclinas masculinas, são 
também denominadas de flores estaminadas, enquanto que as flores que só apresentam o 
gineceu, ou seja, as flores díclinas femininas, são chamadas de flores carpeladas ou pistiladas.
Atualmente, Cocucci & Mariath (1995, p. 59) sugeriram uma nova terminologia. Veja:
- Flores hermafroditas: flores androginospóricas;
- Flores unissexuadas femininas: ginospóricas;
- Flores unissexuadas masculinas: androspóricas.
FIGURA 34 – FLORES QUANTO À PRESENÇA DOS VERTICILOS E REPRODUÇÃO
Carpelo
Estame
Pétala
Sépala
Pedúnculo floral
Receptáculo floral
Monóclina ou hermafrodita
 Carpelo
Pétala
Sépala
Pedúnculo floral
Receptáculo floral
Diclina feminina
Estame
Pétala
Sépala
Pedúnculo floral
Receptáculo floral
Diclina masculina

A B
C
A. Flor monóclina (androginospórica). B-C. Flores díclinas. B. Díclina feminina (ginospórica). C. 
Díclina masculina (androspórica). FONTE: Disponível em: <http://blogdaprofadriela.blogspot.
com.br/2013_08_01_archive.html>. Acesso em: 10 jan. 2016.
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
45
2.2 PERIANTO
a) Quanto ao perianto (cálice e corola):
• Aperiantada nua ou aclamídea: sem perianto. Ex.: amora (Morus sp.- Família 
Moraceae) (Fig. 35A).
• Monoperiantada ou monoclamídea: apresenta apenas ou cálice ou corola 
(Figura 35B).
• Diperiantada ou diclamídea: diz-se da flor que apresenta cálice e corola (Figura 
35C).
FIGURA 35 – FLORES QUANTO AO TIPO DE PERIANTO
(A) Aclamídea, (B) Monoclamídea e (C) Diclamídea. 
FONTE: Disponível em: A. <http://www.bio.tamu.edu/courses/biol301/mor_alb_f.jpg>.
B. <http://lh3.ggpht.com/_ofF5B1eh_dM/StYVqZEfPuI/AAAAAAAAF6c/sl9cnjbPE2o/araliaceae.
jpg>.C. <http://www.magiazen.com.br/wp-content/uploads/2009/06/lirio_rosa-300x225.jpg>. 
Acessos em: 10 jan. 2016.
IMPORTANT
E
Alguns pesquisadores usam o termo perigônio para definir plantas que 
apresentam apenas um dos verticilos protetores (ou seja, cálice ou corola) ou apresenta os 
dois, mas estes se apresentam de forma igual (flor diclamídea homoclamídea).
b) Quanto aos verticilos protetores:
• Heteroclamídea: com cálice e corola distintos, como se observa na Figura 33A.
• Homoclamídea: com cálice e corola semelhantes (tépalas). Ex.: lírio (Figura 
35B).
A B C
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
46
2.2.1 Cálice (representado pela letra K)
a) Quanto ao número de sépalas:
• Monossépalo ou monômero: com uma única sépala;
• Dissépala ou dímero: com duas sépalas;
• Trissépalo ou trímero: com três sépalas;
• Tetrassépalo ou tetrâmero: com quatro sépalas;
• Pentassépalo ou pentâmero: com cinco sépalas;
• Polissépalo ou polímero: mais de cinco sépalas.
b) Quanto à união das sépalas:
• Dialissépalo (corissépalo) (Figura 36A): sépalas não concrescidas, livres entre 
si;
• Gamossépalo (sinssépalo) (Figura 36B): sépalas concrescidas parcialmente ou 
totalmente. Pode ser, ainda, inteiro, lobado, fendido e denteado.
c) Quanto à duração:
• Caduco: se desprende antes da antese (abertura da flor);
• Decíduo: se desprende logo depois da antese;
• Persistente: permanece na flor antes e depois da abertura, podendo ser:
- Marcescente: permanece, mas seca.
- Acrescente: cálice permanece e cresce junto com o fruto, como vemos no tomate.
2.2.2 Corola (representado pela letra C)
a) quanto ao número de pétalas:
• Monopétala ou monômera: com uma única pétala;
• Dipétala ou dímera: duas pétalas;
• Tripétala ou trímera: três pétalas;
• Tetrapétala ou tetrâmero: quatro pétalas;
• Pentapétala ou pentâmera: cinco pétalas;
• Polipétala ou polímera: com muitas pétalas.
b) Quanto à união das peças:
• Dialipétala ou arquiclamídea (coripétala) (Figura 36C): as pétalas não estão 
unidas entre si, Ex.: roseira;
• Gamopétala ou metaclamídea (simpétalas) (Figura 36D): as pétalas estão 
unidas umas às outras. Ex.: azaleia.
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
47
FIGURA 36 – EXEMPLOS DE CÁLICES E COROLAS
A B
C D
A. Cálice dialissépalo da alamanda-amarela (Allamanda cathartica – 
Família Apocynaceae). B. Cálice gamossépalo do fumo (Nicotiana 
tabacum – Família Solanaceae). C. Corola dialipétala do amor-perfeito 
(Viola sp. – Família Violaceae). D. Corola gamopétala da berinjela (Solanum 
melongena – Família Solanaceae). FONTE: Souza et al. (2013), p. 142.
2.3 ANDROCEU (REPRESENTADO PELA LETRA A)
O conjunto de estames é denominado androceu e representa a parte 
masculina da flor. Os estames são formados pela antera, onde são produzidos os 
grãos-de-pólen, e pelo filete, que é a haste que sustenta e eleva a antera (Figura 
32). Em casos menos frequentes, o filete pode estar ausente. Neste caso o estame 
é denominado séssil.
Classicamente o estame é interpretado como um androsporófilo 
(=microsporófilo) que porta os androsporângios (=microsporângios ou sacos 
polínicos).
2.3.1 Algumas classificações
a) Quanto ao número de estames numa flor:
O número de estames por flor é variável. Existem flores com um só estame, 
e flores com mais de cem estames. Quando encontramos de um até 12 estames, a 
flor apresenta androceu definido (Figura 37A,C), enquanto que, se houver mais 
de 12, o chamamos de indefinido (Figura 37B).
b) Quanto ao número de estames “versus” número de peças nos verticilos 
protetores:
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
48
• Oligostêmone: número de estames menor que o número de pétalas;
• Isostêmone: número de estames igual ao número de pétalas;
• Diplostêmone: número de estames é o dobro do número de pétalas;
• Polistêmone: número de estames maior que o número de pétalas.
c) Quanto à união dos estames:
• Gamostêmone (Figura 37A): os estames apresentam-se unidos entre si. Podem 
estar unidos pelas anteras ou pelos filetes. 
• Dialistêmone (Figura 37B-C): estames livres entresi. Estes estames podem ser 
regulares (quando todos apresentam aproximadamente o mesmo tamanho, 
como no maracujá; ou irregulares, quando os estames apresentam tamanhos 
diferentes, como no ipê-amarelo (Figura 37C)).
FIGURA 37 – ANDROCEU
A. Androceu definido, regular e gamostêmone de tomate (Solanum lycopersicum – 
Família Solanaceae). B. Androceu indefinido, regular e dialistêmone de flamboyanzinho 
(Caesalpinia pulcherrima – Família Fabaceae). C. Androceu definido, irregular e dialistêmone 
de ipê-amarelo. FONTE: Disponível em: A. <http://farmacobotanica.xpg.uol.com.br/
Lycopersicon%20esculentum.JPG>. B. <http://farmacobotanica.xpg.uol.com.br/Caesalpinia_
pulcherrima.JPG>. C. <https://timblindim.files.wordpress.com/2008/07/estames_
tabebuias_1x.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B C
a) Quanto à união dos estames com as pétalas:
• Livres: os estames estão presos apenas ao receptáculo, sendo livres desde a 
base.
• Epipétalos: os estames estão presos às pétalas.
b) Quanto à fixação da antera ao filete:
• Antera apicefixa (Figura 38A): o filete une-se à antera pelo ápice (mais raro).
• Antera dorsifixa (Figura 38B): o filete une-se à antera pelo dorso.
• Antera basifixa (Figura 38C): o filete une-se à antera pela base.
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
49
c) Quanto à abertura da antera para liberação dos grãos-de-pólen:
• Poricida (Figura 38D): a liberação do grão-de-pólen se dá através de poros no 
ápice da antera. Ex.: quaresmeira, azaleia. 
• Longitudinal (Figura 38E): a liberação do grão-de-pólen se dá através da 
deiscência da teca por uma fenda longitudinal. Ex.: lírio-amarelo.
• Valvar (Figura 38F) (mais rara): a liberação do grão-de-pólen se dá através de 
uma ou duas valvas em cada teca. Ex.: espécies da família Lauraceae, como a 
canela e o abacate (Persea americana).
FIGURA 38 – ANTERAS
A B C
D CE F
A-C. Anteras quanto à sua posição em relação ao filete. A. Apicefixa, B. 
Dorsifixa. C. Basifixa. D-F. Abertura da antera. A. Poricida. B. Longitudinal. C. 
Valvar. Fonte: Vidal & Vidal, 2005, p. 29.
2.4 GINECEU (REPRESENTADO PELA LETRA G)
É o conjunto de carpelos. Os carpelos são órgãos reprodutores femininos 
que formam um ou mais pistilos. 
Morfologicamente, o gineceu compreende as seguintes partes: ovário, 
estilete e estigma (Figura 32). O ovário é a porção basal, dilatada que contém 
um ou mais óvulos localizados dentro de cavidades chamadas lóculo. O estilete 
é uma porção geralmente alongada e cilíndrica que une o ovário ao estigma. O 
estigma é a porção mais superior que recebe os grãos-de-pólen, tendo geralmente 
uma superfície pilosa ou rugosa. Quando o carpelo apresenta todas as partes 
mencionadas é chamado de completo. Se lhe faltar o estigma (como no abacateiro) 
ou o estilete (como no mamoeiro) é denominado incompleto.
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
50
2.4.1 Algumas classificações
a) Quanto ao número de carpelos:
• Unicarpelar: apresenta apenas um único carpelo;
• Multicarpelar: composto por dois ou mais carpelos. Temos: 
- Bicarpelar: com dois carpelos;
- Tricarpelar: com três carpelos;
- Tetracarpelar: com quatro carpelos;
- Pentacarpelar: com cinco carpelos.
b) Quanto à união dos carpelos do gineceu multicarpelar: 
• Dialicarpelar ou apocárpico (Figura 39A): todos os carpelos encontram-se 
separados. Ex.: magnólia.
• Gamocarpelar ou sincárpico (Figura 39B): todos os carpelos são concrescidos. 
Ex.: mamão, maracujá.
FIGURA 39 – TIPOS DE GINECEU
A B C D
A. Três carpelos dialicarpelares, cada um com um estigma, um estilete e um ovário. B-D. 
Gineceu tricarpelar gamocarpelar. B. Gineceu com três estigmas, três estiletes e um ovário. 
C. Gineceu com três estigmas, um estilete (ramificado na extremidade) e um ovário. D. 
Gineceu com três estigmas, um estilete e um ovário. FONTE: Judd et al. (2009), p. 66.
c) Quanto aos tipos de estigma:
• Séssil: estigma diretamente afixado sobre o ovário.
• Viscoso: com substância gelatinosa que prende o grão-de-pólen.
• Bilobado: apresentando dois lóbulos.
• Globoso: em forma de globo.
• Bífido: quando amadurece, se divide, assemelhando-se a duas folhas pequenas.
• Plumuloso: em forma de pluma.
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
51
d) Quanto à sua posição do estilete no ovário:
• Terminal: afixado no ápice do ovário.
• Lateral: afixado na lateral do ovário.
• Basal ou ginobásico: afixado na base do ovário.
e) Quanto ao número de lóculos no ovário:
IMPORTANT
E
Não se esqueça de que lóculo é a cavidade onde estão alocados os óvulos, 
dentro do ovário.
• Unilocular: ovário que apresenta apenas um lóculo. Todo gineceu dialicarpelar 
é sempre unilocular. Entretanto, há casos de gineceu com mais de um carpelo, 
mas com um único lóculo.
• Bilocular, trilocular, tetralocular, pentalocular: ovário que apresenta dois, três, 
quatro e cinco lóculos, respectivamente.
• Plurilocular: ovário que apresenta muitos lóculos.
f) Quanto à localização do ovário e dos verticilos protetores:
• Súpero ou livre (Figura 40A): quando o ovário está situado acima da inserção 
de cálice e corola, como ocorre no lírio, por exemplo. 
• Ínfero ou aderente (Figura 40C): quando o ovário está situado abaixo da 
inserção dos verticilos protetores.
g) Quanto à posição do ovário (está relacionada à decorrência ou não do hipanto 
na flor):
• Hipógina (Figura 40A): com ovário súpero, cálice e corola afixados abaixo do 
ovário, sem hipanto.
• Perígina (Figura 40B): a parede do ovário está livre, porém ocorre hipanto. Ex.: 
rosa.
• Epígina (Figura 40C): a parede do ovário ínfero está soldada à parede do 
hipanto. Ex.: pepino.
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
52
IMPORTANT
E
Mas o que é Hipanto?
Pode-se dizer que hipanto é uma estrutura, em forma de taça, que envolve o ovário. Ele pode 
ter origem receptacular, quando o receptáculo o origina, ou apendicular, quando ocorre uma 
fusão de sépalas, pétalas e estames.
FIGURA 40 – POSIÇÃO DO OVÁRIO
A B C
A. Flor hipógina. B. Flor perígina. C. Flor epígena. 
FONTE: Disponível em: modificado de <http://www.plantasyhongos.es/glosario/
semiinfero.htm>. Acesso em: 10 jan. 2016.
h) Quanto à maneira como estão afixados os óvulos na placenta do ovário 
(placentação):
• Marginal (Figura 41A): quando a placenta se localiza ao longo da margem do 
carpelo de um ovário unilocular.
• Parietal (Figura 41B): se os óvulos estão presos à parede do ovário ou às suas 
expansões.
• Axial (Figura 41C): quando os carpelos se unem formando um gineceu 
bimultilocular, as placentas se arranjam na porção central.
• Central (Figura 41D): quando a placenta forma uma coluna na região central 
de um ovário unilocular.
• Apical (Figura 41E): quando o óvulo se situa na região apical do ovário.
• Basal (Figura 41F): quando o óvulo se situa na região basal do ovário.
FIGURA 41 – PLACENTAÇÃO
A B C D E F
A. Marginal. B. Parietal. C. Axilar. D. Central. E. Apical. F. Basal. FONTE: Disponível em: 
<http://patriciasilvasaenz.mex.tl/gallery_129593.html>. Acesso em: 10 jan. 2016.
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
53
i) Quanto ao número de óvulos:
Quando o ovário apresenta um único óvulo, podemos chamá-lo de 
unisseminado. Ovários com dois, três, quatro, cinco óvulos são chamados 
bisseminado, trisseminado, tetrasseminado e pentasseminado, respectivamente. 
Quando há muitos óvulos, podemos denominá-lo de polisseminado.
2.4.2. Fórmula e diagrama floral
A organização morfológica da flor pode ser esquematizada por meio da 
fórmula floral e do diagrama floral. 
A fórmula floral é representada pelos seguintes símbolos:
* = simetria actinomorfa;
 = simetria bilateral (Zigomorfa);
K = Cálice;
C = Corola; 
T = Tépalas (para casos onde K=C)
A= Androceu;
G = Gineceu;
< > ou [ ]= peças diferentes unidas;
( ) = partes iguais unidas;
Com um traço em cima do número de carpelos = ovário ínfero;
Com um traço embaixo do número de carpelos = ovário súpero;
HA – HR = corresponde ao hipanto apendicular e receptacular, 
respectivamente.Vejamos alguns exemplos:
A fórmula floral da família Orchidaceae é:
 T5+1, [A1ou2, G(3)] n
Isso quer dizer que esta flor apresenta simetria bilateral; suas sépalas 
e pétalas são iguais, portanto chamadas de tépalas (a flor é diclamídea 
homoclamídea), apresentando cinco tépalas semelhantes e uma bem diferente 
das demais, dialitépala; androceu formado por um ou dois estames; os estames 
estão conectados ao gineceu (flor epipétala); gineceu formado por três carpelos, 
gamocarpelares, ovário súpero e muitos óvulos (pode-se usar o símbolo n ou ∞).
Veja agora a fórmula floral do malvavisco (Malvaviscus sp. – Família 
Malvaceae):
* K(5) C5 An G5 n


UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
54
Esta flor apresenta simetria radial; possui sépalas e pétalas diferentes 
entre si, portanto é uma flor diclamídea heteroclamídea; cálice formado por cinco 
sépalas unidas (gamossépalas); corola formada por cinco pétalas livres entre si 
(dialipétala); androceu com muitos estames livres (dialistêmones); gineceu com 
cinco carpelos, dialicarpelar; ovário súpero e muitos óvulos.
Já os diagramas florais são representações esquemáticas de flores 
representando os verticilos florais vistos de cima. Veja os exemplos:
FIGURA 42 – DIAGRAMAS FLORAIS
A B C
Sépala
Antera
Óvulo
Pétala
A. Hypoxis decumbens (falsa-tiririca). Flor homoclamídea trímera. B. Crotalaria 
zanzibarica (xiquexique). Flor heteroclamídea pentâmera dialipétala. C. Nicotiana 
tabacum (fumo). Flor heteroclamídea pentâmera gamopétala. Fonte: Vidal & Vidal, 
2005, p.45.
3 INFLORESCÊNCIAS
As flores podem estar organizadas nos ramos de forma isolada ou 
agrupada. Este último caso chamamos de inflorescência.
De acordo com a sua localização, podem ser denominadas axilares 
(quando se originam de uma gema axilar) ou terminais (quando se originam de 
uma gema apical).
Existe uma grande diversidade de inflorescências. Basicamente são 
divididas em dois grupos, as inflorescências racemosas ou indefinidas, quando há 
um eixo principal definido, com crescimento indeterminado e com flores que se 
abrem da periferia para o centro, ou da base da inflorescência para o ápice; e as 
inflorescências cimosas ou definidas, quando ocorre ao contrário do descrito acima.
3.1 TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS RACEMOSAS OU 
INDEFINIDAS
• Cacho ou racemo (Figura 43A): eixo simples alongado portando flores laterais 
pediceladas subtendidas por brácteas. Exemplos: jaborandi (Pilocarpus 
pennatifolius – Família Rutaceae), boca-de-leão (Antirrhinum majus – Família 
Plantaginaceae).
TÓPICO 2 | MORFOLOGIA EXTERNA DA FLOR E INFLORESCÊNCIAS
55
• Panícula ou cacho-composto (Figura 43B): é um cacho duplo, ou seja, um racemo 
ramificado. Exemplos: manga (Mangifera indica – Família Anacardiaceae), falso-
flamboyant (Caesalpinia pulcherrima – Família Fabaceae).
• Corimbo (Figura 43C): semelhante ao um cacho, mas neste tipo de inflorescência 
as flores têm pedicelos muito desiguais e ficam quase todas num mesmo plano. 
Exemplo: Iberis sp. – Família Brassicaceae).
• Espiga (Figura 43D): semelhante a um cacho, mas suas flores são sésseis (sem 
pedúnculo ou pedicelo). Exemplo: copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica – 
Família Araceae). Existe uma variação chamada Espádice, onde o eixo central 
apresenta-se muito mais espessado e há uma bráctea envolvendo toda a 
inflorescência. Embora muitas pessoas acreditem que o milho seja uma espiga, 
ele é na verdade uma espádice!
• Capítulo (Figura 43E): assemelha-se a uma espiga, mas aqui as flores sésseis 
dispõem-se apenas na porção dilatada do eixo da inflorescência. Essa 
inflorescência apresenta dois tipos de flores, as mais externas, chamadas 
liguladas, são coloridas e mais vistosas; e as mais internas são denominadas 
tubulosas. Ocorrem tipicamente nas espécies da família Asteraceae, como a 
margarida e o girassol.
• Umbela (Figura 43F): inflorescência com várias flores pediceladas inseridas 
praticamente num mesmo nível, como no gerânio (Pelargonium sp. – Família 
Geraniaceae).
FIGURA 43 – TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS RACEMOSAS OU INDEFINIDAS
A. Cacho ou racemo. B. Panícula ou cacho-composto. C. Corimbo. D. Espiga. E. Capítulo F. 
Umbela. FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/Pelosiro/2-morfologia-externa-de-
plantas-vasculares>. Acesso em: 10 jan. 2016.
A B C D E F
• Sicônio: segundo Souza (2009, p. 166), “é considerada uma variedade de 
capítulo, cujo eixo é dilatado e fechado, permanecendo apenas uma abertura 
apical”. As flores ficam, portanto, contidas no eixo da inflorescência, como 
ocorre em espécies de figos e figueiras (Ficus sp. – Família Moraceae) (Figura 
44A).
• Ciátio: ocorre, por exemplo, na coroa-de-cristo (Euphorbia milii – Família 
Euphorbiaceae) (Figura 44B), pois é a inflorescência característica deste gênero. 
De acordo com Souza (2009, p. 166), nela ocorre uma única flor feminina, central, 
aclamídea, com ovário tricarpelar, e é rodeada por flores androspóricas. Este 
conjunto de flores ginospóricas e androspóricas é circundado por brácteas 
vermelhas, que são facilmente confundidas com uma flor.
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
56
FIGURA 44 – SICÔNIO E CIÁTIO
A. Sicônio de uma figueira (Ficus sp. – Família Moraceae). Lembre-se, estas flores se 
transformarão em frutos. B. Flor da coroa-de-cristo (Euphorbia milii – Família Euphorbiaceae). 
FONTE: Disponível em: A. <http://plantas-e-pessoas.blogspot.com.br/2009/07/polinizacao-
em-ficus-carica-moraceae.html>. B. <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/52/
Wasp_on_Euphorbia_milii_flower_09752.jpg>. Acessos em: 10 jan. 2016.
A B
3.2 TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS CIMOSAS OU DEFINIDAS
• Cimeira ou monocásios: após a formação da flor terminal do eixo, apenas uma 
gema lateral se desenvolve em flor, e assim por diante. Podemos distinguir 
dois tipos: escorpioide (Figura 45A) e helicoide (Figura 45B).
• Dicásio (Figura 45C): o ápice do eixo principal se transforma em uma flor, 
cessando logo o desenvolvimento deste meristema. Em seguida, as duas gemas 
axilares prosseguem o crescimento da inflorescência e se transformam cada 
uma em uma flor. O processo pode acontecer repetitivamente.
FIGURA 45 – ESQUEMA EVIDENCIANDO OS TIPOS DE INFLORESCÊNCIAS 
CIMOSAS, OU TAMBÉM CHAMADAS DEFINIDAS
A. Monocásio escorpioide. B. Monocásio helicoide. C. Dicásio. FONTE: Disponível 
em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgPNsAG/inflorescencias>. Acesso em: 
10 jan. 2016.
A B C
57
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Uma flor, geralmente, apresenta verticilos protetores, o perianto, com cálice 
(sépalas) e corola (pétalas); verticilos reprodutivos, com androceu (estames) e 
gineceu (carpelos); receptáculo e pedúnculo (ou pedicelo).
• Podem ser classificadas quanto à presença do pedúnculo (séssil ou pedunculada), 
à disposição do receptáculo (cíclica, hemicíclica e acíclica), à simetria (radial, 
bilateral ou irregular), aos órgãos de reprodução (androginospóricas, 
androspóricas ou ginospóricas), podendo ser monóclinas ou díclinas.
• O perianto pode ser classificado quanto à presença do cálice e da corola 
(aclamídea, monoclamídea ou diclamídea). Quando os dois verticilos protetores 
estão presentes (diclamídea), estes podem ser semelhantes (homoclamídea), 
ou não (heteroclamídea).
• O cálice pode ser classificado quanto ao número de sépalas, à união das sépalas 
(dialissépalo ou gamossépalo), à duração (caduco, decíduo ou persistente).
• A corola pode ser classificada quanto ao número de pétalas e sua união 
(gamopétala ou dialipétala).
• O androceu é o conjunto dos estames.
• Os estames são formados pela antera, onde ficam alojados os grãos-de-pólen e 
filete.
• Os estames podem ser classificados de acordo com o número de estames em 
relação ao número de pétalas (oligostêmone, isostêmone, diplostêmone ou 
polistêmone), quanto à união entre si (gamostêmone ou dialistêmone) ou a 
união com as pétalas (livres ou epipétalos).
• Os estames podem, ainda, ser classificados quanto à fixação da antera ao filete 
(apicefixa,dorsifixa ou basifixa), quanto à abertura da antera para liberação 
dos grãos-de-pólen (poricida, longitudinal ou valvar).
• Gineceu é o conjunto de carpelos, e é formado basicamente pelo estigma, estilete 
e ovário, onde estão alocados os óvulos, dentro de cavidades denominadas 
lóculos.
58
• O gineceu pode ser classificado de acordo com o número de carpelos, lóculos 
e óvulos; quanto à união (dialicarpelar ou dialicarpelar), quanto à ausência 
do estigma (séssil) ou sua presença (tipos), quanto à sua posição do estilete no 
ovário (terminal, lateral ou ginobásico), quanto à posição do ovário (súpero ou 
ínfero), quanto à placentação.
• A organização morfológica da flor pode ser esquematizada por meio da 
fórmula floral e do diagrama floral.
• As flores podem estar organizadas nos ramos de forma isolada ou agrupada 
(inflorescência).
• As inflorescências podem ser denominadas axilares ou terminais.
• As inflorescências podem ser racemosas ou cimosas.
• Exemplos de inflorescências racemosas: cacho, panícula, corimbo, espiga, 
espádice, capítulo, umbela, sicônio, ciátio.
• Exemplos de inflorescências cimosas: cimeira, dicásio.
59
A porção basal dos carpelos é o ________, que pode ter uma ou 
mais cavidades denominadas ____________, onde estão alojados 
um ou mais ___________, que, depois de fecundados e desenvolvidos, 
originam as ___________. Podemos afirmar ainda que o fruto é o resultado do 
desenvolvimento do __________.
AUTOATIVIDADE
a) é ( ) gamostêmone ( ) dialistêmone. 
b) é ( ) gamopétala ( ) dialipétala.
c) é ( ) heteroclamídea ( ) homoclamídea.
d) é ( ) gamossépala ( ) dialissépala.
e) tem ovário ( ) súpero ( ) ínfero.
f) tem simetria ( ) actinomorfa ( ) zigomorfa.
g) tem os estames ( ) livre ( ) epipétalos.
h) é ( ) aclamídea ( ) monoclamídea 
( ) diclamídea.
i) é ( ) oligostêmone ( ) isostêmone 
( ) polistêmone.
j) Pinte de rosa/vermelho o carpelo.
k) Pinte de azul um estame.
l) Indique o nome de suas estruturas:
A
B C
D
E
F
G
H
FONTE: Hickey & King (1997, p. 83).
A - D - G - 
B - E - H - 
C - F - I - 
A flor tem ______________(1) quando cálice e corola não são 
distintos entre si, sendo dita _______________(2) e suas peças 
são chamadas de ___________(3). 
a) (1) perigônio, (2) homoclamídea, (3) tépalas. 
b) (1) perianto, (2) heteroclamídea, (3) pétalas.
c) (1) perigônio, (2) diclamídea, (3) tépalas. 
d) (1) perianto, (2) arquiclamídea, (3) sépalas.
e) (1) perigônio, (2) homoclamídea, (3) pétalas e sépalas.
1 Complete a seguinte sentença, de acordo com o conteúdo 
estudado:
2 A figura ao lado é uma representação da flor do abrunheiro 
(Prunus spinosa – Família Rosaceae), cuja fórmula floral é *K5 
C5 A20 G1. Diante disso, pode-se afirmar que ela:
3 Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas:
60
a) ( ) polissépalo, corissépalo e caduco.
b) ( ) tetrassépalo, dialissépalo e decíduo. 
c) ( ) tetrassépalo, gamossépalo e persistente.
d) ( ) tetrâmero, dialissépalo e caduco.
e) ( ) tetrâmero, sinsépalo e decíduo.
FONTE: Glimn-Lacy & Kaufman (1984, p. 30).
Relacione as estruturas apontadas na imagem com os termos relacionados a 
seguir:
( ) Pedúnculo ( ) Brácteas (neste caso, pseudocálice)
( ) Anteras ( ) Filamento comum (neste caso, andróforo)
( ) Estigma ( ) Pétala
( ) Sépala ( ) Estilete
( ) Filete
a) ( ) homocíclica. 
b) ( ) acíclica. 
c) ( ) cíclica. 
d) ( ) hemicíclica. 
e) ( ) heterocíclica. 
 
a
b
c
d
d
e
f
i
g
h
4 A flor em que o cálice tem quatro peças livres e que se 
desprendem logo após a ântese é:
5 Observe a figura:
6 Quando apenas o cálice e a corola formam círculos concêntricos sobre o 
receptáculo floral, a flor é chamada de:
61
a) ( ) diclamídea. 
b) ( ) monóclina.
c) ( ) díclina.
d) ( ) dicíclica.
e) ( ) aclamídea.
a) ( ) pentâmera, gamopétala e zigomorfa.
b) ( ) pentâmera, dialipétala e zigomorfa. 
c) ( ) pentapétala, gamopétala e actinomorfa. 
d) ( ) pentâmera, gamopétala e actinomorfa.
e) ( ) pentapétala, dialipétala e actinomorfa.
7 Uma flor que apresenta cálice e corola é chamada de:
8 Uma corola com cinco peças concrescidas e de simetria radial é:
62
63
TÓPICO 3
MORFOLOGIA DOS FRUTOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Como já sabemos, se uma flor for polinizada, seu ovário passará por muitas 
transformações e se desenvolverá em um fruto e seus óvulos, se fecundados, 
nas sementes. Assim, podemos afirmar que o fruto, no sentido morfológico e 
estrutural, é o ovário amadurecido de uma flor. Sua função principal é auxiliar 
na proteção e dispersão das sementes. O fruto é uma estrutura exclusiva das 
angiospermas e uma característica muito importante!
De forma geral, após a polinização da flor, o fruto começa a ser formado. 
Ele se desenvolve a partir do ovário, pois é a parede do ovário (carpelo) que 
se transforma na parede do fruto, denominado pericarpo. Didaticamente, 
distinguimos três camadas que formam o pericarpo: o exocarpo ou epicarpo 
(que corresponde à epiderme externa do carpelo), mesocarpo e endocarpo (que 
corresponde à epiderme interna do carpelo) (Figura 46).
Quando o fruto está maduro, as demais peças florais, como o cálice, a 
corola, os estames, podem ou não continuar presentes, e o pedicelo comumente 
se espessa para sustentar o fruto.
FIGURA 46 – ESTRUTURAS QUE FORMAM O PERICARPO DO FRUTO
Epicarpo
Mesocarpo
Endocarpo
 Pericarpo
FONTE: Disponível em: <http://blogdoenem.com.br/estrutura-frutos-biologia-enem/>. 
Acesso em: 10 jan. 2016.
64
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
Não podemos esquecer que, uma vez que ocorre a polinização, o óvulo 
pode ser fecundado e transformado em semente.
Alguns frutos, como o abacaxi (Ananas comosus – Família Bromeliaceae) e 
a banana (Musa sp. Família Musaceae) formam-se sem fecundação prévia. Estes 
frutos são chamados de partenocárpicos. Por isso não encontramos sementes 
dentro deles.
A grande heterogeneidade de flores está diretamente relacionada à 
ampla diversidade de frutos existentes. Não apenas as estruturas conhecidas 
vulgarmente como “frutas”, como as maçãs, laranjas, melancias, uvas e tantas 
outras, mas também as conhecidas como “legumes” (berinjela, pimentão, jiló, 
vagens, favas, pepinos, tomates), e os muitos “cereais”, como o arroz, trigo, milho, 
centeio, são todos frutos, de acordo com os conhecimentos botânicos. 
Os frutos podem ser basicamente agrupados em frutos secos (pericarpo 
não carnoso) (Figura 47A) e carnosos (pericarpo suculento) (Figura 47B-C). 
Podem ser ainda deiscentes (quando se abrem na maturidade para expor suas 
sementes) (Figura 47A-B) ou indeiscentes (quando não se abrem na maturidade) 
(Figura 47C).
FIGURA 47 – EXEMPLOS DE FRUTOS
A-B. Frutos deiscentes. A. Fruto seco da ave-do-paraíso (Strelitzia reginae – Família 
Strelitziaceae) FONTE: Souza et al. (2013), p. 196 (2013), p. 196.. B. Fruto carnoso do 
melãozinho-de-são-caetano (Momordica charantia – Família Cucurbitaceae) Disponível em:< 
http://4.bp.blogspot.com/-qARo2yi67kc/VKQVsSiys4I/AAAAAAAAEZQ/6s9B5gTYwoM/s1600/
PRAIA%2BGRANDE%2B002.jpg> Acesso em: 28 jun. 2018 C. Fruto carnoso indeiscente da 
acerola (Malpighia emarginata – Família Malpighiaceae) Disponível em: <https://http2.mlstatic.
com/mudas-de-acerola-doce-produzindo-ou-2-mts-so-para-retirar-D_NQ_NP_409121-
MLB20723558668_052016-F.jpg> Acesso em: 28 jun. 2018
A B C
TÓPICO 3 | MORFOLOGIA DOS FRUTOS
65
ESTUDOS FU
TUROS
Vamos conhecer os principais tipos de frutos e como eles estão organizados?
2 FRUTOS SIMPLES
São os frutos derivados de um único ovário (súpero ou ínfero) de uma 
flor. Podem ser secos ou carnosos, uni ou multicarpelares (mas neste caso 
gamocarpelares), deiscentes ou indeiscentes. Ex.: pêssego (Prunus sp. - Família 
Rosaceae), tomate (Lycopersicum sp. - Família Solanaceae). Abaixo estão listados 
os principais tipos de frutos simples.
• Frutos secos e deiscentes:
a) Folículo – derivadode um ovário unicarpelar. Abre-se na maturidade por 
apenas uma fenda (ao longo da sutura ventral do carpelo). Ex.: Magnólia e o 
chichá (Sterculia striata - Família Malvaceae) (Figura 48A).
b) Legume – também é derivado de um ovário unicarpelar, mas abre-se na 
maturidade por duas fendas. Fruto característico da maioria das espécies da 
família Fabaceae, como feijão (Phaseolus), ervilha (Pisum), soja (Glycine), leucena 
(Figura 48B).
c) Síliqua - fruto derivado de ovário bicarpelar, que se abre por duas valvas 
laterais, deixando um eixo central (replum) onde ficam fixadas as sementes. 
Exemplo: espécies da família Brassicaceae, como o agrião (Nasturtium sp.) e a 
mostarda (Brassica sp.) (Figura 48C).
d) Cápsula – fruto originado a partir de um gineceu gamocarpelar, com dois a 
muitos carpelos, abrindo: 
- por poros no ápice (cápsula poricida), como na papoula (Papaver sp. – Família 
Papaveraceae);
- por uma fenda localizada ao longo da sutura ou linha de união dos carpelos 
(cápsula septícida), como em papo-de-peru (Aristolochia sp. – Família 
Aristolochiaceae) e o algodão (Figura 48D); 
- por uma fenda transversal, liberando uma pequena tampa (cápsula pixidiária 
ou pixídio), como no jequitibá (Cariniana sp.) (Figura 48E) e sapucaia (Lecythis 
pisonis), ambos pertencentes à família Lecythidaceae; 
- por uma fenda localizada na porção mediana dos carpelos (cápsula loculicida), 
como no lírio-amarelo;
- pela linha de união dos carpelos, deixando parte dos septos presos no centro do 
receptáculo (cápsula septífraga), como observado no cedro-rosa (Cedrela fissilis
– Família Meliaceae).
66
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
e) Esquizocarpo – derivado de um gineceu gamocarpelar. Entretanto, na 
maturidade os carpelos separam-se inteiramente uns dos outros, formando 
frutículos livres (denominados mericarpos), como observado na mamona 
(Ricinus communis – Família Euphorbiaceae) (Figura 48F).
FIGURA 48 – FRUTOS SECOS DEISCENTES
A. Folículo. B. Legume. C. Síliqua. D-E. Cápsulas. F. Esquizocarpo. FONTE: Disponível em: A. 
<http://naturezadivina.org.br/textos/chicha-do-cerrado/>. B-C: Vinícius et al. (2013), p. 202. D. 
<https://br.pinterest.com/pin/108367934754821317/>. E. <http://www.ufrgs.br/fitoecologia/
florars/open_sp.php?img=12355> F. <http://portalterapiaespiritualista.net/banho-de-mamona/>. 
Acesso em: 26 jul. 2018.
• Frutos secos e indeiscentes: 
a) Lomento – fruto originado de ovário unicarpelar. Este fruto não se abre na 
maturidade, mas fragmenta-se (totalmente) transversalmente em segmentos 
unisseminados. Ex: carrapicho-beiço-de-boi, pega-pega (ambas do gênero 
Desmodium – Família Fabaceae), zórnia (Zornia sp. – Família Fabaceae) (Figura 
49A).
b) Craspédio – derivado de ovário unicarpelar. Semelhante ao lomento, pois 
também fragmenta-se transversalmente em segmentos. Entretanto, após a 
queda destes, permanece presa ao receptáculo uma armação formada pela 
nervura e sutura do carpelo. Ex: sensitiva (Mimosa sp. – Família Fabaceae) 
(Figura 49B).
A B C
D E F
TÓPICO 3 | MORFOLOGIA DOS FRUTOS
67
c) Sâmara – apresenta uma ou mais expansões laterais em forma de asa. Exemplos: 
tipuana (Tipuana), araribá (Centrolobium) e bico-de-pato (Machaerium nyctitans) 
(Figura 49C), pertencentes à família Fabaceae.
d) Aquênio – fruto oriundo de um gineceu uni ou bicarpelar, mas unilocular, 
contendo apenas uma semente ligada por um ponto à parede do fruto. Como 
exemplo podemos citar o girassol (Helianthus) e demais espécies da Família 
Asteraceae, o trigo-sarraceno (Fagopyrum sp. – Família Polygonaceae) (Figura 
49D).
e) Cariópse (ou Grão) – fruto típico das espécies da família Poaceae, como o milho 
(Zea) (Figura 49E), arroz (Oriza), trigo (Triticum). Semelhante ao aquênio, mas 
neste caso, a única semente fica presa totalmente à parede do fruto. 
f) Noz - contendo uma só semente, totalmente livre da parede do fruto. Ex: avelã 
(Corylus avellana – Família Betulaceae), noz (Juglans regia – Família Juglandaceae) 
(Figura 49F), carvalho (Quercus – Família Fagaceae).
FIGURA 49 – FRUTOS SECOS INDEISCENTES
A. Lomento. B. Craspédio. C. Sâmara. D. Aquênio. E. Cariopse. F. Noz. FONTE: Disponível 
em: A. <http://www.conabio.gob.mx/malezasdemexico/fabaceae/desmodium-subsessile/
fichas/pagina1.htm> B. <http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=3808> C. 
<https://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_planta=369062> D. 
<https://www.istockphoto.com/br/foto/sementes-de-girassol-gm505937354-83769109> 
E. <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/tecnologia_de_alimentos/arvore/
CONT000fid57plx02wyiv80z4s47384pdxjo.html> F. <https://www.bancodasaude.com/info-
saude/nozes/> .Acesso em: 26 jul. 2018
A B C
D E F
68
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
• Frutos carnosos e indeiscentes:
Há basicamente dois tipos de frutos carnosos indeiscentes: as bagas e as 
drupas. O que as diferencia é a quantidade de sementes. As bagas contêm várias 
sementes, enquanto as drupas apresentam uma única semente, muitas vezes 
transformada em caroço. Veja alguns exemplos na Figura 50.
FIGURA 50 – EXEMPLOS DE FRUTOS CARNOSOS DO TIPO BAGA E DRUPA
FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/RebecaVale/v5-angiospermas-flor-
fruto-e-semente>. Acesso em: 10 jan. 2016.
3 FRUTOS AGREGADOS E MÚLTIPLOS
Frutos agregados e frutos múltiplos representam, na verdade, conjuntos 
de frutos simples, que poderão, então, ser identificados de acordo com suas 
características específicas. Vejamos:
a) Frutos agregados: são derivados de muitos ovários de uma única flor (gineceu 
multicarpelar dialicarpelar), mais ou menos concrescidos. No morango 
(Fragaria vesca – Família Rosaceae) (Figura 51A), na fruta-do-conde (Annona 
squamosa - Família Annonaceae) (Figura 51B) e na framboesa ou amora-silvestre 
(Rubus - Família Rosaceae) (Figura 51C), muitos ovários amadurecidos de uma 
flor estão todos unidos a um receptáculo carnoso comum, comestível.
TÓPICO 3 | MORFOLOGIA DOS FRUTOS
69
b) Frutos múltiplos ou compostos: consistem em ovários amadurecidos de muitas 
flores de uma inflorescência que concrescem, formando uma infrutescência. 
Como exemplos podem ser citados o figo (Ficus – Família Moraceae) (Figura 
51D) e a amora (Morus nigra – Família Moraceae) (Figura 51E).
FIGURA 51 – FRUTOS AGREGADOS E MÚLTIPLOS
A-C. Frutos agregados. A. Morango (Fragaria vesca – Família Rosaceae). B. Fruta-do-conde 
(Annona squamosa - Família Annonaceae). C. Amora-silvestre (Rubus - Família Rosaceae). D-E. 
Frutos múltiplos. D. Figo (Ficus – Família Moraceae). E. Amora (Morus nigra – Família Moraceae). 
FONTE: Disponível em: A. Vinícius et al. (2013), p. 198-199. B. <http://freguesias.dnoticias.pt/
jornadas-tecnicas-da-anona/> C. BLACKBERRY BUSH. Fotografia. Britannica ImageQuest, 
Encyclopædia Britannica, 25 Mai 2016. <quest.eb.com/search/138_1038279/1/138_1038279/cite>
D. <https://hortie.com.br/products/figo>. E. Morus nigra. Fotografia. Britannica ImageQuest, 
Encyclopædia Britannica, 25 Mai 2016. <quest.eb.com/search/118_833345/1/118_833345/cite>
Acesso em: 26 jul. 2018.
IMPORTANT
E
Todos os tecidos que não fazem parte do carpelo e que venham a compor 
um fruto são referidos como partes acessórias do fruto. Assim, a maior parte de alguns 
frutos carnosos, como a maçã (Malus) e a pera (Pyrus), ambas as espécies pertencentes à 
Família Rosaceae, é acessória, porque é originada do hipanto espessado (lembrem-se de 
que nas flores destas espécies o ovário é ínfero). No caju (Anacardium occidentale - família 
Anacardiaceae), o fruto verdadeiro (derivado do ovário fecundado) é uma drupa coriácea (a 
parte que vulgarmente chamamos de “semente” do caju, contendo a castanha) e a porção 
carnosa comestível é o pedúnculo da flor que se desenvolveu como parte acessória, após 
fecundação.
A B
D
C
E
70
UNIDADE 1 | E AÍ? COMO É UMA PLANTA?
LEITURA COMPLEMENTAR
ESTUDOS FU
TUROS
Lembram da inflorescência do tipo sicônio da figueira, que vimos anteriormente? 
Vamos conhecer um pouco mais sobre este tipode inflorescência? O texto a seguir explica 
sobre a estrutura deste tipo de conjunto de flores e como a polinização é feita.
Polinização em Ficus carica (Moraceae)
As plantas do gênero Ficus (Moraceae) servem-se de um sistema 
particularmente engenhoso e complexo de polinização que envolve uma simbiose 
com pequenas vespas sem ferrão da família Agaonidae. Em Portugal existe uma 
única espécie de Ficus, a F. carica, a vulgar figueira.
As plantas selvagens de F. carica do Mediterrâneo Oriental, conhecidas 
por ‘caprifigos’, são monoicas (têm flores androspóricas e ginospóricas) e 
polinizadas por uma única espécie de vespa, a Blastophaga psenes. Grande 
parte do interior do sicônio (tipo de inflorescência, ou seja, o figo imaturo) 
destas plantas está revestido por flores ginospóricas de estilete curto; as 
flores androspóricas concentram-se na vizinhança do ostíolo, um pequeno poro 
situado na extremidade distal do figo imaturo.
Os machos da B. psenes são ápteros, ou seja, desprovidos de asa, e 
nunca abandonam o sicônio. Emergem dos carpelos das flores ginospóricas dos 
‘caprifigos’ no início da primavera (abril), fecundam as fêmeas ainda imaturas 
retidas no interior das flores e morrem pouco depois sem ver a luz do dia. As 
vespas fêmeas, já fecundadas, ao abandonarem o figo são “carregadas” de pólen 
pelas flores androspóricas. Uma vez no exterior, embora só consigam parasitar 
flores de estiletes curtos, tanto podem visitar e polinizar caprifigos como figueiras-
domésticas. As figueiras-selvagens produzem figos em três épocas do ano, 
consequentemente, a B. psenes tem três gerações anuais. As fêmeas de B. psenes 
de uma dada época de figos polinizam e põem ovos nos figos da época seguinte.
A domesticação da F. carica logo no início do Holocênico resultou em dois 
grupos de plantas seguindo dois modelos distintos de biologia da reprodução. 
As plantas selvagens de F. carica, como referi, produzem flores androspóricas e 
ginospóricas e reproduzem-se sexuadamente. As inflorescências das figueiras-
domésticas (os sicônios), pelo contrário, são unissexuais e, hoje em dia, 
maioritariamente partenocárpicas (os frutos formam-se a partir de flores não 
polinizadas). As variedades não partenocárpicas, os figos-de-esmirna (Ficus 
carica var. smyrniaca), são pouco cultivados, entre outras razões porque precisam 
de caprifigos da vizinhança para fornecerem pólen e polinizadores.
TÓPICO 1 | MORFOLOGIA EXTERNA DOS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
71
As flores ginospóricas das figueiras-domésticas têm estiletes longos. 
Por conseguinte, potencialmente, todas elas poderão evoluir para fruto porque 
o ovipositor da B. psenes é demasiado curto para atingir o ovário de flores de 
estiletes longos a partir do estigma. Os sicônios dos caprifigos não são edíveis, 
ou seja, comestíveis, porque a maioria das flores ginospóricas é parasitada pela B. 
psenes; i.e. “produzem” mais vespas do que frutos. 
Como mencionado, as variedades comerciais de figueira-doméstica 
possuem apenas flores partenocárpicas, não necessitando, por isso, de ser 
polinizadas. O mesmo acontece com as figueiras-domésticas assilvestradas que 
encontramos um pouco por todo o país. Esta é uma importante prova de que a F. 
carica não é indígena de Portugal.
FONTE: Disponível em: <http://plantas-e-pessoas.blogspot.com.br/2009/07/polinizacao-em-
ficus-carica-moraceae.html>. Acesso em: 10 jan. 2016.
IMPORTANT
E
O figo é uma infrutescência constituída por numerosos frutos, pois cada flor 
do sicônio dá origem a um pequeno fruto, e um tecido carnudo esbranquiçado de origem 
caulinar.
72
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• O fruto é o ovário desenvolvido e as sementes são os óvulos fecundados.
• O fruto é formado pelo pericarpo, onde se distingue o exocarpo ou epicarpo, 
mesocarpo e endocarpo.
• Há frutos que se formam sem fecundação prévia, e constituem os frutos 
partenocárpicos. 
• Os frutos podem ser agrupados em secos ou carnosos, e deiscentes ou 
indeiscentes.
• Exemplos de frutos secos e deiscentes: folículo, legume, síliqua, esquizocarpo, 
cápsulas (poricida, pixidiária, septícida, loculicida, septífraga).
• Exemplos de frutos secos e indeiscentes: lomento, craspédio, aquênio, cariopse, 
sâmara, noz.
• Há basicamente dois tipos de frutos carnosos indeiscentes: as bagas e as drupas. 
• Frutos agregados são derivados de muitos ovários de uma única flor (gineceu 
multicarpelar dialicarpelar), mais ou menos concrescidos.
• Frutos múltiplos consistem em ovários amadurecidos de muitas flores de uma 
inflorescência que concrescem, formando uma infrutescência.
• Há casos de partes acessórias das flores que ajudam a formar os frutos.
73
1 Procure em literaturas específicas e na internet, e indique os tipos de frutos:
a) abacaxi: 
b) azeitona: 
c) pepino: 
d) garapuvu: 
e) ipê: 
f) algodão: 
g) noz: 
h) araribá: 
i) papoula: 
j) salsa: 
k) pitáia: 
l) framboesa: 
m) canafístula:
n) coco-da-bahia: 
o) milho: 
p) dente-de-leão: 
q) banana: 
r) carambola: 
s) chichá: 
t) avelã: 
u) guaraná: 
v) feijão: 
w) cevada: 
x) goiaba: 
y) amora: 
z) pêssego: 
AUTOATIVIDADE
ATIVIDADE PRÁTICA 
Flores: muito além da beleza
As flores sempre se destacaram muito no ensino de Botânica. Muitas 
são vistosas, cheirosas, outras são pequenas ou pouco visíveis aos nossos olhos.
As flores são órgãos reprodutivos e pertencem a um grupo bastante 
diverso, chamado de Angiosperma. Surgiram há milhões de anos e causaram 
uma verdadeira revolução no ambiente terrestre. 
O termo Angiosperma significa, em termos gerais, semente escondida 
(do grego Ageion, vaso, urna, envoltório; e sperma, semente). São assim 
denominadas porque suas sementes ficam protegidas dentro do fruto, que na 
verdade é o ovário desenvolvido da flor. 
74
Uma flor “perfeita” apresenta estruturas de proteção, e outras ligadas 
diretamente à reprodução. Entre as estruturas de proteção, temos o cálice e a 
corola, que são os conjuntos de sépalas e pétalas, respectivamente. Os verticilos 
de reprodução são o gineceu e o androceu. O primeiro é formado pelo ovário, 
estilete e estigma, enquanto que o androceu é formado por filete e antera, que 
está associada à produção do grão-de-pólen e à sua liberação. 
É importante lembrar que existe uma infinidade de tipos de flores. Há 
aquelas que não possuem sépalas e/ou pétalas, outras que são ginospóricas ou 
androspóricas, com planos de simetria diversos, com número variado de peças 
nos verticilos, entre outras possibilidades.
Objetivos
	Identificar os quatro verticilos florais e suas peças;
	Reconhecer a função de cada verticilo;
 Analisar diversas flores reconhecendo sua estrutura própria e suas 
características evolutivas.
Materiais
 Flores diversas;
 Estereomicroscópio ou alguma lupa de aumento;
 Lâmina;
 Pinça.
Metodologia
1 Escolha uma flor e procure identificar todas as suas partes. Se necessário, 
utilize o estereomicroscópio ou uma lupa de aumento. Observe as sépalas, 
pétalas, carpelos e estames.
2 Após observação, anote todas as informações na ficha abaixo:
Classificação da flor:
Nome popular: _____________________________________________
Nome científico: ____________________________________________
Família botânica: ___________________________________________
1. Generalidades da flor:
1.1. Quanto à presença do pedicelo ou pedúnculo: ( ) pedunculada ( ) séssil
1.2. Quanto à disposição do receptáculo: ( ) cíclica ( ) hemicíclica ( ) acíclica
1.3. Flor quanto à simetria: ( ) actinomorfa ( ) zigomorfa ( ) irregular
1.4. Quanto ao perianto: ( ) aclamídea ( ) monoclamídea ( ) diclamídea
1.5. Se for diclamídea, é ( ) heteroclamídea ( ) homoclamídea
1.6. Quanto aos órgãos de reprodução: ( ) androginospóricas ( ) ginospóricas 
 ( ) androspóricas
75
2 Cálice (K)
2.1. Quanto ao número de sépalas: _____
2.2. Quanto à união das sépalas: ( ) dialissépalo ( ) gamossépalo 
2.3. Quanto à duração: ( ) caduco ( ) decíduo ( ) persistente
3 Corola (C)
3.1.Quanto ao número de pétalas: _____
3.2. Quanto à união das peças: ( ) dialipétala ( ) gamopétala
4 Androceu (A)
4.1. Número de estames: ( ) indefinido ( ) definido, ______
4.2. Nº estames vs. nº de peças nos verticilos protetores: ( ) oligostêmone 
 ( ) isostêmone ( ) diplostêmone ( ) polistêmone
4.3. Estames quanto à união: ( ) dialistêmone ( ) gamostêmone
4.4. Estames quanto à união com as pétalas: ( ) livres ( ) epipétalos
4.5. Estames quanto à fixação da antera ao filete: ( ) apicefixa ( ) dorsifixa 
 ( ) basifixa
4.6. Quanto à deiscência da antera: ( ) poricida ( ) longitudinal ( ) valvar
5 Gineceu (G)
5.1. Gineceu quanto ao número de carpelos: _____
5.2. Quanto à união dos carpelos: ( ) dialicarpelar ( ) gamocarpelar
5.3. Estilete quanto à sua posição no ovário: ( ) terminal ( ) lateral 
 ( ) ginobásico
5.4. Quanto ao número de lóculos no ovário: ___
5.5. Localização do ovário: ( ) súpero ( ) ínfero
5.6. Quanto à posição do ovário: ( ) hipógina ( ) perígina ( ) epígina 
5.7. Número de óvulos: _______
Fórmula floral: _______________________________________________
Segue um exemplo:
Classificação da flor
Nome popular: Ipê-amarelo
Nome científico: Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos
Família botânica: Bignoniaceae
5.1. Generalidades da flor:
5.1.1. Quanto à presença do pedicelo ou pedúnculo: ( x ) pedunculada 
 ( ) séssil
5.1.2. Quanto à disposição do receptáculo: ( x ) cíclica ( ) hemicíclica 
 ( ) acíclica
5.1.3. Flor quanto à simetria: ( ) actinomorfa ( x ) zigomorfa ( ) irregular
76
5.1.4. Quanto ao perianto: ( ) aclamídea ( ) monoclamídea ( x ) diclamídea
5.1.5. Se for diclamídea, é ( x ) heteroclamídea ( ) homoclamídea
5.1.6. Quanto aos órgãos de reprodução: ( x ) androginospóricas 
 ( ) ginospóricas ( ) androspóricas
5.2. Cálice (K)
5.2.1. Quanto ao número de sépalas: 5
5.2.2. Quanto à união das sépalas: ( ) dialissépalo ( x ) gamossépalo 
5.2.3. Quanto à duração: ( ) caduco ( x ) decíduo ( ) persistente
5.3. Corola (C)
5.3.1. Quanto ao número de pétalas: 5
5.3.2. Quanto à união das peças: ( ) dialipétala ( x ) gamopétala
5.4. Androceu (A)
5.4.1. Número de estames: ( ) indefinido ( x ) definido, 4 (sendo dois maiores 
e dois dois menores)
5.4.2. Nº estames vs. nº de peças nos verticilos protetores: ( x ) oligostêmone 
 ( ) isostêmone ( ) diplostêmone ( ) polistêmone
5.4.3. Estames quanto à união: ( x ) dialistêmone ( ) gamostêmone
5.4.4. Estames quanto à união com as pétalas: ( x ) livres ( ) epipétalos
5.4.5. Estames quanto à fixação da antera ao filete: ( ) apicefixa ( x ) dorsifixa 
 ( ) basifixa
5.4.6. Quanto à deiscência da antera: ( ) poricida ( x ) longitudinal ( ) valvar
5.5. Gineceu (G)
5.5.1. Gineceu quanto ao número de carpelos: 2 (bicarpelar)
5.5.2. Quanto à união dos carpelos: ( ) dialicarpelar ( x ) gamocarpelar
5.5.3. Estilete quanto à sua posição no ovário: ( x ) terminal ( ) lateral 
 ( ) ginobásico
5.5.4. Quanto ao número de lóculos no ovário: 2 (bilocular)
5.5.5. Localização do ovário: ( x ) súpero ( ) ínfero
5.5.6. Quanto à posição do ovário: ( x ) hipógina ( ) perígina ( ) epígina 
5.5.7. Número de óvulos: n (muitos)
Fórmula floral: x K(5) C(5) A2+2 G(2) n
Conclusões e considerações finais
Discuta com seus colegas os resultados das observações. As flores são 
semelhantes? O que há de parecido? E de diferente? Qual a função de cada 
uma das partes observadas?
77
UNIDADE 2
PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir desta unidade você será capaz de:
• conhecer a estrutura microscópica desses órgãos quanto aos principais 
tecidos componentes; 
• conhecer a estrutura e a função dos principais tecidos vegetais (tecidos 
meristemáticos, de revestimentos, de preenchimento, de sustentação e de 
condução);
• identificar as partes da raiz, do caule e da folha e conhecer a estrutura inter-
na microscópica desses órgãos quanto aos principais tecidos componentes.
Esta segunda unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um 
deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – A CÉLULA VEGETAL
TÓPICO 2 – OS TECIDOS VEGETAIS
TÓPICO 3 – OS ÓRGÃOS VEGETATIVOS
78
79
TÓPICO 1
A CÉLULA VEGETAL
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
De uma forma geral, podemos afirmar que Anatomia Vegetal é o ramo 
da Botânica que estuda a estrutura interna dos organismos vegetais, ou seja, a 
forma e o arranjo das células, dos tecidos e dos órgãos das plantas, e como estes 
se organizam. 
A Anatomia Vegetal é muito importante porque proporciona a base de 
conhecimentos sobre o corpo vegetal, e pode ser utilizada como ferramenta, 
por exemplo, para estudos sistemáticos, fisiológicos, ecológicos, econômicos e 
também para outras áreas, tanto da Botânica quanto de outras ciências. Muitas 
vezes, a anatomia da planta reflete a situação ambiental local, e esta situação pode 
descrever um bioindicador. 
O processo evolutivo das plantas foi marcado profundamente por uma 
crescente especialização das células, fator que determinou o aparecimento de 
tecidos com características morfológicas e fisiológicas altamente distintas. Nos 
vegetais, existem diferentes tipos de tecidos e células que se caracterizam por 
funções específicas.
ESTUDOS FU
TUROS
Neste primeiro tópico abordaremos o estudo das características peculiares à 
célula vegetal. Vamos lá?
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
80
2 CÉLULA VEGETAL
No século XVII, o físico inglês Robert Hooke, ao observar um pedaço 
de cortiça sobre um equipamento, notou que ela era formada por pequenos 
compartimentos fechados. Isso o lembrou das celas dos mosteiros, dependências 
onde os monges ficavam enclausurados. Por conta dessa semelhança, chamou 
aquela estrutura observada de célula.
IMPORTANT
E
A invenção do microscópio e a descoberta da célula
A invenção do microscópio pode ser considerada o marco inicial da Biologia Celular. Foram 
os holandeses Hans Janssen e Zacharias Janssen, fabricantes de óculos, que inventaram o 
microscópio no final do século XVI. As observações realizadas por eles demonstraram que 
a montagem de duas lentes em um cilindro possuía a capacidade de aumentar o tamanho 
das imagens, permitindo, dessa forma, que objetos pequenos, invisíveis a olho nu, fossem 
observados de forma detalhada. 
Entretanto, Hans e Zacharias Janssen não utilizaram sua invenção para fins científicos. Foi o 
também holandês Antonie von Leeuwenhoek, que viveu entre os anos de 1632 e 1723 na 
cidade holandesa de Delft, quem primeiro registrou suas observações utilizando microscópios. 
Utilizando um microscópio de fabricação própria, Leeuwenhoek foi o primeiro a observar e 
descrever as fibras musculares, espermatozoides e bactérias. Leeuwenhoek relatou todas as 
suas experiências para Robert Hook, membro da Royal Society of London. 
Como falava somente Dutch (holandês), Robert Hooke traduziu os seus trabalhos, que 
posteriormente foram publicados pela entidade. Acerca de suas observações com o 
microscópio, Leeuwenhoek descreveu originalmente a seguinte frase: “Não há prazer maior, 
quando meu olhar encontra milhares de criaturas vivas em apenas uma gota de água”.
Entretanto, a “descoberta” da célula é atribuída a Robert Hooke. Em 1665 Hooke publicou seu 
livro intitulado Micrographie, contendo observações microscópicas e telescópicas e algumas 
observações originais em Biologia.
Buscando compreender por quais razões a cortiça era tão leve, Hooke estudou fatias finíssimas 
deste material. Foi então que, utilizando seu microscópio composto, Hooke observou que 
a baixa densidade deste material era devida à existência de pequenos compartimentos, até 
então vazios. A estes pequenos compartimentos Hooke deu o nome de “cell”, que em inglês 
significa cavidade ou cela. Na verdade, estes compartimentos não estavamvazios, mas por 
se tratar de um tecido vegetal morto, o que Hooke observara não era a célula completa em 
si, mas sim compartimentos delimitados pela parede celular.
Um grande número de pesquisadores passou a estudar as diversas partes dos vegetais e 
posteriormente dos animais. Assim, não demorou muito tempo para que o citoplasma, uma 
substância de aspecto gelatinoso, fosse descoberto. Robert Brown, botânico escocês que 
viveu de 1773 a 1858, constatou em 1833 que a maior parte das células apresentava em 
seu interior uma estrutura de forma esférica, a qual chamou núcleo. Nesta mesma época, 
observações e descobertas revelaram ainda a existência da membrana plasmática e da 
parede celular presente nas células vegetais.
FONTE: Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/28169/a-
invencao-do-microscopio-e-a-descoberta-da-celula>. Acesso em: 18 fev. 2016.
TÓPICO 1 | A CÉLULA VEGETAL
81
Assim, pode-se afirmar que a célula é a unidade estrutural e funcional 
que compõe todos os seres vivos (KRAUS et al., 2006). Células semelhantes, ou 
seja, com a mesma origem, formato e função associados, formam os tecidos. O 
conjunto de tecidos forma os órgãos; e o conjunto e o bom funcionamento dos 
órgãos formam o corpo do vegetal. 
Assim, estudar as células nos permite entender estruturas ainda maiores, 
como os tecidos, os órgãos e o corpo vegetal.
Assim como observamos em células animais, as células vegetais vivas 
também possuem ultraestruturas e organelas essenciais muito comuns aos seres 
eucariontes. Possuem, também, ultraestruturas que são encontradas somente 
nas células vegetais, ou seja, que são peculiares a elas. Essas características 
peculiares são:
- parede celular, constituída principalmente de celulose; 
- plastos, ou também chamados de plastídios;
- vacúolos; 
- substâncias ergásticas. 
A grande maioria das células vegetais é viva quando desempenha suas 
funções, porém outras só funcionam após a morte, desintegrando suas partes 
vivas.
Determinadas células vegetais desenvolvem capacidades químicas 
especiais quando, por exemplo, realizam a fotossíntese, sendo que outras 
produzem e secretam materiais altamente impermeáveis à água.
NOTA
ZIGOTO > EMBRIÃO > TECIDOS > ÓRGÃOS > VEGETAL
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
82
FIGURA 52 – CÉLULA VEGETAL
FONTE: Disponível em <http://1.bp.blogspot.com/_zj1DYXbB6Fo/S8jhbByesBI/
AAAAAAAAAAs/F0--5wKYRYg/s1600/celula_vegetal.jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016.
2.1 PECULIARIDADES DA CÉLULA VEGETAL
As células vegetais são muito semelhantes às células animais, como 
observamos na Figura 52, mas apresentam algumas peculiaridades. Vejamos 
essas características:
a) Parede celular
A parede celular é a característica mais marcante dos vegetais. Ela ocorre 
envolvendo a membrana plasmática e aparece externa a esta. Pode ser delgada 
ou muito espessa e rígida. 
A primeira parede a se formar é denominada parede celular primária. Ela 
geralmente é fina e frágil, e é comum a todas as células vegetais. É constituída por 
celulose (componente mais abundante), hemicelulose, glicoproteínas, pectinas 
ácidas e pectinas neutras. A celulose é um polissacarídeo formado a partir de 
ligações entre moléculas de glicose. E é agrupada em microfibrilas. Nesta parede, 
as microfibrilas de celulose são depositadas aleatoriamente sobre a membrana 
plasmática.
TÓPICO 1 | A CÉLULA VEGETAL
83
FIGURA 53 – ESTRUTURA DETALHADA DA PAREDE CELULAR
Microfibrilas
Microfiblilas
Fibras de Celulose
Cadeias de 
Celulose
FONTE: Disponível em: <http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term
=Microfibrilas&lang=3>. Acesso em: 11 fev. 2016.
É possível observar que moléculas de glicose se unem e formam cadeias 
de celulose. Essas cadeias de celulose são agrupadas e formam as microfibrilas. 
Essas microfibrilas de celulose são depositadas de forma aleatória sobre a 
membrana plasmática. 
Em alguns poucos tipos celulares podemos encontrar, além da parede 
celular primária, a parede celular secundária, parede muito mais resistente. 
Quando aparece, fica localizada entre a parede celular primária e a membrana 
plasmática. A parede secundária é composta por celulose, hemicelulose e lignina, 
e pode ser formada por até quatro camadas, denominadas S1, S2, S3 e verrucosa 
(simbolizada pela letra W). Diferentemente da parede celular primária, na parede 
secundária as microfibrilas de celulose são depositadas organizadamente sobre a 
membrana plasmática.
FIGURA 54 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UMA 
CÉLULA VEGETAL
FONTE: Carvalho et al. (2009, p. 2191)
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
84
Na figura anterior podemos observar a lamela média (LM); parede celular 
primária (P); camada S1 da parede celular secundária (S1); camada S2 da parede 
celular secundária (S2); camada S3 da parede celular secundária (S3); camada 
verrucosa da parede celular secundária (W). Note que neste esquema os autores 
representaram as microfibrilas de celulose desorganizadas na parede primária e 
de forma organizada nas camadas da parede celular secundária. 
As células se mantêm unidas graças à presença da lamela média, ou 
também chamada lamela mediana. Para entender melhor o que é e para que serve 
a lamela média, podemos fazer uma analogia: imaginemos uma parede feita com 
tijolinhos à vista. Cada tijolo daquele é uma célula e o cimento que há entre os 
tijolos, a lamela média.
b) Plastos ou plastídios
Os plastos são organelas envolvidas por duas membranas lipoproteicas e, 
internamente, possuem uma matriz aquosa denominada estroma. Neste estroma 
há um sistema de membranas, originadas de invaginações da membrana interna, 
denominado tilacoides.
Os plastos possuem formas e tamanhos variados e são classificados de 
acordo com a ausência ou tipo de pigmentos, caso estejam presentes. Os principais 
tipos de plastos são: 
• cloroplastos: são plastos pigmentados, contêm clorofila a e b e pigmentos 
acessórios. Por causa desses tipos de pigmentos, os órgãos que possuem 
células com cloroplastos são verdes. Este plasto está intimamente associado ao 
processo da fotossíntese. São mais frequentes, numerosos e diferenciados nas 
folhas.
• cromoplastos: apesar de serem pigmentados, estes plastos são 
fotossinteticamente inativos. Eles têm a capacidade de sintetizar e armazenar 
pigmentos, como os carotenoides (pigmento de coloração amarela, vermelha, 
laranja). São encontrados em pétalas e partes coloridas de frutas, raízes, folhas 
e estão relacionados ao amadurecimento de frutos e envelhecimento de folhas 
(surgem cromoplastos da transformação dos cloroplastos (pela perda da 
clorofila)).
• leucoplastos: estes plastos não possuem pigmentos. Eles armazenam várias 
substâncias, como o amido (amiloplastos), proteínas (proteinoplastos), lipídios 
(elaioplastos). São comuns em órgãos não expostos à luz, como raízes e caules 
subterrâneos, mas também em frutos e sementes.
TÓPICO 1 | A CÉLULA VEGETAL
85
FIGURA 55 – A. CLOROPLASTOS. B. CROMOPLASTOS. C. LEUCOPLASTOS (AMILOPLASTOS) 
FONTE: Disponível em: A. <http://senhoradolago.blogs.sapo.pt/arquivo/TLB%20-%20
croloplastos.jpg>. B. <https://sites.google.com/site/semillerobiolocosepm/celula-unidad-
de-vida?tmpl=%2Fsystem%2Fapp%2Ftemplates%2Fprint%2F&showPrintDialog=1> C. <http://
ninosantamaria.esy.es/slideshow_6.html?12> Acesso em: 26 jul. 2018
DICAS
Os plastos podem passar de um tipo para o outro, em resposta às condições 
do ambiente ou à necessidade da célula. Por exemplo, você já deixou uma batatinha inglesa 
esquecida na fruteira? O que aconteceu? A batatinha inglesa é um tubérculo (caule) rico em 
amido armazenado nos leucoplastos do tipo amiloplasto. Quando expostas à radiação solar 
por muito tempo, estes leucoplastos transformam-se em cloroplastos e a batatinha começa 
a ficar verde, pela presença dos cloroplastos.
c) Vacúolos
Esta organela é delimitada por uma membrana denominada tonoplasto. 
Internamente encontra-se o suco vacuolar ou suco celular. Em células 
meristemáticas ocorrem muitosvacúolos pequenos, enquanto que em células 
diferenciadas (já adultas) um só vacúolo pode ocupar cerca de 90% do espaço 
interno. Podemos encontrar nos vacúolos muitas substâncias, por exemplo, 
açúcares, proteínas, lipídios, alcaloides, taninos, resinas, cristais de oxalato de 
cálcio, ácidos orgânicos, pigmentos como a antocianina (corando nos tons de 
vermelho-alaranjado ao vermelho vivo, roxo e azul).
A B C
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
86
FIGURA 56 – ELÉTRON-MICROGRAFIA DE UMA CÉLULA DA FOLHA DE MILHO (ZEA MAYS)
Parede celular
Membrana
plasmática
Envoltório
nuclear
Núcleo
Núcléolo
Mitocôndria
Grão de
amido
Cloroplasto
Vacúolo
FONTE: Raven et al. (2007, p. 42)
Observe o tamanho do vacúolo comparando com o tamanho das outras 
organelas. 
d) Substâncias ergásticas
São produtos do metabolismo celular. Muitas destas substâncias são 
materiais de reserva e/ou produtos descartados do metabolismo. Podemos 
encontrá-las na parede celular, nos vacúolos, ou associadas a outros componentes 
protoplasmáticos. Entre as mais conhecidas destacam-se: celulose, amido, corpos 
de proteína, lipídios, matéria mineral em forma de cristais (oxalato de cálcio, 
carbonato de cálcio, sílica), substâncias fenólicas, resinas, gomas.
Os cristais podem ser de carbonato de cálcio, como nos cistólitos presentes 
nas folhas de Ficus, ou de oxalato de cálcio. Estes últimos podem ter forma de 
agulhas, chamados de ráfides e presentes, por exemplo, nas bainhas foliares da 
pupunha (Bactris gasipaes – família Arecaceae) (Fig. 5 A-B); de estrelas, chamados 
de drusas e presentes no caule da planta-alumínio (Pilea sp. – família Urticaceae) 
(Fig. 5 A, C); de prisma (são também chamados de prismáticos).
IMPORTANT
E
As células que contêm substâncias ergásticas, muitas vezes, são diferentes morfo 
e fisiologicamente das demais. Quando uma célula difere da maioria pelo seu tamanho, 
formato ou conteúdo, denomina-se idioblastos.
TÓPICO 1 | A CÉLULA VEGETAL
87
FIGURA 57 – A. REPRESENTAÇÕES DE IDIOBLASTOS CONTENDO CRISTAL PRISMÁTICO, 
DRUSA (CRISTAL COM FORMATO DE ESTRELA) E RÁFIDE (CRISTAL COM FORMATO DE 
AGULHA). B. IDIOBLASTOS COM RÁFIDES NO CAULE DE PUPUNHA (BACTRIS GASIPAES). 
C. IDIOBLASTOS COM DRUSA NO CAULE DE PILEA
FONTE: A. Rodrigues et al. (2010, p. 94). B. Adaptado de (Medeiros & Lima, 2009, p. 28): <http://
revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/212/510> C. Adaptado de (Medeiros & Lima, 2009, p. 
28): <http://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/212/510>. Acesso em: 26 jul. 2018
A B C
88
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
• Anatomia Vegetal é o ramo da Botânica que estuda a estrutura interna dos 
organismos vegetais, ou seja, a forma e o arranjo das células, dos tecidos e dos 
órgãos das plantas, e como estes se organizam.
• A Anatomia Vegetal proporciona a base de conhecimentos sobre o corpo 
vegetal, e pode refletir a situação ambiental local onde a planta está.
• O processo evolutivo das plantas foi marcado profundamente por uma 
crescente especialização das células, fator que determinou o aparecimento de 
tecidos com características morfológicas e fisiológicas altamente distintas.
• Nos vegetais, existem diferentes tipos de tecidos e células que se caracterizam 
por funções específicas.
• A célula foi descoberta pelo físico inglês Robert Hooke, no século XVII, ao 
observar um pedaço de cortiça.
• A célula é a unidade estrutural e funcional que compõe todos os seres vivos.
• Células semelhantes, ou seja, com a mesmos origem, formato e função 
associados, formam os tecidos. 
• O conjunto de tecidos formam os órgãos.
• O conjunto e o bom funcionamento dos órgãos formam o corpo do vegetal.
• São características peculiares às células vegetais: parede celular, plastos 
(também chamados de pastídeos), vacúolos e substâncias ergásticas.
• A parede celular envolve a membrana plasmática, e aparece externa à esta.
• A primeira parede a se formar é denominada parede celular primária. Ela 
geralmente é fina e frágil, e é comum a todas as células vegetais. É constituída 
por celulose (componente mais abundante), hemicelulose, glicoproteínas, 
pectinas ácidas e pectinas neutras. Nesta parede, as microfibrilas de celulose 
são depositadas aleatoriamente sobre a membrana plasmática.
• A parede celular secundária, quando aparece, fica localizada entre a parede 
celular primária e a membrana plasmática. A parede secundária é composta 
por celulose, hemicelulose e lignina, e pode ser formada por até quatro 
89
camadas, denominadas S1, S2, S3 e verrucosa (simbolizada pela letra W). Nesta 
parede, as microfibrilas de celulose estão depositadas organizadamente sobre 
a membrana plasmática.
• As células se mantêm unidas graças à presença da lamela média, também 
chamada lamela mediana.
• Os plastos são organelas envolvidas por duas membranas lipoproteicas.
• Os plastos possuem formas e tamanhos variados e são classificados de acordo 
com a ausência ou tipo de pigmentos, caso esteja presente.
• Os principais tipos de plastos são: cloroplastos, cromoplastos, leucoplastos.
• O vacúolo é delimitado por uma membrana denominada tonoplasto. 
Internamente encontra-se o suco vacuolar ou suco celular.
• Os vacúolos podem muitas substâncias, por exemplo, açúcares, proteínas, 
lipídios, alcaloides, taninos, resinas, cristais de oxalato de cálcio, ácidos 
orgânicos, pigmentos.
• As substâncias ergásticas são produtos do metabolismo celular. Muitas 
destas substâncias são materiais de reserva e/ou produtos descartados do 
metabolismo.
• As substâncias ergásticas podem ser encontradas na parede celular, nos 
vacúolos, ou associadas a outros componentes protoplasmáticos.
• São exemplos de substâncias ergásticas: celulose, amido, corpos de proteína, 
lipídios, matéria mineral em forma de cristais (oxalato de cálcio, carbonato de 
cálcio, sílica), substâncias fenólicas, resinas, gomas.
90
AUTOATIVIDADE
a) ( ) externamente à parede primária; 
b) ( ) internamente à parede primária. 
c) ( ) entre a lamela média e a parede primária;
d) ( ) externamente à lamela média;
e) ( ) internamente à lamela média.
A ___________________ 
B ___________________
C ___________________ 
D ___________________ 
E ___________________ 
4 O interior (lume) de duas células vizinhas é separado por 
até 11 camadas (considere as duas células, e conte a partir da membrana 
plasmática). Quais são estas camadas? 
5 Indique nos parênteses um número correto, de acordo com a lista abaixo:
1) drusas 2) ráfides 3) grãos de amido 4) clorofila 
5) carotenoides 6) idioblastos 7) cistólitos 8) antocianinas
( ) ocorrem em cromoplastos 
( ) são formados de carbonato de cálcio
( ) podem ter drusas no seu interior
( ) ocorrem nos leucoplastos
( ) cristais em forma de agulha
FONTE: Raven et al. (2007, p. 61)
1 A célula vegetal apresenta características peculiares. Uma 
delas é a presença de parede celular. A respeito da parede 
celular, quando a parede celular secundária se forma, ela 
aparece:
2 O esquema ao lado indica algumas células vegetais e suas 
paredes. Diga o nome de cada camada indicada com as letras:
3 Observando apenas o esquema ANTERIOR, como 
poderíamos distinguir parede primária da secundária?
91
( ) podem conter cristais
( ) cristais em forma de estrela
( ) se coram com lugol
( ) ocorrem nos cloroplastos
( ) são formados de oxalato de cálcio
92
93
TÓPICO 2
TECIDOS VEGETAIS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Os tecidos são conjuntos de células com a mesma origem e organização e 
que realizam determinada função.
Podem ser embrionários (ou meristemáticos) ou permanentes (tecido 
de revestimento, sustentação, preenchimento e condução, também chamado de 
vascular).
Vejamos em detalhes cada um destes tecidos.
2 TECIDOS MERISTEMÁTICOS
São tecidos permanentemente jovens que retêm a potencialidade para 
divisõesapós o término da embriogênese. Suas células permanecem não 
diferenciadas e contêm elementos essenciais para edificação da estrutura das 
células diferenciadas, ou seja, os meristemas são destinados à formação de todos 
os demais tecidos.
Os meristemas podem ser classificados quanto à posição (apicais ou 
laterais) e quanto à origem (primários ou secundários, sendo que os primários 
correspondem aos apicais e os secundários, aos laterais). Os meristemas apicais 
estão localizados, como o nome sugere, no ápice da raiz e do caule e são responsáveis 
pelo crescimento primário (crescimento apical) do vegetal. Os meristemas laterais 
estão relacionados ao crescimento secundário (crescimento em espessura).
2.1. MERISTEMAS APICAIS OU PRIMÁRIOS
As plantas mantêm a capacidade de adicionar novos incrementos ao seu 
corpo graças à presença do meristema apical ou promeristema. Nessa região 
meristemática, as células encontram-se em constante divisão celular. Essas 
divisões podem ser anticlinais e/ou periclinais.
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
94
FIGURA 58 – DIVISÕES CELULARES ANTICLINAIS E PERICLINAIS
FONTE: Raven et al. (2007, p. 567)
A função dos meristemas primários está na promoção do crescimento 
em comprimento – longitudinal – da raiz e do caule. O meristema primário é 
constituído por:
- Protoderme: tecido meristemático responsável pela formação da epiderme, que 
é o tecido primário de revestimento;
- Meristema Fundamental: promove a formação de todos os tecidos de 
preenchimento e sustentação;
- Procâmbio: responsável pela formação do cilindro central, onde encontramos 
o floema e o xilema, tecidos vasculares que transportam os produtos 
fotoassimilados, e a água e sais minerais, respectivamente.
FIGURA 59 – ÁPICES. A. RADICULAR. B. CAULINAR
Meristema apical
Primórdio foliar
Procâmbio
Protoderme
Gema axilar
Meristema
fundamental
Coifa
Procâmbio
Caliptrogênio
Protoderme
Meristema
fundamental
A B
FONTE: Esau (1997)
No ápice da raiz podemos encontrar uma coifa, que é uma capa protetora. 
Esta coifa apresenta uma própria região meristemática, chamada caliptrogênio.
Divisões
anticlinais
Divisões
periclinais
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
95
Nos caules, além destes meristemas primários, encontramos também os 
primórdios foliares, que formarão as folhas, e as gemas axilares ou laterais, que 
darão origem aos ramos.
Os tecidos provenientes do meristema primário constituem a estrutura 
primária das plantas. Nas gimnospermas e dicotiledôneas, são as primeiras 
estruturas a serem formadas, sendo que na grande maioria das monocotiledôneas 
é a única.
2.2. MERISTEMAS LATERAIS OU SECUNDÁRIOS
A origem dos meristemas secundários se dá através de tecidos adultos 
que readquirem suas características embrionárias e passam a originar novas 
estruturas. Podem ter também uma origem primária. São responsáveis pelo 
crescimento secundário, ou seja, pelo crescimento em espessura. Ocorrem nas 
raízes e caules de algumas plantas, ou seja, estão presentes, por exemplo, nas 
gimnospermas e angiospermas dicotiledôneas.
Há dois tipos de meristemas secundários: o felogênio (também conhecido 
como câmbio da casca) e o câmbio vascular.
a) Felogênio
Nas raízes, o felogênio tem origem em camadas do cilindro central (ou 
seja, da porção mais interna em forma de cilindro), enquanto que nos caules ele 
se origina em camadas subepidérmicas.
As células do felogênio entram em divisão e formam para o interior 
do corpo vegetal a feloderme e, para a periferia, o súber (também conhecido 
por felema). O conjunto formado pelas células do súber, felogênio e feloderme 
forma a periderme. A periderme é o tecido de revestimento secundário. É ela 
que irá substituir a epiderme, se esta não acompanhar o crescimento secundário 
e vir a se romper.
SÚBER + FELOGÊNIO + FELODERME = PERIDERME
ATENCAO
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
96
FIGURA 60 – A. INSTALAÇÃO DO FELOGÊNIO EM UM CAULE. B. FELOGÊNIO JÁ 
INSTALADO E EM ATIVIDADE
Iniciação da
atividade do
felogênio
Epiderme
Parede 
anticlinal Felogênio
Súber
Feloderme
Córtex
A B
FONTE: Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/images/stories/biologia/
meristema_felogenio.gif>. Acesso em: 11 fev. 2016.
b) Câmbio vascular
Na região do cilindro central, tanto da raiz como do caule, ocorre o 
desenvolvimento do câmbio vascular, cuja função é dar origem ao crescimento 
em espessura do próprio cilindro central.
As células cambiais estão em constante divisão e formam internamente a 
si tecido vascular do tipo xilema, e externamente a si, floema. Por terem origem 
neste meristema secundário, estes tecidos vasculares são ditos secundários (xilema 
secundário e floema secundário). Temos que ter cuidado para não confundir 
o xilema e floema primários com estes mencionados aqui. Xilema e floema 
primários, como vimos anteriormente, são originados a partir do procâmbio.
FIGURA 61 – SECÇÃO TRANSVERSAL DO CAULE DE MANJERICÃO 
(OCIMUM SP. – FAMÍLIA LAMIACEAE)
FONTE: A autora
Floema primário
Floema secundário
Câmbio
fascicular
Câmbio
interfascicular
Xilema secundário
Xilema primário
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
97
Lembre-se de que tanto o floema primário (ou protofloema e metafloema) e o 
xilema primário (ou protoxilema e metaxilema) são formados por um meristema primário, o 
procâmbio. 
O floema e o xilema são tecidos condutores de seiva: a seiva elaborada (produtos 
fotoassimilados) é conduzida pelo floema e a seiva bruta (água e sais minerais), pelo xilema.
ATENCAO
3 TECIDOS PERMANENTES
Vamos conhecer agora os tecidos permanentes.
3.1 TECIDO DE REVESTIMENTO
São tecidos que possuem a função de revestir e proteger o corpo do vegetal 
contra os agentes do meio, como, por exemplo, choques mecânicos e dessecação 
(desidratação), evitando a perda excessiva de água. Impedem também a invasão 
de organismos causadores de patologias. Também regulam a troca de substâncias 
entre eles e o meio que os cerca, contribuindo para que o vegetal se adapte às 
condições de vida no meio terrestre.
Essas e outras funções são exercidas por dois tipos de tecidos: a epiderme, 
que é um tecido primário, e a periderme, um tecido secundário. 
a) Epiderme
A formação da epiderme se dá a partir do meristema primário, 
denominado protoderme. Suas células podem variar em forma, tamanho e arranjo, 
mas comumente são vivas, intimamente unidas e sem espaços intercelulares. 
Geralmente é unisseriada, ou seja, com uma única camada, mas há casos onde 
encontramos mais de uma camada formando-a, como acontece, por exemplo, nas 
raízes de algumas orquídeas e certas aráceas.
DICAS
A epiderme multisseriada das raízes das orquídeas e algumas espécies da família 
Araceae recebe o nome de velame.
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
98
Este tecido é constituído por células comuns e por algumas células 
especializadas, como tricomas, pelos radiculares, estômatos, entre outras.
A epiderme é encontrada em todos os órgãos vegetativos das plantas 
(raízes, caules, folhas) e também revestindo as flores, sementes e os frutos. 
Comumente, as paredes celulares dos órgãos aéreos são revestidas por uma 
camada lipídica, podendo ser uma cera ou uma cutícula (Figura 62). A espessura 
dessa camada pode variar de planta para planta, dependendo do ambiente em 
que ela esteja. Plantas de ambiente xérico (seco) tendem a possuir uma cutícula 
muito mais espessa do que plantas de ambiente úmido. A ornamentação das 
ceras epidérmicas pode ser usada como ferramenta para taxonomia.
FIGURA 62 – SECÇÃO TRANSVERSAL DO CAULE DE Bacopa Monnierioides 
(FAMÍLIA PLANTAGINACEAE)
FONTE: Alquini et al. (2006, p. 105)
Note que a seta evidencia a epiderme com cutícula.
• Estômatos (Figura 63)
São estruturas que existem tanto nas folhas como nos caules jovens e 
também nas flores. São formadas por duas células epidérmicas especializadas, 
chamadas de células-guarda, que delimitam uma fenda, o poro estomático (ou 
ostíolo). Geralmente, as células-guarda apresentam formato reniforme, com 
exceçãode certas monocotiledôneas, que apresentam formato de halteres; e são 
as únicas células epidérmicas que contêm cloroplastos.
As células que circundam as células-guarda são denominadas células 
anexas ou subsidiárias. Mas atenção! Somente são consideradas células anexas 
aquelas que circundam o estômato e que são claramente diferentes das demais 
células epidérmicas. O número de células anexas pode variar de acordo com a 
espécie.
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
99
FIGURA 63 – COMPLEXO ESTOMÁTICO EM DICOTILEDÔNEA. A. ESQUEMA. B. COMPLEXOS 
ESTOMÁTICOS FORMADOS POR DUAS CÉLULAS-GUARDAS E QUATRO CÉLULAS ANEXAS EM 
TRADESCANTIA PALLIDA (FAMÍLIA COMMELINACEAE)
FONTE: A. Ferri (1984, p.37). B. Disponível em: <http://www.ibilce.unesp.br/Home/
Departamentos/ZoologiaeBotanica/AnatomiaVegetal/morfologiavegetal/tradescantia-estomato.
jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016.
A função principal dos estômatos é tornar possível a troca de gases entre 
a parte interna da planta com o ambiente externo, ou seja, com o ar atmosférico 
e também com a transpiração da planta (saída de água sob a forma de vapor). 
O processo se dá quando o vapor d’água e os gases (CO2) passam pelo ostíolo, 
que tem sua abertura diminuída ou aumentada, regulada pelas células-guarda, 
devido ao acúmulo ou à perda de água. Há uma distensão das células-guarda 
quando estiverem cheias de água. Como consequência, o lado interno, que é mais 
grosso (menos flexível), é repuxado, fazendo com que o ostíolo se abra. Todo o 
processo no sentido inverso acontece quando as células-guarda perdem água.
Tricomas e pelos radiculares (Figura 64)
São apêndices epidérmicos e podem ter estrutura e funções variadas. 
Podem ser unicelulares ou multicelulares, ramificados ou não. É muito frequente 
encontrarmos tricomas em todos os órgãos vegetais. 
Podemos classificar os tricomas em não glandulares (ou também chamados 
tectores) (Figura 64-A) e glandulares (Figura 64-B). Os tricomas glandulares estão 
envolvidos com o armazenamento e excreção de várias substâncias secretadas 
pela planta, como óleos, néctar, sais, resinas, mucilagens e água. A extremidade 
destes tricomas é formada por uma “cabeça” unicelular ou multicelular. Os não 
glandulares têm capacidade de absorver água e sais minerais da atmosfera.
Os pelos radiculares (Figura 64-C), associados à função de absorção de 
água e nutrientes, são projeções epidérmicas da raiz, aumentando a área de 
contato destas raízes com o substrato.
A B
Células-guarda
Células anexas
ostíolo
núcleo Cloroplastos
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
100
FIGURA 64 – A-B. TRICOMAS. A. NÃO GLANDULAR. B. GLANDULAR. C. PELO RADICULAR
FONTE: A-B. Disponível em <http://www.anatomiavegetal.ibilce.unesp.br/cursos/
morfologiavegetal/imagens-aula/epiderme/leonotis-tricomas.jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016. 
C. Appezzato-da-Glória & Hayashi (2006, p. 275)
• Acúleos (Figura 65)
Geralmente, esses apêndices epidérmicos são confundidos com espinhos 
(não destacáveis), pois são projeções epidérmicas pontiagudas endurecidas por 
lignina, resistentes e que servem à defesa. São encontrados, por exemplo, na rosa 
(Rosa sp. - família Rosaceae).
FIGURA 65 – ACÚLEOS EM ROSEIRA (Rosa sp. - FAMÍLIA ROSACEAE)
A B C
FONTE: A-B. Disponível em: <http://www.uff.br/horto/apostilacaule.htm>. B. Disponível 
em: <http://www.naturezabrasileira.com.br/fotos/watermark/wm_IMG17556.jpg>. 
Acessos em: 18 fev. 2016.
Na figura podemos identificar: A. Visão geral. B. Detalhe do acúleo. C. O 
acúleo, diferentemente do espinho, pode ser retirado com facilidade por se tratar 
apenas de uma projeção epidérmica. 
A B C
Pc
Ex
Ep
Pr
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
101
• Hidatódios
Os hidatódios são estruturas secretoras e excretoras, muitas vezes foliares, 
cuja função é eliminar soluções aquosas muito diluídas (eliminação da água pela 
planta na forma líquida).
Por serem epidérmicas, geralmente apresentam um poro, tecido 
subepidérmico frouxo, que fica em contato direto com terminações vasculares 
do xilema de uma nervura. Sua localização acontece nos bordos das folhas. Um 
fenômeno muito interessante realizado pelos hidatódios é a gutação (Figura 66) 
ou sudação, por isso, possuem semelhanças com os estômatos e são, muitas vezes, 
chamados de estômatos aquíferos.
As plantas que perdem água através de hidatódios frequentemente estão 
em ambiente com solo encharcado.
FIGURA 66 – GUTAÇÃO
A B
A. Vista geral do processo em uma folha. B. Detalhe esquemático de um hidatódio. FONTE: 
Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/3466774/>. Acesso em: 11 fev. 2016.
b) Periderme
Nos vegetais que possuem crescimento secundário, ou seja, crescimento 
em espessura, a epiderme pode não acompanhar tal crescimento e vir a se romper. 
Entretanto, a planta não pode ficar sem um tecido de revestimento para lhe 
proteger. Se isso vir a acontecer, um tecido de revestimento secundário, chamado 
periderme, irá se formar antes do rompimento da epiderme e a substituirá (veja 
novamente a Figura 60).
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
102
NOTA
A periderme é formada a partir da atividade do felogênio, e é constituída pelo 
próprio felogênio e suas camadas derivadas, o súber e a feloderme.
3.2 TECIDO DE PREENCHIMENTO
O tecido de preenchimento é denominado parênquima ou tecido 
fundamental. Este tecido age na assimilação e reserva de substâncias. É o tecido 
mais frequente nos vegetais, pois é encontrado em todos os órgãos da planta e 
suas células fazem parte até mesmo da composição de outros tecidos (como os de 
condução). 
O tecido parenquimático é constituído por células vivas com grandes 
vacúolos, pouco especializadas, geralmente isodiamétricas, ocasionalmente 
alongadas e poliédricas, envoltas por uma parede celular primária delgada 
e flexível, o que capacita a célula a ter divisões mitóticas contínuas. Todo esse 
potencial de divisão confere ao tecido o potencial de atividades regenerativas 
teciduais, cicatrização de partes lesionadas, formação de raízes e caules adventícios 
e união de enxertos. Assim, pode-se afirmar que o parênquima é potencialmente 
meristemático. 
O tecido parenquimático possui funções importantes, tais como a de 
promover a fotossíntese, a respiração, o armazenamento de substâncias de 
reserva, secreção, excreção, flutuação, entre outras. Muitas vezes, apresentam 
meatos, lacunas e câmaras de ar, que são os espaços intercelulares.
DICAS
Meatos: espaços menores do que as células que o circundam.
Lacunas: espaços mais ou menos iguais ao do tamanho das células.
Câmaras: espaços maiores do que as células.
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
103
Os principais tipos de parênquima são:
a) Parênquima fundamental
Alguns autores o chamam também de parênquima de preenchimento. De 
acordo com Scatena & Scremin-Dias (2006, p. 111), “ele está presente na região 
mais central dos caules e das raízes adventícias, na região cortical de caules, raízes 
e pecíolos e nas nervuras proeminentes da folha. Suas células podem ter vários 
formatos e conter substâncias e plastos”.
FIGURA 67 – SECÇÕES TRANSVERSAIS EVIDENCIANDO AS REGIÕES CORTICAL E 
MEDULAR, PREENCHIDAS POR PARÊNQUIMA. A. RAIZ. B. CAULE
FONTE: A. Disponível em: <http://www.ujaen.es/investiga/atlas/raizmaiz/raizmaiz
4xpmedular.htm>. B. Disponível em: <http://www.ibilce.unesp.br/Home/Departa
mentos/ZoologiaeBotanica/AnatomiaVegetal/morfologiavegetal/crescentia-caule-
2ario-1.jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016.
b) Parênquima clorofiliano
As células deste parênquima são vivas e localizadas próximas à superfície 
dos órgãos formados por tecidos onde as células são ricas em cloroplastos 
(principalmente folhas e caules jovens). Na parte interna dos cloroplastos 
encontramos a clorofila, um pigmento verde cuja função é absorver a luz 
necessária para realização da fotossíntese. 
Nas folhas há basicamente dois tipos de parênquima: parênquima 
clorofiliano paliçádico e o parênquima clorofiliano esponjoso (Figura 68).
- Parênquima clorofiliano paliçádico: encontrado logo após a epidermesuperior, 
e em algumas poucas folhas, logo após a epiderme inferior também. Suas 
células são alongadas, justapostas e dispostas em formato de uma paliçada, 
por isso recebe esse nome. 
A B
Co
Co
M
M
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
104
- Parênquima clorofiliano esponjoso: também chamado por alguns autores 
de parênquima lacunoso. Está localizado entre o parênquima paliçádico 
e a epiderme inferior da folha. Nas folhas que apresentam duas porções de 
parênquima paliçádico, o parênquima esponjoso encontra-se entre elas. Suas 
células são geralmente isodiamétricas ou irregulares, deixando entre si espaços 
intercelulares grandes, cuja função é permitir a circulação de ar na folha.
FIGURA 68 – PARÊNQUIMA CLOROFILIANO. A. ESQUEMA. B. SECÇÃO TRANSVERSAL DA 
FOLHA DE CICA (Cycas revoluta – FAMÍLIA CYCADACEAE
A B
EP
PP
PE
PS
Legenda: Ep – epiderme; Es – estômato; PE – parênquima esponjoso; PP – parênquima 
paliçádico. FONTE: A. Disponível em: <http://1.bp.blogspot.com/MkMLT2P8sFw/Tl1sxtebqQI/
AAAAAAAAAhI/2r1hoAfhJtw/s1600/515.png>. B. Disponível em: <http://www.ibilce.unesp.br/
Home/Departamentos/ZoologiaeBotanica/AnatomiaVegetal/morfologiavegetal/cycas3.jpg>. 
Acesso em: 18 fev. 2016.
c) Parênquima de reserva
Encontrado em raízes, caules, frutos e sementes, cujo papel é armazenar 
diversas substâncias, como amido, gorduras, açúcares. As reservas estão em 
plastos ou dissolvidas no suco vacuolar. 
De acordo com o material armazenado, podemos distinguir alguns tipos 
de parênquima de reserva. Os mais comuns são:
- Parênquima amilífero (Figura 69-A): neste tecido encontramos plastos que 
armazenam amido (leucoplastos do tipo amiloplastos). Muito abundante em 
órgãos subterrâneos, como raízes tuberosas (mandioca) e tubérculos (batatinha-
inglesa).
- Parênquima aerífero ou aerênquima (Figura 69-B): nesse tipo de parênquima 
há espaços intercelulares muito bem desenvolvidos, que serão usados para 
ventilação dos órgãos, bem como para flutuação de plantas aquáticas, como o 
aguapé.
- Parênquima aquífero ou hidrênquima (Figura 69-C): esse tipo de parênquima 
se caracteriza por ocupar espaços intercelulares com mucilagem, que vão 
acumular muita água. São encontrados em plantas xerofíticas, isto é, plantas 
que vivem em regiões secas (cactos e barrigudas), em especial nas suculentas 
ou em algumas plantas epífitas (orquídeas).
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
105
FIGURA 69 – SECÇÕES TRANSVERSAIS DE VÁRIOS ÓRGÃOS MOSTRANDO 
PARÊNQUIMAS DE RESERVA
A. Tubérculo Solanum tuberosum (família Solanaceae), mostrando parênquima 
amilífero. B. Caule de Myriophyllum aquaticum (família Haloragaceae), evidenciando 
a presença de aerênquima. C. Secção transversal da folha de Aechema capixabae 
(família Bromeliaceae), mostrando hidrênquima (ha). FONTE: A. Disponível em: 
<http://candreel.wix.com/anatomianaescola#!visualizacao-de-graos-de-amido-2/
cbvc>. B. Disponível em: <http://www.ibilce.unesp.br/Home/Departamentos/
ZoologiaeBotanica/AnatomiaVegetal/morfologiavegetal/myriophyllum-caule.jpg>. 
Acesso em: 11 fev. 2016. C. Aoyama & Sajo (2003, p. 466)
3.3 TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO
A estrutura do corpo das plantas é formada por uma espécie de esqueleto 
cuja função é sustentá-la. Esses tecidos, que podem ser tanto vivos como mortos, 
dão consistência às plantas e são chamados de tecidos mecânicos. 
Existem dois tipos de tecidos de sustentação: o colênquima e o 
esclerênquima.
a) Colênquima (Figura 70)
Este tecido apresenta células vivas com paredes celulares primárias 
irregularmente espessadas e formato variável (curtas, longas ou isodiamétricas). 
É encontrado em raízes e nos caules novos e herbáceos, nos pecíolos das folhas 
e também nos pedúnculos das flores e inflorescências. Confere plasticidade e 
flexibilidade aos órgãos, justamente porque é mais frequente em órgãos sujeitos 
a movimentos constantes. 
A
B C
ha
et
Célula do
parênquima
amilífero
Grãos de amido
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
106
O colênquima pode ser classificado de acordo com o tipo de espessamento 
da sua parede celular observada em secção transversal. Os mais comuns são o 
angular (Figura 70-A), anelar (Figura 70-B) e lamelar (Figura 70-C).
FIGURA 70 – COLÊNQUIMA
A. ANGULAR. B. ANELAR. C. LAMELAR. FONTE: Disponível em: A. <https://escolaeducacao.
com.br/tecidos-de-preenchimento-e-sustentacao-vegetal-parenquima-colenquima-e-
esclerenquima/colenquima-angular-espessamento-da-parede-corado-em-azul/> B. <http://
www2.dracena.unesp.br/graduacao/arquivos/morfol_plan_forrag/4aula4Capitulo_19_09_11.
pdf> C. <https://mmegias.webs.uvigo.es/02-english/1-vegetal/v-imagenes-grandes/
colenquima_laminar.php>. Acesso em: 26 jul. 2018
b) Esclerênquima (Figura 71)
Este tecido apresenta células mortas na maturidade, paredes celulares 
secundárias contendo depósitos regulares de lignina, ou seja, apresenta-se 
bastante espessada. Localiza-se em regiões velhas das plantas, anexo aos tecidos 
condutores e nas folhas junto às nervuras, solidificando as partes adultas da 
planta. Entre as funções exercidas por esse tipo de tecido está a resistência, pois é 
um tecido altamente consistente e inflexível. 
O esclerênquima é composto por dois tipos de células: as esclereídes 
(Figura 71-A) e as fibras (Figura 71- C). 
- Esclereídes: são encontradas isoladas ou agrupadas de maneira esparsa, têm 
formatos variados. Podem ainda ser classificadas de acordo com sua morfologia. 
Como exemplos de esclereídes podemos citar as células pétreas (também 
chamadas braquiesclereíde) (Figura 71-A) e as astroesclereídes (Figura 71-B).
- Fibras: são células bastante alongadas (fusiformes), com diâmetro reduzido, 
extremidades afiladas e ricas em lignina. Podem ser encontradas em todos 
os órgãos das plantas formando grupos (que chamamos de cordões), como 
observamos na Figura 71-C, ou de forma isolada.
A B
 PCL
 COL C
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
107
FIGURA 71 – ESCLERÊNQUIMA
FONTE: A-B: Rodrigues et al. (2010, p. 62,64). C: A autora
Na figura: A-B. Esclereídes. A. Células-pétreas. B. Astroesclereídes. C. 
Fibras vistas em escapo floral.
3.4 TECIDOS DE CONDUÇÃO
São os tecidos que conduzem as seivas bruta (água e sais minerais) e 
elaborada (produtos fotoassimilados diluídos em água) pela planta. Podem ser de 
dois tipos: xilema (transporta seiva bruta) e floema (transporta seiva elaborada). 
Vamos conhecer um pouco mais sobre esses tecidos complexos e tão importantes?
a) XILEMA 
Alguns autores também o chamam de lenho. É o tecido condutor da seiva 
bruta (água e sais minerais retirados do solo pelas raízes). É o tecido condutor mais 
abundante nas plantas, principalmente naquelas que conseguem desenvolver um 
crescimento secundário. Nas espécies arbóreas, ou seja, nas espécies de árvores, 
além da função de transporte da seiva, este tecido participa da sustentação da 
planta.
O xilema pode ser formado pelos seguintes tipos celulares:
- células parenquimáticas;
- células esclerenquimáticas (principalmente fibras);
- elementos traqueais: podem ser de dois tipos: as traqueídes, que ocorrem 
nas gimnospermas e angiospermas muito primitivas, e os elementos de vaso, 
ocorrem na grande maioria das angiospermas. 
A B C
Canal da
Pontoação
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
108
Veja que os tecidos parenquimático e esclerenquimático ajudam a compor o 
tecido xilemático.
ATENCAO
As traqueídes são células longas com as extremidades afiladas. São 
imperfuradas, isto é, suas extremidades não apresentam nenhum tipo de abertura 
(placa de perfuração nas paredes terminais). 
Os elementos de vaso são células perfuradas, ou seja, possuem placa de 
perfuração. As placas de perfurações geralmente ocorrem nas paredes terminais 
dos elementos e são responsáveis pela comunicação e pela passagem da água 
entre as células. As placas de perfuração podem ser simples, ou apresentar algum 
tipo de bloqueio.
Assim, vemos que nas plantas mais primitivas ocorrem elementos 
traqueais do tipo traqueídes (células muito longas ecom o diâmetro reduzido), 
enquanto que nas plantas mais derivadas (evoluídas), os elementos traqueais são 
elementos de vaso (células menores e com o diâmetro maior). Quanto menor for 
o tamanho e o diâmetro maior destes elementos de vaso, mais derivada é a planta.
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
109
FIGURA 72 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE ELEMENTOS DE 
VASO E EVOLUÇÃO DOS ELEMENTOS DE VASO
Elementos de vaso
Fibras
Traqueídes
A-D: Fibras. E-G: Traqueídes. H-L: Elementos de vaso. FONTE: 
Rodrigues et al. (2010, p. 74)
Nos elementos de vaso, a parede secundária pode depositar-se de 
maneira graduada. Esse depósito pode começar de maneira anelar, passando 
para helicoidal, escalariforme e, por último, o pontoado (quando a parede já está 
bem formada).
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
110
FIGURA 73 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DOS TIPOS DE 
ESPESSAMENTO DOS ELEMENTOS DE VASO
FONTE: Raven et al. (2007, p. 390)
Na figura: elementos com espessamento anelar e helicoidal pertencem 
ao protoxilema, e elementos com espessamento helicoidal mais próximo, 
escalariformes e pontoado, pertencem ao metaxilema. 
Para melhor entendimento, costumamos dividir o xilema em primário e 
secundário. 
• Xilema primário
O xilema primário é aquele que aparece nas regiões em crescimento 
primário da planta e pode permanecer mesmo quando já ocorre crescimento 
secundário, porém, muitas vezes, sem função. Podemos dividi-lo em protoxilema 
e metaxilema.
O protoxilema é o primeiro a ser formado a partir do procâmbio. Ocorre 
em regiões do vegetal que ainda não completaram seu crescimento e diferenciação 
(regiões muito jovens). Muitas vezes, pode estar obliterado (não mais funcional) 
em regiões mais desenvolvidas devido a pressões contínuas de crescimento. Nas 
Anelar
(anéis)
Helicoidal
(espiral)
Escalariforme
(em forma de escada)
Pontoado
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
111
monocotiledôneas podem ser formadas lacunas de protoxilema no espaço onde 
um elemento traqueal do protoxilema se colapsou e tornou-se não mais funcional. 
Nesse espaço, delimitado pelas células parenquimáticas que circundavam o 
elemento traqueal, podem ser vistos restos de espessamento anelar da parede 
secundária. 
As células do metaxilema atingem a maturidade após a completa distensão 
dos tecidos. É mais complexo do que o protoxilema. Em plantas sem crescimento 
secundário, o metaxilema permanece funcional durante toda a vida da planta.
FIGURA 74 – XILEMA PRIMÁRIO COM PROTOXILEMA (PX) E METAXILEMA (MX). SECÇÃO 
TRANSVERSAL E LONGITUDINAL
FONTE: Esemann-Quadros (2004) 
• Xilema secundário
 Ocorre em gimnospermas e angiospermas dicotiledôneas. Tem sua 
origem a partir do câmbio vascular e está organizado em dois sistemas distintos, 
o sistema axial, orientado verticalmente no caule e raiz, paralelo ao eixo do órgão, 
e o sistema radial, orientado horizontalmente no caule e raiz, perpendicular ao 
eixo do órgão formado basicamente por células parenquimáticas (parênquima 
radial) que forma os raios parenquimáticos. O início dos raios estabelece o limite 
entre xilema primário e secundário.
MX
MX
PX
PROTOXILEMA METAXILEMA
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
112
FIGURA 75 – SECÇÃO TRANSVERSAL DO CAULE DO SABUGUEIRO 
(SAMBUCUS SP - FAMÍLIA ADOXACEAE) EM CRESCIMENTO SECUNDÁRIO.
Legenda: FS – floema secundário; MX – metaxilema; PE – periderme; PX – 
protoxilema; XP – xilema primário; XS – xilema secundário; a seta indica fibras 
do floema primário. FONTE: Sajo & Castro (2006, p. 299)
b) FLOEMA
É um tecido complexo, mas suas células principais não sofrem lignificação. 
É formado por um sistema contínuo, que conduzirá a seiva elaborada (compostos 
orgânicos formados na folha pelo processo da fotossíntese), que parte geralmente 
das folhas para todas as outras partes da planta.
Assim como o xilema, ele também é constituído por três elementos:
- células parenquimáticas: existem as comuns e as especializadas, denominadas 
albuminosas (nas gimnospermas) e companheiras (nas angiospermas). Esse 
parênquima especializado tem como função auxiliar a condução da seiva e 
dar suporte aos elementos crivados, uma vez que este tipo celular perde seu 
conteúdo celular;
- células esclerenquimáticas (principalmente fibras); 
- elementos crivados: células que conduzem a seiva elaborada e que, quando 
adultas, geralmente são desprovidas de núcleo. Nas gimnospermas estão 
presentes as células crivadas, enquanto que nas angiospermas observamos a 
presença dos elementos de tubo crivado.
MX PX
XP
XSFS
PE
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
113
FIGURA 76 – TIPOS CELULARES DO FLOEMA DO CAULE DE ABÓBORA (Cucurbita 
maxima – FAMÍLIA CUCURBITACEAE)
A B
C
Células companheiras Célula companheira
Elementos de tubo
crivado imaturos
Elementos de tubo
crivado maduros
Placa
crivada
Célula 
companheira
A-B. Secções transversais. C. Secção longitudinal. FONTE: Raven et al. (2007, p. 540)
As setas indicam corpos de proteína.
Floema primário
Assim como o xilema primário, o floema primário tem origem no 
procâmbio. Ele forma primeiramente o protofloema e só depois o metafloema. 
O protofloema apresenta células parenquimáticas, podem se diferenciar em 
fibras e células crivadas. Não ocorrem tubos crivados e células companheiras. 
O metafloema pode apresentar tubos crivados, células crivadas, células 
parenquimáticas e esclerenquimáticas.
Floema secundário (veja Figura 75)
É o conjunto de células derivadas externas diferenciadas do câmbio 
vascular. O câmbio forma floema secundário em menor quantidade do que o xilema 
secundário. O floema secundário também apresenta um sistema axial e um radial.
3.5 TECIDOS DE SECREÇÃO E CÉLULAS SECRETORAS
São estruturas envolvidas na excreção e secreção de substâncias. 
Entretanto, nem sempre se pode reconhecer a excreção da secreção nos vegetais. 
Entendemos por excreção todo aquele material produzido e que não mais 
será aproveitado no processo metabólico do vegetal. Já a secreção se refere a todo 
aquele material resultante do processo metabólico e que ainda pode ser aproveitado. 
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
114
Sabemos que os vegetais acumulam o material de secreção e excreção, 
entretanto, nem sempre é possível fazer a distinção entre um e outro processo. 
Essas substâncias podem ou não ser lançadas no exterior. 
Quando as substâncias secretoras são lançadas fora do organismo são 
ditas estruturas secretoras externas. Podem ser:
- Tricomas secretores ou glandulares (Figura 77): são projeções epidérmicas que 
produzem secreções diferentes, de acordo com as plantas em que se encontram. 
Apresentam uma porção apical (uni ou pluricelular) e um pedúnculo. Há 
alguns tipos especiais de tricomas glandulares: (a) coléter, que produz uma 
substância pegajosa que cobre a gema, deve estar relacionado à proteção e está 
presente, por exemplo, no café (Coffea arábica – família Rubiaceae); (b) glândulas 
de sais, que estão associadas à remoção de excesso de sais das plantas e inibir 
herbívoros, e portanto, presentes em plantas de ambiente salino; (c) glândulas 
digestivas, que secretam enzimas que digerem as “presas”, comuns em plantas 
insetívoras.
FIGURA 77 – TRICOMA GLANDULAR
FONTE: Esau (1974, p. 126)
- Emergências secretoras (Figura 78): têm origem epidérmica e subepidérmica. 
Estão relacionadas à secreção e eliminação de substâncias na superfície do 
órgão, auxiliando no processo de dispersão do fruto. 
TÓPICO 2 | TECIDOS VEGETAIS
115
FIGURA 78 – EMERGÊNCIA SECRETORA EM FRUTO DE ESPORA-DE-GALO 
(Pisonia aculeata – FAMÍLIA NYCTAGINACEAE)
FONTE: Disponível em <http://www.botany.hawaii.edu/faculty/carr/images/
pis_bru_fr.jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016.
- Nectários (Figura 79): secretam néctar. Podem ser: florais, quando ocorrem nas 
flores (ovário, estame, sépala, pétala, receptáculo) ou em inflorescências; ou 
extraflorais, podem ocorrer, por exemplo, nas folhas. 
FIGURA 79 – NECTÁRIOS
A-B: EXTRAFLORAIS. C: FLORAIS. FONTE: Disponível em: A. <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/8d/Prunus-laurocerasus-extrafloral-nectaries.jpg>. B.
<https://photos.smugmug.com/Ants/Taxonomic-List-of-Ant-Genera/Ectatomma/i-
3QGt8Ts/1/5d2246f9/S/tuberculatum11-S.jpg>. C. <http://petbioufgd.ning.com/photo/
detalhe-do-nectario-de?context=popular>. Acesso em: 26 jul. 2018
A
B
C
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
116
- Hidatódios (veja Figura 66): aqui encontramos estruturas que excretam água 
na forma líquida. Esse processo é denominado de sudação ou gutação.
Quando são lançadas para o interior, denominam-se estruturas secretoras 
internas e podem ser:
- Células secretoras (veja Figura 57): são os já mencionados idioblastos. Podem 
secretar substâncias como taninos, mucilagens, cristais, óleos essenciais, resinas 
e outras.
- Canais ou cavidades secretoras (Figura 80): são originados da dissolução de 
células ou pela separação das células. As cavidades, localizadas no tecido, 
apresentam células desintegradas ao redor do lume. Os canais percorrem 
o tecido ou órgão em certa extensão, e as células ao redor apresentam-se 
organizadas, limitando o lume.
FIGURA 80 – SECÇÃO TRANSVERSAL DE FOLHA DE GRUMIXAMA 
(Eugenia brasiliensis – FAMÍLIA MYRTACEAE) EVIDENCIANDO CAVIDADES 
SECRETORAS EM UMA FOLHA
FONTE: Disponível em: <http://www.scielo.br/img/revistas/rbfar/
v17n3/17f14.jpg>. Acesso em: 18 fev. 2016.
- Lactíferos: são ductos ramificados com um grande vacúolo central, revestido 
por um citoplasma plurinucleado. O vacúolo contém uma substância leitosa, o 
látex. Sua função ainda não é muito clara, mas pode estar associada à proteção 
do vegetal em situação de ferimentos.
117
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
• Os tecidos são conjuntos de células com a mesma origem e organização, e que 
realizam determinada função.
• Podemos dividir os tecidos em: embrionários (ou meristemáticos) ou 
permanentes (tecido de revestimento, sustentação, preenchimento e condução, 
também chamado de vascular).
• Os tecidos meristemáticos são tecidos permanentemente jovens que retêm a 
potencialidade para divisões após o término da embriogênese. 
• Os meristemas podem ser classificados quanto à posição (apicais ou laterais) 
e quanto à origem (primários ou secundários, sendo que os primários 
correspondem aos apicais e os secundários, os laterais). 
• Os meristemas apicais estão localizados, como o nome sugere, no ápice da raiz 
e do caule e são responsáveis pelo crescimento primário (crescimento apical) 
do vegetal. 
• Existem três meristemas primários: protoderme (dará origem à epiderme); 
meristema fundamental (dará origem ao parênquima, colênquima e 
esclerênquima) e o procâmbio (dará origem ao xilema e floema primários).
• Os meristemas laterais estão relacionados ao crescimento secundário 
(crescimento em espessura).
• Há dois meristemas secundários: câmbio vascular (dá origem ao xilema e 
floema secundários) e o felogênio (origina o súber e a feloderme).
• Os tecidos permanentes são especializados em diferentes funções, como 
revestimento, sustentação, preenchimento, vascularização da planta.
• O tecido de revestimento primário é denominado epiderme.
• A epiderme está presente em todos os órgãos vegetais e, em geral, é unisseriada, 
aclorofilada e não apresenta espaços intercelulares.
• A epiderme pode apresentar células especializadas como estômatos, tricomas, 
células buliformes etc.
118
• Estômatos são formados por duas células-guardas, clorofiladas, que delimitam 
uma abertura (o ostíolo, que vai permitir as trocas gasosas na respiração e 
também na fotossíntese). As células que o circundam são chamadas anexas.
• Nas plantas que apresentarem crescimento secundário, a epiderme é substituída 
pela periderme (formada pela associação do súber, felogênio e feloderme).
• O parênquima pode apenas preencher espaços ou ser especializado, como por 
exemplo, aerênquima (armazena ar entre as células), hidrênquima (armazena 
água dentro das células), amilífero (reserva amido), clorofiliano (apresenta 
muitos cloroplastos).
• Existem dois tecidos de sustentação: colênquima (apresenta apenas parede 
primária) e esclerênquima (apresenta, também, parede secundária). 
• Colênquima confere maior flexibilidade aos órgãos vegetais, enquanto que o 
esclerênquima confere maior rigidez.
• Existem dois tipos de tecidos vasculares: xilema e floema, que transportam 
seivas bruta e elaborada, respectivamente.
• Os tecidos vasculares formados durante o crescimento primário (formados a 
partir do procâmbio) são chamados xilema e floema primários; enquanto que, 
os tecidos formados durante o crescimento secundário (formados a partir do 
câmbio vascular) são chamados xilema e floema secundários.
• Xilema primário é dividido didaticamente em protoxilema e metaxilema.
• O xilema pode ser formado pelos seguintes tipos celulares: células 
parenquimáticas, células esclerenquimáticas (principalmente fibras) e 
elementos traqueais.
• Gimnospermas e angiospermas muito primitivas apresentam traqueídes e as 
demais angiospermas apresentam elementos de vaso, como seus elementos 
traqueais, respectivamente. 
• Floema primário é dividido didaticamente em protofloema e metafloema.
• O floema é constituído por três elementos: células parenquimáticas, células 
esclerenquimáticas (principalmente fibras) e os elementos crivados.
• No floema, as células parenquimáticas são divididas em comuns e 
especializadas (denominadas albuminosas nas gimnospermas, e companheiras 
nas angiospermas). 
119
• Há dois tipos de elementos crivados: células crivadas, presentes em 
gimnospermas; e elementos de tubo crivado, presentes em angiospermas.
• As estruturas secretoras podem ser externas (quando lançam para fora as 
substâncias) e internas (quando lançam dentro do organismo as substâncias).
• São exemplos de secretoras externas: tricomas secretores ou glandulares, 
emergências, nectários, hidatódios.
• São exemplos de estruturas secretoras internas: células secretoras, canais ou 
cavidades secretoras, lactíferos.
120
AUTOATIVIDADE
1 O floema é formado por três tipos celulares. São eles: 
a) ( ) elementos de tubo crivado, parênquima e fibras.
b) ( ) elementos de tubo crivado, célula companheira e esclerênquima.
c) ( ) células crivadas, células albuminosas e célula companheira.
d) ( ) elementos crivados, células parenquimáticas e fibras. 
e) ( ) elementos crivados, fibras e células esclerenquimáticas.
a) ( ) elementos de vaso, células parenquimáticas especializadas 
e traqueídes.
b) ( ) elementos traqueais, células parenquimáticas e fibras. 
c) ( ) elementos de vaso, células parenquimáticas e fibras.
d) ( ) traqueídes, elementos de vaso e fibras.
e) ( ) esclerênquima, parênquima e elementos de vaso.
a) ( ) Epiderme, Protoderme.
b) ( ) Epiderme, Endoderme.
c) ( ) Protoderme, Epiderme. 
d) ( ) Exoderme, Hipoderme.
e) ( ) Protoderme, Endoderme.
(1) aquífero
(2) aerênquima
(3) de preenchimento 
(4) de reserva 
(5) clorofiliano
( ) Observamos nos cotilédones do feijão e fruto da banana.
( ) É frequente em plantas suculentas e de ambiente xérico.
( ) Ocorre em caules jovens, pecíolo e principalmente no mesofilo das folhas.
( ) É o principal tecido encontrado no córtex e medula dos caules e raízes.
( ) Com espaços intercelulares grandes, interconectados e cheios de ar.
( ) Pode ser formado pela lise celular ou por espaços esquizógenos.
( ) Células com um grande vacúolo contendo água envolvido por fina camada 
de citoplasma.
2 O xilema é formado por três tipos celulares. São eles:
3 Ao se diferenciar, as células do(a) X origina Y. X e Y são, 
respectivamente:
4 Relacione as colunas indicando o tipo de parênquima, 
conforme sua descrição:
121
( ) Células isodiamétricas e meatos pequenos.
( ) Células cilíndricas, vacúolo grande, muitos cloroplastos e meatos.
( ) Comum em plantas aquáticas.
5 Assinale MP para as alternativas referentes a meristemas primários, MS 
para meristemas secundários, TP para tecidos primáriose TS para tecidos 
secundários:
( ) xilema primário
( ) procâmbio 
( ) meristema fundamental 
( ) feloderme
( ) felogênio
( ) xilema secundário
( ) floema secundário
( ) parênquima cortical
( ) súber
( ) câmbio vascular
( ) protoderme
( ) epiderme 
 
a) ( ) tricomas glandulares e tectores.
b) ( ) células albuminosas. 
c) ( ) células buliformes. 
d) ( ) células-guarda.
e) ( ) células subsidiárias.
Meristema primário Tecido primário que origina
6 São exemplos de células epidérmicas especializadas, 
EXCETO:
7 Sobre os meristemas, eles podem ser classificados em 
primários e secundários. Quem eles são?
8 Complete a tabela:
9 O que forma o câmbio vascular e o felogênio?
122
123
TÓPICO 3
OS ÓRGÃOS VEGETAIS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A partir de agora você conhecerá a estrutura anatômica básica dos órgãos 
vegetativos, como a raiz, o caule e as folhas.
2 RAIZ
De modo geral, a estrutura primária apresenta (de fora para dentro) três 
regiões:
FIGURA 81 – ESTRUTURA PRIMÁRIA DE UMA RAIZ
FONTE: Adaptado de Appezzato-da-Glória & Hayashi (2006, p. 275)
Pr
Ep
Ex
Pc
En
P
Fp
Xp
Epiderme
(sistema dérmico)
Córtex
(sistema de preenchimento)
Cilindro vascular
(sistema vascular)
124
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
IMPORTANT
E
Resumo do desenvolvimento da raiz
UNI
Em algumas orquidáceas, aráceas e outras monocotiledôneas, a epiderme pode 
ser multisseriada, sendo denominada velame. Tem como função fornecer proteção mecânica 
e térmica ao córtex e reduzir a perda de água.
FIGURA 82 – VELAME EM RAÍZES
A. Visão macroscópica do ápice radicular. B. Visão geral. C. Detalhe. FONTE: 
A. Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/_1XWnk18N0IE/S1xUZrNP0NI/
AAAAAAAAGzY/4bgXFKg09xw/s1600/Velames.jpg>. B. Disponível em: <http://www.
anatomiavegetal.ib.ufu.br/exercicios-html/FIGURAS/epi%202.png>. C. Disponível 
em: <http://www.ibilce.unesp.br/Home/Departamentos/ZoologiaeBotanica/
AnatomiaVegetal/morfologiavegetal/dendrobium2.jpg>. Acessos em: 11 fev. 2016.
A
B C
Córtex
Cilindro
centralVelame
Velame
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
125
A região compreendida entre a epiderme e o cilindro central é denominada 
córtex. Comumente ele é constituído por células parenquimáticas, e, portanto, 
é denominado de córtex parenquimático ou parênquima cortical. Se a camada 
mais externa do córtex for diferenciada das demais, ela pode receber o nome de 
exoderme ou hipoderme, embora não haja nenhuma relação com a epiderme. A 
camada mais interna do córtex é conhecida como endoderme (Figura 83).
FIGURA 83 – SECÇÃO TRANSVERSAL DE RAIZ DE JUNCO-DA-PRAIA 
(ANDROTRICHUM TRIGYNUM – FAMÍLIA CYPERACEAE)
FONTE: A autora
Note que, neste caso, o córtex apresenta aerênquima (parênquima com 
reserva de ar).
O primeiro estágio da diferenciação da endoderme é a presença da lamela 
de suberina. Em seguida, podemos observar nas células a presença de estrias 
de Caspary (Figura 85-A). Elas circundam as células, como anéis, e têm grande 
importância no processo de absorção de água pelo vegetal. 
Em plantas que não possuem crescimento secundário, as paredes das 
células da endoderme podem espessar-se. Esse espessamento pode ser uniforme, 
ou seja, pode ocorrer em todas as paredes da célula, ou pode estar ausente na 
parede periclinal externa. O primeiro tipo de espessamento é conhecido como 
espessamento em O (Figura 84-C), e o segundo, espessamento em U (Figura 84-B).
Endoderme
Cilindro
central
Córtex com
aerênquima
126
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
FIGURA 84 – ENDODERME
A. COM ESTRIAS DE CASPARY. B. COM ESPESSAMENTO EM U. C. COM ESPESSAMENTO EM O. 
FONTE: A. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Morfofisiologia_vegetal/
morfovegetal24.php>. Acesso em: 11 fev. 2016. B. Appezzato-da-Glória & Hayashi (2006, p.277). 
C. Vailati et al. (2008)
NOTA
A água penetra na raiz por duas vias: simplástica e apoplástica (Figura 85). 
Na via simplástica, a água é absorvida e passa por dentro da célula, sofrendo a seletividade da 
membrana plasmática até chegar à endoderme e elementos vasculares. 
Na via apoplástica, a água absorvida passa entre as paredes celulares e vai em direção 
ao cilindro central sem ser selecionada pela membrana plasmática. Contudo, ao atingir a 
endoderme ela é bloqueada pelas estrias de Caspary e obrigada a passar por dentro das 
células. Ou seja, tanto numa via quanto na outra, a água passa pela seletividade da membrana 
plasmática, graças à presença das estrias de Caspary.
FIGURA 85 – ROTAS DE ABSORÇÃO DE ÁGUA
FONTE: Disponível em: <http://www.acervoescolar.com.br/biologia/botanica/
imagens/alimentacao-das-plantas.jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016. 
banda de Caspary parede transversal
parede radial
A B C
Endoderme
Endoderme
En
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
127
Na posição mais interna da raiz encontramos o cilindro central. Ele é 
constituído de células não vasculares, como o periciclo (camada mais externa do 
cilindro central) e às vezes parênquima (por estar na parte mais central, denomina-
se parênquima medular ou medula), e tecido vascular primário (xilema e floema) 
(Figura 86).
FIGURA 86 – SECÇÃO TRANSVERSAL DA RAIZ DE ALFACE-D’ÁGUA (Pistia 
stratiotes – FAMÍLIA ARACEAE)
FONTE: Souza (2003, p. 96)
Note que sempre após a endoderme (camada mais interna do córtex) 
encontramos o periciclo (camada mais externa do cilindro central).
O periciclo é muito importante, pois ele origina as raízes laterais, e 
em plantas que crescem em espessura ele forma parte do câmbio vascular e o 
felogênio.
Na raiz, xilema e floema primários apresentam maturação centrípeta 
de suas células, isto é, encontramos o metaxilema na região mais central e 
o protoxilema perifericamente a ele, próximo ao periciclo. Assim, dizemos 
que na raiz o xilema primário é exarco (protoxilema externo). Entre os polos 
de protoxilema encontram-se os elementos do floema. Isto é, xilema e floema 
apresentam-se em cordões intercalados (Figura 86).
As raízes podem ser classificadas de acordo com o número de polos de 
protoxilema. Quando há dois polos recebe o nome de diarca; três polos, triarca; 
quatro polos, tetrarca; cinco polos, pentarca; seis ou mais, poliarca. Geralmente, 
plantas monocotiledôneas são poliarcas, enquanto que dicotiledôneas e 
gimnospermas possuem poucos polos de protoxilema.
Em raízes adventícias, o centro do cilindro central é ocupado por 
parênquima (Figura 86), e essa região central é denominada medula. Em raízes 
128
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
axiais há apenas grandes elementos do metaxilema ocupando a porção mais 
central da raiz. Assim, muito comumente, monocotiledôneas possuem medula no 
centro de suas raízes e dicotiledôneas somente metaxilema (nas raízes principais). 
Algumas plantas apresentam acréscimos de tecidos secundários no seu 
organismo, caracterizando um crescimento secundário, ou em espessura. Este 
crescimento resulta da atividade do câmbio vascular e do felogênio, ambos 
meristemas laterais ou secundários.
O câmbio vascular é originado, em parte, pelo procâmbio que não 
se diferenciou em xilema ou em floema primários e, em parte, pelo periciclo 
localizado em frente aos polos de protoxilema. Inicialmente, o câmbio originado 
do procâmbio inicia sua atividade, formando xilema e floema secundários. 
Posteriormente, o câmbio de origem pericíclica inicia a sua atividade formando 
raios largos (Figura 87).
FIGURA 87 – ESQUEMAS DE SECÇÕES TRANSVERSAIS DE RAIZ
FONTE: Ferri (1984, p. 71)
Na figura, você pode observar: A. Estrutura primária. B. Transição 
da estrutura primária para a secundária. C. Estrutura secundária. Note que a 
epiderme ainda está presente.
Para acomodar todo esse acréscimo de tecidos, a região periférica da raiz 
também sofre transformações. A epiderme pode não acompanhar o crescimento 
secundário e vir a se romper. Antes de isso vir a acontecer, o periciclo forma o 
felogênio, que, por sua vez, forma a periderme (súber + felogênio + feloderme) 
que substituiráa epiderme. Com o crescimento contínuo e a atividade dos 
meristemas laterais, os tecidos que ficavam externos ao periciclo, como córtex e 
epiderme, são eliminados (Figura 87).
Em raízes que não crescem em espessura, como nas espécies de 
monocotiledôneas, o córtex e a epiderme podem permanecer.
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
129
3 CAULE
De maneira geral, ao observarmos um caule com estrutura primária em 
secção transversal, podemos identificar (de fora para dentro) quatro regiões 
(Figura 88).
FIGURA 88 – SECÇÃO TRANSVERSAL DE CAULE COM ESTRUTURA PRIMÁRIA 
DE COLÉUS (Solenostemon scutellarioides - FAMÍLIA LAMIACEAE)
FONTE: Disponível em: <http://www.ibilce.unesp.br/Home/Departamentos/
ZoologiaeBotanica/AnatomiaVegetal/morfologiavegetal/coleus1.jpg>. Acesso 
em: 11 fev. 2016.
Veja que o cilindro vascular é a região onde estão localizados os tecidos 
vasculares (xilema e floema).
IMPORTANT
E
Resumo do desenvolvimento do caule
Medula
Cilindro
vascular
Córtex
Epiderme
130
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
A epiderme do caule geralmente é unisseriada (Figuras 88 e 89) e pode 
estar recoberta por uma cutícula. Em caules jovens ou que não crescem em 
espessura, podemos também observar estômatos e tricomas de vários tipos.
No córtex, a camada mais externa (se for diferenciada das demais) é 
denominada de exoderme ou hipoderme, assim como vimos na raiz. Pode 
haver um parênquima homogêneo e fotossintetizante, ou um colênquima 
ou esclerênquima (em cordões ou em uma faixa contínua de células), células 
secretoras de látex, mucilagem, idioblastos com taninos ou cristais. Alguns 
caules são verdadeiros órgãos de reserva, principalmente amido. Se o amido 
estiver presente na endoderme, ela recebe a denominação bainha amilífera. O 
limite interno do córtex é feito pela endoderme, que pode apresentar estrias de 
Caspary, assim como vimos nas raízes. Quando a endoderme não apresenta 
nenhuma característica especial (amido ou espessamento), a delimitação entre 
o córtex e o cilindro central é difícil. Mesmo assim, há sempre uma camada 
com características químicas e fisiológicas da endoderme (que pode não estar 
associada à especialização morfológica).
No cilindro central, também chamado estele, encontramos o periciclo 
(camada mais periférica), os tecidos vasculares (xilema e floema) e a medula. 
O periciclo pode ser unisseriado ou multisseriado (Figura 89), geralmente 
é parenquimático e pouco diferenciado. Possui alta capacidade de divisão 
celular, sendo responsável pela origem das raízes adventícias e por parte do 
câmbio vascular.
FIGURA 89 – SECÇÃO TRANSVERSAL DO CAULE DE PAPO-DE-PERU (Aristolochia 
sp. FAMÍLIA ARISTOLOCHIACEAE)
FONTE: Sajo & Catro (2006, p. 293)
Córtex
Periciclo
Medula
fistulosa
Epiderme
X
F
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
131
Observe o periciclo multisseriado e esclerenquimático.
Os tecidos vasculares primários são originados do procâmbio. Observe na 
Figura 89 a distribuição de xilema e floema. Eles estão organizados de maneira 
associada. Essa associação de xilema e floema é chamada de feixe vascular. Nas 
dicotiledôneas, os feixes vasculares estão organizados ao redor do parênquima 
medular e separados entre si por parênquima. Essa disposição da estele é 
denominada Eustele (Figura 89). Já nas monocotiledôneas, os feixes vasculares 
encontram-se dispersos de maneira aleatória no parênquima. A estele então 
recebe o nome de Atactostele (Figura 90).
FIGURA 90 – SECÇÃO TRANSVERSAL DO RIZOMA DE JUNCO-DA-PRAIA 
(Androtrichum trigynum – FAMÍLIA CYPERACEAE)
FONTE: A autora
Observe a estele do tipo atactostele, onde os feixes vasculares estão 
distribuídos aleatoriamente.
Os feixes vasculares podem ser classificados, de acordo com a posição 
do xilema e floema, em: colaterais (quando há uma única porção de xilema e de 
floema e estes estão lado a lado como nas Figuras 88 e 91-A), bicolaterais (quando 
há uma porção de xilema entre duas porções de floema) (Figura 91-B), anficrivais 
(quando o floema circunda todo o xilema (Figura 91-C) e anfivasais (quando o 
xilema envolve todo o floema) (Figuras 89 e 91-D).
Córtex
Endoderme
Feixes
vasculares
132
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
FIGURA 91 – TIPOS DE FEIXES VASCULARES
A. COLATERAL. B. BICOLATERAL. C. ANFICRIVAL. D. ANFIVASAL. FONTE: Disponível em: <http://
pt.slideshare.net/rpvianna/caule>. Acesso em: 18 fev. 2016.
Ao contrário do que estudamos nas raízes, os caules possuem xilema 
endarco. Isto quer dizer que xilema primário tem maturação centrífuga, ou seja, 
do centro para a periferia, estando o protoxilema voltado para o interior do caule 
e o metaxilema para a periferia (veja Figura 89).
Após o crescimento primário ser concluído, as gimnospermas e a grande 
maioria das dicotiledôneas desenvolvem o crescimento em espessura (secundário) 
em consequência da instalação dos meristemas laterais ou secundários, câmbio 
vascular e felogênio.
O câmbio vascular apresenta duas origens: uma parte é desenvolvida 
a partir do procâmbio e a outra parte a partir do periciclo, recebendo as 
denominações câmbio fascicular (ocorre dentro dos feixes, entre xilema e floema) 
e câmbio interfascicular (ocorre entre os feixes vasculares), respectivamente 
(Figura 92). Desta maneira, os câmbios (fascicular e interfascicular) se unem, e 
constituem o câmbio vascular, cuja forma lembra um cilindro contínuo, entre 
o xilema e o floema primários. Quando está em atividade, o câmbio vascular 
produz para a periferia do órgão floema secundário e para o interior do órgão, 
xilema secundário. Com a produção desses tecidos secundários, o xilema 
primário é empurrado cada vez mais para o centro do órgão, enquanto que o 
floema primário é empurrado para a periferia.
A B C D
F
F
F
F F
XX
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
133
FIGURA 92 – SECÇÕES TRANSVERSAIS DE CAULE DE DICOTILEDÔNEA EVIDENCIANDO 
CÂMBIO INTERFASCICULAR E FASCICULAR
A. REPRESENTAÇÃO. B. CAULE DE MANJERICÃO (OCIMUM CAMPECHIANUM – FAMÍLIA 
LAMIACEAE). Legenda: CF – câmbio fascicular; CI – câmbio interfascicular; F – floema; 
F1 – floema primário; F2 – floema secundário; X – xilema; X1 – xilema primário; X2 – xilema 
secundário. FONTE: A. Ferri (1984, p.111). B. A autora.
A epiderme não acompanha por muito tempo o crescimento secundário 
e pode romper. Ela é, então, substituída pela periderme, que é formada através 
da atividade do felogênio, assim como vimos nas raízes. Entretanto, nos caules, 
o felogênio é originado nas camadas subepidérmicas, ou seja, na camada logo 
abaixo da epiderme. 
Poucas monocotiledôneas possuem crescimento secundário, e este ocorre 
de maneira diferente do qual estudamos em gimnospermas e dicotiledôneas. Esse 
espessamento se dá em consequência da atividade do meristema de espessamento 
secundário (MES), originado, geralmente, a partir do periciclo. O MES forma para 
a periferia do caule parênquima cortical e para o interior, novos feixes vasculares. 
Nestas plantas, se a epiderme não acompanhar o crescimento em espessura e se 
romper, é substituída não pela periderme, e sim por um súber estratificado. A 
camada logo abaixo da epiderme entra em divisão celular e forma apenas um 
súber que apresenta muitas camadas celulares (Figura 93).
A
B
F
CF
X
F
CF
X Cl
X2
X1
F1
F2
CICI CF
134
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
FIGURA 93 – CRESCIMENTO SECUNDÁRIO EM MONOCOTILEDÔNEA
A-B: veja que a região do córtex e da medula é separada pelo meristema de 
espessamento secundário (MES), que forma novos feixes vasculares para o 
interior do órgão e novas células do parênquima para a sua periferia. C. Detalhe 
do súber estratificado-se sendo formado. Quando a epiderme se romper, ele 
fará o revestimento do órgão. FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/
rpvianna/caule>. Acesso em: 18 fev. 2016.
4 FOLHA
As folhas são apêndices caulinares. Têm origem exógena, ou seja, elas se 
formam a partir de camadas superficiais do meristema apical. Por ser um órgão 
rico em cloroplastos, é consideradoo sítio principal da fotossíntese e respiração.
De modo geral, uma folha apresenta (Figura 94):
FIGURA 94 – COMPOSIÇÃO DE UMA FOLHA
FONTE: Disponível em <http://www.faqs.org/photo-dict/photofiles/
list/4386/5832grape_leaf.jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016.
MS
MS
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
135
Além das folhas fotossintetizantes, outros tipos podem ser considerados:
- Cotilédones – primeiras folhas formadas no embrião, com função de reserva;
- Hipsófilos – são brácteas com função de proteção, muitas vezes coloridas 
(função junto à polinização, estrutura de atração de agentes polinizadores);
- Catafilos – são brácteas ou escamas com função de reserva e proteção.
De modo geral, observa-se anatomicamente:
FIGURA 95 – SECÇÃO TRANSVERSAL REGIÃO DA NERVURA MEDIADA DA 
FOLHA DE COLÉUS (Solenostemon scutellarioides - FAMÍLIA LAMIACEAE)
FONTE: Disponível em: <http://www.ibilce.unesp.br/Home/Departamentos/
ZoologiaeBotanica/AnatomiaVegetal/morfologiavegetal/solenostemon1.
jpg>. Acesso em: 11 fev. 2016.
Pelo fato de a maioria das folhas apresentarem forma achatada, podemos 
observar duas superfícies: a face de cima (superior), conhecida como face adaxial; e a face 
debaixo (inferior), denominada face abaxial.
ATENCAO
Por apresentar uma íntima associação entre caule e folha, há muita 
semelhança do tecido vascular do pecíolo e do caule. 
A folha possui, comumente, uma epiderme unisseriada, podendo 
algumas espécies apresentar epiderme multisseriada (multiestratificada). Por ser 
um órgão aéreo, geralmente as células epidérmicas da folha são revestidas por 
uma cutícula. Suas células são justapostas, formando um tecido compacto (sem 
espaços intercelulares).
136
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
Na epiderme encontramos estômatos. Nas dicotiledôneas, eles encontram-
se espalhados na superfície, enquanto que em certas monocotiledôneas podem 
estar organizados em fileiras paralelas. Outra diferença entre os dois grupos 
diz respeito ao formato das células-guarda. Nas dicotiledôneas elas apresentam 
formato reniforme (formato de rim) e nas monocotiledôneas referidas, formato 
de halteres (como aqueles alteres de academia) (Figura 96). Eles podem estar 
presentes somente na face abaxial (folha hipoestomática), ou somente na face 
adaxial (folha epistomática), ou ainda nas duas faces (folha anfiestomática).
FIGURA 96 – SECÇÕES PARADÉRMICAS (VISTA FRONTAL) EVIDENCIANDO ESTÔMATOS
A-B,E: Dicotiledôneas. C-D,F: Monocotiledôneas. FONTE: A. Ferri (1984, p. 36). B. Alquini 
et al. (2006, p. 101). C,E-F. Esau (1997, p. 51). D. A autora
Outras células especializadas podem ocorrer na epiderme da folha, como: 
tricomas tectores (ou não glandulares) e glandulares, glândulas de sal e células de 
sílica, entre outras, conforme vimos anteriormente.
A região compreendida entre as duas epidermes (da face adaxial e da 
face abaxial) é denominada mesofilo. Geralmente é caracterizado por apresentar 
clorênquima (parênquima clorofiliano). Em muitas plantas distinguem-se 
dois tipos de clorênquima: o paliçádico e o esponjoso (também conhecido por 
lacunoso).
A B C D
E F
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
137
DICAS
Se for preciso, volte ao Tópico 2, onde estudamos os tecidos, e retome os 
estudos do parênquima clorofiliano.
Podemos classificar a folha de acordo com a constituição do mesofilo: 
dorsiventral (ou isobilateral) (Figura 97), quando o parênquima paliçádico está 
localizado próximo à face adaxial e o parênquima esponjoso está voltado para 
a face abaxial; isolateral (ou isobilateral), quando o parênquima paliçádico 
ocorre próximo a ambas as faces; e homogêneo (ou unifacial), quando apresenta 
parênquima clorofiliano uniforme, constituído de um único tipo celular, muito 
comum em monocotiledôneas.
FIGURA 97 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UMA FOLHA ISOLATERAL
FONTE: Ferri (1984, p. 93)
As nervuras que observamos nas folhas são feixes vasculares que estão 
distribuídos paralelamente à sua superfície. Essa distribuição é chamada de 
padrões de nervação ou de venação, e caracterizam grupos. Nas monocotiledôneas 
as nervuras são paralelas, enquanto que nas demais angiospermas há uma 
nervura principal na lâmina foliar, geralmente na região longitudinal mediana, 
e ramificações de menor calibre que partem dessa nervura. Os feixes vasculares 
são normalmente colaterais, compostos por xilema e floema primários. Em folhas 
com feixes colaterais, o xilema encontra-se voltado para a face adaxial, e o floema, 
voltado para a face adaxial.
138
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Os tecidos vegetais têm três dimensões
GREGÓRIO CECCANTINI
A pergunta central que se faz de início é: – Será que o ensino da Anatomia 
Vegetal está sendo bem-sucedido? Ao final de qualquer curso de anatomia 
corrigem-se as provas, aprovam-se os alunos, mas não se pode ter certeza de que 
o conteúdo foi bem aprendido, já que o contato entre mestres e alunos após as 
avaliações é raro.
E as habilidades dos alunos foram devidamente lapidadas? Que habilidades 
em um curso de morfologia vegetal devem ser aprimoradas? Podem-se citar 
muitas, mas uma em especial me parece fundamental, e essa, aparentemente, não 
tem sido muito bem explorada: a compreensão tridimensional das estruturas. 
Essa habilidade é essencial, pois será usada adiante em outras disciplinas das 
Ciências Biológicas, nas atividades de docência ou pesquisa do futuro licenciado 
ou bacharel. Percebo que, em alguns cursos de Anatomia Vegetal, a ênfase tem sido 
a memorização de nomes de estruturas, em detrimento da compreensão espacial 
das mesmas, o que frustra os alunos e pouco contribui para seu conhecimento – é 
um aumento de gordura (que pode ser perdido depois), quando seria mais útil um 
aumento no esqueleto. Assim, os objetivos deste texto são o de destacar algumas 
dificuldades no ensino de Anatomia Vegetal, propor alternativas e compartilhar 
experiências de um dos projetos desenvolvidos.
Na década de 80, o Dr. Douglas Zago (professor de histologia e embriologia 
animal no ICB-USP) dizia, em suas aulas, que “o histólogo, por definição, é um 
cientista infeliz, pois tenta entender em duas dimensões um mundo que tem 
três”. Apesar de avanços tecnológicos recentes, como a microscopia confocal e 
os programas de computador para reconstrução tridimensional, eles ainda não 
são amplamente difundidos nos laboratórios e, em geral, estão distantes da sala 
de aula. Assim, a afirmação acima ainda é bastante verdadeira. Por esse motivo, 
no ensino de histologia animal e anatomia vegetal a integração tridimensional 
é tão importante e complicada. Para que ela ocorra de forma adequada, deve-se 
exercitar a capacidade de abstração, tendo como base imagens bidimensionais, 
como desenhos de cortes ou fotomicrografias.
De forma a suprir essa dificuldade inerente às ciências histológicas, as 
representações gráficas didáticas têm evoluído muito. Se observarmos os principais 
livros de Botânica e Anatomia Vegetal nas últimas décadas, verificamos que o 
número de esquemas tridimensionais aumentou, bem como sua complexidade, 
o que vem facilitando muito a compreensão das estruturas por parte dos alunos. 
Apesar disso, muitas das respostas apresentadas em provas e trabalhos 
demonstram que a compreensão das estruturas espacialmente deixa, ainda, 
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
139
a desejar. Um exemplo desse problema é a quantia de vezes que os alunos 
descrevem as células como sendo “círculos” e “retângulos”, em lugar de esferas 
ou cilindros e prismas.
Por isso, métodos e recursos que auxiliem nessa tarefa são sempre bem-
vindos. 
Um recurso, que muito pode ajudar, é o uso de modelos didáticos 
tridimensionais. Diversas empresas comercializam, no Brasil e no exterior, modelos 
feitos de diversos tipos e materiais (resina, gesso, polímeros), mas esses costumam ser 
caros, de disponibilidade e diversidade limitadas e, frequentemente, contêm erros. 
Considerando essas limitações, uma alternativa interessante é o uso dos modelos 
didáticoscomo parte do método de ensino. Se a compra de modelos sofisticados 
não está ao alcance de todas as escolas, a confecção de modelos com certeza está, 
pois envolve apenas determinação e criatividade, duas faculdades importantes para 
o cientista-professor de ciências biológicas. Com o desenvolvimento de modelos, 
estimula-se o aluno a refletir sobre as estruturas de forma a se aprofundar na 
sua compreensão tridimensional. A construção de modelos pelos alunos, usando 
materiais simples (cartolina, acetato, isopor), como massas plásticas (massa de 
modelar, massa de vidraceiro, porcelana fria), gesso ou materiais reciclados (PET 
plástico bolha, embalagens) é muito empregada no Ensino Fundamental e Médio, 
mas, lamentavelmente, pouco aplicada no Ensino Superior. 
No Brasil, uma entusiasta pioneira no uso da construção de modelos para 
o ensino de Anatomia Vegetal foi a Dra. Marilene Braga (UFMG). Também na 
UFMG, a convivência enriquecedora desta com a Dra. Rosymary Isaias, resultou 
em inovadora investida no ensino de Botânica para deficientes visuais. Por 
entusiasmo em relação ao trabalho da primeira, fabriquei alguns modelos em 
1997 e implantei a construção de modelos tridimensionais como parte do método 
de ensino e avaliação de Botânica Estrutural na Universidade Federal do Paraná, 
como o que segue anexo, com bastante sucesso. Houve retorno em motivação dos 
alunos, em resultados das avaliações, bem como pela constituição de uma coleção 
de modelos de ótima qualidade.
Vale a pena destacar que os modelos também podem auxiliar a 
sanar deficiências nos recursos didáticos, cada vez mais frequentes na 
Universidade brasileira. Podem complementar os laminários deficientes ou 
suprir a indisponibilidade de equipamentos, como micrótomos de deslize 
ou microscópios eletrônicos de varredura. O modelo aqui apresentado, por 
exemplo, foi brilhantemente desenhado por Luciana Gussella, com o uso de 
lâminas histológicas de madeira de jatobá (Hymenaea courbaril L.), que não estão 
disponíveis em boa parte das coleções didáticas que visitei, e se estão, não em 
número suficiente.
Um problema que vem prejudicando o ensino é o envelhecimento ou a 
má qualidade dos microscópios. Em muitas escolas a observação não é em nada 
140
UNIDADE 2 | PLANTA TAMBÉM TEM SUA ANATOMIA
favorecida pelos aparelhos, que vêm diminuindo em número e em qualidade. Em 
alguns locais o número de microscópios, já insuficiente para trabalhos em duplas, 
não permite a observação de estruturas muito pequenas, como pontoações 
areoladas que variam de 1-10 μm, áreas crivadas ou estrias de Caspary, já difíceis 
de compreender com boas condições de microscopia.
Para concluir, quero manifestar meu entusiasmo com relação ao uso de 
modelos didáticos tridimensionais, tanto como recurso didático, como enquanto 
método de avaliação e construção de habilidades estruturadoras. É impressionante 
como, agregando um aspecto lúdico e criativo, podemos transformar uma aula 
de anatomia vegetal numa atividade divertida e agradável para todos. É difícil 
explicar as razões pelas quais fomos treinados para rejeitar a criação e a diversão 
no ensino, mas há boas teses acadêmicas relacionando isso ao fracasso escolar, à 
repressão e à evasão dos cursos.
Boa parte do que fazemos em nossa atividade profissional de biólogo nos 
parece divertida (atividades de laboratório, trabalhos de campo). Por outro lado, 
alguns dos atributos mais importantes para o profissional biólogo (pesquisador 
ou professor no Brasil) são improviso e criatividade para suplantar as limitações 
materiais. Por esses motivos, conclamo os colegas professores a usarem o modelo 
aqui apresentado, e verificar como é possível agregar uma faceta lúdica numa 
aula de anatomia do xilema secundário, que pode nos remeter aos tempos em 
que brincávamos com o “Recorte & Brinque” das embalagens de cereais ou com 
a “Revista Recreio”. De bônus, os alunos ainda levam seu modelo para casa, 
difundem aquele objeto curioso entre seus familiares e não têm a desculpa de 
não ter tido livro para estudar, por exemplo, os três planos de organização da 
madeira.
CUBO DE MADEIRA - Instruções:
- cole a folha em uma cartolina, usando cola em bastão;
- recorte 88 peças nas linhas tracejadas e dobre nas linhas inteiras;
- colorir com lápis de cor cada tipo de tecido da madeira e preenchendo os balões 
de texto com o nome dos tecidos;
- marque as letras no verso das peças para saber o lado certo de colar;
- monte colando as peças, unindo as aletas com as partes de letras iguais.
TÓPICO 3 | OS ÓRGÃOS VEGETAIS
141
FONTE: Ceccantini, G. 2006. Os tecidos vegetais têm três dimensões. Revista Brasileira de 
Botânica 29:335-337. Acesso em: 26 jul. 2018
142
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
• Raízes em estrutura primária apresentam epiderme, córtex e cilindro central 
(apenas raízes adventícias possuem medula na região mais central).
• A camada mais interna do córtex é denominada de endoderme.
• O cilindro central é formado por células não vasculares (periciclo) e vasculares 
(xilema e floema), e às vezes por parênquima (parênquima medular).
• O periciclo pode originar raízes laterais e parte do câmbio vascular e felogênio.
• Na raiz, xilema e floema primários apresentam maturação centrípeta de suas 
células. Por isso são chamados exarcos.
• Nas raízes, floema e xilema primários aparecem distribuídos em cordões 
intercalados.
• Caules em estrutura primária apresentam epiderme, córtex e cilindro central e 
medula.
• As raízes e caules podem apresentar crescimento secundário graças à atividade 
do câmbio vascular e do felogênio.
• Nas raízes, xilema e floema apresentam-se em cordões intercalados, e o xilema 
é exarco.
• Nos caules, xilema e floema apresentam-se associados formando feixes 
vasculares. O xilema é dito endarco.
• Caules sempre apresentam medula, ocupando a porção mais central.
• O cilindro vascular dos caules é também chamado de estele.
• A estele pode ser: atactostele (quando os feixes vasculares aparecem dispersos 
no parênquima medular) e eustele (quando os feixes vasculares aparecem 
organizados ao redor da medula).
• Nos caules, xilema e floema primários apresentam-se associados, formando 
feixes vasculares. 
143
• Os feixes vasculares podem ser classificados, de acordo com a posição do xilema 
e floema. Ex.: colaterais, bicolaterais, anficrivais, anfivasais.
• As folhas são apêndices caulinares, ou seja, há uma íntima associação entre 
folha e caule. 
• Estruturalmente as folhas são formadas pela epiderme adaxial e abaxial e 
mesofilo, onde encontramos feixes vasculares. 
• Na epiderme das folhas podemos observar muitos estômatos e tricomas, por 
exemplo. 
• A região compreendida entre as duas epidermes é denominada mesofilo.
• Há dois tipos de clorênquima: o paliçádico e o esponjoso (também conhecido 
por lacunoso).
• Podemos classificar a folha de acordo com a constituição do mesofilo: 
dorsiventral (ou isobilateral), isolateral (ou isobilateral) e homogêneo (ou 
unifacial).
144
Ela representa uma secção ( ) transversal/ ( ) longitudinal de um(a) 
( ) raiz/ 
( )caule em estrutura ( ) primária/ ( ) secundária. Indique na figura:
a) câmbio vascular
b) xilema primário
c) floema primário
d) xilema secundário
e) floema secundário
f) raio do xilema
g) raio do floema
h) periderme
i) córtex
j) medula
k) limite da camada de crescimento
AUTOATIVIDADE
FONTE: Disponível em: <http://www.gettyima
ges.es/detail/foto/cross-section-of-a-two-year
-old-basswood-or-linden-fotograf%C3%ADade
-stock/145094152>. Acesso em: 18 fev. 2016.
(A) Atactostele
(B) Eustele
1 Observe a imagem a seguir. 
2 Correlacione as colunas: 
145
( ) Presente, geralmente, em monocotiledôneas.
( ) Presente, geralmente, em dicotiledôneas.
( ) Feixes vasculares separados por parênquima e dispostos ao redor da 
medula.
( ) Feixes dispersos no parênquima.
1
2
6
3
4
5
FONTE: A autora
3 O caule da maioria das monocotiledôneas não apresenta 
crescimentosecundário, mas algumas poucas espécies 
desenvolvem caules espessos. Isto é possível em consequência 
da presença de qual estrutura? E o que esta estrutura forma 
para o centro do órgão e para a periferia?
4 Indique as estruturas deste caule de monocotiledônea em 
crescimento secundário.
146
147
UNIDADE 3
A DIVERSIDADE E INTIMIDADE 
DAS PLANTAS VASCULARES COM 
SEMENTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir desta unidade você será capaz de:
• conhecer a história evolutiva das plantas vasculares;
• reconhecer as principais características das plantas vasculares com semen-
tes;
• caracterizar os grupos de representantes de gimnospermas;
• analisar o ciclo reprodutivo das plantas superiores (gimnospermas e 
angiospermas);
• trabalhar a botânica como pesquisa aplicada, abordando a utilização de 
plantas como geradora de recursos;
• identificar as espécies vegetais de importância econômica;
• conhecer as características da produção de plantas e produtos de origem 
vegetal;
• analisar as características da comercialização de plantas e produtos de 
origem vegetal;
• valorizar o empreendedorismo na área botânica, garantindo, sobretudo, a 
sustentabilidade ambiental no uso das plantas.
Esta terceira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles 
você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE!
TÓPICO 2 – PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPER-
MAS E AS ANGIOSPERMAS
TÓPICO 3 – BOTÂNICA ECONÔMICA
TÓPICO 4 – METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
148
149
TÓPICO 1
AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE!
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acredita-se que os indivíduos que deram origem a todas as plantas 
terrestres evoluíram em um ambiente aquático. Por este motivo, transições 
profundas na organização corpórea das plantas ocorreram quando alguns grupos 
invadiram o ambiente terrestre, durante a era paleozoica, há 400 milhões de anos. 
Tais modificações, produtos da ação lenta da seleção natural sobre a variabilidade 
genética, deram origem a toda diversidade morfológica. Além disso, a conquista 
terrestre pelos vegetais modificou profundamente aspectos geomorfológicos e 
geoquímicos do nosso planeta, afetando também a evolução de todos os outros 
grupos sobre a Terra, inclusive a nossa espécie!
Neste contexto, existiram vários problemas a serem solucionados pelas 
plantas, dentre os quais podemos destacar: (1) a redução da perda de água por 
evaporação; (2) a realização de trocas gasosas; (3) absorção de água e nutrientes; 
(4) condução de água, sais e outras substâncias através da planta; (5) dependência 
da água para reprodução. 
Vejamos um pouco desta história!
ESTUDOS FU
TUROS
Neste primeiro tópico abordaremos a história da conquista do ambiente terrestre 
pelas plantas. Que tal descobrir um pouco mais sobre essa história cheia de emoções? Vamos 
lá?
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
150
2 A CONQUISTA DO AMBIENTE TERRESTRE
A estrutura corpórea do provável ancestral de todas as formas terrestres 
deveria ser um talo relativamente indiferenciado, mesmo que fosse uma 
alga verde pluricelular. No ambiente aquático, com exceção das estruturas 
reprodutoras e eventuais estruturas de fixação no substrato, o restante do corpo 
da planta é relativamente igual na maioria dos grupos. Os processos fisiológicos 
são geralmente realizados em um mesmo tecido genérico, sem que necessite 
especialização de órgãos. Algas não desenvolvem caules, raízes ou folhas 
propriamente ditas. 
É importante lembrar que existem fatores limitantes para o crescimento 
da planta, como, por exemplo, a concentração de CO2 e a luminosidade. Estes 
recursos são bastante abundantes em um ambiente terrestre e podem ter sido as 
“recompensas” evolutivas para os grupos capazes de sobreviver fora da água.
Na transição para o ambiente terrestre, alguns problemas precisaram 
ser contornados. Durante milhões de anos, os tecidos vegetais cresceram 
inteiramente submersos, realizando trocas gasosas e de nutrientes por todas 
as partes do vegetal. A invasão do ambiente terrestre só seria possível com a 
impermeabilização pelo menos parcial dos talos emersos. E isso foi possível, 
impregnando com substâncias lipídicas (especialmente ceras) a superfície das 
primeiras plantas terrestres. Entretanto, essa impregnação criou um problema 
inicial: restringiu seriamente as trocas gasosas. Tal problema foi resolvido com o 
desenvolvimento dos estômatos, que são conjuntos celulares capazes de controlar 
a abertura ou o fechamento de um poro, permitindo o controle das trocas gasosas.
Outro problema estava na sustentação da estrutura corpórea. Fora da 
água, a força da gravidade não é mais parcialmente anulada pelo empuxo, que 
reduz o peso aparente de estruturas submersas. A presença de uma parede de 
celulose nas células vegetais ajudou, mas não foi o suficiente. A maior parte das 
plantas terrestres precisou desenvolver tecidos específicos, impregnados de 
substâncias rígidas. A lignina surgiu como a principal molécula capaz de realizar 
esta impregnação.
As primeiras plantas terrestres consistiam de talos ramificados, conhecidos 
por telomas, e provavelmente estariam parcialmente submersos em um substrato 
enlameado. Esse talo era uma estrutura indiferenciada, que em algumas ocasiões 
desenvolvia estruturas reprodutivas nos ápices. 
A partir daí as plantas enfrentaram de forma decisiva o caráter ambíguo 
do ambiente terrestre em relação aos recursos mínimos para a manutenção da 
vida vegetal. A luz e o CO2 deveriam ser obtidos diretamente do meio aéreo, 
onde são abundantes. Já a água e os outros nutrientes minerais são normalmente 
encontrados em solução sob a superfície da terra. Assim, da mesma forma que 
os ramos fotossintéticos devem crescer em direção à luz, órgãos absortivos 
TÓPICO 1 | AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE!
151
precisariam crescer para dentro da terra. Tal aspecto foi fundamental para 
a especialização das plantas terrestres e permitiu a ampla diversificação de 
estruturas.
Em algum momento da evolução, as plantas tornaram-se compostas 
por dois compartimentos integrados, mas com processos fisiológicos e padrões 
de crescimento distintos. Por um lado, o sistema axial aéreo ou mesmo 
parcialmente subterrâneo portava ramos que elevavam-se em direção ao ar e à 
luz, ocasionalmente portando também estruturas de reprodução sexuada. Por 
outro lado, um eixo (ou conjunto de eixos) do sistema absortivo/fixador crescia 
de forma sempre subterrânea, normalmente em direção ao centro de gravidade 
da Terra (crescimento geotrópico positivo). É possível que o tal órgão fosse 
inicialmente um rizóforo, bastante similar ao eixo aéreo, mas com crescimento 
subterrâneo portando raízes (ou rizoides). Isso quer dizer que o sistema axial 
único dividiu-se em dois sistemas bastante definidos: o sistema absortivo/fixador 
desenvolveu-se em raízes, enquanto o sistema axial (tanto os ramos horizontais 
quanto os eretos) originou o caule.
Os ramos aéreos precisaram desenvolver tecidos de sustentação cada vez 
mais fortes, de forma a permitir o crescimento em direção à luz. E quanto mais longe 
do solo os ramos podiam crescer, mais eficiente deveria ser a impermeabilização, 
a sustentação e também maior deveria ser a eficiência do controle realizado pelos 
estômatos. Por outro lado, os ramos subterrâneos deveriam crescer em busca de 
mais água e minerais. Em consequência do problema de atrito do ápice radicular 
com o solo, desenvolveu-se uma capa, chamada coifa, para protegê-lo.
A questão terra/ar fez com que os ramos axiais (aéreos) e os ramos 
absortivos/fixadores (subterrâneos) crescessem em direções opostas, apesar da 
necessidade de integração de ambos os sistemas. As partes absortivas dependiam 
do produto da fotossíntese, enquanto as partes axiais precisavam da água e dos 
sais absorvidos pelos ramos subterrâneos. Surge, então, o problema daintegração 
destes dois sistemas diferenciados. O processo de difusão de solutos e solventes 
célula a célula era pouco eficiente, e para isso as plantas desenvolveram tecidos 
capazes de realizar este transporte com mais eficiência. Surgiram xilema e floema, 
tecidos capazes de conduzir, respectivamente, água e solutos e os produtos 
fotoassimilados. Na verdade, sabemos que os tecidos condutores já existiam 
antes da total diferenciação entre o sistema axial e o absortivo/fixador, e isto deve 
ter sido uma pré-adaptação importante para a diferenciação intensa em períodos 
subsequentes. 
O sistema axial sofreu uma grande modificação. O teloma era um 
conjunto de eixos que se ramificava expansivamente, sem que houvesse um eixo 
principal. A partir deste ponto, alguns grupos passaram a permitir que uma das 
ramificações crescesse mais que a outra, formando um eixo principal mais robusto 
e com crescimento indeterminado (sobrecrescimento). Deste ramo principal 
surgiam regularmente ramos laterais. Estes ramos laterais tinham crescimento 
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
152
mais limitado (crescimento determinado). Assim, enquanto o ramo principal 
elevava cada vez mais a planta em direção à luz, os ramos laterais (bem menores) 
posicionavam-se lateralmente, buscando capturar a maior luminosidade possível.
Uma maneira de otimizar a captura de luz é organizar os ramos laterais 
de forma que não façam sombra uns sobre os outros. Isso foi resolvido fazendo os 
ramos laterais crescerem de forma planar, isto é, todas as ramificações deveriam 
ocorrer lateralmente (planificação). Outra forma de maximizar a captura de luz 
é achatando o ramo dorsiventralmente. A forma achatada maximiza a razão 
superfície/volume, aumentando a eficiência da fotossíntese. Os caules laterais 
podem aumentar sua eficiência fotossintética de duas formas: a primeira é ele 
próprio se tornar achatado. A segunda forma é produzindo expansões laterais 
de tecido fotossintético (o que veio a ser chamado de folhas ou megafilos). Em 
alguns grupos, estas expansões de tecidos tornaram-se fundidas, produzindo uma 
ampla estrutura membranoide sustentada por uma rede de ramos vascularizados. 
A esta etapa na formação dos megafilos damos o nome de coalescimento. O 
coalescimento culmina com a formação de uma membrana única unindo todos 
os ramos planificados. No megafilo completo, os ramos tornaram-se as nervuras 
e a membrana tornou-se o limbo.
Acredita-se que as pressões evolutivas para que as plantas desenvolvessem 
megafilos ocorreram há cerca de 350 milhões de anos, no final do período 
Devoniano. Neste período, os níveis atmosféricos de CO2 baixaram cerca de 90%, 
demandando sistemas fotossintéticos mais eficientes. 
Já os microfilos, folhas existentes em alguns grupos como licopódios 
e selaginelas, podem ter surgido como uma extrema redução do ramo 
determinado, produzindo uma folha com apenas uma nervura. Outra teoria 
afirma que os microfilos tenham surgido de uma projeção avascular de tecido, 
que posteriormente tornou-se vascularizada. 
Resolvidos os principais problemas para a colonização da Terra, certamente 
as linhagens de sucesso começaram a competir entre si pelo espaço no novo 
nicho. Neste ponto, as plantas vasculares, que inicialmente não eram maiores que 
5 cm, foram se tornando cada vez mais altas, na competição por luz. Um grande 
passo na conquista do ambiente terrestre foi o desenvolvimento de um tecido 
capaz de prover sustentação e condução para as plantas progressivamente mais 
altas. Chamamos tal crescimento de crescimento secundário ou lenhoso. O hábito 
arbóreo pode ter evoluído em diferentes grupos independentemente, mas teve 
um grande impacto nos ecossistemas terrestres. O desenvolvimento das grandes 
florestas há cerca de 300 milhões de anos mudou irreversivelmente a geografia do 
nosso planeta, criando um conjunto bastante expressivo de novos habitats. 
Um último aspecto que demandou modificação com a conquista do 
ambiente terrestre foi relativo à reprodução. Sabemos que os grupos mais antigos 
de plantas vasculares apresentam gametas (ou pelo menos o gameta masculino) 
livres, que movimentam-se na água por meio de um ou mais flagelos. Tal método 
TÓPICO 1 | AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE!
153
de locomoção só é eficiente em ambiente aquático. Uma tendência evolutiva na 
conquista do ambiente terrestre foi a retenção máxima de gametas, a ponto de 
impedir que qualquer um tenha vida livre. Tal aspecto, juntamente com o uso de 
vetores para a polinização, aumentou o grau de independência do meio aquático, 
permitindo gradativamente a colonização de ambientes inóspitos, incluindo 
regiões rochosas e desérticas. 
Sabemos que folhas e flores originaram-se de estruturas caulinares 
fortemente modificadas. Estruturas caulinares evoluíram dos antigos telomas. 
Em relação às raízes, ainda há dúvidas se estas evoluíram direto do teloma ou 
se surgiram de estruturas caulinares primitivas. Independente disto, todos estes 
fatos suportam que toda a diversidade demonstrada pelas plantas originou-se 
de modificações sequenciais de mesmo eixo original. Isso demonstra que todos 
os órgãos das plantas terrestres (ou pelo menos todos os órgãos vegetativos) são 
homólogos sequenciais e devem compartilhar os mesmos sistemas principais de 
tecidos e também de processos morfogênicos.
FONTE: Adaptado do texto “Questões iniciais: a conquista do ambiente terrestre”, de Gonçalves 
& Lorenzi (2007, p. 15-20).
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
154
LEITURA COMPLEMENTAR
O Jardim Botânico e guerra mundial da biopirataria
Laurentino Gomes
Em janeiro de 1809, uma tropa brasileira apoiada pelos ingleses partiu 
de Belém do Pará e, em poucos dias, ocupou a Guiana Francesa praticamente 
sem resistência. A invasão do território francês, decidida pelo príncipe regente D. 
João logo ao chegar ao Rio de Janeiro, alguns meses antes, tinha dois objetivos. 
O primeiro era retaliar o imperador Napoleão Bonaparte que em novembro de 
1807 tomara Lisboa e obrigara a família real portuguesa a fugir para o Brasil. 
O segundo, roubar dos franceses os preciosos tesouros botânicos cultivados no 
viveiro de Caiena, a capital da Guiana.
Um desses tesouros era a carambola. Originária da Indonésia e do Ceilão, 
essa espécie asiática fora transplantada para a América por biopiratas franceses 
entre os séculos 16 e 17. Na Guiana, era guardada como um segredo de Estado. 
A primeira muda foi plantada no Brasil no Jardim Botânico do Rio de Janeiro 
em 1811, embora seu cultivo só tenha se propagado mesmo seis anos mais tarde, 
a partir de Pernambuco. Além da carambola, as tropas invasoras portuguesas 
trouxeram para o Rio de Janeiro diversas outras espécies, incluindo a cana de 
Caiena que, adaptada às terras férteis da zona da mata nordestina, passaria a 
ser chamada de cana caiana, tema de uma famosa canção do compositor Alceu 
Valença. 
 O saque do viveiro francês na Guiana foi parte do primeiro esforço 
organizado de melhorar o desempenho da agricultura brasileira com a introdução 
de novas espécies de interesse econômico. Até 1808, ano da chegada da corte ao 
Rio de Janeiro, o Brasil era o grande fornecedor de produtos primários para a 
metrópole portuguesa. A lista incluía madeira, açúcar, tabaco, algodão, carne de 
charque, couro de boi curtido e cachaça - item importante no tráfico de escravos 
com a África. Mas era uma produção rudimentar, atrasada, sem planejamento 
estratégico, resultado de três séculos de tentativas, erros e acertos no processo 
de colonização do Brasil. Com a chegada da corte, tudo isso mudou. A criação 
do Jardim Botânico no Rio de Janeiro é parte desse esforço de modernizar a 
agricultura brasileira. 
 Nos três séculos anteriores, portugueses, espanhóis, ingleses e holandeses 
travaram uma guerra global pelo controle das especiarias, como eram chamadas 
no período colonial as plantas de interesse econômico. Incluíamfrutas, flores, 
grãos e sementes usados como remédios, temperos e cosméticos, além da madeira 
destinada à indústria de corantes de tecidos e fabricação de navios. Algumas eram 
tão valiosas no mercado europeu como seriam mais tarde o ouro, o diamante e 
o petróleo. Seu preço comandava a economia internacional e fazia a fortuna de 
aventureiros e a glória de reis e rainhas. 
TÓPICO 1 | AVANTE! VAMOS CONQUISTAR O AMBIENTE TERRESTRE!
155
 “Espécies que forneciam tinta ou açúcar, remédios ou carvão, fibras, 
alimentos, frutas, raízes, flores ou bebidas, eram buscadas pelos mares”, registrou 
a escritora Rosa Nepomuceno, autora de um livro sobre o Jardim Botânico do 
Rio de Janeiro. “Funcionavam como reserva de capital, produtos que poderiam 
garantir a saúde financeira de um reino”. Por essa razão, o cultivo dessas espécies 
fora de seus habitats era antiga obsessão dos europeus. 
 Na era colonial, o Jardim do Éden das especiarias estava situado num 
vasto cinturão vagamente conhecido como “As Índias”. Compreendia, além do 
próprio subcontinente indiano, o Ceilão, a Malásia, as Filipinas, a Indonésia, 
e, principalmente, as Ilhas Molucas, paraíso de espécies como o cravo, a noz-
moscada e a canela. Até o século 14, o comércio das especiarias era monopólio 
dos árabes, que as revendiam aos mercadores de Veneza, de onde chegavam ao 
restante da Europa. A descoberta do caminho das Índias pelos mares, contornando 
o Cabo da Boa Esperança, mudou esse cenário. Com o poderio de seus canhões e 
a engenhosidade de suas caravelas, em pouco tempo os portugueses se tornaram 
os novos senhores desse lucrativo negócio. Mas seus domínios seriam disputados 
a ferro e fogo pelas demais potências europeias nos séculos seguintes. 
 Em 1499, ao retornar a Lisboa ao final de sua primeira incursão à Índia, 
Vasco da Gama transportava uma carga sessenta vezes mais valiosa que o custo 
da sua expedição. A viagem do britânico Francis Drake entre 1577 e 1580, com 
escala nas Ilhas Molucas, rendeu aos seus investidores um lucro de 4.700%. Em 
1603, quando os ingleses estabeleceram sua primeira colônia na Ilha de Run, nas 
vizinhanças da Nova Guiné, um fardo de 4,5 quilos de noz moscada era comprado 
na Ásia por meio centavo de libra esterlina e revendido na Inglaterra por um 
preço 32.000 vezes maior. 
A perspectiva de lucros tão exorbitantes passou a orientar as ações dos 
colonizadores. Ao ocupar a cidade de Goa, na Índia, no começo do século 16, os 
portugueses tomaram, de imediato, quatro providências. A primeira foi construir 
uma fortaleza para defender seu novo território. Em seguida, ergueram uma igreja 
e uma escola. Por fim, criaram um jardim botânico medicinal, onde os padres 
jesuítas iniciaram um rigoroso processo de experimentos com plantas indianas 
para identificar quais tinham poderes curativos para determinadas doenças. 
A tradução dessas pesquisas do português para outras línguas europeias é 
considerada a pedra fundamental da moderna farmacologia, segundo o jornalista 
e historiador britânico Martin Page. 
 Ao chegar ao Brasil, em 1808, D. João criou a Real Junta do Comércio, 
Agricultura, Fábricas e Navegações, que tinha entre suas tarefas incentivar e 
premiar quem transplantasse para o Brasil plantas de interesse econômico. 
Um dos premiados foi Luís de Abreu Vieira de Paiva, oficial da Armada Real 
Portuguesa. Em 1809, Vieira de Paiva naufragou perto das Ilhas Maurício, no 
Oceano Índico, pertencentes à França. Ali, o botânico e ex-missionário Pierre 
Poivre tinha criado o Jardim de la Pamplemousse, destinado a aclimatar espécies 
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
156
da Ásia e das Américas. Poivre foi um grande biopirata, responsável, entre outras 
façanhas, pelo roubo na Ásia de mudas de pimenta-do-reino que, mais tarde, 
seriam cultivadas na América. Por isso, em sua homenagem, pimenta passou a 
se chamar poivre em francês. Salvo do naufrágio, Vieira de Paiva convenceu os 
franceses a libertar duzentos portugueses mantidos prisioneiros nas ilhas e ainda 
trouxe para o Brasil vinte caixas de plantas para o novo horto do Rio de Janeiro. 
A carga incluía mudas de cânfora, cravo-da-índia, canela, noz-moscada, manga, 
lichia, cajá, abacate, acácias, nogueiras, abricós, frutas-pão e a famosa palmeira 
imperial que D. João teria plantado no Jardim Botânico em 1813. 
 O Brasil já era um laboratório privilegiado na disputa pelas especiarias 
muito antes da chegada da corte portuguesa. Enquanto estimulava a pirataria de 
plantas de outras regiões, Lisboa promovia a exploração das novas especiarias 
brasileiras. O primeiro alvo de cobiça – e intensa disputa com os franceses – foi 
a própria madeira que daria nome ao novo território, o Pau Brasil, usado como 
matéria-prima na tintura de tecidos. Em seguida, veio o ciclo da cana-de-açúcar, 
outra espécie de altíssimo valor econômico. Também foram estudadas e cultivadas 
as diversas variedades de pimenta da Amazônia, o guaraná, o urucum (substituto 
do açafrão), a castanha do Pará e uma infinidade de frutos e raízes usados na 
indústria de tintas e remédios. Mais tarde, duas descobertas iriam valorizar ainda 
mais os produtos da floresta brasileira: o cacau, matéria-prima do chocolate, e 
o cautchu, também conhecido como borracha, que haveria de revolucionar os 
meios de transportes junto com a invenção do automóvel.
FONTE: Disponível em: <http://laurentinogomes.com.br/trabalho.php?id=2160>. Acesso em: 10 
mar. 2016.
157
Neste tópico, você viu que:
• Acredita-se que os indivíduos que deram origem a todas as plantas terrestres 
evoluíram em um ambiente aquático e apresentavam, com exceção apenas 
de estruturas reprodutoras e de fixação no substrato, um corpo relativemnte 
indiferenciado. Os processos fisiológicos eram realizados neste mesmo tecido 
genérico.
• Transições profundas na organização corpórea das plantas ocorreram quando 
alguns grupos invadiram o ambiente terrestre, durante a era paleozoica, há 400 
milhões de anos atrás. 
• Existiram fatores limitantes para o crescimento da planta, como a concentração 
de CO2 e a luminosidade no ambiente terrestre. Diante destes fatores, os 
ramos fotossintéticos devem crescer em direção à luz e os órgãos absortivos 
precisariam crescer para dentro da terra.
• Além disso, outros problemas precisaram ser solucionados pelas plantas, dentre 
os quais podemos destacar: (1) a redução da perda de água por evaporação; (2) 
a realização de trocas gasosas; (3) absorção de água e nutrientes; (4) condução 
de água, sais e outras substâncias através da planta; (5) dependência da água 
para reprodução.
• Desenvolveu-se então, por exemplo, (1) a impermeabilização, pelo menos 
parcial, dos talos emersos através da impregnação com substâncias lipídicas 
(especialmente ceras) e o desenvolvimento de estômatos, permitindo o 
controle das trocas gasosas; (2) o desenvolvimento de uma parede celulósica, 
que reveste todas as células vegetais, e de tecidos específicos impregnados de 
substâncias rígidas, como a lignina.
• Resolvidos os principais problemas para a colonização da terra, certamente 
as linhagens de sucesso começaram a competir entre si pelo espaço no novo 
nicho. Por este motivo, as plantas foram se tornando cada vez mais altas, na 
competição por luz. 
• Assim, os tecidos tornaram-se cada vez mais especializados, o que acarretou 
no surgimento de órgãos, como os de fixação, suporte, e suas ramificações e os 
órgãos de assimilação.
• Para resolver problemas no processo de difusão de solutos, surgiram tecidos 
do xilema e floema.
RESUMO DO TÓPICO 1
158
• A conquista terrestre pelos vegetais modificou profundamente aspectos 
geomorfológicos e geoquímicos do nosso planeta, afetando também a evolução 
de todos os outros grupos sobre a Terra.
• Essas modificações, produtos da ação lenta da seleção natural sobre a 
variabilidade genética, deram origem a toda diversidade morfológica.
159
1 Com a passagem do meio aquático para o terrestre, as plantastiveram que 
solucionar alguns problemas. Mencione, pelo menos, três destes problemas.
AUTOATIVIDADE
2 O grande sucesso das gimnospermas e das angiospermas 
pode estar relacionado a algumas importantes adaptações 
ao ambiente terrestre. Sendo assim, qual dessas adaptações 
permitiu a classificação das fanerógamas em gimnospermas 
e angiospermas? Por quê?
3 A invasão do ambiente terrestre só foi possível com a 
impermeabilização dos talos emersos, impregnando-os com 
substâncias lipídicas. Entretanto, essa impregnação restringiu 
as trocas gasosas. Como este problema foi resolvido?
4 Qual a justificativa para o aparecimento da coifa, uma capa 
protetora no ápice das raízes?
5 Em relação à reprodução, quais as adaptações adquiridas 
pelas plantas que colonizaram o ambiente terrestre?
160
161
TÓPICO 2
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: 
AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico você irá conhecer as principais diferenças entre as plantas 
vasculares que apresentam sementes: as gimnospermas e as angiospermas. 
Aprenderá, também, a reconhecer e a descrever de forma correta as diferenças 
entre as plantas destes dois grupos. Você estudará, por exemplo, a caracterização 
geral de cada grupo, a forma de reprodução, sua posição taxonômica e evolutiva, 
assim como alguns exemplos e utilizações importantes de plantas desses grupos.
2 AS GIMNOSPERMAS
Vamos encontrar aqui as plantas que compreendem os pinheiros, ciprestes, 
sequoias (Figura 98), por exemplo. O nome gimnosperma, que significa semente 
nua, aponta para uma das características mais marcantes deste grupo, ou seja, 
que seus óvulos e sementes não estão contidos no interior de frutos. Eles ficam 
expostos na superfície das estruturas reprodutivas (RAVEN et al., 2007, p. 428). 
O aparecimento das sementes é um grande ganho no plano evolutivo, um 
avanço em relação às características apresentadas pelas pteridófitas (samambaias, 
licopódios e selaginelas), dando condições a essas plantas de viver fora da água. 
A semente contém também uma estrutura completa (organismo) e pronta para 
ser disseminada no meio ambiente, sobreviver e se adaptar a ele.
162
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
FIGURA 98 – EXEMPLARES DE GIMNOSPERMAS
A. Espécie brasileira conhecida por pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia). B. Sequoia 
(Sequoia). C. Detalhe da folha do ginco (Ginkgo biloba). FONTE: Disponível em: A: <http://
www.sitiovitoriaregia.com.br/Araucaria.html>; B: <http://serendipita.org/static/sequoia.jpg>; 
C: <http://beneficiosdasplantas.com.br/ginkgo-biloba/>. Acessos em: 12 mar. 2016.
2.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS GIMNOSPERMAS
A B C
As gimnospermas, na sua grande maioria, são árvores lenhosas, mas 
podem ser observadas espécies arbustivas ou lianas. Alguns de seus representantes 
conservam as folhas verdes e vivas mesmo durante o período de inverno e outros 
perdem suas folhas durante a estação fria (floresta decídua). 
Pertencem a um dos grandes biomas terrestres – a taiga ou florestas 
de coníferas, típicas de regiões temperadas, mas ocorrem também em climas 
tropicais, só que em pequeno número. Na região sul do Brasil encontramos um 
representante muito importante deste grupo, a Araucaria angustifolia (Figura 98-
A), conhecido popularmente por pinheiro-do-paraná.
Neste grupo a estrutura do esporófito é o vegetal verde, altamente 
complexo e duradouro. O gametófito é bastante reduzido e totalmente dependente 
do esporófito. Esses vegetais formam sementes, porém não formam frutos para 
as protegerem. 
Além do pinheiro-do-paraná, podemos citar como exemplos de 
gimnospermas o pinus (Pinus) (Figura 98-A), sequoias gigantes (Sequoia) (Figura 
98-B), cipreste (Cupressus), tuia (Thuja), cedro-do-líbano (Cedrus). Esses vegetais 
são lenhosos e podem ter representantes arbustivos ou arbóreos com raízes com 
um eixo principal que penetra no solo e com ramificações secundárias menores 
(raízes axiais pivotantes). Seus caules são do tipo tronco e as folhas em formato 
de agulha (folhas aciculares). Algumas plantas são resiníferas, ou seja, produzem 
resinas. Essa resina é eliminada quando o vegetal sofre qualquer ferimento e 
que ajuda no processo de cicatrização. Além disso, serve também para proteção 
contra infecções de fungos ou bactérias.
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
163
2.2 OS REPRESENTANTES DAS GIMNOSPERMAS
O grupo das gimnospermas compreende quatro filos: Cycadophyta 
(Figura 99-A), Ginkgophyta (Figura 99-B), Coniferophyta (Figura 99-C) e 
Gnetophyta (Figura 99-D). 
FIGURA 99 – EXEMPLARES DOS QUATRO FILOS DE GIMNOSPERMAS
A B
C D
A. Espécime de Cycas (Filo Cycadophyta). B. Ginkgo biloba e suas folhas características, 
com a forma de leque, semelhante às da avenca (Filo Ginkgophyta). C. Espécime de 
Cupressus (Filo Coniferophyta). D. Espécime de Welwiitschia (Filo Gnetophyta).FONTE: 
Disponível em: 
A. <http://hibiscopaisagismo.files.wordpress.com/2010/07/cicas-21.jpg>; 
B. <http://www.ucmp.berkeley.edu/seedplants/ginkgoales/notchedleaves.jpg>; 
C. <http://www.plantplaces.com/photos/CupressusMacrocarpaDonardGold3.JPG> 
D. <http://www.biolib.cz/IMG/GAL/18226.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2016.
a) Filo Cycadophyta
São plantas semelhantes a palmeiras (Figura 99-A) e encontradas 
principalmente em regiões tropicais e subtropicais. Compreendem 
aproximadamente 140 espécies distribuídas em 11 gêneros (RAVEN et al., 
2007, p. 446). 
164
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Grande parte das cicadófitas é formada por árvores altas (aproximadamente 
18 m), com tronco bem desenvolvido e recoberto pela base das folhas que já 
caíram. As folhas estão distribuídas de maneira bem característica, como uma 
coroa no ápice do caule.
b) Filo Ginkgophyta
Há apenas uma espécie viva deste filo, o Ginkgo biloba (Figuras 98-C e 99-
B), que se conhece apenas sob condições de cultivo. Estas plantas são facilmente 
reconhecidas pelas suas folhas em forma de leque. Podem ultrapassar 30 metros 
de altura. Uma característica que difere a Ginkgo de muitas outras gimnospermas 
é o fato de ser decídua, ou seja, suas folhas caem em determinada época do ano.
c) Filo Coniferophyta
Filo de gimnospermas mais numeroso, mais disperso e ecologicamente 
mais importante, com cerca de 70 gêneros e 630 espécies (RAVEN et al., 2007, 
p. 432). As coníferas incluem os populares pinus (Figura 98-A), sequoias (Figura 
98-B), ciprestes (Figura 99-C), pinheiros e abetos. Este grupo possui uma grande 
importância comercial. As florestas de pinheiros são recursos naturais muito 
importantes em vastas regiões temperadas do Norte do planeta.
IMPORTANT
E
A planta vascular de maior porte é uma sequoia, cuja espécie é Sequoia 
sempervirens, nativa dos Estados Unidos. Estas árvores podem atingir até 117 metros de altura 
e 11 metros de diâmetro.
d) Filo Gnetophyta
Segundo Raven et al. (2007, p. 449), este filo compreende 70 espécies 
distribuídas em três gêneros pouco comuns: Gnetum, Ephedra e Welwiitschia 
(Figura 99-D). Estes três gêneros são as plantas vivas com as relações de afinidade 
mais estreitas com as angiospermas (grupo que veremos a seguir).
Os representantes de Gnetum estão presentes em todas as regiões úmidas 
tropicais e consistem em árvores e trepadeiras com folhas grandes, secas e 
levemente endurecidas. 
As espécies de Ephedra são arbustos com folhas pequenas e escamiformes, 
o que as assemelha superficialmente às cavalinhas (uma espécie de pteridófita, 
pertencente ao gênero Equisetum), e habitam regiões desérticas e ambientes áridos. 
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
165
Encontramos Welwiitschia no Continente Africano. São plantas muito 
estranhas, com a maior parte do corpo localizadas abaixo da superfície arenosa. 
A parte que fica exposta é constituída de apenas um par de folhas em forma de 
fita, que se fendem longitudinalmente com o tempo.
2.3 REPRODUÇÃO NASGIMNOSPERMAS
No processo de reprodução de uma gimnosperma (Figura 100), como você 
pode observar na ilustração a seguir, o vegetal é diploide e representa o esporófito 
e a fase dominante do ciclo alternante. Quando atinge a maturidade sexual, o 
esporófito produz estruturas reprodutivas denominadas estróbilos, também 
denominada cones (por isso, a denominação de floresta de coníferas). São plantas 
dioicas, ou seja, existem plantas com estruturas masculinas (microstróbilos) e 
outras com estruturas femininas (megastróbilo) – as famosas pinhas.
FIGURA 100 – CICLO DE VIDA DE UMA GIMNOSPERMA (PINHEIRO)
FONTE: Amaral & Silva-Filho (2010, p. 25)
Os estróbilos (Figura 101) são ramos modificados e possuem folhas 
alteradas, muito próximas umas das outras, formando uma estrutura cerrada, 
compacta. O estróbilo masculino possui um eixo em torno do qual estarão 
inseridas as folhas férteis, que formam estruturas denominadas microsporângios 
– os sacos polínicos. Através da meiose, no interior dos sacos polínicos, originam-
166
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
se os esporos haploides, denominados micrósporos. Estes transformam-se 
em grãos-de-pólen após sucessivas divisões mitóticas. Quando maduros, os 
microsporângios se abrem, liberando os grãos-de-pólen que são carregados 
pelo vento (fenômeno denominado de anemofilia – dispersão pelo vento) até os 
estróbilos femininos, fecundando-os. 
IMPORTANT
E
Observe que a água não é mais requerida como meio de transporte dos 
gametófitos masculinos até as oosferas.
FIGURA 101 – ESTRÓBILOS MASCULINO E FEMININO DE UMA ESPÉCIE DE 
PINUS
FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_NupbWI2XxeA/
RdZnlezluSI/AAAAAAAAAB4/ieiPe1gE2bw/s400/PINUS_1.jpg>. Acesso em: 
12 mar. 2016.
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
167
Os estróbilos femininos possuem um eixo no qual se inserem as folhas 
carpelares férteis produtoras de óvulos. Denominam-se megasporângios as 
estruturas formadas nas folhas férteis dos estróbilos femininos, dentro das 
quais existem células que originam esporos haploides após sofrerem meiose. 
São chamados de megásporos pelo simples fato de serem muito grandes em 
relação aos esporos masculinos. Através de sucessivas mitoses, há a formação do 
gametófito feminino haploide. Um tegumento (parede protetora), constituído por 
tecidos haploides da folha, envolve o gametófito feminino, constituindo o óvulo. 
O tegumento não se fecha completamente, ficando uma abertura denominada 
micrópila, local por onde os grãos-de-pólen vão penetrar.
Após a polinização, ou seja, após o grão-de-pólen ser transferido até um 
gametófito feminino no interior do óvulo pela ação do vento, ocorre a fecundação. 
Neste momento, o gametófito masculino endospórico produz uma expansão 
tubular para fora, denominada tubo polínico. Os gametas masculinos (células 
espermáticas) são também formados junto ao tubo. O tubo polínico transporta o 
gameta masculino até a oosfera. Ao se unir com a oosfera (gameta feminino), um 
desses gametas vai formar o zigoto (célula-ovo). O zigoto, resultante da fecundação 
após sucessivas divisões mitóticas, forma o embrião no interior do óvulo.
O embrião contém os primórdios de raiz, caule e cotilédones que são folhas 
modificadas em grande número. O gametófito feminino acumula grandes reservas 
(substâncias nutritivas), transformando-se no que chamamos de endosperma 
primário, que possui a função de alimentar o embrião (uma gimnosperma em 
formação). Os tegumentos do óvulo ficam extremamente espessos, formando uma 
casca que servirá de proteção para o embrião e o endosperma. É dessa maneira 
que o óvulo fecundado irá se transformar em semente, que é o conjunto formado 
pelo embrião, endosperma e a casca. As gimnospermas não mais dependem da 
água para o processo reprodutivo (fecundação), como as briófitas e as pteridófitas 
necessitam, o que representa um fator muito importante e um ganho evolutivo. 
Outro ponto relevante é que as gimnospermas não produzem frutos.
3 AS ANGIOSPERMAS
Vamos estudar agora as angiospermas, que constituem o mais abundante 
grupo vegetal encontrado na superfície do nosso planeta Terra. Com cerca de 240 
mil espécies, o grupo apresenta exemplares conhecidos, como a grama (Figura 
102-A), a laranjeira (Figura 102-B), o tomateiro (Figura 102-C), o abacateiro (Figura 
102-D), o bambu (Figura 102-E), por exemplo. Quase todas essas espécies são de 
vida livre, porém existem as espécies parasitas e saprofíticas.
168
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
FIGURA 102 – REPRESENTANTES DE ANGIOSPERMAS
FONTE: Disponível em: A: <http://mercurio-cromo.zip.net/images/grama.JPG>.
B: <http://www.remedio-caseiro.com/beneficios-e-propriedades-da-flor-de-laranjeira/>. 
C: <http://www.agrocim.com.br/imgs/imgfixa/agricultura/hortifruti/tomatoe.jpg>.
D: <http://www.jardineiro.net/plantas/abacate-persea-americana.html>.
E: <http://pt.best-wallpaper.net/Green-fresh-bamboo_1920x1200.html>. Acesso em: 12 mar. 
2016.
A B
C D E
Esses vegetais possuem como característica exclusiva o fruto que envolve 
a semente, consideradas por esse motivo como plantas frutíferas. Esse é um dos 
pontos que as diferenciam das gimnospermas. Essas plantas predominam, de 
forma geral, tanto em regiões tropicais como em regiões temperadas, ou seja, são 
encontradas nos mais diferentes habitats na biosfera.
3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS ANGIOSPERMAS
Entre todos os grupos vegetais apresentados, as angiospermas (Figura 
102) são os vegetais mais adaptados ao habitat terrestre.
Segundo Margulis & Schwartz (2001, p. 410), “as plantas florescentes, 
ou angiospermas, são as superestrelas da diversidade e abundância”. Vivem 
em lugares extremamente variados, que vão desde os mais úmidos até os mais 
desérticos. Esses vegetais podem ser ervas rasteiras, arbustos ou árvores de 
pequeno, médio e grande porte. “Mais de 230.000 espécies de angiospermas 
estão agrupadas em cerca de 350 famílias. Se tivéssemos mais exploradores, 
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
169
provavelmente estaria próximo de um milhão” (MARGULIS & SCHWARTZ, 
2001, p. 410). Algumas poucas espécies vivem em água doce, sendo raras as 
espécies de ambientes marinhos.
Em relação aos processos nutritivos, são na grande maioria classificadas 
como autótrofas fotossintetizantes, com algumas exceções, como, por exemplo, 
as espécies holoparasitas (como o cipó-chumbo – Figura 7), que não possuem 
clorofila e, por isso, não fazem fotossíntese. Vivem uma relação de parasitismo 
(desarmônica), ou seja, retiram a seiva elaborada de um vegetal hospedeiro. 
No grupo de plantas autotróficas, há também uma forma de relação especial, o 
epifitismo, ou seja, determinadas espécies vivem apoiadas (ramos) sobre outros 
vegetais, para obter maior contato com a luz do ambiente. Como exemplo dessa 
relação, temos algumas espécies de bromélias e orquídeas (Figura 9). 
3.2 REPRODUÇÃO DAS ANGIOSPERMAS
O ciclo de vida das angiospermas apresenta alternância de gerações pouco 
visível e meiose intermediária, conhecida como espórica. O esporófito é a planta 
completa (organismo diploide – 2n), ou seja, está organizada em raiz, caule, 
folha, flor (quando atingir a maturidade sexual, as angiospermas produzem essas 
estruturas reprodutivas, que são ramos e folhas que sofrem modificações e que 
correspondem aos estróbilos das gimnospermas), frutos e sementes. Vale lembrar 
que as angiospermas são os únicos vegetais que formam frutos.
DICAS
Se você julgar necessário, volte à Unidade 1 e reveja a morfologia das plantas.
Extremamente reduzidos e dependentes do esporófito, os gametófitos 
crescem no interior da flor. O gametófito feminino é, na realidade, o saco 
embrionário no qual está o óvulo. No formato de arquegônio, possui apenas 
uma única oosfera – gameta feminino. No interior do tubo polínico (gametófito 
masculino), formam-se dois núcleos espermáticos (gametas masculinos).É 
importante lembrar que não há dependência de água por parte das angiospermas 
para o processo da fecundação.
Para Margulis e Schwartz (2001), a forma de classificação pela presença de 
folhas embrionárias, bem como aquelas que possuem uma ou duas dessas folhas 
embrionárias, respectivamente monocotiledôneas (uma folha embrionária) e 
dicotiledôneas (duas folhas embrionárias), é ainda válida. Uma folha embrionária 
170
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
também é denominada de cotilédone. As monocotiledôneas são facilmente 
distinguidas das dicotiledôneas por uma série de características, entre elas: 
organização da flor, estrutura da raiz, tipo de nervura da folha, número de 
cotilédones.
FIGURA 103 – COTILÉDONES EM MONOCOTILEDÔNEA (EM CIMA) E 
DICOTILEDÔNEA (EMBAIXO)
FONTE: Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/biosferas/Art0078.html>. Acesso 
em: 12 mar. 2016.
3.2.1 A flor
O órgão de reprodução das angiospermas é a flor. Dentro do processo 
evolutivo, a flor é um conjunto de folhas modificadas e especializadas, que 
funciona como órgão de reprodução. Em uma flor completa (Figura 32) podemos 
encontrar o pedicelo ou pedúnculo floral, o receptáculo e as peças florais (cálice, 
corola, androceu e gineceu).
IMPORTANT
E
O cálice corresponde às sépalas, geralmente verdes; a corola corresponde às 
pétalas, são delicadas e coloridas, constituindo a parte mais vistosa e a mais atraente da 
flor; estames formam o androceu (parte masculina) e carpelos formam o gineceu (parte 
feminina). 
O pedúnculo é um eixo que fixa a flor ao caule e o receptáculo sustenta os verticilos.
Quando os elementos pertencentes ao cálice são idênticos aos da corola, isto é, quanto à 
forma e à cor, são denominados de tépalas, como nas tulipas, lírios e orquídeas.
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
171
a) Aparelho reprodutivo masculino da flor – o Androceu
O androceu é constituído por folhas férteis denominadas estames. 
Representa o aparelho reprodutor masculino da flor. O estame é formado por 
três partes: antera, filete e conectivo (Figura 104). O filete é o eixo que fixa o 
estame ao receptáculo e sustenta, na outra extremidade, a antera. Já a antera é 
a parte fértil e dilatada do estame. Nesta estrutura acontece a meiose, na qual 
há a elaboração dos grãos-de-pólen. Na sua parte interna formam-se os sacos 
polínicos (os microsporângios).
FIGURA 104 – ESTAME (ANDROCEU)
Antera
Conectivo
Filete
Filete
Antera
Estames
célula vegetativa
célula reprodutora
antena
intina
exina
segunda divisão 
da meiose
micrósporosprimeira divisão 
da meiose
célula-mãe
do micrósporo
sacos polínicos
cada micrósporo
origina um grão
de pólen
A
B
C
grão de pólen (gametófito masculino jovem)
A. Representação esquemática. B. Estames do lírio. C. Formação do gametófito masculino, 
atualmente denominado de andrófito ou grão-de-pólen.FONTE: Disponível em: 
A. <http://www.biomania.com.br/bio/images/materias/atera.gif>; 
B. <http://cleidecf00.blogspot.com.br/>; C. <http://slideplayer.com.br/slide/3253444/>. Acesso 
em: 12 mar. 2016.
Cada célula do saco polínico sofre meiose e dá origem a células haploides, 
denominadas micrósporos (Figura 104). Essas células se dividem por mitose e dão 
origem a duas células haploides, envoltas por uma estrutura de parede resistente. 
Essas estruturas são denominadas de grão-de-pólen (Figura 105), que representa 
o gametófito masculino das angiospermas. O grão-de-pólen é formado por 
uma membrana mais externa denominada exina e uma membrana mais interna 
chamada de intina.
172
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
FIGURA 105 – GRÃOS-DE-PÓLEN
A B
A. Grãos-de-pólen vistos em microscópio eletrônico de varredura. B. Grão-de-pólen, 
com os núcleos vegetativo e germinativo, observado em microscópio eletrônico de 
transmissão. FONTE: Disponível em: 
A. <http://fotos.sapo.pt/Fz7zJNczYGoNlhfORHCZ/>. 
B. <http://curlygirl.no.sapo.pt/imagens/graopolen.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2016. 
Em seguida, ocorre em uma das células do grão-de-pólen outra divisão por 
mitose, originando duas células espermáticas, que são, na realidade, os gametas 
masculinos. O grão-de-pólen, após germinar, forma o tubo polínico. Ali também 
encontramos um citoplasma, com dois núcleos, o vegetativo e outro germinativo 
(chamado de espermático ou gametas masculinos) (Figura 106).
FIGURA 106 – FORMAÇÃO DO TUBO POLÍNICO
tubo polínico
gametas
masculinas
núcleo de
tubo polínico
grano de polen
Núcleos
espermáticos (n)
Núcleos
espermáticos (n)
Núcleo da célula 
vegetativa (n)
Tubo
polínico
Parede do
grão de pólen 
Célula geradora (n)
Núcleo da célula 
vegetativa (n)
A B
FONTE: Adaptado de: A.<http://3.bp.blogspot.com/_HoaPhQ9Vmy0/TNUbF_
r0eNI/AAAAAAAAFVw/47Haeja7yoE/s1600/9169.jpg>. B. <http://www.botanica.
cnba.uba.ar/Trabprac/Tp4/imag/Tubopol.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2016.
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
173
b) Aparelho reprodutivo feminino – o Gineceu
Considerado a parte feminina da flor, o gineceu é formado por folhas 
férteis chamadas carpelos ou pistilos (Figura 107). O carpelo possui a base 
dilatada, que é o ovário, no qual existem um ou mais óvulos que formam os 
gametófitos femininos.
FIGURA 107– CARPELO (GINECEU)
estigma
estilete
ovário
ovário
óvulo
estilo
estigma
A B C
A. Representação esquemática de um carpelo. B. Carpelo do limão-tahiti (Citrus limon). 
C. Carpelo do lírio (Lilium pumilum). FONTE: Disponível em: A: <http://fresno.pntic.mec.
es/msap0005/1eso/T10-plantas/tema_10.htm>; B-C: Souza et al. (2013, p. 158).
O óvulo é o local onde se forma o gameta feminino, a oosfera. Apresenta 
duas estruturas protetoras (tegumentos protetores), a primina e a secundina. 
Esses tegumentos não se fecham, ficando entre eles uma pequena abertura, a qual 
recebe o nome de micrópila (Figura 108-A).
FIGURA 108 – FORMAÇÃO DO ÓVULO DENTRO DO OVÁRIO
FONTE: Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/flor/imagens/
flor-79-m.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2016.
Micrópila Primina secundina Nucela
Célula-mãe dos
megásporos
Quatro
megásporos megásporos
Oito 
núcleos
Sete
células
A B C D E
174
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Na parte interna dos tegumentos temos o megaesporângio, uma unidade 
celular volumosa denominada célula-mãe do megásporo (Figura 108-A). Nessa 
célula única ocorre uma divisão meiótica, formando quatro megásporos (Figura 
108-B), dos quais três são muito pequenos e se degeneram logo no primeiro 
momento, sobrando o quarto, que é um megásporo viável (fértil) (Figura 108-C). 
Em seguida, o núcleo do megásporo sofre três divisões mitóticas consecutivas, 
formando oito células que organizam o saco embrionário (Figura 108-D), ou seja, o 
gametófito feminino. No saco embrionário existe uma célula denominada oosfera 
– o gameta feminino. A oosfera é rodeada por outras duas células denominadas 
sinérgides (Figura 109).
Pela posição da micróplia do óvulo, localizamos a oosfera. Esta célula 
ocupa uma posição mediana, muito próxima à micrópila. Na posição oposta à 
oosfera temos três outras células, chamadas antípodas (Figura 108-E, 109). Na 
área central do saco embrionário encontramos um citoplasma constituído de dois 
núcleos, denominados núcleos polares (Figuras 108-E, 109). 
Denomina-se nucela a parede do megasporângio que serve de proteção e 
revestimento do saco embrionário (Figura 109).
FIGURA 109 – DETALHE DO SACO EMBRIONÁRIO E LOCALIZAÇÃO DA 
OOSFERA, SINÉRGIDES E ANTÍPODAS
FONTE: Adaptado de Ferri (1988, p. 107)
O ápice do pistilo fica com sua extremidade livre que, partindo do ovário, 
forma uma estrutura denominada estigma (Figura 107). O estigma apresenta, 
de forma geral, uma superfície dilatada, que secreta uma substância viscosa, 
que prende os grãos-de-pólen. A porção tubular intermediária entre o ovário e 
o estigma é chamada de estilete (Figura 107). Éno seu interior que acontece a 
germinação e o crescimento do tubo polínico do grão-de-pólen. 
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
175
Dependendo o tipo da flor, o carpelo pode ser constituído por um ou mais 
carpelos. 
c) Polinização e Fecundação
Nas angiospermas, o processo de transporte dos grãos-de-pólen, que 
vai da antera do androceu até o estigma do gineceu, é chamado de polinização 
(Figura 110). A polinização inicia-se com a liberação dos grãos-de-pólen presentes 
na antera, seguindo a transferência dos grãos da antera até o estigma da flor. 
De uma forma geral, na grande maioria das espécies, a polinização é 
denominada de polinização cruzada, ou seja, uma flor recebe os grãos-de-pólen 
de outra flor. Nesse processo, os grãos-de-pólen são levados de uma flor a outra 
por agentes polinizadores, como, por exemplo, o vento (fala-se de anemofilia), 
pássaros (ornitofilia), água (hidrofilia), insetos (entomofilia), morcegos 
(quiropterofilia), homem (antropofilia) etc. 
Posterior à transferência, o grão-de-pólen atinge o estigma.
FIGURA 110 – PROCESSO DE POLINIZAÇÃO, DA LIBERAÇÃO DOS GRÃOS-DE-
PÓLEN À SUA CHEGADA AO ESTIGMA
FONTE: Disponível em: <http://www.ib.usp.br/beelife/poliniz.jpg>. Acesso em: 12 
mar. 2016.
Polinizador
Grão de pólen
Liberação dos grãos
de pólen da antera
Chegada dos grãos de pólen
no estigma e desenvolvimento
no tubo polínico
176
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Ao cair no estigma (de uma flor de sua espécie), o grão-de-pólen entra em 
processo de fecundação. 
De início, a partir do grão-de-pólen há a formação do tubo polínico. O 
tubo polínico cresce e penetra ao longo do estilete, em direção ao ovário, indo até 
à micrópila do óvulo. A seguir, ocorrem divisões mitóticas no núcleo germinativo 
(que está no tubo polínico), formando dois núcleos espermáticos (também 
denominados gaméticos). 
Ao penetrar no óvulo através da micrópila, uma das células espermáticas 
irá fecundar a oosfera, dando origem a um zigoto diploide que, ao se desenvolver, 
forma o embrião. A segunda célula espermática funde-se com os dois núcleos 
polares do saco embrionário e forma uma célula triploide (3n – célula com três 
conjuntos de cromossomos) (Figura 111).
FIGURA 111 – FECUNDAÇÃO: CHEGADA DO GRÃO-DE-PÓLEN E 
DESENVOLVIMENTO DO TUBO POLÍNICO
Grão de pólen
Estigma
Estilete
Ovário
Primórdio
seminal Oosfera
Núcleo
do tubo
Células
espermáticas
Tubo
polínico
Célula
generativa
Célula
vegetativa
FONTE: Adaptado de: <http://www.ugr.es/~mcasares/Im%E1genes/
fecundaci%F3n.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2016.
Após passar por sucessivas divisões mitóticas, essa célula triploide produz 
um tecido denominado endosperma ou xenófito. A função do endosperma 
primário é a de absorver nutrientes da planta e armazená-los, para, mais tarde, 
servir de alimento para o embrião que se forma quando o zigoto (célula 2n) sofre 
divisões mitóticas. O embrião é constituído pela radícula, que dará origem à raiz, 
e pelo caulículo – estrutura que origina o caule e as folhas e, por último, um 
ou dois cotilédones (como já estudamos, é uma folha especial, com a função de 
absorver os nutrientes armazenados no endosperma, para depois transferi-los 
para o embrião).
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
177
A formação da semente (Figura 112) se dá através do desenvolvimento do 
óvulo, após a sua fecundação. O processo para a formação da semente se dá quando 
o embrião, bem como os nutrientes armazenados no endosperma e também nos 
cotilédones, fica envolvido por uma casca altamente resistente, originada a partir 
dos envoltórios do óvulo. As reservas presentes na semente servirão de alimento 
que nutrem a planta durante o seu processo de desenvolvimento, até que haja a 
formação das raízes e folhas que possa permitir à planta realizar a fotossíntese.
FIGURA 112 – SEMENTE DE DICOTILEDÔNEA: DOIS COTILÉDONES
Tegumento ou casca
Cotilédone
Radícula
Caulículo 
Folha primária
FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos4/
semente.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2016.
Com a fecundação, geralmente ocorre a queda das pétalas, sépalas 
e também dos estames. Outras células do saco embrionário (cinco células – 
antípodas e sinérgides) degeneram-se durante o processo da fecundação ou até 
mesmo antes. 
Podemos concluir, então, que durante o processo da fecundação há, 
na verdade, uma dupla fecundação, pois ocorre a fecundação de uma célula 
espermática com a oosfera, originando um zigoto (2n, futuro embrião) e a fusão 
de outra célula espermática com os dois núcleos polares (3n, originando o 
endosperma).
O fruto nada mais é que o ovário amadurecido da flor. Esse processo se 
dá durante a formação da semente, pois ocorre a liberação de hormônios que 
induzem o desenvolvimento da parede do ovário, resultando na formação do fruto. 
Geralmente, o fruto pode conter, em seu interior, uma ou várias sementes. Além da 
função de proteger a semente, ele contribui para a sua dispersão no ambiente. 
O fruto é constituído basicamente por três paredes: epicarpo, mesocarpo 
e endocarpo (Figura 46). Denomina-se pericarpo o conjunto dessas três paredes. 
178
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
Muitas vezes, o pericarpo acumula substâncias de reserva, sendo 
denominado fruto carnoso (Figura 50). Quando não há acúmulo de substâncias 
de reserva, denomina-se fruto seco (Figuras 48, 49). Outra denominação é quanto 
à liberação das sementes. Quando os frutos abrem para liberação de sementes, são 
chamados de deiscentes (Figura 47A-B), e quando não há liberação de sementes, 
são chamados de frutos indeiscentes (Figura 47-C). 
IMPORTANT
E
Para maiores informações sobre a morfologia dos frutos, volte e consulte o 
Tópico 3 da Unidade 1 deste livro.
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
179
LEITURA COMPLEMENTAR
SOBREVIVÊNCIA E SEDUÇÃO
Regina Prado
As flores não são mero capricho da natureza. A cor, o perfume e a 
forma das onze-horas, por exemplo, fazem parte de uma estratégia de sedução, 
indispensável para sua reprodução. Modificadas ao longo de milhões de anos, 
as flores fazem tudo para agradar, principalmente aos insetos, o mais numeroso 
grupo de animais que existe na Terra. De carona nas asas ou em outras partes 
dos corpos desses bichinhos, o pólen de grande número de vegetais consegue 
atingir outras flores, mais distantes, e assim garantir a geração de herdeiros fortes 
e saudáveis. Alguns desses truques são tão fascinantes que seduzem até mesmo 
pássaros e morcegos, que acabam se tornando também involuntários personagens 
dessa verdadeira epopeia da sobrevivência.
 Assim como os demais seres vivos, as plantas também surgiram na 
água, na forma de rudimentares espécies unicelulares, como os fitoplânctos e 
as algas. Quando deixaram o berço aquático, porém, precisaram desenvolver 
inimagináveis artifícios para que suas raízes se alastrassem pelo meio terrestre 
e garantissem sua sobrevivência. Para absorver e administrar a água, importante 
para suprir as novas exigências da vida na terra, tecidos impermeabilizantes 
apareceram ao longo da evolução e células diferenciaram-se para servir como 
verdadeiros diques naturais, impedindo que a transpiração devolvesse a preciosa 
água ao ambiente. 
Mas os truques não poderiam parar por aí. Primeiro, porque a conquista 
de novos campos implicava mandar as sementes para longe da planta-mãe. Há 
450 milhões de anos, surgiram na terra firme as Gimnospermas, com estratégias 
para reproduzirem-se e espalhar seus filhos aproveitando os recursos do meio 
ambiente. Com suas sementes descobertas (gimno, em grego, quer dizer nua, 
sperma, semente), o vento e as águas faziam às vezes de cupido, carregando o 
pólen, célula sexual masculina, para encontrar-se com a oosfera, a célula feminina. 
Dependendo das condições do tempo, estes vegetais precisavam produzir uma 
enorme quantidadede pólen, para garantir que um número suficiente sobrevivesse 
aos perigos da viagem. Ainda assim, a possibilidade de que a pequena semente 
nascida do encontro germinasse longe da planta-mãe, espalhando as gerações, 
era limitada.
O passo seguinte na evolução vegetal deu origem a um ramo que 
aprimorou a história da reprodução. As Angiospermas (do grego, angio, urna, 
sperma, semente), surgidas há quase 150 milhões de anos, estrearam uma novidade 
mais eficiente: a flor. A partir daí, a reprodução destas plantas dispensou vento e 
água, para aproveitar o trabalho de animais prestativos, como abelhas, borboletas 
ou belos beija-flores, recrutados por meio de artimanhas sofisticadas. Quando 
o pólen trazido por eles chega até à parte feminina da flor, germina, crescendo 
180
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
através da haste feminina, até encontrar o óvulo. Grávida, a flor incha e se 
transforma no fruto, a tal urna que dá nome ao grupo vegetal, cujas sementes, 
mais uma vez, serão transportadas por outros animais, pássaros, quase sempre. 
Essa ideia de aproveitar os bichos na reprodução foi trilhada lado a 
lado com a evolução dos polinizadores. Essa sofisticação, é claro, não poderia 
ocorrer de forma independente. “A evolução dos vegetais é paralela à dos insetos, 
que, fora o vento, são o melhor instrumento para alastrar o pólen das plantas”, 
diz Nanuza Luiza de Menezes, a agitada chefe do departamento de Botânica 
da Universidade de São Paulo. Nanuza é amiga, assessora e fã confessa do 
paisagista Burle Marx, cuja foto ela usa para enfeitar sua sala. Nanuza gosta de 
dar exemplos para explicar o que está falando. A orquídea Ophris speculum, diz 
ela, adquiriu ao longo de sua evolução uma pétala que é a cópia fiel das costas 
da fêmea da vespa Campsoscolia ciliata. Quando o macho desta espécie sobrevoa 
a flor, “pensa” enxergar a fêmea e aterrissa na corola. Assim que pousa, a Ophris, 
para manter a sedução e ainda obrigar o macho a vasculhar o seu interior, onde 
se contaminará com o pólen, usa seu perfume como armadilha fatal: ele possui 
substâncias, ditas feromônios, que identificam a fêmea. O macho, enganado pela 
falsa amante, efetivamente copula com a flor. Tal sedução maquiavélica custou a 
esta orquídea a alcunha de parasita, já que faz com que a vespa desperdice seu 
esperma numa planta. Esse é um exemplo extremo de especialização que pode, 
no entanto, condenar esse vegetal à extinção. Sua convivência tão íntima com a 
vespa une o destino das duas espécies, o que em termos de evolução representa 
um risco. A vespa sobreviveria muito bem sem a orquídea ladra de esperma, mas 
a vulnerável planta poderá sumir da face da Terra sem seu polinizador exclusivo. 
A história dos vegetais não excluiu também alguns retrocessos. É o caso 
das gramíneas, como o trigo, o arroz e o milho, que exerceram importantes papéis 
no desenvolvimento da civilização. Os fósseis destas angiospermas mostram que 
seus ancestrais foram, um dia, polinizados por insetos. No entanto, ao longo 
das transformações, elas voltaram um degrau atrás e resgataram a polinização 
das antigas gimnospermas, usando o vento para dispersar as sementes. Por esta 
razão, as flores das gramíneas não têm muitos atributos, já que não dependem 
mais dos insetos; são brancas, pequenas e sem perfume. Um retorno muito bem-
sucedido. 
As parcerias necessárias para uma polinização eficiente determinaram 
a sobrevivência também daquelas plantas que melhor equilibraram seus ritmos 
com os de seus aliados animais. Uma flor pequena e alva, por exemplo, não 
chama atenção sob a luz do Sol, mas pode ter resolvido a falta de charme de 
outro modo. É o caso da dama-da-noite. Desprezada na luz do dia, ela exala seu 
perfume intenso, estrategicamente, assim que o Sol se põe. Dessa maneira, atrai 
as mariposas, insetos de atividade noturna, que percebem muito bem onde estão 
as açucaradas flores. Como são degustadoras exclusivas do néctar da dama-da-
noite, sabem também que acharão farto alimento e são fiéis visitantes. 
PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES: AS GIMNOSPERMAS E AS ANGIOSPERMAS
181
A variabilidade genética, outro grande trunfo para a adaptação a novos 
ambientes, também foi assegurada ao longo da evolução pela diferença na 
maturação das partes sexuais das flores. As plantas geralmente apresentam flores 
andróginas, isto é, com órgãos masculinos e femininos, mas a atividade desses 
órgãos muitas vezes não coincide. Dessa forma, um inseto captura pólen de uma 
flor em período masculino e em seguida o deposita em flores cuja parte feminina 
esteja em plena maturação. Este vaivém genético faz com que as possibilidades de 
adaptação se multipliquem. “O único obstáculo até agora para a evolução tem sido 
mesmo o homem que, usando pesticidas, pode estar interferindo na relação entre 
os insetos e a polinização dos vegetais”, acredita Antônio Salatino, pesquisador 
da bioquímica das plantas do departamento de Botânica da Universidade de São 
Paulo. Salatino aproveita também suas horas vagas para comprovar as teorias 
sobre a atração que as cores das flores exercem sobre os insetos. “Quando jogo 
tênis, a bola amarela serve para brincar com as abelhas. Elas voam atrás da flor no 
jogo, querendo pousar nela”, diverte-se. Brincadeiras à parte, Salatino acha que 
o desequilíbrio promovido pelo homem na relação entre as plantas e os animais 
pode, no futuro, afetar até a produtividade, porque a extinção de determinados 
polinizadores diminuirá a quantidade de frutos viabilizados. E a domesticação 
de alguns vegetais tem diminuído as variedades genéticas das espécies, 
tornando-as vulneráveis quanto à adaptação a novas situações ambientais, 
climáticas inclusive. Por esta razão, em laboratórios de todo o mundo, cientistas 
estão mapeando os genes vegetais, tentando realocar genes dos ancestrais, que 
definiam características perdidas ao longo da domesticação. O que é motivo de 
comemoração para o professor Salatino. “Os homens dependem dos frutos, os 
vegetais dependem dos insetos, então o sucesso da evolução das plantas, em 
última instância, garantiu a sobrevivência de muitas espécies. Inclusive a nossa.”
FONTE: Disponível em: <http://super.abril.com.br/ciencia/sobrevivencia-e-seducao>. Acesso 
em: 13 mar. 2016.
182
Neste tópico, você viu que:
• O nome gimnosperma significa semente nua, e aponta para uma das 
características mais marcantes deste grupo, ou seja, que seus óvulos e sementes 
não estão contidos no interior de frutos, eles ficam expostos na superfície das 
estruturas reprodutivas.
• As gimnospermas podem ser árvores lenhosas, arbustos ou lianas.
• As gimnospermas compreendem quatro filos: Cycadophyta, Ginkgophyta, 
Coniferophyta e Gnetophyta. 
• Pertencem a um dos grandes biomas terrestres – a taiga ou florestas de coníferas 
típicas de regiões temperadas.
• Ocorrem também em climas tropicais, só que em pequeno número. Aqui no 
Brasil, a representante das gimnospermas é a Araucaria angustifolia, conhecida 
popularmente por pinheiro-do-paraná.
• Nessas plantas, a metagênese não fica muito clara, pois a estrutura do esporófito 
é o vegetal verde.
• O gametófito é bastante reduzido e totalmente dependente do esporófito.
• Esses vegetais formam sementes, porém não formam frutos.
• Os caules são do tipo tronco e as folhas são, geralmente, aciculares, ou seja, em 
formato de agulha.
• No processo de reprodução de uma gimnosperma, o vegetal é diploide e 
representa o esporófito do ciclo alternante.
• Na maturidade sexual, o esporófito produz estruturas reprodutivas 
denominadas estróbilos.
• São plantas dioicas, ou seja, possuem sexos separados, produzindo 
microstróbilos (masculinos) e megastróbilos (femininos).
• O estróbilo masculino possui um eixo em torno do qual estarão inseridas as 
folhas férteis, que formam estruturas denominadas microsporângios – os sacos 
polínicos.
RESUMO DO TÓPICO 2
183
• Através da meiose, no interior dos sacos polínicos, originam os esporoshaploides, os micrósporos, que se transformam em grãos-de-pólen.
• Quando maduros, os microsporângios abrem-se liberando os grãos-de-pólen, 
que são carregados pelo vento até os estróbilos femininos, fecundando-os.
• O megasporângio é uma estrutura formada nas folhas férteis dos estróbilos 
femininos, dentro das quais existem células que originam esporos haploides, 
após sofrerem meiose.
• São chamados de megásporos pelo simples fato de serem muito grandes em 
relação aos esporos masculinos.
• O tegumento é constituído por tecidos haploides da folha e envolve o gametófito 
feminino, constituindo o óvulo.
• A micrópila é uma abertura formada pelo não fechamento do tegumento, local 
pelo qual os grãos-de-pólen vão penetrar.
• A fecundação dá-se através do transporte dos grãos-de-pólen pela ação do 
vento.
• Os grãos-de-pólen penetram na micrópila e ocorre germinação na câmara 
polínica, originando o tubo polínico (gametófito masculino).
• Unindo-se com a oosfera, um desses gametas vai formar o zigoto (célula-ovo).
• O zigoto, após sucessivas divisões mitóticas, forma o embrião no interior do 
óvulo.
• O embrião contém os primórdios de raiz, caule e cotilédones, que são folhas 
modificadas em grande número.
• O gametófito feminino acumula grandes reservas (substâncias nutritivas), 
transformando-se no que chamamos de endosperma primário, que possui a 
função de alimentar o embrião (uma gimnosperma em formação).
• Os tegumentos do óvulo ficam extremamente espessos, formando uma casca 
que servirá de proteção para o embrião e o endosperma.
• É dessa maneira que o óvulo fecundado irá se transformar em semente, que é 
o conjunto formado pelo embrião, endosperma e a casca.
• As gimnospermas não mais dependem da água para o processo reprodutivo 
(fecundação), como as briófitas e as pteridófitas necessitam.
184
• As angiospermas possuem como característica exclusiva o fruto que envolve a 
semente.
• Essas plantas são encontradas nos mais diferentes habitats na biosfera.
• São, na grande maioria, autótrofas fotossintetizantes, com algumas exceções, 
como, por exemplo, as espécies holoparasitas.
• De acordo com a presença de folhas embrionárias, podem ser classificadas 
em monocotiledôneas e dicotiledôneas. Uma folha embrionária também é 
denominada de cotilédone.
• O órgão de reprodução das angiospermas é a flor. 
• Uma flor completa apresenta pedicelo ou pedúnculo floral, receptáculo e peças 
florais. 
• O cálice corresponde às sépalas e a corola corresponde às pétalas.
• O androceu é formado pelos estames e os carpelos formam o gineceu. 
• O estame é formado por três partes: antera, filete e conectivo. 
• Nos grãos-de-pólen formam-se os sacos polínicos (os microsporângios).
• Nas células do grão-de-pólen ocorrem divisões, originando duas células 
espermáticas (os gametas masculinos). 
• O grão-de-pólen, após germinar, forma o tubo polínico, onde há dois núcleos, 
o vegetativo e o germinativo (chamado de reprodutor).
• O gineceu é formado por um ou mais carpelos ou pistilos.
• O carpelo possui o estigma, estilete e ovário, no qual existem um ou mais 
óvulos.
• No interior do óvulo ocorrem divisões celulares e há a formação do saco 
embrionário (o gametófito feminino), onde encontramos a oosfera (o gameta 
feminino), as sinérgides e as antípodas.
• Na área central do saco embrionário encontramos um citoplasma, constituído 
de dois núcleos, denominados núcleos polares. 
• A polinização inicia-se com a liberação dos grãos-de-pólen presentes na antera, 
seguindo a transferência dos grãos da antera até o estigma da flor. 
185
• Ao atingir o estigma, o grão-de-pólen entra em processo de fecundação, há a 
formação do tubo polínico que cresce e penetra ao longo do estilete, em direção 
ao ovário.
• Ao penetrar no óvulo, ocorre uma dupla fecundação, uma célula espermática 
fecunda a oosfera, originando um zigoto, e há fusão de outra célula espermática 
com os dois núcleos polares.
• O fruto é o ovário amadurecido da flor, enquanto que a semente é o óvulo 
fecundado.
• O fruto é constituído por três paredes: epicarpo, mesocarpo e endocarpo, e o 
conjunto destas paredes chama-se pericarpo.
186
AUTOATIVIDADE
Pergunta-se:
a) Qual órgão desta planta é comestível?
b) A que grupo estas plantas pertencem? E o que as faz ser enquadradas neste 
grupo?
 
I. Pertence ao grupo das gimnospermas, plantas que produzem 
sementes nuas.
II. O fruto, conhecido como pinhão, é comestível.
III. As flores encontram-se reunidas em inflorescências compactas.
São corretas as afirmações:
a) ( ) 1 e 2
b) ( ) 2 e 3
c) ( ) 1 e 3 
FONTE: Disponível em: <http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/
biologia/imagens/gimnos_02.jpg>. Acesso em: 13 mar. 2016.
1 Na região do Planalto catarinense ocorre ainda, em grande 
quantidade, a presença da vegetação de araucária, que 
fornece um excelente alimento. 
3 Observe a representação abaixo:
2 Um estudante fez as seguintes afirmações com relação ao 
pinheiro-do-paraná:
187
Com base na imagem, explique, em poucas palavras, o ciclo reprodutivo das 
gimnospermas.
4 Atualmente são conhecidas quase 350.000 espécies de plantas, das quais 
cerca de 250.000 são angiospermas. Isso indica o sucesso adaptativo desse 
grupo. Mencione três fatores que favoreceram esse sucesso.
5 Considerando as fases gametofítica e esporofítica que 
ocorrem no ciclo de vida das angiospermas, qual delas 
estaremos observando ao olharmos para uma goiabeira 
adulta, em seu estágio vegetativo? Qual seria a outra fase?
6 Em seu trabalho, um aluno fez a seguinte afirmação: “O grão-
de-pólen não é o gameta masculino da planta”. Comente 
essa afirmação.
7 Nomeie as estruturas:
a)
b)
188
189
TÓPICO 3
BOTÂNICA ECONÔMICA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O homem começou a cultivar plantas, como cevada, lentilha, trigo, ervilha, 
por volta de 10 mil anos, na Ásia. Ao cultivar e cuidar dessas culturas, os antigos 
agricultores mudaram as características das plantas, de modo que elas foram se 
tornando cada vez mais nutritivas e fáceis de coletar. 
A agricultura espalhou-se a partir deste centro para a Europa e outros 
continentes, como a África. Entretanto, a agricultura pode ter se originado 
independentemente em um ou mais centros. Muitas plantas cultivadas 
foram primeiramente domesticadas na África, como, por exemplo, cará, 
quiabo, café, algodão. Alguns destes também poderiam ter sido domesticados 
independentemente no Novo Mundo e talvez na Ásia. Na Ásia desenvolveu-se 
uma agricultura fundada em alimentos básicos, como o arroz e a soja, e os cítricos, 
a manga, o inhame, a banana e outras culturas.
Desde os primeiros tempos, os animais domésticos foram um componente 
significante na agricultura do Velho Mundo. Os rebanhos de animais de pastoreio 
foram destrutivos ecologicamente para muitas regiões semiáridas do Velho 
Mundo, principalmente quando eles aumentaram em número. Entretanto, também 
foram importantes fontes de alimento. Quando esses animais herbívoros foram 
introduzidos na América Latina, em seguida às viagens de Colombo, mostraram-
se imensamente destrutivos em muitos habitats, incluindo as florestas tropicais.
No Novo Mundo, a agricultura se desenvolveu de maneira independente. 
Acredita-se que ela teve início há aproximadamente 10 mil anos no México, com o 
plantio de abóboras e milho. Acredita-se, também, que a agricultura peruana seja 
tão antiga quanto a mexicana.
Os navegadores e “descobridores” encontraram uma riqueza de novas 
culturas para levar ao Velho Mundo. Entre essas culturas podemos citar o milho 
e algumas espécies de algodão (como sugerimos acima), feijão comum e feijão-
de-lima, tomate, tabaco, pimenta, batata, batata-doce, mandioca, abóbora, 
abacate, cacau.
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
190
Outros produtos não madeireiros também chamaram a atenção, 
especialmente as especiarias e ervas aromáticas, que podem ser derivadas de 
raízes, cascas, sementes, frutos. Entre esses produtos,temos a canela, a pimenta-
do-reino, o cravo, a menta, o endro, o estragão.
Nesse contexto, a população humana vem crescendo muito rapidamente. 
Éramos 500 milhões no século XVII. No início do século XXI já passávamos a 
marca dos seis bilhões de habitantes, e boa parte vive em absoluta pobreza. Como 
resultado do crescimento populacional e da pobreza, e porque relativamente 
pouco tem sido feito para desenvolver as práticas agrícolas utilizadas nas regiões 
tropicais, os trópicos vêm sendo devastados ecologicamente.
Em nosso país, há séculos a exploração dos ecossistemas faz parte de 
nossa atividade econômica. Infelizmente, essa atividade não foi realizada de 
forma consciente e sustentável, o que levou à destruição da maior parte de 
alguns de nossos biomas, entre eles o Cerrado e a Mata Atlântica. Essas áreas 
enfrentam problemas diversos. Entre eles, os sociais e os ambientais merecem 
destaque. Os problemas ambientais vão desde a extração de essências medicinais 
e ornamentais de plantas e animais nativos da floresta, passando pela extração 
ilegal de diferentes tipos de árvores para a indústria madeireira, até o avanço da 
agricultura e pecuária, que têm como principais consequências o desmatamento 
em massa de áreas de floresta nativa, a introdução de espécies exóticas e o 
esgotamento e poluição de solos e mananciais, além da urbanização. Entre os 
sociais estão a baixa renda per capita de famílias, desemprego, total ou parcial 
dependência da floresta para a sobrevivência, falta de políticas educacionais e de 
saúde para a região, entre outros.
Atualmente houve uma mudança de consciência a respeito da exploração 
das áreas florestais, embora essa mudança seja lenta e gradual.
Nesse capítulo apresentaremos algumas espécies de interesse econômico, 
seja por apresentarem características de plantas laticíferas, ceríferas, oleíferas, 
medicinais, aromáticas, condimentares, tóxicas, têxteis, madeireiras, corticeiras, 
fibrosas, tintoriais, ornamentais ou comestíveis. Vamos a elas?
Você conhece alguma cidade, um bairro ou rua com nome de algum vegetal? 
Procure nomes de cidades, ruas, avenidas e bairros que tenham sua origem em nomes de 
plantas.
ATENCAO
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
191
2 ALGUMAS ESPÉCIES DE INTERESSE ECONÔMICO
a) Equisetum giganteum (Família Equisetaceae) – cavalinha (Figura 113)
Características gerais: subarbusto ereto, perene, rizomatoso, com haste 
de cor verde, fistulosa (ou seja, oca) e monopodial, com numerosos ramos 
que partem dos nós dos verticilos, de textura áspera ao tato pela presença de 
silício em sua epiderme, de 80-160 cm de altura. As folhas são verticiladas e 
reduzidas a pecíolos soldados que formam uma bainha membranácea. A haste 
fértil tem no ápice uma espiga oblonga e escura que contém grande quantidade 
de esporos. Multiplica-se tanto por rizomas como por esporos. É nativo de 
áreas pantanosas de quase todo o Brasil, sendo frequentemente cultivado 
com fins ornamentais em lagos decorativos e áreas brejosas, mas por ser 
agressivo e persistente, deve ser contido para evitar que escape e se transforme 
numa planta daninha. É considerado tóxico ao gado, devido à presença de 
grande quantidade de sílica em seus tecidos (até 13%), o que causa diarreias 
sanguinolentas, aborto e fraqueza nos animais. Já os cavalos não são afetados. 
Outras espécies americanas – Equisetum martii e E. hyemale e a espécie europeia 
E. arvensis – têm características e usos semelhantes.
Usos: esta espécie é amplamente utilizada na medicina caseira de longa 
data em toda a América do Sul, inclusive no Brasil, especialmente nas regiões 
Sul e Sudeste, sendo praticamente desconhecida do Nordeste. As hastes estéreis 
são usadas na forma de chá como adstringentes, diuréticas e estípticas, sendo 
empregadas também para o tratamento da gonorreia, diarreias e infecções dos 
rins e bexiga e, na forma de tintura em uso interno e externo, para estimular 
a consolidação de fraturas ósseas. As hastes férteis não são utilizadas. Para 
uso como diurético, e tratamento das afecções dos rins e da bexiga, contra 
hemorragias nasais, anemia, para calcificação de fraturas, bem como para 
eliminar o ácido úrico, a literatura etnofarmacológica recomenda o uso do chá 
preparado por fervura, de uma colher das de sopa de pedacinhos de duas hastes 
picadas em água suficiente para dar uma xícara das médias, para ser bebido 
na dose de uma xícara das médias duas vezes ao dia. Na composição química 
dessa espécie e das outras citadas tem sido registrada a presença dos alcaloides 
piridínicos, nicotina e palustrina, dos flavonoides glicosilados da apigenina, 
quercetina e do campferol, e de derivados dos ácidos clorogênico, cafeico e 
tartárico. Também se constatou a presença de tiaminase, uma enzima que 
acelera a destruição da tiamina, também chamada de vitamina B1 ou aneurina. 
O amplo emprego dessa planta nas práticas caseiras da medicina popular e na 
indústria de fitoterápicos é motivo suficiente para sua escolha como tema de 
estudos químicos, farmacológicos e clínicos, inclusive teses, visando completar 
sua validação como medicamento eficaz e seguro.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 33-34)
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
192
FIGURA 113 – CAVALINHA (Equisetum giganteum – FAMÍLIA EQUISETACEAE)
 A. Vista geral. B. Detalhe da estrutura de reprodução. 
FONTE: Disponível em: A. <http://fkims.org/client/tool_species/species_
info?plantId=114>. B. <https://www.pinterest.co.uk/pin/468937379922735263/>. Acesso 
em: 26 jul. 2018
A Cavalinha é uma espécie de pteridófita muito utilizada na medicina popular.
b) Allium sativum (Família Alliaceae) – alho (Figura 114)
Características gerais: erva bulbosa, pequena, de cheiro forte e 
característico, perene, com bulbo formado de 8-12 bulbilhos (dentes). Folhas 
lineares e longas. Flores brancas ou avermelhadas, dispostas em umbela. O fruto 
é uma cápsula loculicida com uma a duas sementes em cada lóculo. Originária 
provavelmente da Europa, é largamente cultivada em todo o mundo para uso 
como condimento de alimentos, desde a mais remota antiguidade. Outras 
espécies do mesmo gênero, como o alho-da-terra (Allium schoenoprasum), 
cebolinha-de-cheiro (Allium fistulosum) e o alho-porro ou alho-poró (Allium 
porrum) são também utilizadas, porém em menor escala.
Usos: o alho vem sendo usado na medicina tradicional desde a mais 
remota antiguidade, para evitar ou curar numerosos males, desde perturbações 
do aparelho digestório, verminoses e parasitoses intestinais, edema, gripe, 
trombose, arteriosclerose, até infecções da pele e das mucosas na forma de 
macerado, chá, xarope e tintura ou mesmo por ingestão dos dentes recentemente 
cortados. O óleo essencial obtido do bulbo (0,1 a 0,2%) contém cerca de 53 
constituintes voláteis instáveis, quase todos derivados orgânicos do enxofre, 
principalmente ajoeno, alicina e aliina, que se degradam mais lentamente em 
meio ácido, o que explica o melhor efeito do alho quando associado a sucos de 
frutas ácidas, como o limão e outras. Numerosas pesquisas farmacológicas têm 
mostrado a existência no alho de propriedades antitrombótica, antifúngica, 
antibacteriana, antioxidante, hipotensora, hepatoprotetora, cardioprotetora, 
hipoglicemiante, antitumoral, particularmente em casos de câncer de cólon; 
A B
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
193
também tem registrado atividade analgésica nos casos de neuralgias e 
antiviral, contra herpes simples tipo 1 e 2; alguns estudos têm mostrado 
também propriedade hipolipemiante no controle dos níveis de colesterol e 
triglicérides, assim como na inibição da agregação plaquetária, mostrando uma 
provável proteção contra a trombose coronariana ou devida a arteriosclerose. 
A administração diária de doses entre 600 e 900 mg de pó de alho, ou de 4 a 6 g 
de alho fresco, durante cerca de 61 dias, reduz em 15% o nível de triglicérides 
no sangue e em 21% o de colesterol de pessoas com níveis altos.
FONTE: Compilado deLorenzi & Matos (2008, p. 44-45)
FIGURA 114 – ALHO (Allium sativum – FAMÍLIA ALLIACEAE)
A. Vista geral. B. Detalhes. 1-2. Hábito geral da planta. 3. Detalhe do bulbo e dos 
bulbilhos. 4. Detalhe da inflorescência. FONTE: Disponível em: 
A. <http://www.tudosobreplantas.com.br/img/plantas/tudosobreplantas_18_
VG.jpg>. B. <http://www.prota4u.info/plantphotos/Allium%20sativum%201.gif>. 
Acesso em 13 mar. 2016.
A B
c) Schinus terebinthifolia (Família Anacardiaceae) – aroeira (Figura 115)
Características gerais: árvore com 5-10 m de altura, perenifólia, dioica, 
de copa larga e tronco com 30-60 cm de diâmetro, revestido de casca grossa. 
Folhas compostas imparipinadas, com 3 a 10 pares de folíolos aromáticos, 
medindo de 3 a 5 cm de comprimento por 2 a 3 de largura. Flores masculinas e 
femininas muito pequenas, dispostas em panículas. Fruto do tipo drupa, com 
cerca de 5 cm de diâmetro, aromático e adocicado, brilhante e de cor vermelha, 
conferindo às plantas, na época da frutificação, um aspecto festivo. Ocorre ao 
longo da Mata Atlântica desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. 
Pode ser cultivada a partir de sementes ou por estaquia.
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
194
Usos: fornece madeira para murões, lenha e carvão. É amplamente 
cultivada na arborização de ruas e praças. A literatura etnobotânica cita o uso 
das cascas, com base na tradição popular, na forma de cozimento, especialmente 
pelas mulheres, durante vários dias, em banhos de assento após o parto como 
anti-inflamatório e cicatrizante, ou como medicação caseira para o tratamento 
de doenças do sistema urinário e do aparelho respiratório, bem como nos 
casos de hemoptise e hemorragia uterina. As folhas e frutos são adicionados 
à água de lavagem de feridas e úlceras, embora a eficácia e a segurança do 
uso destas preparações não tenham sido, ainda, comprovadas cientificamente. 
Os resultados de sua análise fitoquímica registram a presença de alto teor 
de tanino, biflavonoides e ácidos triterpênicos nas cascas e de até 5% de óleo 
essencial formado por mono e sequiterpenos nos frutos e nas folhas. Em todas 
as partes da planta foi identificada a presença de pequena quantidade de alquil-
fenóis, substâncias causadoras de dermatite alérgica em pessoas sensíveis. Os 
resultados dos ensaios farmacológicos registraram a existência nesta planta 
de propriedades anti-inflamatória, cicatrizante e antimicrobiana para fungos 
e bactérias, incluindo nesta ação Monilia, Staphylococcus e Pseudomonas. Um 
ensaio clínico feito com extrato aquoso das cascas na concentração de 10% 
aplicado na forma de compressas intravaginais em 100 mulheres portadoras 
de cervicite e cervicovaginites promoveu 100% de cura num período de uma 
a três semanas de tratamento. Com base no uso tradicional desta planta e nos 
resultados de estudos químicos, farmacológicos e clínicos, as preparações 
feitas com suas cascas podem ser usadas no tratamento de ferimentos na pele, 
ou, especialmente, nas mucosas em geral, infectados ou não, nos casos de 
cervicite (ferida no colo do útero) e de hemorroidas inflamadas, bem como nas 
inflamações das gengivas e da garganta na forma de gargarejos, bochechos e 
compressas feitas com o cozimento; um litro do cozimento pode ser preparado 
com 100 g da entrecasca limpa e seca, quebrada em pequenos pedaços ou dos 
frutos cozinhados de duas vezes, cada vez com ½ litro d’água; esta preparação 
pode ser bebida em doses de 30 ml duas vezes ao dia para combater a azia e 
gastrite. O amplo emprego desta planta na medicina popular é motivo suficiente 
para sua escolha como tema de estudos farmacológicos e clínicos visando sua 
validação como medicamento eficaz e seguro. O uso das preparações de aroeira 
deve ser revestido de cautela, por causa da possibilidade do aparecimento de 
fenômenos alérgicos na pele e nas mucosas. Caso isto aconteça, suspenda o 
tratamento e procure o médico o mais cedo possível. As mesmas propriedades 
são encontradas também em outra Anacardiaceae – a aroeira-do-sertão 
(Myracrodruom urundeuva), que pode, assim, ser usada da mesma maneira, para 
as mesmas indicações em sua região de ocorrência mais para o interior do país, 
enquanto a espécie descrita é mais acessível às populações do litoral.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos, 2008, p. 63-64.
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
195
FIGURA 115 – AROEIRA (Schinus terebinthifolia – FAMÍLIA ANACARDIACEAE)
A B
A. Visão geral. B. Detalhe. 
FONTE: Disponível em: <http://u.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/25/
Vers--o-cp-Schinus-terebinthifolius.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2016.
d) Apium graveolens (Família Apiaceae) – aipo (Figura 116)
Características gerais: herbácea bienal, ereta, aromática, de hastes 
estriadas e verde claras, de 30-60 cm de altura, nativa do sul da Europa e 
amplamente cultivada no Sul e Sudeste do Brasil. Folhas compostas pinadas, 
com 3-5 folíolos irregulares, de margens serreadas, com pecíolos achatados 
de cor verde muito viva. Flores pequenas, brancas, dispostas em umbelas 
terminais. Existem basicamente duas variedades, sendo uma de raiz comum 
(var. dulce) e outra com raiz tuberosa bem desenvolvida (var. rapaceum) – a mais 
cultivada entre nós.
Usos: a planta é amplamente cultivada em todo o mundo, principalmente 
para produção de suas raízes tuberosas – muito apreciadas na culinária de 
vários países há séculos, no preparo de sopas, molhos e caldos ou mesmo para 
consumo cozida como batata. As hastes e folhas são também consumidas tanto 
cozidas como cruas. O óleo das sementes tem uso na culinária e na medicina. 
Todas as partes desta planta são também largamente utilizadas na medicina 
tradicional em todo o mundo e, desde tempos remotos tem sido considerado 
remédio útil contra flatulência e reumatismo. É considerada uma planta 
aromática, amarga e tônica, e reduz a pressão sanguínea, alivia a indigestão, 
estimula a atividade uterina e tem efeitos diuréticos e anti-inflamatórios. 
Também é atribuído a ela efeito sedativo e afrodisíaco. É realmente comprovada 
sua atividade na eliminação de gases decorrentes de problemas digestivos 
e suas sementes podem também apresentar efeitos sedativos. É considerada 
depurativa, excitante, expectorante, febrífuga e antiescorbútica, além de 
combater cálculos renais. Contra colite crônica e anemia (deficiência de ferro) é 
indicada uma xícara de chá por decocção de suas folhas três vezes ao dia.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 72)
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
196
FIGURA 116 – AIPO (Apium graveolens – FAMÍLIA APIACEAE)
A. Visão geral. B. Detalhe. 
FONTE: Disponível em: A.<http://www.homeopathyandmore.com/med_images/APIUM_
GRAVEOLENS.jpg>; B. <https://keyserver.lucidcentral.org/weeds/data/media/Html/apium_
graveolens.htm>. Acesso em: 26 jul. 2018.
e) Pimpinella anisum (Família Apiaceae) – anis (Figura 117)
Características gerais: herbácea bienal, ereta, aromática, de hastes 
estriadas e verde claras, de 30-60 cm de altura, nativa do sul da Europa e 
amplamente cultivada no Sul e Sudeste do Brasil. Folhas compostas pinadas, 
com 3-5 folíolos irregulares, de margens serreadas, com pecíolos achatados 
de cor verde muito viva. Flores pequenas, brancas, dispostas em umbelas 
terminais. Existem basicamente duas variedades, sendo uma de raiz comum 
(var. dulce) e outra com raiz tuberosa bem desenvolvida (var. rapaceum) – a mais 
cultivada entre nós.
Usos: a planta é amplamente cultivada em todo o mundo, principalmente 
para produção de suas raízes tuberosas – muito apreciadas na culinária de 
vários países há séculos, no preparo de sopas, molhos e caldos ou mesmo para 
consumo cozida como batata. As hastes e folhas são também consumidas tanto 
cozidas como cruas. O óleo das sementes tem uso na culinária e na medicina. 
Todas as partes desta planta são também largamente utilizadas na medicina 
tradicional em todo o mundo e, desde tempos remotos tem sido considerado 
remédio útilcontra flatulência e reumatismo. É considerada uma planta 
aromática, amarga e tônica, e reduz a pressão sanguínea, alivia a indigestão, 
estimula a atividade uterina e tem efeitos diuréticos e anti-inflamatórios. 
Também é atribuído a ela efeito sedativo e afrodisíaco. É realmente comprovada 
sua atividade na eliminação de gases decorrentes de problemas digestivos 
e suas sementes podem também apresentar efeitos sedativos. É considerada 
depurativa, excitante, expectorante, febrífuga e antiescorbútica, além de 
combater cálculos renais. Contra colite crônica e anemia (deficiência de ferro) é 
indicada uma xícara de chá por decocção de suas folhas três vezes ao dia.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 72)
A B
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
197
FIGURA 117 – ANIS (Pimpinella ansium – FAMÍLIA APIACEAE)
A B
A. Visão geral. B. Detalhe do fruto. 
FONTE: Disponível em: A. <http://www.awl.ch/heilpflanzen/pimpinella_anisum/anis.jpg>;
B. <http://www.cocinatipo.com/wp-content/uploads/2013/04/anis-en-
estrella-e1365773867793.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2016.
f) Nerium oleander (Família Apocynaceae) - espirradeira (Figura 118)
Características gerais: arbusto ou arvoreta de 2-4 metros de altura, com 
folhas lactescentes, longas e estreitas, acuminadas e de borda lisa, de 6-14 cm 
de comprimento. Flores simples ou dobradas, odoríferas, de coloração variada 
conforme a variedade de cultivo, reunidas em panículas terminais. Os frutos 
são cápsulas deiscentes e alongadas como vagens. É originária do Mediterrâneo, 
muito cultivada para fins ornamentais em países tropicais e subtropicais.
Usos: as folhas desta planta foram utilizadas no passado nas formas 
de infuso, tintura e pó, para tratar a insuficiência cardíaca, mas hoje seu uso 
se restringe ao preparo do chá usado, perigosamente, com a finalidade de 
provocar aborto ou, em uso externo, para tratar escabiose e, mais raramente, 
para acelerar a maturação de abscessos e tumores por meio de compressas 
locais com a folha machucada. Seu emprego como abortivo tem provocado 
inúmeros acidentes tóxicos, alguns deles fatais, mãe e feto morrem juntos. A 
análise fitoquímica desta planta mostrou que as folhas, cascas do caule, raízes, 
sementes e flores contêm vários glicosídeos cardioativos, sendo o principal 
deles a oleandrina, considerada seu princípio ativo, bem como flavonoides e 
outros compostos comuns a diversas plantas, sem atividade apreciável, como 
o ácido betulínico e outros de estrutura triterpenoide livre ou combinado com 
o ácido cumárico, dos quais o cis e o trans-carenino têm atividade citotóxica. 
Uma galactana extraída das folhas mostrou apreciável atividade antitumoral, 
o que pode ser útil para a futura exploração desta propriedade. As sementes 
fornecem 21% de óleo fixo não aproveitável por falta de produção e do oneroso 
processo de detoxificação. Ensaios farmacológicos em órgãos isolados de 
animais de laboratório, usando o extrato das folhas, detectaram atividade 
espasmolítica, depressora do sistema nervoso central, depressora do coração 
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
198
em alta concentração e estimulante em baixa. Em outro experimento verificou-
se, em ratas grávidas, que o extrato aquoso das folhas provoca a expulsão ou a 
reabsorção do feto no prazo de 24 horas.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 89)
FIGURA 118 – ESPIRRADEIRA (Nerium oleander – FAMÍLIA APOCYNACEAE)
A B
A. Visão geral. B. Detalhe. 
FONTE: Disponível em: A. <http://www.onlineplantguide.com/Image%20
Library/N/5664.jpg>;
B. <http://fichas.infojardin.com/foto-arbusto/nerium-oleander-flores.jpg>. Acesso em: 
12 mar. 2016.
g) Ilex paraguariensis (Família Aquifoliaceae) – erva-mate (Figura 119)
Características gerais: árvore de até 20 m de altura, dotada de copa 
densa e muito ramificada. Folhas de cor verde escura, simples, alternas, 
oblongas ou obovadas, curto-pecioladas, com margens crenadas ou serreadas, 
de 6-20 cm de comprimento. Flores unissexuais, brancas, em fascículos axilares, 
tendo, frequentemente, as masculinas e femininas na mesma inflorescência. 
Fruto do tipo baga, avermelhado, globoso, de polpa carnosa, com cinco a oito 
sementes. Esta espécie é nativa do sul da América do Sul (Paraguai, Argentina, 
Uruguai, Chile e no Brasil desde o Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do 
Sul), principalmente em regiões altas. Ocorre nas mesmas regiões a espécie Ilex 
brevicuspis, também citada com usos um tanto semelhantes.
Usos: as folhas são usadas para fins medicinais, e principalmente, 
alimentício acessório, na forma de chá, mesmo antes da descoberta da América. 
A sua exploração representa hoje importante atividade econômica na região 
norte de Santa Catarina, onde grande parte da produção de folhas ainda é de 
origem extrativista, porém já vem sendo cultivada em média escala, tanto nesta 
região como em outras dos três estados sulinos. No Sul do Brasil, no Uruguai, 
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
199
Argentina e Paraguai é consumida sob a forma de uma bebida típica, muito 
amarga, tomada muito quente e sem adoçantes e em recipientes especiais, o 
chimarrão, mas no restante do país é usado na forma de chá, ou como bebida 
refrescante gelada e, às vezes, adicionada de algumas gotas de limão que têm 
emprego como estimulante. Externamente, é usado sob a forma de cataplasma, 
no tratamento caseiro de úlceras e feridas. O chá é preparado por infusão, 
colocando-se água fervente sobre uma colher das de chá das folhas trituradas 
(2 g) em uma xícara das médias e deixando-se por cinco a 10 minutos. Para se 
conseguir um chá com melhor aroma e sabor, as folhas devem, primeiramente, 
ser secas a 100ºC e, em seguida, rapidamente lavadas com o mínimo de água 
fria e deixadas em recipiente fechado durante três a quatro dias. Seu uso reduz 
a fadiga, melhora o apetite e ajuda a digestão. Sua análise fitoquímica mostrou 
que o aroma característico das folhas deve-se a uma mistura complexa de 
cerca de 20 substâncias voláteis e registra como seus principais constituintes 
fixos os alcaloides cafeína, teobromina e teofilina, taninos e alguns compostos 
orgânicos derivados do ácido clorogênico, bem como flavonoides e várias 
saponinas triterpenoides derivadas dos ácidos ursólico e oleanólico. O teor de 
cafeína é maior nas folhas novas, aonde alcança até 2,2%, valor este semelhante 
ao do café e do chá-preto. Nos ensaios farmacológicos aplicados ao extrato 
aquoso das folhas, com vista à elucidação científica das suas propriedades, 
foram observados efeito vasodilatador sobre preparações vasculares isoladas, 
atividade antioxidante, ação estimulante sobre o sistema nervoso central. O 
sabor adstringente do chimarrão e do chá de mate é conferido pelas substâncias 
tânicas, enquanto que a cafeína é a substância responsável pela ação estimulante 
destas bebidas. Seu uso como medicação caseira contra fadiga muscular e 
mental é aprovado internacionalmente.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 90-91)
FIGURA 119 – ERVA-MATE (Ilex paraguariensis - FAMÍLIA AQUIFOLIACEAE)
A B
A. Visão geral de um plantio. B. Detalhe da flor e frutos. 
FONTE: Disponível em: A. <http://mlb-s2-p.mlstatic.com/erva-mate-ilex-paraguariensis-cha-
1000-sementes-para-mudas-739501-MLB20368156997_082015-O.jpg>; B. <https://pt.wikipedia.
org/wiki/Erva-mate>. Acesso em: 12 mar. 2016.
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
200
h) Cocos nucifera (Família Arecaeae) – coco-da-baía (Figura 120)
Características gerais: palmeira muito comum na costa atlântica do 
Brasil, com até 30 m de altura por 20-40 cm de diâmetro, geralmente muito 
menos, coroada por um penacho de grandes folhas pinadas que medem 2-5 
m de comprimento. A inflorescência, formada por um conjunto ramificado, 
contém numerosas flores pequenas, estando as masculinas na parte superior e 
as femininas nas ramificações inferiores, protegida por uma espata em forma 
de canoa virada. Seu fruto, o coco, é uma grande drupa ovoideou elipsoide, 
atingindo às vezes 30 cm de diâmetro, com cinco camadas distintas, por fora do 
epicarpo liso, fino e impermeável à água, seguida do mesocarpo fibroso com 
2-4 cm de espessura, chamado “bucha” ou “capemba”, no dizer vulgar. Depois 
vem o endocarpo muito resistente e duro, com cerca de 5 mm de espessura, de 
cor parda. Mais internamente está uma camada fina, pardacenta, denominada 
de “tegumento” aderido à amêndoa oca com 1-3 cm de espessura, de cor 
branca, carnosa e de sabor agradável; é o “miolo” do coco que guarda em seu 
interior 100 a 250 ml da água de coco, um líquido aquoso, claro, levemente ou 
adocicado no fruto verde e um pouco ácido no coco maduro. A amêndoa verde, 
muito saborosa, quando madura e separada do coco, é comercializada com o 
nome de “copra”. É originária da costa oriental da América do Sul incluindo 
a costa norte e nordeste do Brasil, conforme comprova um estudo filogenético 
recentemente utilizado nos EUA. Existem numerosos cultivares.
Usos: o endocarpo é usado na fabricação artesanal de artefatos 
decorativos e o mesocarpo fibroso serve de matéria-prima muito explorada 
industrialmente; enquanto as suas folhas entram na confecção de telhados e 
cercas de palha no meio rural. Por seu conteúdo de 34,5% de óleo acompanhados 
de 46,9% de água, 3,4% de proteínas, 1,4% de carboidratos e 1% de sais, a copra 
é utilizada principalmente para obtenção do óleo-de-coco. Por trituração com 
um pouco de água fornece o leite-de-coco que, por suas propriedades, pode 
substituir com vantagem o leite comum nas receitas culinárias, especialmente 
na alimentação de pessoas com intolerância à lactose, embora tenha um maior 
teor de gordura. Recentemente preparado e administrado por via oral, e 
provavelmente tópica como líquido de higiene, mostra atividade anti-helmíntica 
contra oxiúros, propriedade essa inexistente no leite do tipo comercial. No 
meio rural, o leite de coco é usado artesanalmente para a preparação caseira 
do óleo de coco, por cuidadoso aquecimento até eliminação da água. O óleo de 
coco é constituído por uma mistura de mono e triglicerídeos do ácido láurico 
como principal componente e quantidade bem menores dos ácidos caproico, 
caprílico, cáprico, merístico, palmítico, esteárico, araquídico, oleico e linoleico. 
Os monoglicerídeos dos ácidos cáprico e láurico são dotados de atividade 
antimicrobiana e antiviral e conferem ao óleo a capacidade de agir contra o 
Helicobacter pylori, o que permite seu uso como medicação auxiliar no tratamento 
da úlcera gástrica e, também, contra o vírus do herpes genital. Apesar da sua 
composição com ácidos saturados, não contribui para elevar o teor do colesterol 
no sangue e nos tecidos, ao contrário do que ocorre com os ácidos trans, que 
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
201
são hiperlipemiantes. O óleo industrial ou o preparado artesanalmente a partir 
do leite de coco, por eliminação da água quente, é utilizado no preparo de 
frituras e de sabão de coco e, no meio rural, é usado como cosmético para o 
cabelo, para amaciar a pele, e também, na dose de uma a duas colheres das de 
sopa duas a três vezes ao dia, como medicação energética e no tratamento da 
prisão de ventre. Do coco ainda verde é obtida a conhecida água de coco verde, 
apreciada como bebida refrescante, reidratante, atóxica, tida como diurética 
e recomendada para o uso habitual de pessoas doentes ou convalescentes, 
nas doses de um copo quatro vezes ao dia ou mais. Em sua composição estão 
presentes 50-55 g por litro de açúcares redutores (glucose, levulose), além de 
outras substâncias que lhe conferem viscosidade e grande poder nutriente que, 
por ser estéril, permite seu uso mesmo por via intravenosa para reposição do 
volume sanguíneo, bem como aminoácidos com teor semelhante ao do leite 
comum, porém com maior porcentagem de argenina, alanina, cistina e serina, 
o que permite o seu uso como suplemento alimentar nos casos de deficiência 
nutricional e, por sua composição rica em potássio, embora pobre em sódio, é 
usada como reidratante de atletas pós-jogos e nos casos de desidratação por 
diarreia. A água de coco vem sendo utilizada, também, através de processo 
patenteado como meio de conservação do sêmen de animais domésticos e do 
homem, no processo de inseminação artificial, substituindo, vantajosamente, 
outros meios muito mais caros. 
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 97-98)
FIGURA 120 – COCO-DA-BAÍA (Cocos nucifera – FAMÍLIA ARECACEAE)
A B
A. Visão geral. B. Detalhe do fruto.
FONTE: Disponível em: A. <http://www.potomitan.info/photo/cocos_nucifera2.jpg>; 
B. <http://3.bp.blogspot.com/_ct9iUTPKyUM/TPQmyXH_YbI/AAAAAAAAIyA/9iN-Jp0oT4E/
s1600/Cocos_nucifera14.jpg>. Acesso em: 12 mar. 2016.
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
202
i) Aloe vera (Família Asphodelaceae) – aloe, babosa (Figura 121)
Características gerais: planta herbácea, suculenta, de até 1 m de altura, 
de origem provavelmente africana. Tem folhas grossas, carnosas e suculentas, 
dispostas em rosetas e presas a um caule muito curto, que quando cortadas 
deixam escoar um suco viscoso, amarelado e muito amargo. Além de cultivada 
para fins medicinais e cosméticos, cresce em forma subespontânea em toda a 
região Nordeste. Prefere solo arenoso e não exige muita água. Multiplica-se bem 
por separação dos brotos laterais. Outras espécies desse gênero são igualmente 
cultivadas e utilizadas no Brasil para os mesmos fins, das quais as duas mais 
importantes são Aloe arborescens e A. ferox, cujas fotos são apresentadas adiante.
Usos: esta é uma das plantas de uso tradicional mais antigo que se 
conhece, inclusive pelos judeus, que costumavam envolver os mortos em 
lençol embebido no sumo de babosa, para retardar a putrefação, e extrato 
de mirra para encobrir o cheiro da morte, como ocorreu com Jesus Cristo ao 
ser retirado da cruz. Na medicina popular ocidental seu uso mais comum é 
feito pelas mulheres para o trato dos cabelos. A análise fitoquímica de suas 
folhas revelou a presença de compostos de natureza antraquinônica, as aloínas 
e uma mucilagem constituída de um polissacarídeo de natureza complexa, o 
aloeferon, semelhante a arabibogalactana. O sumo mucilaginoso de suas folhas 
possui atividade fortemente cicatrizante que é devida ao polissacarídeo e uma 
boa ação antimicrobiana sobre bactérias e fungos, resultante do complexo 
fitoterápico formado pelo aloeferon e as antraquinonas. É indicada como 
cicatrizante nos casos: de queimaduras e ferimentos superficiais da pele, pela 
aplicação local do sumo fresco, diretamente ou cortando-se uma folha, depois 
de bem limpa, de modo a deixar o gel exposto para servir como um delicado 
pincel; no caso de hemorroidas inflamadas, são usados pedaços, cortados de 
maneira apropriada, como supositórios. Estes pedaços podem ser facilmente 
preparados com auxílio de um aplicador vaginal ou de uma seringa descartável 
cortada; nas contusões, entorses e dores reumáticas: emprega-se a alcoolatura 
preparada pela mistura de pequenos pedaços das folhas (50 g) com meio litro 
de uma mistura de álcool e água e passada através de um pano. Esta mistura 
pode ser aplicada na forma de compressas e massagens nas partes doloridas. 
Os compostos antraquinônicos são tóxicos quando ingeridos em dose alta. 
Assim, lambedores, xaropes e outros remédios preparados com esta planta 
podem causar grave crise de nefrite aguda quando tomados em doses mais 
altas que as recomendadas, provocando, especialmente em crianças, intensa 
retenção de água no corpo, que pode ser fatal. Além do uso tradicional descrito, 
a mucilagem obtida das folhas coradas e deixadas escoar por um a dois dias 
encontra duas aplicações: é aproveitada pela indústria de cosméticos ou é posta 
a secar ao Sol ou ao fogo até perda quase total da água, a fim de formar a resina 
(aloés) que é a forma mais usada pela indústria farmacêutica de fitoterápicos, e 
apresenta propriedade laxante. 
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p.105-106)
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
203
FIGURA 121 – BABOSA (Aloe vera – FAMÍLIA ASPHODELACEAE)
A B
A. Vista geral. B. Detalhe da folha suculenta. 
FONTE: Disponível em: A. <http://ateliedashortas.com.br/wp-content/uploads/2016/02/
labimg_870_babosas.jpg>; B.<http://beneficiosdababosa.net/beneficios-da-babosa-seja-bem-
vindo>. Acesso em: 12 mar. 2016.
j) Baccharis trimera (Família Asteraceae) - carqueja (Figura 122)
Características gerais: subarbusto perene, ereto, muito ramificado na 
base, de caules e ramos verdes com expansões trialadas, de 50-80 cm de altura, 
nativo do Sul e Sudeste do Brasil, principalmente nos campos de altitude. Folhas 
dispostas ao longo de caules e ramos como expansões aladas. Inflorescências do 
tipo capítulo, dispostas ao longo dos ramos, de cor esbranquiçada. Com estes 
mesmos nomes populares e com características e propriedades similares são 
conhecidas as espécies nativas do Sul do Brasil Baccharis articulata e B. uncinella.
Usos: essa planta é amplamente utilizada no Brasil na medicina caseira, 
hábito este herdado de nossos indígenas que há séculos já faziam uso da mesma 
para o tratamento de várias doenças. O primeiro registro do seu uso no país 
data de 1931, informando o emprego da infusão de suas folhas e ramos para o 
tratamento da esterilidade feminina e da impotência masculina e atribuindo-a 
propriedades tônicas, febrífugas e estomáquicas. A partir dessa época, o seu 
uso aumentou, sendo empregado principalmente para problemas hepáticos 
(remove obstruções da vesícula e fígado) e contra disfunções estomacais 
(fortalece a digestão) e intestinais (vermífugo). Algumas publicações populares 
a recomendam ainda para o tratamento de úlcera, diabetes, malária, anginas, 
anemia, diarreias, garganta inflamada, vermes intestinais, etc. É recomendada 
para afecções estomacais, intestinais e hepáticas, na forma de infusão, preparado 
adicionando-se água fervente a uma xícara (chá) contendo uma colher (sopa) 
de suas hastes e folhas picadas, na dose de uma xícara (chá) três vezes ao dia, 
30 minutos antes das refeições. As diferentes propriedades atribuídas a esta 
planta na medicina tradicional vêm sendo estudadas por cientistas e algumas 
já foram validadas como consequência dos resultados positivos obtidos. As 
propriedades hepatoprotetoras, amplamente consagradas no uso popular, 
foram validadas num estudo farmacológico com animais em 1986 usando extrato 
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
204
aquoso cru desta planta. As propriedades digestiva, antiúlcera e antiácida 
foram validadas num estudo com ratos, mostrando que esta planta reduziu a 
secreção gástrica e teve um efeito analgésico. Mais recentemente, seus efeitos 
analgésico, antiúlcera e anti-inflamatório foram mais uma vez comprovados 
com outro estudo. Um estudo clínico conduzido em 1967 mostrou a habilidade 
do extrato desta planta na redução dos níveis de açúcar no sangue, validando 
assim seu efeito hipoglicêmico.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 122-123)
FIGURA 122 – CARQUEJA (Baccharis trimera - FAMÍLIA ASTERACEAE)
A B
A. Visão geral. B. Detalhe das flores e folhas. 
FONTE: Disponível em: A. <http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/
montecristo/09cienc10/C14/MelissaeDanielle/carqueja.jpg>; B. <https://naturaetchimia.
wordpress.com/projetos/>. Acesso em: 12 mar. 2016.
k) Bidens pilosa (Família Asteraceae) – picão (Figura 123)
Características gerais: herbácea ereta, anual, ramificada, com odor 
característico, de 50-130 cm de altura, nativa de toda a América tropical. Folhas 
compostas pinadas, com folíolos de formato, tamanho e em números variados. 
Flores reunidas em capítulos terminais. Os frutos são aquênios de cor preta, com 
ganchos aderentes numa das extremidades. Multiplica-se apenas por sementes. 
Existem mais duas espécies deste gênero com os mesmos nomes populares e 
com características e propriedades similares: Bidens alba e B. subalternans.
Usos: é uma planta que cresce espontaneamente em lavouras 
agrícolas de todo o Brasil, onde é considerada uma séria planta daninha. Esta 
planta possui uma longa história de uso na medicina caseira entre os povos 
indígenas da Amazônia. Virtualmente todas as suas partes são empregadas, 
principalmente contra angina, diabetes, disenteria, aftosa, hepatite, laringite, 
verminose e hidropisia. Sua infusão é também empregada por indígenas 
como diurética, emenagoga, antidisentérica e para o tratamento da icterícia. 
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
205
Na medicina tradicional brasileira é considerada diurética e emoliente, sendo 
utilizada principalmente contra febres, blenorragia, leucorreia, diabetes, 
icterícia, problemas do fígado e infecções urinárias e vaginais. Essa planta 
tem sido objeto de muitos estudos farmacológicos nos últimos anos, os quais 
validaram algumas das propriedades a ela atribuídas pela medicina tradicional. 
Sua atividade antibacteriana contra bactérias Gram-positivas foi demonstrada 
por um estudo de 1997. Outro estudo conduzido em Taiwan documentou 
sua atividade hepatoprotetora, indicando que é capaz de proteger injúrias 
causadas por várias hepatotoxinas. O mesmo grupo de cientistas demonstrou 
uma significativa atividade anti-inflamatória desta planta num outro estudo 
farmacológico com ratos. Estudos com o fitoquímico fenil-heparina isolado 
desta planta demonstraram que possui propriedades antibiótica e citotóxica 
através de fotossensibilização. Num estudo farmacológico publicado em 
1996, cientistas demonstraram que o extrato desta planta inibe a síntese da 
substância prostaglandina, que é parte de um processo metabólico ligado a 
dor de cabeça e doenças inflamatórias. Cientistas suíços isolaram desta planta 
várias substâncias com propriedades anti-inflamatória e antimicrobiana, que 
fez concluírem sobre a possibilidade do seu uso na medicina tradicional para 
o tratamento de ferimentos contra inflamações, bem como contra a infecção de 
bactérias do trato gastrointestinal. Análises fitoquímicas realizadas nos últimos 
anos têm mostrado a composição ativa desta planta. 
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 124-125)
FIGURA 123 – PICÃO (Bidens pilosa – FAMÍLIA ASTERACEAE)
A B
A. Visão geral. B. Detalhe dos frutos. 
FONTE: Disponível em: <http://www.westafricanplants.senckenberg.de/root/index.
php?page_id=78&id=197>. Acesso em 12 mar. 2016.
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
206
l) Chamomilla recutita (Família Asteraceae) – camomila (Figura 124)
Características gerais: planta herbácea, anual, aromática, de até um 
metro de altura. Flores reunidas em capítulos, agrupados em corimbos, com as 
flores centrais amarelas e as marginais de corola ligulada branca. Fruto do tipo 
aquênio, cilíndrico. É nativa dos campos da Europa e aclimatada em algumas 
regiões da Ásia e nos países latino-americanos, inclusive na região Sul do 
Brasil. É amplamente cultivada em quase todo o mundo, inclusive nos estados 
do Sul e Sudeste do Brasil. A parte usada para fins terapêuticos é constituída 
dos capítulos florais secos ao ar e conservados ao abrigo da luz.
Usos: é uma das plantas de uso mais antigo pela medicina tradicional 
europeia, hoje incluída como oficial nas farmacopeias de quase todos os países. 
Sua ação emenagoga foi descoberta empiricamente por Dioscorides na Grécia 
antiga e comprovada cientificamente 2000 anos mais tarde. É usada tanto na 
medicina científica como na popular na forma de infusão, como tônico amargo, 
digestivo, sedativo, para facilitar e eliminação de gases, combater cólicas e 
estimular o apetite, agindo também por via tópica pela aplicação de compressas 
do infuso ainda quente sobre o abdômen no tratamento de cólicas de crianças. O 
cozimento dos capítulos, misturado ou não com água oxigenada, é usado para 
clarear os cabelos. Sua análise fitoquímica mostra a presença de um óleo essencial 
azul que contém, principalmente, camazuleno e camaviolino, responsáveis 
pelacor azul do óleo, a-bisabolol. Entre seus constituintes fixos destacam-se 
polissacarídeos com propriedades imunoestimulantes e os éteres bicíclicos, que, 
sob condições experimentais, mostraram atividade espasmolítica semelhante à 
da papaverina, flavonoides de ação bacteriostática e tricomonicidas, além de 
apigenina que apresenta propriedades ansiolítica e sedativa. A infusão aquosa 
das flores ou o próprio óleo essencial são empregados ainda em pomadas 
e cremes, e em preparações farmacêuticas de uso externo utilizadas para 
promover a cicatrização da pele, no alívio da inflamação das gengivas e como 
antivirótico no tratamento da herpes. Industrialmente a camomila é usada para 
extração da essência que tem largo emprego como aromatizante na composição 
de sabonetes, perfumes, xampus e loções, bem como para conferir odor e sabor 
agradáveis a uma grande variedade de alimentos e bebidas.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 127-128)
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
207
FIGURA 124 – CAMOMILA (Chamomilla recutita – FAMÍLIA ASTERACEAE)
A B
A. Visão geral. B. Detalhe da inflorescência. 
FONTE: Disponível em: A. <http://lh6.ggpht.com/_hTt7ulSkLpI/R5sCAZTdXWI/
AAAAAAAADNE/20liA7Fjafw/chamomilla_recutita_3.jp>. B. <http://www.bgflora.net/
families/asteraceae/chamomilla/chamomilla_recutita/chamomilla_recutita_1.jpg>. Acesso 
em: 13 mar. 2016.
m) Bixa orellana (Família Bixaceae) - urucum (Figura 125)
Características gerais: arbusto grande ou árvore pequena, com 3-5 
m de altura, de tronco revestido por casca parda e copa bem desenvolvida. 
Folhas simples, glabras, medindo 8-11 cm de comprimento. Flores levemente 
róseas, dispostas em panículas terminais muito vistosas. Fruto do tipo cápsula, 
ovoide, com dois ou três carpelos (divisões), coberto de espinhos flexíveis, de 
cor vermelha, esverdeada, amarelada ou parda, com 3-5 cm de comprimento, 
contendo muitas sementes pretas cobertas por um arilo ceroso de cor vermelha 
e odor característico. Os frutos encontram-se em cachos com até 17 unidades. 
Originária da América tropical, incluindo a Amazônia brasileira, é cultivada 
com finalidade doméstica ou industrial, principalmente no Peru e em menor 
escala no Brasil, Paraguai e Bolívia.
Usos: desde os tempos mais remotos os indígenas do Brasil usam o 
pigmento do urucum para pintar a pele, supostamente como ornamento, ou 
como proteção contra insetos e queimaduras por exposição ao Sol. Também 
amplamente usado como corante de alimentos (o colorau) na cozinha 
nordestina. Na primeira expedição ao Brasil em 1500, em carta encaminhada 
à Coroa Portuguesa, já eram feitas referências à pintura feita com o urucum 
pelos indígenas da costa da Bahia, indicando este fato que já era cultivada 
nessa época, uma vez que não ocorre no estado nativo naquela região. As 
sementes são referidas na literatura etnofarmacológica como medicação 
estomáquica, tonificante do aparelho gastrointestinal, antidiarreica, antifebril, 
bem como para o tratamento caseiro das palpitações do coração, crise de 
asma, coqueluche e gripe. Empregado em medicina popular, na forma de chá 
ou maceradas em água fria, ou ainda como xaropes nos casos de faringite e 
bronquite. A massa semissólida obtida das sementes é usada, externamente, 
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
208
para tratamento de queimaduras, especialmente para evitar a formação de 
bolhas e internamente como afrodisíaca, enquanto o cozimento das folhas é 
bebido para atenuar os enjoos da gravidez. Estas propriedades, no entanto, 
ainda não foram confirmadas cientificamente. O extrato concentrado obtido 
das sementes do urucum é utilizado pela indústria de enlatados de carne, 
margarina e cosméticos, em substituição aos corantes sintéticos. Seu emprego 
como corante estende-se também ao melhoramento da cor na preparação do 
vinagre, avicultura para intensificar a coloração amarela da gema dos ovos 
e, ainda, na cera vermelha para assoalhos. A atividade vitamínica A deste 
extrato é da ordem de 1.000 a 2.000 unidades internacionais por grama, que 
pode ser considerada pequena, se comparada ao dendê, ao buriti, a batata-doce 
vermelha, ou mesmo a cenoura.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 180-181)
FIGURA 125 – URUCUM (Bixa orellana – FAMÍLIA BIXACEAE)
A B
A. Flores e frutos. B. Detalhe do fruto aberto. FONTE: Disponível em: 
<http://modosdeolhar.blogspot.com.br/2013/10/urucum.html>. Acesso em: 12 mar. 2016.
n) Ocotea odorifera (Família Lauraceae) – canela-sassafrás (Figura 126)
Características gerais: árvore perenifólia, de 8-20 m de altura, aromática, 
de copa globosa e densa, com tronco tortuoso e canelado de 40-70 cm de 
diâmetro, nativa da Bahia até o Rio Grande do Sul na Mata Atlântica e nos 
campos de altitude do Sudeste e do Planalto Meridional (mata de pinhais). Folhas 
brilhantes, coriáceas, de 7-14 cm de comprimento. Inflorescências paniculadas 
terminais, formadas por flores pequenas, hermafroditas, perfumadas, de cor 
branco-amarelada. Os frutos são drupas elípticas lisas, de cerca de 2,5 cm de 
comprimento, com uma fina polpa carnosa que por sua vez é envolvida até 
quase o meio do receptáculo carnoso, contendo uma única semente de igual 
formato. Todas as partes desta planta apresentam odor forte de óleo essencial 
quando amassadas. 
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
209
Usos: fornece madeira de ótima qualidade para mobiliário e construção 
civil, bem como para construção artesanal de tonéis para aguardentes, 
conferindo à bebida seu aroma e sabor agradáveis. Todas as partes desta planta, 
inclusive a madeira, são empregadas para extração do óleo essencial mediante 
destilação. Entre os seus principais componentes está o safrol, amplamente 
utilizado em perfumaria, medicina e como combustível de naves espaciais. O 
teor de safrol no óleo essencial é variável para cada região, podendo chegar 
a 1% quando destilado de plantas que crescem no Planalto Catarinense. Em 
algumas regiões o safrol é parcialmente substituído pelo metil-eugenol. O óleo é 
muito empregado no preparo de medicamentos com propriedades sudoríficas, 
antirreumáticas, antissifilíticas, diuréticas e como repelente de mosquitos. Este 
óleo é o substituto natural do óleo sassafrás norte-americano, extraído da espécie 
Sassafras albidum e do óleo de pau-rosa extraído da espécie amazônica Aniba 
rosaeodora. Nas práticas caseiras da medicina tradicional, suas flores e casca 
são muito empregadas para o tratamento de várias moléstias, principalmente 
como sudorífica, depurativa do sangue, diurética e antirreumática, embora não 
existam estudos que comprovem a eficácia e a segurança destes tratamentos. 
Na composição do óleo essencial destaca-se o safrol com um teor de 84%.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 340-341)
FIGURA 126 – CANELA-SASSAFRÁS (Ocotea odorifera – FAMÍLIA LAURACEAE)
A B
A. Visão geral. B. Detalhe. 
FONTE: Disponível em: A. <http://4.bp.blogspot.com/_CFBJfdtx7PI/ScbxrrjZpAI/
AAAAAAAAesQ/UZEd7L3Y0I8/s400/047.JPG>. B. <http://www6.ufrgs.br/fitoecologia/florars/
imagens/886ac0217d5f0a8753ffe5129da5235d70d.JPG>. Acesso em: 12 mar. 2016.
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
210
o) Coffea arabica (Família Rubiaceae) - café (Figura 127)
Características gerais: arvoreta ou arbusto grande, perene, com até 4 m 
de altura, ramificado desde a base, dotado de copa densa e alongada. Folhas 
simples, opostas, totalmente glabras, de superfície brilhante, de 8-12 cm de 
comprimento. Flores axilares, brancas e suavemente perfumadas. Fruto do 
tipo baga, vermelho ou amarelo quando maduro, medindo 10 a 15 mm, com 
duas sementes plano-convexas. Originário da Abissínia e de outras partes da 
África e cultivado nos países tropicais da Ásia e da América, particularmente 
no Brasil e na Colômbia. 
Usos: o café é usado principalmente como bebida estimulante preparada 
na forma de infuso feito com suas sementes tostadas e moídas de amplo uso 
em todo o mundo. A literatura etnofarmacológicaregistra o uso do cozimento 
das folhas em água com sal para limpar o sangue, prática comum no Haiti. O 
chá obtido por infusão das sementes cruas é tido como hipoglicemiante, na 
dose de uma xícara por dia ou mais no caso de continuar aparecendo açúcar 
na urina. À mesma preparação é atribuída uma ação curativa sobre afecções 
nos olhos, por meio de banhos ou compressas locais com o infuso feito com 
o café tostado, do modo habitual, diluído com igual parte de água. A análise 
fitoquímica dos grãos de café registra a cafeína com o seu princípio ativo, que 
é encontrado também nas outras partes da planta com exceção das raízes, 
acompanhada de teofilina e teobromina, hemicelulose e outros carboidratos, 
ácido clorogênico e trigonelina, que é o ácido-metil-nicotínico; ácidos graxos, 
esteróis, fenóis, ácidos fenólicos, proteínas e taninos também são encontrados; 
a torrefação dos grãos verdes modifica a composição química do grão, fazendo 
aparecer substâncias resultantes da combustão da hemicelulose que dão a cor 
e o odor característico do café torrado. As folhas contêm, além destes mesmos 
componentes, os ácidos benzoico, cinâmico e ascórbico, quercetina e outros 
flavonoides. Observações clínicas têm verificado que o processo de preparação 
da bebida tem influência sobre os níveis de gordura no sangue, favorecendo 
seu aumento quando o pó é fervido com água e não filtrado. Experiências com 
voluntários mostraram que o consumo moderado (cinco xícaras por dia) do café 
filtrado pode exercer um efeito protetor contra a arteriosclerose, aumentando 
o HDL e reduzindo os efeitos do LDL. Essa observação pode estar relacionada 
com o efeito hipoglicemiante, causado pela administração a ratos, por via oral, 
de uma fração esterólica obtida das sementes verdes. Em pequenas proporções 
o café estimula o raciocínio, diminui a sonolência e a fadiga , mas em grandes 
quantidades pode causar o aparecimento de palpitação, insônia, tremor e 
vertigem. Um cozimento mais forte é usado nos casos de envenenamento por 
alcaloides, provavelmente devido à presença do ácido tânico. O café, preparado 
com 8 gramas do pó em 750 ml de água, dá para seis xícaras médias que 
contêm, cada uma, cerca de 85 mg de cafeína. Como a ação do café depende 
principalmente da cafeína, que atua como estimulante do sistema nervoso 
central, rins, músculos e coração, para obtenção do efeito broncodilatador é 
suficiente tomar uma xícara e meia por dia; um efeito estimulante das secreções 
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
211
do estômago favorável à digestão é conseguido com o uso de três xícaras; o 
aparecimento de tensão nervosa e ansiedade pode ocorrer com a dose de cinco 
xícaras; acima destas doses aparecem os sintomas de intoxicação pela cafeína 
que pode ser fatal com a ingestão de dez ou mais xícaras. O café pode ser 
usado terapeuticamente nos casos de hipotonia e sonolência ou de resfriado 
e enxaqueca associado a analgésicos. Mulheres grávidas ou que estejam 
aumentando devem evitar o uso do café.
FONTE: Compilado de Lorenzi & Matos (2008, p. 457-458)
FIGURA 127 – CAFÉ (Coffea arabica – FAMÍLIA RUBIACEAE)
A. Visão geral. B. Detalhe do fruto. 
FONTE: Disponível em: A. <https://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_
planta=371053>. B. <http://www.henriettesherbal.com/files/images/photos/c/co/pi2000-04-
01_coffea-arabica.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2018.
Como pudemos observar pelas breves descrições, a madeira não é o único 
produto florestal de interesse econômico. As plantas arbóreas nativas do território 
brasileiro estão intimamente ligadas à história e ao desenvolvimento econômico 
e social de nosso país. Relembrando a história do Brasil, algumas espécies foram 
de grande importância na vida econômica, caracterizaram até uma época ou um 
ciclo, como, por exemplo, o pau-brasil, a seringueira, a carnaúba, a araucária, o 
cacau, o babaçu, o mogno. Dessa maneira, é relativamente recente a procura de 
madeira no mercado internacional.
Uma relação antiga e muito importante entre as plantas e a nossa história 
é com o próprio nome do país: “Brasil”, que foi emprestado da árvore Caesalpinia 
echinata Lam., popularmente conhecida como “pau-brasil”. Muitas cidades 
também emprestaram seus nomes de árvores nativas que eram importantes ou 
frequentes em suas regiões geográficas. Como exemplo, citamos Angicos (em 
Pernambuco), Castanhal (no Pará), Cedro (em São Paulo), Imbuia (em Santa 
Catarina), Juazeiro (na Bahia). 
BA
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
212
DICAS
Uma dica muito legal de leitura é o livro “A ferro e fogo”, de Warren Dean, publicado 
em 1996 pela Companhia das Letras. Neste livro, Dean conta a história e a devastação da Mata 
Atlântica brasileira. Nele, há muitos relatos de espécies nativas madeiráveis e não madeiráveis 
amplamente utilizadas desde a chegada dos portugueses.
Apesar da importância histórica, apenas recentemente houve uma 
retomada de interesse nos produtos florestais não madeireiros. Assim, atualmente 
estes produtos têm grande representação no mercado mundial de produtos 
florestais.
DICAS
Agora é sua vez! Procure exemplos de produtos florestais não madeireiros 
comercializados na sua região.
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
213
LEITURA COMPLEMENTAR
AS FLORESTAS E A OBTENÇÃO DE PRODUTOS NÃO MADEIREIROS
José Otávio Brito
Uma análise histórica nos mostrará que, tradicionalmente, a madeira 
nem sempre foi o principal produto a justificar nosso interesse pelas florestas, 
sendo seu domínio no mercado internacional relativamente recente. Em que pese 
tal fato, existem produtos florestais não madeireiros, que ainda são altamente 
importantes, possuindo expressiva representação no mercado mundial de 
produtos florestais.
O termo Produtos Florestais Não Madeireiros – PFNMs – é relativamente 
novo e, apesar da natural integração existente entre eles e a madeira e os demais 
serviços e benefícios oferecidos pelas florestas, é aconselhável e necessária a 
separação dos seus diferentes potenciais. 
Em primeiro lugar, a tendência observada é a de se incluir como PFNMs 
somente os produtos de origem biológica, tendo sido considerado racional não 
incluir o solo, o subsolo e a água como recurso florestal. Há ainda a tendência de 
não se incluir as atividades turísticas, de lazer, de caça, de pesca etc, que devem 
ser identificadas como serviços. Da mesma forma, as influências das florestas 
na proteção de recursos hídricos, na conservação ambiental a na proteção 
da biodiversidade, devem ser consideradas como benefícios das florestas. 
Evidentemente, a madeira é excluída da lista dos PFNMs, em todas as suas 
formas e dimensões, quando sobre ela existir interesse de uso, motivado pelas 
características que lhe são oferecidas pelas suas características fibrosas e dos 
seus constituintes fundamentais, lignina, celulose e hemiceluloses. Isso é válido, 
independentemente dos produtos terem suas origens junto a florestas nativas ou 
plantadas. Há que se considerar, no entanto, a necessidade de serem respeitados 
todos os conceitos e atendidas todas as necessidades relacionadas às questões 
ambientais e sociais de cada região e de cada ecossistema.
Apesar da importância histórica, só recentemente houve uma retomada 
de interesse da ciência e da sociedade contemporânea, na direção dos PFNMs, 
havendo três razões básicas principais para que isto não tenha ocorrido há mais 
tempo. A primeira razão diz respeito ao fato de que tais produtos sempre estiveram 
fortemente atrelados às populações rurais e/ou mercados das comunidades locais 
e, por conta disto, os mesmos não têm sido computados nas estatísticas oficiais de 
produção. A segunda, refere-se ao fato de que há uma tendência, em geral, de se 
definir os produtos oriundos das comunidades rurais como produtos agrícolas, 
sendo que, muitas vezes aí estão relacionados produtos florestais, incluindo-se os 
PFNMs. Assim, a origem florestal dos produtos e a nossa dependência em relação 
UNIDADE 3 |A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
214
às florestas não são reconhecidos. Finalmente, a moderna atividade florestal tem 
favorecido a produção madeireira e o estabelecimento de empresas de grande 
porte e, em tal situação, os produtos não madeireiros são tratados incidentalmente.
A amplitude de PFNMs é bastante grande, da mesma forma que é enorme 
o potencial para a inclusão de novos produtos, sobretudo em se considerando a 
biodiversidade das florestas tropicais. Muitos possuem importância primária para 
aplicações domésticas e nas economias locais. Outros, porém, elevam-se à categoria 
de produtos com grande importância comercial junto ao mercado internacional, 
seja na sua forma original ou sob diferentes estágios de processamento. 
Ao menos 150 PFNMs são referenciados no mercado internacional, a 
maioria deles é comercializada em pequenas quantidades, mas alguns produtos 
podem alcançar níveis elevados, como são os casos da terebintina e do breu obtidos 
da resina de Pinus, os óleos essenciais de eucalipto, a borracha natural, as nozes, 
o mel, a raiz de ginseng etc. Tem sido observado, de uma forma geral, que os 
produtos que se apresentam em grandes quantidades no mercado internacional 
estão vinculados a algum tipo de prática agrícola/silvicultural. Outros produtos 
que também podem ser ainda citados, além de resinas e óleos, são: corantes 
vegetais, taninos, plantas medicinais, resinas, látex, ceras, alimentos etc. 
Concluindo, deve-se ter em conta que o sucesso na exploração dos produtos 
somente será garantida se forem muito bem conhecidas suas disponibilidades e 
seus potenciais de sustentabilidade. Além disso, há que se ter uma boa informação 
sobre o mercado consumidor. Devem ainda ser estimuladas ações que induzam 
ao processamento parcial ou total dos produtos próximo às fontes dos recursos 
florestais, o que poderá aumentar as receitas dos produtores em termos de 
comercialização. Necessária também se faz a prospecção de novos nichos de 
mercado que os produtos podem preencher. A identificação da escala apropriada 
para processamento dos recursos e os níveis de qualidade requeridos para os 
produtos e de especialização dos empreendimentos é outro aspecto importante 
a ser levado em conta. Em geral, na escala doméstica, o processamento limita-
se à secagem e à embalagem dos produtos. Na escala comunitária as operações 
podem incluir o processamento de produtos medicinais, óleos vegetais, 
sabões, corantes e taninos. Em centros mais complexos podem ser incluídos 
os processamentos da goma-resina de Pinus, ceras e óleos vegetais. Todas as 
atividades devem ser iniciadas em escala piloto, no sentido de serem testados 
o processo, as qualidades do produto e as preferências do mercado. A definição 
por sistemas que apresentem flexibilidade para o processamento de diferentes 
produtos poderá reduzir os custos individuais dos produtos. Antes de qualquer 
ação no sentido do planejamento de atividades de exploração dos produtos, faz-
se indispensável o total conhecimento das regras e regulamentos e os padrões de 
qualidade sob os quais as matérias-primas e os produtos a serem obtidos estão 
sujeitos. É importante ainda o estabelecimento de meios para o monitoramento 
da qualidade do produto. É fundamental ainda o acompanhamento das novas 
pesquisas sobre processamentos das matérias-primas e aplicações dos produtos, 
TÓPICO 3 | BOTÂNICA ECONÔMICA
215
além da atenção quanto à possibilidade do surgimento de produtos substitutos 
alternativos concorrentes. O estabelecimento de redes de informações e esforços 
conjugados, em nível regional e nacional, para a manutenção de centros de 
pesquisa para estudos sobre a obtenção e qualidade das matérias-primas e de 
processamento e qualidade dos produtos finais são também complementos 
indispensáveis.
FONTE: Disponível em: <http://www.ipef.br/tecprodutos/naomadeireiros.asp.> Acesso em: 10 
jan. 2016.
216
Neste tópico, você viu que:
• Desde muito cedo, o homem começou a cultivar plantas.
• Ao cultivar e cuidar dessas culturas, os antigos agricultores mudaram as 
características das plantas, de modo que elas foram se tornando cada vez mais 
nutritivas e fáceis de coletar. 
• A agricultura espalhou-se para todo o planeta.
• Desde os primeiros tempos, os animais domésticos foram um componente 
significante na agricultura. 
• No Novo Mundo, a agricultura se desenvolveu de maneira independente.
• Os rebanhos de animais de pastoreio foram destrutivos ecologicamente para 
muitas regiões. Entretanto, também foram importantes fontes de alimento. 
• Nesse contexto, a população humana vem crescendo muito rapidamente.
• Como resultado do crescimento populacional e da pobreza, e porque 
relativamente pouco tem sido feito para desenvolver as práticas agrícolas 
utilizadas nas regiões tropicais, os trópicos vêm sendo devastados 
ecologicamente. 
• Em nosso país, há séculos a exploração dos ecossistemas faz parte de nossa 
atividade econômica e gera alguns problemas. 
• Os problemas ambientais vão desde a extração de essências medicinais e 
ornamentais de plantas e animais nativos da floresta, passando pela extração 
ilegal de diferentes tipos de árvores para a indústria madeireira até o avanço da 
agricultura e pecuária, que têm como principais consequências o desmatamento 
em massa de áreas de floresta nativa, a introdução de espécies exóticas e o 
esgotamento e poluição de solos e mananciais, além da urbanização. 
• Nesse capítulo vimos algumas espécies de interesse econômico, seja por 
apresentarem características de plantas laticíferas, ceríferas, oleíferas, 
medicinais, aromáticas, condimentares, tóxicas, têxteis, madeireiras, corticeiras, 
fibrosas, tintoriais, ornamentais ou comestíveis.
RESUMO DO TÓPICO 3
217
AUTOATIVIDADE
1 Procure na internet imagens que ilustrem as plantas que trabalhamos neste 
capítulo.
2 Para agregar valor ao produto, alguns produtores fazem algum tipo de 
preparação nos vegetais, seja embalando-os, cortando em fatias, picando, 
descascando. Liste alguns destes produtos que você encontra no mercado 
de sua região.
218
219
TÓPICO 4
METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
A partir do momento em que você entra numa sala de aula como 
professor, surgem algumas perguntas, tais como: como apresentarei os conteúdos 
programados? Darei uma aula expositiva ou prática? O que mais motivaria meus 
alunos? Que recursos precisarei para desenvolver esta aula? Será que irei atingir 
os objetivos propostos?
Organizar o ensino de Ciências, ou Biologia, em especial o de Botânica, 
não é tarefa fácil, uma vez que os conteúdos são muitos e o tempo 
reservado a esta área da Biologia é pequeno, temos ainda o fator da 
biodiversidade vegetal e a capacidade do professor em organizar 
suas aulas. Sendo assim, nota-se a importância de nos utilizarmos da 
metodologia de ensino como ferramenta pedagógica que leve a pensar 
em novas e variadas formas de ensino. Como o tempo não permite 
à maioria dos professores um planejamento que possibilite organizar 
todas as suas aulas, este relato pretende mostrar algumas alternativas 
de ensino viáveis para ensinar e aprender Botânica como sugestões 
possíveis e não meras receitas de como fazer educação (GÜLLICH, 
2006, p. 695).
Segundo Hofstein & Lunneta (1982 apud KRASILCHIK 2008, p. 85), as 
principais funções das aulas práticas, reconhecidas na literatura sobre o ensino de 
ciências, são:
- despertar e manter o interesse dos alunos;
- envolver os estudantes em investigações científicas;
- desenvolver a capacidade de resolver problemas;
- compreender conceitos básicos;
- desenvolver habilidades.
Este Caderno de Estudos trata de assuntos bastante específicos de Biologia, 
o que reduz a chance de integração com outras disciplinas. Uma possibilidade, 
por exemplo, é combinar com os professores de Física algum tipo de apoio quanto 
ao espectro das radiações eletromagnéticas e os comprimentos de ondas da luz 
vermelha. Pode-se,ainda, realizar pesquisas na Internet em integração com a 
disciplina de Informática, ou Inglês (se acessar sites americanos ou britânicos). A 
utilização de recursos da Internet numa proposta de educação interativa mostra 
que a rede mundial de computadores, como recurso didático, tem modificado os 
conceitos de tempo e espaço das coisas, bem como o espaço “sala de aula”.
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
220
2 PROPOSTAS PARA AS AULAS
A escolha da modalidade didática dependerá do conteúdo e dos objetivos 
selecionados, da classe a que se destina, do tempo e dos recursos disponíveis, 
assim como dos valores e convicções do professor (KRASILCHIK, 2008, p.77).
Apresentaremos a seguir algumas maneiras de ensinar-aprender, 
principalmente através de práticas de observação da morfologia, anatomia 
e fisiologia de plantas, mostrando que é possível romper com as aulas mais 
tradicionais. A maioria das atividades é fácil de ser realizada; algumas, porém, 
necessitam recursos laboratoriais e certa disponibilidade de tempo.
QUADRO 1 – METODOLOGIAS DE ENSINO
Tipificação da 
metodologia empregada Descrição da forma utilizada
Jardim didático
Trabalho desenvolvido em escolas, para plantar 
espécies arbóreas e herbáceas para estudo. Após o 
jardim implantado, este serve de local para aulas de 
identificação – taxonomia. Ao plantarmos as espécies 
adquirimos razão para cuidar e compreender a 
importância de cada indivíduo, seja ele vegetal ou 
animal do planeta.
Passeios nos jardins
Atividade com grupos de alunos a fim de conhecer 
jardins botânicos para identificação de espécies 
vegetais. 
Aula prática a campo
Aulas de visitação a florestas e parques locais a 
fim de apresentar aos estudantes sua flora local e/
ou regional. O contato direto dos alunos com as 
plantas serve para aproximar o homem da natureza 
e desperta para a sensibilização frente a problemas 
ambientais, num enfoque em que é preciso conhecer e 
identificar o indivíduo vegetal para que o aluno possa 
querer preservar. Começar o ensino de Botânica por 
espécies nativas do local/regional torna o aluno capaz 
no contexto da realidade em que vive.
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
221
Aula prática em 
laboratório
Estudo de materiais botânicos do tipo caule, folhas, 
flores e de coleções botânicas; uso de microscópios, 
para observar estruturas, como tecidos, tricomas, 
estômatos, cloroplastos... O Laboratório formal de 
Ciências facilita a alfabetização científica do aluno, 
uma vez que o objetivo do ensino da ciência botânica 
não se trata de formar pequenos botânicos, mas sim 
fazer nossos alunos enxergar o mundo com os olhos 
da Ciência.
Visita ao herbário 
Visitação a herbários institucionais, a fim de 
mostrar aos estudantes as formas de organização 
e armazenamento de espécies no herbário. Além 
disso, mostra-se a importância das coleções para 
preservação de bancos de dados.
Montagem de herbário 
escolar
Esta atividade existe para que as escolas possam 
montar herbários que facilitem o ensino de Botânica, 
mediante a coleta e armazenamento de espécies na 
escola, pois muitas escolas não têm acesso a florestas, 
matas para mostrar a flora aos seus alunos, então o 
herbário torna-se sumário.
Oficinas de 
aprendizagem
Estudo, montagem e aplicação de atividades 
pedagógicas elaboradas por professores, em 
conjunto. Aulas diferentes ao ar livre em laboratórios 
naturais, na forma de oficinas, fazem com que o 
aluno perceba tanto a capacidade do professor de 
envolvê-los como fazem com que eles se conectem a 
uma nova forma de organizar o ensino, apropriada 
e em número variado, com jogos e outras formas de 
organização que podem realmente fazer a diferença 
no âmbito pedagógico. Podem-se aproveitar as 
oficinas de aprendizagem para ensinar processos 
de coleta de material botânico ou para a montagem 
de herbário.
Material botânico e 
prática em sala de aula
Coleta de material botânico a campo e estudo na sala 
de aula, tais como: folhas, caules, raízes. Nem sempre 
o professor precisa do laboratório para mostrar 
estruturas, a sala de aula pode vir bem a calhar, mas 
temos de solicitar que os alunos tragam materiais. 
Outro aspecto relevante neste caso é que as coletas de 
material nem sempre precisam de professor. Desde 
que bem orientados, os alunos podem fazê-las com 
muita propriedade.
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
222
Organização de Jardim 
Botânico na escola
Planejamento, plantio, cuidados e identificação 
de vegetais na escola. Quando os próprios alunos 
plantam espécies, eles conseguem perceber porque 
é importante preservar o ambiente natural.
Cartilhas-histórias de 
planta e gente
Livretos produzidos sobre as relações entre plantas 
e pessoas, usos na alimentação, medicina alternativa, 
entre outros temas. Pode-se dar uma temática aos 
alunos, após um passeio de observação e pronto. Em 
grupos podem organizar cartilhas, livros que contem 
uma história em quadrinhos que pode ser desenhada 
e pintada em grupos e depois publicada, inclusive 
servindo de fonte para outras séries e níveis.
FONTE: Güllich (2006, p. 696-697)
FIGURA 128 – PREPARAÇÃO DE LÂMINAS HISTOLÓGICAS
FONTE: Petterson et al. (2008) 
Preparação de lâminas
histológicas.
Para a realização de secções histológicas,
primeiro você deve saber quais são os tipos de 
orientação que podem ser utilizados.
Em órgãos cilíndricos, como raízes e caules, os
seguintes tipos de secções podem ser feitas:
Se o órgão for achatado, como uma folha ou 
pétala, três tipos de secções são possíveis. 
Transversal
Paradérmica
Longitudinal
Para a realização das secções, passe
delicadamente a lâmina de barbear no 
sentido mostrado nas figuras acima, de 
acordo com o tipo de orientação que 
desejar. Deslize a lâmina de barbear, 
evitando "serriar" o material, conforme 
segue a figura a seguir. 
Após seccionar o material, coloque-o na placa 
de petri ou vidro-relógio, selecione os melhores 
cortes (os mais finos) e, com auxílio de um pincel, 
acomode-os numa lâmina.
Pingue 1 ou 2 gotas de água (ou corante ou algum 
tipo de reagente) e cubra com uma lamínula, 
cuidando para não aparecer bolhas de ar. 
Folhas de muitas espécies são finas e
muito delicadas, o que dificulta seccioná-las.
Para tornar esse processo mais fácil, você
pode utilizar um pedaço pequeno de isopor,
usando-o como suporte.
Sua lâmina está pronta. Agora é só observar
no microscópio óptico e identificar as estruturas.
Transversal
ParadérmicaTangencial longitudinal
Radial longitudinal
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
223
a) Observação do efeito do pH 
O objetivo desta prática é observar o efeito do pH sobre a coloração de 
pétalas de flores. Para isto, você precisará de pétalas de flores, gral com pistilo, 
funil de vidro, algodão ou papel filtro, três tubos de ensaio, solução de ácido e 
solução de hidróxido de sódio.
Primeiramente, macere as pétalas em água e filtre com funil e algodão (ou 
papel filtro). Coloque o extrato obtido em três diferentes tubos de ensaio. Num 
deles acrescente lentamente um ácido e, no outro, hidróxido de sódio. O terceiro 
tubo funcionará como controle. Peça para os alunos observarem as alterações da 
coloração, decorrentes da mudança de pH e registrarem os resultados.
FONTE: adaptado de: <http://www.cesnors.ufsm.br/professores/adrisalamoni/Apostila%20
DE%20Fisiologia%20Vegetal%20T-P_Florestal.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2016. 
b) Morfologia externa e interna de raízes 
Coloque grãos de milho, ou de feijão, para germinar sobre algodão, papel 
absorvente ou mesmo areia previamente embebidos em água. Oriente os alunos 
a acompanhar e anotar as mudanças das sementes durante a germinação. A raiz 
é o primeiro órgão a surgir. Peça aos alunos que a observem com uma lupa, 
localizando (se possível) a coifa e a zona pilífera.
Se tiver condições de realizar observações microscópicas, espere que as 
raízes atinjam alguns centímetros de comprimentoe seccione-as transversalmente, 
acerca de três centímetros da extremidade. Para obter secções finas, coloque a 
raiz entre dois pedaços de isopor e faça as secções utilizando lâminas de barbear 
(novas). Quanto mais finos os cortes, melhor será a qualidade da preparação e mais 
fácil será a observação. Com um pincel macio e molhado, apanhe cuidadosamente 
as secções e as coloque entre lâmina e lamínula com uma gota de água. Observe 
ao microscópio, inicialmente em menor aumento, para ter uma visão geral. 
Sugira aos estudantes que façam esboços, esquemas ou desenhos da secção de 
raiz observada, antes de passar para um aumento maior. Peça aos estudantes que 
identifiquem os principais tecidos.
FONTE: Amabis & Martho (2001, p. 101-102)
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
224
UNI
A epiderme é o tecido que reveste o órgão, portanto está localizado mais 
externamente. Em seguida encontra-se o tecido de preenchimento, o tecido parenquimático, 
numa região que denominamos de córtex (está entre a epiderme e o cilindro central). Não 
esqueça que a camada mais interna do córtex é conhecida como endoderme, e ela pode 
se apresentar de maneira característica (se precisar, volte e reveja a Unidade 2). Na região 
mais central da raiz encontramos o cilindro central. Ele é constituído do periciclo, dos tecidos 
vasculares (xilema e floema primários) e de medula, caso seja uma monocotiledônea (aqui, 
sugerido o milho).
c) Identificando a zona de crescimento de raízes 
Coloque grãos de milho, ou de feijão, para germinar sobre algodão ou 
papel absorvente previamente umedecido. Espere até que as raízes atinjam cerca 
de três centímetros de comprimento. Enxugue uma raiz com cuidado e meça-a 
com uma régua. Marque divisões regulares na raiz (a cada 1 ou 2 mm, por 
exemplo) desde a extremidade, com tinta nanquim ou com uma caneta usada para 
escrever em transparências. Após a secagem da tinta, retorne as sementes para a 
superfície úmida, onde elas devem permanecer para que as raízes continuem a 
crescer. Oriente os alunos a observar com cautela o espaçamento entre as marcas 
das raízes, nos dias seguintes à marcação. 
FONTE: Amabis & Martho (2001, p. 102)
IMPORTANT
E
A região em que ocorreu o maior distanciamento entre as marcas de tinta 
corresponde à zona de alongamento (ou de elongação) da raiz
d) Observando caules e folhas 
Se possível, saia com os seus alunos para coletar ramos de plantas, e 
peça a eles que identifiquem a gema apical do caule e as gemas axilares, estas 
últimas localizadas acima dos pontos de inserção das folhas (axilas foliares). Se 
for o caso, utilize as extremidades dos caules para obter secções transversais para 
observação ao microscópio.
Oriente os alunos a identificar as partes das folhas: limbo, pecíolo, bainha 
e estípulas. Mas lembre-se! Não são todas as folhas que possuem todas as partes 
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
225
acima citadas. Você pode aproveitar o material coletado e fazer secções transversais 
de folhas para observação em microscópio. Neste caso, chame a atenção para o 
parênquima clorofiliano da folha, com suas células ricas em cloroplastos. 
Com o auxílio de uma pinça de ponta fina é possível destacar pedaços 
de epiderme abaxial (inferior) de folhas para a observação de estômatos ao 
microscópio. Dobre uma folha de modo a quebrá-la e destaque um pedaço de 
epiderme com a pinça, colocando-o entre lâmina e lamínula com água. Observe 
no microscópio e localize os estômatos. Observe a distribuição dos estômatos, a 
forma das células estomáticas e comuns da epiderme.
FONTE: Adaptado de Amabis & Martho (2001, p. 102)
e) Classificação de folhas
Sugira aos alunos classificar algumas folhas de acordo com as características 
mencionadas no Tópico 2.
Sugestão:
Folha de (nome vulgar): Ingá 
Nome científico: Inga marginata
Família: Fabaceae
Características
1. Quanto à constituição (completa/incompleta): incompleta, falta bainha
Folha incompleta do tipo: peciolada
2. Estípulas (presentes/ausentes): presentes, porém caducas
3. Quanto à composição (simples/geminada/composta): composta
Folha composta do tipo: paripinada
4. Quanto ao limbo:
Forma: elíptica
Bordo: inteiramente livre
Base: obtusa
Ápice: acuminada
Consistência: herbácea
Superfície: pilosa
Nervação: peninérvia ou camtódroma
Cor: uniforme
5. Quanto ao pecíolo: presente
6. Quanto à filotaxia: alternada
7. Modificações foliares (presentes/ausentes): presentes
Tipos: ráquis alada, presença de nectários extraflorais
f) Recuperação da turgescência em ramos murchos 
Precisaremos três ramos de Picão (Bidens pilosa) ou qualquer outra planta; 
três béqueres enumerados de 1 a 3 e 750 ml de água. Primeiro, coloque 250 ml 
de água no béquer 1 e insira neste um dos ramos. Em seguida, corte a base do 
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
226
segundo ramo e coloque-o no béquer 2, contendo a mesma quantidade de água. 
No terceiro béquer, insira o ramo e corte sua base dentro dos 250 ml de água. Dê 
ao experimento um intervalo de uma hora. 
Uma boa dica é aproveitar o momento para explicar sobre relações hídricas: 
perda de água das plantas por transpiração, gutação, estômatos, recuperação de 
turgescência etc.
Após o tempo estabelecido, peça aos seus alunos que esquematizem os 
resultados e elaborem hipóteses sobre o que ocorreu em cada um dos três ramos. 
FONTE: Disponível em: <http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/fisiologia-
vegetal-recuperacao-turgescencia-ramos-.htm>. Acesso em: 12 mar. 2016.
IMPORTANT
E
Você vai observar que os ramos recuperam, aos poucos, a turgescência, sendo 
que o de número 3 se recupera mais rápido, seguido do 2 e 1.
g) Plasmólise e efeito de substâncias tóxicas sobre a permeabilidade das 
membranas celulares 
Quando se coloca uma célula vegetal numa solução, ela ganha ou perde 
água, conforme seu potencial hídrico seja menor ou maior do que o potencial hídrico 
da solução externa. Se o potencial hídrico da célula for maior (positivamente) do 
que o da solução externa, a célula perderá água e o protoplasma, com o vacúolo, 
vai se retraindo até separar-se da parede celular. Esse fenômeno é denominado 
plasmólise e o inverso, desplasmólise. Ambos só ocorrem porque o protoplasma 
é envolvido por uma membrana celular dotada de permeabilidade diferencial 
(seletiva).
Essa permeabilidade mantém as duas fases – solução externa e solução 
interna – separadas. A membrana celular deixa a água passar livremente, mas 
impede, em maior ou menor grau, a passagem de solutos, e isso faz com que 
as fases externa e interna se conservem individualizadas. É certo que o vacúolo 
possui sua própria membrana também com características semipermeáveis, mas 
em série com a membrana celular, e, assim, o protoplasma e o vacúolo funcionam 
como um todo, em suas relações hídricas. Se as membranas plasmáticas, cuja 
integridade física é essencial para a manutenção da permeabilidade, forem 
danificadas por agentes químicos ou físicos, os solutos terão livre trânsito 
e se distribuirão no meio aquoso (externo e interno) por difusão. As células e 
organelas perderão, portanto, a capacidade de reter solutos contra o gradiente de 
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
227
concentração (potencial eletroquímico). A parede celular das células vegetais, por 
outro lado, não oferece restrição à passagem de água e solutos (exceto moléculas 
muito grandes). Como os microporos e microcapilares de sua estrutura estão 
cheios de água, moléculas gasosas não a atravessam. No tecido que perde água 
por evaporação (transpiração), as paredes celulares estarão sempre hidratadas, 
já que o fluxo de água se dá do vacúolo para a parede celular. As células perdem 
água, tendendo à retração, sem que o protoplasma se separe da parede celular. 
Grandes tensões desenvolvem-se, assim, nas células, podendo levar à ruptura e 
desorganização da estrutura protoplasmática e, consequentemente, à morte.Vamos observar os processos de plasmólise e desplasmólise em células 
de tecido foliar e verificar o efeito do álcool etílico sobre a permeabilidade das 
membranas celulares.
Separe uma solução de sacarose a 0,25 M, álcool etílico, microscópio, 
lâminas e lamínulas de vidro, lâmina de barbear, tiras de papel filtro, bastão de 
vidro, pinça de ponta fina, folha de Tradescantia (conhecida popularmente por 
zebrina) ou de outra espécie.
Com o auxílio de uma lâmina de barbear e uma pinça, remova alguns 
fragmentos da epiderme inferior de uma folha de zebrina (de preferência sobre 
a nervura principal) ou de outra folha conveniente. Coloque-os entre lâmina e 
lamínula com uma gota de água destilada e observe ao microscópio. Seque a 
água com papel-filtro e coloque a solução de sacarose 0,25 M. Observe como o 
protoplasma se desloca da parede celular em consequência de sua diminuição 
de volume, fenômeno que se chama plasmólise. Substitua a solução de açúcar 
por água destilada. Se não houver mudança alguma, repita o procedimento 
com células plasmolisadas recentemente. Depois de provocar plasmólise num 
fragmento de epiderme de zebrina, segundo a técnica usada anteriormente, 
trate-o com uma ou duas gotas de álcool. Observe o que acontece com o pigmento 
vermelho do vacúolo.
Peça para seus alunos registrarem os resultados, concluindo por que o 
pigmento não saiu das células quando houve plasmólise, e por que saiu quando 
as células plasmolisadas foram tratadas com álcool.
FONTE: Disponível em: <http://www.cesnors.ufsm.br/professores/adrisalamoni/Apostila%20
DE%20Fisiologia%20Vegetal%20T-P_Florestal.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2016.
h) Efeito da luz no crescimento de gemas de batata inglesa (Solanum tuberosum) 
O objetivo desta prática é observar o efeito da luz no crescimento de gemas 
a partir de tubérculos, no caso, o caule da batatinha inglesa. 
Corte um tubérculo de batata em duas metades, com aproximadamente 
o mesmo número de gemas e plante cada uma das metades em vasos com areia 
úmida. Um dos vasos será mantido em luz natural e o outro permanecerá no 
escuro. Após 21 dias, observe o aspecto das brotações. 
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
228
Peça para seus alunos desenharem uma planta de cada tratamento, 
registrarem os resultados e concluírem se o que foi observado é de origem 
genética ou é efeito da luz.
FONTE: Disponível em: <http://www.cesnors.ufsm.br/professores/adrisalamoni/Apostila%20
DE%20Fisiologia%20Vegetal%20T-P_Florestal.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2016.
i) Estudo dos processos de gutação e sudação em plantas
Separe algumas plantas jovens de milho, plantadas em vaso e bastante 
irrigadas e cúpulas de vidro (ou béquer grande) (uma cúpula para cada planta).
Peça para que os alunos coloquem as cúpulas, cuidadosamente, sobre 
as plantas. Aguardem por, no mínimo, uma hora. As gotículas nos bordos das 
folhas das plantas – eliminação de água no estado líquido - refletem a sudação: a 
transpiração foi cessada em razão do ambiente úmido e da presença da cúpula. 
Tais fatores fizeram com que a água e sais minerais fossem liberados nos bordos 
das folhas, pelos hidatódios. 
Peça para seus alunos registrarem os resultados e concluírem o que vêm a 
ser a gutação e a sudação, e em que condições atmosféricas esses fenômenos são 
mais frequentes: durante o dia ou durante a noite. 
FONTE: Disponível em: <http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/fisiologia-
vegetal-gutacao-sudacao.htm>. Acesso em: 13 mar. 2016. 
j) Separação dos pigmentos de folhas 
As folhas contêm dois tipos de clorofila (a e b) de cor verde, além de 
carotenos e outros pigmentos de cor amarela. Esses pigmentos podem ser 
separados por meio de um processo chamado cromatografia, facilmente realizado 
em papel filtro ou mesmo em um bastão de giz branco.
Os pigmentos são extraídos macerando-se folhas (as de espinafre ou de 
hera são muito boas para isso) em um pilão, com uma pequena quantidade de 
álcool ou acetona. Filtre em seguida o macerado em um funil com um pouco de 
algodão, ou em filtro de papel para café, para remover os detritos de folhas. Prepare 
uma mistura de 92% de éter e 8% de acetona e coloque-a em um recipiente de 
boca larga, de modo a formar apenas uma fina camada no fundo. Encoste a ponta 
mais larga do bastão de giz na solução que contém os pigmentos, permitindo que 
uma pequena quantidade seja absorvida pelo giz (até embeber cerca de 0,5 cm). 
Em seguida, coloque o giz, com a extremidade mais larga voltada para baixo, em 
pé no recipiente que contém, no fundo, a mistura de éter e acetona.
FONTE: Amabis & Martho (2001, p. 102-103)
TÓPICO 4 | METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE BOTÂNICA
229
Lembre sempre aos alunos sobre os cuidados necessários para a manipulação 
de álcool e, principalmente, de acetona e éter. Esses líquidos são voláteis, altamente 
inflamáveis e seus vapores não devem ser inspirados. Trabalhe somente em ambientes bem 
ventilados e não acenda fogo.
ATENCAO
Se optar por trabalhar com papel-filtro, corte uma tira de cerca de 10 cm 
de comprimento por 5 cm de largura e pingue uma das gotas do extrato de folha 
a cerca de 1 cm da extremidade do papel. Corte uma garrafa de plástico incolor 
(dessas pet usadas para água ou refrigerante) da mesma altura do comprimento 
do papel. Coloque a mistura de éter e acetona na garrafa até uma altura de 0,5 
cm. Faça um cilindro com papel e prenda-o com um clipe. Introduza o papel 
na garrafa até que sua extremidade, perto da qual está a gota de pigmentos, 
mergulhe na mistura de éter e acetona. Cubra a garrafa com um filme plástico.
À medida que a mistura de éter e acetona é absorvida e sobe pelo giz 
ou pelo papel, ela arrasta os pigmentos. Estes se deslocam com velocidades 
diferentes, de modo que logo podem ser notadas quatro faixas coloridas. A faixa 
superior corresponde ao caroteno, que se desloca com maior velocidade. Mais 
abaixo situa-se a faixa correspondente a pigmentos quimicamente semelhantes 
ao caroteno. Mais abaixo ainda há duas faixas, que correspondem à clorofila a 
(mais acima) e à clorofila b (mais abaixo).
k) Observando o gravitropismo (ou geotropismo)
Umedeça algodão e coloque em quatro caixas de plástico transparente 
retangulares, do tipo usado para guardar CDs. Sobre o algodão de cada caixa 
coloque quatro grãos de milho, um de cada lado da caixa, com as pontas voltadas 
para o centro. A quantidade de algodão deve ser suficiente para que as sementes 
permaneçam fixas quando a caixa for fechada e apoiada sobre um dos lados. 
Feche as caixas e embrulhe-as em papel alumínio, para evitar a interferência da 
luz sobre o crescimento das raízes. Ponha as caixas “em pé” sobre um dos lados. 
Mantenha-as nessa posição até que as raízes atinjam cerca de três centímetros, e 
os caules, cerca de um centímetro (isso deve ocorrer em três ou quatro dias). Note 
que, independentemente da posição original dos grãos, as raízes crescem sempre 
para baixo, e os caules, sempre para cima. Gire duas das caixas 90º, apoiando-as 
agora sobre o lado adjacente; mantenha as outras caixas na posição original. Um 
ou dois dias depois, observe a curvatura dos caules e raízes. 
FONTE: Amabis & Martho (2001, p. 103)
UNIDADE 3 | A DIVERSIDADE E INTIMIDADE DAS PLANTAS VASCULARES COM SEMENTES
230
l) Observação do parênquima amilífero
Corte pedaços de batatinha inglesa, goiaba, banana e pera. Pingue uma 
gota de lugol (solução à base de iodo) sobre cada material. Peça para os alunos 
observarem o que aconteceu, registrarem os resultados e concluírem por que 
surgiu uma coloração diferente (mais escura). Se você tiver um microscópio 
disponível, faça finas secções destes vegetais, coloque-as entre lâmina e lamínula 
com uma gota de lugol e observe, primeiro, em menor aumento e depois passe 
para um aumento maior. Esquematize.
m) Observação de idioblastos com cristais em forma de ráfides
Faça finas secções tangenciais longitudinais no caule de maria-sem-
vergonha (Impatiens sp.). Coloqueo material seccionado entre lâmina e lamínula 
com um pouco de água e observe no microscópio. Tente achar idioblastos com 
cristais em forma de ráfides (agulhas).
n) Observando os vasos transportadores da seiva
Colete um exemplar de maria-sem-vergonha (Impatiens sp.), corte a raiz e 
mergulhe a extremidade do caule em um pequeno jarro ou garrafa transparente 
onde previamente foi colocada uma solução de anilina ou azul de metileno. O 
caule deve ser cortado sob a água para evitar que o ar penetre nos vasos lenhosos 
(células do xilema).
Coloque o experimento em ambiente iluminado e ventilado, e espere a 
subida da seiva pelos vasos lenhosos. O corante delimita os vasos condutores da 
seiva bruta, que se tornam bem visíveis. 
Para observar os vasos lenhosos e liberianos (do xilema e do floema, 
respectivamente), corte o caule e elimine a raiz de um tomateiro (Lycopersicon 
esculentum) ou de uma aboboreira (Cucurbita pepo). Use uma lupa para observar 
o corte do talo próximo à raiz. A seguir, faça finíssimas secções transversais no 
caule, coloque os fragmentos sobre uma lâmina, pingue uma gota d’água e cubra 
com lamínula. Observe ao microscópio e esquematize.
231
Neste tópico você viu que:
• O professor, em algum momento de sua vida profissional, questiona-se sobre 
como trabalhar seu conteúdo programado em sala de aula.
• Organizar o ensino de Ciência ou Biologia, em especial o de Botânica, parece 
uma atividade um pouco complexa para alguns professores, pois falta tempo e 
sobra conteúdo.
• A utilização de determinadas metodologias de ensino como ferramenta 
pedagógica é importante, pois sugere novas e variadas formas de ensino. 
• Temos como principais funções das aulas práticas o despertar e a manutenção 
do interesse dos alunos; envolver os estudantes em investigações científicas; 
desenvolver a capacidade de resolver problemas; compreender conceitos 
básicos e desenvolver habilidades.
• Os professores de Ciências e Biologia devem tentar integrar ao máximo seus 
conteúdos com outras disciplinas.
• A escolha da modalidade didática dependerá do conteúdo programado, dos 
objetivos deste conteúdo, do ano e da turma a que se destina, do tempo e dos 
recursos que a escola disponibiliza.
RESUMO DO TÓPICO 4
232
AUTOATIVIDADE
Agora é a sua vez!
1 Sugira atividades práticas sobre os temas abordados neste livro. Procure 
textos e/ou vídeos que possam introduzir o assunto ou ajudar nas explicações 
dos resultados. Lembre-se de propor atividades diferenciadas e dinâmicas!
233
REFERÊNCIAS
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