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Aula 01 - Agravo em execução Revisão e Habeas Corp (7)

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1 
27 
 
 
 
 
 
2 
27 
Sumário 
Agravo em execução ..................................................................................................................................... 5 
1 - Conceito .............................................................................................................................................. 5 
2 - Base legal ............................................................................................................................................. 5 
3 - Identificação ........................................................................................................................................ 5 
4 - Rito e competência para o julgamento ................................................................................................. 5 
5 - Prazo.................................................................................................................................................... 6 
6 - Cabimento ........................................................................................................................................... 6 
7 - Legitimidade ........................................................................................................................................ 6 
8 - Efeitos .................................................................................................................................................. 7 
9 - Estrutura do agravo em execução ........................................................................................................ 7 
9.1 - Interposição .................................................................................................................................. 7 
9.2 - Razões ........................................................................................................................................... 7 
10 - Modelo de peça ................................................................................................................................. 8 
11 - Peça resolvida .................................................................................................................................... 9 
12 - Contrarrazões de agravo em execução ............................................................................................. 12 
12.1 - Introdução ................................................................................................................................ 12 
12.2 - Prazo ......................................................................................................................................... 12 
12.3 - Conteúdo .................................................................................................................................. 12 
12.4 - Modelo de peça ........................................................................................................................ 12 
Revisão criminal .......................................................................................................................................... 13 
1 - Base legal ........................................................................................................................................... 14 
2 - Identificação ...................................................................................................................................... 14 
3 - Conceito ............................................................................................................................................ 14 
 
 
 
3 
27 
4 - Cabimento da revisão/conteúdo ........................................................................................................ 15 
4.1 - Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ............................ 15 
4.2 - Contrariedade à evidência dos autos ........................................................................................... 15 
4.3 - Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos 
comprovadamente falsos .................................................................................................................... 15 
4.4 - Quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de 
circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena .............................................. 16 
5 - Revisão e extinção da pena ................................................................................................................ 16 
6 - Legitimidade ...................................................................................................................................... 16 
7 - Órgão competente para o julgamento da revisão criminal ................................................................. 17 
8 - Decisão na revisão criminal ................................................................................................................ 17 
9 - Estrutura da revisão criminal ............................................................................................................. 17 
10 - Modelo da peça ............................................................................................................................... 18 
Caiu na OAB ........................................................................................................................................ 19 
Habeas corpus ............................................................................................................................................ 20 
1 - Conceito e Base Legal......................................................................................................................... 21 
2 - Espécies ............................................................................................................................................. 21 
3 - Legitimidade Ativa ............................................................................................................................. 21 
4 - Legitimidade Passiva .......................................................................................................................... 21 
5 - Hipóteses de Cabimento .................................................................................................................... 22 
5.1 - Quando não houver justa causa .................................................................................................. 22 
5.2 - Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei ........................................ 22 
5.3 - Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo .......................................... 22 
5.4 - Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação .......................................................... 22 
5.5 - Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza ................. 22 
 
 
 
4 
27 
5.6 - Quando o processo for manifestamente nulo ............................................................................. 23 
5.7 - Quando extinta a punibilidade .................................................................................................... 23 
6 - Competência ...................................................................................................................................... 23 
7 - Julgamento e Efeitos .......................................................................................................................... 24 
8 - Fundamentos mais Comuns ............................................................................................................... 25 
9 - Estrutura do Habeas Corpus ............................................................................................................... 25 
10 - Modelo da Peça ...............................................................................................................................25 
11 - Peça Resolvida ................................................................................................................................. 26 
 
 
 
 
 
5 
27 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
1 - Conceito 
Peça exclusiva para a fase de execução da pena, o agravo em execução é o recurso utilizado para atacar 
qualquer decisão judicial que denega pedido feito em sede de execução de pena criminal. 
Por exemplo, o advogado faz um pedido simples de progressão de regime para seu cliente – o pedido é 
negado pelo juiz da Vara das Execuções Criminais – contra essa decisão do juiz cabe agravo em execução 
(art. 197 da LEP). 
Entenda-se por execução, em regra, o período que vai do início do cumprimento da pena imposta em 
sentença penal condenatória transitada em julgado até a extinção da própria reprimenda. 
Excepcionalmente, a execução será provisória, ou seja, antes mesmo de o réu ser condenado é possível que 
fique preso preventivamente. Essa prisão cautelar pode durar por muito tempo. Tempo suficiente para que 
o réu, mesmo antes do trânsito em julgado, tenha direito à progressão de regime, do fechado para o 
semiaberto (cumprido 1/6 da pena para delitos comuns; 2/5 ou 3/5 para crimes hediondos). Tal situação é 
amplamente aceita pela doutrina e jurisprudência e, por ser mais favorável ao acusado, precisa ser estudada. 
Mesmo durante a ação penal, o pedido de progressão de regime na execução provisória 
deve ser endereçado para o Juiz das Execuções Criminais. 
2 - Base legal 
Art. 197 da Lei de Execução Penal – Lei 7.210/84 
3 - Identificação 
O juiz da Vara das Execuções Criminais irá negar um pedido de benefício prisional de seu cliente, como, por 
exemplo, pedido de progressão de regime e de livramento condicional. Contra a decisão que indefere 
requerimento de benefício prisional, cabe agravo em execução. 
4 - Rito e competência para o julgamento 
A Lei de Execução Penal não definiu o rito a ser seguido no agravo em execução, definindo, apenas, no seu 
art. 197, que “Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo”. 
Nesse sentido, a doutrina e a jurisprudência amplamente dominante adotam o entendimento no sentido de 
que deve ser adotado o mesmo rito do recurso em sentido estrito, notadamente no que se refere ao prazo, 
ao juízo de retratação e ao processamento. 
 
 
 
6 
27 
Tal entendimento restou consagrado na Súmula 700 do STF, segundo a qual “É de cinco dias o prazo para a 
interposição de agravo contra a decisão do juiz da execução penal”. 
A interposição do recurso deve ser dirigida ao juiz de primeiro grau que proferiu a decisão, para que este 
possa rever a decisão, em sede de juízo de retratação. 
As razões de recurso devem ser endereçadas ao Tribunal competente (Tribunal de Justiça, se da 
competência da Justiça Comum Estadual; ou Tribunal Regional Federal, se da competência da Justiça 
Federal). 
5 - Prazo 
Segue o prazo do RESE, ou seja, 5 dias para interpor o recurso e 2 dias para arrazoar. 
 
 Como na prova da OAB você fará as razões junto com a interposição, o prazo a ser respeitado são os 5 das 
da interposição do agravo. 
6 - Cabimento 
É recurso destinado à impugnação de decisões interlocutórias proferidas no curso da execução criminal, 
disciplinada na Lei n. 7.210/84, como decisão que: 
 concede ou nega a progressão de regime; 
 determina a regressão do regime carcerário e perda dos dias remidos; 
 indefere o pedido de unificação das penas, com base, por exemplo, na continuidade delitiva; 
 concede ou denega pedido de livramento condicional; 
 indefere o pedido de saídas temporárias; 
 concede ou denega o pedido de indulto, comutação, remição. 
Em síntese, não há um rol taxativo, sendo cabível para impugnar qualquer decisão proferida pelo juízo da 
execução penal, cuja competência é definida no art. 66 da LEP (Lei n. 7.210/84). 
7 - Legitimidade 
Podem interpor o recurso de agravo em execução o Ministério Público e o condenado. 
 
 
 
7 
27 
8 - Efeitos 
Assim como no recurso em sentido estrito, o agravo em execução possui efeito regressivo, uma vez que a 
interposição do recurso obriga o juiz que prolatou a decisão recorrida a reapreciar a questão, mantendo-a 
ou reformando-a, aplicando-se analogicamente o art. 589, caput, do CPP. 
No tocante ao efeito regressivo do recurso: recebendo os autos, o juiz, dentro de dois dias, reformará ou 
sustentará a sua decisão, mandando instruir o recurso com as cópias que lhe parecerem necessárias. A falta 
de manifestação do juiz importa em nulidade, devendo o tribunal devolver os autos para esta providência. 
O juízo de retratação será sempre fundamento. A fundamentação deficiente do juiz também obriga o 
tribunal a convencer o julgamento em diligência para esse fim. 
Se o juiz mantiver o despacho, remeterá os autos à instância superior; se reformá-la, o recorrido, por simples 
petição, e dentro do prazo do prazo de cinco dias, poderá requerer a subida dos autos. O recorrido deverá 
ser intimado, no caso de retratação do juiz. 
Nos termos do art. 197 da LEP, o agravo em execução não tem efeito suspensivo. Ou seja, as decisões 
proferidas em sede de execução penal devem ser, via de regra, imediatamente executadas. 
9 - Estrutura do agravo em execução 
A estrutura do agravo em execução segue dois momentos: interposição do recurso (afirmar que pretende 
recorrer) e as razões de recurso. 
9.1 - Interposição 
a) Endereçamento: Juiz de Direito da Vara de Execuções Criminais. 
b) Preâmbulo: nome (desnecessário qualificar, pois já qualificado nos autos), capacidade postulatória (por 
seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art. 197 da Lei de Execução Penal), nome da peça (agravo 
em execução), frase final (pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos). 
c) Juízo de retratação, em analogia ao art. 589 do CPP (importante). 
d) Parte final: Nesses termos, requer o processamento do presente recurso. Pede deferimento, data, 
advogado e OAB. 
Cuidar hipóteses de formação de instrumento e relação de peças (é na interposição que se 
indica e requer o traslado de peças para formação do instrumento). 
9.2 - Razões 
a) Endereçamento: Tribunal de Justiça. 
 
 
 
8 
27 
b) Identificação: recorrente, recorrido, n. processo. 
c) Saudação: 
Justiça Estadual: Egrégio Tribunal de Justiça – Colenda Câmara – Eméritos Julgadores – Douta 
Procuradoria da Justiça. 
d) Corpo da peça: breve relato, preliminares e mérito. 
e) Pedido: reforma da decisão + provimento do recurso + pedido específico. 
f) Parte final: termos em que pede deferimento, local, data e OAB. 
10 - Modelo de peça 
PEÇA DE INTERPOSIÇÃO: endereçamento para o juiz de 1º grau 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA... 
Processo n. ... 
(6 a 10 linhas) 
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a 
decisão das fls., interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no art. 197 da Lei n. 7.210/84 
(Lei de Execução Penal). 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 
589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, 
já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado..., para o devido processamento. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO: Endereçamento ao Tribunal Competente 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... 
Agravante: Fulano de Tal 
Agravado: Ministério Público 
Processo n. ... 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Câmara 
I – DOS FATOS 
II – DO DIREITO 
 
 
 
9 
27 
• decisão que concede ou nega a progressão de regime; 
• que determina a regressão do regime carcerário e perda dos dias remidos; 
• que indefere o pedido de unificaçãodas penas, com base, por exemplo, na continuidade delitiva; 
• que concede ou denega pedido de livramento condicional; 
• que indefere o pedido de saídas temporárias; 
• concede ou denega o pedido de indulto, comutação, remição. 
Em síntese, hipóteses previstas no art. 66 da LEP (Lei n. 7.210/84). 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO E PROVIDO o presente recurso, com a REFORMA DA 
DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que... 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
11 - Peça resolvida 
(XVI Exame OAB – Peça profissional) Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, 
praticou um crime de roubo simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante 
grave ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado 
pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto denunciado 
e condenado como incurso nas sanções penais do art. 157, caput, do Código Penal a uma pena privativa de 
liberdade de 4 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença 
transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao 
processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe 
foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta 
grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. No dia 25 de 
fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento condicional 
junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. 
O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os 
seguintes argumentos: a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do 
requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam 
preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus 
antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c) 
indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira 
abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. Você, advogado(a) de 
Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma segunda-feira. Com base nas informações 
acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a 
possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para sua interposição, sustentando todas as teses 
jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal 
pertinente ao caso. 
 
 
 
10 
27 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA 
DO RIO DE JANEIRO/RJ 
Processo n. ... 
(10 linhas) 
GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão de fls., interpor o presente AGRAVO EM 
EXECUÇÃO, com base no art. 197 da Lei de Execução Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 
589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, 
já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça, para o devido processamento 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Rio de Janeiro, 30 de março de 2015. 
Advogado. OAB n. ... 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
Recorrente: Gilberto 
Recorrido: Ministério Público 
Processo n. ... 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça 
Colenda Câmara 
I – DOS FATOS 
O agravante foi denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do art. 157, caput, do 
Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 4 anos e 6 meses de reclusão em regime inicial 
fechado e 12 dias-multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de 
setembro de 2013. 
No dia 25 de fevereiro de 2015, o agravante formulou pedido de obtenção de livramento condicional 
junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Ja- 
neiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, sob os seguintes 
argumentos: a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do 
requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; b) ainda que não fosse hediondo, não estariam 
preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de 
maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento 
condicional; c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes 
de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. 
II – DO DIREITO 
A) Do roubo não ser crime hediondo 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, sob o fundamento de que o crime de 
roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena 
 
 
 
11 
27 
privativa de liberdade. Todavia, o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em vista que não está 
previsto no rol trazido pelo art. 1º da Lei n. 8.072/90. 
Assim, não há que se falar em cumprimento de 2/3 da pena para concessão do benefício, mas 1/3 
da pena, já que o agravante não é reincidente, conforme prever o art. 83, I, do Código Penal. 
B) Do preenchimento do requisito objetivo 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, argumentando, ainda, que estariam 
preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de 
maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento 
condicional. 
Todavia, a decisão do Magistrado fere o princípio da legalidade, uma vez que o art. 83 do Código 
Penal prevê que apenas o condenado reincidente na prática do crime doloso tem de cumprir mais de 
metade da pena aplicada para fazer jus ao livramento condicional. Embora o art. 83, I, do Código Penal, 
dispõe que o condenado não reincidente e portador de bons antecedentes deve cumprir 1/3 da pena, 
essa fração deve ser aplicada também caso o acusado seja portador de maus antecedentes, além de 
não reincidente. 
Houve uma omissão do legislador ao não prever o requisito objetivo para concessão do livramento 
condicional para o condenado primário, mas portador de maus antecedentes. Diante da omissão, deve 
ser aplicado o percentual que seja mais favorável ao acusado, pois não cabe analogia in malam partem. 
Diante do exposto, a jurisprudência pacificou o entendimento de que o condenado não reincidente, 
ainda que portador de maus antecedentes, deverá observar o requisito objetivo para o livramento 
condicional após cumprimento de 1/3 da pena. 
C) Da desnecessidade do exame criminológico 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, porque considera indispensável a 
realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são 
extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. 
Todavia, com a edição da Lei n. 10.792/2003, não mais a obrigatoriedade da realização de exame 
criminológico para fins de obtenção da progressão de regime ou do livramento condicional. Isto é, para 
o livramento, basta que seja atestado comportamento satisfatório durante a execução da pena. 
No caso, a justificativa apresentada pelo Magistrado não é suficiente para a realização do exame 
criminológico. O simples fato de considerar o crime de roubo grave não justifica a realização do exame 
criminológico, não sendo idôneo indeferir o pedido de livramento condicionalapenas por considerar o 
crime grave em abstrato, devendo a decisão ser devidamente fundamentada considerando o caso 
concreto, nos termos da Súmula 439 do STJ, até porque se trata de roubo simples. 
Além disso, o agravante nunca foi punido pela prática de falta grave dentro do estabelecimento 
prisional, de modo que desnecessária a realização do exame. 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO E PROVIDO o presente recurso, com a REFORMA DA 
DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que seja concedido o livramento condicional em favor de Gilberto, 
com consequente expedição de alvará, eis que, quando do recurso, já preenchia todos os requisitos. 
Rio de Janeiro, 30 de março de 2015. 
Advogado. OAB n. ... 
 
 
 
12 
27 
12 - Contrarrazões de agravo em execução 
12.1 - Introdução 
Das decisões proferidas pelo Juízo da Execução Penal cabe agravo em execução. 
A Lei de Execução Penal não definiu o rito a ser seguido no agravo em execução, constando, apenas, no seu 
art. 197, que “Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo”. 
Nesse sentido, a doutrina e a jurisprudência amplamente dominante adotam o entendimento no sentido de 
que deve ser considerado o mesmo rito do recurso em sentido estrito, notadamente no que se refere ao 
prazo, ao juízo de retratação e ao processamento. 
Tal entendimento restou consagrado na Súmula 700 do STF, segundo a qual “É de cinco dias o prazo para a 
interposição de agravo contra a decisão do juiz da execução penal”. 
Nesse sentido, se não concordar com a decisão proferida, a parte irresignada deverá apresentar a petição 
de juntada de agravo em execução no prazo de cinco dias. Após, o juízo a quo fará o primeiro juízo de 
admissibilidade, recebendo ou não recurso, intimando-se o recorrente para apresentar, no prazo de dois 
dias, as respectivas razões de recurso de agravo em execução, se não apresentadas simultaneamente à 
interposição. 
Na sequência, intima-se o recorrido para oferecer suas CONTRARRAZÕES ou RAZÕES PARA A MANUTENÇÃO 
da decisão recorrida, no prazo de dois dias. 
12.2 - Prazo 
Considerando que segue o rito do recurso em sentido estrito, o prazo para contrarrazões é de dois dias, 
conforme o art. 588 do CPP. 
12.3 - Conteúdo 
Deve-se buscar no enunciado informações que permitem desenvolver teses voltadas à manutenção da 
decisão recorrida, bem como refutar os argumentos lançados pelo Ministério Público. 
12.4 - Modelo de peça 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA... 
(6 a 10 linhas) 
FULANO DE TAL (não inventar dados), já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes CONTRARRAZÕES DE 
AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no art. 588 do Código de Processo Penal, requerendo sejam 
 
 
 
13 
27 
recebidas, mantendo-se a decisão recorrida em sede de juízo de retratação, com posterior remessa dos 
autos ao Egrégio Tribunal de Justiça 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... 
Agravante: Ministério Público 
Agravado: Fulano de Tal 
Processo n. ... 
CONTRARRAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado.... 
Colenda Câmara Criminal.... 
I – DOS FATOS111 
II – DO DIREITO 
* Expor argumentos contrários aos invocados nas razões de agravo em execução (informados no 
enunciado da questão), defendo, em síntese, a manutenção da decisão recorrida. 
III – DO PEDIDO112 
Ante o exposto, requer seja IMPROVIDO o recurso de agravo em execução, MANTENDO-SE, por 
conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
REVISÃO CRIMINAL 
Olá, alunos do Estratégia OAB! 
 
 
 
 
14 
27 
Chegou o momento de estudarmos uma das peças que já foi cobrada no Exame da OAB – a REVISÃO 
CRIMINAL.Como sempre fazemos, iremos rever os principais pontos da matéria para, depois, estruturarmos 
a peça e fazermos, juntos, um modelo de peça. 
Conto sempre com o seu compromisso de refazer a peça depois sozinho, cronometrando o tempo e 
utilizando o Vade Mecum que já marcamos juntos. 
Bons estudos e FORÇA!!!!! 
 
1 - Base legal 
Art. 621, do CPP 
2 - Identificação 
O problema trará um caso de decisão penal condenatória com trânsito em julgado. Poderá utilizar a 
expressão – decisão definitiva; ou, ainda, afirmar que estão esgotadas as possibilidades de recurso. 
3 - Conceito 
É uma ação penal de natureza constitutiva e sui generis, de competência originária dos tribunais, destinada 
a rever decisão condenatória, com trânsito em julgado, quando ocorreu erro judiciário. 
Permite-se, portanto, pela revisão criminal, que o condenado possa pedir a qualquer tempo aos tribunais, 
nos casos expressos em lei, que reexamine o processo já findo, a fim de ser absolvido ou beneficiado de 
alguma forma. 
A finalidade da revisão não é apenas a de evitar o cumprimento da pena imposta injustamente, mas, 
precipuamente, a de corrigir uma injustiça, restaurando-se, assim, com a rescisão do julgado, o status 
dignitatis do condenado. Mesmo que ele haja falecido, antes, durante ou após o cumprimento da pena, 
poderá ser promovida a ação revisional; nesse caso, parte legítima será seu cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão. 
Pressuposto: cabendo a revisão apenas nos “processos findos”, é pressuposto indispensável ao cabimento do 
pedido que a sentença condenatória tenha transitado em julgado, ou seja, que da decisão não caiba qualquer 
recurso, inclusive extraordinário, com exceção do habeas corpus, que também é cabível a qualquer tempo. 
 
 
 
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4 - Cabimento da revisão/conteúdo 
4.1 - Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal 
A sentença condenatória é contrária à lei quando não procede como ela manda ou quando nela não encontra 
respaldo para sua existência. 
Ex.: réu condenado por fato que não constitui crime ou condenação a pena superior ao limite máximo 
previsto em lei. 
Quando se tratar de interpretação controversa do texto de lei, não cabe revisão criminal, para se buscar 
outra análise do mesmo preceito. A hipótese deste inciso é clara: afronta ao texto expresso de lei – e não do 
sentido que esta possa ter para uns e outros. 
4.2 - Contrariedade à evidência dos autos 
Contrária à evidência dos autos é a condenação que não tem apoio em provas idôneas, mas em meros 
indícios, sem qualquer consistência lógica e real. 
Para ser admissível a revisão criminal, torna-se indispensável que a decisão condenatória proferida ofenda 
frontalmente as provas constantes nos autos. 
Ex.: seria o equivalente a dizer que todas as testemunhas idôneas e imparciais ouvidas afirmaram não ter 
sido o réu o autor do crime, mas o juiz, somente porque o acusado confessou na fase policial, resolveu 
condená-lo. Não havendo recurso, transitou em julgado a sentença. 
4.3 - Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos 
comprovadamente falsos 
A lei utiliza a qualificação comprovadamente para denominar o falso dessas peças constitutivas do conjunto 
probatório, determinante para a condenação. 
Portanto, não é qualquer suspeita de fraude, vício ou falsidade que levará a reavaliação da condenação com 
trânsito em julgado. Torna-se nítida a exigência de uma falsidade induvidosa. 
Não basta que seja a prova falha, precária ou insuficiente. Não fundamenta a revisão, por exemplo, simples 
falta de fundamentação de laudo pericial. 
Provada, todavia, a falsidade do testemunho, colhido eventualmente até sob coação, da perícia ou do 
documento, não se justifica manter-se aquilo que constitui fraude à justiça, mesmo porque a CF prevê a 
inadmissibilidade em juízo de prova ilícita. 
Com o pedido, o requerente deve apresentar a prova que possua para demonstrar a falsificação, já que não 
se permite na revisão a reabertura do processo para a produção de novas provas.16 
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4.4 - Quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado 
ou de circunstância que determine ou autorize diminuição 
especial da pena 
Prova nova é aquela produzida sob o crivo do contraditório, não se admitindo, por exemplo, depoimentos 
extrajudiciais. É também aquela que já existia à época da sentença, mas cuja existência não foi cogitada. 
Surgindo novas provas que indiquem que o condenado deveria ser absolvido, ou de existirem circunstâncias 
atenuantes ou causas de diminuição de pena não cogitadas, ou não estarem presentes circunstâncias 
agravantes, qualificadoras ou causas de aumento de pena indevidamente reconhecidas, deve ser deferido o 
pedido revisional. 
Se as provas inéditas, surgidas depois da sentença condenatória definitiva ter sido proferida, inocentarem o 
acusado, seja porque negam ser ele o autor, seja porque indicam não ter havido fato criminoso, é de se 
acolher a revisão criminal. 
5 - Revisão e extinção da pena 
Permite a lei o pedido de revisão a qualquer tempo, inclusive após a extinção da pena. 
Há, na hipótese, interesse de agir, pois, além do aspecto moral ínsito à revisão de uma condenação, pode a 
decisão condenatória causar gravames ao condenado, não só na esfera civil e administrativa, como também 
no campo penal (por exemplo, caracterização da reincidência). 
Impede-se a reiteração do pedido de revisão sem novas provas, evitando-se simples repetição indefinida 
daquilo que já foi examinado. Assim, apenas um novo pedido com pretensão diversa, ou alicerçado em novas 
provas, que possibilite nova apreciação por novos fundamentos de fato e de direito, merece conhecimento. 
6 - Legitimidade 
Como demonstra este artigo, trata-se de ação privativa do réu condenado, podendo ele ser substituído por 
seu representante legal ou seus sucessores, em rol taxativo – cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
No conceito de cônjuge, devem ser incluídos os companheiros unidos pelo laço da união estável (art. 226, § 
3º, da CF/88). 
Portanto, a revisão pode ser pedida pelo próprio réu, independentemente de estar representado por seu 
procurador. 
A revisão pode ser proposta por procurador legalmente habilitado, não se exigindo a outorga ao advogado 
de poderes especiais. 
O Ministério Público não é parte legítima para requerer revisão criminal. 
 
 
 
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Em caso de falecimento do réu após a interposição da revisão criminal, o Presidente do Tribunal deverá 
nomear curador para dar prosseguimento à ação. Trata-se de hipótese de substituição processual que 
dispensa a iniciativa dos familiares do réu. 
7 - Órgão competente para o julgamento da revisão criminal 
É da competência originária dos tribunais, jamais sendo apreciada por juiz de primeira instância. Se a 
decisão condenatória definitiva provier de magistrado de primeiro grau, julgará a revisão criminal o tribunal 
que seria competente para conhecer do recurso ordinário. 
Caso a decisão provenha de câmara ou turma de tribunal de segundo grau, cabe ao próprio tribunal o 
julgamento da revisão, embora, nessa hipótese, não pela mesma câmara, mas pelo grupo reunido de 
câmaras criminais. 
Tratando-se de decisão proferida pelo Órgão Especial, cabe ao mesmo colegiado o julgamento da revisão. 
Cabe ao STF o julgamento da revisão criminal de seus julgados, em regra, os de competência originária. 
Da competência prevista pelo art. 624, deve-se excluir o Tribunal Federal de Recursos (extinto) e acrescentar 
o Superior Tribunal de Justiça (art. 105, I, e, da CF) e os Tribunais Regionais Federais (art. 108, I, b, da CF), 
que tem competência revisional. 
8 - Decisão na revisão criminal 
Em princípio, a revisão só pode ser deferida havendo nulidade insanável no processo ou erro judiciário. Mas, 
apesar do caráter taxativo do art. 621, a decisão em que se julgar procedente a revisão pode alterar a 
classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo, tendo como único obstáculo 
a impossibilidade de se agravar a pena imposta pela decisão revista. 
Assim, além de se rescindir complementarmente a sentença ou acórdão para absolver o acusado, nada 
impede, por exemplo, conforme jurisprudência, que se desclassifique a condenação de tentativa de homicídio 
culposo para lesão corporal culposa, ou de falsificação de documentos para falsa identidade; que se reveja e 
reduza a pena; que se reconheça nulidade absoluta, anulando-se o processo, embora a nulidade manifesta 
também possa ser atacada por meio de habeas corpus. 
9 - Estrutura da revisão criminal 
a) Endereçamento: Tribunal competente – art. 624, do CPP. 
b) Preâmbulo: nome e qualificação do requerente (qualificar, pois se trata de ação – não inventar dados), 
capacidade postulatória (por seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art. 621, inciso..., do CPP), 
nome da peça (Revisão Criminal), frase final (pelas fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos). 
c) Corpo da peça (Dos fatos e do direito). Lembrem-se que se trata de uma ação. 
 
 
 
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d) Pedidos: (i) alteração da classificação do crime; (ii) absolvição; (iii) modificação da pena; (iv) nulidade do 
processo. 
Obs.: pedido conforme o fundamento invocado (ver art. 626 do CPP) 
e) Parte final: local, data, advogado e OAB. 
 
Como não se trata de recurso, não há peça de interposição. 
10 - Modelo da peça 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO ESTADO... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
(6 a 10 linhas) 
FULANO DE TAL, nacionalidade, profissão, estado civil, RG... (não inventar dados), por seu procurador 
infra-assinado, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelên- 
cia propor REVISÃO CRIMINAL, com base 621, inciso ..., pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir 
expostos: 
I – DOS FATOS 
II – DO DIREITO109 
III – DO PEDIDO110 
Ante o exposto, requer seja julgada procedente a presente ação de revisão criminal, a fim de que 
seja: 
a) alterada a classificação para o crime..., com base no art. 626 do Código de Processo Penal; e/ou 
b) absolvido o revisando, com base no art. 626 do Código de Processo Penal; 
c) anulado o processo, com base no art. 626 do Código de Processo Penal; 
d) modificada a pena, a fim de que (exs.: seja afastada a majorante; reconhecida a causa de 
diminuição da pena); 
e) reconhecido o direito do revisando à indenização, nos termos do art. 630 do Código de Processo 
Penal. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
 
 
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Caiu na OAB 
(X Exame de Ordem) Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo 
automotor de propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro 
para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na ignição. Jane, 
ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no Paraguai. Imediatamente, 
a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta, tendo prendido Jane em flagrante 
somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, 
que estava guardado em local não revelado. Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso 
do processo, as testemunhas arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem 
no país vizinho e que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas 
declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e reincidente 
específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte à subtração, vítima de 
enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua subsistência. A ré confessou o crime 
em seu interrogatório. Ao cabo da instrução criminal,a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime 
inicial fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a 
confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais sejam, a 
morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua subsistência. A condenação 
transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento da pena em 10 de novembro de 2012. 
No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de 
Jane, acompanhada de Gabriel, único parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele 
informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, 
indicando o local onde o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, 
informou que no mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, 
bem como que tal veículo estava em seu poder desde então. Com base somente nas informações de que 
dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a 
possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. 
 
O candidato deve redigir uma revisão criminal, com fundamento no art. 621, I e/ou III, do Código de Processo 
Penal. Deverá ser feita uma única petição, dirigida ao Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do 
Estado de Mato Grosso, em que o candidato deverá argumentar que, após a sentença, foi descoberta causa 
especial de diminuição de pena, prevista no art. 16 do Código Penal, qual seja, arrependimento posterior. O 
agente, anteriormente ao recebimento da denúncia, por ato voluntário, restituiu a res furtiva, sendo certo 
que tal restituição foi integral e que, portanto, faz jus ao máximo de diminuição. Assim, deverá pleitear, com 
 
 
 
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base no art. 626 do Código de Processo Penal, a modificação da pena imposta, para que seja considerada 
referida causa de diminuição de pena. Além disso, o fato novo comprova que o veículo não chegou a ser 
transportado para o exterior, não tendo se iniciado qualquer ato de execução referente à qualificadora 
prevista no § 5º do art. 155 do Código Penal. Por isso, cabível a desclassificação do furto qualificado para o 
furto simples (art. 155, caput, do Código Penal). Como consequência da aplicação da causa especial de 
diminuição de pena prevista no art. 16 do CP e da desclassificação do delito, o examinando deverá 
desenvolver raciocínio no sentido de que, em que pese a reincidência da revisionanda, o STJ tem 
entendimento sumulado no sentido de que poderá haver atribuição do regime semiaberto para 
cumprimento da pena privativa de liberdade (verbete 269 da Súmula do STJ). Além disso, o fato de a 
revisionanda ter reparado o dano de forma voluntária prepondera sobre os maus antecedentes e demonstra 
que as circunstâncias pessoais lhe são favoráveis. Por isso, a fixação do regime fechado se mostra medida 
desproporcional e infundada, devendo ser abrandado o regime para o semiaberto, com base na no Verbete 
269 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça. Ao final, o examinando deverá elaborar, com base no art. 
626 do CPP, os seguintes pedidos: i. a desclassificação da conduta, de furto qualificado para furto simples; 
ii. a diminuição da pena da pena privativa de liberdade; iii. a fixação do regime semiaberto (ou a mudança 
para referido regime) para o cumprimento da pena privativa de liberdade. Com o fim de privilegiar a 
demonstração de conhecimento, será pontuada, também, a estrutura da peça prático profissional 
apresentada. Assim, deve haver a correta divisão das partes, indicação de local, data, assinatura e 
observância às demais formalidades inerentes à estrutura da peça em análise. Também com a finalidade de 
privilegiar a demonstração de conhecimento jurídico, a Banca aceitará, subsidiariamente, como peça 
prático-profissional adequada, o PEDIDO DE JUSTIFICAÇÃO. Para garantir a atribuição dos pontos 
pertinentes, o examinando deve redigir um Pedido de Justificação, com fundamento no art. 861 do Código 
de Processo Civil c/c art. 3º do Código de Processo Penal. Deverá ser feita uma única petição, dirigida à Vara 
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso. Em sua peça, o examinando deverá requerer 
oitiva da testemunha Gabriel, tendo em vista que as novas provas autorizariam diminuição especial de pena 
(nos termos do art. 621, III do CPP). Deverá, outrossim, argumentar acerca da impossibilidade de produção 
de provas em sede de revisão criminal. Por tais razões o examinando deverá, ao final, pleitear: i. a intimação 
da testemunha Gabriel para comparecer à audiência a ser designada; ii. que, efetuada a justificação, seja, a 
mesma, homologada por sentença, entregando-se os autos ao requerente após decorridas 48 horas da 
decisão judicial, nos termos do art. 866 do CPC. Ao final, o examinando deverá atribuir valor à causa, 
conforme art. 282, V, do CPC, bem como apresentar o rol de testemunhas. 
Obs: Nessa época, o antigo CPC ainda estava em vigor. Hoje não há mais a cautelar de justificação. 
HABEAS CORPUS 
Olá, alunos do Estratégia OAB! 
Hora de estudar a peça que tem menor chance de cair (pode cair, mas é bem difícil) – a ação de HABEAS 
CORPUS. 
Bons estudos! 
 
 
 
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1 - Conceito e Base Legal 
É o remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de 
locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder. 
2 - Espécies 
Habeas corpus liberatório ou repressivo: existindo violência ou coação ilegal por parte do coator, só restará 
então impetrar-se a ordem do juiz para que fique restabelecida a liberdade de locomoção do paciente. 
Habeas corpus preventivo: se a violência ou coação ilegal ainda não ocorreu, mas tudo indica que iria se 
consumar em breve dá-se então o habeas corpus preventivo. Bastará a simples ameaça de coação à 
liberdade de locomoção. 
 3 - Legitimidade Ativa 
Pode ser impetrado por qualquer pessoa, independentemente de habilitação legal ou representação de 
advogado (dispensada a formalidade da procuração). 
O analfabeto pode impetrar, desde que alguém assine a seu rogo (art. 654, § 1º, c). O promotor de justiça 
também pode, nos termos do art. 32, I, da LONMP (Lei n. 8.625, de 12 de fevereiro de 1993). Juiz de direito 
não pode impetrar, em face da inércia da jurisdição, mas pode como cidadão. Delegado de polícia pode. Não 
como autoridade, mas como cidadão. 
Obs.: a autoridade coatora não pode impetrar HC contra seu próprio ato. 
4 - Legitimidade Passiva 
No polo passivo da ação de habeas corpus está a pessoa – autoridade ou não – apontada como coatora, que 
deve defender a legalidade do seu ato, quando prestar as informações. 
Pode, ainda, ser o corpo estatal, como ocorre com tribunais, CPI. 
Acrescente-se, ainda, que a CF não distingue, no polo passivo, a autoridade do particular, de modo que é 
possível impetrar habeas corpus contra qualquer pessoa que constranja a liberdade de locomoção de 
outrem. 
 
 
 
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Ex.: imagine-se os inúmeros casos de internação irregular em hospitais psiquiátricos ou mesmo da vedação 
de saída a determinados pacientes que não liquidam seus débitos no hospital. 
5 - Hipóteses de Cabimento 
5.1 - Quando não houver justa causa 
Justa causa é a existência de fundamento jurídico e suporte fático autorizador do constrangimento à 
liberdade de locomoção. A hipótese trata da falta de justa causa para a prisão, para o inquérito e para o 
processo. 
Só há justa causa para a prisão no caso de flagrante delito ou de ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão ou crime militar. 
Falta justa causa para o inquérito policial quando este investiga fato atípico ou quando já estiver extinta a 
punibilidade do suspeito. 
5.2 - Quando alguém estiver presopor mais tempo do que determina a lei 
A nova reforma processual penal, ao concentrar os atos da instrução numa única audiência, visou, em 
especial, concretizar o princípio constitucional da celeridade processual, impedindo, por consequência, que 
os réus fiquem sujeitos ao constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo. 
Cumpre mencionar que a audiência de instrução e julgamento, no procedimento ordinário, deverá realizar 
no prazo máximo de 60 dias (art. 400 do CPP), após o oferecimento da defesa inicial (arts. 396 e 396-A do 
CPP). 
5.3 - Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo 
Só pode determinar a prisão a autoridade judiciária dotada de competência material e territorial, salvo caso 
de prisão em flagrante. A incompetência absoluta do juízo também pode ser reconhecida em sede de habeas 
corpus. 
5.4 - Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação 
Ex. 1: sentenciado que já cumpriu sua pena, mas continua preso. 
Ex. 2: término da instrução quando a prisão servia para garantia a lisura da instrução criminal. 
5.5 - Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza 
A Constituição da República, em seu art. 5º, LXVI, estabelece que ninguém pode ser preso quando a lei 
admitir a prestação de fiança. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração 
cuja pena máxima em abstrato não seja superior a quatro anos. Nos demais casos, a fiança será requerida 
ao juiz, que decidirá em 48 horas (art. 322 do CPP). 
 
 
 
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5.6 - Quando o processo for manifestamente nulo 
A nulidade pode decorrer de qualquer causa, como falta de condição de procedibilidade (representação nos 
crimes de ação penal pública condicionada), ilegitimidade ad causam (ofendido propõe a ação penal pública 
ou vice-versa) ou processual (menor de 18 anos propõe ação penal privada), incompetência do juízo, 
ausência de citação ou de nomeação de advogado na hipótese de o réu não ter oferecido resposta à 
acusação, nem ter indicado defensor (art. 396-A, § 2º, do CPP), ausência de alegações finais orais ou escritas 
(nas hipóteses do CPP, arts. 403, § 3º, e 404, parágrafo único, há previsão legal da apresentação de alegações 
finais, por memorial). 
5.7 - Quando extinta a punibilidade 
As causas extintivas da punibilidade estão enumeradas exemplificativamente no art. 107 do CP, como, por 
exemplo, decadência do direito de queixa ou representação, prescrição, perempção. 
6 - Competência 
 O habeas corpus deverá ser interposto para as seguintes autoridades: 
* DO JUIZ DE DIREITO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA 
Para trancar inquérito policial (Súmula 103 das Mesas de Processo Penal da Faculdade de Direito da USP). 
Porém, se o inquérito tiver sido requisitado por autoridade judiciária, a competência será do tribunal de 
segundo grau competente, de acordo com a sua competência. 
O juiz não pode conceder a ordem sobre ato de autoridade judiciária do mesmo grau. 
* DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Quando a autoridade coatora for representante do MP Estadual (art. 74, IV, da Constituição do Estado de 
São Paulo). 
Ex.: se o promotor de justiça requisita a instauração de inquérito policial, sem lastro para tanto, o habeas 
corpus deve ser impetrado perante o Tribunal de Justiça. No caso, estando a autoridade policial obrigada a 
atender a requisição, o promotor de justiça é o verdadeiro responsável pela coação. 
* DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL 
Se a autoridade coatora for juiz federal (art. 108, I, d, da CF/88). 
* DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I – processar e julgar, originariamente: 
 
 
 
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a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos 
de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros 
dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União 
que oficiem perante tribunais; 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas 
na alínea “a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado 
ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da 
Justiça Eleitoral. 
* DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I – processar e julgar, originariamente: 
[...] 
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente 
for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do 
Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única 
instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 22, de 1999) 
7 - Julgamento e Efeitos 
a) A concessão de habeas corpus liberatório implica seja o paciente posto em liberdade, salvo se por outro 
motivo deva ser mantido na prisão. 
b) Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, será 
expedida ordem de salvo-conduto em favor do paciente. 
c) Se a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a partir do momento em que se 
verificou o vício. 
d) Quando a ordem for concedida para trancar inquérito policial ou ação penal, esta impedirá seu curso 
normal. 
e) A decisão favorável do habeas corpus pode ser estendida a outros interessados que se encontrem na 
situação idêntica à do paciente beneficiado. 
 
 
 
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8 - Fundamentos mais Comuns 
a) Pode ser feita por qualquer pessoa, no caso, denominada impetrante. 
b) Conteúdo: o órgão jurisdicional a quem é endereçada a ação; o nome da pessoa que sofre ou está 
ameaçada de sofrer a coação (o paciente); o nome de quem exerce a coação ou ameaça; a descrição dos 
fatos que configuram o constrangimento; a assinatura do impetrante ou de alguém a seu rogo. 
c) Admite-se a impetração por telegrama, radiograma ou telex, e até por telefone (RT 638/333). Sobre a 
impetração por meio eletrônico, vide Lei n. 11.419, de 19 de dezembro de 2006, que trata da informatização 
do processo judicial. 
d) Liminar: é admissível, se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da coação 
(art. 660, § 2º, do CPP). 
O Ministério Público não se manifesta no procedimento de habeas corpus quando 
impetrado perante juiz de direito, somente quando a impetração for perante tribunal. 
9 - Estrutura do Habeas Corpus 
a) Endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE... 
b) Identificação das partes: paciente, impetrante e autoridade coatora. 
c) Nome da ação e fundamento legal: habeas corpus. Art. 5º, LXVIII, da Constituição da República, e arts. 
647 e 648 (e inciso correspondente) do Código de Processo Penal. 
d) Corpo da peça (Dos fatos e do direito). Abordagem voltada ao constrangimento ilegal à liberdade de 
locomoção. 
e) Pedidos: conforme o fundamento invocado: (a) trancamento do inquérito policial; (b) trancamento da 
ação penal (se ainda não existir sentença); (c) extinção da punibilidade; (d) nulidade; (e) revogação da 
preventiva; (f) relaxamento da prisão em flagrante; (g) liberdade provisória (todos com alvará de soltura). 
f) Parte final: local, data, Advogado, OAB n. ... . 
10 - Modelo da Peça 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO ESTADO... (SE A AUTORIDADE COATORA FOR JUIZ DE DIREITO ESTADUAL, POR EXEMPLO) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
 
 
 
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO (SEA AUTORIDADE COATORA FOR JUIZ FEDERAL, POR 
EXEMPLO) 
(6 a 10 linhas) 
FULANO DE TAL (nome e qualificação), advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o 
n. ..., com endereço profissional..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar 
HABEAS CORPUS, com base no art. 5º, inciso LXVIII, da CF/88, combinado com os arts. 647 e 648, 
inciso..., do Código de Processo Penal, contra ato do BELTRANO DE TAL (autoridade coatora), em favor 
de CICLANO DE TAL (nome do paciente), nacionalidade, estado civil, profissão, RG..., pelos fatos e 
fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I – DOS FATOS 
II – DO DIREITO 
1º parágrafo: apontar a tese. 
2º parágrafo: fundamentar a tese. 
Obs.: os fundamentos de mérito do HC encontram-se, invariavelmente, no art. 648 do CPP. 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, o impetrante requer a concessão da ordem de habeas corpus, para o fim de: 
• trancamento do inquérito policial ou ação penal (por falta de justa causa); 
• extinção da punibilidade; 
• nulidade; 
• revogação da prisão preventiva, com expedição do alvará de soltura; 
• relaxamento da prisão em flagrante, com expedição do alvará de soltura; 
• concessão de liberdade provisória, com expedição do alvará de soltura. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
11 - Peça Resolvida 
(Adaptado da Questão 3 – XV Exame) A Receita Federal identificou que Raquel possivelmente sonegou 
Imposto sobre a Renda, causando prejuízo ao erário no valor de R$ 27.000,00 (vinte e sete mil reais). Foi 
instaurado, então, procedimento administrativo, não havendo, até o presente momento, lançamento 
definitivo do crédito tributário. Ao mesmo tempo, a Receita Federal expediu ofício informando tais fatos ao 
Ministério Público Federal, que, considerando a autonomia das instâncias, ofereceu denúncia em face de 
Raquel pela prática do crime previsto no art. 1º, inciso I, da Lei n. 8.137/90. Assustada com a ratificação do 
recebimento da denúncia após a apresentação de resposta à acusação pela Defensoria Pública, Raquel 
contrata Wilson para, na condição de advogado, tomar as medidas cabíveis. Com base somente nas 
informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, 
sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL 
REGIONAL FEDERAL DA... REGIÃO 
WILSON, nacionalidade, estado civil, advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob o n. 
 
 
 
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..., com endereço profissional..., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar 
HABEAS CORPUS, com pedido liminar, com base no art. 5º, inciso LXVIII, da CF/88, combinado com os 
arts. 647 e 648, inciso I, do Código de Processo Penal, contra ato do Juiz Federal da Seção Judiciária..., 
em favor de RAQUEL, nacionalidade, estado civil, RG..., CPF..., pelos fatos e fundamentos jurídicos a 
seguir expostos 
I – DOS FATOS 
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Raquel pela prática do crime previsto no 
art. 1º, I, da Lei n. 8.137/90. 
Foi ratificado o recebimento da denúncia após a apresentação de resposta à acusação pela 
Defensoria Pública. 
II – DO DIREITO 
A paciente foi denunciada pela prática do delito previsto no art. 1º, I, da Lei n. 8.137/90, sendo o 
recebimento da denúncia ratificado pela autoridade coatora. Todavia, o fato praticado por Raquel é 
atípico porque não houve o efetivo lançamento definitivo do crédito tributário, nos termos do que 
dispõe a Súmula Vinculante 24 do STF. 
Assim, não há justa causa para ação penal, pois o fato atribuído à paciente é atípico. 
Logo, verifica-se flagrante constrangimento ilegal a à liberdade de locomoção de Raquel, razão pela 
qual o trancamento da ação penal é medida que se impõe. 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, o impetrante requer: 
a) seja expedido ofício à autoridade coatora, a fim de que preste informações; 
b) seja intimado o Ilustre Representante do Ministério Público Federal; 
c) a concessão da ordem de habeas corpus, para o fim de que seja trancada a ação penal, nos termos 
do art. 648, I, do Código de Processo Penal. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
 
 
 
 
	Agravo em execução
	1 - Conceito
	2 - Base legal
	3 - Identificação
	4 - Rito e competência para o julgamento
	5 - Prazo
	6 - Cabimento
	7 - Legitimidade
	8 - Efeitos
	9 - Estrutura do agravo em execução
	9.1 - Interposição
	9.2 - Razões
	10 - Modelo de peça
	11 - Peça resolvida
	12 - Contrarrazões de agravo em execução
	12.1 - Introdução
	12.2 - Prazo
	12.3 - Conteúdo
	12.4 - Modelo de peça
	Revisão criminal
	1 - Base legal
	2 - Identificação
	3 - Conceito
	4 - Cabimento da revisão/conteúdo
	4.1 - Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal
	4.2 - Contrariedade à evidência dos autos
	4.3 - Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos
	4.4 - Quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena
	5 - Revisão e extinção da pena
	6 - Legitimidade
	7 - Órgão competente para o julgamento da revisão criminal
	8 - Decisão na revisão criminal
	9 - Estrutura da revisão criminal
	10 - Modelo da peça
	Caiu na OAB
	Habeas corpus
	1 - Conceito e Base Legal
	2 - Espécies
	3 - Legitimidade Ativa
	4 - Legitimidade Passiva
	5 - Hipóteses de Cabimento
	5.1 - Quando não houver justa causa
	5.2 - Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei
	5.3 - Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo
	5.4 - Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação
	5.5 - Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza
	5.6 - Quando o processo for manifestamente nulo
	5.7 - Quando extinta a punibilidade
	6 - Competência
	7 - Julgamento e Efeitos
	8 - Fundamentos mais Comuns
	9 - Estrutura do Habeas Corpus
	10 - Modelo da Peça
	11 - Peça Resolvida

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