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Luciane – ATM 272 Sensações Somáticas: são mecanismos neurais responsáveis pela aquisição de informações sensoriais do que se passa em todo corpo. ➢ Mecanorreceptivas: sensações de tato, posição do corpo (o estimulo é o deslocamento mecânico de algum local/tecido do corpo) ➢ Termorreceptivas: detectam frio e calor ➢ Sensação a dor: é ativada por qualquer fator que lecione os tecidos ➢ Extereorreceptivas: são provenientes da superfície do corpo, vem de fora. ➢ Proprioreceptivas: se relacionam com o estado físico do corpo, incluindo posição, sensações dos tendões, músculos, sensação de equilíbrio. ➢ Sensações Viscerais: são provenientes dos órgãos internos ➢ Sensações Profundas: provenientes dos tecidos profundos, como as fáscias, músculos e ossos. Incluem pressão profunda, dor e vibração. Sensibilidade de Pressão: deformação de tecidos mais profundos Sensibilidade Vibratória: sinais sensoriais repetitivos e rápidos, são usados receptores do tato ou pressão para possibilitar essa sensação Sensibilidade Tátil: resulta da estimulação de receptores na pele ou abaixo da pele Receptores Táteis • Corpúsculo de Meissner: receptor tátil com grande sensibilidade. É uma terminação de uma fibra nervosa sensorial mielinizada grossa, alongada e encapsulada. Presentes na pele glabra, abundantes na ponta dos dedos, lábios. Se adaptam em uma fração de segundo (sensíveis ao movimento e vibração de baixa frequência). Transmitem a vibração de baixa frequência de forma lenta, ao contrário dos Corpúsculos de Pacini. • As pontas dos dedos também contêm Discos de Merkel, que são receptores táteis com a terminação expandida. Esses receptores transmitem inicialmente um sinal mais forte que se adapta parcialmente e, em seguida, um sinal mais fraco e contínuo que se adapta lentamente. São responsáveis por detectar sinais mantidos, toque contínuo de objetos sobre a pele. São frequentemente agrupados em um órgão receptor chamado Receptor em Cúpula de Iggo, que se projeta para a parte inferior da pele → isso cria uma protusão externa neste ponto do epitélio, cria-se uma cúpula e se constitui um receptor muito sensível. Os Discos de Merkel são inervados por uma única fibra nervosa grossa e mielinizada. • Os Corpúsculos de Meissner e os Discos de Merkel são importantes na localização das sensações táteis em áreas específicas da superfície do corpo e em determinar a textura do estímulo. • Pelos também são receptores táteis (movimento do pelo estimula a fibra nervosa conectada a base do pelo). Se adaptam rápido, detecta o movimento e o contato inicial de objetos na superfície do corpo. • Órgãos Terminais de Ruffini estão localizados nas camadas mais profundas da pele e nos tecidos internos. São terminações encapsuladas multirramificadas, se adaptam lentamente, são importantes para a sinalização dos estados contínuos de deformação dos tecidos, como sinais de tato e pressão intensos e prolongados. Também estão presentes nas cápsulas articulares e sinalizam o grau de rotação articular. • Corpúsculos de Pacini situam-se logo abaixo da pele e profundamente no tecido da fáscia. São estimulados pela compressão rápida dos tecidos, se adaptam rapidamente. Detectam vibração tecidual de forma rápida e transmitem por fibras mielínicas. o Sinais sensoriais que determinam a localização precisa na pele, mínimas graduações de intensidade e alterações rápidas na intensidade do sinal sensorial são transmitidos através de fibras de CONDUÇÃO RÁPIDA → Fibras Mielinizadas o Sinais mais grosseiros, como forte pressão, tato pouco localizado e cócegas são transmitidos por fibras mais finas e lentas, as vezes amielínicas. o Sensações de cócegas e prurido (coceira) são desencadeadas nas camadas superficial da pele. São transmitidas por fibras amielínicas. Vias Sensoriais para a Transmissão dos Sinais Somáticos até o SNC Quase todas as informações sensoriais dos segmentos somáticos do corpo entram na medula espinhal por meio das raízes dorsais dos nervos espinhais. Da medula até o encéfalo, passam por um desses dois sistemas (depois eles se juntam) Sistema da coluna dorsal-lemnisco medial: transmite os sinais ascendentes até a medula oblonga por meio das colunas dorsais da medula espinhal, depois que as vias fazem sinapse e cruzam para o lado oposto, seguem para o tronco cerebral até o tálamo através do lemnisco medial. Composto por fibras mielinizadas grossas e + rápido. Tem organização espacial das fibras nervosas. Transmite modalidades sensoriais mecanorreceptivas. Sistema ântero-lateral: após entrarem na coluna pelas raízes nervosas espinhais dorsais, as fazem sinapse nos cornos dorsais da substância cinzenta medular, em seguida cruzam-se para o lado oposto da medula e ascendem por meio das colunas anterior e lateral da medula espinhal. As vias terminam em todos os níveis do tronco cerebral e no tálamo. Composto por fibras mielinizadas finas e + lento. Transmite dor, calor, frio, sensações táteis grosseiras. • Informações que precisam ser transmitidas rápido e com fidelidade temporal e espacial → transmitida pelo sistema da coluna dorsal-lemnisco medial • Informações que NÃO precisam ser transmitidas rápido e com GRANDE fidelidade espacial → transmitida pelo sistema da coluna ântero-lateral COLUNA DORSAL-LEMNISCO MEDIAL COLUNA ÂNTERO-LATERAL Sensações táteis com alto grau de localização Dor Sensações táteis com graduações de finas intensidades Sensações térmicas, calor e frio Sensibilidade vibratória Sensações de tato e pressão grosseiras capazes (apenas localização) Sensações de movimento contra a pele Sensações de cócegas e coceira Sensações de posição das articulações Sensações sexuais Sensações de pressões relacionadas a grande discriminação de intensidade da pressão Transmissão no Sistema da Coluna Dorsal-Lemnisco Medial Após entrar na medula espinhal, as fibras que trazem informações se dividem e formam um ramo lateral e um ramo medial O Ramo Medial dirige-se medialmente e, depois, para cima e vai até o encéfalo. O Ramo Lateral entra no corno dorsal da substância cinzenta da medula e divide-se muitas vezes → dá origem a terminais que fazem sinapse com neurônios locais Esses neurônios locais tem as funções: • Originar fibras que penetram nas colunas dorsais da medula e ascendem até o encéfalo • Formar fibras curtas responsáveis pelos reflexos medulares locais • Formar fibras que dão origem aos tratos espinocerebelares Após chegar ao tálamo, as fibras do lemnisco medial terminam numa área de retransmissão sensorial talâmica → Complexo Ventrobasal ➢ Deste Complexo Ventrobasal saem fibras nervosas e se projetam para o giro pós-central do córtex cerebral, que é chamado de Área Somatossensorial Primária (essas fibras também se projetam para uma área menor no córtex parietal lateral, chamada Área Somatossensorial Secundária) o Devido ao cruzamento dos lemniscos mediais na medula oblonga, o lado esquerdo do corpo está representado no lado direito do tálamo, e o lado direito do corpo está representado no lado esquerdo do tálamo. Córtex Somatossensorial o Dividido em cerca de 50 áreas distintas (Áreas de Brodmann) o Possui 6 camadas de neurônios o Os sinais sensoriais aferentes excitam os neurônios da camada VI e se espalham em direção a superfície do córtex EM GERAL: • Sinais sensoriais terminam no córtex cerebral imediatamente posterior ao sulco central • Metade anterior do lobo parietal: relacionada com a recepção e interpretação de sinais somatossensoriais • Metade posterior dos lobos parietais: fornece ainda maiores níveis de interpretação • Sinais visuais terminam no lobo occipital e sinais auditivos no lobo temporal • Córtex Motor: porção anterior ao sulco central, constitui a metade posterior do lobo frontal.Relacionado ao controle das contrações musculares e aos movimentos corporais, o córtex cerebral mantém o córtex motor informado a cada instante sobre as posições e movimentos de diferentes partes do corpo. Em cada área somatossensorial existe uma orientação espacial separada e distinta, representando diferentes partes do corpo. A área somatossensorial primária é a mais importante é a mais importante e extensa, alto grau de localização de diferentes partes do corpo. A sensação somática é melhor explicada pelas funções dessa área. ➢ Coxa, tórax, pescoço, ombro, mão, dedos, língua, abdômen A área somatossensorial secundária é dependente da primária. A remoção de partes da área somatossensorial secundária não gera efeito sobre a primária ➢ Perna, braço, face o Cada lado do córtex recebe informações sensoriais vindas do lado oposto do corpo o Temos mais receptores sensoriais nos lábios, mãos, face e polegar Funções da Área Somatossensorial I A retirada de parte dessa área provocaria: • Incapacidade de localizar as diferentes sensações em diferentes partes do corpo (apenas sensações grosseiras, como a localização da mão, da perna) • Incapacidade de diferenciar pressões sobre o corpo • Incapacidade de avaliar o peso, o contorno e a forma de objetos • Incapacidade de avaliar texturas de materiais Ainda seria preservada a sensibilidade térmica e dolorosa (que depende da área secundária) Áreas de Associação Somatossensoriais Áreas 5 e 7 do córtex cerebral Papel importante na interpretação dos significados mais profundos da informação sensorial Combina informações vindas de muitas regiões na área somatossensorial primária para interpretar seu significado Amorfossíntese: Quando essa área é removida de um dos lados do cérebro, a pessoa perde a capacidade de reconhecer objetos no lado oposto do corpo e perde a maioria das sensações de forma. A pessoa esquece de usar um lado de seu corpo, esquece que ele existe. Inibição Lateral: bloqueia a disseminação lateral dos sinais excitatórios, aumentando o grau de contraste do padrão sensorial percebido no córtex cerebral. A capacidade do sistema sensorial de distinguir a estimulação de dois pontos simultaneamente é influenciada pela inibição lateral • Os receptores podem reconhecer alterações de baixa frequência e alta frequência, isso está relacionado com o potencial do receptor, que varia de acordo com a intensidade do estímulo. Ex: nossos olhos podem ver tanto em ambientes muito iluminados quanto escuros. Princípio de Weber-Fechner: quanto maior a intensidade sensorial experienciada, maior tem que ser a alteração adicional para que a mente detecte. Fusos Musculares: importantes para determinação a angulação articular nas faixas médias do movimento e no auxílio do controle do movimento muscular. • Os Corpúsculos de Pacini e os Fusos Musculares são adaptados para a detecção de altas velocidades de alterações de movimento. Transmissão dos Sinais Sensoriais na Via Ântero-lateral Transmite sinais sensoriais que não necessitam de localização altamente discreta da fonte do sinal e que não requerem a discriminação de graduações finas da intensidade. ➢ Esses sinais incluem: dor, calor, frio, tato grosseiro, cócegas, coceira e sensações sexuais As fibras ântero-laterais cruzam na comissura anterior da medula espinhal para as colunas brancas anteriores e laterais do lado oposto, onde ascendem para o encéfalo por meio dos tratos espinotalâmico anterior e lateral • A velocidade de transmissão é menor do que no sistema da coluna dorsal-lemnisco medial • O grau de localização espacial dos sinais é pequeno • O Sistema Ântero-Lateral é mais grosseiro que o outro ▪ A perda do córtex somatossensorial tem um pequeno efeito na percepção da sensação dolorosa e moderado efeito sobre a percepção de temperatura Dermátomo: área da pele inervada por um nervo espinhal Diferenças entre hormônios e neurotransmissores: ▪ Duração do estímulo ▪ Tecido nervoso que libera neurotransmissor, e é liberado pela fenda sináptica ▪ Hormônio é liberado na corrente sanguínea por meio de glândulas (tipo específico do tecido epitelial) DOR • É um mecanismo protetor • Ocorre sempre que qualquer tecido é lesionado Tipos de Dor Dor rápida: sentida logo após a aplicação do estímulo doloroso (dentro de 0,1 segundo). É chamada de dor pontual, aguda ou elétrica. Não é sentida pelos órgãos ou tecidos profundos ➢ Agulha introduzida na pele, pele cortada por uma faca, pele queimada, choques elétricos Dor lenta: começa somente após um segundo ou mais, aumenta lentamente durante os segundos/minutos. Também chamada de dor em queimação, nauseante ou crônica. Geralmente associada a destruição tecidual Sofrimento prolongado e insuportável Receptores da Dor • São terminações nervosas livres • Espalhados nas camadas superficiais da pele, estão também no periósteo, paredes das artérias, superfícies articulares e a foice do tentório na abobada craniana. Outros tecidos profundos estão supridos com terminações nervosas para a dor • Se adaptam muito pouco (ou nem se adaptam) Hiperalgesia: aumento da sensibilidade dos receptores para a dor ➢ A dor é importante porque atua como um “aviso”, possibilita que a pessoa esteja ciente da presença de um estímulo lesivo enquanto estiver persistindo Estímulos que excitam os receptores • Mecânicos • Térmicos (acima de 45ºC dói na pele) A dor relacionada ao calor está ligada a velocidade em que ocorre o dano aos tecidos, porque os tecidos começam a ser cada vez mais lesionados à medida que são expostos ao calor excessivo • Químicos (bradicinina, serotonina, histamina, ácidos, íons potássio) Prostaglandinas e substância P fazem parte porque aumentam a sensibilidade das terminações nervosas, mas não excitam diretamente os receptores ➢ A bradicinina induz a dor de forma mais acentuada que outras substâncias, pode ser a principal responsável na indução de dor após a lesão tecidual A dor rápida geralmente provém de estímulos mecânicos ou térmicos, a dor lenta pode ser desencadeada pelos 3 tipos, mas geralmente é por receptores químicos. • As substâncias químicas são mais importantes na estimulação do tipo de dor lenta e persistente que ocorre após a lesão tecidual Isquemia tecidual: quando o fluxo sanguíneo para um tecido é bloqueado, logo ele começa a doer. Quanto maior a velocidade do metabolismo deste tecido, mais rápido a dor vem. A dor durante a isquemia vem do acúmulo de ácido lático nos tecidos, por conta da perda de oxigênio. Vias Duplas para a Transmissão dos Sinais Dolorosos no SNC Apesar de serem terminações nervosas livres, estas terminações utilizam duas vias separadas para a transmissão dos sinais dolorosos ao SNC. • Uma via para a dor pontual e uma via para a dor crônica. Por conta desse sistema duplo de inervação da dor, um estimulo doloroso súbito, em geral, causa uma sensação dolorosa “dupla” ➢ Uma dor pontual é transmitida para o cérebro por fibras A e, em seguida, em um segundo ou mais, uma dor lenta é transmitida para o cérebro por fibras C A dor pontual avisa a pessoa rapidamente sobre o perigo → reação imediata do individuo A dor crônica tende a piorar com o passar do tempo, faz com que a pessoa tente aliviar a causa Vias Duplas para Dor na Medula Espinhal Ao entrar na medula, os sinais dolorosos tomam duas vias para o encéfalo: Via do Trato Neoespinotalâmico e Via do Trato Paleoespinotalâmico Trato Neoespinotalâmico para a dor rápida: • As fibras transmitem principalmente dores térmica agudas e dores mecânicas • A dor pontual rápida pode ser localizada com mais precisão Glutamato: substância neurotransmissora secretada nas terminações nervosas para esse tipo de dor. É um neurotransmissor excitatório. Via Paleoespinotalâmica: • Transmitedor oriunda das fibras periféricas crônicas do tipo C Substância P: liberada lentamente, tendo sua concentração aumentada em um período de segundos ou minutos. • A localização da dor transmitida através da via paleoespinotalâmica é pobre (devido a conectividade multissináptica difusa dessa via). Isso explica a dificuldade dos pacientes em localizar a fonte de uma dor crônica. A sensação “dupla” de dor pode ser pelo fato de o glutamato gerar uma sensação de dor rápida, enquanto a Substância P gera uma sensação mais duradoura A remoção completa das áreas somatossensoriais do córtex cerebral não destrói a capacidade de sentir dor ➢ Entretanto, o córtex desempenha um papel importante na interpretação da qualidade da dor, mesmo que a percepção da dor seja uma função principalmente dos centros inferiores. Sistema de Supressão da Dor (Analgesia) O próprio encéfalo pode suprimir as aferências de sinais dolorosos para o sistema nervoso através da ativação de um sistema de controle de dor → Sistema de Analgesia Esse sistema pode bloquear a dor antes dela ser transmitida para o encéfalo, bloqueia os sinais dolorosos no ponto de entrada inicial para a medula espinhal • Neurotransmissores envolvidos nesse sistema: encefalina e serotonina • O sistema de analgesia também pode bloquear reflexos locais da medula espinham que resultem em sinais dolorosos (como os reflexos de retirada) Substâncias Opioides: β-endorfina, Metencefalina, Leuencefalina e Dinorfina o Agem de forma semelhante a morfina, tem efeitos analgésicos o As encefalinas são encontradas no tronco cerebral, na medula espinhal e nas porções do sistema de analgesia. A Dinorfina se encontra nas mesmas regiões, em menor quantidade o A β-endorfina está presente no tálamo e na hipófise Dor e Efeito Placebo O efeito placebo de analgésicos é decorrente da produção de endorfina pelo nosso próprio organismo, a pessoa pensa que está tomando um analgésico → produz endorfina → a endorfina alivia a dor Naloxone: bloqueia a ação de endorfina, por conta disso, inibe o efeito placebo Teoria do portão Após bater a cabeça, passamos a mão nela e esfregamos Gera um estimulo tátil não doloroso que, de certa forma, modula o estimulo doloroso da mesma região É uma ação inconsciente Ocorre na medula • A estimulação de grandes fibras sensoriais, oriundas de receptores táteis periféricos, pode reduzir a transmissão dos sinais da dor oriundos da mesma área corporal ➔ Massagens e acupuntura aliviam a dor local ➔ Estímulos elétricos também ajudam no alívio da dor (estimulam as colunas sensoriais dorsais) DOR REFERIDA A dor é localizada longe do tecido que causou a dor. Comum quando a dor é em órgãos viscerais • Ramos das fibras para a dor visceral fazem sinapses na medula nos mesmos neurônios que recebem sinais dolorosos da pele, quando as fibras para a dor visceral são estimuladas, os sinais dolorosos das vísceras são conduzidos através de alguns neurônios que conduzem sinais dolorosos da pele, isso gera a sensação de que as sensações se originam da pele propriamente dita. Causas da Dor Visceral Verdadeira Qualquer estímulo que excite as terminações nervosas para a dor em áreas difusas das vísceras pode causar dor visceral. • Isquemia: causa dor visceral, decorrente da formação de produtos finais ácidos ou degenerativos dos tecidos (como a bradicinina) • Estímulos Químicos: substâncias nocivas escapam do trato gastrointestinal e vão para a cavidade peritoneal (ex: suco gástrico escapa e causa uma digestão disseminada do peritônio visceral, estimulando muitas fibras dolorosas) • Espasmo de uma Víscera Oca: pode causar dor pela estimulação mecânica das terminações nervosas da dor ou pela diminuição do fluxo sanguíneo para o músculo. Ex: cólicas • Distensão Excessiva de uma Víscera Oca: preenchimento excessivo pode interromper os vasos sanguíneos que circundam a víscera, pode promover dor isquêmica • Vísceras Insensíveis: poucas áreas das vísceras são insensíveis a dor de qualquer tipo. Ex: parênquima do fígado e alvéolos pulmonares • Dor parietal (causada por doença): a dor se dissemina pelo peritônio, pleura ou pericárdio pleural. o O sistema nervoso não reconhece a dor em diferentes vísceras As sensações no abdômen e tórax são transmitidas através de duas vias para o SNC: • A Via Visceral Verdadeira e a Via Parietal A dor visceral verdadeira é transmitida através das fibras sensoriais para dor nos feixes nervosos autônomos e as sensações são referidas para áreas da superfície do corpo, geralmente longe do órgão doloroso As sensações parietais são conduzidas diretamente para os nervos espinais locais a partir do peritônio parietal, pleura ou pericárdio. Geralmente se localizam diretamente sobre a área dolorosa. ➢ A dor oriunda das vísceras geralmente se localiza em duas áreas do corpo ao mesmo tempo, por causa da dupla transmissão da dor através da Via Visceral referida e da Via Parietal direta o Quando a dor visceral é referida para a superfície do corpo, A PESSOA GERALMENTE A LOCALIZA NO SEGMENTO DERMATOMAL DE ORIGEM DO ÓRGÃO NO EMBRIÃO e não necessariamente no local atual daquele órgão visceral Ex: dor cardíaca é referida ao lado do pescoço, sobre o ombro sobre os músculos temporais, ao longo do braço esquerdo (o coração se origina no dermátomo do pescoço) Funções Motoras da Medula Espinhal Os circuitos para efetuar os movimentos estão na medula, o encéfalo envia sinais de comando para a medula iniciar esses processos Organização das Funções Motoras da Medula Espinhal Substância Cinzenta: área integrativa para os reflexos espinhais Os sinais sensoriais entram na medula através das raízes sensoriais posteriores → cada sinal trafega por duas vias separadas: um ramo do nervo sensorial termina na substância cinzenta (provoca reflexos espinhais segmentares locais) e outro ramo transmite sinais para níveis superiores da medula e para o tronco cerebral (ou até mesmo para o córtex) Cada segmento da medula possui milhões de neurônios na substância cinzenta, eles podem ser de dois tipos: Neurônios Motores Anteriores ou Interneurônios Neurônios Motores Anteriores: são neurônios grandes, localizados em cada segmento dos cornos anteriores. Dão origem a fibras nervosas que deixam a medula por meio de raízes ventrais e inervam as fibras musculares esqueléticas ➢ Neurônios Motores Alfa Dão origem as fibras nervosas motoras grandes do tipo A Alfa (A𝛼), essas fibras se ramificam e inervam as grandes fibras musculares esqueléticas. A estimulação de uma única fibra 𝛼 excita muitas fibras musculares (conjunto UNIDADE MOTORA) ➢ Neurônios Motores Gama São menores, localizam-se nos cornos anteriores da medula espinhal. Transmitem impulsos através de fibras motoras menores do tipo A Gama (A𝛾), que inervam pequenas fibras musculares esqueléticas especiais (fibras intrafusais), essas fibras constituem o centro do fuso muscular, que auxilia no tônus muscular básico Interneurônios: estão presentes em todas as áreas da substância cinzenta medular (cornos dorsais, anteriores e nas áreas intermediárias). • São mais numerosos que os neurônios motores anteriores • São pequenos e altamente excitáveis (frequentemente exibem atividade espontânea) Muitas conexões entre si, muitas delas fazem sinapse diretamente com o neurônio motor anterior → essas conexões são responsáveis pela maioria das funções integrativas da medula • Tipos de circuitos neuronais encontrados nos interneurônios: divergência, convergência, descargas repetitivas Os sinais sensoriais aferentes provenientes dos nervos espinhais/sinais do encéfalo são enviados primeiro para os interneurônios, onde são adequadamente processados, depois convergem sobre os neurônios motores anteriores para controlar a função muscular Sistema Inibitóriodas Células de Renshaw São “pequenos neurônios” inibitórios que transmitem sinais inibitórios para os neurônios motores circunjacentes. A estimulação de cada neurônio motor tende a inibir os neurônios motores adjacentes → inibição lateral O sistema motor usa essa inibição lateral para focalizar/ressaltar seus sinais. Possibilita a transmissão do sinal na direção desejada, enquanto evita que o sinal se espalhe lateralmente • A maior parte das fibras nervosas da medula são Fibras Proprioespinhais → trafegam de um segmento a outro da medula. Essas fibras ascendentes e descendentes são as vias mais utilizadas nos reflexos multissegmentares, incluindo reflexos que coordenam os movimentos simultâneos dos membros superiores e inferiores Receptores Sensoriais Musculares Os músculos e seus tendões são supridos com dois tipos especiais de receptores sensoriais, esses receptores emitem sinais que são importantes para o controle do músculo, que operam quase inteiramente em nível inconsciente ➢ Fusos Musculares Distribuídos no ventre do músculo, enviam informações para o SN sobre o comprimento do músculo e sobre a velocidade de mudança do comprimento ➢ Órgãos Tendinosos de Golgi Localizados nos tendões musculares, transmitem informações sobre a tensão do tendão ou a velocidade de alteração da tensão Função Receptora do Fuso Muscular Inervação Motora e Estrutura do Fuso Muscular Cada fuso é constituído por fibras intrafusais muito pequenas, são pontiagudas em suas extremidades e ligadas ao glicocálice das fibras musculares esqueléticas extrafusais grandes ao seu redor. • A porção central das fibras musculares não se contrai quando as extremidades se contraem (não possui actina e miosina). • A parte central funciona como um receptor sensorial • As porções que se contraem são estimuladas pelas pequenas fibras nervosas motoras 𝛾 (que se originam dos pequenos neurônios motores tipo A𝛾) • Os músculos extrafusais são inervados pelas grandes fibras A𝛼 Inervação Sensorial do Fuso Muscular A porção receptora é a porção central, as fibras sensoriais se originam nessa região. Elas são estimuladas pelo estiramento da região central do fuso muscular. São encontrados dois tipos de terminações sensoriais na região central do fuso: Receptores Primários: uma fibra sensorial grande envolve a parte central de cada fibra intrafusal, isso forma a chamada terminação/receptor primário Receptores Secundários: uma fibra nervosa sensorial menor inerva a região receptora em um ou ambos os lados da terminação primária. Geralmente se espalha como ramos de arbusto Fibras com Cadeia Nuclear: São menores, tem os núcleos alinhados em uma cadeia através da área receptora Fibras com Saco Nuclear: Muitos núcleos da fibra muscular estão reunidos em “sacos” na região central da área receptora • As terminações nervosas sensoriais primárias são excitadas por ambas as fibras • As terminações nervosas sensoriais secundárias são excitadas somente pelas fibras de cadeia nuclear Quando a região receptora é estirada lentamente, o número de impulsos transmitidos pelas terminações primária e secundária aumenta proporcionalmente ao grau de estiramento, e as terminações continuam a transmitir esses impulsos por vários minutos. Esse efeito é chamado de Resposta Estática dos receptores do fuso Quando o comprimento do fuso aumenta rapidamente, somente a terminação primária é estimulada (forte e seletivamente) → Resposta Dinâmica o A terminação primária responde muito ativamente à rápida alteração na velocidade no comprimento do fuso. Isso acontece somente quando o comprimento está aumentando, quando ele para de aumentar, cessa a descarga de impulsos extra e retorna ao nível menor da resposta estática que ainda está presente Controle das Respostas Estática e Dinâmica Os neurônios motores gama que inervam o fuso muscular se dividem em: ➢ Gama Estático (Gama-e) Excita principalmente as fibras intrafusais com cadeia nuclear, quando isso ocorre, há um aumento a resposta estática, tem pouca influência sobre a resposta dinâmica ➢ Gama Dinâmico (Gama-D) Excita principalmente as fibras intrafusais com saco nuclear, quando isso ocorre, a resposta dinâmica do fuso muscular torna-se muito aumentada, e a resposta estática é pouco afetada Descarga Contínua dos Fusos Musculares: o estiramento dos fusos aumenta a frequência de disparos de impulsos nervosos, enquanto o encurtamento dos fusos reduz a frequência de disparos. • Os fusos podem enviar para a medula sinais positivos (quantidade aumentada de impulsos, indicando estiramento do músculo) ou sinais negativos (quantidade de impulsos abaixo do normal, o que indica encurtamento do músculo) Reflexo de Estiramento Muscular Sempre que um músculo é estendido rapidamente, a excitação dos fusos causa a contração reflexa das fibras musculares esqueléticas grandes (extrafusais) do próprio músculo estirado e também dos músculos sinérgicos relacionados. • Reflexo de Estiramento Dinâmico: provocado por um sinal dinâmico potente transmitido a partir das terminações sensoriais primárias dos fusos musculares, causados pelo estiramento ou encurtamento rápidos. Quando um músculo é rapidamente estirado ou encurtado, um sinal forte é transmitido para a medula → produz uma contração reflexa forte e instantânea (ou redução da contração) do mesmo músculo. O REFLEXO SE OPÕE AS ALTERAÇÕES RÁPIDAS NO COMPRIMENTO DO MÚSCULO. Isso termina em uma fração de segundos após o músculo ter sido estendido/encurtado, mas então, o Reflexo de Estiramento Estático continua por um tempo prolongado • Reflexo de Estiramento Estático: é mais fraco, é provocado pelos sinais dos receptores estáticos contínuos transmitidos pelas terminações primária e secundária. Esse reflexo é importante porque mantém o grau de concentração muscular razoavelmente constante Função de Amortecimento: o sistema de fuso muscular serve para “alisar” e/ou suavizar a contração muscular, assim, ela não é tão brusca. • 31% das fibras nervosas motoras para o músculo são Fibras Motoras Eferentes do tipo A gama finas • Uma das funções mais importantes do sistema fuso muscular é estabilizar a posição do corpo durante qualquer ação motora tensa • Médico provoca reflexos de estiramento múltiplos no paciente para determinar o quanto de excitação basal (tônus) o encéfalo está enviando para a medula. Reflexo Patelar: é induzido batendo-se no tendão patelar com um martelinho, instantaneamente estira o quadríceps e ativo o reflexo de estiramento dinâmico → perna se lança para a frente. Movimentos voluntários detalhados: excitação dos fusos musculares apropriados pelos sinais provenientes da região facilitatória bulborreticular do tronco cerebral estabiliza as posições das principais articulações. Clônus muscular: oscilação de abalos musculares (contrações, movimentos involuntários). Geralmente ocorre quando o reflexo de estiramento está muito sensibilizado pelos impulsos facilitatórios provenientes do cérebro. Reflexo Tendinoso de Golgi O Órgão Tendinoso de Golgi é um receptor sensorial encapsulado através do qual passam fibras tendinosas musculares. A principal diferença entre o Fuso Muscular e o Órgão Tendinoso de Golgi é que o fuso detecta o comprimento do músculo, enquanto o órgão tendinoso detecta a TENSÃO DO MÚSCULO refletida no próprio tendão. O órgão tendinoso tem tanto uma resposta dinâmica quando uma resposta estática • Responde intensamente quando a tensão no músculo aumenta rapidamente (resposta dinâmica), mas diminui para um nível mais inferior logo após (resposta estática) Natureza Inibitória do Reflexo Tendinoso Quando os órgãos tendinosos de Golgi de um tendão são estimulados pelo aumento da tensão em um músculo relacionado, os sinais são transmitidos para a medula → produz reflexos INIBITÓRIOS no respectivomúsculo Esse reflexo fornece um mecanismo de Retroalimentação Negativa, que previne a tensão excessiva no músculo • Quando a tensão no músculo e no tendão é extrema, o efeito inibitório é tão grande que a medula causa um relaxamento instantâneo no músculo → Reação de Alongamento • Esse mecanismo previne o rompimento do músculo ou a separação do tendão e seus ligamentos ao osso Reflexo Flexor Provocado mais fortemente pela estimulação das terminações nervosas para a dor (alfinetada), calor, ferimento. Também reconhecido como Reflexo Nociceptivo. A estimulação dos receptores para tato também pode provocar um reflexo flexor mais fraco e menos prolongado Reflexo Retirada Se alguma parte do corpo, exceto os membros, é estimulada dolorosamente, ocorre o Reflexo de Retirada. É basicamente o mesmo tipo de reflexo, só em outra área do corpo. • Os reflexos ocorrem em poucos milissegundos após o nervo relacionado a dor ter sido estimulado. Logo, o reflexo entra em fadiga e, após o estímulo ter terminado, a contração do músculo retorna ao nível basal (leva milissegundos para isso acontecer, por conta da pós-descarga) • Se o estímulo for forte, a pós-descarga demora um pouco mais Reflexo Extensor Cruzado Após 0,2 a 0,5 segundos depois de um estímulo provocar o reflexo flexor em um membro, o membro oposto começa a se estender → Reflexo Extensor Cruzado A extensão do membro oposto pode empurrar todo o corpo para longe do objeto que causa o estímulo doloroso. • O reflexo extensor cruzado tem um período mais longo de pós-descarga que o reflexo flexor (resultado de circuitos reverberantes entre interneurônios) Inibição Recíproca: quando um reflexo de estiramento excita um músculo, este músculo inibe simultaneamente os músculos antagonistas. O circuito neuronal responsável por esta relação recíproca é chamado de Inervação Recíproca Espasmos Musculares Na maioria das vezes, os espasmos são provocados por dor localizada Osso quebrado: resulta de impulsos nervosos dolorosos iniciados nas bordas quebradas de um osso, os músculos que envolvem a área se contraem tonicamente Espasmo do Músculo Abdominal na Peritonite: resulta da irritação do peritônio parietal Cãibra Muscular: são causadas por fator irritante no local, anormalidade metabólica do músculo, ausência de fluxo sanguíneo, excesso de exercício. Ocorre contração do músculo por retroalimentação reflexa. Reflexos Autônomos da Medula Espinhal 1. Alterações do tônus vascular resultante de alterações do aquecimento local da pele 2. Transpiração, que resulta do aquecimento localizado na superfície do corpo 3. Reflexos Intestinais, que controlam algumas funções motoras do intestino 4. Reflexos Peritônio-Intestinais que inibem a motilidade gastrointestinal em resposta a uma irritação peritoneal 5. Reflexos de evacuação do cólon 6. Reflexos de esvaziamento da bexiga urinária Reflexos em massa: envolve grandes porções da medula, causa espasmos nos músculos, aumento da pressão, esvaziamento da bexiga e do cólon, sudorese em muitas áreas do corpo, tudo ao mesmo tempo Controle Cortical e do Tronco Cerebral sobre a Função Motora Córtex Motor e o Trato Corticoespinhal O córtex motor é dividido em três áreas: córtex motor primário, área pré-motora e área motora suplementar Córtex Motor Primário Anterior ao sulco central Atua na face e boca (perto da fissura de Sylvius), braço, mão e tronco (parte média) pernas e pés (parte que mergulha na fissura longitudinal) • Maior parte do córtex motor está relacionada ao controle dos músculos das mãos e da fala A excitação de um único neurônio do córtex motor excita um movimento especifico (não um músculo específico) → excita um “padrão” de músculos separados Área Pré-motora Situa-se um pouco antes do Córtex Motor Primário Estende-se inferiormente para dentro da fissura de Sylvius e superiormente na fissura longitudinal → tem contato com a Área Motora Suplementar • Padrões mais complexos de movimento Desenvolve uma “imagem motora” do movimento antes da informação passar para o córtex motor primário Área Motora Suplementar Situa-se principalmente na fissura longitudinal Contrações desencadeadas por essa área geralmente são bilaterais → movimentos bilaterais Funciona em conjunto com a Área Pré-motora Gera movimentos de postura geral do corpo, posição da cabeça e olhos Áreas especializadas de Controle Motor Área de Broca e Fala: situa-se anteriormente ao córtex motor primário e acima da fissura lateral A lesão dessa área não impede de vocalizar → mas impossibilita falar palavras inteiras Campo de Movimentos Oculares voluntários: acima da Área de Broca, controla os movimentos oculares voluntários. A lesão impede o indivíduo de movimentar voluntariamente os olhos na direção que deseja. Os olhos travam em um objeto, involuntariamente. Essa área também controla movimentos das pálpebras. Área de Rotação da Cabeça: acima das áreas citadas antes. A estimulação elétrica dessa área gera rotação da cabeça, por conta disso, essa área é associada ao campo de visão dos movimentos oculares → direciona a cabeça em direção aos objetos Área para Habilidades Manuais: anterior ao córtex motor primário. Relacionada as mãos e aos dedos. Quando há tumores ou lesões nessa área, os movimentos manuais ficam sem coordenação e sem propósito → apraxia motora • Os sinais motores são transmitidos do córtex para a medula espinhal diretamente através do Trato Corticoespinhal e indiretamente de múltiplas vias acessórias que envolvem núcleos da base, cerebelo, núcleos do tronco cerebral Vias diretas → movimentos discretos e detalhados, especialmente mãos e dedos Trato Corticoespinhal (Piramidal) Depois de sair do córtex, atravessa o ramo posterior da cápsula interna (entre o núcleo caudado e o putame dos núcleos da base) depois desce pelo tronco cerebral → forma as pirâmides da medula oblonga A maior parte das fibras piramidais cruza na parte inferior do bulbo para o lado oposto e desce pelos tratos corticoespinhais laterais da medula, terminam nos interneurônios da substância cinzenta da medula • Algumas das fibras não atravessam para o lado oposto no bulbo → passam ipsilateralmente e formam os tratos corticoespinhais ventrais da medula. Depois essas fibras cruzam para o lado oposto na medula espinhal Células de Betz: células piramidais gigantes que originam as fibras do trato piramidal • O córtex motor da origem a um grande número de fibras adicionais, principalmente pequenas, que vão para regiões subcorticais telencefálicas e do tronco cerebral Vias de Fibras Aferentes ao Córtex Motor As funções do córtex motor são controladas, principalmente, por sinais neurais do sistema somatossensorial (em certo grau pela audição e visão também) Quando a informação é recebida, o córtex motor opera em associação com os núcleos da base e o cerebelo. As vias aferentes mais importantes são: • Fibras Subcorticais de regiões adjacentes do córtex cerebral (ex: de áreas somatossensoriais) • Fibras Subcorticais que chegam através do corpo caloso, provenientes do lado oposto do cérebro • Fibras Somatossensoriais que chegam diretamente do complexo ventrobasal do tálamo Núcleo Rubro - Via Alternativa para transmitir sinais corticais para a medula Núcleo Rubro é localizado no Mesencéfalo, funciona em associação com o trato corticoespinhal Recebe um grande número de fibras diretas do córtex motor primário através do Trato Corticorrubral Essas fibras fazem sinapse na porção inferior do núcleo rubro, que contém grandes neurônios (como as células de Betz) → esses grandes neurônios dão origem ao Trato Rubroespinhal As fibras do Trato Rubroespinhal terminam nos interneurônios das áreas intermediárias da substância cinzenta da medula, juntando-se com as fibras do Trato CorticoespinhalFunção do Sistema Corticorrubroespinhal A estimulação de um único ponto no núcleo rubro causa contração de um único músculo isolado, ou de um pequeno grupo de músculos (assim como o córtex motor) Porém, a precisão de representação dos diferentes músculos é muito menos desenvolvida neles do que no córtex motor (seres humanos tem núcleos rubros pequenos) A Via Corticorrubroespinhal serve como uma trajetória acessória para transmissão de sinais discretos do córtex motor para a medula espinhal (exceto movimento para controle fino dos dedos e mãos) • O Trato Corticoespinhal e o Trato Rubroespinhal se situam nas partes dorsais das colunas brancas laterais, suas fibras terminam principalmente em interneurônios da área intermediária da substância cinzenta medular. • Sistema Motor Lateral da Medula: é a associação dos Tratos Corticoespinhais e Rubroespinhais Sistema Extrapiramidal: são as partes do cérebro que contribuem para o controle motor, mas não fazem parte do sistema corticoespinhal-piramidal direto. Excitação das Áreas de Controle Motor da Medula Espinhal pelo Córtex Motor Primário e o Núcleo Rubro As células do córtex motor primário são organizadas em colunas verticais com uma fração de diâmetro, com milhares de neurônios em cada coluna. • Cada coluna de células funciona como uma unidade e tem 6 camadas distintas. • Os neurônios de cada coluna operam em um sistema integrativo. Geralmente, várias células piramidais precisam ser excitadas simultaneamente para excitar um músculo Se um sinal forte for enviado a um músculo para causar contração rápida inicial, um sinal mais fraco pode manter a contração por longos períodos de tempo. Para fazer isso, as células piramidais excitam dois tipos de neurônios: ➢ Neurônios Dinâmicos (rápido, começo da contração, força inicial) ➢ Neurônios Estáticos (mantem a contração, descarregam numa faixa mais lenta) Os neurônios do núcleo rubro têm características estáticas e dinâmicas semelhantes (tem mais neurônios dinâmicos, enquanto o córtex motor tem mais neurônios estáticos). O núcleo rubro está aliado ao cerebelo → desempenha um papel importante no início rápido da contração muscular Retroalimentação Somatossensorial para o Córtex Motor • Ajuda a controlar a precisão da contração muscular Quando os sinais neurais do córtex motor causam uma contração muscular, sinais somatossensoriais retornam o caminho da região ativada do corpo para os neurônios do córtex motor que esteja iniciando a ação. Esses sinais somatossensoriais podem se originar de: • Fusos Musculares, Órgãos Tendinosos ou Receptores táteis da pele que recobre o músculo Podem causar retroalimentação positiva (é tipo aumentar o estímulo, aumenta a contração, aumenta a excitação dos músculos para fazer a atividade) Circuito de Inervação Recíproca: quando um sinal cerebral excita um músculo, geralmente, NÃO é necessário transmitir um sinal inverso para relaxar o músculo antagonista ao mesmo tempo. Esse circuito está presente na medula → coordena a função dos pares de músculos antagonistas Remoção do Córtex Motor Primário: essa área contém as grandes células de Betz, sua remoção causa graus variáveis de paralisia dos músculos representados Há perda de controle voluntário dos movimentos discretos dos segmentos distais das extremidades (mãos e dedos) • Os músculos ainda podem se contrair, só não é possível controlar os movimentos → a área piramidal é essencial para os movimentos voluntários O Córtex Motor Primário exerce efeito estimulador tônico e contínuo sobre os neurônios da medula espinhal Quando esse efeito estimulador é removido → hipotonia Lesões do córtex (AVC): ocorre espasmos musculares nas áreas musculares do lado oposto do corpo (porque as vias cruzam para o lado oposto). Essas lesões não envolvem somente o córtex motor primário, mas também os núcleos da base. Os espasmos que ocorrem resultam da lesão de vias acessórias das partes não-piramidais do córtex motor → essas vias inibem os núcleos motores do tronco cerebral, que se tornam espontaneamente ativos e causam tônus espástico excessivo nos músculos envolvidos Papel do Tronco Cerebral no Controle da Função Motora Formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo. É como uma “extensão” da medula no crânio Responsável pelo controle da respiração, do sistema cardiovascular, controle parcial da função gastrointestinal, equilíbrio, movimentos oculares • Serve como uma estação de passagem para os sinais de comando de centros neurais superiores Núcleos Reticulares Pontinos: posterior/lateralmente a ponta e estendem-se pelo mesencéfalo Núcleos Reticulares Bulbares: se estendem através do bulbo Esses dois núcleos funcionam de maneira antagônica entre si ➢ Os Pontinos excitam os músculos antigravitários e os Bulbares relaxam os mesmos músculos Sistema Reticular Pontino: os núcleos transmitem sinais excitatórios descendentes para a medula espinhal através do trato reticuloespinhal pontinho (na coluna anterior da medula) Os músculos axiais sustentam o corpo contra a gravidade Os núcleos reticulares pontinhos tem alto grau de excitabilidade natural Os núcleos vestibulares funcionam em associação aos núcleos reticulares pontinos para controlar os músculos antigravitários → transmitem fortes sinais excitatórios para os músculos antigravitários por meio dos tratos vestibuloespinhais lateral e medial • Controlam seletivamente os sinais excitatórios para os músculos para manter o equilíbrio em resposta a sinais do sistema vestibular Sistema Reticular Bulbar: os núcleos transmitem sinais inibitórios aos mesmos neurônios motores anteriores antigravitários por meio do trato reticuloespinhal bulbar (coluna lateral da medula) Os núcleos reticulares bulbares recebem fortes colaterais de aferência do trato corticoespinhal e do trato rubroespinhal → ativam o sistema inibitório reticular bulbar para contrabalancear os sinais excitatórios do sistema reticular pontino Faz com que os músculos corporais não fiquem anormalmente tensos Os núcleos reticulares excitatórios e inibitórios constituem um sistema que é manipulado por sinais motores do córtex cerebral, provocando contrações musculares de base necessárias para ficar em pé contra a gravidade e para inibir músculos conforme o necessário, para que outras funções sejam realizadas Sensações Vestibulares e Manutenção do Equilíbrio Sistema vestibular é um órgão sensorial que detecta sensações de equilíbrio Localizado na parte petrosa do osso temporal → Labirinto Ósseo • Os Canais Semicirculares, Utrículo e o Sáculo são parte integrante do mecanismo de equilíbrio Máculas: localizadas na superfície interna de cada Utrículo e Sáculo Determinam a orientação da cabeça quando em posição ereta (Utrículo) ou deitada (Sáculo) • Para manter o equilíbrio, células ciliadas devem estar orientadas em direções diferentes nas máculas dos utrículos e sáculos Detecção da Rotação da Cabeça pelos Ductos Semicirculares Quando a cabeça começa a girar (aceleração angular), a endolinfa (presente nos ductos semicirculares) tende a continuar estacionária enquanto os ductos semicirculares giram → causa fluxo relativo do líquido nos ductos na direção oposta à rotação da cabeça Após alguns segundos, a endolinfa começa a rodar junto com o canal semicircular, porém, quando a rotação para → endolinfa continua girando, enquanto os ductos param Isso é o efeito da rotação e a tontura após parar de rodar • O ducto semicircular transmite um sinal de polaridade quando a cabeça começa a rodar e de polaridade oposta quando ele para de girar Os ductos detectam quando a cabeça do indivíduo está começando ou parando de girar em uma direção ou outra NÃO MANTÉM EQUILÍBRIO ESTÁTICO OU DINÂMICO DURANTE OS MOVIMENTOS DIRECIONAIS OU ROTACIONAIS CONSTANTES Perda da função dos ductos: pessoa tem poucoequilíbrio quando tenta realizar movimentos corporais com mudanças intrínsecas rápidas Cerebelo e Núcleos da Base – Controle Motor Global Funcionam em associação com outros sistemas de controle motor Cerebelo • Desempenha papéis importantes no ritmo das atividades motoras • Progressão homogênea e rápida de um músculo para o outro • Controla a intensidade da contração muscular quando a carga muscular muda • Monitora e faz ajustes nas atividades motoras enquanto estão sendo executadas • Auxilia o córtex cerebral no planejamento do próximo movimento, enquanto o atual ainda está sendo executado • Aprende com seus erros quando um movimento não é bem executado Área silenciosa do cérebro → excitação não causa estímulo consciente A perda dessa área pode ocasionar o desaparecimento da coordenação motora, embora não paralise nenhum músculo • O cerebelo compara os movimentos reais com os movimentos originalmente programados pelo sistema motor (se houver discrepância, ele corrige por meio do envio de sinais subconscientes) Sinais Eferentes Cerebelares Os núcleos cerebelares profundos recebem sinais de duas fontes: córtex cerebelar e dos tratos sensoriais profundos aferentes para o cerebelo Cada vez que um sinal chega ao cerebelo, ele se divide em duas direções: 1- Diretamente para um dos núcleos profundos 2- Para uma área correspondente do córtex cerebelar que recobre o núcleo profundo Todos os sinais de entrada para o cerebelo terminam nos núcleos profundo sob a forma de sinais excitatórios e, uma fração de segundos depois → sinais inibitórios • Células de Purkinje a Células Nucleares Profundas: ambas disparam continuamente Sinais Eferentes do Tipo Liga/Desliga A função típica do cerebelo é ajudar a emitir sinais rápidos de ligar para os músculos agonistas e sinais de desligar simultaneamente para os músculos antagonistas no início do movimento No final do movimento → desliga o agonista e da o sinal de ligar para o antagonista Início do movimento: começa com sinais do córtex cerebral, é dado pela soma de sinais corticais e cerebelares. O cerebelo torna o início da contração muscular muito mais forte do que se ele não existisse Final do movimento: Células de Purkinje inibem as células nucleares profundas. Enviam um forte sinal inibitório para a mesma célula nuclear profunda que originalmente havia ajudado no início do movimento As células de Purkinje aprendem com os erros → movimentos ficam “mais fáceis” à medida que se repetem • Em toda a medula espinhal, há inervação recíproca para os músculos agonistas e antagonistas (para praticamente todos os movimentos que a medula pode iniciar) O sistema nervoso usa o cerebelo para coordenar as funções de controle motor em 3 níveis: Vestibulocerebelo Pequenos lobos flocolonodulares e porções adjacentes do vermis Proporciona circuitos neurais para a maioria dos movimentos associados ao equilíbrio A perda dessa região causa extremo distúrbio do equilíbrio e movimentos posturais (principalmente em movimentos que envolvem alteração de direção) • Correção antecipatória dos sinais motores posturais necessários para manter o equilíbrio, mesmo durante a movimentação extremamente rápida Espinocerebelo Maior parte do vermis do cerebelo + zonas adjacentes Fornece os circuitos responsáveis pela coordenação dos movimentos das extremidades (especialmente mãos e dedos) Movimentos coordenados e homogêneos dos músculos agonistas e antagonistas das extremidades do corpo→ realizar movimentos padronizados agudos com finalidade • Cerebelo fornece a função amortecedora para o controle do corpo (impedem a ultrapassagem de um alvo específico em determinado movimento) Movimentos Balísticos: o movimento inteiro é pré-planejado e colocado em execução para percorrer uma distância específica e depois parar (olhos pulam de uma posição para outra ao ler). Sem o cerebelo, esses movimentos se dão de forma muito lenta → perde-se o automatismo Cerebrocerebelo Formado pelas grandes zonas laterais dos hemisférios cerebelares Recebe toda a sua aferência dos córtices motor cerebral e pré-motores adjacentes e do córtex somatossensorial Transmite informações de saída, funciona em modo de feedback com o sistema sensoriomotor cortical para planejar movimentos voluntários sequenciais do corpo e suas extremidades, planejando que este ocorra instantes antes dos movimentos reais → imagens motoras Também tem função de Temporização: temporiza apropriadamente cada sucessão de movimentos. Sem essa capacidade de programar, a pessoa fica incapaz de determinar quando precisa começar a próxima fase do movimento sequencial → falha na progressão suave dos movimentos Gânglios da Base • Ajudam a planejar e controlar padrões complexos de movimentos muscular • Controlam intensidades relativas, direções, sequenciamento de movimentos sucessivos Funciona em associação com o córtex cerebral e com o sistema de controle motor corticoespinhal. Recebem sinais de aferência do córtex e retornam sinais de eferência ao córtex • A maior parte de nossas ações motoras ocorre como consequência de pensamentos gerados na mente → controle cognitivo da atividade motora Sem as funções cognitivas, a pessoa não tem pensamentos instintivos ➢ Núcleo Caudado tem função importante nessa questão ➢ Localizados principalmente em posição lateral ao tálamo e em torno dele Cápsula Interna: espaço situado entre o núcleo caudado e o putamên. Quase todas as fibras nervosas motoras e sensórias que ligam o córtex cerebral a medula atravessam por ela. São importantes para padrões complexos de atividade motora: escrever as letras do alfabeto, cortar papel com tesoura, bater pregos, arremessar uma bola em um aro, tirar sujeira com uma pá, aspectos de vocalização, movimentos controlados dos olhos, movimentos com destreza Lesão no Globo Pálido: movimentos de contorção espontâneos e contínuos → atetose Lesão no Subtálamo: movimentos súbitos → hemibalismo Lesão no Putamên: movimentos rápidos e abruptos de curta extensão nas mãos → coréia Lesão na Substância Negra: rigidez, tremores → doença de Parkinson Lesão no Núcleo Caudado: prejudica a temporização e graduação de movimentos Doença de Parkinson Ocorre a destruição da Substância Negra que envia fibras nervosas secretoras de dopamina para o núcleo caudado e putamên Rigidez da musculatura: núcleo caudado e putamên ficam ativos, causam saída continua de estímulos excitatórios para o sistema de controle motor corticoespinhal → excita manifestadamente muitos músculos e pode levar a rigidez Tremor involuntário: oscilação de circuitos de feedback ➢ distingue-se do tremor cerebelar, que ocorre apenas quando a pessoa realiza um movimento Dificuldade de iniciar movimentos: chamada de acinesia, a pessoa precisa de um alto grau de concentração para realizar um simples movimento e, quando consegue realizar o movimento, ele é rígido, devagar Doença de Huntington Distúrbio hereditário, manifesta-se com 30-40 anos Movimentos rápidos em músculos individuais e depois movimentos progressivos de distorção no corpo inteiro PARTES DE CONTROLE DO SISTEMA MOTOR Nível Espinhal Medula espinhal programa padrões locais de movimento para todas as áreas musculares do corpo • Reflexos de retirada • Movimentos rítmicos Nível Rombencefálico • Manutenção do tônus axial do corpo, postura em pé • Modificação contínua do grau de tônus nos músculos para manter o equilíbrio corporal Nível do Córtex Cerebral Fornece a maior parte dos sinais motores ativadores para a medula • Comandos sequenciais e paralelos • Muda as intensidades dos padrões de movimento • Padrões corticais aprendidos (os da medula são padrões hereditários e rígidos) • Funções do cerebelo + gânglios da base Sistema Nervoso Autônomo Controla a maioria das funçõesviscerais
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