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Tétano: Afecção do Sistema Nervoso Central

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AFECÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
 
TÉTANO
NOME : Danielle Martins e Maria Eduarda Passamani
PROFESSOR : Bruno Andrade 
7 ° período. 
ETIOLOGIA:
O Clostridium tetani é uma bactéria ciliada que mede 2,5 por 0,5 micra e tem suas extremidades arredondadas. Está classificada de forma bacteriológica na forma de plectídeo, o que lhe confere a forma semelhante a uma cabeça de alfinete, e peritríqueos, devido aos cílios presentes em toda à superfície do seu corpo que são vistos na forma vegetativa.
 A bactéria presente em solo contaminado, na forma esporulada, poderá permanecer viável por algumas décadas. O C.tetani é um bacilo anaeróbio, gram-positivo, móvel e encontrado sob a forma de esporos no trato intestinal e matéria orgânica em decomposição como: solo, areia, fezes de animais e humanos, galhos de árvores, águas putrefadas, pregos, instrumentos de lavoura, material cirúrgico não esterilizado, sobretudo, nos solos de culturas e jardins adubados com esterco, e em diversos alimentos, em especial feno. 
Por ser um microrganismo capaz de formar esporos, ele é muito resistente aos métodos rotineiros de desinfecção, podendo sobreviver no solo por muitos anos, inclusive o calor a 100 °C por 30 a 60 minutos, mas podendo ser destruídos a 115°C por 20 minutos. A bactéria produz pelo menos três proteínas tóxicas, a tetanospasmina, a tetanolisina e a toxina não-espasmogênica.
 A tetanolisina promove a disseminação da infecção ao ampliar a quantidade de necrose tecidual local. A tetanospasmina é uma exotoxina lipoprotéica que se difunde, a partir do local de produção, até o sistema vascular, onde se distribui, difusamente, até a área pré-sináptica das placas motoras, interferindo, provavelmente, na liberação de neurotransmissores, glicina e ácido gama aminobutírico (GABA), que provoca hiperexcitabilidade. Supõe-se que os fenômenos autônomos, resultantes da hiperestimulação do sistema nervoso simpático, resultem da atividade da toxina não-espasmogênica.
EPIDEMIOLOGIA: 
O tétano ocorre em todas as partes do mundo, exceto em algumas áreas, tais como a seção setentrional das montanhas rochosas nos Estados Unidos da América. É mais comum em áreas quentes dos vários continentes, e em especial onde se observa a criação intensa de animais, como equinos, ovinos e bovinos.
A doença é mais comum em equinos do que em outras espécies, já que a bactéria é encontrada em cerca de 40% das amostras de solos onde vivem os equinos, principalmente se esta estiver em estado de decomposição, sendo as outras espécies susceptíveis quando vivem juntas com estes animais.
As características epidemiológicas mais importantes são: Idade, onde é observada uma maior prevalência em animais adultos e neonatal pela infecção umbilical, sexo, com predominância nos machos; além dos cuidados de limpeza e desinfecção de ferimentos. O reservatório do C. tetani é o intestino de diversos animais, como os cavalos, e os esporos são ubíquos no meio ambiente podendo contaminar qualquer tipo de ferimento. A prevalência da doença é maior em zonas de clima tropical e subtropicais, com uma maior incidência nos meses de clima quente.
PATOFISIOLOGIA
A introdução da bactéria nos tecidos é feita na maioria das vezes através de ferimentos, permanecendo nesse local, não invadindo os tecidos adjacentes, começando a produzir neurotoxinas somente quando determinadas condições ambientais forem obtidas, principalmente quando há redução de oxigênio local. O microrganismo por si não possui capacidade invasora tecidual. O esporo se instala nos tecidos anóxicos e desvitalizados do hospedeiro, germina, se multiplica e produz uma potente neurotoxina. que penetra nas fibras nervosas motoras periféricas até chegar no sistema nervoso central, onde se dissemina com rapidez, num período de 16 a 24 horas, pela medula e bulbo. 
Os núcleos dos pares de nervos cranianos motores (V e VII) são particularmente susceptíveis, o que explica a aparição de tremores. A toxina tetânica se fixa na placa neuromuscular, produzindo diminuição do potencial pré-sináptico; ao ligar-se aos neurônios pré-sinápticos inibitórios, impede a liberação de acetilcolina pelas terminações nervosas no músculo. 
SINAIS CLÍNICOS 
Apresentação de cauda em bandeira, protrusão de terceira pálpebra, convulsão, orelhas eretas, rigidez dos membros e do pescoço, postura de cavalete, cabeça estendida, dificuldades de apreensão, mastigação e deglutição do alimento e trismo mandibular. A morte geralmente ocorre por asfixia em função da paralisia dos músculos envolvidos na respiração. A ação das toxinas atuando no sistema nervoso central (SNC) encefálico e medular e nas junções mioneurais, determinando uma diminuição do limiar de excitabilidade, produzindo aumento de sensibilidade, irritabilidade central e contrações espasmódicas da musculatura. A marcha é rígida devida à dificuldade de flexão das articulações, com o progredir da doença a marcha pode ficar impedida devido a rigidez dos músculo. A retenção urinária é atribuída à incapacidade do animal em assumir a posição normal para urinar; a extensão da cabeça e pescoço é provocada por espasmos dos músculos do dorso e da cernelha. A evolução da doença está associada ao aumento da atividade muscular tônica, o que resulta em quadros de hipertermia e sudorese justificando a temperatura retal alta e a sudorese apresentada pelo animal. A presença de grande quantidade de saliva na boca dos animais é justificada pela incapacidade do animal em degluti-la e o esforço respiratório do animal a transforma em espuma. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico de tétano geralmente é baseado nos sinais clínicos, que são característicos, e no histórico de trauma, tosquia, castração ou qualquer outro manejo que possa gerar uma porta de entrada para o agente. O diagnóstico é extremamente simples e se baseia, sobretudo, na apresentação clínica da doença, não havendo nenhuma dificuldade em diferenciá-la de outros estados tetaniformes. Geralmente a doença se apresenta após algum evento traumático ou cirúrgico, fato que deve ser questionado durante a anamnese do animal. A confirmação pode ser feita através de esfregaço direto corado pelo Gram ou cultura anaeróbia de material da ferida e baço. Pode-se tentar a determinação dos anticorpos séricos antitetânicos e ainda determinar a presença da toxina tetânica no soro proveniente do animal infectado. Os testes de PCR para a detecção da toxina tetânica em feridas têm sido utilizados, no entanto, o seu valor como ferramenta de diagnóstico não foi estabelecido. 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
Importante a diferenciação do tétano de outras enfermidades, como o Envenenamento por Estricnina (que acomete vários animais ao mesmo tempo), Tetania Hipocalcêmica (restringe-se a éguas prenhes e responde ao tratamento com cálcio), Laminite Aguda (não apresenta protrusão de terceira pálpebra), Meningite Cerebroespinhal (provoca mais depressão e imobilidade) e Miosite (normalmente após aplicação de injeções no pescoço).
TRATAMENTO
O tratamento baseia-se na eliminação da infecção com antibióticos, administração de relaxantes musculares, manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e nutricional, tratamento do foco da infecção e anulação da toxina residual .Tratamento com a administração de 100.000 UI de soro antitetânico IV, 50.000 UI IM e 50.000 SC por 6 dias; 22.000 UI/kg de Penicilina Procaína IM BID por 10 dias; 25 mg/kg de Sulfa-trimetropim IV SID por 6 dias; 0,03 mg/kg de Acepromazina 1% IM TID por 15 dias; 4mg/kg de Tiocolchicosideo PO BID por 15 dias; 25 mg/kg de Metronidazol PO BID por 30 dias. Não havendo melhora clínica até o terceiro dia de tratamento, inicia a administração de 100 mg de Permanganato de potássio diluído em um litro de soro RL IV lento SID por 5 dias.E o tratamento com: limpeza do ferimento com peroxido de hidrogênio, duas vezes ao dia, a hidratação e alimentação foram mantidas com solução de NaCl 0,9% e fornecimento de feno de boa qualidade a vontade. Como tratamento de suporte o animal foi mantido em baia forrada com cama, preenchimento do pavilhãoauricular com algodão e colocação de tampões os olhos. A eficiência do tratamento consiste na eliminação da bactéria causadora, neutralização da toxina residual, manter a alimentação e hidratação e fornecer tratamento de suporte. 
PROGNÓSTICO 
O prognóstico do tétano estabelecido é grave e a mortalidade é alta podendo atingir 80%, sobretudo se há comprometimento do sistema nervoso autônomo. Animais que sobrevivem por mais de sete dias têm probabilidade de recuperação completa. Os pacientes que continuam a se deteriorar apesar da terapia e ficam em decúbito, ou não conseguem se levantar, ou ainda desenvolvem outras complicações, geralmente morrem.
BIBLIOGRAFIAS: 
SILVA, A. A. et. al. Uso De Antitoxina Tetânica Por Via Intratecal E Endovenosa No Tratamento De Tétano Acidental Em Equino: Relato De Caso. Revista Científica Eletrônica De Medicina Veterinária, Ano VIII, n. 14, Janeiro De 2010, Periódicos Semestral. Disponível em: http://www.revista.inf.br/veterinaria14/relatos/RCEMVAnoVIII-Edic14-RC01.pdf. Acesso em 22 novembro de 2022.
COSTA ,Vitor Hugo. Tétano em Equinos: Revisão Bibliográfica e Levantamento de casos. UFCG, 2010. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/bitstream/riufcg/24479/1/VITOR%20HUGO%20RIBEIRO%20COSTA%20%20%20TCC%20MED.%20VETERIN%c3%81RIA%20CSTR%202010.pdf. Acesso em 22 novembro de 2022.
ZAPPA, V. Médica Veterinária Docente do Curso de Medicina Veterinária e Zootecnia de Garça FAEF. FRANCISCO, L. S. Acadêmico do curso de medicina veterinária da FAEF – Garça. Tétano em Equinos – Revisão de Literatura. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/1Da0q0dvIQULGxg_2013-8-13-18-32-14.pdf. Acesso em 22 novembro de 2022. 
OLIVEIRA , Rafael Rolim ; ANDRADE, Bruno Cândido ; SANTO , João Espirito Particularidadades do Tratamento do Tétano em Equinos - Relato de um Caso. Faculdade Univertix - Minas Gerais
LIMA, Jorge Barbosa ; PATRÍCIO, Lucas Monteiro ; FARIAS, Antônio Amorim ; SOUZA, Geymerson Santos; FILHO, Luiz Fontes . Tétano em Equino- Relato de Caso. Recife. UFRPE – 9 a 13 de dezembro de 2013 – Disponível em: file:///C:/Users/eduar/Downloads/t%C3%A9tano%202.pdf. Acesso em 22 novembro de 2022.

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