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Livro Texto - Unidade I

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Autora: Profa. Valdice Neves Pólvora
Colaboradores: Profa. Angela Maria Pizzo
 Prof. Mauro Kiehn
Auditoria e Formação 
de Auditores
Professora conteudista: Valdice Neves Pólvora
É mestre em Administração e Valores Humanos pela Unicapital (2001), graduada em Ciências Econômicas pelo 
Centro Universitário Capital (1994). Especialista em Administração Hospitalar pela UNIP (2018), Especialista em Saúde 
Pública pela Universidade Paulista (2020) e em Ética (Eticista). Também é coordenadora de cursos e docente universitária de 
graduação e pós-graduação. Atuou como docente das escolas de governo: Esaf, Enap, Fundap e Fazesp para os 
cursos de Educação Fiscal, Fundamentos de Licitação e Gestão de Contratos, Pregão Eletrônico, Formação de Preços, 
Técnicas de Negociação, entre outros. Integrou a equipe de docentes do Ibegesp (Instituto Brasileiro de Educação 
em Gestão Pública) ministrando vários cursos para servidores públicos e demais interessados em diversos temas, 
entre eles: Gestão da Qualidade no Serviço Público. Foi auditora interna do Sistema de Gestão da Qualidade – BEC/SP, 
avaliadora do IPEG (Instituto Paulista de Excelência da Gestão) – Ciclo 2011-2012 e do IPEG – Prêmio MPE – Ciclo 
2013, além de membro da Rede de Escritoras Brasileiras (Rebra), com livros de poesia publicados no Brasil e na Itália.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
P779a Pólvora, Valdice Neves.
Auditoria e Formação de Auditores / Valdice Neves Pólvora. – 
São Paulo: Editora Sol, 2022.
148 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Auditoria. 2. Normas. 3. Compliance. I. Título.
CDU 657.6
U515.22 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Bruna Orsi
 Talita Lo Ré
Sumário
Auditoria e Formação de Auditores
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 CONCEITO DE AUDITORIA ...............................................................................................................................9
1.1 Objetivos da auditoria ...........................................................................................................................9
1.2 O processo de certificação ................................................................................................................ 11
1.2.1 Estágios da certificação ...................................................................................................................... 12
1.3 Auditoria baseada em riscos ............................................................................................................ 17
1.4 Tipos de auditoria segundo sua natureza .................................................................................. 19
1.4.1 Auditoria de primeira parte ................................................................................................................ 20
1.4.2 Auditoria de segunda parte ................................................................................................................ 22
1.4.3 Auditoria de terceira parte .................................................................................................................. 25
1.5 Classificação das auditorias ............................................................................................................. 28
1.5.1 Auditoria operacional .......................................................................................................................... 29
1.5.2 Auditoria contábil ................................................................................................................................. 30
1.5.3 Auditoria especial .................................................................................................................................. 31
1.5.4 Auditoria de conformidade ................................................................................................................ 31
1.6 As normas de auditoria interna ...................................................................................................... 32
2 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS ................................................................................................................... 33
2.1 Auditoria como terceira linha de defesa .................................................................................... 35
2.2 Entendendo os conceitos de processos, riscos e controles ................................................. 36
2.2.1 Processo operacional ............................................................................................................................. 37
2.2.2 Riscos ........................................................................................................................................................... 38
2.2.3 Controles .................................................................................................................................................... 40
2.3 Metodologia de auditoria ................................................................................................................. 42
2.4 Procedimentos de auditoria, testes e evidências .................................................................... 48
3 NORMAS 19011:2018 ................................................................................................................................... 51
3.1 Protocolos ................................................................................................................................................ 55
3.2 Etapas da auditoria ............................................................................................................................ 59
3.3 Classificação de não conformidades ........................................................................................... 62
3.4 Competências, habilidades e responsabilidades do auditor ............................................... 67
4 NORMAS ISO 37000 E 37301 ..................................................................................................................... 78
4.1 Conceitos e definições........................................................................................................................ 79
4.2 Alinhamento da governança com gestão de riscos, sustentabilidade e 
responsabilidade social .............................................................................................................................. 79
Unidade II
5 AUDITORIA – ESTRATÉGIA EMPRESARIAL .............................................................................................87
5.1 Exemplos .................................................................................................................................................. 89
6 TIPOS DE AUDITORIA ..................................................................................................................................... 90
6.1 Auditoria de processos ....................................................................................................................... 90
6.2 Auditoria de serviços .......................................................................................................................... 91
6.3 Auditoria fiscal/tributária ou contábil e financeira ................................................................ 92
6.4 Auditoria interna .................................................................................................................................. 95
6.5 Auditoria operacional ......................................................................................................................... 95
6.6 Auditoria de compliance ................................................................................................................... 98
6.7 Auditoria de sistemas e tecnologia da informação..............................................................100
6.8 Auditoria de recursos humanos ...................................................................................................101
6.9 Auditoria de qualidade .....................................................................................................................103
6.10 Auditoria ambiental ........................................................................................................................104
6.11 Auditoria externa .............................................................................................................................105
6.12 Auditoria governamental .............................................................................................................106
7 GOVERNANÇA CORPORATIVA ..................................................................................................................109
7.1 Conceitos ...............................................................................................................................................109
7.2 Existe relação entre qualidade e governança? .......................................................................119
8 COMPLIANCE E GESTÃO INTEGRADA ....................................................................................................119
8.1 Compliance e sua aplicabilidade ..................................................................................................121
8.2 Gestão integrada ................................................................................................................................131
8.3 Código de ética dos auditores .......................................................................................................132
8.3.1 Aplicabilidade e execução do código de ética ......................................................................... 133
7
APRESENTAÇÃO
Caro aluno,
Este livro-texto tem como objetivo apresentar os conceitos relacionados à auditoria, sua classificação, 
bem como as funções e as responsabilidades do auditor no planejamento e na execução de auditorias.
Na atualidade, as organizações buscam a excelência na sua gestão, e, para tanto, há a necessidade 
de se adequarem às normas vigentes. Consequentemente, as organizações passam por processos de 
auditagem para que os seus processos sejam certificados e possam obter o selo de qualidade.
Num primeiro momento, destacaremos os conceitos de auditoria, seus procedimentos e normas 
vigentes. Vamos destacar a importância da auditoria de sistemas de qualidade abordando a ISO 19011 e 
a ISO 37000, que tratam das diretrizes para auditorias de sistema de gestão da qualidade e/ou ambiental.
Serão discutidos os procedimentos para a certificação e os organismos certificadores, haja vista 
a importância da obtenção desses certificados pelas organizações que buscam excelência em seus 
processos e ampliação da sua participação no mercado globalizado e altamente competitivo.
Num segundo momento, vamos analisar a auditoria como uma estratégia empresarial e, para tanto, 
veremos os tipos de auditoria, ou seja: auditoria de processos, de serviços, de compliance, de recursos 
humanos e de qualidade, auditoria fiscal ou financeira, ambiental, interna, externa e governamental. 
Dessa forma, vamos compreender a importância da governança corporativa e sua relação com a 
qualidade. Discutiremos os conceitos de compliance e gestão integrada, temas fundamentais para que 
o futuro auditor possa desenvolver as suas atividades na realização de auditorias que agreguem valor à 
organização. Por fim, abordaremos o código de ética dos auditores independentes.
Nesse sentido, esperamos que, ao término desta disciplina, você possa adquirir as seguintes 
competências para o desenvolvimento de suas atividades no mercado de trabalho:
• Compreender a importância das auditorias como estruturas estratégicas empresariais.
• Estabelecer relações interpessoais para realizar o trabalho de modo isento, ético e eficaz.
• Identificar o perfil dos problemas empresariais que sugerem a necessidade de uma auditoria.
• Interpretar informações para obter indicadores que mensuram o nível de exatidão dos processos, 
dos serviços, dos dados contábeis e/ou financeiros.
• Concluir, de forma interdisciplinar, a relação entre conformidade, mercado e governança.
Assim, nosso principal objetivo é capacitá-lo para a compreensão do trabalho de auditoria e das 
vantagens obtidas por uma empresa creditada, bem como ampliar as informações sobre a carreira que 
8
escolheu, unindo conceitos de modo interdisciplinar para que você possa atuar como auditor interno ou 
externo de qualidade de sistemas de gestão.
INTRODUÇÃO
A busca pela competitividade tem contribuído para que as empresas almejem o aprimoramento de 
seus processos, visando à conquista de novos espaços no cenário mundial.
Nesse contexto, é importante que as empresas realizem auditorias em seus sistemas da qualidade 
a fim de verificar se as atividades estão sendo desenvolvidas conforme o planejado e também para 
determinar a eficácia do que está sendo realizado, levantando pontos a serem melhorados.
As séries de normas NBR ISO 9000 e NBR ISO 14000 enfatizam a importância das auditorias como 
uma ferramenta de gestão para monitorar e verificar a eficácia da política da qualidade e/ou ambiental 
de uma organização. 
Segundo Marshall Júnior (2012), um programa de auditoria deve ser planejado levando em 
consideração a situação e a importância dos processos, as áreas a serem auditadas, bem como os 
resultados de auditorias anteriores. 
As auditorias também são uma parte essencial das atividades de avaliação da conformidade, 
como certificação, registro externo, avaliação e acompanhamento da cadeia de fornecedores. Nesse 
sentido, os critérios de auditoria, escopo, frequência e métodos devem ser definidos e divulgados para 
o auditado, de forma a provocar melhorias antecipadas em seu sistema de gestão da qualidade. Outro 
ponto importante, destacado por Marshall Júnior (2012), refere-se à seleção dos auditores e à execução 
das auditorias, que devem assegurar objetividade e imparcialidade ao processo.
Por sua vez, Lobo e Silva (2015) destacam que uma auditoria independente ou externa é realizada 
por uma terceira parte neutra, como uma empresa profissional que se especializa no procedimento 
auditado. Em ambos os casos, todos os registros da empresa serão examinados. Durante a auditoria, 
esses registros são minuciosamente inspecionados a fim de verificar qualquer discrepância que, se 
descoberta, deve ser analisada e reparada. 
Conforme os mesmos autores destacam, uma auditoria pode revelar um erro simples, mas em certos 
casos pode evidenciarproblemas graves. As empresas que trabalham com deficiências em seus processos 
podem optar por tomar decisões financeiras inadequadas na tentativa de se salvar, as quais podem ser 
identificadas e reparadas por uma auditoria.
9
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Unidade I
1 CONCEITO DE AUDITORIA
Silva (2020) afirma que as auditorias são utilizadas como uma ferramenta de avaliação. Existem 
vários tipos de auditorias, sendo as mais comuns: ambiental, da saúde, da segurança e da qualidade. 
As auditorias podem ocorrer de forma separada ou integrada, que é quando a verificação de todos os 
sistemas de gestão ocorre ao mesmo tempo.
Conforme Silva (2020), existem também outros tipos de auditorias, como financeiras, contábeis e 
jurídicas. Conceitualmente, pode-se dizer que uma auditoria é:
 
O processo sistemático, documentado e independente para obter evidências 
e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios 
da auditoria são atendidos. Trata-se de um processo de avaliação humana 
para determinar o grau de aderência a um padrão específico, resultando em 
um julgamento (OLIVEIRA apud SILVA, 2020).
Silva (2020) ainda menciona que as auditorias não podem ser vistas como um ato de punição e, ao 
tirar seu foco punitivo, devem ser tratadas como uma ferramenta de gestão de melhoria de performance. 
Ou seja, todos ganham, tendo como resultado a satisfação de todas as partes interessadas, especialmente 
o cliente final que será beneficiado.
Os gestores precisam tratar os pontos encontrados durante o processo de auditoria como 
oportunidades de melhorias, o que resultará em processos cada vez mais robustos. Nesse aspecto, um 
bom auditor contribui positivamente para identificar e reportar, de forma construtiva, os pontos que 
devem ser trabalhados.
Conforme Silva (2020), o processo de auditoria tem como referência sempre uma norma para 
confrontar. Os requisitos são verificados e, durante as entrevistas, servem para validar se a empresa vem 
executando o que se propõe a fazer.
1.1 Objetivos da auditoria
Silva (2020) destaca que a eficácia de um sistema de gestão passa por objetivos claros e mensuráveis, 
e, portanto, o papel da liderança é fundamental e requer o engajamento de todos na melhoria contínua. 
A validação desse esforço passa pela auditoria para a sua consolidação.
Os objetivos principais da auditoria, conforme Silva (2020), são apresentados na figura a seguir.
10
Unidade I
Buscar evidência da aplicação 
correta das normas
Verificar a robustez do sistema com base nos 
resultados dos objetivos traçados
Avaliar o sistema de gestão 
da qualiade e/ou SGI
Identificar não conformidades e 
oportunidades de melhoria
Figura 1 – Objetivos da auditoria
Adaptada de: Silva (2020, p. 64).
Um ponto importante a ser observado é que a auditoria deve ser um processo independente e 
imparcial, de forma que o auditor não pode agir com parcialidade em relação a qualquer lado durante 
o processo de auditoria.
Em contrapartida, Silva (2020) diz que a auditoria é um processo sistemático e documentado, ou 
seja, no desenvolvimento da auditoria não se buscam culpados, mas evidências objetivas, que são provas 
de que o que está documentado está sendo realizado.
Assim, a documentação dos processos é fundamental, tanto que muitas empresas criam seus 
manuais de qualidade, contendo os procedimentos e as instruções de trabalho. Mas a existência de 
um papel não significa que os procedimentos estão sendo efetivamente executados, razão pela qual a 
auditoria analisa as evidências.
Uma auditoria bem executada, de acordo com Silva (2020), entregará para a alta administração 
recomendações sobre os processos visitados e análises que podem ajudar na tomada de decisão e na 
alocação de recursos.
No entanto, como citamos anteriormente, para que o processo de auditoria tenha sucesso, 
é necessário que seja independente, ou seja, os auditores precisam ser empoderados e treinados 
corretamente para atuar.
Nesse sentido, continua Silva (2020), para o correto aconselhamento quanto à forma de ação no 
processo, recomenda-se a aplicação da norma ISO 19011, que traz diretrizes para auditorias de sistema 
de gestão. Essa norma será analisada mais adiante em nosso livro-texto.
Conforme o resultado das auditorias, a empresa, com base no material recebido dos auditores, poderá 
criar um plano de ação, com a contribuição de diversas áreas e de forma sistêmica. De acordo com os 
dados, poderá priorizar e disponibilizar recursos com o objetivo de melhorar os resultados e seus processos.
11
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Vale destacar que o processo de auditoria não é algo barato para a empresa, e, para sua implementação, 
é importante ter um planejamento adequado. Por exemplo, se houver mais de um sistema de gestão, 
vale a pena integrá-los para utilizar os recursos e o tempo dos colaboradores da melhor forma.
Nesse contexto, antes de darmos continuidade ao tema auditoria, vamos conhecer um pouco mais 
sobre o processo de certificação.
1.2 O processo de certificação
Como falamos anteriormente, uma empresa precisa ser competitiva para permanecer no cenário 
global. Assim, muitas organizações investem em obter o selo de certificação, pois sabem que, para 
concorrer no mercado, precisam atender aos requisitos de qualidade e, sempre que possível, exceder as 
expectativas dos clientes.
Silva (2020) destaca que as certificações como a ISO 9000 estão no mercado desde a década de 
1980 e vêm passando por constantes revisões para se adequarem aos anseios tanto das empresas 
quanto dos gestores de qualidade, criando, assim, um sistema de gestão mais eficiente. Desde sua 
primeira versão, a norma mantém o requisito de auditoria interna, que é exigido para que as empresas 
mantenham seu certificado.
Marshall Júnior (2012), por sua vez, coloca que a necessidade de as organizações comunicarem 
aos seus clientes e ao mercado a adequação de seu sistema de gestão da qualidade às normas de 
referência originou a atividade de certificação de terceira parte. Ele acrescenta, ainda, que a certificação 
de terceira parte substitui, em grande escala, uma certificação de segunda parte, ainda existente 
em grandes organizações, que consiste na certificação dos fornecedores, por seus clientes, com base em 
requisitos especificados, sejam eles nacionais ou internacionais.
De acordo com Carpinetti (2016), a certificação de um sistema de gestão da qualidade é um 
processo de avaliação pelo qual uma empresa certificadora avalia o sistema de gestão de uma 
empresa interessada em obter um certificado. 
O processo de avaliação está dividido em:
Segunda 
parte
Primeira 
parte
Terceira 
parte
Figura 2 – Divisão do processo de avaliação
12
Unidade I
A primeira parte trata da avaliação realizada pela própria empresa; a segunda, consiste na avaliação 
realizada por um cliente da empresa, enquanto a terceira é realizada por um organismo independente.
De acordo com Carpinetti, o processo de certificação: 
 
a) Atesta que o sistema de gestão da empresa condiz com o modelo de 
sistema de gestão da qualidade (ISO 9001), do meio ambiente (ISO 14001) 
ou ambos. Em outras palavras, avalia se o sistema de gestão da empresa 
contempla todos os requisitos estabelecidos pelas normas. Esse aspecto do 
processo de certificação é bem descrito pela expressão “diga o que você 
faz para garantir a qualidade ou o meio ambiente”. O objetivo, portanto, 
é atestar a aderência do sistema de gestão projetado pela empresa como 
modelo de sistema estabelecido pelos requisitos da ISO 9001 ou ISO14001.
b) Atesta que foram encontradas evidências de que a empresa implementa as 
atividades de gestão tidas como necessárias para atender aos requisitos dos 
clientes e outras partes interessadas. Esse segundo aspecto da certificação é 
bem definido pelo dizer “demonstre que você faz o que você diz que faz para 
garantir a qualidade” (CARPINETTI, 2016, p. 68). 
1.2.1 Estágios da certificação 
Segundo Marshall Júnior (2012), com o objetivode avaliar a conformidade, a manutenção, a melhoria 
contínua e a eficácia do sistema de gestão como um todo e do produto (bens e serviços), as atividades 
de certificação podem envolver:
Análise da documentação
Auditorias e inspeções 
na organização
Coleta e ensaios de produtos, 
no mercado ou na fábrica 
Figura 3 – Estágios da certificação
Adaptada de: Marshall Júnior (2012, p. 112).
De acordo com Carpinetti (2016), os certificados ISO 9001 (Qualidade) e ISO 14001 (Ambiental) têm 
validade de três anos. No entanto, as empresas certificadas devem passar por auditorias de manutenção 
com periodicidade semestral ou anual. Nas auditorias de manutenção, a empresa certificada, para 
manter seu certificado, deve prover evidências de que o sistema continua a atender aos requisitos da 
13
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
norma e que não conformidades identificadas em auditorias anteriores receberam o devido tratamento. 
Após o período de três anos, a empresa passa por um processo de recertificação para renovação do 
documento por igual período. 
Silva (2020) destaca os elementos essenciais para uma certificação e afirma que o processo de 
certificação passa por várias etapas essenciais, que podem ajudar as empresas a se estruturarem e, 
assim, garantir uma implementação mais participativa, tanto por parte da liderança quanto por parte 
dos colaboradores de diversos níveis.
Vamos verificar quais são essas etapas, de acordo com Silva (2020):
• definição de um time de trabalho;
• diagnóstico inicial contra norma (ou verificação de atendimento de itens);
• planejamento das atividades e responsáveis;
• implantação das melhorias;
• preparação dos auditores e auditoria interna;
• auditoria de certificação.
Um ponto muito importante é a definição do time de trabalho, o que influenciará diretamente no 
sucesso das atividades de implementação. Nesse sentido, é fundamental o envolvimento de pessoas 
de diferentes áreas para que as partes se sintam representadas, além da exigência da participação de 
membros da liderança para dar credibilidade ao processo. 
No entanto, Silva (2020) aponta que ambicionar uma certificação, tal como a ISO, não significa 
necessariamente consegui-la. A empresa que decide por essa estratégia precisa ter consciência de que 
a jornada não é simples, pois requer planejamento e investimento de recursos.
O primeiro passo é definir um responsável, para que seja iniciado um projeto que permita estruturar 
a empresa para uma visão de longo prazo. Silva (2020) diz que cabe também incluir no planejamento a 
alocação de recursos, tanto humanos quanto financeiros.
O segundo passo para o sucesso do projeto, de acordo com Silva (2020), é o envolvimento de todos 
os níveis da organização, incluindo as lideranças, de modo que as ações saiam do papel e os objetivos 
sejam atingidos.
Entre os passos necessários para que ocorra a certificação, a preparação da empresa é o início de 
tudo, bem como aceitar o desafio e firmar compromisso com todos. 
14
Unidade I
Silva destaca algumas etapas necessárias:
 
– Definir claramente a participação da gerência, pois esse é considerado 
um fator de criticidade para o sucesso. Se isso não ocorrer, as chances 
de insucessos são enormes.
– Identificar quais são os principais requisitos, com foco no cliente, na 
legislação, entre outros.
– É de suma importância a definição do escopo do sistema de gestão. 
Esse parâmetro é o primeiro a delimitar a área de atuação ou de 
exclusão, se necessário.
– O próximo passo consiste em definir os processos e os procedimentos 
que vão auxiliar na execução. Alguns procedimentos são mandatórios, 
por isso precisam ser identificados no início do projeto.
– Treinar e capacitar os colaboradores é uma demanda essencial. Os 
procedimentos podem ser usados para facilitar essa tarefa.
– Escolher um órgão que certificará a empresa, o qual pode também ser 
usado para consultoria se for julgado necessário.
– Identificar e capacitar uma equipe de auditores internos para a realização 
de auditorias.
– As oportunidades de melhorias encontradas durante as auditorias 
internas precisam ser gerenciadas para que as ações corretivas sejam 
implementadas.
– O sistema de gestão precisa ser revisado com frequência para garantir a 
maturidade do sistema e sua melhoria contínua (SILVA, 2020, p. 19-20).
Após todos esses procedimentos, e se a empresa sentir que está preparada, poderá solicitar uma 
auditoria de certificação, a qual é denominada Etapa 1, em que a verificação é documental. 
Segundo Silva (2020), essa revisão já é realizada pelo órgão certificador, para verificação inicial 
do atendimento aos requisitos da norma. Nesse momento, é entregue um relatório com os pontos 
levantados durante o processo, e a empresa terá, assim, a oportunidade de implementar melhorias.
Já a etapa final passa pela certificação chamada Etapa 2, que consiste na auditoria final, com 
apresentação de evidências e entrevistas com os colaboradores. 
Conforme Silva (2020), em caso de atendimento aos requisitos da norma, a empresa é recomendada 
para receber o selo. 
15
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Silva (2020) diz que, apesar da norma ISO 9001:2015 não requisitar que a empresa aponte um 
representante da direção, ter alguém do grupo diretivo é fundamental para demonstrar comprometimento, 
além de agilizar a implementação de atividades que requerem aporte de recursos.
De acordo com Moraes e Pugliessi (2014), no caso da norma ISO 14001:2015, quando se tratar da 
certificação ambiental, a etapa de certificação deverá ser proposta somente após a implantação do 
sistema de gestão ambiental (SGA).
Para exemplificar, vamos observar o fluxo apresentado por Moraes e Pugliessi (2014) sobre as etapas 
da certificação ambiental.
Contato com a certificadora 
Pré-auditoria
Auditoria – fase 1
Emissão de certificado
Auditoria – fase 2
Manutenção de certificação do SGA
Auditorias periódicas
Auditorias de recertificação
Atividades de 
acompanhamento
Recomendado
Sim
Não
Figura 4 – Etapas da certificação ambiental
Adaptada de: Moraes e Pugliessi (2014, p. 80).
Conforme destaca a ABNT (2022), a certificação é um processo no qual uma entidade de terceira 
parte avalia se determinado produto atende às normas técnicas com base em auditorias no processo 
produtivo, na coleta e em ensaios de amostras. Estando tudo em conformidade, a empresa recebe a 
certificação e passa a usar a Marca de Conformidade ABNT em seus produtos. 
Desde 1950, a ABNT atua na área de certificação, ganhando respeito e confiança de grandes e 
pequenas empresas, nacionais ou estrangeiras, que recebem os mais diversos tipos de certificados.
A ABNT certificadora realiza auditorias para certificação de produtos em mais de 30 países, tendo 
atuação marcante nas Américas, na Ásia e na Europa. Ainda segundo a ABNT, diferentemente dos 
16
Unidade I
laudos e relatórios de ensaios que servem para demonstrar que determinada amostra atende ou não a 
uma norma técnica, a certificação serve para garantir que a produção é controlada e que os produtos 
estão atendendo às normas técnicas continuamente. 
O processo não é complicado e qualquer empresa pode obter a certificação, bastando demonstrar 
e garantir, através de documentos, que seu processo produtivo é controlado e que seus produtos estão 
sendo fabricados em conformidade com as normas.
 Observação
Para que uma empresa possa obter a certificação, o primeiro passo é 
solicitá-la à ABNT através do e-mail: certificacao@abnt.org.br.
A instituição informará todos os documentos necessários para a 
organização que deseja obter o certificado. 
Na figura a seguir, destacamos as etapas do processo de acreditação de organismos de certificação.
Decisão da acreditação
Avaliação de desempenho
Avaliação do local
Análise de documentação
Solicitação
Figura 5 – Etapas do processo de acreditação de organismos de certificação
Adaptada de: Inmetro (2022).
Observe que o primeiro passo é a solicitação, seguida da análisede toda a documentação; na sequência, 
são realizadas a avaliação do local e a avaliação de desempenho e, por último, a decisão de acreditação.
Conforme relata a ABNT, não há dúvida de que sua certificação (certificação ABNT) destaca e 
diferencia a empresa, seus produtos e seus serviços em relação aos demais concorrentes, além de agregar 
valor à marca e facilitar a introdução de novos produtos no mercado. Também garante tecnicamente a 
conformidade, a qualidade e a segurança, elevando o nível de produtos e serviços, reduzindo perdas e 
melhorando a gestão do processo produtivo.
Mas quais são os organismos responsáveis por credenciar as empresas certificadoras? No Brasil, 
o credenciamento é feito pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial 
17
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
(Inmetro), uma autarquia federal que tem entre as suas responsabilidades o credenciamento de 
laboratórios, organismos certificadores, inspeção de produtos etc. 
Segundo Carpinetti (2016), o Inmetro, que coordena o sistema nacional de certificação no Brasil, 
é reconhecido internacionalmente como o organismo de credenciamento brasileiro, seguindo a tendência 
internacional atual de haver apenas um credenciador por país ou economia. 
O credenciamento de organismos certificadores é voluntário e não obrigatório. No entanto, 
o credenciamento pelo Inmetro dá maior credibilidade ao organismo certificador, especialmente os 
nacionais, que não são credenciados em outros países.
 Saiba mais
Conheça mais sobre o processo de acreditação dos organismos de 
certificação.
INMETRO. Acreditação, 2022. Disponível em: https://bit.ly/3Ex7Rhq. 
Acesso em: 5 jul. 2021. 
Muito bem, após essa explanação sobre a certificação, tomemos a questão da auditoria, uma questão 
de grande importância, diga-se de passagem, uma vez que o resultado de uma auditoria da qualidade 
ou ambiental, por exemplo, pode levar ao descredenciamento da empresa, o que impactará em seus 
resultados. Diante de tal fato, é imprescindível que os gestores saibam quais os riscos de não atender aos 
requisitos exigidos pelas normas e não preparar os seus processos para a auditagem.
1.3 Auditoria baseada em riscos
De acordo com Pardini (2019), a auditoria baseada em riscos (ABR) não é outra modalidade de 
auditoria, tampouco uma nova forma de realizá-la. Em resumo, o auditor leva em consideração, para 
a definição e identificação dos projetos de auditoria dentro de um determinado período, a leitura dos 
riscos estratégicos e operacionais da organização. 
Imoniana (2019) afirma que o risco de auditoria é analisado em pormenor na fase de planejamento, 
avaliando-se, posteriormente, como o processo de auditoria vai continuar. Assim, ele permeia cada 
etapa do procedimento executado pelo auditor. Uma visão geral de alto nível resume esses riscos em:
Risco de 
detecção
Risco de 
controle
Risco 
inerente
Figura 6 – Classificação de riscos
Adaptada de: Imoniana (2019, p. 101).
18
Unidade I
De acordo com Imoniana (2019), o risco inerente tem a ver com a estrutura física do negócio, os 
fatores que afetam o processo de produção e, finalmente, a estrutura de governança.
Já o risco de controle interno é o risco de que os procedimentos de controle interno possam não ser 
efetivos para evitar a ocorrência de erros e desvios materiais.
Por último, o risco de detecção é o risco de que o auditor possa não ser capaz de detectar 
inconformidades no decurso da auditoria. É resultado de diversos fatores, tais como fraudes, abordagens 
limitadas e metodologias enviesadas, para mencionar apenas alguns exemplos. 
Segundo Imoniana (2019), na auditoria baseada em riscos, os recursos são alocados com prudência 
em contas que provavelmente apresentarão risco de desvios materiais. Entretanto, se os auditores não 
anteciparem essa estratégia e se a alta gestão tiver intenções de fraudar o balanço, conhecendo as 
estratégias de auditoria, tudo seria feito para frustrar o processo e, assim, aumentar o risco de detecção.
Por sua vez, De Cicco (2006) enfatiza que a avaliação de riscos em auditoria identifica, mede e 
prioriza os riscos para possibilitar a focalização nas áreas auditáveis mais significativas. Em cada 
ação de auditoria, a avaliação dos riscos é utilizada para identificar as áreas mais importantes 
dentro da organização. 
Para De Cicco (2006), a avaliação de riscos permite ao auditor delinear um programa de auditoria 
capaz de testar os controles mais importantes ou testar os controles mais minuciosamente.
Para Imoniana (2019), a premissa primordial da auditoria baseada em riscos é que os auditores 
devam dedicar mais recursos a contas que sejam suscetíveis a distorções materiais e menos recursos 
para aquelas que tenham menos probabilidade de serem incorretas.
Isso começa desde a compreensão do cliente em seus negócios, dos sistemas de controles internos e 
do balanço, além dos levantamentos dos primeiros testes analíticos.
Carvalho (2020) afirma que saber lidar com gestão de riscos é saber conciliar a ciência do direito e 
da administração, o que não é fácil e requer conhecimento de especialistas nessas áreas.
Os riscos, segundo Carvalho (2020), são decorrentes da inobservância de leis, regulamentos 
administrativos, código de conduta, assim como políticas de compliance (vamos abordar esse tema mais 
à frente) de uma organização, que podem ser identificados de várias formas. Uma delas é o estímulo à 
revelação de informações que não são facilmente detectadas.
Pardini (2019) destaca que, uma vez que o objeto da auditoria esteja definido segundo sua magnitude, 
a aplicação da metodologia da auditoria leva em conta a identificação e a avaliação dos riscos inerentes, 
tecnologia e fraudes dos objetos base da avaliação, bem como seu processo de mitigação, através ou 
não do sistema de controles internos. 
19
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Carvalho (2020) cita o exemplo dos contratos com fornecedores, prestadores de serviços e clientes 
como uma rica e importante fonte de levantamento de riscos, principalmente aqueles de natureza 
operacional, pois, dependendo da política interna de cada organização, a decisão de assinar ou não 
novos contratos acima de determinados valores pode dar ensejo à instauração de um procedimento 
interno de revisão de riscos, considerando os limites e as exceções estipulados para cada tipo de situação. 
Pardini (2019) afirma que o conceito de auditoria baseada em riscos é universal e pode ser 
aplicado nas auditorias de empresas do setor privado como também nas empresas e/ou organizações 
do setor público. Não existe diferença alguma na aplicação da metodologia de auditoria em uma 
entidade pública ou em uma empresa privada; o que muda é a natureza do objeto avaliado, sua 
gestão e monitoramento. Em ambos os setores, a avaliação deve ser realizada com base em uma clara 
identificação dos riscos envolvidos. 
Dessa forma, Pardini (2019) afirma que a aplicação da metodologia de auditoria baseada em visão 
de riscos não requer que a organização tenha um processo estruturado de gerenciamento de riscos 
implementado.
Conforme De Cicco (2006), a auditoria baseada em riscos estende e melhora o modelo de avaliação 
dos riscos, alterando a perspectiva da auditoria interna. Em vez de olhar para os processos do negócio 
como algo que está dentro de um sistema de controle, o auditor os analisa numa envolvente de risco. 
É o paradigma de “olhar para a frente”: uma auditoria centrada nos riscos acrescenta mais valor a uma 
organização do que uma auditoria centrada apenas nos controles.
Figura 7 – Auditoria baseada em riscos
Disponível em: https://bit.ly/3rFO2PD. Acesso em: 31 jan. 2022.
1.4 Tipos de auditoria segundo sua natureza
Conforme Silva (2020), existem vários tipos de auditorias, como as financeiras, as contábeis e as 
jurídicas. No entanto, para o sistema de gestão, as auditorias são categorizadas em:
20
Unidade I
Primeira parte
Segunda parte
Terceira parte
Também conhecida como interna:os membros de uma 
organização auditam sua própria organização 
Um cliente audita um fornecedor em algum ponto na cadeia 
de suprimentos (isto é, seu cliente auditando você ou você 
auditando seu fornecedor)
Essa auditoria é feita geralmente com a finalidade de 
certificação por representantes de organizações independentes
Figura 8 – Tipos de auditoria
Adaptada de: Silva (2020, p. 64).
Vamos analisar esses três tipos de auditoria e identificar qual a diferença entre auditoria interna e 
auditoria externa. 
1.4.1 Auditoria de primeira parte
Vieira (2020) coloca que a auditoria de primeira parte, também conhecida como auditoria interna, 
é realizada pelas próprias empresas para auditar seus próprios sistemas, procedimentos e processos, 
assegurando que os parâmetros do sistema de gestão da qualidade estão sendo seguidos e os resultados 
sendo alcançados.
Segundo Ramos (apud SILVA, 2020), as auditorias de primeira parte se classificam em:
Examina a eficácia do sistema 
da qualidade
Avalia a proximidade entre 
métodos e procedimentos 
estabelecidos e a prática real
 Determina a conformidade 
de produtos e/ou serviços 
com as especificações 
técnicas
Auditoria de itens 
(produtos ou serviços)
Auditoria de 
processos
Auditoria de 
sistemas
Figura 9 – Classificação da auditoria de primeira parte
Adaptada de: Vieira (2020, p. 85).
Por meio da auditoria, segundo Vieira (2020), podemos obter informações importantes para colocar 
em prática uma melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade, processo esse que se dá por meio 
de não conformidades, observações ou oportunidades de melhoria. 
21
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Figura 10 – Auditoria de documentação
Disponível em: https://bit.ly/3MkHZYI. Acesso em: 31 jan. 2022.
Ratificando essa visão, Silva (2020) assinala que as auditorias internas servem para avaliar os 
processos e procedimentos desenvolvidos pela empresa em comparação com a norma que certifica 
a empresa – pode se tratar de uma norma de qualidade, ambiental, saúde e segurança do trabalho, 
entre outras. 
Já para Lobo e Silva (2015), a auditoria de primeira parte ou interna analisa as atividades, os 
processos e os procedimentos de uma empresa. O objetivo dessa auditoria, muitas vezes, é aumentar a 
produtividade, diminuir custos e melhorar a qualidade dos produtos e dos processos. 
Lobo e Silva (2015) dizem que, ao contrário de uma auditoria tradicional, conduzida por uma equipe 
de auditores externos que procuram apenas descobrir possíveis falhas nos processos, uma auditoria 
interna é realizada para fornecer à empresa uma melhoria da eficiência e garantir a conformidade com 
os procedimentos internos e externos estabelecidos.
Moraes e Pugliesi (2014) também afirmam que as auditorias de primeira parte são realizadas pela 
própria empresa e visam determinar se o sistema e os procedimentos estão possibilitando (e melhorando 
progressivamente) o desempenho ambiental da organização de acordo com seus objetivos. 
Assim, a auditoria de qualidade é um procedimento em que um auditor analisa e verifica vários 
registros e processos relativos ao programa de qualidade de uma empresa. Em geral, o propósito de um 
exame de qualidade é determinar se a empresa está́ cumprindo com o seu programa de qualidade ou se 
precisa fazer alterações em suas práticas de negócios. A empresa também pode realizar uma auditoria 
de qualidade a fim de verificar se está em conformidade com os padrões de qualidade determinados, 
como os estabelecidos pela Organização Internacional de Normalização (ISO).
Silva (2020) ressalta que essas auditorias são realizadas por colaboradores voluntários, os quais 
são preparados para a tarefa. Quando ocorre a seleção de participantes para desempenhar a função 
22
Unidade I
de auditor, vale a pena considerar uma equipe com indivíduos de vários departamentos, de modo a 
contar com competências diferenciadas. 
Os colaboradores que serão treinados para a função de auditor interno são os responsáveis por 
vários processos, por exemplo: treinamento e desenvolvimento, fornecedores e clientes, infraestrutura, 
comunicação etc.
Geralmente, todos os donos de processos são capacitados para exercer a função de auditor interno, 
no entanto, vale destacar que esse profissional não pode auditar o processo em que atua para não 
comprometer o resultado e a credibilidade do sistema. Por exemplo: um auditor interno responsável 
pelo processo de recursos humanos não pode auditar esse processo.
1.4.2 Auditoria de segunda parte
Vieira (2020) menciona que a auditoria de segunda parte também é conhecida como auditoria no 
fornecedor. Nesse tipo de auditoria, um cliente audita um fornecedor em algum ponto da cadeia de 
suprimento, ou seja, trata-se do seu cliente auditando você ou de você auditando seu fornecedor. 
Desse modo, Vieira (2020) destaca que a auditoria de segunda parte pode ser realizada pela empresa, 
ou por outras pessoas em seu nome, com o objetivo de avaliar a conformidade do sistema, além dos 
requisitos legais e/ou contratuais. 
Vejamos na figura a seguir o esquema da auditoria de segunda parte, com base em Vieira 
(2020, p. 87).
Fornecedor ClienteAuditoria
Figura 11 – Auditoria de segunda parte
Disponível em: https://bit.ly/3CQp9oN. Acesso em: 31 jan. 2022.
Silva (2020) coloca que as auditorias de segunda parte, por sua vez, são auditorias que a empresa 
realiza em seus fornecedores e/ou terceirizados. A auditoria de segunda parte é uma auditoria externa, 
que tem como principal objetivo verificar questões que foram definidas em contratos, principalmente 
no que se refere à qualidade e a questões legais. 
23
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Contribuindo com o tema, Lobo e Silva (2015) destacam que as auditorias externas são auditorias 
dos registros realizados por uma empresa externa e completamente independente do cliente. Essa 
modalidade é realizada com todos os registros, sejam da empresa, de organização sem fins lucrativos, do 
governo ou qualquer outro tipo de pessoa jurídica. 
Já Moraes e Pugliese (2014) apontam que a auditoria de segunda parte é realizada nos fornecedores 
potenciais ou atuais, ou mesmo nos prestadores de serviços, como forma de pressão para melhorar o 
desempenho ambiental da cadeia produtiva, além de proporcionar a identificação e a estimativa dos 
efeitos de uma organização no ciclo de vida do produto. 
De acordo com as autoras, esse tipo de auditoria contribui com a padronização de produtos e 
processos de empresa contratada em relação aos requisitos ambientais da empresa contratante, no caso 
de uma auditoria do Sistema de Gestão Ambiental.
Auditorias de segunda parte podem ser encomendadas por uma agência reguladora ou conduzidas a 
pedido do envolvido, como um meio de garantir que as práticas-padrão estejam sendo seguidas. Assim, 
o valor de uma auditoria externa existe porque a realização da avaliação dos registros é executada sem 
que haja qualquer suspeição do executante. Em teoria, isso ajuda a garantir que a auditoria progrida 
sem qualquer chance de impropriedades e que seu resultado seja completo e totalmente preciso. 
Conforme Lobo e Silva (2015), uma auditoria externa é realizada pelo menos anualmente ou na 
periodicidade sugerida pelo Organismo de Certificação Credenciado (OCC), após os profissionais, que 
são funcionários da empresa ou da organização, terem realizado uma auditoria interna. Não é incomum 
que as empresas solicitem à auditoria externa documentos que ajudem na melhoria de sua organização.
 Observação
Os OCCs são as entidades que conduzem e concedem a certificação 
de conformidade.
Assim, Vieira (2020) menciona que, com a realização de auditorias de segunda parte, pode-se 
desenvolver uma relação de maior confiança entre cliente e fornecedor, além de potencializar os 
produtos com maior qualidade, reduzindo as não conformidades e diminuindo os riscos.
Vieira (2020) ainda aponta também que, quando as empresas brasileiras iniciaram as negociações 
com empresas da China paracomprar matérias-primas e componentes, foram enviados representantes 
para validar os processos de fabricação e verificar a qualidade dos produtos que seriam fornecidos, de 
modo a obter uma certa garantia no fornecimento.
Dessa forma, continua Vieira (2020), as auditorias de segunda parte são integrantes de qualquer 
sistema de gestão da qualidade e uma ferramenta essencial para o processo de qualificação de 
fornecedores. 
24
Unidade I
Acerca do que pode ser avaliado nesse tipo de auditoria, Vieira (2020) destaca os seguintes itens:
• gestão e controle da qualidade;
• condições dos ambientes de trabalho;
• tratamento de reclamações;
• concepção e desenvolvimento de produtos;
• localização e acesso às instalações;
• política ambiental;
• processo de produção e embalagem; 
• processo de compras e recebimento de matérias-primas.
Você pode observar que, pelos itens anteriormente citados, há necessidade do envolvimento de 
diferentes áreas; portanto, os gestores dos processos precisam conhecer os seus processos e os de seus 
fornecedores, objetivando atingir os resultados esperados.
De acordo com Silva (2020), as auditorias de segunda parte podem ser realizadas por funcionários da 
empresa previamente capacitados para essa finalidade ou por empresas especializadas nomeadas, para 
tal função, pela empresa contratante.
Ainda de acordo com Silva (2020), trata-se de uma auditoria muito aplicada, principalmente como 
parte do desenvolvimento de novos fornecedores, visando garantir os níveis de qualidade que a empresa 
contratante deseja receber.
Por essa razão, a auditoria de segunda parte, conforme Vieira (2020), contribui para a empresa 
conhecer melhor seus fornecedores, uma vez que, em algumas situações, o fornecedor pode declarar 
na documentação de homologação algumas informações que na prática não acontecem, cabendo à 
auditoria complementar a prática com a documentação apresentada.
Por outro lado, Vieira (2020) afirma que as empresas devem buscar uma relação de ganha-ganha 
com seus fornecedores, devendo-se, assim, fomentar a contribuição mútua entre as partes, criando uma 
rede de parcerias que trazem apenas benefícios para os dois lados, principalmente para o cliente.
25
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Figura 12 – Processos de auditoria
Disponível em: https://bit.ly/3rDWgYC. Acesso em: 31 jan. 2022.
1.4.3 Auditoria de terceira parte
A auditoria de terceira parte, segundo Vieira (2020), é realizada por um auditor independente para 
fins de certificação do sistema de gestão desejado pela empresa. Por exemplo, uma empresa deseja 
certificar seus sistemas de gestão da qualidade na norma ISO 9001-2015; para isso, deve buscar alguma 
certificadora que possua credenciamento no Inmetro.
Esse credenciamento, ainda de acordo com Vieira (2020), é uma acreditação, isto é, uma ferramenta 
estabelecida em escala internacional para gerar confiança na atuação de organizações que executam 
atividades de avaliação da conformidade – falaremos sobre o processo de certificação posteriormente.
Conforme Vieira (2020), o objetivo da auditoria de terceira parte é a verificação do sistema de gestão 
de uma organização, auditando se foi estabelecido, documentado, implementando e mantido de acordo 
com uma norma específica, sendo a última fase do processo de certificação em alguma norma. Vejamos 
como é o fluxo de uma auditoria de terceira parte, segundo o autor.
Cliente
Aud
itor
ia
Empresa de auditoria 
acreditada
Figura 13 – Auditoria de terceira parte
Adaptada de: https://bit.ly/3xIEjvU. Acesso em: 31 jan. 2022.
26
Unidade I
Finalizado o processo de auditoria de terceira parte, o auditor responsável pode recomendar a 
empresa ou não para a certificação na norma desejada. Vieira (2020) destaca que não é o auditor que 
certifica a empresa, podendo apenas recomendá-la para obter a certificação. 
Essa recomendação contém o uso de um certificado da norma auditada, como o modelo de certificado 
ISO 9001:2015 da empresa Mar-Girius, citado por Vieira (2020).
Figura 14 – Modelo de certificado ISO 9001:2015
Adaptada de: Vieira (2020, p. 89).
Assim, a auditoria de terceira parte, que também é uma auditoria externa, é realizada por uma 
organização de auditoria independente, como institutos e/ou empresas certificadoras, conforme 
citamos anteriormente.
Moraes e Pugliesi (2014) corroboram a afirmação de que a auditoria de terceira parte é realizada 
por organizações independentes em relação à empresa auditada, como uma empresa de auditoria ou 
um auditor especialista, por exemplo, na avaliação de uma organização acerca de uma norma de gestão 
ambiental, como a NBR ISO 14001. 
Nesse caso, a unidade auditada contrata os serviços de uma certificadora para que essa realize o 
processo em suas instalações e recomende sua certificação pelo órgão responsável. 
Outro exemplo de certificado de sistema de gestão da qualidade, na área pública, é o da Bolsa 
Eletrônica de Compras do Governo do Estado de São Paulo (BECSP), que pode ser acessado online.
27
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Figura 15 – Certificado BECSP
Disponível em: https://bit.ly/3jV3kvF. Acesso em: 23 ago. 2021.
 Saiba mais
A Bolsa Eletrônica de Compras (BEC) estabelece e melhora continuamente 
o seu sistema de gestão da qualidade visando prover os meios adequados 
à otimização do gasto público e à garantia do cumprimento da legislação 
vigente. Por meio do endereço a seguir, você pode observar um exemplo disso. 
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Fazenda e Planejamento. Certificado 
de sistema de gestão da qualidade. São Paulo, [s.d.]. 
Disponível em: https://bit.ly/3jVdsob. Acesso em: 23 ago. 2021.
28
Unidade I
Vieira (2020) menciona que, após a recomendação do auditor externo, a empresa recebe o certificado 
da norma ISO 9001:2015. Notem que a empresa foi certificada no escopo em que desenvolveu seu 
sistema de gestão da qualidade.
Portanto, independentemente do tipo de auditoria realizada, nota-se que todas são fundamentadas 
para o processo de melhoria contínua do sistema de qualidade das organizações.
 Lembrete
As empresas certificadoras precisam ser habilitadas; no caso do Brasil, o 
órgão responsável é o Inmetro.
Como exemplo, podemos citar a Fundação Vanzolini, que é um organismo certificador e tem se 
aprimorado constantemente para contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do país formando 
profissionais, promovendo palestras, treinamentos e cursos na área de gestão da qualidade. Também 
concede certificados no âmbito das normas ISO 9001 para sistemas de gestão da qualidade; Sassmaq, 
Transqualit e ISO/TS 16949 para certificação de sistemas de gestão da qualidade para a indústria 
automotiva; ISO 14001 para sistemas de gestão ambiental; OHSAS 18001 (substituída pela ISO 45001) para 
sistemas de saúde e segurança ocupacional; e normas ONA para acreditação de organizações de saúde. 
 Saiba mais
Acesse o site a seguir e conheça a Fundação Vanzolini. 
Disponível em: https://vanzolini.org.br/. Acesso em: 5 jul. 2021.
Esse tipo de auditoria é solicitado por empresas que estão pleiteando a certificação ou recertificação.
Vimos anteriormente como funciona o processo de certificação, e o gestor precisa ficar atento, pois, 
após a empresa conseguir a certificação, um dos grandes desafios é manter o sistema de gestão em 
constante melhoria para que os níveis atingidos não regridam. Segundo Silva (2020), é nesse contexto 
que as auditorias são de grande auxílio.
1.5 Classificação das auditorias
De acordo com Santos e Ribeiro Filho (2014), a auditoria de gestão tem como objetivo emitir opinião 
com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos, convênios, acordos 
(ou ajustes), governança de tecnologia da informação (TI), riscos, resultados, bem como a probidade na 
aplicação dos recursos públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens do Conselho ou 
a ele confiado, compreendendo os seguintes aspectos a serem observados: 
29
AUDITORIA E FORMAÇÃODE AUDITORES
• Documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos. 
• Existência física de bens e outros valores. 
• Eficiência dos sistemas de controles internos administrativo e contábil.
• Cumprimento da legislação e das normas. 
Já segundo Pardini (2019), as auditorias se classificam em:
Auditoria
Conformidade
Resultado
Operacional
Contábil
Gestão
Especial
Figura 16 – Classificação das auditorias quanto a sua natureza
Vejamos o que significam essas classificações.
1.5.1 Auditoria operacional 
Pardini (2019) destaca que a auditoria operacional corresponde à avaliação dos processos 
operacionais, do gerenciamento de riscos e do sistema de controles internos quanto a desempenho, 
eficiência, eficácia, economia e efetividade.
Já Santos e Ribeiro Filho (2014) apontam que o objetivo dessa auditoria é avaliar as ações gerenciais 
e os procedimentos relacionados ao processo operacional ou parte dele, com a finalidade de certificar 
a efetividade e a oportunidade dos controles internos, além de apontar soluções alternativas para a 
melhoria do desempenho operacional. Sua abordagem é de apoio e procura auxiliar a administração na 
gerência e nos resultados por meio de recomendações que visem aprimorar procedimentos e controles. 
Para Pardini (2019), essa auditoria será melhor executada quando aplicada aos ciclos de negócios 
segmentados por processos operacionais, o que permitirá à auditoria contribuir com a gestão em sua 
responsabilidade na aplicação das melhores práticas de gerenciamento, aumentando a possibilidade de 
a organização alcançar seus objetivos, sejam eles operacionais ou estratégicos.
30
Unidade I
Uma auditoria operacional atua no staff da administração, assessorando o desempenho das funções 
e as responsabilidades dela na gestão, de maneira que o planejamento e o programa de trabalho 
sejam seguidos.
Além disso, avalia as metas e os objetivos que são atingidos, seus diferentes departamentos, 
atividades, sistemas de ERP, controles, funções e operações, com o intuito de obter os chamados três Es: 
eficiência, economicidade e eficácia. No entanto, para isso, as metas são desmembradas com o objetivo 
de verificar:
• Falhas e irregularidades existentes no ciclo operacional.
• Compatibilidade entre as ações operacionais administrativas, de políticas internas, de planos 
e diretrizes.
• Motivos das ineficiências ou de desperdícios.
• Desempenho do setor auditado e de seu ciclo operacional.
• Adequação e eficácia dos controles gerenciais internos.
Logo, a auditoria operacional proporcionará aos membros da administração subsídios para a melhoria 
da gestão, com eficiência, atuando com economicidade para obter a eficácia.
1.5.2 Auditoria contábil 
Para Santos e Ribeiro Filho (2014), o objetivo da auditoria contábil é garantir que os registros 
contábeis tenham sido efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, com 
a legislação, conferindo ainda se as demonstrações originárias refletem adequadamente a situação 
econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais 
situações apresentadas. 
Figura 17 – Auditoria contábil
Disponível em: https://bit.ly/3Euu4wy. Acesso em: 31 jan. 2022.
31
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
1.5.3 Auditoria especial 
O objetivo da auditoria especial é examinar fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza 
incomum ou extraordinária, sendo realizada para atender a uma solicitação expressa de autoridade 
competente. 
Vamos citar o exemplo na área de governo quando as auditorias especiais abrangem a fiscalização 
de fatos ou situações relevantes ou extraordinárias, sendo realizada por solicitação do chefe do Poder 
Executivo, de secretário de Estado, do auditor-geral do Estado ou de outros agentes políticos com 
idênticas prerrogativas.
 Saiba mais
Conheça alguns tipos de auditorias especiais disponíveis no endereço 
eletrônico da auditoria-geral do Estado do Rio de Janeiro. 
RIO DE JANEIRO (Estado). Secretaria de Estado de Fazenda. Auditoria-geral 
do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2021. 
Disponível em: https://bit.ly/37Bc33z. Acesso em: 31 ago. 2021.
1.5.4 Auditoria de conformidade
O objetivo da auditoria de conformidade, para Santos e Ribeiro Filho (2014), está relacionado ao exame 
dos atos e fatos da gestão com vistas a certificar, exclusivamente, a observância às normas em vigor.
Para Pardini (2019), a auditoria de conformidade tem como objetivo avaliar se as transações estão 
sendo realizadas em conformidade com as políticas e os procedimentos da organização, bem como em 
conformidade com as leis, as normas e os regulamentos de União, Estado, Município e/ou do órgão 
regulador. O objetivo é verificar os resultados da ação governamental com ênfase: 
• na visão dos programas enquanto fator básico de organização da função e da gestão pública 
como mobilização organizacional para alcance dos resultados;
• no planejamento estratégico.
É importante mencionar que, em setores altamente regulamentados, a auditoria de conformidade 
e/ou regularidade se faz mais presente, tendo padrões fixos para os objetivos de auditoria e para os 
resultados da avaliação. 
Pardini (2019) afirma que, em uma organização que atua em um setor regulamentado – seja uma 
instituição financeira, de seguros, farmacêutica ou de outros tipos, incluindo as instituições governamentais, 
seja da administração direta ou indireta –, devido ao alto grau de leis, normas e regulamentos existentes 
32
Unidade I
(os quais devem ser observados para a correta condução de sua operacionalidade), existe uma tendência 
de concentração dos trabalhos de auditoria na avaliação de regularidade e/ou conformidade.
Segundo Pardini (2019), nesse tipo de auditoria o objetivo do auditor é verificar se a transação foi 
realizada em conformidade com a norma, com o regulamento e com as leis. Por exemplo: em uma 
auditoria de contratos, o auditor verificará se o documento foi elaborado em consonância com os 
requisitos legais e com os procedimentos definidos pela empresa. Qualquer discrepância será anotada e 
será solicitada sua remediação.
Figura 18 – Análises da auditoria
Disponível em: https://bit.ly/3L5sFzc. Acesso em: 31 jan. 2022.
1.6 As normas de auditoria interna
Segundo Pardini (2019), a auditoria interna desempenha um importante papel no processo 
de governança, e, para iniciarmos o estudo sobre ela, precisamos inicialmente compreender sua 
exata dimensão.
O autor destaca que existem diversos conjuntos de normas para a atividade de auditoria interna. 
Há as normas de auditoria do Conselho Federal de Contabilidade, da Organização Internacional de 
Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai), da Controladoria Geral da União (CGU), do Government 
Accountability Office (GAO-US), entre outros. Apesar de diversas fontes, todas acabam tratando e 
falando de temas semelhantes, não havendo grandes diferenças entre elas, a não ser na semântica. 
Segundo Pardini (2019), as normas de auditoria fornecem um direcionamento para a execução do 
trabalho de forma disciplinada, independentemente da natureza e da complexidade da avaliação. São 
um conjunto de princípios e diretrizes básicas que devem ser observados para a realização de trabalhos 
de alto desempenho.
O conjunto de regras que norteia as atividades da profissão é estabelecido pelos órgãos reguladores 
das diferentes atividades que compõem as auditorias, funcionando como um guia de orientação geral 
para o desenvolvimento das atividades requeridas. 
33
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Temos o exemplo da norma brasileira de contabilidade (NBC), que, no seu subitem 12.1.1.1, afirma 
que a auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que têm por objetivo examinar 
a integridade, a adequação e a eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, 
financeiras e operacionais da entidade.
2 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
Uma auditoria pode ser realizada usando uma variedade de métodos.A seguir, o anexo da norma 
NBR 19011:2018 especifica os mais comumente usados. 
 
O Anexo A.1 – Aplicando os métodos de auditoria, por exemplo, destaca que: 
[...] Os métodos escolhidos para uma auditoria dependem dos objetivos, escopo 
e critérios de auditoria estabelecidos, assim como da duração e localização. 
[...] Convém que a disponibilidade do auditor com competência e qualquer 
incerteza que surja da aplicação dos métodos de auditoria sejam também 
consideradas. 
Aplicar uma variedade e combinação de diferentes métodos de auditoria pode 
otimizar a eficiência e a eficácia do processo de auditoria e do seu resultado.
O desempenho de uma auditoria envolve uma interação entre pessoas 
no sistema de gestão que está sendo auditado e a tecnologia usada para 
concluir conduzir a auditoria (ABNT, 2018, p. 41).
 
Conforme a ABNT (2018), a responsabilidade pela aplicação eficaz dos métodos de auditoria para 
qualquer estágio de planejamento permanece com a(s) pessoa(s) que gerencia(m) o programa ou com o 
líder da equipe, que tem a responsabilidade de conduzir as atividades do grupo.
A norma contempla que a viabilidade das atividades de auditoria remota, por exemplo, pode depender 
de diversos fatores, como o nível de risco em alcançar os objetivos de auditoria, o nível de confiança 
entre o auditor e o pessoal do auditado e os requisitos regulamentares.
No quadro a seguir, é possível observar exemplos de métodos de auditoria que podem ser usados 
individualmente ou em combinação para alcançar os objetivos do processo. Se uma auditoria envolver 
o uso de uma equipe com múltiplos membros, métodos presenciais ou remotos podem ser usados 
simultaneamente.
34
Unidade I
Quadro 1 – Métodos de auditoria
Extensão do envolvimento 
entre o auditor e o auditado
Localização do auditor
No local Remoto
Com interação humana
Conduzir entrevistas
Preencher listas de verificação e questionários 
com a participação do auditado
Amostrar
Por meios de comunicação interativa:
Conduzir entrevistas
Observar trabalho realizado com guia remoto
Preencher listas de verificação e questionários
Conduzir análise crítica documentada com a 
participação do auditado
Sem interação humana
Conduzir análise crítica documental (por 
exemplo, registros e análise de dados)
Observar trabalho realizado
Conduzir visita no local
Preencher listas de verificação
Amostrar (por exemplo, produtos)
Conduzir análise crítica documental (por 
exemplo, registros, análise de dados)
Observar o trabalho realizado por meio de 
monitoramento, considerando requisitos 
sociais estatutários e regulamentares
Analisar dados
Adaptado de: ABNT (2018, p. 41).
Ainda segundo ABNT (2018, p. 41), a auditoria também apresenta as seguintes características:
• Atividades presenciais de auditoria são realizadas no local do auditado.
• Atividades de auditoria remota são realizadas em qualquer local que não o local do auditado, 
independentemente da distância.
• Atividades de auditoria interativa envolvem a interação entre o pessoal do auditado e a equipe 
de auditoria.
• Atividades de auditoria não interativa não envolvem interação humana com pessoas que 
representam o auditado, mas interação com equipamento, facilities e documentação.
 Observação
Facilities: em tradução literal, o termo significa “facilidades” e diz respeito 
aos serviços de infraestrutura, como limpeza, segurança e manutenção 
predial, por exemplo. 
Segundo a ABNT (2018), convém que seja assegurado o uso adequado e equilibrado de aplicação 
remota ou presencial de métodos de auditoria, visando garantir um alcance satisfatório dos objetivos 
do programa.
35
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
2.1 Auditoria como terceira linha de defesa
De acordo com Pardini (2019), o modelo das três linhas de defesa surgiu com a publicação do Guidance 
on the 8th EU Company Law Directive, em setembro de 2010, como recomendação da implementação 
dos requisitos da lei para o monitoramento da efetividade do sistema de controles internos, auditoria 
interna e gerenciamento de riscos. Como salienta a declaração de posicionamento do Instituto dos 
Auditores Internos (IIA) sobre o tema: “O modelo de Três Linhas de Defesa é uma forma simples e eficaz 
de melhorar a comunicação do gerenciamento de riscos e controle por meio do esclarecimento dos 
papéis e responsabilidades essenciais” (PARDINI, 2019, p. 13).
Para Vieira e Barreto (2019), esse modelo das três linhas de defesa foi difundido a partir da obra 
Declaração de posicionamento do IIA (2013), publicada pelo IIA, sobre a qual o autor discorre no 
excerto a seguir:
 
Não se trata de um modelo referencial de gestão de riscos, como o Coso 
(ERM-GRC) e o ISO (31000:2009), mas uma forma de estabelecer os papéis 
e responsabilidades essenciais de cada gestor dentro da organização para 
protegê-la dos riscos por meio de uma estrutura adequada de governança. 
De acordo com esse modelo, a primeira linha de defesa é a execução, a 
segunda linha de defesa é a supervisão e o monitoramento e a terceira é 
a avaliação (VIEIRA; BARRETO, 2019, p. 125).
Conforme Pardini (2019), o ponto significativo nesse modelo é a transparência sobre quais são as 
responsabilidades de cada uma das partes interessadas na condução dos negócios e na operação da 
organização, de forma a estruturar o processo para que não existam lacunas devido à incompreensão 
das reais responsabilidades de cada um nesse processo de governança.
Órgão de governança/conselho/comitê de auditoria
Alta administração
1ª linha de defesa 2ª linha de defesa 3ª linha de defesa
Regulador
Auditoria externa
Controles da gerência
Medidas de controle interno
Controle financeiro
Segurança
Gerenciamento de riscos
Qualidade
Inspeção
Conformidade
Auditoria interna
Figura 19 – Modelo de três linhas de defesa
Adaptada de: Pardini (2019, p. 13).
36
Unidade I
De acordo com Pardini (2019), a primeira linha de defesa são os gestores, que têm como 
responsabilidade o gerenciamento de riscos de seus processos, a supervisão e o alinhamento do sistema 
de controle interno com os riscos inerentes relacionados a tecnologia e fraude. 
Como segunda linha de defesa, Pardini (2019) aponta as áreas de apoio ou staff, que auxiliam os 
gestores na execução de suas responsabilidades. São as áreas de controle interno, compliance, gestão 
de riscos, entre outras.
Na segunda linha, de acordo com Vieira e Barreto (2019), ocorre a supervisão dos riscos pela alta 
administração, observando as tradicionais funções de gestão de riscos, conformidade e controladoria. 
As funções específicas variam muito entre agências e setores, mas, basicamente, seu papel é coordenar 
as atividades de gestão de riscos, orientar e monitorar a implementação de suas práticas por parte da 
gestão operacional, apoiar a definição de metas de exposição a risco e monitorar riscos específicos, bem 
como ajudar a definir e monitorar riscos e controles da primeira linha de defesa.
Já como terceira linha de defesa, Pardini (2019) destaca que temos a auditoria interna, a qual tem 
a responsabilidade de realizar um monitoramento periódico através de uma avaliação independente do 
processo de governança, bem como a gestão de riscos e o sistema de controles internos, pelos quais os 
gestores da primeira linha de defesa são responsáveis. 
Segundo Vieira e Barreto (2019), na terceira linha ocorre a avaliação (assurance) por meio do 
processo de auditoria independente vinculada ao órgão superior de governança. O papel fundamental 
da auditoria interna na gestão de riscos é fornecer uma garantia aos órgãos de governança e à alta 
administração de que os processos de gestão de riscos operam de maneira eficaz e os maiores riscos do 
negócio são gerenciados adequadamente em todos os níveis.
Para Vieira e Barreto (2019), o modelo de três linhas de defesa é relevante porque comunica 
claramente os papéis e as responsabilidades na estruturação da governança. As responsabilidades devem 
ser claramente definidas para que cada unidade compreendaos limites de suas responsabilidades e 
como seus cargos se encaixam na estrutura geral de gestão de riscos.
Conforme Vieira e Barreto(2019), a fim de habilitar a auditoria interna a identificar os riscos mais 
significativos para o alcance dos objetivos da organização, os seus trabalhos devem utilizar uma 
abordagem de auditoria baseada em riscos, permitindo que planos de ação para o tratamento dos riscos 
identificados sejam efetivamente formulados e monitorados.
2.2 Entendendo os conceitos de processos, riscos e controles
De acordo com Pardini (2019), um dos requisitos para uma auditoria interna de alta performance é 
contar com profissionais proficientes na aplicação da metodologia, dos procedimentos e das técnicas 
de auditoria. Ele também deve conhecer os paradigmas considerados boas práticas de gestão, em sua 
concepção e em sua aplicabilidade. 
37
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Assim, vamos abordar alguns conceitos de gestão que estão presentes na dinâmica operacional, 
compondo o contexto corporativo da organização e baseando a avaliação da auditoria. O seu 
entendimento é imprescindível para uma correta avaliação; observe-os na figura a seguir.
Riscos e 
gestão de 
riscos
Sistema de 
controle 
interno
Processo 
operacional
Figura 20 – Conceitos de gestão
2.2.1 Processo operacional
Segundo Pardini (2019), um processo operacional apenas tem razão de existir se for relevante para 
que a organização atinja seus objetivos estratégicos. Todo processo operacional tem como entrega: 
documentos, informações e dados. Suas tarefas são organizadas, planejadas e alinhadas aos seus objetivos 
e em conformidade com suas entregas. Um processo tem o início, o processamento das transações e seu 
ponto final, como demonstrado na figura seguinte.
Início (input) Processamento Final (output)
Figura 21 – Fluxo do processo operacional
Adaptada de: Pardini (2019, p. 15).
Em um trabalho de auditoria, Pardini (2019) entende como necessário que os auditores conheçam os 
limites do processo, ou seja, identifiquem seu início e seu final, reconheçam o produto que ele entrega 
e como é monitorado seu desempenho. Essas informações serão a base para a definição clara dos 
objetivos e do escopo de auditoria. Mas como obtê-las?
Pardini (2019) menciona que, durante a fase de mapeamento, realizado através de entrevistas, o 
auditor terá a oportunidade de conhecer em detalhes os insumos do processo, suas tarefas ou transações 
existentes e necessárias para que o processo possa, ao alcançar seus objetivos, entregar seus produtos 
com a qualidade requerida pelo cliente interno ou externo.
 Lembrete
O mapeamento de processos é essencial para o resultado esperado.
38
Unidade I
2.2.2 Riscos
Em relação aos riscos, vejamos o que diz Pardini (2019, p. 16): “risco é todo evento que pode impactar 
negativamente a capacidade de alcançar os objetivos”.
O conceito usado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) para risco é: “Risco é o efeito 
(positivo ou negativo) da incerteza nos processos, sistemas e decisões, causando variações (esperadas 
ou inesperadas) em seu desempenho frente aos objetivos das partes interessadas em relação àquela 
organização” (FNQ, 2014, p. 4).
De acordo com os padrões internacionais sobre o tema, determinados pela NBR 31000 – Gestão de 
Riscos (ABNT, 2007) e pelo Enterprise Risks Management – Integrated Framework (IIA, 2004), risco é o 
efeito da incerteza sobre os objetivos de uma organização. Sendo assim, a essência da gestão de risco é 
apoiar a organização a conviver com a incerteza, e não necessariamente eliminá-la, até porque o efeito, 
como dito anteriormente, pode ser positivo (FNQ, 2014)
Dessa forma, a classificação correta facilita a integração e a consolidação da gestão de riscos, além 
de auxiliar na comunicação com auditores, reguladores, agências de risco e outras partes interessadas. 
Vejamos alguns tipos de riscos na figura seguinte:
Risco
Reputacional
Operacional
De mercado
De compliance
Estratégico
Figura 22 – Tipos de riscos
Os riscos estratégicos são aqueles que estão estreitamente relacionados aos objetivos estratégicos 
de uma organização. A possibilidade de ocorrerem perdas devido à flutuação nos valores de mercado, 
como variação cambial e taxas de juros, é entendida como risco de mercado.
O risco de compliance é o risco das sanções legais ou regulatórias que a organização pode sofrer 
devido ao não cumprimento de leis, normas e procedimentos. 
O risco operacional é a possibilidade de ocorrência de perdas provenientes de falha, deficiência ou 
inadequação de processos internos, pessoas e sistemas ou de eventos externos.
39
AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
Os riscos reputacionais estão relacionados à associação da imagem da organização com atividades 
de terceiros. Porém, as instituições consideram danos à reputação consequência, e não risco.
No quadro a seguir, podemos observar exemplos de tipos de riscos.
Quadro 2 – Tipologia de riscos
Tipos de riscos Exemplos
Estratégicos
Aceitação de produto 
Comportamento do mercado 
Estrutura de preço e margens na indústria 
Entrada de novos players 
Retenção de know how
Absorção de tecnologia
De mercado
Juros
Câmbio 
Crédito 
Volatilidade de ativos 
Mudanças macroeconômicas 
Mudanças políticas 
Mudanças sociais 
Preço de commodities
De compliance
Legais 
Regulatórios 
Éticos 
Contratuais 
Demonstrações financeiras 
Confiabilidade das informações
Operacionais
Estrutura de custo 
Continuidade do negócio 
Liquidez e capital de giro 
Segurança e informação 
Qualidade do produto 
Segurança do produto 
Variabilidade do projeto 
Segurança e saúde no trabalho 
Impacto ambiental 
Qualidade dos fornecedores 
Qualificação do pessoal 
Sucessão de líderes 
Infraestrutura logística
Reputacionais
Marca 
Responsabilidade social 
Parcerias 
Compromissos voluntários 
Comunicação com as mídias
Adaptado de: FNQ (2014).
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Unidade I
Dessa forma, Pardini (2019) aponta que a organização, para que haja uma efetiva governança, 
precisa gerenciar os riscos de forma consistente, integrada e estruturada a fim de mantê-los alinhados. 
A auditoria interna, por sua vez, avalia se a organização está gerenciando os seus riscos dentro dos 
padrões predefinidos, mesmo quando a organização não conta com um processo de gerenciamento 
de riscos estabelecido.
2.2.3 Controles
Segundo a instituição Coso, citada por Pardini (2019), o sistema de controle interno pode ser definido 
da seguinte forma:
 
Controle interno é um processo conduzido pela estrutura de governança, 
administração e outros profissionais da entidade, desenvolvidos para 
proporcionar segurança razoável com respeito à realização dos objetivos 
relacionados à operação, divulgação e conformidade (COSO apud PARDINI, 
2019, p. 18).
Ainda de acordo com o autor:
 
[...] o sistema de controle interno é o conjunto de políticas, procedimentos, 
diretrizes, plano de organização e toda a ação executada pela gestão para 
garantir a eficácia dos processos, a salvaguarda dos ativos, a consistência 
e integridade dos dados e informações e a conformidade legal. O controle 
tem como objetivo minimizar a probabilidade de ocorrência do risco 
(PARDINI, 2019, p. 18).
O controle interno é um sistema com três níveis hierárquicos: ambiente de controle, controle de 
processo e controle de transação.
Ambiente de controle
Controle de processo
Controle de transação
Figura 23 – Níveis hierárquicos de controle
Adaptada de: Pardini (2019, p. 18).
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AUDITORIA E FORMAÇÃO DE AUDITORES
De acordo com Pardini (2019), o ambiente de controle é composto por políticas, alçadas de 
responsabilidade, segregação de responsabilidade, padrões de desempenho, processo de prestação 
de contas, programa de integridade etc. A responsabilidade por esse nível é da alta gestão e dos 
colaboradores diretos.
Por sua vez, no controle de processo, como mencionado por Pardini (2019), são definidos os 
procedimentos para o atendimento das políticas e os padrões de desempenho do processo

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