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Ana Carolina Dantas Murad Larissa Leite Lima Sarah Marinho Pereira Paiva Curso de Graduação em Medicina - Afya Educacional Disciplina Integração Ensino-Serviço-Comunidade III Docente: Layza Denninger Diário de campo IESC III Cabedelo - PB 2022 DIA 1 (16/09/2022) No primeiro dia de visita ao território-área da Unidade de Saúde da Família (USF) da Penha nos reunimos inicialmente para discutir sobre os objetivos que deveríamos cumprir naquele momento, definir os grupos, determinar quais famílias iríamos acompanhar, e conhecemos alguns membros da equipe de saúde, que nos relataram um pouco sobre as funções que desempenham na unidade, e também sobre a forma com a qual eles se relacionam com os usuários e uns com os outros. Além disso, discutimos sobre aspectos culturais e religiosos que circundam a história do bairro e a forma com a qual isso influencia a saúde da população local. Nos foi apresentada a organização político-administrativa, em que a Penha integra o V distrito sanitário, sendo assistida por quarto Agentes Comunitários de Saúde (ACS), os quais cobrem quatro microáreas: Penha de cima, Penha de baixo, Vila do Sol e Vila dos pescadores, cada qual possuindo demandas distintas, o que varia conforme características próprias da comunidade. Em seguida, acompanhados pela Agente Comunitária de Saúde, fomos para nossa primeira visita domiciliar, em que nos apresentamos à família que iríamos acompanhar, formada por Dona Maria - nossa paciente índice -, sua filha Marina e o esposo dela, Manoel. Esse primeiro momento foi muito importante para conhecermos a família, em uma conversa descontraída e amistosa, ouvimos parte da história da família, havendo participação ativa dos três membros, o que foi imprescindível nesse primeiro contato, visto que queríamos estabelecer um bom vínculo com eles. DIA 2 (01/11/2022) O genograma e o ecomapa são dois dos instrumentos utilizados pela equipe de saúde para conhecer a história de um grupo familiar, em geral, quando esses apresentam características complexas. Neles são representadas as relações de parentesco, os vínculos estabelecidos, e a qualidade dos vínculos, bem como as doenças que se fazem presentes na família. De forma que, a partir desse mapeamento, seja possível traçar metas para melhorar o funcionamento conjunto daqueles indivíduos, tratar doenças estabelecidas e mitigar estressores identificados, sendo possível até mesmo servir como ferramenta preventiva, podendo-se identificar problemas de saúde que se mostram presentes em várias gerações do grupo e que eventualmente podem vir a acometer outras pessoas da família. Considerando isso, no nosso segundo dia de visita domiciliar, nossas perguntas foram direcionadas, para preencher alguns dados relevantes para a construção do genograma da família que acompanhamos. A princípio, tivemos acesso ao prontuário de Dona Maria, conseguindo, assim, coletar algumas informações sobre doenças anteriores, medicamentos prescritos, exames e procedimentos realizados. Logo após isso, fomos até a casa da família, e para conhecermos melhor sobre eles, questionamos sobre cada um dos componentes - algumas características como idade, sexo, trabalho -, foram feitas perguntas sobre os vínculos afetivos que eles mantém com os demais membros, se têm uma boa convivência, entre outros. Ademais, tendo em vista uma melhor condução do processo saúde-doença, perguntamos sobre os hábitos de vida, problemas de saúde enfrentados, interações com agentes sociais, como igreja, unidade de saúde e comunidade, com vistas a identificar os principais fatores determinantes e condicionantes de saúde envolvidos na realidade dos três membros da família, enfatizando a paciente índice. DIA 3 (18/09/2022) No início do nosso terceiro e último dia de visita, nosso grupo, acompanhado da professora, conheceu o território do bairro da Penha - onde está localizada a unidade. Nos foram apresentados alguns dos instrumentos sociais utilizados pelos moradores da comunidade, como igreja, praça, comércio local, e até mesmo a escadaria da Penha, que muitas pessoas usam para cumprir promessas. Além disso, como já foi mencionado, a crença em Nossa Senhora da Penha é muito presente entre a população local, atraindo também vários turistas que viajam para conhecer o ambiente e a cultura. Visitamos o santuário de Nª Sª da Penha, que foi fundado em 1763, sendo o segundo santuário mais antigo do Brasil. Também estivemos na sala dos milagres, onde encontra-se muitos objetos deixados pelas pessoas que fazem suas preces e resolvem expor nesse lugar as bênçãos que almejavam e as foram alcançadas. Por fim, nos direcionamos para a casa da família, tiramos algumas dúvidas que ainda restavam para construção dos instrumentos, mas na maior parte do tempo conversamos com eles, explicando, por exemplo, sobre a finalidade do nosso trabalho com o genograma e ecomapa, e que a partir dessa construção, nós e a equipe de saúde iríamos buscar alguma alternativa para a realidade da família. Além disso, orientamos sobre a importância de manter os cuidados diante da nova situação da pandemia de coronavírus, falamos sobre a necessidade de maior atenção direcionada para Dona Maria, evitando quedas e fraturas, por exemplo, e também mencionamos sobre a questão do cuidado com a saúde mental, imprescindível para todos da família. Ao final, presenteamos eles com uma lembrancinha, como forma de agradecimento por terem nos recebido e respondido nossas dúvidas com paciência e atenciosidade. Autoavaliação Ana Carolina Dantas Murad De acordo com o meu grupo, percebi que nós três conseguimos trabalhar juntas e sempre respeitando a opinião de cada uma. Conseguimos criar um vínculo ético durante essa trajetória de visita domiciliar, atingimos todos os nossos objetivos sempre seguindo uma postura como estudante e como pessoa. A família contribuiu com o nosso grupo fornecendo informações precisas para a construção do genograma e ecomapa. Além disso, aprendi a utilizar a abordagem familiar ensinada nas palestras na prática. Larissa Leite Lima Eu acredito que pude contribuir com o meu grupo, nós três conseguimos trabalhar bem juntas, e construímos uma relação muito boa. Nas visitas domiciliares fui participativa, fiz questionamentos e algumas orientações importantes para os integrantes da família que acompanhamos, tratando de forma ética e respeitosa a todos. Também contribui com as tarefas que nos foram atribuídas, além de ter aprendido muito com a construção dos instrumentos de abordagem familiar. Sarah Marinho Pereira Paiva Creio que fui bastante ativa, colaborando bastante com meu grupo e consegui me dar bem com a família que ficamos responsáveis. Durante as visitas domiciliares conhecemos bastante a paciente índice, a sua filha e genro e foi muito importante pra mim ter esse contato com eles, pois aprendi a manter um diálogo saudável, com empatia e respeito sem esquecer de buscar as informações importantes para a saúde desses usuários. Assim, acredito que cumpri com minhas responsabilidades coletivas e individuais, colaborando com minhas colegas na construção do genograma, ecomapa, projeto terapêutico singular e diário de campo. Ademais, consegui contextualizar bem os conteúdos das aulas durante as visitas, principalmente em relação a ação dos ACS, visitas domiciliares, estruturas das famílias e instrumentos de avaliação familiar. Além disso, fui pontual nos horários de chegada estabelecidos pela professora Layza e combinei com a família previamente o horário mais adequado para a visita, para que não houvesse desencontros. Dessa forma, creio ter desenvolvido meu potencial como sujeito na aprendizagem, possibilitando uma evolução pessoal, muito importante para o minha formação como futura médica e como uma pessoa melhor. Considerações Finais Nesse período, aprendemos na disciplina de IESC sobre as formas de organização familiar, a partir do uso de instrumentos de abordagem da família, enfatizando o impacto desses vínculos e dos instrumentos sociais no bem estar e qualidadede vida do indivíduo, em que tivemos a oportunidade de evidenciar esses aspectos de forma prática nas visitas domiciliares. Em todas as visitas pudemos perceber como todos os integrantes da família são especiais, e por isso dedicamos muito comprometimento e esforço para fazermos o melhor possível para juntamente com a equipe de saúde intervir na situação vivenciada por eles com a construção do Projeto Terapêutico Singular, de modo a contribuir com a condição da família que acompanhamos. Essa experiência além de enriquecedora por ter nos proporcionado muito aprendizado, fez com que criássemos vínculo com a família, o que foi muito especial.