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Aula 05 Crise Sistema Penitenciário

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Esta aula terá como objetivo demonstrar que o direito à liberdade é uma garantia constitucional, pois, este direito,
sendo ferido, permitirá o uso do remédio constitucional, o habeas corpus. Será possível analisar, ainda, baseando-se
no direito de ir e vir, aspectos que fazem, muitas vezes, uma prisão legal tornar-se ilegal. Para isso, será verificado
também que as diversas arbitrariedades ao se efetuar uma prisão geram ilegalidade.
Será também demonstrado que os direitos dos presos são garantidos por meio de princípios constitucionais, bem
como de outros mecanismos que garantem sua integridade física e moral.
1. Demonstrar que a liberdade é um dos direitos fundamentais do indivíduo e a Constituição da República procura
resguardar esse direito;
2. Compreender que a liberdade é o direito de fazer o que a lei não proíbe e verificar que a prisão deve ser
conforme a lei, respeitando-se o Princípio da ampla defesa e do contraditório;
3. Entender que, para a garantia da paz social, a Constituição brasileira permite, em alguns casos, a restrição à
liberdade e compreender que as prisões realizadas com arbitrariedade, devido ao uso da violência, acarretam em
ilegalidade.
Para iniciar esta aula, vamos começar falando da Liberdade como direito do cidadão.
A liberdade é um dos direitos fundamentais do indivíduo e a Constituição da República procura resguardar ao
máximo esse direito, disponibilizando em seus diversos incisos previstos no Artigo 5º, os remédios contra violações.
Conheça o que está previsto na Constituição no Artigo 5º:
É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer, ou dele sair com seus bens (Artigo 5º, XV);
Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder (Artigo 5º, LXVIII);
Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de
obrigação alimentícia e a do depositário infiel (Artigo 5º, LXVII);
Ninguém será levado à prisão ou nela será mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória (Artigo 5º,
LXVI);
A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária (Artigo 5º, LXV);
Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei (Artigo
5º, LXI);
A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada (Artigo 5º, LXII);
O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial (Artigo
5º, LXIV);
Não haverá penas de caráter perpétuo (Artigo 5º, XLVII, b);
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, de modo a atingir seus familiares (Artigo 5º, XLV);
Ninguém será privado de sua liberdade sem o devido processo legal, em que se lhe assegure o direito ao
contraditório e à ampla defesa (Artigo 5º, LIV e LV);
Ninguém será condenado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória (Artigo 5º, LVII);
Crise no Sistema Penitenciário
Aula 5: Da liberdade, da prisão e dos direitos do preso
Introdução
Objetivos
Liberdade como direito do indivíduo
O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na
sentença (Artigo 5º, LXXV);
Os atos processuais serão públicos, salvo quando a defesa da intimidade ou o interesse social exigir sigilo
(Artigo 5º, LX).
Fonte: angkhan/iStock.
A liberdade não é o direito de alguém fazer o que bem quiser e entender, mas sim o de fazer o que a lei não proíbe.
A acumulação demográfica e urbana obrigou o homem a respeitar certas leis de convivência que foram exaltados
numa frase respeitada: “Minha liberdade termina onde começa a liberdade dos outros. ”Que é melhor entendida
quando afirmada, assim:“ Só tenho liberdade, por meus pares as tem.”
A prisão, pois, há de ser conforme a lei.
Como se dá uma prisão dentro da legalidade e dentro da ilegalidade?
Viver numa comunidade é conviver com determinadas pessoas ou grupos que dispõem de poder sobre as demais;
poder que é, ou deve ser, reconhecido como válido, permitindo a vida em comum. Costuma dar-se o nome de poder
político a este tipo de poder.
Quando se afirma que o direito é criado ou reconhecido pelo poder político, não significa que este atue sem
limitações. A expressão “poder político” é uma abstração, o que existe na realidade é um conjunto de seres
humanos formando uma comunidade, com os seus hábitos, convicções coletivas, conflitos, necessidades
econômicas e aspirações.
Nesse tipo de comunidade, quem exerce o poder está condicionado pela situação em que se encontra. Sobretudo,
num regime democrático, o poder deve procurar conciliar interesses, atenuar lutas e harmonizar correntes de opinião.
Uma das finalidades do direito é a justiça. O direito, além da justiça, tem uma outra finalidade que é a segurança, a
paz social.
Ocorre que, na prática, nossos policiais têm como hábito agir sempre com emprego da força no momento da
prisão, apesar de nosso ordenamento jurídico proibir qualquer violência no ato da prisão, salvo em caso de
Atenção!
Prisão legal e ilegal
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU176/aula5/img/01liberdadeDireitoIndividuo.jpg
resistência ou de tentativa de fuga, como prevê o Artigo 284, CPP.
Para que ocorra a prisão dentro da legalidade (Artigo 282, CPP), a autoridade terá de observar o que preceitua o
Artigo 5º, LXII, CRFB/88, ou seja, terá de comunicar ao juiz competente de toda e qualquer prisão, ainda que por ele
ordenada. A prisão legal (Artigo 283, CPP) poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as
restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.
No intuito de garantir a paz social, a Constituição brasileira permite a restrição à liberdade, pois, ao contrário, a falta
de limite à liberdade implicaria em anarquia, enfim, no caos urbano.
Quando as prisões são realizadas com arbitrariedade, devido ao uso da violência, acarretam em ilegalidade.
Segundo Tourinho Filho, existem em nosso Ordenamento Jurídico a prisão-pena e a prisão sem pena.
A prisão-pena advém de sentença penal condenatória irrecorrível, pois o Estado impõe ao infrator um sofrimento
como retribuição ao mal praticado por este a uma pessoa ou a toda sociedade. (TOURINHO FILHO, Fernando da
Costa. Manual de Processo Penal. Ed. Saraiva).
A prisão sem pena não decorre de condenação, por exemplo, a prisão civil e a prisão cautelar. Na prisão cautelar,
existem três modalidades: a prisão em flagrante, prisão preventiva e a prisão temporária.
O Brasil prevê as seguintes penas que estão elencadas no Artigo 32, do Código Penal: penas privativas de liberdade
(reclusão, detenção e prisão simples); penas restritivas de direitos e de multa.
São proibidas pela Constituição brasileira, em seu Artigo 5º, XLVII, as penas de morte, salvo em caso de guerra
declarada, nos termos do Artigo 84, XIX, CRF/88; de caráter perpétuo; de trabalho forçado; de banimento; e cruéis.
Das penas privativas de liberdade, a pena de reclusão é a mais severa, ou seja, é aplicada para delitos mais graves.
O regime fechado é aquele em que a execução da pena se faz em estabelecimento de segurança máxima ou média.
É normalmente prevista quando a pena de reclusão for superior a oito anos. Porém, se a pena de reclusão for igual
ou inferior a oito anos, e o acusado for reincidente, o regime inicial será fechado.
O regime será semiaberto quando executado em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. O regime
será aberto quando a execução for em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
Nos crimes apenados com reclusão, o regime será sempre fechado e se a infração for apenada com detenção, o
regime será o semiaberto ou o aberto. A prisão simples é prevista para as contravenções,ou seja, é cumprida sem o
rigor penitenciário.
Conforme Artigo 43, do Código Penal, as penas restritivas de direitos são: prestação pecuniária; perda de bens e
valores; prestações de serviços à comunidade ou a entidades públicas; interdição temporária de direitos; e limitação
de fim de semana.
Diante de uma prisão ilegal, o Juiz deverá tomar duas providências: a primeira é determinar a soltura do preso,
relaxando, assim, a prisão; a segunda providência é encaminhar ao órgão do Ministério Público as peças
comprobatórias da ilegalidade, a fim de que se promova a responsabilidade do funcionário.
O cidadão que entender que ele ou outrem sofreu uma prisão ou constrangimento ilegal em sua liberdade prisão ou
constrangimento ilegal em sua liberdade, tem direito de pedir uma ordem de habeas corpus em seu favor. O direito à
liberdade é um direito fundamental e o habeas corpus é um meio de se garantir esse direito. Se a coação ou violência
resulta de ilegalidade ou abuso de poder, qualquer que seja a violência, qualquer que seja a coação, desde que
resulte de abuso de poder ou de ilegalidade, é inegável o recurso do habeas corpus.
Portanto, dar-se-á habeas corpus quando alguém se achar constrangido no seu direito de ir e vir, conforme prevê o
Artigo 647, CPP. O constrangimento diz-se ilegal nas hipóteses do Artigo 648, CPP. (Artigo 5º, LXVIII, CRFB/88). A
segurança jurídica tem como um dos seus principais pressupostos que ninguém pode ser condenado por ter
praticado um ato não qualificado legalmente como delito ninguém pode ser condenado por ter praticado um ato não
qualificado legalmente como delito, isto é, por ter praticado um ato não sancionado pela lei com uma determinada
pena criminal.
Prisão-pena e a prisão sem pena
Penalidade no Brasil
Prisão ilegal e habeas corpus
O Artigo 185, da LEP, preceitua que “Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado
além dos limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares”.
O excesso e o desvio de execução, conceituados de forma única, diferenciam-se. O primeiro se dá quando a
autoridade administrativa do presídio ultrapassa, em quantidade, a punição disciplinar. O segundo, quando ela rompe
com os parâmetros previstos na Lei de Execução Penal, até mesmo para beneficiar o condenado.
É importante saber que nem sempre a consciência dos governantes constitui a melhor garantia contra os atropelos à
dignidade e à liberdade do homem, nem as prisões é o único remédio contra a delinquência.
De acordo com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: “A finalidade de toda a associação política é a
conservação dos direitos naturais e imprescindíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a
segurança e a resistência à opressão ”.
Os direitos dos presos são garantidos por meio de princípios constitucionais, bem como de outros mecanismos que
garantem sua integridade física e moral.
Mesmo admitindo a privação da liberdade individual, a Carta Magna, por outro lado, procurou resguardar o cidadão
de toda e qualquer extralimitação do Poder Público. Daí os princípios insertos no Artigo 5º, III, XLIX, LIV, LXII, LXIII,
LXIV, LXV e LXVI.
Os presos são as únicas coletividades que não têm uma associação para a defesa de seus interesses. E a pena
privativa de liberdade, nos moldes da nossa, não tem produzido bons resultados. Tal medida, em nada contribui para
a diminuição da criminalidade. Se o direito de punir for de encontro aos princípios que protegem os detentos,
caracteriza abuso e não justiça.
O Artigo 41, da LEP, enuncia os direitos do preso. Os direitos humanos do preso estão previstos em vários
documentos internacionais e nas Constituições modernas.
A proteção dos direitos humanos não é matéria exclusiva da legislação nacional, desde que o homem passou a ser
sujeito do Direito Internacional Público. A legislação positiva da ONU, em seus principais documentos internacionais,
como as Regras Mínimas, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos, os “Draft Principes” sobre prisão arbitrária, prevê a nível internacional a tutela da situação jurídica do preso.
Além dos direitos uti cives, o estatuto jurídico do preso enfatiza os chamados direitos penitenciários, que são as
prestações previstas em forma de assistência, como dispõe o Artigo 11, da LEP.
Incluem-se na primeira categoria dos direitos dos presos não só os direitos civis e sociais como os direitos inerentes à
pessoa humana, radicados na lei natural. Os direitos da pessoa humana são: o direito à vida e à integridade física e
moral, à dignidade humana, à intimidade, à liberdade religiosa.
Na segunda categoria dos direitos do preso, estão os direitos especificamente penitenciários. São os direitos que
derivam da sentença condenatória e integram a relação jurídico-executiva. São direitos do condenado, internado e
preso provisório, que correspondem às obrigações do Estado previstas nos Artigos 12, 14, 17 e 24, da LEP.
Os direitos do preso à assistência material, à saúde, à assistência educativa, jurídica e religiosa estão implícitos no
direito da pessoa humana à perfeição ou realização de sua vocação pessoal, centrado na lei natural.
O preso não só tem deveres a cumprir, mas é sujeito de direitos, que devem ser reconhecidos e amparados pelo
Estado. A relação jurídica do preso com o Estado é uma relação jurídica penitenciária, com direitos e deveres
recíprocos para o condenado e a administração penitenciária. O recluso não está fora do direito, pois encontra-se
numa relação jurídica em face do Estado, e exceto os direitos perdidos e limitados à sua condenação, sua condição
jurídica é igual à das pessoas não condenadas.
São direitos e deveres que derivam da sentença do condenado com relação à administração penitenciária:
Ao direito à vida, corresponde a obrigação da administração quanto à assistência material, à assistência à
saúde, à assistência jurídica e religiosa (Artigo 41, LEP);
Atenção!
Dos direitos do preso
Direitos e deveres do preso
Quanto aos direitos civis, mantém o preso o direito de propriedade, o direito de família, dentro das limitações
da prisão;
O preso tem direito de orientar a educação dos filhos, se a sentença não se referiu expressamente a esse
direito;
A presa tem o direito de manter consigo o filho até a idade pré-escolar;
Relativamente aos direitos sociais: direito à educação e ao trabalho remunerado, juntamente com os
benefícios da seguridade social, descanso, pecúlio e recreação;
Direito à seguridade social, como direito adquirido, que não se suspende com o rompimento da relação de
emprego no meio livre;
Direito ao tratamento reeducativo (é direito fundamental, do qual derivam os demais direitos);
Direito à cela individual;
Direito a alojamento com condições sanitárias;
Direito ao processo disciplinar, quando lhe for suposta infração disciplinar, não tipificada ou sem justificativa;
Direito à qualidade de vida;
Direito à progressão e afetação do regime apropriado, e ao estabelecimento que lhe for indicado pelo Centro
de Observação;
Direito do egresso à assistência pós-penal, que decorre da obrigação do Estado de assistir moral e
materialmente o recluso na sua volta ao meio livre;
Direito de propor ação judicial para defesa de seus direitos por intermédio de Defensoria Pública ou
advogado constituído.
Para haver desenvolvimento na personalidade do delinquente, deverá haver condição escolar e profissional e
assistência religiosa, que são direitos vinculados ao regime penitenciário e ao tratamento reeducativo.
A Lei de Execução Penal prevê mecanismos jurídicos que asseguram a tutela dos direitos do preso. Não só
enumera os principais direitos do preso (Artigo 41), como estabelece o controle administrativo (Artigo 64, VIII; 70, II; 71,
I e II; 77, II e III; 81, I, e o controle judiciário (Artigo 65, VII; 67, e 68, Parágrafo único).
O Anteprojeto da Constituição previa a instituição do Defensor do Povo: Artigo 56. Com a aprovação do Pacto
Internacional dos DireitosCivis e Políticos, o preso poderá recorrer à instância internacional. O Artigo 151, da Lei
portuguesa, prevê o recurso para o Tribunal dos Direitos do Homem. O inciso XIV, do Artigo 4º, prevê o direito de
representação e petição, a qualquer autoridade, para defesa do direito do preso. O Artigo 16 prevê instituição
obrigatória da assistência jurídica nos estabelecimentos penitenciários.
Todavia, a maior garantia na proteção dos direitos do preso provém da jurisdicionalização da execução penal. O
processo disciplinar (Artigo 59) e o processo judicial (Artigo 194) aproximam-se do processo de conhecimento,
previstos o contraditório e ampla defesa e a recorribilidade da decisão.
O saudoso Norberto Bobbio afirmava que: “Os direitos do homem, a democracia e a paz são três momentos
necessários do mesmo movimento histórico: sem direitos do homem reconhecidos e protegidos, não há democracia;
sem democracia, não existem as condições mínimas para a solução pacífica dos conflitos. Em outras palavras, a
democracia é a sociedade dos cidadãos, e os súditos se tornam cidadãos quando lhes são reconhecidos alguns
direitos fundamentais.” (NORBERTO, Bobbio. A Era dos Direitos).
Para concluir, é importante entender que o propósito da pena privativa de liberdade é recuperar o infrator e não
torná-lo pior, porém, constata-se que ela é uma evolução em relação ao sistema antigo de execução penal que
punia com o açoite, a mutilação e a própria morte. Vale salientar que terá o preso o mesmo direito junto às
autoridades administrativas e judiciárias, responsáveis pelo controle da execução penal, quando for vítima do uso
inadequado de algemas, falta de assistência médica em isolamento, revista sem respeito à dignidade humana.
Também quanto ao processo disciplinar, quando lhe for imputada suposta infração disciplinar, não tipificada,
justificará a reclamação ao juiz da execução penal.
O efetivo controle judiciário e administrativo da execução penal ocorrerá para prevenir ou eliminar os abusos e
arbitrariedades nas prisões e, consequentemente, surgimento de motins e rebeliões.
Fonte: sakhorn38/iStock.
Garantias na proteção dos direitos do preso
http://pos.estacio.webaula.com.br/cursos/ATU176/aula5/img/04garantiasProtecao.jpg
Para saber mais sobre os assuntos tratados nesta aula, leia o livro Livro Teoria dos Direitos fundamentais – autor Alexy
Robert.
Aprenda mais
Exercícios de fixação
Questão 1 - Assinale, entre as alternativas abaixo, qual reflete o resultado de sua análise:
I. De acordo com o Artigo 5º, LXXV, da CRFB, o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o
que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
II. Viver em comunidade é conviver com determinadas pessoas em grupo, que dispõem de poder sobre os demais,
poder que é, ou deve ser reconhecido como válido, permitindo a vida em comum. A este poder dá-se o nome de
Poder Político.
III. Conforme prevê o Artigo 283, CPP, a prisão legal somente poderá ocorrer a qualquer dia, porém, até as 18 horas.
IV. Somente em alguns casos previstos em lei, algumas prisões devem ser comunicadas ao juiz.
V. A prisão temporária pode ser considerada uma prisão sem pena, pois não decorre de condenações.
V-F-F-V-F
V-V-F-F-V
F-V-V-F-F
V-V-V-F-F
F-V-V-V-V
Questão 2 - Analise as questões abaixo:
I. Desvio de execução é quando a autoridade administrativa do presídio ultrapassar, em quantidade, a punição
disciplinar.
II. Os presos, como outras coletividades, possuem associação instituída para a defesa de seus interesses.
III. Um dos principais pressupostos da segurança jurídica é que ninguém pode ser condenado por ter praticado um
ato não qualificado legalmente como delito.
IV. Na segunda categoria dos direitos do preso, não estão só os direitos civis e sociais, mas também os direitos
inerentes à pessoa humana.
V. Os direitos dos presos são garantidos através de princípios constitucionais que garantem a integridade física e
moral.
V-V-V-V-F
V-F-F-F-V
F-F-F-V-F
F-F-V-F-V
F-V-V-V-F
Questão 3 - Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o
limite do valor do patrimônio transferido. Deste modo, a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
outras, as seguintes penas:
De caráter perpétuo.
De banimento.
De trabalhos forçados.
Cruéis.
Privação ou restrição da liberdade.
Questão 4 - (FCC – 2011 – TRE-RN – Analista Judiciário – Área Judiciária) - Considere a situação de quem:
I. É perseguido, logo após, pelo ofendido, em situação que faça presumir ser autor da infração penal.
II. É encontrado, logo depois, com objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração penal.
III. É surpreendido num bloqueio policial, de posse de objetos e instrumentos que façam presumir ser ele autor de
infração penal praticada há dois dias.
Podem(m) ser preso(os) em flagrante quem se encontrar na(s) situação(ções) indicada(s) apenas em:
I e II
I e III
II e III
I
III
Questão 5 - A assistência ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações
higiênicas. Tais assistências são denominadas?
material
à saúde
educacional
social
religiosa
Questão 6 - Após analisar cada uma das questões abaixo, verifique se elas são verdadeiras ou falsas:
I. Os direitos especificamente penitenciários são os direitos que derivam da sentença condenatória.
II. Condição escolar e profissional e assistência religiosa são direitos desvinculados do regime penitenciário.
III. Somente a Constituição da República trata dos direitos do preso.
IV. A proteção dos direitos humanos não é matéria exclusiva da legislação nacional. Sobre a prisão arbitrária, tem-se
no nível internacional a tutela da situação jurídica do preso, conforme se verifica em legislação positiva da ONU.
V. Conforme Artigo 5º, XLVII, CRFB, é permitido no Brasil a pena de morte em caso de guerra declarada.
F-V-V-F-V
V-F-F-V-V
F-F-V-V-V
V-V-F-F-F
F-V-V-F-V
Questão 7 - Analise as afirmativas a seguir e verifique quais são verdadeiras (V) e quais são falsas (F):
I. A prisão simples é prevista para as contravenções, ou seja, é cumprida sem rigor penitenciário.
II. Para o regime semiaberto, a execução será em casa de albergado.
III. Quando a pena de reclusão for maior do que 4 anos, o regime será fechado.
IV. Ao apenado com detenções, poderá cumprir sua pena no regime fechado.
V. O regime fechado é aquele em que a execução da pena se faz em estabelecimento de segurança máxima
V-F-F-V-V
F-V-F-V-V
F-F-F-V-F
V-V-F-V-V
V-F-F-F-V
Questão 8 - Analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta.
Nesta aula, você:
Aprendeu que a liberdade é um dos direitos fundamentais do indivíduo e a Constituição da República
procura resguardar ao máximo esse direito;
Verificou que, para a garantia da paz social, a Constituição brasileira permite, em alguns casos, a restrição à
liberdade.
Na próxima aula, você estudará os seguintes assuntos:
O sistema penitenciário brasileiro nos dias atuais, seus problemas e propostas de solução para a crise;
I. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
II. As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.
III. É vedado o emprego de cela escura.
IV. São permitidas as sanções coletivas.
Apenas a afirmação I está incorreta
Apenas a afirmação II está incorreta
Apenas a afirmação III está incorreta
Apenas a afirmação IV está incorreta
Todas afirmações estão corretas
Questão 9 - (TJ/PE 2013 – FCC – JUIZ SUBSTITUTO) A respeito da execução penal, instituída pela Lei 7.210/1984,
assinale a opção correta:
O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, deve ser finalidade educativa e
produtiva, não sendo remuneradas as tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade.
Na hipótese de saída temporária, a ausência de vigilância direta não impedea utilização de equipamento de
monitoração eletrônica pelo condenado, se o julgar necessário o direitor do estabelecimento prisional.
A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar diferenciado, como sanção disciplinar, depende de
requerimento circunstanciado elaborado pelo juízo das execuções penais.
O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar diferenciado não deve ser computado no
período de cumprimento da sanção disciplinar.
Os condenados que cumprem pena em regime fechado podem obter permissão para sair do estabelecimento,
mediante escolta, benefício não assegurado aos presos provisórios.
Questão 10 - (DPE/RS 2011 – FCC – DEFENSOR PÚBLICO DE CLASSE INICIAL) Nos termos do Artigo 146-B da Lei de
Execução Penal, o juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica quando:
I. aplicar pena restritiva de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto, ou conceder progressão
para tais regimes;
II. autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
III. aplicar pena restritiva de direitos que estabeleçam limitação de horários ou de frequência a determinados
lugares;
IV. determinar a prisão domiciliar;
V. conceder o livramento condicional ou a suspensão condicional da pena.
Considerando exclusivamente as disposições da Lei de Execução Penal, estão corretas APENAS as hipóteses.
I, II e III
III, IV e V
III e IV
II e IV
I e V
Síntese
Próxima aula
O modo mais eficaz para o problema da superpopulação dos presídios: a aplicação das penas alternativas.
ALBERGARIA, João. Manual de direito penitenciário. Rio de Janeiro: Aide, 1993.
BEMFICA, Francisco Vani. Da Lei penal e sua aplicação, da execução da pena. Rio de Janeiro: Forense, 1996.
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2005.
FONSECA, Ney Moreira. O Poder Judiciário municipal e a aplicação social da pena. Rio de Janeiro: Forense, 1998.
LOPES, Maurício Antônio Ribeiro. Código Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2001. v. I.
RIZZOTTO, Nunes. O princípio constitucional da dignidade humana. Rio de Janeiro: Saraiva, 2006.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. São Paulo: Saraiva, 2003.
Referências

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