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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ Centro de Ciências Exatas - CCE Departamento de Química Química Experimental - 207/01 RELATÓRIO 06 SÍNTESE DE DIBENZALCETONA ACADÊMICOS: RA: Lorana Bazalia dos Santos 119781 Nathália Cristina Lopes 119782 PROFESSORA: Thelma Sley Pacheco Cellet Maringá, 16 de Novembro de 2022 1. INTRODUÇÃO SÍNTESE DA 1,5-DIFENIL-(E,E)-1,4-PENTADIEN-3-ONA A dibenzalacetona (também denominada dibenzilidenoacetona ou 1,5-difenil-1,4-pentadien-3-ona) é vulgarmente usado na indústria farmacêutica (anti-inflamatórios), bem como na produção de cosméticos e de protetores solares (devido ao máximo de absorvância se situar a 330 nm) [1]. A reação de formação da dibenzalacetona é um exemplo de uma condensação aldólica mista (Figura 1). Figura 1. Reação global de formação da dibenzalacetona [1]. Para que haja formação significativa de produto é necessário que um dos reagentes não condense com ele próprio, o que acontece com o benzaldeído, por não ter hidrogénios-α. O composto intermédio, formado pela primeira condensação (benzalacetona), possui ainda átomos de hidrogénio acídicos, originando facilmente uma segunda condensação. Esta reação apenas ocorre em meio alcalino, devido ao papel do íon hidróxido no mecanismo da reação (Figura 2). A benzalacetona facilmente reage com outra molécula de benzaldeído pelo mesmo mecanismo, formando adibenzalacetona [1]. Figura 2. Mecanismo da reação da formação da benzalacetona [1]. 2 UTILIZAÇÃO As dibenzalacetonas são reconhecidas por terem atividade medicinal, sendo usada como agente anti-inflamatório. É utilizada como um componente comum em protetores solares, devido ao seu elevado coeficiente de absortividade molar, na região dos 330 nm(UV) [2]. Também é utilizada como um ligante na preparação de complexos organometálicos [2]. CONDENSAÇÃO ALDÓLICA A reação de um enolato ou enol com aldeídos ou cetonas, formando um composto b-hidróxi carbonílico é chamada de Reação Aldólica. Caso as condições resultarem em subsequente desidratação, levando ao composto a,b-insaturado, a reação é referida como Condensação Aldólica (Reação Aldólica + eliminação de água) [3]. Figura 3. Condensação Aldólica [3]. Os produtos podem ser um β-hidroxialdeído ou uma β-hidroxicetona, designados genericamente por aldóis. Figura 4. Condensação Aldólica [3]. 3 Os “aldóis” têm tendência a se desidratarem espontaneamente, para formarem aldeídos ou cetonas α,β-insaturados, estabilizados por ressonância. Bases fortes, altas temperaturas e tempos reacionais longos, favorecem a desidratação. Em meio ácido é ainda mais fácil haver desidratação. Características estruturais também podem interferir. Quando um álcool terciário é produzido, a eliminação através de E1 (meio ácido) é muito facilitada. Ou ainda quando se forma um produto muito conjugado, a eliminação de água é também favorecida, não importando o meio ou o mecanismo. 2. OBJETIVOS O experimento teve como objetivo sintetizar a dibenzalcetona, a partir de benzaldeído e da propanona. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Para o experimento em questão foram utilizados os seguintes materiais e reagentes: ● Benzaldeído; ● Propanona; ● Etanol; ● Hidróxido de sódio 10% (NaOH); ● Filtrador à vácuo; ● Vasilha de vidro; ● Erlenmeyer; ● Agitador; O experimento envolvendo a síntese da dibenzalacetona foi realizado em duas partes. São elas: Parte I - Preparação das soluções (A e B) Primeiramente, foram preparadas duas soluções. A solução A apresenta uma mistura de 2,5mL de benzaldeído com 1,6mL de propanona colocada em um erlenmeyer. Logo depois, é formada a solução B, a qual apresenta uma mistura de 25,00 mL de etanol com 25,00 mL Hidróxido de sódio à 10%, essa base estava em um recipiente cheio de água em um banho-maria com uma temperatura entre 20𝇈C a 25𝇈C. Parte II - Formação da Dibenzalacetona Após a preparação das duas soluções, foi colocado a mistura A na solução B, a qual estava em banho-maria, assim é mantido esse composto formado (A + B) e é agitado por 30 minutos até formar a dibenzalacetona. Assim, após obtido a dibenzalacetona em forma 4 líquida, a mesma é colocada em uma filtração à vácuo, para obter um produto cristalizado e puro, por um papel de tornassol em pH neutro, logo, após filtrado é alcançado o produto que se almeja. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Primeiro, adicionou-se propanona em meio básico, onde um hidrogênio de um carbono alfa da cetona devido à presença de OH-, e reagiu com o íon formando água. O resto entrou em ressonância com outro composto devido ao carbono negativo, caracterizado pela quebra da dupla ligação carbono-oxigênio e a formação de uma dupla ligação carbono-carbono, deixando o oxigênio com polaridade negativa neste caso (enolato). Figura 5: Reação de Condensação e formação do íon enolato. Fonte: slides de aula Logo depois, o benzaldeído reagiu com a estrutura do carbono negativo. O carbono da parte carbonílica do aldeído possuía forte polaridade positiva devido à ligação dupla feita com oxigênio, então atraiu o carbono negativo da outra substância. Assim, a ligação dupla carbono-oxigênio do benzaldeído quebrou-se, o par de elétrons foi para o oxigênio (mais eletronegativo), deixando-o com polaridade negativa e o carbono com polaridade positiva e ocorreu a formação de uma ligação carbono-carbono entre o carbono negativo da estrutura de ressonância e o carbono positivo do aldeído (alcóxido). A água formada na primeira reação atuou como um ácido forte e houve uma nova reação ácido-base, na qual um hidrogênio da água foi atraído para o oxigênio negativo do aldol, formando a β-hidroxicetona, caracterizado pela presença de uma parte álcool e uma cetona, e também a formação de hidroxilas. 5 Figura 6: Reação do benzaldeído e formação do alcóxido e do aldol. Fonte: slides de aula. Entretanto, eles reagiram entre si. No aldol, houve a presença de um carbono e hidrogênios alfa, os quais são muito positivos, e esses hidrogênios acabaram por sair do carbono e se juntaram aos íons hidroxilas, formando água, esse processo deixu o carbono alfa fortemente positivo, houve então a quebra da ligação carbono-oxigênio no carbono beta e a formação de uma ligação dupla carbono-carbono entre os carbonos alfa-beta e a saída de uma hidroxila da hidroxicetona (formação de cetona α,β insaturada). Figura 7: Reação da β-hidroxicetona com hidroxilas e formação da cetona α,β insaturada. Fonte: slides de aula. A cetona α,β insaturada reagiu seus hidrogênios alfas em meio básico e acarretou a formação de água. Com a saída de um hidrogênio alfa, o carbono ficou com polaridade positiva e puxou os elétrons para si. Houve então a formação de uma estrutura de ressonância, onde a ligação dupla carbono-oxigênio era desfeita, com os elétrons migrando para o oxigênio, e era formada uma ligação dupla carbono-carbono com o carbono alfa. Ela se alternava na ligação dupla. 6 Figura 8: estrutura de ressonância do composto formado através da reação da cetona insaturada com hidroxilas. Fonte: slides de aula Como a reação estava numa temperatura baixa, garantiu que não acontecesse a autocondensação da cetona α,β insaturada, formando um íon enolato e liberando água. Então, o aldeído, por ser mais reativo do que a própria cetona, foi quem reagiu com o composto em questão através de uma condensação aldólica. Por conta da ressonância, o carbono 4 da cetona possuiu um par de elétrons livres que, na presença do benzaldeído, tendeu a se ligar ao seu carbono principal, quebrando a ligação 𝜋, com seus elétrons migrando para a região com carga formal negativa (oxigênio). Esta molécula formada a partir da cetona α,β insaturada e do benzaldeído tendeu a reagir com a água do meio, já que o oxigênio advindo do benzaldeído estava com carga negativa. Assim, tal carga formou uma ligação com o hidrogênio da água, enquanto é liberada a hidroxila no meio: Figura 9: Reação entrea cetona α,β insaturada e o benzaldeído. Fonte: slides de aula. O produto formado possui um hidrogênio alfa (carbono 2), pois este se situava entre dois oxigênios diferentes, com densidade de cargas negativas. Desta forma, o hidrogênio com caráter positivo tende a ser atraído pela hidroxila do meio formando uma molécula de água. Além disso, o carbono 2 formou uma ligação 𝜋 com o carbono 1, passando a fazer 5 ligações, sendo quebrada sua ligação com um (OH), liberado na forma de hidroxila. Assim, foi formada a 1,5-difenil-(E,E)-1,4-pentadien-3-ona ou dibenzalacetona, em meio aquoso e alcalino (OH- ). 7 Figura 10: Formação do produto desejado. Fonte: slides de aula. O produto formado foi filtrado com água em papel tornassol e, devido a sua basicidade, a água levou consigo os íons (OH- ), adquirindo então um pH neutro e o produto seco na forma de cristais amarelados. RENDIMENTO: Através de estequiometria da reação global, como demonstrado a seguir, calculou-se o rendimento. Com os volumes iniciais de cada reagente, calculou-se a massa de cada um deles, através de suas respectivas massas molares e específicas, como mostra a tabela a seguir: TABELA 1: dados dos reagentes Reagente Massa molar (g/moll) Densidade (g/ml) Benzaldeído 106,12 1,04 Acetona 58,08 0,748 Fonte: os próprios autores. 8 A partir desses valores, calculou-se a massa inicial de cada reagente além de seus respectivos números de mol: TABELA 2: Valores iniciais de massa e mol de cada reagente. Reagente Massa (g) Número de mol (mol) Benzaldeído 2,6 0,024 Acetona 1,1968 0,02 Fonte: os próprios autores. A partir disso, definiu-se o reagente limitante, sendo este o utilizado na estequiometria para definir a massa teórica que deve ser formada de dibenzalacetona. 1 mol de acetona _____________ 2 mols de benzaldeído x _____________ 0,024 mol de benzaldeído x = 0,012 mol de acetona Logo, a acetona está em excesso, apenas 0,012 mol reagiu, sendo: 1 mol de acetona ___________ 58,08 g 0,012 mol de acetona __________ x x = 0,69696 g Desta forma, para reagir todo o benzaldeído (2,6 g), foi preciso 0,69696 g de acetona, que somando deveria dar 3,29696 g de dibenzalacetona. Como foi obtido 1,99 g de dibenzalacetona (peso total - peso do papel filtro e vidro relógio), seu rendimento foi de: 𝑅 = 1,99 𝑔3,29696 𝑔 = 0, 6036 = 60, 36% 9 5. CONCLUSÃO Pode-se concluir que o objetivo do experimento foi obtido. Foi possível concluir que a reação de condensação aldólico entre o benzaldeído e a propanona foi efetiva para a síntese da dibenzalacetona, visto que o rendimento foi de . Dessa forma, a partir da mistura60, 36 % da solução A (benzaldeído + propanona) com a solução B (etanol + hidróxido de sódio) foi obtida a dibenzalacetona, concluindo o objetivo do experimento. Dessa forma, foi possível concluí-lo graças ao fato de que o aldeído, por ser mais reativo do que a própria cetona, foi quem reagiu com a cetona α,β insaturada através de uma condensação aldólica, além também do fato de que a reação ocorreu em uma baixa temperatura (20°C a 25°C), garantindo que não acontecesse a autocondensação da cetona α,β insaturada, onde a cetona reagiria com si própria. Essa prática ressalta a importância do estudo químico analítico da reação, permitindo que seja realizado em escala industrial, o que foi feito em laboratório. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Síntese de dibenzalcetona, Disponível em: <http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzal acetona.pdf>. Acessado em 16 de novembro de 2022. [2] Slides da aula. Acessado em 16 de novembro de 2022. [3] Reações Aldólicas e Reações de Condensação em Compostos Carbonílicos. Disponível em:<https://patyqmc.paginas.ufsc.br/files/2019/07/Reac%CC%A7o%CC%83es-Aldo%CC% 81licas-e-Reac%CC%A7o%CC%83es-de-Condensac%CC%A7a%CC%83o-em-Compostos- Carboni%CC%81licos.pdf>. Acessado em 16 de novembro de 2022. 10 http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalacetona.pdf http://educa.fc.up.pt/pedagogiadaquimicaverde/qv/ficheiros/fichas/197/introducao_dibenzalacetona.pdf
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