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Exceção de Pre-executividade - Peça 3.

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AO JUIZO DE DIREITO DA (___) VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNÍCIPIO X, ESTADO (__).
Exequente: Município X
Executado: Sociedade D. LTDA.
JOÃO (...), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), inscrito sob o CPF nº (...), portador da cédula de identidade nº (...), residente e domiciliado na Rua (...), nº (...), bairro (...), CEP (...), Município (...), estado (...), por meio dos seus advogados, constituído pela procuração anexa (DOC. 01), com escritório profissional na Rua (...), nº (...), bairro (...), CEP (...), Município (...), estado (...), onde recebe intimações e notificações, vem, nos autos da Execução Fiscal supramencionada, ajuizada pelo MUNICÍPIO X, , respeitosamente, perante Vossa Excelência., opor a presente 
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE
Em face do MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público, representado pela sua Procuradoria da Fazenda Municipal, com sede à na Rua (...), nº (...), bairro (...), CEP (...), Município (...), estado (...), com fulcro no artigo 135 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966), pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
I – BREVE SÍNTESE FÁTICA
Em 2018, o Excipiente ingressou como sócio da Sociedade D LTDA., sendo que como já laborava em local diverso, optou por não participar da administração da sociedade em questão. 
Ocorre que em janeiro de 2020, o MUNICÍPIO X, ao verificar que a Sociedade D LTDA., deixou de efetuar o pagamento do IPTU, lançado no ano de 2019, referente ao imóvel próprio em que tem sede, inscreveu a sociedade em dívida ativa, e posteriormente ajuizou Execução Fiscal em face desta, visando à cobrança do IPTU e dos demais acréscimos legais cabíveis.
Nesta senda, após a citação da pessoa jurídica, que não apresentou defesa e não garantiu a execução, a Fazenda Municipal solicitou a inclusão de João, ora excipiente, no polo passivo da execução fiscal, em razão de sua participação societária na executada, o que foi deferido pelo Juiz.
Em decorrência desse processo executório, o ora Excipiente foi citado em fevereiro de 2022, para pagar o montante de R$ (...).
Entretanto, impõe-se consignar que tal cobrança se faz totalmente indevida, sem quaisquer fundamentos, uma vez que é fundada em título ilíquido, incerto e inexigível, conforme passa-se a expor e demonstrar a seguir. Vejamos:
II – DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE 
Inicialmente, se faz mister pontuar que é cabível a exceção de pré-executividade quando as matérias de defesa envolvem questões de ordem púbica, dentre outras matérias provadas de plano, que não possuem necessidade de dilação probatória, conforme estipula a Súmula 393 do STJ:
Súmula 393 :A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
Por oportuno, o Des. Álvaro Manoel Rosindo, define de forma clara, o cabimento da presente demanda, vejamos:
“A exceção (objeção de pré-executividade) constitui técnica de impugnação à execução, através da qual o executado, sem necessidade de recorrer aos embargos do devedor, argui matéria ligada aos pressupostos processuais e condições da ação executiva, inclusive aqueles referentes à validade do título executivo, nulificadoras do processo de execução e, portanto, conhecíveis de ofício. 2- Para o cabimento da Exceção (objeção) é necessário que matéria, além de ser conhecível de ex- ofício, por integrar os requisitos de existência e validade do processo (art. 267, §3º, art. 301 §4º e art. 618 CPC) ostentando natureza de ordem pública, possa ser auferida sem necessidade de instauração probatória, sob pena de se desnaturar o processo de execução, infenso a averiguações cognitivas trabalhosas”.
Ademais, o novo Código de Processo Civil (NCPC/15), admite, no seu art. 803 e parágrafo único, “requerimento da parte, independentemente de embargos à execução” para arguir nulidade do título executivo. 
Logo, demonstrado o cabimento da presente demanda, vejamos, a exposição dos fundamentos e motivos pelos quais o processo executivo deve ser extinto.
III- DOS FUNDAMENTOS E RAZÕES 
III.I - Da Ilegitimidade Passiva 
O MUNICÍPIO X propôs execução fiscal contra a SOCIEDADE D LTDA., bem como em desfavor do sócio, tendo como objeto a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano referente ao não recolhimento do imposto mencionado, tendo atribuído à causa o valor de R$ (... reais).
Tem-se que a responsabilidade dos sócios pelo pagamento das dívidas fiscais é pessoal e advém da hipótese prevista no artigo 135, III, do CTN, o qual estabelece:
Art. 135: são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração a lei, contratos e estatutos:
(...)
III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado
Observa-se que, do caput do dispositivo, é possível concluir que o mero inadimplemento tributário não gera responsabilidade tributária. Além disso, os incisos do artigo não elencam o sócio como responsável tributário. Sendo assim, para que o sócio seja responsabilizado, é necessário que ele pratique atos de direção ou gerência (inciso III do dispositivo), o que não é o caso, pois se trata de mero sócio cotista, sem poderes de administração/gestão da sociedade, o que afastaria a incidência do Art. 135, do CTN.
Outrossim, o redirecionamento do débito para o Excipiente é ilegítimo, pois a mera inadimplência não constitui motivo bastante para a responsabilidade solidaria do sócio, vide entendimento da Súmula 430 do STJ, vejamos:
Súmula 430 STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio gerente.
Nota-se, portanto, que tanto a Súmula 430 do STJ, quanto o art. 135, III do CTN, versam acerca de poderes de gerência. Entretanto, a Fazenda não demonstrou que o sócio João agiu com excesso de poderes ou cometeu infração à lei, contratos ou estatutos, frisa mencionar, que o Excipiente é sócio cotista, sem poderes portanto de administração.
Destarte, se em 2018 o Excipiente ingressou como sócio da Sociedade D LTDA., porém optou por não participar da administração da sociedade, não possui, portanto, poder de gerência, por conseguinte não pode ser indicado como responsável pelo débito em questão.
Assim sendo, o sócio João ilegítimo para figurar como responsável tributário, requer sua exclusão do polo passivo da Execução Fiscal. 
III.II - Da responsabilidade tributária 
O Código Tributário Nacional, em seu artigo 135, ao tratar da responsabilidade tributária de terceiros, é expresso no sentido de que são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Sendo assim., cabe ao MUNICÍPIO X, demonstrar uma das situações mencionadas no artigo acima, para que assim haja o redirecionamento da execução fiscal, uma vez que o Excipiente era sócio cotista e não exercia a administração da sociedade, não pode a Fazenda Municipal o responsabilizar pela dívida da empresa.
Seguindo essa vertente, colhe-se da jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO CONTRA MERO SÓCIO QUOTISTA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Infere-se da cópia do estatuto social da empresa devedora (fl. 32), bem como da certidão da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (fl. 33), que o agravante não exercia poderes de gerência ou administração à época dos fatos geradores dos tributos questionados. 2. O sócio de sociedade por quotas de responsabilidade limitada que nunca exerceu função de gerência não pode ser responsabilizado por dívidas tributárias contraídas pela sociedade. Precedentes. 3. Agravo de Instrumento provido. (AG 0019398-21.2007.4.01.0000, JUIZ FEDERAL MIGUEL ÂNGELO DE ALVARENGA LOPES, TRF1 - OITAVA TURMA, e-DJF1 18/05/2018 PAG.) (grifo nosso).
Logo, cabe à Fazenda demonstrar queo responsável, no caso João, agiu com excesso de poderes ou cometeu infração à lei, contratos e estatutos, o que não aconteceu na hipótese narrada, sendo assim, por mais essa razão, esta objeção deve ser julgada procedente, extinguindo a presente Execução Fiscal.
IV – DOS PEDIDOS
Assim, tendo em vista todo o exposto na precedência, requer o ora excipiente:
a) A intimação do MUNICÍPIO X, mediante seu representante legal, para ciência da presente Exceção de Pré-Executividade;
b) O acolhimento e o julgamento da procedência dos pedidos para fins de deferimento da presente exceção, com a exclusão de João do polo passivo da Execução fiscal, em face do artigo 135 do CTN e Súmula 430 do STJ;
c) Seja condenando a Excepta às custas, verbas honorárias, e ao que mais der causa, por ser medida de justiça.
 Termos em que pede deferimento.
Local, data (...)
Assinatura do advogado (a) / OAB-UF

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