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Teorias de enfermagem @geoenf Teoria Ambientalista Proposta por Florence Nightingale, na segunda metade do século XIX, na Inglaterra, tem foco no meio ambiente (definido como todas as condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo, capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a morte). Nessa teoria, a função do enfermeiro é equilibrar o meio ambiente, para conservar a energia vital do paciente, priorizando o fornecimento de um ambiente estimulador do desenvolvimento da saúde para ele. O ser humano é um ser integrante da natureza, sendo visto como um indivíduo, cujas defesas naturais são influenciadas por um ambiente saudável ou não. Florence acreditava que fornecer um ambiente adequado era o diferencial na recuperação dos doentes, e é este preceito que fundamenta a Teoria Ambientalista. Em seus escritos, Nightingale aborda o provimento de fatores para a manutenção de um ambiente favorável no sentido de facilitar o processo de cura e o viver saudável, tais como: ventilação, limpeza, iluminação, calor, ruídos, odores e a alimentação, de modo que o processo de reparação, instituído pela natureza, não seja impedido. Nessa perspectiva, o foco do cuidado de enfermagem é a higiene ambiental, conceito básico mais característico de seus trabalhos. Caso clínico: Tal como fez Florence, a partir de suas experiências na Guerra da Criméia, também atualmente, durante a pandemia de COVID-19, foram criados protocolos para a separação dos doentes, estabelecendo fluxos, de forma a reduzir a propagação do vírus. Trata-se de uma gestão do contágio por meio da separação e do cuidado com os corpos e os espaços ambientais. Tanto com os corpos e ambientes daqueles que estão vivos e acometidos pela doença como também com os mortos. Em relação aos corpos vivos, estes devem ser isolados em espaços específicos (e ventilados), em se tratando do domicílio, ou em salas, tendas ou unidades específicas (ventiladas) para acolhimento de pessoas com síndrome respiratória aguda ou para aquelas que apresentam sintomas característicos da COVID-19.3. Teoria das Necessidades Basicas A teoria de Virginia Henderson insere·se na linha das necessidades humanas básicas, cujo foco principal é o cuidado para como o individuo baseado nos 14 componentes de cuidados básicos de enfermagem. Henderson utiliza·se da abordagem holistica para estabelecer um plano assistencial globalizado. As 14 necessidades são: 1. Respirar normalmente: A troca gasosa do corpo é essencial para a saúde do paciente e para a própria vida. O enfermeiro deve familiarizar-se com a função respiratória da pessoa e saber identificar os possíveis inconvenientes desse processo. 2. Comer e beber adequadamente: Todo organismo requer fluidos e nutrientes para a sobrevivência. O enfermeiro deve estar ciente do tipo de dieta e hidratação, de acordo com os requisitos nutricionais do paciente e o tratamento solicitado pelo médico. 3. Eliminação normal de resíduos corporais: Parte do bom funcionamento do corpo é a eliminação normal de fezes, urina, suor, fleuma e menstruação. 4. Mobilidade apropriada: Um paciente se sentirá mais ou menos independente, na medida em que ele possa se mover por conta própria para realizar suas atividades diárias. O enfermeiro deve ajudar a mecânica corporal da pessoa e motivá-la a realizar atividades físicas, exercícios e esportes. 5. Sono e descanso: O descanso é muito importante para a rápida recuperação da pessoa. Todo organismo recupera forças físicas e mentais enquanto dorme. O descanso tranquilo e ininterrupto do paciente deve ser uma prioridade, principalmente à noite. 6. Vestir e despir-se normalmente: Ser capaz de selecionar e vestir as roupas desejadas também influencia o senso de independência do paciente. O vestuário representa identidade e personalidade, mas também protege contra os elementos e cuida da privacidade individual. 7. Temperatura corporal em faixas normais: A temperatura normal do corpo está entre 36,5 e 37 ° C. O enfermeiro deve estar ciente dos fatores que influenciam o frio ou o calor do paciente. 8. Boa higiene corporal: Ao tomar banho, o enfermeiro deve considerar a frequência de limpeza do corpo, os meios e utensílios utilizados, o nível de mobilidade e independência do paciente, entre outros fatores. 9. Evitar perigos: É importante que o paciente seja conhecido e avaliado muito bem se puder ficar sozinho por muito tempo, com confiança suficiente para não se machucar ao se mover ou tentar realizar atividades, nem comprometer a segurança dos outros. 10. Comunicação: O enfermeiro deve ser capaz de promover e motivar a comunicação saudável e adequada do paciente, para ajudar seu equilíbrio emocional. É importante que a pessoa permaneça em interação social com outras pessoas para garantir também a saúde mental. 11. Crenças e valores: Os valores e crenças particulares do paciente devem ser respeitados. Com base nisso, ele toma suas decisões e exerce certas ações ou pensamentos. Cultura e religião fazem parte da identidade da pessoa. Esse fator quase sempre influencia a atitude em relação à morte. 12. Senso de conquista: É importante que o enfermeiro promova no paciente o alcance de metas e conquistas com seu próprio esforço. 13. Recreação: A saúde do corpo e da mente também é alcançada com atividades que entretêm o paciente. O enfermeiro deve conhecer os gostos e interesses da pessoa e motivá-la a participar de atividades motivadoras. 14. Satisfaça a curiosidade pessoal: Esse ponto é semelhante ao anterior, mas é baseado no senso de produtividade mental da pessoa ao adquirir novos conhecimentos. Manter o paciente desenvolvendo habilidades, habilidades e conhecimentos é favorável à saúde. Teoria centrada nos problemas Faye Abdellah propôs a Teoria Centrada nos Problemas, enfocando os 21 problemas de enfermagem relacionados com necessidades dos pacientes, para sustentação, restauração, prevenção, auto-ajuda, déficit ou excesso de necessidades. Nesse aspecto, de acordo com a teoria de Abdellah quando se enfatiza na atenção ao cliente os cuidados de Enfermagem sobre as necessidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais do indivíduo e família, associam-se os conhecimentos das ciências básicas às competências específicas da Enfermagem, pois há necessidade de prestar assistência ao indivíduo como um todo. Em seu trabalho A tipologia dos 21 problemas de enfermagem, ela criou um guia que os enfermeiros poderiam usar para ajudar seus pacientes de maneira personalizada. Este guia foi vivido em três partes: • As necessidades físicas, sociológicas e emocionais do paciente: Segundo Abdellah, a enfermagem existe para ajudar os pacientes a atender suas necessidades de saúde. Portanto, cada paciente deve ser avaliado pessoalmente e tratado da mesma maneira. • Resolução de problemas entre equipe e paciente: Abdellah disse que as enfermeiras estão lá para resolver os problemas de saúde enfrentados pelos pacientes ou suas famílias • Elementos comuns no atendimento ao paciente: Todos os pacientes, independentemente do problema ou das necessidades deles, devem receber tratamento e atenção semelhantes em todos os casos. Portanto, colocando essa teoria em prática e usando termos mais específicos, pode-se dizer que a teoria de Abdellah consiste em que todas as necessidades do paciente devem ser atendidas, ajuda deve ser dada às pessoas que identificam e aliviam seus problemas de saúde, a maneira como as necessidades dos pacientes são atendidas é de responsabilidade do hospital, é necessário ensinar aos pacientes as técnicas de autocuidado, o enfermeiro deve sempre se esforçar para manter um ambiente terapêuticoe que o motivo de ser enfermeiro é e sempre será cuidar do paciente, analisar suas necessidades e atendê-las. Teoria da adaptacao O modelo de Johnson define o ser humano como um sistema comportamental. Entende esse sistema um “todo”, que funciona por uma interdependênciavirtual entre suas partes, constituindo por um complexo de oito subsistemas interrelacionados, interdependentes e organizados sistematicamente. O ser humano é entendido como um ser bio-psico-social. Os subsistemas e seus objetivos são: • Ingestivo: manter a integridade do organismo, satisfação do apetite. • Restaurativo: distribuir energia, alívio da fadiga e distribuição de energia para os outros subsistemas. • Eliminativo: externizar o ambiente interno, expelir as excreções biológicas. • Agresivo-protetor: auto-proteção e auto-reinvidicação, proteger a si mesmo e aos outros de ameaças reais ou imaginárias. • Sexual: propiciar e obter prazer, procriação e a obtenção de prazer. • Dependência: confiança e segurança, manutenção de recursos ambientais necessários à obtenção de ajuda, reconhecimento, aprovação, atenção, e assistência física. • Afiliativo: criar laços afetivos fortes, relacionar-se com os outros tanto quanto consigo mesmo. • Realização: definir padrão e controle, orientação de si mesmo e do seu meio ambiente. Para Johnson a enfermagem é uma força reguladora externa que age para preservar a organização e a integração do comportamento do paciente em um ótimo nível, naquelas condições em que o comportamento se constitui numa ameaça à saúde biopsico-social ou quando a doença está presente. Nestas situações a enfermagem atua tentando conduzir as ações dos subsistemas para atingir os objetivos desejados, ou satisfazendo os requerimentos funcionais destes Teoria do modelo conceitual do homem Martha Rogers, de naturalidade americana, desenvolveu sua Teoria de Enfermagem apresentando-a em 1970, com atualização em 1992, com orientação para campos da energia e padrão de ondas. Acreditava que o conhecimento do passado é fundamento necessário para a compreensão presente da enfermagem, para a evolução das teorias e dos princípios que devem orientar sua prática. Considera que a realidade das mudanças evolutivas está refletida na crescente complexidade do homem. Mediante o conhecimento sobre antropologia, sociologia, astronomia, religião, filosofia, história e mitologia, Rogers desenvolveu o que denominou de sistema aberto para a enfermagem. A base de sua teoria é a Teoria Geral dos Sistemas. Segundo Rogers, a enfermagem é o estudo de campos humano e Ambiental, sendo dirigido à descrição dos processos de vida da humanidade, à explicação, à previsão da natureza e da direção de seu desenvolvimento. Arte e ciência humanística e humanitária dirigida para a descrição e explicação do ser humano em sua totalidade sinergética, e para o desenvolvimento de generalizações. Seus pressupostos são: ● O ser humano é um todo unificado, possuindo uma integralidade individual e manifestando características que são mais diferentes que a soma das partes; ● O indivíduo e o ambiente estão continuamente trocando matéria e energia um com o outro; ● O processo de vida dos seres humanos evolui irreversível e unidirecionalmente ao longo de uma sequência de espaço de tempo; ● Os padrões identificam os seres humanos e refletem sua totalidade inovadora; ● O indivíduo é caracterizado pela capacidade de abstração, visualização, linguagem e pensamentos, sensação e criação. Baseados nestes pressupostos estão os blocos constituintes: Campo de energia; Abertura; Padrão; Pandimensionalidade. A teoria Rogers reforça o pressuposto de que o homem, ao contrário do que vemos ocorrer, seja visto pela enfermagem não como um homem unitário e em torno desse conceito estabelece suas intervenções, mas que o homem seja visto como um processo de interação mútua do indivíduo com o ambiente e suas variáveis. Teoria do autocuidado A teoria de Dorothea Orem, engloba o autocuidado, a atividade de autocuidado e a exigência terapêutica de autocuidado. O autocuidado, é a prática de atividades iniciadas e executadas pelos indivíduos em seu próprio benefício para a manutenção da vida e do bem-estar. A atividade de autocuidado, constitui uma habilidade para engajar-se em autocuidado. A exigência terapêutica de autocuidado, constitui a totalidade de ações de autocuidado, através do uso de métodos válidos e conjuntos relacionados de operações e ações. Para Orem o autocuidado é a prática de atividades que o indivíduo inicia e executa em seu próprio benefício, na manutenção da vida, da saúde e do bem-estar. Tem como propósito, as ações, que, seguindo um modelo, contribui de maneira específica, na integridade, nas funções e no desenvolvimento humano. Esses propósitos são expressos através de ações denominadas requisitos de autocuidado. A teoria do autocuidado de Orem tem como premissa básica, a crença de que o ser humano tem habilidades próprias para promover o cuidado de si mesmo, e que pode se beneficiar com o cuidado da equipe de enfermagem quando apresentar incapacidade de autocuidado ocasionado pela falta de saúde. Essa teoria se relaciona com outras teorias, como: ➢ Teoria do déficit do cuidado: constitui a essência da teoria de Orem, quando a enfermagem passa a ser uma exigência a partir das necessidades de um adulto, e quando o mesmo acha-se incapacitado ou limitado para prover autocuidado contínuo e eficaz. ➢ Teoria dos sistemas de enfermagem: O sistema de enfermagem planejado pelo profissional está baseado nas necessidades de autocuidado e na capacidade do paciente para a execução de atividades de autocuidado. Para satisfazer os requisitos de autocuidado do indivíduo, Orem identificou três classificações de sistemas de enfermagem que são os seguintes: o sistema totalmente compensatóri, o sistema parcialmente compensatório e o sistema de apoio-educação. O sistema de enfermagem totalmente compensatório é representado pelo indivíduo incapaz de empenhar-se nas ações de autocuidado. O enfermeiro, através de suas ações, vai atuar na ação limitada do paciente conseguindo o autocuidado do mesmo, compensando sua incapacidade para a atividade de autocuidado através do apoio e da proteção ao paciente. O sistema de enfermagem parcialmente compensatório está representado por uma situação em que, tanto o enfermeiro, quanto o paciente, executam medidas ou outras ações de cuidado que envolvem tarefas de manipulação ou de locomoção. Através de sua ação, o enfermeiro efetiva algumas medidas de autocuidado pelo paciente, compensa suas limitações de autocuidado atendendo o paciente conforme o exigido. O paciente age realizando algumas medidas de autocuidado, regula suas atividades e aceita atendimento e auxílio do enfermeiro. O sistema de enfermagem de apoio-educação ocorre quando o indivíduo consegue executar, ou pode e deve aprender a executar medidas de autocuidado terapêutico, regula o exercício e desenvolvimento de suas atividades de autocuidado, e o enfermeiro vai promover esse indivíduo a um agente capaz de se autocuidar. ➢ Processo de enfermagem: O processo de enfermagem de Orem "é um método de determinação das deficiências de autocuidado e a posterior definição dos papéis da pessoa ou enfermeiro para satisfazer as exigências de autocuidado". O processo de enfermagem proposto por Orem compreende os seguintes passos, segundo os mesmos autores: Passo 1 - fase de diagnóstico e prescrição, que determina as necessidades ou não de cuidados de enfermagem. O enfermeiro realiza a coleta de dados do indivíduo. Passo 2 - é a fase do planejamento dos sistemas de enfermagem, bem como do planejamento da execução dos atos de enfermagem. O enfermeiro cria um sistema que seja totalmente compensatório, parcialmente compensatório ou de apoio-educação. Passo 3 - inclui a produção e execução do sistema de enfermagem, onde o enfermeiro pode prestar auxílio ao indivíduo (ou família) no que se refere ao autocuidado, de modo a alcançar resultados identificados e descritos de saúde. O passo 3 inclui a evolução, onde, juntos, paciente e enfermeiro, realizam a avaliação. Teoria do alcance de metas Teoria de Imogene King, publicada em 1981, descreve a atuação do enfermeiro mediantea compreensão de que o ser humano deve ser visto em três sistemas interatuantes (o pessoal, o interpessoal e o social), cuja interação enfermeiro-pessoa é fundamental para estabelecer e alcançar metas de saúde, propiciando o desenvolvimento de potencialidades no cliente, pessoa e comunidade. Sistema pessoal: é o tipo de sistema compreendido por um indivíduo em um ambiente. Esse sistema engloba os conceitos de percepção, ego, imagem corporal, crescimento, desenvolvimento, tempo e espaço. Sistema interpessoal: é formado pelo agrupamento de indivíduos em díades, tríades e pequenos e grandes grupos. Nesse sistema, são englobados os seguintes conceitos: papel, interação, comunicação, transação e estresse. Sistema social: dá-se pela reunião de grupos com interesses e necessidades especiais, formando organizações e compondo sociedades. Os conceitos relacionados neste sistema são: organização, autoridade, poder, status, tomada de decisão e papel. Para descrever a teoria do alcance de metas King trabalhou com os conceitos de interação, percepção, comunicação, transação, self ou ego, papel, estresse, crescimento e desenvolvimento, espaço e tempo, tornando sua teoria relativamente simples, uma vez que estes conceitos estão claramente definidos e interrelacionados de maneira lógica e coerente. Interações: são os comportamentos observáveis em díades, tríades ou em grupos, em presença mútua. No processo interativo, dois indivíduos identificam metas e os meios para as alcançar mutuamente, sendo que uma das formas mais elevadas de interação é a fala. Nas situações de enfermagem é importante haver interação recíproca no estabelecimento de um sistema interpessoal positivo. A interação será influenciada pelo desempenho dos papéis individuais. Percepção: representação do real de cada ser humano. É um conceito muito importante às enfermeiras por permitir o desenvolvimento de uma base para juntar e interpretar informações. Comunicação: é considerada como o processo pelo qual uma informação é repassada de uma pessoa a outra, diretamente ou não. A função prioritária da linguagem em uma sociedade é facilitar a cooperação e interação entre indivíduos. O cuidado de enfermagem envolve conhecimento e habilidades de comunicação com uma variedade de indivíduos, buscando alcançar metas, que ocorrem na presença de transação. Transações: são comportamentos humanos dirigidos a metas. Acontecem em situações nas quais os seres humanos participam ativamente em eventos e esta participação ativa nos movimentos/ações para alcançar uma meta provoca mudança nos indivíduos. Self: é um sistema aberto voltado a uma meta. É a concepção que o próprio indivíduo tem de quem e do que ele é. Sofre influências do passado e especula acerca do futuro. Um sistema pessoal é uma unificação que o self percebe, pensa, deseja, imagina, decide, identifica metas e seleciona as que pretende alcançar. O self é um ser reativo por natureza. Toda enfermeira e paciente tem um self, mas é a consciência desse que ajuda a tornar um indivíduo sensível. Cada self é uma pessoa inteira, com crescimento e desenvolvimento na estrutura corporal e cognitiva humana. Crescimento e desenvolvimento: são conceituados como algo que inclui mudanças celulares, moleculares e comportamentais nos indivíduos. São os próprios processos de vida, nos quais as pessoas vão de um potencial, para a conquista de atualização do self. Conhecer o modo como as pessoas crescem e se desenvolvem, e seu eu, ajuda as enfermeiras a entenderem as pessoas com problemas na imagem corporal. Espaço: É definido pela sua área física (território) e pelos comportamentos dos que o ocupam. Difere do sistema pessoal porque este não tem limites visíveis. O espaço é universal porque todas as pessoas têm algum conceito de espaço, mas é pessoal e situacional, na medida em que é percebido pelas pessoas e alterado de uma situação a outra. É dimensional (tem função de área, volume, distância e tempo) e transacional (determina as transações entre os seres humanos e o ambiente). É necessário que as enfermeiras tenham claro um conceito de espaço para aperfeiçoar o entendimento de si mesma enquanto pessoa e para avaliar a percepção de espaço apresentada pelo paciente. Tempo: é a duração entre um acontecimento e outro. É uma experiência única de cada indivíduo. É universal, por ser inerente aos processos de vida. É relacional, pois é individual e baseado na singularidade de cada pessoa e no seu ambiente perceptual. É unidirecional, movendo-se do passado ao futuro. É subjetivo, pois está baseado nas percepções pessoais sobre os sucessivos eventos de suas vidas. O conhecimento da percepção de tempo que seus pacientes têm, ajudará as enfermeiras no atendimento às suas necessidades. Teoria do cuidado transcultural Leininger, com sua Teoria Cultural do Cuidado, propiciou condições para estudar uma comunidade cigana, por ser uma teoria de Enfermagem Transcultural, a qual provê uma estrutura holística e compreensiva para examinar diferentes dimensões da cultura, dentro de uma perspectiva de Enfermagem. Sua teoria foi desenvolvida a partir da Antropologia; porém, reformulada para Enfermagem Transcultural com perspectivas de cuidado humanizado. Essa teoria enfatiza que há diversidades no cuidado humano, com características que são identificáveis e que podem explicar e justificar a necessidade do cuidado transcultural de enfermagem, de forma que este se ajuste às crenças, valores e modos das culturas, para que um cuidado benéfico e significativo possa ser oferecido. O cuidado baseado culturalmente é o fator principal e significativo na afirmação da Enfermagem como curso e como profissão, e no fornecimento e manutenção da qualidade do cuidado de enfermagem prestado aos indivíduos, s famílias e aos grupos comunitários. Para Leininger: • Cultura: Valores, crenças, normas de comportamento e práticas relativas ao estilo de vida, aprendidos, compartilhados e transmitidos por um grupo específico, que orientam o pensamento, as decisões e ações dos elementos pertencentes ao grupo. • Visão de mundo: Modo como os indivíduos percebem seu mundo e universo, e nele inserem sua perspectiva de vida. • Estrutura social: Processo dinâmico e de natureza interdependente, compreendendo elementos estruturais ou organizacionais da sociedade e o modo como esses interatuam e funcionam. Incluem os sistemas religioso, familiar, político, econômico, educacional, tecnológico e cultural, delimitados pelo contexto linguístico e ambiental. O objetivo da Enfermagem Transcultural transcende a simples apreciação de culturas diferentes. Ela é fundamentada na crença de que a maioria das culturas pode determinar o tipo de cuidado desejado direcionado para os usuários dos serviços de saúde. Também busca compreender a perspectiva desses usuários, sua visão de mundo, seu conhecimento e suas práticas como base para decisões e ações assistenciais. Teoria do cuidado humano transpessoal A Teoria do Cuidado Humano desenvolvida por Jean Watson surgiu entre 1975 e 1979, período em que lecionava na Universidade do Colorado. A Teoria do Cuidado Humano está centrada no conceito de cuidado e em pressupostos fenomenológicos existenciais, que traz o olhar para além do corpo físico. É a abertura e atenção aos mistérios espirituais e dimensões existenciais da vida e da morte; cuidado da sua própria alma e do ser que está sendo cuidado. A autora afirma que sua teoria tanto é ciência como arte, e busca na inter-relação de conceitos, uma ciência humana própria da enfermagem, que evolui por meio da interação enfermeiro e cliente, visando ao cuidado terapêutico. Considera o cuidado humano transpessoal como o contato dos mundos subjetivos do enfermeiro e do cliente, o qual tem o potencial de ir além do físico-material ou do mental- emocional, já que entra em contato e toca o mais alto senso espiritual do "self", da alma, do espírito. O cuidado humano transpessoalocorre numa relação eu-tu, e este contato é um processo que transforma, gera e potencializa o processo de healing O cuidado transpessoal com base na definição utilizada determina uma atitude de respeito pelo sagrado, que é o outro, estando este ser conectado ao universo e ao outro, sem divisões de espaço, tempo ou nacionalidades, o que Watson, a partir de 2005, chama em sua teoria de Caritas e Communitas. Clinical Caritas é a denominação atual do processo por ela desenvolvido e aprimorado. Inicialmente, era formado por Fatores de Cuidado, dez preceitos que objetivavam a ampliação do cuidado unicamente biológico, coerentes com sua teoria inicial. Em 2007, então, ela construiu o Clinical Caritas, constituído por dez elementos que consideram o ser cuidado como sagrado (integrante do universo e do divino) e, por isso, merece ser reconhecido com delicadeza, sensibilidade e amor. Os dez elementos deste cuidado são: • Praticar bondade • Estar presente e valorizar o sistema de crenças do ser cuidado • Cultivar práticas espirituais próprias, aprofundando o conhecimento individual; • Manter o cuidar autêntico por meio de um relacionamento de ajuda-confiança; • Apoiar expressão de sentimentos positivos e negativos; • Utilizar conhecimento e intuição de forma criativa na resolução de problemas; • Vincular-se verdadeiramente na experiência de ensino-aprendizagem; • Proporcionar um ambiente de restauração física, emocional e espiritual; • Promover alinhamento de corpo, mente e espírito a fim de atender às necessidades do indivíduo; • Considerar os aspectos espirituais e de vida e morte. O que a teorista preconiza é que o cuidado transpessoal acontece no momento do cuidado e que o processo clinical caritas é a aplicação deste processo. Por mais que o atendimento de enfermagem privilegie, muitas vezes, a dimensão física, com a execução de procedimentos técnicos, em um nível mais avançado do cuidado, a enfermagem é capaz de acessar os aspectos emocionais e subjetivos, de forma a objetivar a transpessoalidade, por meio da comunicação e da empatia, que podem desenvolver e manter a harmonia e a confiança necessárias para este processo. Segundo Watson, um dos instrumentos mais adequados para estabelecer e manter a importante relação de ajuda-confiança entre profissional e paciente é a empatia. A partir da verdadeira intenção de cuidar, é possível desenvolver uma relação empática, quando se reconhece o outro como quem vivencia sua experiência única de ser paciente e se expressa entendimento e aceitação através de linguagem verbal e não verbal. Teoria da adaptacao A metodologia do Modelo de Adaptação, de Calista Roy, baseia-se na aplicabilidade do processo de enfermagem, facilitando aos enfermeiros a coleta de dados, estabelecimento de objetivos e diagnósticos de enfermagem, a determinação de intervenções de enfermagem e a posterior avaliação do processo. Roy entende a Enfermagem como uma profissão dos cuidados de saúde que se centra nos processos de vida humanos, enfatizando a promoção da saúde aos indivíduos, grupos e sociedade como um todo, sendo que a ciência e a prática expande a capacidade de adaptação e melhora a transformação ambiental da pessoa. A pessoa - indivíduo, família, organizações, comunidades ou sociedade - como um todo encontra-se exposta a uma série de circunstâncias, condições ou influências que rodeiam e afetam o desenvolvimento de pessoas ou grupos, sendo que o ambiente em mudança estimula as pessoas a dar respostas de adaptação. O ambiente é considerado como todas as circunstâncias, condições e influências que rodeiam e afetam o comportamento da pessoa. A pessoa saudável não está livre de situações inevitáveis como a morte, a doença, a infelicidade ou o estresse, mas a capacidade de lidar com estas situações deve ser a mais competente possível. A saúde é um reflexo de adaptação da interação entre pessoa e ambiente Callista Roy, no seu Modelo de Adaptação, considera o objetivo da enfermagem a promoção da adaptação dos indivíduos e grupos nos quatro modos de adaptação (modo adaptativo: físico- fisiológico, identidade de autoconceito, interdependência e desempenho de papel), contribuindo assim para a saúde, a qualidade de vida e a morte com dignidade. O modo de adaptação físico-fisiológico está associado à forma como a pessoa responde como ser físico aos estímulos do ambiente, sendo o comportamento a manifestação das atividades fisiológicas do organismo. As cinco necessidades básicas de integridade fisiológica são oxigenação, nutrição, eliminação, atividade e repouso e proteção. O autoconceito envolve especificamente os aspectos psicológicos e espirituais do sistema humano. É composto pelo ser físico, que envolve a imagem corporal, pelo ser pessoal, que engloba a autoconsciência, o autoideal ou expectativa, e pelo ser ético, moral e espiritual. O modo de adaptação desempenho de papel refere-se aos papéis que cada pessoa desempenha na sociedade no sentido da preservação da integridade social, isto é, saber quem se é em relação aos outros. Os processos centrais da adaptação são o subsistema regulador e o cognitivo. O subsistema regulador inclui os canais neuroquímicos e endócrinos que a pessoa aciona mediante uma resposta quase automática e inconsciente. O subsistema cognitivo processa informação perceptual, a aprendizagem, os juízos e as emoções, para que a pessoa possa realizar a sua resposta. O objetivo geral da enfermagem, de acordo com Roy, é o objetivo dos cuidados de saúde: a promoção da saúde. A pessoa, enquanto metaparadigma do modelo referenciado, é entendida como um sistema de adaptação, isto é, o ser humano é descrito como um todo com partes que funcionam de acordo com algum objetivo. O sistema humano representa o objeto do cuidado de enfermagem e é possuidor de mecanismos cognitivos e conceptualizadores que atuam para promover a adaptação em cada um dos modos adaptáveis: fisiológico, autoconceito, função na vida real e interdependência. O Modelo de adaptação de Roy é uma importante ferramenta para o desenvolvimento da prática e investigação em enfermagem, proporcionando relevância social à profissão. Na prática de enfermagem permite uma boa percepção das situações, contribuindo para uma boa elaboração de diagnósticos, auxiliando na prescrição de intervenções de enfermagem; uma vez que tem o processo de enfermagem claramente definido, consegue ser útil na orientação da prática já que fornece uma visão holística do utente/doente. O Modelo de adaptação de Roy norteia a investigação no sentido de fornecer uma perspectiva orientadora da investigação; isto é, o modelo fornece várias hipóteses testáveis perante um problema. Teoria das relacoes interpessoais Uma das teorias consideradas como marco teórico de referência para a prática da enfermagem e, sobretudo, para a enfermagem psiquiátrica é a Teoria das Relações Interpessoais desenvolvida por Hildegard E. Peplau, em 1952. A teorista visualizou o fenômeno de enfermagem como um processo interpessoal cujo foco principal está centralizado na enfermeira e no paciente e, em sua teoria, pretende identificar conceitos e princípios que dêem suporte às relações interpessoais que se processam na prática da enfermagem de modo que as situações de cuidado possam ser transformadas em experiências de aprendizagem e crescimento pessoal. A autora vislumbrou a enfermagem como um processo interpessoal por meio do qual, enfermeira e paciente podem obter crescimento e desenvolvimento pessoais. Obviamente, os elementos fundamentais da prática da enfermagem são o paciente, a enfermeira e os acontecimentos que envolvem ambos durante uma situação de cuidado. Eis, portanto, a importância fundamental de Peplau ao tentar "profissionalizar" o que a enfermagem, de certa forma, já realiza quando interage com o paciente, embora o faça, na grande maioria das vezes, de forma intuitiva. No que tange à Teoria das Relações Interpessoais de Peplau, pode-se dizerque seus fundamentos são as do crescimento e desenvolvimento, como os estudos de Erick Fromm e, sobretudo, a Teoria Interpessoal de Harry Stack Sullivan. De forma geral, essas teorias adotam como pressuposto básico que o crescimento e o desenvolvimento humanos ocorrem de forma gradual até a realização do seu potencial máximo. O crescimento é entendido como um aumento relacionado ao tamanho e formas físicas, ordenado e com tendências regulares em seu direcionamento, mas que acontece para cada pessoa em um padrão único influenciado por fatores intrínsecos e extrínsecos. O desenvolvimento, por outro lado, refere-se a mudanças funcionais no indivíduo, mais de caráter qualitativo, e que também recebem influências internas e externas Com base nessas proposições, Peplau traz em sua teoria a noção de "crescimento pessoal" que é compartilhado pela enfermeira e pelo paciente a partir do relacionamento interpessoal desenvolvido no processo de cuidar. A autora usou o termo "enfermagem psicodinâmica" para descrever o relacionamento dinâmico entre enfermeira e paciente. Em seu entendimento, a enfermagem psicodinâmica envolve reconhecer, esclarecer e construir uma compreensão acerca do que acontece quando a enfermeira se relaciona de forma útil com o paciente. As etapas da enfermagem psicodinâmica desenvolvem-se tendo como base dois pressupostos fundamentais, a saber: 1. A postura adotada pela enfermeira interfere diretamente no que o paciente vai aprender durante o processo de cuidado ao longo de sua experiência como doente. 2. O auxílio ao desenvolvimento da personalidade e ao amadurecimento é uma função da enfermagem que exige o uso de princípios e métodos que facilitem e orientem o processo de solução dos problemas ou dificuldades interpessoais cotidianos A enfermagem, na percepção da teórica, é uma relação humana entre uma pessoa que está enferma ou necessitada de serviços de saúde e uma enfermeira com uma formação especializada para reconhecer e responder a necessidade de ajuda. Mesmo enfatizando na sua teoria os aspectos psicológicos da prática da enfermagem, a autora reconhece que o cuidado físico do corpo de outro ser humano é fundamental, pois proporciona um tipo de 'intimidade interpessoal', uma proximidade de tal forma, que com muita freqüência induz a mente do paciente a realizar conexões entre as circunstâncias presentes e suas experiências anteriores que, de certo modo, são similares. Defende a idéia do que poderíamos chamar de "enfermeira psicóloga". Como ela adverte, em sua teoria não se sugere que a enfermeira deva ser 'onipotente' e, em conseqüência, capaz de conseguir mudanças psicológicas nos pacientes em alguns minutos de interação enfermeira- paciente. O que se sugere, não é uma mudança de personalidade instantânea, e sim a utilização das oportunidades disponíveis por meio da aplicação da teoria e técnicas conhecidas das relações interpessoais. Em sua teoria, Peplau opta por descrever o processo de relação interpessoal da enfermagem em quatro fases: orientação, identificação, exploração e resolução. Essas etapas estão superpostas e devem ser consideradas de forma relacionada. Na fase de orientação, o paciente apresenta uma necessidade e solicita ajuda profissional. A enfermeira, inicialmente, identifica as necessidades do paciente, o qual, durante a interação, fornece muitas pistas a respeito de como visualiza a dificuldade que está experimentando e oferece à enfermeira a oportunidade de reconhecer suas carências de informação e compreensão acerca do problema. Diante das necessidades identificadas, a enfermeira, em colaboração com outros componentes da equipe de saúde, orienta o paciente acerca do problema e de suas implicações. A tensão e a ansiedade apresentadas por esse paciente em decorrência de suas necessidades devem ser levadas em consideração na fase de orientação, pois, caso contrário, não haverá êxito em tentar relacionar a sua experiência atual com as anteriores. Orientação: O ambiente hospitalar é propício para a etapa de orientação, considerando que as limitações de espaço e liberdade de movimentos impulsionam o paciente ao seu próprio mundo imaginário e podem suscitar a oportunidade para que, com a ajuda do profissional, possa esclarecer e explicar o que acontece a sua volta. No momento da hospitalização, os sentidos do paciente estão bastante aguçados e ele passa a observar detalhes cada vez menores, o que destaca a importância de, na fase de orientação, estar atento a qualquer necessidade do paciente mesmo que pareça irrelevante ou de menor importância. Identificação: À medida que a relação avança, passa-se à fase de identificação, na qual o paciente começa a responder seletivamente às pessoas que lhe oferecem a ajuda de que necessita. Nessa fase, a enfermeira, no desempenho das ações de cuidado, pode levar o paciente a identificá-la como uma figura familiar ou culturalmente importante em suas lembranças. O paciente poderá responder de três formas: desenvolvendo ações de caráter participativo e interdependente com a enfermeira; isolando-se e assumindo uma atitude de independência em relação à enfermeira ou adotando uma postura de desamparo e dependência em relação a essa profissional. Exploração: A terceira fase do processo refere-se à exploração ao máximo da relação para a obtenção dos melhores benefícios possíveis. O paciente faz pleno uso dos serviços que lhe são oferecidos, entretanto, quando se inicia a recuperação, pode experimentar conflitos entre o seu estado de dependência e independência, a um só tempo. A atuação da enfermeira é continuar a promover a satisfação do paciente em relação às suas demandas à medida que elas surgem e, conforme avança a convalescência, deverão ser estabelecidas novas metas - como voltar para casa e ao trabalho - no intuito de diminuir a identificação do paciente com a pessoa que lhe prestou ajuda. Resolução: A última fase denominada de "resolução" é caracterizada mais como um fenômeno psicológico em que o paciente abandona os laços adquiridos e prepara-se para retornar para casa. O ideal seria que essa fase coincidisse com a resolução de seu problema clínico, o que em muitos casos não acontece, pois o paciente mesmo recuperado não apresenta o desejo real de concluir a enfermidade. Para que a resolução aconteça de forma bem sucedida, há a necessidade da liberação gradual da identificação com as pessoas que prestaram ajuda e da criação e fortalecimento da capacidade de atuar por si mesmo. Teoria Holistica Desenvolvida por MYRA E. LEVINE, descreve a Enfermagem como interação humana, uma intervenção para apoiar e promover a adaptação do paciente. Descreve como adaptação: "um sistema verdadeiramente integrante dentro do organismo que responde às mudanças ambientais". A teoria holística de Myra Levine considera o paciente como um todo, onde todos os sistemas devem estar em equilíbrio, uma estreita relação entre corpo-mente, sensível ao mundo ao seu redor e todos os componentes que o permeiam. A autora explica os sistemas de resposta do homem ao meio ambiente em 04 (quatro) níveis: - Resposta ao medo: É a primeira e a mais primitiva das respostas, é instantânea; é o preparo do organismo para a luta, seja o inimigo conhecido ou desconhecido; a estimulação do sistema nervoso envolve todo o organismo, e em especial entra em funcionamento o sistema nervoso simpático. - Resposta inflamatória: E uma concentração de energia sistemática para excluir ou remover um material estranho ao organismo, seja este irritante ou patogênico. É um esforço do organismo para manter sua integridade. Seja a resposta inflamatória aguda ou crônica, ela tem sempre o mesmo objetivo. - Resposta ao "stress": É uma resposta a longo prazo. É orgânica, caracterizada por alterações e manifestada por uma síndrome que consiste de mudanças induzidas não específicas dentro de um sistema biológico. A exposição constante a estados tensionais leva o indivíduo à exaustão de suas energias.- Resposta sensorial: O mundo tem significado para o indivíduo à partir de suas experiências. O homem percebe o mundo pelos sentidos, é por meio deles que os dados chegam ao receptor, ao transmissor, ao centro, a uma resposta motora e a um órgão executor. O sistema sensorial não é passivo, ele é ativo e faz com que o homem participe do seu ecossistema, altera o ambiente, mas aprende dele e nele busca informações. Assim, a integridade do homem é conseguida por estes mecanismos de respostas, atuando cada um conforme seus processos funcionais próprios. A interação Enfermeira-paciente depende deste conjunto sistemático perceptual nos dois indivíduos. Em cada situação particular de anormalidade (quando hospitalizado, por exemplo) o indivíduo deve ajustar-se ao novo ambiente, e em face a muitas novas experiências sua capacidade em se ajustar está intimamente relacionada às informações que recebe. A enfermagem é considerada uma conservadora das energias do paciente, pela avaliação das respostas dadas por este ao meio-ambiente, atuando de maneira a alterar o ambiente. A Enfermeira situa-se então como uma extensão do sistema perceptual do ser humano, quando nele houver uma lesão. O conhecimento científico é quem determina a intervenção apropriada para cada caso; bem como ajuda a estabelecer as prioridades, que é um dos pontos mais importantes na intervenção de enfermagem. As respostas organísmicas são as respostas do ser como um "todo" ao processo de adaptação. São elas que indicam até que ponto o indivíduo está adaptado ao processo da doença. Mesmo quando uma ação de enfermagem não tem resposta positiva ela deve ser considerada terapêutica, desde quando seja possível a adaptação (como no caso de um paciente tubercoloso, por exemplo). Cabe então à Enfermeira rever o seu plano e pesquisar as causas que levaram a uma resposta negativa por parte do paciente. Em casos que não se pode alterar o curso da adaptação (o caso de um paciente com câncer, por exemplo), a intervenção de enfermagem tem um sentido de apoio, procurando promover o bem-estar do paciente, já que não pode ajudar na sua cura. Teoria das necessidades humanas basicas Segundo a teoria de Wanda Horta, a enfermagem e as demais áreas da saúde precisam trabalhar observando os seus pacientes e dando a eles o que é de necessidade básica. Para isso, foram criados seis passos fundamentais, que regem esse procedimento e que fazem parte da Enfermagem nos dias de hoje. A Teoria das Necessidades Humanas Básicas se baseia nas necessidades biopsicossociais dos seres humanos, enxerga o indivíduo como um ser integral e busca harmonia e equilíbrio, trazendo contribuições importantes para que os pacientes recebam um tratamento humanizado e integrativo. No cenário brasileiro parte do modelo conceitual de Wanda Horta, ganha destaque em sua teoria, a qual se fundamenta em uma abordagem humanística e empírica, a partir da teoria da motivação humana de Abraham Maslow (criou a teoria da motivação humana. O psicólogo definiu esses níveis como: necessidades fisiológicas, segurança, amor, estima e autorrealização) e João Mohana (definiu as dimensões em psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais). Maslow definiu uma série de cinco necessidades do ser, dispostas na pirâmide abaixo e explicadas uma a uma a seguir: 1 – Necessidades fisiológicas: São aquelas que relacionam-se com o ser humano como ser biológico. São as mais importantes: necessidades de manter-se vivo, de respirar, de comer, de descansar, beber, dormir, ter relações sexuais, etc. No trabalho: Necessidade de horários flexíveis, conforto físico, intervalos de trabalho etc. 2 – Necessidades de segurança: São aquelas que estão vinculadas com as necessidades de sentir-se seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, de conservar o emprego etc. No trabalho: emprego estável, plano de saúde, seguro de vida etc. No trabalho: Necessidade de estabilidade no emprego, boa remuneração, condições seguras de trabalho etc. 3 – Necessidades sociais: São necessidades de manter relações humanas com harmonia: sentir-se parte de um grupo, ser membro de um clube, receber carinho e afeto dos familiares, amigos e pessoas do sexo oposto. No trabalho: Necessidade de conquistar amizades, manter boas relações, ter superiores gentis etc. 4 – Necessidades de estima: Existem dois tipos: o reconhecimento das nossas capacidades por nós mesmos e o reconhecimento dos outros da nossa capacidade de adequação. Em geral é a necessidade de sentir-se digno, respeitado por si e pelos outros, com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho etc. Incluem-se também as necessidades de auto-estima. No trabalho: Responsabilidade pelos resultados, reconhecimento por todos, promoções ao longo da carreira, feedback etc. 5 – Necessidades de auto-realização:Também conhecidas como necessidades de crescimento. Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser aquilo que se pode ser, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir. Relaciona-se com as necessidades de estima: a autonomia, a independência e o auto controle. No trabalho: Desafios no trabalho, necessidade de influenciar nas decisões, autonomia etc. A ciência da enfermagem considera as Necessidades Humanas Básicas (NHB) como um estado de tensões, conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios homeodinâmicos dos fenômenos vitais. São condições que o indivíduo, família ou coletividade apresentam decorrentes do desequilíbrio de suas necessidades básicas. Implementando sua proposta teórica, Horta chega ao método de atuação da enfermagem chamado de Processo de Enfermagem, o qual diferencia sua proposta das demais existentes na época por meio da apresentação de seis fases, representadas por um hexágono, chamado atualmente “Hexágono de Horta”: 1. Histórico: Roteiro sistematizado para o levantamento de dados (significativos para a enfermeira) do ser humano e que torna possível a identificação de seus problemas. 2. Diagnóstico: Identificação das necessidades do ser humano que precisam de atendimento e a determinação do grau de dependência deste atendimento em natureza e em extensão. 3. Plano assistencial: Determinação global da assistência de enfermagem que o ser humano deve receber diante do diagnóstico estabelecido. 4. Plano de cuidados ou prescrição: Implementação do plano assistencial pelo roteiro diário na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano. O plano de cuidados é avaliado diariamente, fornecendo os dados necessários para o quinto passo. 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