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Anafilaxia: Sindrômico e Potencialmente Grave

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C2M3T8: Anafilaxia (TRG) 1
C2M3T8: Anafilaxia (TRG)
📚 REFERÊNCIAS: aula Dra. Morgana.
� O QUE É? Dx sindrômico que consiste em manifestações clínicas sistêmicas, 
potencialmente graves, causadas por reações imunomediadas pela IgE, após 
exposição a um antígeno em um indivíduo previamente sensibilizado.
� EPIDEMIOLOGIA: Existem poucos dados epidemiológicos disponíveis sobre a 
anafilaxia no Brasil 
• Nos países industrializados, a prevalência de 0,05- 2% • Mortalidade nos EUA: 
1.000-15.000 mortes/ano • Tx recorrência: 40-60% p/ picada de inseto; 20-40% p/ 
contraste; 10-20% p/ penicilina • Quem já teve uma reação anafilática: ↑ risco de 
futuras reações
� ETIOLOGIA: 
• Insetos: Abelha; Vespa; Formiga; Drogas*: AINEs; ATBs (beta-lactâmicos, 
vancomicina, bactrim); AAS; Alimentos*: Ovo; Amendoim; Nozes; Frutos do mar 
• Outros: Látex; Exercícios (é o mais raro); Exposição à imunoterápicos; Idiopático; 
Causa não identificada (37% dos casos)
� FISIOPATO: 
• Interação entre um Ag estranho e Acs IgE específicos encontrados em 
mastócitos tissulares e basófilos do sangue periférico. Na 1ª exposição não temos 
manifestações clínicas!! 
Outras possíveis reações: Citotoxicidade (Reações de transfusões sanguíneas); 
Complexo imunes (Complexo de gamaglobulina administrado por via IM ou EV) 
• Sensibilização: Indivíduo é picado por uma abelha e tem o 1º contato com Ag ⇒ 
Produz Acs específicos contra esse Ag (reação hipersensibilidade tipo 1). Esses 
Acs ficam na membrana basal dos mastócitos. Nesse 1º contato, só tem produção 
de Acs, nada além!! 
• Segunda exposição: Indivíduo foi picado novamente ⇒ Entra Ag no organismo ⇒ 
Encontra com o IgE do mastócito ⇒ Mastócito degranula e libre mediadores 
inflamatórios ⇒ Gera sinais e sintomas da anafilaxia (mediadores agem no 
organismo de forma sistêmica)
C2M3T8: Anafilaxia (TRG) 2
Ações dos mediadores inflamatórios: 
• TGI: ↑ secreção líquido; ↑ peristalse; Tentativa expulsar conteúdo GI ⇒ Vômito e 
diarreia 
• Vias aéreas: ↓ diâmetro (constrição); ↑ secreção muco; Tentativa expulsar 
conteúdo das 
vias aéreas ⇒ Expectoração e tosse 
• Vasos sanguíneos: ↑ fluxo sanguíneo; ↑ permeabilidade vascular; Edema; 
Inflamação
Ações da histamina: É um dos mediadores inflamatórios mais importante 
• Ação em receptores H1: Vasoconstrição e broncoconstrição ⇒ Prurido; Rinorreia; 
Taquicardia; Broncoespasmo 
• Ação em receptores H2: Vasodilatação e ↑ permeabilidade: Rubor e Hipotensão
💡 - Os níveis de histamina estão relacionados com a gravidade e 
persistência das manifestações cardiopulmonares 
- A permeabilidade vascular durante a anafilaxia pode resultar em uma 
transferência de 50% do fluido intravascular para o extravascular em 
cerca de 10 minutos.
� QUADRO CLÍNICO: Os sintomas começam em 5-60 minutos após a exposição 
ao agente etiológico. Há 2 possibilidades de evolução: 
• Curso unifásico: Resolução completa dos sintomas em horas de tto 
• Curso bifásico (20% casos): Os sintomas voltam depois de 8-12h do ataque 
inicial 
Prática: Tratar TODOS como se fosse ter curso bifásico!! 
• Manifestações cutâneas: Placas eritematosas, pruriginosas, edemaciadas 
C2M3T8: Anafilaxia (TRG) 3
• Manifestações respiratórias: Pode acometer via aérea superior e inferior; Sintomas 
de rinite: Prurido, espirros, coriza e congestão nasal. Sintomas de vias inferiores: 
Dispneia, opressão 
torácica, tosse, sibilo. Edema de glote: Quadro muito grave, considerado 
emergência, podendo causar óbito 
• Manifestações GIs: Náusea, Vômito, Dor abdominal, Diarreia, Disfagia 
• Manifestações CVs: Vertigem; Síncope; Dor torácica; Palpitação; Arritmias; 
Hipotensão; PCR 
• Manifestações oculares: Coceira periorbital; Eritema; Edema; Lacrimejamento; 
Eritema conjuntival 
• Manifestações neurológicas: Ansiedade; Apreensão; Sensação de morte iminente; 
Convulsões; Dor de cabeça; Confusão mental
� DIAGNÓSTICO: exclusivamente clínico (situação de emergência)!!! 
• Critério dx 1: Dça início agudo (minutos/horas), envolvendo pele, mucosa ou 
ambos e pelo menos um dos seguintes (comprometimento sistêmico): 
a) Comprometimento respiratório 
b) ↓ PA ou sintomas associados a disfunção orgânica (hipotonia, síncope) 
• Critério dx 2: Pelo menos 2 sintomas que ocorram rapidamente (minutos/horas) 
após a exposição a um provável alérgeno para esse paciente (não obrigatoriamente 
precisa comprometer pele): 
a) Envolvimento de pele e mucosas 
b) Comprometimento respiratório 
c) Sintomas GIs persistentes 
d) ↓ PA e sintomas associadas a disfunção orgânica 
• Critério dx 3: ↓ PA (min/hrs) depois da exposição a um alérgeno conhecido p/ 
esse pcte: 
a) PAS <90mmHg OU b) ↓ >30% da PAS de base do paciente
💡 Se preencher qualquer 1 dos 3 critérios, fecha dx anafilaxia.
Apesar de dx ser clínico ⇒ Exames complementares ⇒ quadros muito duvidosos: 
• Emergência: Dosagem de triptase; Dosagem de histamina 
• Ambulatorial: Teste cutâneo direto; Ensaios in vitro p/ IgE específico; Teste 
provocação direto
� DX DIFERENCIAL: 
C2M3T8: Anafilaxia (TRG) 4
• CAUSAS COMUNS: urticária generalizada, angioedema, exacerbação asma, 
síncope vasovagal, ataque pânico, aspiração corpo estranho, IAM, TEP, convulsões, 
AVC 
• CHOQUE: distributivo (sepse, neurogênico), hipovolêmico, cardiogênico, obstrutivo 
• PRODUÇÃO HISTAMINA ENDÓGENA EXCESSIVA: sd ativação mastocitária, 
mastocitose, leucemia basofílica, cisto hidático 
• SDS ERITEMATOSAS (flushing): perimenopausa, sd carcinoide, epilepsia 
autonômica, carcinoma medular de tireoide 
• DÇAS NÃO ORGÂNICAS: disfunção cordas vocais, hiperventilação e episódio 
psicossomáticos
� TRATAMENTO: 
a) Reconhecer que é anafilaxia 
b) Remover agente causal, se ainda tiver exposto (maioria não tem reversão!!) 
c) Iniciar imediatamente adrenalina IM, no vasto lateral da coxa ⇒ Não atrasar 
início adrenalina, pois é ela que vai salvar o pcte!! 
d) Fornece oxigênio suplementar a 100%, se hipoxêmico 
e) Pegar 2 acessos venosos calibrosos e fazer ressuscitação hemodinâmica com 
cristaloides, se necessário (hipotensão) 
f) Manter pacientes sob monitorização
Adrenalina via IM: Nos pctes que usam beta-bloq (atenolol, metoprolol), a resposta 
à adrenalina pode não ser tão efetiva. Nesses casos, usa-se glucagon (via IM ou 
SC) 
• Glucagon tem efeito inotrópico e cronotrópico (+) e efeitos vasculares que não 
dependem 
de receptor beta • Tb induz ↑ catecolamina • RAM: N&V; Hiperglicemia transitória 
💡 - Adrenalina atua nos receptores: Alfa-1: vasoconstrição; Alfa-2: ↓ 
insulina e nora; Beta-1: ↑ ino e cronotropismo; Beta-2: broncodilatação e 
glicogenólise ⇒ TUDO na tentativa de reverter o quadro anafilático 
- Sempre devemos considerar GLUCAGON nos casos irresponsivos.
Tto das demais manifestações: 
• Anti-histamínicos ⇒ Para sintomas cutâneos. Manter por até 5 dias 
• Inalação de beta 2-agonitas ⇒ Para broncoespasmo 
• Corticoide ⇒ Para evitar resposta bifásica (início ação mais tardio, de 4-6h). 
Manter por até 5 dias.
C2M3T8: Anafilaxia (TRG) 5
� PREVENÇÃO: 
Os pctes devem ser educados para reconhecer os sintomas de recorrência e para o 
uso correto de adrenalina por caneta autoinjetora (Epipen). É recomendado que 
esses pacientes portem cartões avisando sobre a condição e fatores alérgenos 
conhecidos.
� CASO CLÍNICO: AJP, 63 anos, hipertenso em uso losartana, clortalidona e 
atenolol. Refere há 40min, após ter sido picado por abelha, quadro de prurido 
generalizado, falta ar e sibilância. EF: PA=70x40, FC=120, FR=27. SpO2=90. 
Sudoreico. AR: MV+ com sibilos expiratórios. ↓ TEC. Sem outras alterações. 
R= Pcte com história clínica positiva para anafilaxia (exposição para antígeno e 
início rápido do quadro). Tem manifestações circulatórias, sintomas cutâneos e 
respiratórios ⇒ Atende aos critérios e fecha dx de anafilaxia. Dx sindrômico: 
Anafilaxia. Dx topográfico: Sistema imunológico. Dx etiológico: Anafilaxia 
secundária a picada de abelha. 
Condutas: Reconhecer a anafilaxia; Adrenalina IM (Se não responder devido ao 
uso de atenolo, p ex ⇒ Glucagon); O2 suplementar (pois SatO2baixa); Acesso 
calibroso para ressuscitação volêmica (pois hipotensão); Monitorizar (sempre 
necessário); Outros medicamentos: anti-histamínicos (coceira), beta 2-agonitas 
(inalação, pois tinha sibilância), corticoide (controverso, segundo alguns autores); 
Orientar prevenção (ideal seria andar com cartãozinho e caneta autoinjetável de 
adrenalina).

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