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Eficacia no tempo e no espaco

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EFICÁCIA DA LEI NO TEMPO 
E NO ESPAÇO
Pelo sistema brasileiro, a lei entra em vigor em todo o País quarenta e cinco dias após a sua publicação (art. 1º, da LINDB).
Quando a aplicação da lei brasileira for admitida no estrangeiro, a vacatio legis será de três meses, depois de oficialmente publicada. 
Vacatio legis é o prazo que é conferido à sociedade para se adaptar a nova lei.
A Vacatio legis inicia-se com a publicação e esgota-se com a entrada da lei em vigor.
A Vacatio legis pode ser em dias, meses e em anos.
VIGÊNCIA E REVOGAÇÃO DA LEI
Pode ocorrer nas seguintes hipóteses: 
revogação por outra lei;
 decurso do tempo. 
Revogação quanto à forma:
a) expressa: quando a lei nova determina especificamente a revogação da lei anterior;
b) tácita: opera sob duas formas : 1) quando a lei nova dispõe de maneira diferente sobre assunto contido em lei anterior, estabelecendo-se assim um conflito entre as duas ordenações (a lei posterior revoga a anterior); 2) quando a lei nova disciplina inteiramente os assuntos abordados em lei anterior. 
REPRISTINAÇÃO: condenada teoricamente e por nosso sistema jurídico.
 
PERDA DE VIGÊNCIA DA LEI
Revogação quanto ao conteúdo:
a) ab-rogação: quando ocorre a supressão total da lei anterior
b) derrogação: quando suprime uma parte da lei
PERDA DE VIGÊNCIA DA LEI
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
A Constituição da República incluiu no elenco “Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos”, pelo inciso XXXVI, do art. 5º: “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
Art. 6º, Dec-Lei n.º 4.657/42 (LINDB): A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
Em matéria criminal, consoante dispõe o inciso XL do mesmo artigo, estabeleceu que a lei penal não retroagirá, “salvo para beneficiar o réu”.
 
DIREITO INTERTEMPORAL
O fundamento natural e primário da irretroatividade é a preservação da segurança jurídica do indivíduo.
Admite-se a retroatividade da lei: 
a) no Direito Penal, quando as disposições novas beneficiam aos réus na exclusão do caráter delituoso do ato ou no sentido de minorarem a penalidade; 
b) no tocante às leis interpretativas; 
c) quanto às leis abolitivas, que extinguem instituições sociais ou jurídicas, incompatíveis com o novo sentimento ético da sociedade, como ocorreu com a abolição da escravatura. 
Admite-se o efeito imediato da nova lei:
a) em relação às normas processuais;
b) quanto às normas cogentes ou taxativas, como as de Direito de Família;
c) quanto às normas de ordem pública; 
d) quanto ao Direito das Obrigações, no tocante às regras imperativas. 
Em relação ao Direito das Sucessões, prevalecem as normas vigentes no momento da abertura da sucessão e, quanto ao testamento, as normas da época em que foi passado. 
DIREITO INTERTEMPORAL
Doutrina Clássica ou dos Direitos Adquiridos: faz distinção entre faculdade, espectativa e direito adquirido;
Teoria da Situação Jurídica Concreta: faz distinção entre a situação jurídica abstrata e concreta; 
Teoria dos Fatos Cumpridos: verifica se o fato foi cumprido durante a vigência da lei anterior;
Teoria de Paul Roubier;
Concepção de Planiol. 
Princípio Ratione Materiae 
 
 
TEORIAS SOBRE A IRRETROATIVIDADE
Princípios básicos que o Direito Interespacial:
Territorialidade (lex non valet extra territorium) significa que a lei a ser aplicada é a do território, vedada, pois, a efetividade do Direito estrangeiro.
Extraterritorialidade (personalidade da lei) corresponde à admissão da vigência de lei forânea, em um Estado, sobre determinada matéria. Há dois critérios para a adoção deste princípio: o Estado pode adotar a lei da nacionalidade do estrangeiro ou a de seu domicílio. 
DIREITO INTERESPACIAL
TEORIA DOS ESTATUTOS
As regras gerais para a solução do conflito de leis no espaço foram sistematizadas pela teoria estatutária, por divisão de matéria, distribuída em três estatutos:
 
a) estatutos pessoais: referiam-se à capacidade, nome, estado civil, Direito de Família. O princípio aplicável era o da extraterritorialidade, de acordo com o domicílio da pessoa; 
b) estatutos reais: relacionavam-se aos bens e o princípio a que se submetiam era o da territorialidade (lex rei sitae); 
c) estatutos mistos: referiam-se às pessoas e às coisas (sucessões, falências etc.). O princípio aplicável não era sempre o mesmo. 
 
DIREITO INTERESPACIAL
DOUTRINAS MODERNAS QUANTO À EXTRATERRITORIALIDADE
Sistema da Comunidade de Direito: na hipótese de extraterritorialidade da lei, aponta o Direito do domicílio como o mais indicado para disciplinar a matéria. 
Sistema da Nacionalidade: as pessoas deveriam submeter-se às leis de sua nacionalidade na hipótese de extraterritorialidade. 
DIREITO INTERESPACIAL
A matéria é regulada internamente por leis próprias de cada Estado e mediante tratados internacionais. É objeto da disciplina Direito Internacional Privado. 
Regulado nos artigo 7º a 19 da LINDB
DIREITO INTERESPACIAL E O SISTEMA BRASILEIRO

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