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Atenção Primária à Saúde P5-2022 10/10/2022 Marília Miranda Santana Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 1 Sumário Bloco II APS-AULA 01-Puericultura na infância---Pág 02 APS-AULA 02- Puericultura Patológica- Pág 12 APS-AULA 03- Puericultura do adolescente—Pág 22 APS-AULA 04-Programa nacional de imunização—Pág 27 Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 1 APS- Puericultura na Infância Na alta hospitalar deverá ser entregue a Carteira da Criança com os dados registrados para mãe e o serviço deverá comunicar a APS sobre as condições da mãe e do bebê. E implantar práticas efetivas de promoção, prevenção e, quando necessário, intervenção em saúde é uma estratégia de grande impacto na qualidade de vida criança, na prevenção das mortes precoces por causas potencialmente evitáveis e na prevenção de eventos crônicos futuros, cardiovasculares e metabólicos. A chegada da criança A gravidez constitui um período de muitas expectativas não só para a gestante, mas para toda sua família, que se prepara para a chegada de um novo membro. Ao atender uma criança, o profissional de saúde não pode vê-la como um ser isolado, mas como parte de seu contexto familiar, com características e funcionamentos próprios. O fortalecimento da rede de apoio contribui para a superação de dificuldades relacionada ao estresse, para a resolução de conflitos e o restabelecimento de uma dinâmica familiar saudável. Isso constitui, inclusive, fator protetor para evitar desenvolvimento de relacionamentos disfuncionais, tais como: maus tratos à criança, violência intrafamiliar, abuso de substâncias psicotrópicas, conflitos. Visita domiciliar Recomendada às famílias de gestantes e de crianças na primeira semana pós-parto. Tem os principais objetivos: Observar as relações familiares; Facilitar o acesso ao serviço de saúde; Possibilitar ou fortalecer o vínculo das famílias com as equipes de saúde; Escutar e oferecer suporte emocional nessa etapa de crise vital da família; Estimular o desenvolvimento da parentalidade; Orientar sobre os cuidados com o bebê; Identificar os sinais de depressão puerperal; Estimular o aleitamento materno até os 6 meses de idade. Prevenir lesões intencionais; Identificar sinais de perigo à saúde da criança. É necessário avaliar a presença ou não de sinais de alarme na criança: Recusa alimentar; Vômitos importantes; Convulsões ou apneia; Letargia ou inconsciência; FC<100bpm; Respiração rápida; Atividade reduzida; Febre; Hipotermia; Sinal de desconforto respiratório- batimento de asas do nariz e tiragem subcostal; Cianose generalizada ou palidez importante; Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24 horas de vida; Gemidos; Fontanela abaulada; Secreção purulenta de ouvido; Umbigo hiperemiado e/ou com secreção purulenta; Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 2 Pústula na pele (muitas e extensas); Irritabilidade ou dor à manipulação. Puericultura É imprescindível iniciar os conhecimentos acerca da puericultura entendendo as divisões em etapas da infância. Etapas Duração Recém-nascido 0-28 dias de vida Lactente 29 dias a 2 anos Pré-escolar 2-7 anos de idade Escolar 7 -10 anos de idade Adolescente 10-20 anos incompletos A puericultura é a consulta médica periódica na infância que tem por objetivo o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Atualmente incluem práticas definidas, como apreciação de fatores individuais e ambientais de proteção e de ameaça à saúde, monitoração do desenvolvimento, imunizações, testes de rastreamento, orientações antecipatórias* e aspectos selecionados do exame físico. *OBS: sobre inúmeros condicionantes de saúde, como nutrição, hábitos de vida, disciplina e segurança. O Ministério da Saúde preconiza 7 consultas de rotina no primeiro ano de vida, além de duas consultas no 2º ano de vida e após esse período, consultas anuais. Segue a tabela de consultas recomendada pelo Ministério da Saúde: Ministério da Saúde Sala de parto 1ª semana de vida 1º mês de vida 2 meses de vida 4 meses de vida 6 meses de vida 9 meses de vida 12 meses de vida 2 consultas no 2º ano de vida Anual a partir do 2º ano de vida Entretanto, para a SBP, a frequência de consultas deve ser maior: Sociedade Brasileira de Pediatria Sala de parto 1ª ou 2ª semana de vida Mensal até 6 meses Trimestral até 2 anos Semestral até 5 anos Anual até 19 anos A Caderneta da Criança Para o acompanhamento da criança, utiliza-se a Caderneta da Criança que, além da avaliação da criança, encontram-se informações como: Cuidados com a criança para que ela cresça e se desenvolva de forma saudável; Direitos e deveres da criança e dos pais; Aleitamento materno; Alimentação complementar saudável; Vacinas; Saúde bucal; Marcos do desenvolvimento. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 3 A Caderneta da Criança, atualmente, coloca o questionário M- CHAT para rastrear autismo na criança, no 18º e no 24º mês, sendo o normal a criança pontuar menos de 2 pontos. Se a criança fizer a primeira avalição (no 18º mês) e a pontuação for >2, esta deve ser encaminhada para fazer uma entrevista ampliada. Mas se, aos 18 meses de vida, ela pontuar menos que 2 pontos, ela só deverá repetir os exames no 24º mês. A primeira consulta Idealmente na sua primeira semana é imprescindível estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para orientar e realizar imunizações, para verificar a realização da triagem neonatal para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família. OBS: A criança sai do hospital com as vacinas da hepatite e a BCG. Subjetivo Deve-se avaliar as condições do nascimento da criança (onde foi o parto, quando foi o parto, o tipo de parto, idade gestacional, índice de Apgar, intercorrências no parto, amamentação na primeira hora, clampeamento tardio ou imediato) e os antecedentes familiares (as condições de saúde dos pais e dos irmãos, o número de gestações, o número de irmãos). Ademais, é importante buscar a história alimentar da criança (se está em amamentação exclusiva, se está em alimentação predominante ou complementar). Idealmente, o leite de vaca deve ser dado a partir de um ano de idade. Deve ser investigado o quanto de leite artificial a mãe está ofertando a criança, pois altas dosagens podem sobrecarregar a criança, a quantidade de leite artificial está entre 25-30ml/Kg. É importante avaliar os hábitos de diurese (fator importante para avaliar a hidratação da criança) e intestinal da criança, buscando analisar a frequência de evacuações e a consistência. Também é preciso analisar os hábitos e higiene da criança: número de banhos por dia (idealmente 1 por dia), uso de produtos de higiene, posição para dormir (deve dormir em decúbito dorsal pelo menos até os 2 meses), lavagem nasal (pode ser feita desde o nascimento como profilaxia para infecções virais), banho de sol, local de dormir, posição de dormir e como é feito o transporte da criança. Além disso, deve-se avaliar o uso de medicamentos e suplementação. Objetivo O exame físico deve ser cuidadoso para não ser tão desagradável para a criança que, na maioria das situações, sofre o impacto do estranhamento com o ambiente e o profissional. Sendo imprescindível apresentar os instrumentos à criança, conversar com ela sobre o exame ser indolor e, senecessário, realiza-lo no colo da mãe ou pai. Na caderneta é possível encontrar informações acerca do parto, como: Tipo de parto; Local do parto; Dados antropométricos ao nascer: peso, comprimento e perímetro cefálico; APGAR. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 4 É necessário registrar os testes de triagem neonatal, sendo obrigatório a criança sair da maternidade tento feito o Teste do Coraçãozinho. Atualmente, o teste do coraçãozinho é feito após 24 horas de vida, e tem resultado negativo quando a saturação está acima de 95% e a diferença entre membro superior e membro inferior é > que 3%. Em situações em que a criança tem saturação entre 90-94% ou a diferença entre membro superior e membro inferior é > que 4%, deve-se repetir o exame após 1 hora, se após 1 hora o resultado continua com essas alterações ela tem o teste positivo. Já quando a saturação está inferior a 89%, já considera a criança com cardiopatia. O Teste do Pezinho, atualmente, tem a capacidade de detectar mais de 50 doenças além da fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Vacinação Tempo Vacinação Ao nascer BCG + Hepatite B 2 meses Pentavalente + VIP + Rotavírus +Pneumo 1 V 3 meses Meningo C 4 meses Pentavalente + VIP + Rotavírus +Pneumo 10v 5 meses Meningo C 6 meses Pentavalente + VIP 9 meses Febre amarela 12 meses Tríplice viral + Meningo C + Pneumo 10v 15 meses Hepatite A +DTP +VOP+ Tetraviral 4 anos DTP+VOP+Febre amarela+Varicela Anual Influenza Adolescente dT a cada 10 anos, meningo ACWY 11- 12 anos, HPV 2 doses 9-14 anos. OBS: Em crianças prematuras a idade corrigida não tem importância para a vacinação, sendo seguida a idade cronológica. Exame Físico Deve ser realizada no sentido crânio-caudal e nesse processo, deve-se avaliar: Peso, comprimento e perímetro cefálico; Estado geral, temperatura; Faciéis típicas, olhos, orelhas, nariz e cavidade oral; Crânio/ fontanelas; Pele, mucosas e fâneros: edema, palidez, icterícia* e cianose; Pescoço; Tórax: aparelhos cardiovascular e respiratório; Coluna: importante avaliar pilificação sacral ou saculações, buscando espinha bífida ou meningocele; Abdome; Genitália/ânus; Membros inferiores: Manobras de Ortolani e Barlow; Avaliação neurológica: reflexos primitivos. OBS: *Se a criança apresenta icterícia em 7 dias ou em menos de 24horas, necessita de uma avaliação minuciosa, colocando os valores de bilirrubina no Gráfico de Buthani. Outro fator que pode avaliar a icterícia é a busca desta através das Zonas de Kramer. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 5 Figura 1- Gráfico de Buthani A icterícia apresenta progressão craniocaudal e pode ser detectada visualmente por meio da digitopressão na pele do recém-nascido. É classificada de acordo com cinco Zonas de Kramer, a saber: -Zona 1: Icterícia na cabeça e pescoço; -Zona 2: Icterícia da cabeça até a cicatriz umbilical; -Zona 3: Icterícia da cabeça até os joelhos e cotovelos; -Zona 4: Icterícia nos braços, antebraços e pernas; -Zona 5: Icterícia nas mãos e pés. Quanto maior o número de áreas atingidas, maiores os níveis séricos de bilirrubina. A icterícia patológica costuma apresentar manifestações clínicas como anemia, plaquetopenia, letargia e perda de peso. Orientações A condição de saúde da criança, esclarecendo o diagnóstico à mãe ou responsável em linguagens de fácil compreensão; Importância do aleitamento materno exclusivo, imunização, cuidados com a higiene, sono e desenvolvimento normal da criança; Sinais de alerta e se presentes procurar hospital de referência; Importância do acompanhamento de puericultura no 1º ano de vida da criança; Medidas preventivas e terapêuticas, quando necessário; Referências e/ou especialidades, quando necessário; Retorno semanal para controle de peso, quando necessário; Estimulação adequada, quando necessário; Cuidados na prevenção de acidentes; Importância da construção do vínculo afetivo mãe com a criança. Consultas Subsequentes Avaliar intercorrências internações hospitalares; Avaliar histórico alimentar: amamentação, uso do aleitamento artificial, alimentação complementar; Diurese e hábito intestinal; Hábitos e higiene; Uso de medicamentos e suplementação; Avaliar situação vacinal; Exame físico; Desempenho escolar, práticas de atividades físicas, exposição à telas. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 6 Ao término de cada consulta, devemos formular não só as hipóteses diagnósticas de possíveis patologias apresentadas pela criança, mas também seis diagnósticos de normalidade da criança. Uma maneira prática de fazer uma boa pesquisa a esses quesitos, é utilizar do Protocolo Cevada. C Crescimento E Estado Nutricional V Vacinação A Alimentação D Desenvolvimento A Ambiente físico e emocional Antropometria É o melhor parâmetro para avaliação da saúde da criança. O peso e altura são os dos índices mais importantes para avaliação do crescimento e o peso para a avaliação da nutrição da criança. A avaliação do crescimento depende de múltiplos fatores, dentre os quais a alimentação saudável e a ausência de doenças orgânicas, sendo esta relacionada diretamente ao calendário vacinal. A velocidade de crescimento é acelerada até os dois anos, diminui até os 5 e se mantém constante até a puberdade. Curvas de Referência Na caderneta da criança encontram-se gráficos para análise das medidas antropométricas da criança, sendo eles: Comprimento/estatura para idade até os 5 anos; Estatura para idade dos 5-19 anos; Peso para idade até os 10 anos; Peso para estatura até os 5 anos; IMC para idade até os 19 anos; Perímetro cefálico até os 2 anos. Peso O peso é um importante indicador das condições de saúde e da nutrição da criança. Parâmetro de fácil obtenção e sensível aos agravos. Há uma perda fisiológica: 10% do peso do nascimento (até o 5º dia de vida), com recuperação: até o 10º dia de vida. O normal é que a criança esteja entre - 2 e +2. Entre +1 e +2, a criança tem risco de sobrepeso. Entre +2 e +3, tem risco de obesidade e acima de +3, a criança é classificada como obesa. Curvas ascendentes: indica uma criança sadia que está ganhando peso. Curvas paralelas: indica uma criança que não está ganhando peso: Curvas decrescentes: indica uma perda de peso. OBS Sanarflix: O diagnóstico nutricional da criança é dado pelo gráfico de peso para estatura da criança ou pelo gráfico do IMC para a idade. Quando falamos do IMC, pode ocorrer as seguintes situações: Criança abaixo de -3: Magreza acentuada; Criança entre -3 e -2: Magreza; Criança entre -2 e +1: Eutrófica; Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 7 Criança entre +1 e +2: Risco de sobrepeso; Criança entre +2 e +3: Sobrepeso; Criança acima de +3: Obesidade. OBS: Na tabela referente a crianças entre 5 a 19 anos, não há risco de sobrepeso, sendo já sobrepeso quando o escore estiver entre +1 e +2. Uma forma de avaliar o crescimento e o estado nutricional da criança é pelo ganho de peso ao longo da infância. Peso ganho (mês) Período 700-900 gramas 1º Trimestre 500-600 gramas 2º Trimestre 400-500 gramas 3º Trimestre 350-400 grama 4º Trimestre Comprimento A criança é considerada de baixa estatura é situada entre -2 e -3, se estiver abaixo de -3 a criança é classificada como estatura muito baixa. É considerada como normal, a criança que está entre -2 e +2. Estatura ganha (mês)Período 3cm 0-3 meses 2cm 3-6 meses 1-1,4cm 6-12 meses 1-2 anos 1cm 2-4 anos 0,75cm Perímetro Cefálico Consideramos o perímetro cefálico como adequado quando ele está entre os escores -2 e +2. É possível ter as seguintes situações: Criança entre -3 e -2: Microcefalia; Criança abaixo de -3: Microcefalia grave; Criança entre +2 e +3: Macrocefalia; O cálculo do perímetro cefálico é feito da glabela até a eminência occipital. Desenvolvimento neuropsicomotor Corresponde a uma transformação complexa, continua, dinâmica e progressiva, que inclui do crescimento, maturação, aprendizagem e aspectos psíquicos e sociais. Se houver dificuldade de aquisição de determinada habilidade, os pais ou cuidador deverão ser orientados quanto à necessidade de estimulação; na persistência e evolução progressiva do déficit de desenvolvimento, a criança deverá ser encaminhada à referência de risco, quando necessário. Antes de entender os marcos do desenvolvimento é imprescindível entender qual a normalidade de um recém-nascido. Estes possuem postura assimétrica, com predomínio do tônus Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 8 flexor nos membros, hipotonia da musculatura paravertebral (o que justifica ele não conseguir manter a cabeça ereta) e apresenta os reflexos primitivos. OBS: Faz parte dessa avaliação a aferição do perímetro cefálico, que deve ser realizada até os 2 anos de idade, sendo o valor normal entre -2 e +2. Além da avaliação dos Marcos do Desenvolvimento. Reflexos 1. Reflexo de Moro Deve-se segurar a criança levemente estendida e com uma mão unir seus braços para próximo do tórax. O avaliador deve simular uma queda e com isso a criança fará movimento de abertura dos braços. Figura 2- Reflexo de Moro 2. Reflexo de Galant Com a criança em decúbito ventral no braço do avaliador, deve-se fazer um estímulo tátil superficial no dorso da criança. Em testes normais, a criança fará flexão para a mesma direção em que foi estimulada. Figura 3- Reflexo de Galant 3. Reflexo de Busca Com a criança em decúbito dorsal, o avaliador vai fazer estímulos nas comissuras da boca e a criança deve realizar movimento com a cabeça a favor do estímulo. Figura 4- Reflexo de Busca 4. Reflexo de Sucção O avaliador vai aproximar o dedo (fazendo uso de luva) ou chupeta/mamadeira da boca da criança e ela vai realizar a sucção do objeto. Figura 5- Reflexo de Sucção 5. Reflexo de Marcha O avaliador posiciona a criança em posição ortostática e inclina o tronco para frente, o apoiando no antebraço. A criança dará passos quando o reflexo for positivo. Figura 6- Reflexo de Marcha Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 9 Marcos do Desenvolvimento Idade Marcos 0-1 mês -Posição fletida; -Observa um rosto; -Reage ao som; -Eleva a cabeça. 1-2 meses -Sorri quando estimulada; -Abre as mãos; -Emite sons; -Movimenta os membros; 2-4 meses -Responde ao contato social; -Segura objetos; -Emite sons, ri alto; -Levanta a cabeça e se apoia no antebraço de bruços. 4-6 meses -Busca objetos; -Leva objetos a boca; -Localiza o som; -Muda de posição (rola). 6-9 meses -Brinca de esconde- esconde; -Transfere objetos de uma mão para outra; -Duplica sílabas; -Senta-se sem apoio; 9-12 meses -Imita gestos; -Faz movimento de pinça; -Produz jargão; -Anda com apoio. A partir da presença de marcos e de outras condições, podemos classificar que a criança está com: Provável atraso no desenvolvimento Acontece quando o escore do perímetro cefálico está inferior à -2 ou superior à +2; Ou Presença de 3 ou mais alterações fenotípicas; Ou Ausência de 1 ou mais marcos para a faixa etária anterior. Nessas situações deve-se acionar a rede de atenção especializada para avaliação do desenvolvimento. Alerta para o desenvolvimento Acontece quando tem ausência de 1 ou mais reflexos para a sua faixa etária; Ou Todos os reflexos para a sua faixa etária estão presentes, mas existe 1 ou mais fatores de risco*. Nessas situações deve-se orientar a mãe sobre a estimulação da criança e marcar consulta de retorno em 30 dias. Além de informar à mãe sobre os sinais de alerta para retornar antes de 30 dias. Desenvolvimento adequado Acontece quando todos os reflexos estão presentes para a sua faixa etária. Nessa situação deve-se elogiar a mãe, orientar para que continue estimulando, retornar para acompanhamento conforme a rotina do serviço de saúde e informar sobre os sinais de alerta. *OBS:São fatores de risco perinatais para distúrbios do desenvolvimento: gravidez não planejada, ausência de pré-natal, infecções durante a gestação, uso materno de drogas ou álcool, intercorrências durante o parto e prematuridade. Exemplo de alterações fenotípicas Fenda palpebral oblíqua; Implantação baixa da orelha; Lábio leporino; Pescoço curto; Linha Simiesca. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 10 Triagem precoce para autismo- M-CHAT Deve ser feito no 18º e no 24º mês, tento o valor de normalidade abaixo de 2 e com valores acima de 3, é necessário fazer uma entrevista ampliada para melhor rastreio. O encaminhamento da criança é feito de acordo com o atraso de fala, por exemplo, se a criança só tem apenas um atraso na fala, faz-se o encaminhamento para o fonoaudiólogo, em casos da criança ter apenas dificuldade para andar (anda na ponta dos pés), ela deve ser encaminhada somente para o fisioterapeuta. Suplementação 1. Ferro O Ministério da Saúde recomenda que crianças com 6 meses devem iniciar a suplementação de ferro elementar com 1- 2mg/Kg de peso para crianças até 2 anos de vida. 2. Vitamina D É feito 2 gotas até 1 anos 3 gotas após o 1º ano e deve ser dada até o 3º ano de vida. 3. Vitamina A Administração via oral de megadose de vitamina A: -Crianças de 6 meses a 11 meses de idade: 1 megadose de vitamina A de concentração de 100.000Ui; -Crianças de 12 a 59 meses de idade: 1 megadose de vitamina A de concentração de 200.000Ui a cada 6 meses. Crianças Suplementação RN a termo em aleitamento materno exclusivo e bem 1mg/Kg/ dia, a partir dos 6 meses até 2 anos RN a termo com <2,5Kg 2mg/Kg/dia, iniciada com 30 dias, durante um ano e depois disso 1mg/Kg/dia. RN prematuro com peso>1,5kg 2mg/Kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante um ano e depois disso 1mg/kg/dia. RN prematuro entre 1,5-1kg 3mg/kg/dia, iniciando com 30 dias, durante um ano e depois disso 1mg/kg/dia. RN prematuro com menos de 1Kg 4mg/kg/dia, iniciado com 30 dias, durante um ano e depois disso 1mg/kg/dia. OBS: Se a criança possuir algum fator de risco, a suplementação deve ser iniciada com 3 meses de idade. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 11 ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ______________________________________________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 12 Aps- Puericultura patológica A atenção Integrada às Doenças Prevalentes da Infância (AIDPI) tem o objetivo melhorar as condições de saúde da infância, diminuir a mortalidade infantil, melhorar a qualidade de desenvolvimento e nutrição. O objetivo não é identificar a doença em si, mas classificar os risco da criança. Atenção à criança doente de 2 meses a 5 anos 1. Receba a mãe e peça-lhe o que se sente. Diga seu nome, sua função e pergunte o seu nome e o da criança; 2. Pergunte à mãe qual o problema da criança; 3. Determine se é a primeira consulta ou consulta de retorno para esse problema. VERIFICAR SINAIS DE PERIGO Perguntas Observar A criança consegue beber ou mamar no peito? Se a criança está letárgica ou inconsciente A criança vomita tudo o que ingere? Se a criança apresenta tempo de enchimento capilar >2 segundos A criança apresentou ou movimentos anormais há menos de 72 horas? Se a criança apresenta batimento de asa nasal e/ou gemência. Avaliar e classificar a tosse ou a dificuldade de respirar Perguntar Observar Há quanto tempo? Contar a frequência respiratória em um minuto; Ocorreu febre em algum momento do processo de tosse? Se há tiragem subcostal; A criança tem sibilância, chiado ou cansaço? Se há estridor ou sibilância; Idade FR Rápida < 2 meses >60irpm 2-12 meses >50irpm 1-5 anos >40irpm A partir desses dados, é possível formar diagnóstico e conduta da criança, sendo estas as situações principais: SITUAÇÃO 01: Se a criança tiver algum sinal geral de perigo ou sinais de desconforto respiratório ou estridor em repouso, deve-se classificar em pneumonia grave ou doença muito grave, devendo ser encaminhada imediatamente para o hospital, para receber o antibiótico mais rápido possível (se for unidade mista, pode ser feito logo na unidade), evitar hipoglicemia e receber O2, se possível. SITUAÇÃO 02:Em casos em que a criança se encontre apenas com quadro de taquipneia, deve-se classificar com pneumonia e o tratamento e acompanhamento deve ser feito na unidade básica, alertando aos pais acerca dos sinais de alarme para que possam retornar os mais rápido possível. Prescrever antibiótico para 7 dias, aliviar a tosse com medidas caseiras e o retorno em 2-3 dias para nova avaliação. Se a criança apresentar qualquer sinal de perigo necessita ser urgentemente assistida, preferencialmente no hospital. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 13 SITUAÇÃO 03: A criança que não apresenta nenhuma alteração, esta não está com pneumonia. Ela deve ser acompanhada em casa, com remédios sintomáticos, informando aos pais acerca dos sinais de alerta, se a criança não melhorar em 5 dias deve retornar à UBS e se persistir por mais de 14 dias deve-se seguir com investigação minuciosa. Tratamento de pneumonia Se a criança for pré-escolar, é preferencialmente utilizar a amoxicilina e para aquelas que estão já na fase escolar amoxicilina+clavulonato. Em casos de alergia, utiliza-se a eritromicina e cefalosporinas de 1ª geração. Fármacos Posologias Amoxicilina 250mg/5mL, peso : 3, 8/8 horas por dia durante 7 dias. Amoxicilina + Clavulonato 250mL/5mL, peso: 3,8/8 horas por 7 dias. Eritromicina 250mg/5mL, peso : 3, 6/6 horas por dia durante 7 dias. A primeira linha para tratamento é a amoxicilina Avaliar a sibilância Perguntar Observar Há quanto tempo? Nível de consciência da criança; Primeira crise? Se há sibilância; Está em uso de broncodilatador adequadamente há 24 horas? Se há estridor em repouso; Sinais de dificuldade respiratória: tiragem e uso de musculatura acessória; FR em um minuto; Se possível, SatO2 Quando a criança tem menos de 2 anos e apresenta episódio de sibilância, deve-se suspeitar de bronquiolite viral aguda. Já em crianças com mais de 2 anos, com episódios de sibilância ou dispneia, despertar noturno, sintomas aos esforços ou à exposição de alérgenos, história de dermatite ou alergias alimentares, história familiar de asma ou alergias, deve-se suspeitar de asma. OBS: Para o tratamento de bronquiolite viral aguda, deve ser feito apenas o tratamento sintomático e de suporte. A partir desses dados, é possível formar diagnóstico e conduta da criança, sendo estas as situações principais: SITUAÇÃO 01: Quando a criança tem sinais de perigo, letargia ou sempre agitada, estridor em repouso, fala frases entrecortadas ou choro curto ou não consegue chorar, tiragem universal e saturação < 90%, esta é classificada em sibilância grave ou doença muito grave e esta deve receber oxigênio (se disponível) , beta-2-agonista por via inalatória, primeira dose do corticoide, primeira dose Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 14 do antibiótico e referir urgentemente ao hospital. SITUAÇÃO 02: Quando a criança tem nível consciência normal com períodos de agitação, fala entrecortada, tiragem subcostal, respiração rápida e saturação entre 91-95%, esta é classificada com sibilância moderada, esta deve receber beta-2-agonista por via inalatória (até 3 vezes, a cada 20 minutos), administrar corticoide oral. Se não melhorar, deve-se administrar antibiótico injetável e O2, se possível. Se melhorar, deve receber tratamento domiciliar com beta-2-agonista por via inalatória (por5 dias), corticoides por via oral (3 dias), dar orientações a mãe para o controle da asma e quando retornar imediatamente e marcar retorno em dois dias. SITUAÇÃO 03: Quando a criança não tem sinais de perigo ou a saturação esta >95%, esta é classificada em asma leve. Ela recebe o beta-2-agonista para usar em casa por via inalatória (5 dias), se estiver em uso de beta-2-agonista há 24 horas ou mais, prescrever corticoide por via oral (3 dias), dar orientações à mãe para o controle da asma e quando retornar imediatamente, seguimento em dois dias, se não melhorar ou se estiver usando corticoide. Tratamento de sibilância Salbutamol ou fenoterol spray* Administrar de 6/6 horas por 5 dias. Idade Spray <2 anos 2/3 jatos/dose* >2 anos 2/4 jatos/dose *100mcg por jato Se não houver broncodilatador inalatório em spray, usa Salbutamol ou fenoterol gotas (5mg/mL) de 6/6 horas por 5 dias Nebulização 1g/ 3Kg de peso* *máximo de 10 gotas a cada nebulização. Deve-se preparar a nebulização com 3mL de soro fisiológico a 0,9% e nebulizar a criança até terminar a mistura. Uso de corticoide sistêmico (VO) Prednisolona 3mg/mL Prednisona comprimido 5mg Prednisona comprimido 20mg Dose: 1mg a 2mg/Kg/dia, pela manhã, em dose única por 3 dias. Avaliar e classificar a diarreia Risco de morrer por diarreia: Ser menor de 1 ano; Não estar em aleitamento materno; Chegar à UBS desidratada; Ser desnutrida; Ser portadora de diarreia persistente; Residir em área de risco quanto à oferta de saúde e saneamento básico; História familiar de óbito em <5 anos por diarreia. Perguntas Observar Há quanto tempo? A condição geral da criança. Encontra- se: letárgica ou inconsciente? Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 15 Inquieta ou irritada? Há sangue nas fezes? Se os olhos estão fundos; Oferecer líquidos a criança. A criança: não consegue beber ou bebe muito mal? Bebe avidamente, com sede? Sinal da prega: a pele volta ao estado anterior: -Muito lentamente>2 seg -Lentamente 1-2 seg *dois dos sintomas; SITUAÇÃO 01: Se a criança está letárgica ou inconsciente ou com sinal da prega alterada ou com olhos fundos ou não consegue beber ou bebe muito mal, classifica-se a criança com desidratação grave, nessa situação, em que a criança não se enquadra em outra classificação grave, deve-se utilizar o plano c de reidratação. Se a criança se enquadra em outra classificação grave, deve-se referir urgentemente, administrando-lhe goles frequentes de SRO durante o trajeto. Se a criança tem 2 anos ou mais, e houver cólera na sua localidade, deve-se administrar antibiótico. SITUAÇÃO 02: Se a criança está inquieta ou irritada, olhos fundos, bebe avidamente ou tem o sinal da prega, esta criança é classificada com desidratação, nessa situação deve-se utilizar o plano b de reidratação, zinco por 10 dias, informar a mãe sobre quando retornar imediatamente, seguimento em 5 dias se não melhorar Se a criança se enquadra em outra classificação grave, deve-se referir urgentemente, administrando-lhe goles frequentes de SRO durante o trajeto. SITUAÇÃO 03: Se a criança não tem nenhum sinal de alarme, é classificada com sem desidratação e deve fazer uso do plano A de reidratação e zinco por 10 dias, informar à mãe quando retornar imediatamente e fazer seguimento em 5 dias se não melhorar. Plano A- SRO 75 mEq: Até 1 ano de idade: a 100 mL após cada evacuação; 1 ano ou mais: 100 a 200mL após cada evacuação. Plano B- SRO 75 mEq: 75mL/Kg em 4/4 horas até a diurese abundante; Plano C- Hidratação Venosa Dar zinco: Idade Dose de zinco Até 6 meses 10mg dia >6 meses 20 mg dia OBS: Deve ser manipulado como sulfato de zinco a 10%. Plano A- Tratar Diarreia em Casa Recomendar a mãe, pai ou responsável pelo cuidado sobre as três regras do tratamento domiciliar: dar líquidos, continuar a alimentar, avisar quando retornar. 1. Dar líquidos adicionais (tanto quanto a criança aceitar). Recomendar a: amamentação com frequência e por tempo mais longo a cada vez. Se a criança se alimenta exclusivamente de leite materno, pode-se dar SRO além do leite materno. Se a criança não estiver em regime exclusivo de leite materno, dar um ou mais dos seguintes itens: SRO, Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 16 líquidos caseiros (caldo, soro caseiro) ou água potável. 2. Continuar a alimentar; 3. Quando retornar. Avaliar e Classificar a diarreia -Diarreia persistente grave: acima de 14 dias e com a presença de desidratação. Nessa situação, se a criança não se enquadra em nenhuma outra situação grave, deve-se tratar a desidratação antes de referir ao hospital. -Diarreia persistente: acima de 14 dias, e nessa situação deve-se reavaliar se a criança tem algum grau de desnutrição; deve-se administrar zinco por 10 dias, marcar retorno em 5 dias; -Disenteria: sangue das fezes. Nesses casos, é preciso ofertar antibiótico e zinco oral, alertar sinais de alarme; Antibióticos -Sulfametoxazol + trimetropima 250mg/5mL (peso:2) de 12/12 horas por 5 dias; Avaliar e classificar febre Perguntar Observar Determinar risco de malária -área sem risco -área com risco: gora espessa. Se positivo: -Há quanto tempo? -Se há mais de 5 dias: houve febre todos os dias? -Rigidez de nuca; -Petéquias; -Abaulamento de fontanela; *um dos sinais SITUAÇÃO 01: Com a presença de um dos sinais citados, rigidez na nuca, petéquias e abaulamentos de fontanelas a criança é classificada em doença febril muito grave e ela deve receber a primeira dose antibiótico, tratar a criança para evitar a hipoglicemia, dar antitérmico se a temperatura for > 38° C e deve ser encaminhada para o hospital; SITUAÇÃO 02: Nenhum sinal de doença febril muito grave esta é classificada em doença febril e deve receber antitérmico se a temperatura for > 38°C , informar à mãe sobre quando retornar imediatamente, seguimento em 2 dias se a febre persisti e se tiver febre todos os dias por mais de 5 dias, realizar a investigação. OBS: Crianças com doença falciforme ou oncológicas, devem ser encaminhadas para o hospital. Tratamento Ibuprofeno 50mg/mL, 2 gotas/Kg/dose de 8/8 horas (acima de 6 meses); Paracetamol 200mg/mL, 1g/peso, 6/6 horas; Dipirona 500mg/mL, 1gota/2Kg/dose, de 6/6 horas se necessário; Avaliar e classificar problemas de ouvido Perguntar Observar Está com dor no ouvido? Observar se há secreção purulenta nos ouvidos; Há secreção no ouvido? Se sim, há quanto tempo? Palpar para determinar se há tumefação dolorosa atrás das orelhas; SITUAÇÃO 01: Se tumefação ou hiperemia na região mastoidea, ela é classificada com mastoidite e deve ministrar a primeira dose de um antibiótico recomendado, dar analgésico em caso de dor e referir urgentemente ao hospital. SITUAÇÃO 02: Se a criança tem secreção purulenta visível no ouvido há menos de Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 17 14 dias ou otoscopia alterada*, ela é classificada em infecção aguda do ouvido e ela deve receber antibiótico por 8 dias, analgésicos se sentir dor, secar ouvidos e marcar retorno com dois dias; SITUAÇÃO 02.1: Dor no ouvido, é classificada com possível infecção aguda no ouvido e neste caso ela deve receber analgésico em caso de dor, marcar retorno com dois dias e orientar sinais de retorno imediato. SITUAÇÃO 02.2: Secreção purulenta visível no ouvido há mais de 14 dias é classificada como infecção crônica do ouvido e nesta situação deve-se secar o ouvido com uma mecha, marcar retorno com 5 dias e orientar sinais de retorno imediato. SITUAÇÃO 03: Se não tem dor de ouvido e não foi notadaalguma secreção purulenta no ouvido, não há infecção do ouvido e não deve ser feito nenhum tratamento adicional. Avaliar e Classificar o Problema de Ouvido a) Otite Externa -Afecção inflamatória e/ou infecciosa do conduto auditivo externo e da região auricular. -É considerada uma afecção dermatológica com localização otológica Fatores predisponentes -Obstrução anatômica do conduto auditivo externo; -Uso de aparelhos de amplificação sonora individuais; -Cotonetes ou outros objetos introduzidos no conduto auditivo externo; -Ambiente úmido, quente. Bactérias mais envolvidas -Pseudomonas aeruginosas; -Staphilococcus aureus. b) Otite Média Aguda -É uma infecção aguda em ouvido médio com início rápido dos sinais e sintomas; -É recorrente quando ocorrer três episódios de OMA em 6 meses ou 4 episódios em 1 ano; c) Otite Média com Efusão -É a presença de efusão em orelha média, sem sinais e sintomas de infecção e com membrana timpânica intacta. -Agentes etiológicos: VRS, parainfluenza I e II, adenovírus. -Bacterianos: Streptococus pneumonie, Haemophilus influenzar, Moraxella catharallis. Tratar Dor de Ouvido Ibuprofeno 50mg/mL, 2 gotas/Kg/dose de 8/8 horas (acima de 6 meses); Paracetamol 200mg/mL, 1g/peso, 6/6 horas; Dipirona 500mg/mL, 1gota/2Kg/dose, de 6/6 horas; Tratar Infecção Aguda de Ouvido Antibiótico de escolha: Amoxicilina por 8 dias. Fármacos Posologias Amoxicilina 250mg/5mL, peso : 3, 8/8 horas por dia durante 8 dias. Amoxicilina + Clavulonato 250mL/5mL, peso: 3,8/8 horas por 8 dias. Eritromicina 250mg/5mL, peso : 3, 6/6 horas por dia durante 8 dias. Avaliar e classificar dor de garganta Observar Presença de Gânglios cervicais aumentados e dolorosos; Na garganta: -Verificar a presença de abaulamento no palato; -Tonsilas com presença de membrana branco-acinzentada; -Tonsilas hiperemiadas com pontos Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 18 purulentos ou petéquias em palato; -Presença de vesículas e/ou hiperemia de garganta. *Um dos sinais SITUAÇÃO 01: Se qualquer sinal geral de perigo, abaulamento de palato, amigdalas com presença de membranas acinzentadas, é classificada como infecção grave de garganta e nessa situação deve-se dar a primeira dose de um antibiótico recomendado e referir urgentemente ao hospital. SITUAÇÃO 02: Se os gânglios estiverem aumentados e dolorosos no pescoço ou as amigdalas estiverem hiperemiadas com pontos purulentos ou petéquias em palato, classificamos em infecção moderada de garganta e nessa situação faz-se a administração de antibiótico, analgésico s/d e marcar consulta de retorno com dois dias, informar a mãe sobre quando retornar imediatamente. SITUAÇÃO 03: Se vesículas e ou hiperemia na garganta, associadas a sinais de resfriado comum, classificamos com infecção leve de garganta e para esse caso é prescrito analgésico em caso de dor e deve dar seguimento em 2 dias se persistir a dor de garganta, além de informar ao responsável sobre quando retornar imediatamente. SITUAÇÃO 03,1:Se não há nenhum dos sinais descritos não há infecção de garganta. Tratar dor de garganta Amoxicilina 250mg/5ml, peso:3, 8/8 horas por 10 dias; Amoxicilina + Clavulonato, peso:3, 8/8 horas por 10 dias; Eritromicina 250mg/5 Ml, peso:3, dar de 6/6 horas durante 10 dias. Tratar infecção moderada de garganta Antibiótico de primeira linha: Penicilina benzatina. Antibiótico de segunda linha: amoxicilina, amoxicilina + clavulonato ou eritromicina. Peso em Kg Penicilina dose única IM <20 600.000 UI > 20 1.200.000 UI Fármacos Posologias Amoxicilina 250mg/5mL, peso : 3, 8/8 horas por dia durante 10 dias. Amoxicilina + Clavulonato 250mL/5mL, peso: 3,8/8 horas por 10 dias. Eritromicina 250mg/5mL, peso : 3, 6/6 horas por dia durante 10 dias. Avaliar e classificar a anemia Observar/ determinar Palidez palmar? -Palidez palmar grave? -Palidez palmar leve? SITUAÇÃO 01: Se palidez palmar ou Hb < 5 g/dL, classificamos como anemia grave e devemos referir urgentemente ao hospital. SITUAÇÃO 02: Palidez palmar leve ou Hb de 5-10,9 g/dL classificamos como anemia e devemos realizar tratamento com ferro, realizar o teste de malária em área de risco, dar anti-helmíntico se a criança tiver um ano ou mais e não tiver tomado nenhuma dose nos últimos 6 meses, avaliar a alimentação da criança orientar a mãe sobre alimentos em ferro, além de marcar retorno com 14 dias. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 19 Anti-helmíntico Idade Mebendazol Albendazol 100mg/5mL, 2x ao dia por 3 dias 40mg/mL ou 1cp de 400mg, dose única 1-2 anos 5mL 5mL > 2 anos 5mL 10mL Tratamento com Ferro Tratamento por 3 a 4 meses Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 20 Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 21 APS- Puericultura do Adolescente Conceito Adolescência é o período que vai dos 10 até os 20 anos incompletos, caracterizado por importantes transformações físicas, reorganização psíquica, peculiaridades afetivo-sexuais, comportamentais, socioculturais, espirituais. Puberdade é a fase da vida em que ocorrem modificações no corpo de uma criança fazendo com que ela se torne adulto. Em meninas, a puberdade ocorre entre 8-13 anos; e em meninos, entre 9-14 anos. O ECA considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12-18 anos. Acolhimento Ético da consulta Na primeira consulta, deve-se pontuar que a pessoa central da consulta é o adolescente, deixando claro seus direitos ao sigilo, privacidade, confiabilidade, porém alertando quanto aos limites das questões éticas, tanto para o cliente quanto seus responsáveis. É preciso que fique claro ao jovem que nada será tratado com seus pais/responsáveis sem que ele seja informado previamente, mesmo quando é preciso romper sigilo, conscientizando-o da importância de informar determinada situação. Sigilo É vedado ao médico revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente. Em situações de risco (citadas a baixo), torna-se necessária a participação e o consentimento dos pais oi responsáveis: Gravidez; Abuso de drogas; Não adesão a tratamentos recomendados; Doenças graves; Risco à vida; Obs: Abaixo de 14 anos a relação sexual é vista como estupro. Quebra de sigilo Manutenção do sigilo Presença de violência Ficar, namoro; iniciação sexual Uso escandaloso de drogas Experimentação de drogas Autoagreção, ideação suicida ou fuga decasa Orientação sexual Gravidez, abortamento Prescrição de contraceptivos Sorologia positiva HIV IST Não adesão ao tratamento Diagnóstico de doença grave Drogas: Experimentador: uso até 5 vezes na vida; Usuário recreativo: fez uso mais de 5 vezes na vida ou menos de 6 vezes no último mês; Uso habitual: fez uso mais de 6 vezes no mês, mas sem alterações comportamentais; Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 22 Usuário dependente: fez uso mais de 6 vezes no mês e com alterações comportamentais. Anamnese Pode ser dividida em três partes: A. Entrevista com o paciente e família; B. Entre vista só com o paciente; C. Retorno com opaciente. A-)Primeiro momento da consulta: adolescente e responsáveis juntos Motivo da consulta; Histórico da situação atual e pregressa do paciente; Estado vacinal; Dados da gestação, parto e condições de nascimento, e peso ao nascer; Hábitos alimentares + atividade física; Condições de habitação, ambiente e rendimento escolar, exposição a ambientes violentos, uso de tecnologia da informática; História familiar; Não esquecer dados sobre o sono, lazer, as atividades culturais, exercícios físicos, religião. B-)Segundo momento da consulta: a sós com o paciente A percepção corporal e autoestima; Relacionamento com a família, ocorrência de conflitos; As horas de lazer, as relações sociais, grupo de iguais, desenvolvimento afetivo, emocional e sexual; Conhecer outros aspectos por onde o adolescente transita e mantém relacionamentos; Cresças e atividades religiosas; Investigar situações de risco e vulnerabilidade a que os adolescentes se expõem, além do contato com drogas; Comportamento sexuais, gênero e orientação sexual, saúde reprodutiva, gestações não planejadas, ISTs; Ocorrência de acidentes, submissão a violências; Tempo de exposição às telas digitais. C-) Terceiro momento: com pais/responsáveis Na existência de conflitos, ou violência familiar, tornar-se necessário mais um momento com os responsáveis; Acordo com a família e o adolescente. Exame Físico Deve ser realizado preferencialmente no sentido craniocaudal, de forma segmentada, sempre cobrindo a região que não está sendo examinada. Torna-se prudente, e recomendável, a presença de uma terceira pessoa, que pode ser alguém da área da Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 23 saúde ou, se o adolescente preferir, de sua estrita confiança. Avalia-se: Aspectos gerais; Antropometria; Peso, altura, IMC; Pressão arterial (pelo menos 1 vez ao ano); Acuidade visual com escala de Snellen; Estado nutricional; Tireoide, cavidade oral, otoscopia; Coluna vertebral e postura; Exame neurológico e mental; Exame da genitália; Maturação sexual. É importante lembrar que o exame é sempre direcionado à queixa. Avaliação da maturação sexual- Estágios de Tanner (anexo no final do capítulo) A primeira manifestação de puberdade na menina é o surgimento do broto mamário. É seguido do crescimento dos pelos pubianos e pelo estirão Puberal. A menarca acontece cerca de um ano após o máximo de velocidade de crescimento, coincidindo com a fase de sua desaceleração. -Surgimento do broto mamário entre 8 e 13 anos; -A menstruação ocorre 2 a 2,5 anos depois (broto mamário); No menino, o aumento simétrico do volume testicular, que passa a ter dimensões que 4 cm=3 , constitui-se a primeira manifestação da puberdade. Segue-se o crescimento de pelos pubianos, o desenvolvimento do pênis em comprimento e diâmetro, o aparecimento de pelos axilares e faciais e o estirão pubertário. -Testículos começam a crescer entre os 10 anos; -Testículo esquerdo é mais baixo que o direito. Assincronia de maturação Variabilidade nos tempos de início, duração e progressão do desenvolvimento Puberal; Marcantes diferenças entre os sexos feminino e masculino; marcantes diferenças entre grupos étnicos e sempre considerar a miscigenação brasileira; influência do padrão nutricional e transtornos nutricionais, desnutrição, anorexia e obesidade; influência adversas do stress, de doenças e do uso de drogas e medicamentos. Problemas no desenvolvimento A puberdade, precoce e tardia, refere-se ao aparecimento de características sexuais secundárias em idade cronológicas que podem ser consideradas precoces ou atrasadas para este desenvolvimento. E importante, também, além de observar a velocidade com que os eventos puberais estão se sucedendo. Meninas -É considerado precoce qualquer sinal de maturação sexual antes dos 8 anos de idade. -No caso da puberdade atrasada: ocorre a telarca e pubarca em idades superiores a 13 e 14 anos e mercada em idades maiores de 16 anos. Meninos -É considerada puberdade precoce quando ocorre o aumento do volume testicular e Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 24 dos pelos pubianos antes dos 9 anos de idade. A puberdade atrasada refere-se a persistência do estágio pré-puberal após os 16 anos. Caderneta do Adolescente Caderneta de Saúde de Adolescente, masculina e feminina, que contém informações a respeito do crescimento e desenvolvimento, da alimentação saudável, da prevenção de violências e promoção da cultura de paz, da saúde bucal e da saúde sexual e saúde reprodutiva desse grupo populacional. Traz ainda método e espaço para o registro antropométrico e dos estágios de maturação sexual, das intervenções odontológicas e o calendário vacinal. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 25 Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 26 Aps- Programa Nacional de Imunização Introdução O sistema imunológico é constituído por uma intricada rede de órgãos, células e moléculas, e tem por finalidade manter a homeostase do organismo, combatendo as agressões em geral. A imunidade inata atua em conjunto com a imunidade adaptativa e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, independentemente de estímulo prévio, sendo a primeira linha de defesa do organismo. Seu mecanismo compreende barreiras físicas, químicas e biológicas, componentes celulares e moléculas solúveis. A imunidade adaptativa representa uma proteção específica e de atuação lenta, iniciada pelos órgãos linfoides que posteriormente irão produzir células de memória. Imunidade Adquirida -Imunidade Ativa: requer exposição ao agente infeccioso, que estimula a imunidade e consequentemente a produção de anticorpos. Esta pode ser subdividida em: Natural: adquirida após infecção, que pode ser ou não assintomática. Artificial: Vacinação. -Imunidade Passiva: Obtenção de anticorpos já prontos. Também pode ser subdividida em: Natural: pela passagem transplacentária e amamentação. Artificial: pelo uso de imunoglobulinas e soros heterólogos. Programa Nacional de Imunizações -Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações por determinação do Ministério da Saúde. -Em 1975 foi institucionalizado o PNI, resultante do somatório de fatores, de âmbito nacional e internacional, para estimular e expandir a utilização de agentes imunizante, buscando a integridade das ações de imunizações realizadas no país. -As metas recentes contemplam a eliminação do sarampo e do tétano neonatal. A essas, se soma o controle de outras doenças imunopreviníveis como Difteria, Coqueluche e Tétano Acidental, Hepatite B, Meningites, Febre amarela, formas graves de tuberculose, Rubéola e Caxumba. Vacinas para Crianças Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 27 Vacinas Vacinas de agentes vivos: BCG+ Rotavírus + Febre amarea + Varicela + VOP + Tríplice viral + Tetraviral. Vírus atenuados e autorreplicativos; Vias de administração: ID (BCG), VO (Rotavírus e VOP) ou SC (varicela, trípliceviral e tetraviral). Contraindicados: imunossuprimidos e gestantes. Vacinas de agentes não vivos: Hepatite B, Pentavalente, VIP, pneumocócica conjugada 10-valente, meningocócica tipo C/ACWY, hepatite A, HPV e influenza vírus. Vacinas que não causam doença porque o vírus é inativado ou é feita a partir de subunidades purificadas. Podem conter coadjuvantes: imunopotencializador (por via IM). Vacinas multidoses. Vacinas de agentes vivos BCG (ID) -Proteção contra: Formas graves de tuberculose, meningite e miliar. -Composição: Bactéria viva atenuada. -Esquema básico: Dose única. -Reforço: -- -Idade recomendada: Ao nascer -Intervalo entre as doses: -- Vacina criada a partir da cepa atenuada do Mycobacterium bovis que protege contra as formas graves da tuberculose (miliar e meningoencefálica). É feita por vida intradérmica (ID) e após a aplicação forma-se: Mácula->Pústula->Úlcera->Cicatriz. Os efeitos adversos mais comuns é o surgimento de uma úlcera >1cm, abscesso subcutâneo frio e linfadenite supurativa (tratada com Isoniazida por 3 dias). Tem contraindicação para recém- nascidos com <2.000 gramas, recém- nascido com doença de pele no local da aplicação, contato domiciliar com bacilífero e imunossupressão temporária. As contraindicações absolutas são pacientes portadores de HIV ou com imunodeficiências congênitas ou adquiridas. Poliomielite 1 e 3-VOP (VO) -Proteção contra: Poliomielite. -Composição: Vírus vivo atenuado (1 e 3 ). -Esquema básico: -- -Reforço: 2 reforços. -Idade recomendada: 1º reforço 15 meses e 2º reforço aos 4 anos. -Intervalo entre as doses: No mínimo o 1º reforço deve ser 6 meses após a 3ª dose da VIP, o mesmo vale para o 2º reforço com relação ao primeiro reforço. A VOP induz a imunidade humoral duradoura, imunidade da mucosa oral e dos contatos (excreção fecal). Para os pacientes com contraindicação para VOP (imunodeficientes, contactantes de imunodeprimidos e hospitalizados), faz-se a VIP em menores de 5 anos com 15 meses e 4 anos. Os efeitos adversos mais comuns são poliomielite vacinal e o poliovírus associado à vacina. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 28 Obs: A poliomielite vacinal é a aquisição da doença a partir da vacina, e essa aquisição pode decorrer do poliovírus associado à vacina de outra pessoa. Rotavírus (VO) -Proteção contra: Diarreia por Rotavírus. -Composição: Vírus vivo atenuado. -Esquema básico: 2 doses. -Reforço: -- -Idade recomendada: 1ª dose com 2 meses e 2ª dose com 4 meses. -Intervalo entre as doses: Intervalo recomendado de 60 dias, sendo no mínimo 30 dias. Tem como principais efeitos adversos nódulo palpável em hipocôndrio direito, dor abdominal e fezes em geleia de framboesa, além de invaginação ou intussuscepção intestinal. Tem uma faixa de administração muito estreita com a primeira dose aos 2 meses sendo limitada a 1m15 d e 3m15d e a segunda dose aos 4 meses entre 3m15d e 7m29d. Febre Amarela Atenuada (SC) -Proteção contra: Febre amarela. -Composição: Vírus vivo atenuado. -Esquema básico: 1 dose -Reforço:Reforço. -Idade recomendada: 1ª dose com 9 meses e reforço com 4 anos de idade. -Intervalo entre as doses: Intervalo mínimo de 30 dias. Caso a criança tenha mais de 4 anos, ela pode tomar a dose até os 59 anos. Em situações de surto, aplica-se a dose em maiores de 6 meses. Tem contraindicação para imunodeprimidos, gestantes, mulheres que estejam amamentando < 6 meses*. *Obs: Caso a criança seja >6 meses, deve- se aplicar a vacina e suspender a amamentação por 10 dias. Sarampo, Caxumba e Rubéola (SCR)- Trípliceviral (SC) -Proteção contra: Sarampo, caxumba e rubéola. -Composição: Vírus vivos atenuados. -Esquema básico: 2 doses (primeira com SCR e segunda com SCRV). -Reforço: Reforço. -Idade recomendada: 12 meses. -Intervalo entre as doses: Intervalo mínimo de 30 dias. É realizada de 1 a 59 anos, sendo feita 2 doses até 29 anos, em pacientes entre 30-59 anos faz-se apenas 1 dose e em profissionais da saúde 2 doses. Em situações de surto: pode ser feita em lactentes a partir dos 6 meses, mas essa dose não é válida. As reações adversas mais comuns são de menor intensidade. Sendo contraindicado para gravidas e imunodeficientes. Sarampo, caxumba, rubéola e varicela atenuado (SCRV)- Tetraviral (SC) -Proteção contra: Sarampo, caxumba, rubéola e varicela. -Composição: Vírus vivos atenuados. -Esquema básico: 2 doses (segunda dose da SCR e primeira de varicela). Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 29 -Reforço: -- -Idade recomendada: 15 meses. -Intervalo entre as doses: Intervalo mínimo de 30 dias entre a dose da tríplice viral e da tetra viral. Varicela -Proteção contra: Varicela -Composição: Antígeno recombinante de superfície do vírus purificado. -Esquema básico 1 dose. -Reforço: -- -Idade recomendada: Criança entre 4 anos e 6 anos 11 meses e 29 dias. -Intervalo entre as doses: -- As principais reações adversas são as locais com edema e vermelhidão. As contraindicações são a de gravidez e os imunodeficientes (com exceção das condições especiais fornecidas pelo CRIE*). Vacinas de Agentes não vivos Hepatite B -Proteção contra: Hepatite B. -Composição: Antígeno recombinante de superfície do vírus purificado. -Esquema básico: Dose ao nascer. -Reforço: -- -Idade recomendada: Ao nascer. -Intervalo entre as doses: -- É indicada para toda população, sendo a primeira nas 12 primeiras horas de vida. São 4 doses, sendo as outras três na forma da vacina Pentavalente até os 7 anos incompletos. Se > 7 anos, não vacinados, devem receber as três doses de hepatite B isolada (0-1-6). Se a mãe é HbsAg+: vacina e imunoglobulina hiperimune para hepatite B. É válido sempre analisar a sorologia pós-vacinal, pois em casos em que se toma as 3 doses e permanece com HbsAg – é necessário tomar uma dose de reforço com 30 dias e na permanência disso, deve-se iniciar novamente o esquema de três doses. DTP+ Hib +HIB (Pentavalente) -Proteção contra: Difteria, tétano e componente pertussis, coqueluche, Hemophilus influenzae B e Hepatite B. -Composição: Toxóides diftéricos e tetânicos purificados e bactéria de coqueluche inativa. Oligossacarídeos conjugados do Hib, antígeno de superfície de HB. -Esquema básico: 3 doses. -Reforço: 2 reforços com DTP. -Idade recomendada: 1ª dose com 2 meses, 2ª dose com 4 meses e 3ª dose com 6 meses. -Intervalo entre as doses: Intervalo recomendado de 60 dias, sendo no mínimo 30 dias. As principais reações adversas é o efeito hipotônico-hiporresponsivo que ocorre minutos após a vacina (DTP ou Penta) e nessa situação é recomendado que seja aplicada a penta acelular. Outro Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 30 efeito importante é a encefalopatia pós vacinal causada pela DT que tem inicio no 7º dia após a vacina e nesses casos o paciente não pode receber nem a penta e nem a DTPa. Difteria, tétano e pertussis (DTP) -Proteção contra: Difteria, tétano e coqueluche. -Composição: Toxóides diftéricos e tetânicos purificados e bactéria da coqueluche inativada. -Esquema básico: Considerar doses anteriores com penta e DTP. -Reforço: 2 reforços. -Idade recomendada: 1º reforço com 15 meses e 2º reforço com 4 anos de idade. -Intervalo entre as doses: Intervalo recomendado de 9 meses do 1º reforço após a 3ª dose e de 3 anos após o 1º reforço e no mínimo do 1º reforço 6 meses depois da 3ª dose e do 2º reforço 6 meses depois do 1º reforço. Aplicada na forma conjugada (Pentavalente) nos primeiros 6 meses de vida e depois de forma isolada nos reforços de 15 meses e 4-6 anos de vida. Após isso, recebem o reforço com a vacina dT a cada 10 anos. Após os 7 anos, crianças, adolescentes e adultos recebem três doses da vacina dT, com intervalo de um mês. E reforço a cada 10 anos. Os efeitos adversos mais importantes sãoo episódio hipotônico- hiporresponsivo e a encefalopatia pós vacinal. Poliomielite 1 ,2 e 3 (VIP) -Proteção contra: Poliomielite. -Composição: Vírus inativado tipos 1, 2 e 3. -Esquema básico: 3 doses. -Reforço: 2 reforços com a vacina VOP. -Idade recomendada: 1ª dose 2 meses, 2ª dose 4 meses e 3ª dose 6 meses. -Intervalo entre as doses: São recomendados 60 dias, sendo no mínimo 30 dias. Pneumocócica 10 valente -Proteção contra: Pneumonias, meningites, otites, sinusites pelos sorotipos que contemplam a vacina. -Composição: Polissacarídeo capsular de 10 sorotipos pneumococos. -Esquema básico: 2 doses. -Reforço: Reforço. -Idade recomendada: 1ª dose com 2 meses, 2ª dose com 4 meses e 3ª dose com 12 meses. -Intervalo entre as doses: O intervalo recomendado é de 60 dias, sendo o mínimo 30 dias da 1ª para a 2ª dose e de 60 dias da 2ª para o reforço. Meningocócica C/ACWY -Proteção contra: Meningite meningocócica tipo C. -Composição: Polissacarídeos capsulares purificados. -Esquema básico: 2 doses. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 31 -Reforço: Reforço. -Idade recomendada: 1ª dose com 3 meses, 2ª dose com 5 meses e reforço com 12 meses. -Intervalo entre as doses: O intervalo recomendado é de 30 dias da 1ª para a 2ª dose e de 60 dias da 2ª dose para o 1º reforço. Hepatite A -Proteção contra: Hepatite A. -Composição: Antígeno do vírus da hepatite A, inativada. -Esquema básico: 1 dose. -Reforço: -- -Idade recomendada: 15 meses. -Intervalo entre as doses: -- Os efeitos adversos são raros, incluem febre e mal-estar. Tem contraindicação em casos de reação anafilática em dose anterior. Papilomavírus Humano (HPV) -Proteção contra: Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18. -Composição: Partícula da cápsula do vírus antígeno de superfície. -Esquema básico: 2 doses. -Reforço: -- -Idade recomendada: 9 a 14 anos para meninos e meninas. -Intervalo entre as doses: 2ª dose 6 meses após a 1ª dose. Influenza Na infância, a vacina é fornecida para crianças entre os seis meses e 5 anos 11 meses e 29 dias, sendo que a primeira vez em que for aplicada, antes dos 9 anos, deve ser feita em duas doses, com intervalo de um mês entre as doses. Também realizada em gestantes, puérperas, pessoas com mais de 55 anos, profissionais de saúde, população indígena, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional, de forças de salvamento e segurança, professores, caminhoneiros e profissionais de transporte coletivo e portadores de doenças crônicas. Imunização Adquirida Passiva Artificial Imunoglobulinas x soros heterólogos. Essas imunoglobulinas podem ser de dois tipos: Imunoglobulina humana normal (gamaglobulina) e a imunoglobulina específica (gamaglobulina hiperimune). -Imunoglobulina anti-hepatite B (IGAHB): Prevenção da infecção perinatal, em RN filhos de mães comprovadamente portadoras de Hepatite B. Nesse caso faz a vacina e a IGAHB nas primeias 12 horas de vida, sendo esta última podendo ser feita até 7 dias de vida. Profilaxia pós-infecção em profissionais de saúde e vítimas de violência sexual. -Imunoglobulina antivaricela-zoster (IGAVZ): contactantes de alto risco nas primeiras 96 horas da exposição à varicela. -Imunoglobulina antitetânica (IGHAT): em pacientes com vacinação incerta ou incompleta e com ferimento de alto risco. Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 32 ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ____________________ Esquema Vacinal para o Adolescente Esquema Vacinal para Gestante Atenção Primária à Saúde Marília Miranda Santana Página 33 ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________
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