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A TEORIA ORGANIZACIONAL - RESUMO

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A TEORIA ORGANIZACIONAL
A teoria insere o jornalista no seu contexto, ou seja, a organização que ele trabalha. O
autor, Warren Breed, sublinha a importância dos constrangimentos organizacionais sobre a
atividade profissional do jornalista. Ele também diz que o jornalista se conforma mais
com as normas editoriais da política editorial da organização do que com quaisquer
crenças pessoais que ele ou ela tivesse trazido consigo.
O jornalista acaba sendo “socializado” na política editorial da organização através de
uma sucessão sutil de recompensa e punição. Ex: quando um jornalista inexperiente começa o
seu trabalho, não lhe é dita qual é a política editorial. Nem nunca será.
Os pontos de vista da direção da empresa chegam a controlar o trabalho do jornalista
ao longo do tempo, por um processo, sobretudo, de osmose. Ex: aprende as regras editoriais
ao se socializarem. Aprende a antever aquilo que se espera dele, a fim de obter recompensas e
evitar penalidades. CULTURA ORGANIZACIONAL E NÃO PROFISSIONAL.
Breed pontua seis fatores que promovem o conformismo com a política editorial
da organização:
1- AUTORIDADE INSTITUCIONAL E AS SANÇÕES: Jornalistas receiam
punições na redação. Tais como: atribuição de tarefas não tão boas assim, alterações das
peças (texto, introdução, cortes no trabalho); colocação da peça no produto jornalístico (é
melhor ter uma peça na primeira página do que nas páginas internas); assinatura/crédito ou
não da peça.
2- OS SENTIMENTOS DE OBRIGAÇÃO E DE ESTIMA PARA COM OS
SUPERIORES: Com o tempo o jornalista pode criar laços de amizade e afetivos se sentindo
em obrigação com a empresa. Ex: ter respeito ou admiração pelos mais velhos que serviram
de modelo para os calouros.
3- AS ASPIRAÇÕES DE MOBILIDADE: A maioria dos jornalistas quer alcançar
uma posição de relevo. Lutar contra a política editorial do jornal constituía um grande
obstáculo para os avanços na carreira.
4- A AUSÊNCIA DE GRUPOS DE LEALDADE EM CONFLITO: O local de
trabalho dos jornalistas é relativamente pacífico e as organizações sindicais não têm
interferido em assuntos internos.
5- O PRAZER DA ATIVIDADE: Os jornalistas gostam do seu trabalho e as tarefas
são interessantes. Existe um ambiente de cooperação na sala de redação. Eles têm várias
gratificações que não são financeira, tipo a variedade de experiência, o testemunho pessoal de
grandes acontecimentos, ser o primeiro a saber, saber coisas secretas, conhecer e conviver
com pessoas notáveis e célebres.
6- AS NOTÍCIAS COMO VALOR: As notícias são um valor máximo; o seu
trabalho é de 24h; as notícias são um desafio constante. O jornalista investe na realização
desse objetivo: obter mais nóticias e não contestar a política editorial.
Esses 6 fatores promovem o conformismo com a política editorial da empresa
jornalística. O fator variável é o segundo: a obrigação e a estima dos jornalistas pelos antigos.
O ditatorialismo organizacional, ou determinismo, seria de difícil implementação pq o
trabalho jornalístico tem muita autonomia do profissional. Além de qualquer forma te obrigar
constituiria um tabu ético e uma afronta a um dos pilares da legitimidade profissional, a
independência jornalística
Ele então aponta 5 fatores dentro da área de influência do jornalista para driblar
o controle da empresa:
1- AS NORMAS DE POLÍTICA EDITORIAL NEM SEMPRE SÃO
COMPLETAMENTE CLARAS, uma vez que muitas são vagas e não estruturadas;
2- OS EDITORES PODEM IGNORAR CERTOS FATOS ESPECÍFICOS e os
jornalistas empregados, que têm o trabalho de andar a pé e de telefonar, para obter notícias,
podem utilizar os seus melhores conhecimentos para subversão da política editorial. TENDO
POR BASE TANTO AS CRENÇAS PESSOAIS COMO OS CÓDIGOS PROFISSIONAIS,
O JORNALISTA-EMPREGADO TEM A OPÇÃO DE SELEÇÃO EM MUITOS
MOMENTOS. Pode decidir quem entrevista, quem ignorar, que perguntas fazer, que citação
anotar, que itens realçar, quais enterrar, que tom dar aos vários elementos possíveis da notícia.
3- ALÉM DA TÁTICA DA “PRESSÃO”, EXPLORANDO A IGNORÂNCIA
DOS EXECUTIVOS DE CERTOS FATOS MINÚSCULOS, OS
JORNALISTAS-EMPREGADOS PODEM UTILIZAR A TÁCTICA DA ‘PROVA
FORJADA”. Embora a política editorial de um jornal possa entender não dar destaque a um
determinado assunto, um jornalista-empregado que obtenha uma boa “estória” sobre esse
assunto pode “publicá-la” num outro jornal através de um jornalista amigo e apresentá-la ao
seu próprio editor, alegando que a matéria se tornou demasiado importante para ignorar.
4- EM RELAÇÃO A CERTO TIPO DE “ESTÓRIAS”, O JORNALISTA TEM
MAIOR AUTONOMIA, NOMEADAMENTE: a) no seu beat story, ou seja sua ronda
habitual. Nenhum editor interferirá na sua ação, podendo assim o repórter ganhar a função de
“editor”. É ele ou ela que, até certo ponto, pode selecionar quais as estórias a continuar e
quais ignorar. b) a estoria iniciada pelo próprio jornalista.
5- O ESTATUTO DO JORNALISTA: Os jornalistas-empregados com um
“estatuto” de “estrela” podem mais facilmente transgredir a política editorial.
Esses 5 fatores para Breed indicam que os controles que levam ao conformismo com a
política editorial da empresa podem ser ultrapassados.
CONCLUSÃO: A linha editorial da empresa é quase sempre seguida, a descrição da
dinâmica situação sócio-cultural da redação sugerirá explicações para esse conformismo. A
recompensa do jornalista nao se localiza entre os leitores, que são manifestamente os seus
clientes, mas sim entre seus colegas e superiores. O jornalista redefine os seus valores até ao
nível mais pragmático do grupo redatorial.
Na opinião do acadêmico James Curran (1990), a autonomia do jornalista é uma
autonomia consentida, ou seja, a autonomia do jornalista é permitida enquanto for exercida
em conformidade com os requisitos da empresa jornalística.
Dessa forma, segundo a teoria organizacional, as notícias são os resultados de
processos de interação social que tem lugar dentro da empresa jornalística. O jornalista sabe
que o seu trabalho vai passar por uma cadeia organizacional em que os seus superiores
hierárquicos e os seus assistentes têm certos poderes e meios de controle. O jornalista tem
que então se antecipar às expectativas dos seus superiores para evitar retoques no seu textos e
as reprimendas - dois meios que fazem parte do sistema de controle, e que podem ter efeitos
sobre a manutenção ou não do seu lugar, a escolha das suas tarefas, e a sua promoção - quer
dizer, nada menos do que a sua carreira profissional.
Segundo a teoria organizacional, o trabalho jornalístico é influenciado pelos meios de
que a organização dispõe. Assim, esta teoria aponta para a importância do fator econômico na
atividade jornalística. Todas as empresas jornalísticas, com a exceção das empresas públicas,
enfrentam mais tarde ou mais cedo a comparação entre os custos e as receitas As receitas
provêm essencialmente das vendas e da publicidade. O espaço ocupado pela publicidade
intervém diretamente na produção de notícias. A empresa de jornalismo enche o espaço
deixado em aberto pela publicidade. O espaço disponível para a informação é antes de mais
nada determinada pela publicidade. A tv a PP impõe a lógica das audiências. O conteúdo
noticioso do jornal pode ser influenciado pela dimensão econômica: são incluídos no
noticiário acontecimentos noticiosos que julgam ser do maior interesse para o maior numero
de publico. Aqui surge o problema do sensacionalismo no jornalismo, acentuado ainda mais
pela lógica de concorrência
Devido aos custos e a lógica do lucro, são impostos constrangimentos ao trabalho
jornalístico pelo orçamento da empresa. A produção de notícias é influenciada pela repartição
dos recursos da empresa jornalística. Não é possível ir em todos os lugares. É necessário
tomar decisões em relação aos acontecimentos que serão cobertos, isto é, que são agarrados
pela empresa jornalística e transformados em notícia. Notícia como produto que deve
satisfazer as exigências do cliente. Assim, ela deve chegarao cliente o mais rápido possível.
Furo jornalístico.
Dentro da teoria organizacional, alguns acadêmicos investigam as variáveis que
podem intervir no funcionamento da empresa. Nesta linha de pesquisa, foram identificados
como importante os seguintes fatores:
1- O PAPEL DO DIRETOR NO FUNCIONAMENTO DA EMPRESA,
DISTINGUINDO A DIFERENÇA ENTRE DIRETOS ATIVOS E PASSIVOS.
2- O TAMANHO DA EMPRESA INFLUENCIA a) o grau de especialização dos
jornalistas - havendo + especialização nas grandes empresas; b) a dinâmica comunicacional
dentro da empresa- havendo menos comunicação interativa nas grandes empresas; c) o grau
de autonomia do jornalista - havendo mais autonomia nas pequenas empresas, pq há
diferentes estruturas de autoridade. Nas pequenas empresas, a estrutura é mais flexível,
enquanto nas grande empresas as estruturas de controle são mais formais e mais
centralizadas.

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