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Direito Tributário Profª. Estefânia Gonçalves Importante: ➢ O aluno deverá explorar e estudar previamente o conteúdo digital disponível em seu ambiente virtual e indicados nos planos de aula. Durante a aula, este conteúdo será discutido em sala em atividade mediada pelo professor (Situação-problema). ➢ Os procedimentos de avaliação contemplarão competências desenvolvidas nos âmbitos presencial e digital da seguinte forma: ➢ As avaliações serão presenciais e digitais, alinhadas à carga-horária da disciplina, divididas da seguinte forma: Avaliação 1 (AV1), Avaliação 2 (AV2), Avalição Digital (AVD) e Avaliação 3 (AV3). Direito Tributário Direito Tributário Direito Tributário (ARA0578) Professora: Estefânia Gonçalves Bibliografia recomendada: • CARNEIRO, Claudio. Curso de Direito Tributário e Financeiro. 9. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553615872/cfi/0!/4/2@100:0.00 Acesso em: 17 mai. 2021. • MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Manual de Direito Tributário. 11. ed. São Paulo: Atlas. 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597020717/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 Acesso em: 17 mai. 2021. • SABBAG, Eduardo. Direito Tributário Essencial. 8. ed. Rio de Janeiro: Método, 2021. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559640317/cfi/6/2!/4/2/2@0:20.4 Acesso em: 17 mai. 2021. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553615872/cfi/0!/4/2@100:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597020717/cfi/6/2!/4/2/2@0:0 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559640317/cfi/6/2!/4/2/2@0:20.4 Direito Tributário Aula 1 - 1.1 O ESTADO E O SEU FINANCIAMENTO; 1.2 CONCEITO, NATUREZA E FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO Situação - problema: Em matéria intitulada “Previsões da arrecadação tributária pós covid” divulgada no site eletrônico da Agência Brasília em 22/04/2021, foi noticiado: "O programa Tempo de Economia desta semana abordou o cenário da arrecadação tributária no Distrito Federal após a pandemia da covid19. O panorama da crise e seus reflexos nas finanças públicas do DF foram apresentados pela secretária executiva de Acompanhamento Econômico, Patrícia Ferreira Motta Café, e o coordenador de Estudos Técnicos da Subsecretaria do Tesouro, Luciano Cardoso de Barros Filho, ambos da Secretaria de Economia (Seec)". Segundo a matéria, foi feita "uma análise profunda sobre o impacto da crise e as medidas adotadas pelo Governo do Distrito Federal para reaquecer a economia e manter o nível de arrecadação tributária em patamares necessários para viabilizar as políticas públicas governamentais.” Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/07/22/previsoesdaarrecadacaotributariaposcovid19/ Acesso em: 21 dez. 2021. A partir disso, pergunte aos alunos: Qual a relação que uma pandemia pode ter na redução da arrecadação de tributos e as principais consequências que isso pode gerar na implementação de políticas públicas? https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/07/22/previsoesdaarrecadacaotributariaposcovid19/ Direito Tributário Direito Tributário: é o conjunto de normas reguladoras da arrecadação de tributos, bem como a fiscalização dessa prática, regulando as relações jurídicas estabelecidas entre Estado e Contribuinte. Atividade Financeira do Estado: é o conjunto de atos que o Estado pratica na obtenção, na gestão e na aplicação dos recursos financeiros de que necessita para atingir seus fins. ➢ Elementos da atividade financeira do Estado: • Receita • Despesa (art. 167, II, CF) • Crédito • Orçamento (art. 165, CF e 35, § 2º, ADCT ) Atividade financeira é a relação entre estes elementos Direito Tributário Receita pública: é toda entrada definitiva de valores que venham a acrescer o patrimônio público. Ingresso & Receita: Nem todo ingresso constitui receita pública! Ingresso: são entradas que não correspondem aumento de patrimônio público. Ex: o produto de uma operação de crédito; valores recebidos em ação de ressarcimento ao erário. Direito Tributário Tipos de receitas públicas: ➢ Originárias: para arrecadá-la o Estado atua como empresário/particular em pé de igualdade com a outra parte, por meio de acordo de vontades (contrato). Ex: locação de bens públicos. ➢ Derivadas: para arrecadá-la o Estado utiliza sua soberania/poder de império e obtém a receita de forma compulsória (tributos). Ex: cobrança de tributos. ➢ Ordinárias: são aquelas que ingressam com regularidade, por meio do normal desenvolvimento da atividade financeira do Estado. Ex: cobrança de IPTU. ➢ Extraordinárias: são auferidas em caráter excepcional e temporário, para atender despesas extraordinárias. Ex: cobrança de IEG (154, II, CF). Direito Tributário Fontes do Direito Tributário: De onde ele se ampara para atingir os seus objetivos (arrecadar tributos/fiscalizar). Espécies: ➢ Materiais: São atos e situações que dão origem à obrigação tributária. ➢ Formais: Instrumentos jurídicos que regulam direitos e obrigações. Direito Tributário Fontes Formais Principais ou Primárias: Inovam no sistema jurídico, introduzem normas inéditas. ➢CF, Emendas, LC, LO, LD, MP, Decreto Legislativo, Resolução do Senado e os Convênios do ICMS; ➢Tratados e Convenções Internacionais; Direito Tributário Importante! • Constituição Federal: Outorga competência; Enumera as espécies tributárias e inaugura as limitações ao poder de tributar. • Legislação Tributária: Leis em sentido amplo - Art. 96 CTN e 59 CF. • Lei: matérias reservadas à lei em sentido estrito - art. 97, CNT e 150, I, CF. • Medidas provisórias: nos casos de relevância e urgência. OBS: Não podem ser usadas para tratar matérias reservadas à lei complementar (art. 62, §1º, III, CF) . Direito Tributário Código tributário nacional (lei 5172/1966): é uma lei ordinária (norma geral de direito tributário), mas foi recepcionada pela CRFB/1988 (Art. 146, III) com status de lei complementar. Art. 96, CTN: A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Direito Tributário Art. 97, CTN: Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Direito Tributário Fontes Formais acessórias ou secundárias: Conferem executividade, ou seja, visam explicar e aplicar corretamente uma norma primária. OBS: Não podem criar ou modificar uma norma primária. ➢ Decretos e Regulamentos, Instruções Ministeriais, Circulares, Portarias, Regimentos, Convênios, Usos e Costumes, Ordens de serviço, Precedente normativo. Normas complementares (art. 100, CTN). 14 Direito Tributário Normas Complementares: 100 CTN ▪ Atos normativos de autoridade administrativa: portaria, circular, instrução normativa, regimentos. ▪ Decisões administrativas com eficácia normativa: as reiteradas, com cunho de precedente em processo administrativo fiscal. ▪ Práticasreiteradas de autoridade administrativa: Usos e costumes da administração; ▪ Convênios entre entes federados colaboradores: para uma maior cooperação entre as administrações tributárias. Direito Tributário ➢ Vigência da Lei Tributária: validade formal da lei - 45 dias após a publicação ( art. 1º, LINDB). ➢ Eficácia: aptidão da lei para produzir seus efeitos - Princípios da Anterioridade Anual e Nonagesimal (art. 150, III, “b” e “c” da CF). ➢ Incidência da Lei Tributária = Regra da Vigência + Regra da Anterioridade. OBS: Existem exceções à regra da anterioridade, que serão estudadas na aula sobre princípios. 103 CTN: Vigência das Normas complementares. ➢ Ato administrativo data da publicação. ➢ Decisão administrativa com eficácia normativa 30 dias após publicação. ➢ Convênios entre os entes na data neles prevista. Direito Tributário IMPORTANTE! Art. 104, CTN: Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I - que instituem ou majoram tais impostos; II - que definem novas hipóteses de incidência; III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. Isenção onerosa e sob prazo certo. A CRFB/88 determinou a aplicação da anterioridade para todos os TRIBUTOS. Direito Tributário Aplicação da Legislação Tributária ➢ Lançamento de crédito tributário: Aplica-se a lei vigente na data da ocorrência do fato gerador (144, CTN). ➢ Aplicação da lei a ato ou fato pretérito: Retroage (106, CTN). 1- Lei expressamente interpretativa; 2- Retroatividade da lei mais benéfica relativa à infração (a lei nova suprime a infração; deixa de tratar o ato como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão; quando comina penalidade menos severa). Direito Tributário Interpretação: significa explicar o sentido da norma. A legislação tributária será interpretada de acordo com os enunciados prescritivos do CTN (art. 107). Interpretação restritiva (Literal): art.111 CTN ➢ suspensão do crédito tributário; ➢ exclusão do crédito tributário; ➢ dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Art. 110, CTN: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Direito Tributário Interpretação mais benéfica: quando tiver dúvida quanto infração e sanção:112, CTN ➢ à capitulação legal do fato; ➢ à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; ➢ à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; ➢ à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Direito Tributário Integração: Ocorre quando o intérprete não consegue chegar ao significado da norma e precisa fazer uso de meios de integração para suprir a lacuna do legislador ordinário (art. 108, CTN). Formas de integração - Ao aplicá-las, deverá ser usada a seguinte ordem sucessiva: ➢ analogia (aplicação da norma a um caso semelhante); ➢ os princípios gerais de direito tributário; ➢ os princípios gerais de direito público; ➢ a equidade (abrandamento da norma para realização de justiça). Importante: ▪ Do emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. ▪ Do emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. Direito Tributário Atividade Autônoma Aura: 1. A lei tributária é aplicada em regra, aos fatos geradores futuros e aos pendentes. Entretanto, a legislação previu a possibilidade excepcional da aplicação retroativa na hipótese de: A. Analogia, quando esta favorecer o contribuinte. B. Extinção do tributo, ainda que não definitivamente constituído. C. Graduação quanto à natureza de tributo aplicável, desde que não seja hipótese de crime. D. Ato não definitivamente julgado, quando a lei nova lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. E. Lei interpretativa que modifique a maneira de contagem de prazos prescricionais. Direito Tributário 2. João sonegou um tributo no ano de 2008 cuja alíquota era na época de 3%, sendo certo que o tributo foi constituído por meio de auto de infração lavrado pelo fisco no ano de 2010, quando já estava em vigor alíquota de 1%. Nesta hipótese, o fisco: A. deverá aplicar a alíquota mais gravosa vigente no ano de 2008, por ser mais vantajosa ao Fisco. B. deverá aplicar a alíquota menos gravosa vigente no ano 2010, por ser a vigente ao tempo do lançamento do crédito tributário. C. deverá aplicar a alíquota mais gravosa de 3% vigente em 2008, pois o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador. D. deverá aplicar a alíquota de 1% vigente no ano 2010, em observação ao princípio da aplicação da lei mais benéfica ao contribuinte. E. deverá aplicar a alíquota de 1%, pois trata-se de ato não definitivamente julgado. Estefânia de Oliveira Gonçalves Advogada. Professora do Curso de Direito e da Pós Graduação Lato sensu da Universidade Estácio de Sá. Mestra em Direito e Especialista em Direito Público. Direito Tributário Obrigada! Direito Tributário